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3 - O Diário de Miranda - Tatiana Amaral
3 - O Diário de Miranda - Tatiana Amaral
DE MIRANDA
“Ele queria o meu mundo. Eu só queria ser o mundo dele”
O DIÁRIO
DE MIRANDA
“Ele queria o meu mundo. Eu só queria ser o mundo dele”
TATIANA AMARAL
1ª EDIÇÃO
2019
Para todas as mulheres que ao longo deste percurso, me
procuraram e me contaram as suas histórias. Mulheres que
se reconheceram na força de Miranda e se libertaram. Para
vocês, desejo uma vida livre.
“Patrício era vida, era ar, era calor.
E eu o amava como nunca fui capaz de
amar antes.”
CAPÍTULO 1
“Filha, não sei como começar esta carta. Não sei como
contar a felicidade de ter te encontrado, após não acreditar mais
na possibilidade. Quando sua mãe foi embora, carregando você
sem me dar a oportunidade de te conhecer, achei que minha vida
havia acabado, mas agora te encontrei e quero recuperar o tempo
perdido. Anote meu telefone e me ligue.”
CAPÍTULO 12
“É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte.”
Boa Sorte - Vanessa da Mata
Eu não o perdoaria.
Nunca!
Suspirei derrotada.
Meu telefone tocou quando me deitei, desistindo até mesmo
de comer. O toque era o tradicional, ou seja, ninguém especial.
Pensei em ignorar, ou até mesmo, em atirar o aparelho na parede.
Porém, me vi encarando a tela do celular, espantada com o número
internacional.
Estremeci.
Charlotte!
Temerosa, atendi a ligação e aguardei. Então a voz dela fez
todo o meu corpo enfraquecer.
— Miranda?
Era ela. Sua voz fraca, distante e sofrida, não fora o
suficiente para me confundir.
— Charlotte! — coloquei toda a minha emoção e desespero
naquela palavra. — Onde você está?
— Está sozinha? — Sua voz ofegante, como se fizesse um
imenso esforço para falar, ganhou a minha atenção.
— Estou. Quer dizer… o padrinho e Johnny estão lá
embaixo.
— Ouça! Não posso demorar. Preciso de você.
— Charlotte! — gemi angustiada. — Onde você está?
— Não entre em desespero. Eu… eu… preciso de você.
— Claro! Eu vou te encontrar. Só diga aonde.
— Preste atenção. Eu não quero que ele… ele… — Ela não
conseguia esconder a dor que sentia ao tentar pronunciar o nome do
marido.
— Não vou dizer uma palavra a ele, Charlotte. Eu prometo.
— Obrigada! — sussurrou parecendo ainda mais cansada.
— Para onde devo ir?
— Nova York — ela disse, confirmando as informações que
tínhamos. — Eu… — Minha irmã soluçou, se esforçando para não
deixar o choro atrapalhar suas palavras. — Eu estou doente.
— Charlotte? — Levantei alarmada, como se me colocar de
pé pudesse me levar até ela mais rápido. — Doente como?
— Estou internada. Preciso de você aqui.
E o meu mundo virou de pernas para o ar.
CAPÍTULO 19
“E se tropeçar
Do chão não vai passar
Quem sete vezes cai, levanta oito.”
Um dia após o outro - Tiago Iorc
“Porque eu te amo
E não consigo me ver sem ser o teu amor por anos
Não é acaso, é só amor
Não existe engano
Que me carregue pra longe...”
Porque eu te amo - Anavitória
“Tô louca pra te ver chegar. Tô louca pra te ter nas mãos.
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço que falta no meu
coração”
Fico assim sem você - Claudinho e Buchecha
— Não sei nem o que dizer, Thomas — tentei mais uma vez.
Ele sorriu, com o lábio superior partido e inchado.
— Já estou acostumado a ser expulso de bares, Miranda.
Relaxe.
Thomas e Moisés trocaram socos e chutes até que os
seguranças chegaram e expulsaram os dois do estabelecimento.
Desesperada, e me sentindo péssima por ter sido salva, mesmo sem
precisar, pois planejava acertar uma joelhada no meio das pernas
do meu agressor, por alguém que eu estava decidida a constranger.
Com a confusão controlada, me senti na obrigação de ir atrás
de Thomas para verificar se estava tudo bem, e foi assim que
aquele grupo que não se unia desde a nossa adolescência, acabou
vagando pelas ruas frias de Londres, até chegarmos no portão da
nossa casa.
Charlotte não havia entendido nada e Thomas apenas
justificou que o cara tentou me agarrar. Foi o suficiente para a
minha irmã, mas não para Johnny, que me encarou como se
quisesse deixar claro que eu teria que me explicar. E só isso foi o
suficiente para eu odiar ainda mais o Moisés.
— Argh, eu preciso da… do… ah, chegamos? — Charlotte
falou confusa, embriagada e amparada pelo nosso irmão.
— Chegamos. E você precisa da sua cama — Johnny
brincou. Olhei para Thomas, ainda mais constrangida.
— Quer entrar para colocar alguma coisa no machucado? —
O mínimo que eu poderia fazer era lhe oferecer um curativo.
— Não. É melhor eu ir para casa. Peter não vai gostar de me
encontrar na sua cozinha a essa hora da madrugada.
— Não vai mesmo — Charlotte falou. — Não sei porque as
pessoas não gostam de você, Thomas. Você é legal! — Ela riu, eu
revirei os olhos.
— É melhor levá-la para dentro — avisei a Johnny, que
entendeu o recado.
— Sim, vou fazer isso. Obrigada pela ajuda, Thomas.
— Tirando os socos, foi como nos velhos tempos.
Esperei que Johnny e Charlotte se afastassem o suficiente
para iniciar a conversa.
— Isso vai ficar feio amanhã — comecei. Ele fez um gesto
com a mão, não dando importância ao que eu falava.
— Eu não podia tolerar que aquele cara te agarrasse contra a
sua vontade.
— Mas eu sei me defender — rebati na defensiva.
— Eu sei.
— Desculpe! — Puxei o ar com força, meu corpo começando
a ceder ao frio, me obrigando a me abraçar. — Você foi muito
gentil me defendendo. Obrigada!
— Pensei que você ia dizer que era o mínimo que eu poderia
fazer — provocou. — E eu ia merecer.
— Digamos que o abalo causado pela confusão ainda não me
fez sentir a satisfação de te ver levar uns socos.
— Hum! Então amanhã será um dia bom para você.
— Acredito que sim. — Ele sorriu outra vez, a fissura
abrindo um pouco mais.
— Bom, pelo menos pude fazer algo por você.
— Não pense que isso apaga o que me fez, Thomas.
— Eu nunca te pediria isso, Miranda. O que eu te fiz não tem
perdão.
— Não tem!
Nós nos encaramos por um tempo, até que ele balançou a
cabeça concordando.
— É melhor eu ir embora. No meio da confusão acabei me
perdendo de um amigo.
— Amigo? — Fiquei bastante atenta a sua reação, querendo
confirmar as minhas suspeitas.
— Sim. — Thomas coçou a cabeça e me deu um sorriso
tímido.
— Você é gay?
Minha reação não foi exatamente a que eu pretendia ter.
Quando me imaginei arrancando a confissão dele, pensei que faria
de uma forma debochada. Como se pudesse feri-lo. Porém, na
primeira oportunidade que tive de falar aquilo em voz alta, saiu
como um choque, como se nem eu pudesse acreditar no que
acabava de falar.
— Você acha que eu sou gay? — revidou, como se estivesse
me desafiando.
— Não! Quer dizer… não sei. Mas a maneira como você
olhava para aquele rapaz... não era só por amizade. Eu te conheço,
Thomas. Sei como você olha para alguém que te interessa. — Essa
última parte saiu mais como uma acusação. Ele riu, e levou a mão
aos lábios, cuidando da ferida.
— Você é gay, Miranda? — E a sua pergunta deixava claro
que Thomas conhecia o meu segredo. Não respondi. Ele cruzou os
braços e me encarou com os olhos estreitos. — Sempre soube que
éramos mais parecidos do que aparentávamos.
— Não somos parecidos.
— Em muitos aspectos, não. Mas algumas peculiaridades,
como a liberdade entre quatro paredes…
— Você sabe que Charlotte nunca vai pertencer a este
mundo, não é mesmo? — ameacei.
— Sei, mas Charlotte é apenas uma boa amiga, o que daria
uma excelente esposa, segundo meus pais.
— E de acordo com os seus desejos — acusei.
— Não sei, Miranda. — Thomas puxou o ar com força e
passou a mão pelo cabelo outra vez. — Charlotte é uma espécie de
utopia para mim. Gosto de mantê-la por perto para me lembrar do
que poderia ser, se eu não tivesse conhecido isso que você chama
de “esse mundo”. Não existe força em Charlotte para uma vida
como esta. Já em você…
— Vá se foder! — Ele riu, e gemeu por ter esticado os lábios.
— Não me faça festejar os socos que aquele cretino te deu.
— Eu não podia perder a beleza que é o seu ódio, Miranda.
Você é linda amando, mas odiando… Engraçado como o ódio te
alimenta.
— Adeus, Thomas! Fique longe de Charlotte ou eu mesma
vou esmurrar você.
Dei as costas para ele sem acreditar naquela conversa, e
entrei em casa com toda a minha energia renovada. Thomas tinha
razão, odiar me mantinha forte.
CAPÍTULO 32
“O ontem passou
E o amanhã ainda não é meu
Tudo que mudou
Me transformou no que hoje sou eu”
Mudei - Kell Smith
Meu dia foi ótimo. Depois de dormir muito mal, porque não
dava para relaxar com aparelhos me monitorando, o soro em uma
mão e o pulso da outra imobilizado, não pude levantar para escovar
os dentes, precisei de uma enfermeira para me auxiliar com o
banho, por causa do joelho e meu cabelo estava impraticável.
Mesmo assim, sorri e confirmei estar ótima todas as vezes
que um médico, enviado pelo padrinho, com toda certeza, entrava
no quarto para me avaliar. Ninguém naquele hospital tinha
profissionais tão interessados na sua saúde, como eu. E não era
legal, era… horrível!
Fiz exame no corpo todo, fui virada de um lado para o outro,
da frente para trás, de dentro para fora. Duvidava que uma pessoa
com as mesmas escoriações que as minhas precisasse passar por
tantos exames.
No final do dia, as visitas foram liberadas. Com exceção de
Patrício, claro, que conseguiu entrada livre e esteve no hospital
pelo menos cinco vezes antes das outras pessoas.
E eu recebi muitas visitas, inclusive do meu futuro sogro, que
não estava de plantão, mas atendeu um pedido especial do padrinho
e trabalhou naquele dia só para me acompanhar de perto. Dana
também compareceu. Na verdade, permaneceu uma boa parte do
tempo comigo, o que foi constrangedor, mas ela insistiu que, em
memória da madrinha, precisava cuidar de mim como se Mary
ainda estivesse aqui.
Foi com este argumento que me convenceu a aceitar a fralda,
já que meu joelho precisou ficar imobilizado, apenas para que
pudesse desinchar sem grandes traumas. Humilhação era pouco.
Patrício liberou Johnny de passar mais uma noite comigo,
assumindo a obrigação, mesmo eu dizendo não ser necessário, que
não havia conforto no hospital e que eu dormiria a noite toda. Nada
adiantou. No horário exato ele estava lá, com uma malinha de mão
e achando tudo muito divertido.
— Não podemos mudar o canal — resmungou após eu lhe
obrigar a assistir dois tempos de um filme de comédia boba
americana.
Ok! Assumo que fiz de pirraça, para que meu namorado
entendesse que não precisaria estar ali. Além do mais, não queria
que ele precisasse deixar o quarto quando a enfermeira aparecesse
para trocar a minha fralda.
— Não tem TV por assinatura, Patrício. Isso aqui é um
hospital, então, pelo horário, ou vai ser filme idiota ou pregação de
pastor evangélico. — Ele fez uma careta. — Vai dormir. Olha esse
horário!
— Eu diria o mesmo para você, Morena! Por que não está
com sono? Está com alguma dor? Quer que eu chame a
enfermeira?
— Não tem nada doendo e eu estou ótima. Só um pouco
interessada no filme. — Fiz birra.
— Nessa porcaria?
— Eu disse, TV aberta.
— Você é a dona do hospital. Poderia ao menos exigir uma
TV Smart.
— Como se não bastasse uma equipe médica inteira só para
lamber meus machucados — resmunguei.
— Não seja ingrata. Muita gente queria ter metade disso.
— Bom… eles teriam, se o padrinho não fosse controlador o
suficiente para colocar todos os profissionais do hospital a minha
disposição.
Meu namorado foi até a janela, demorou um tempo lá e então
voltou.
— Não acha estranho o seu pai estar lá no horário exato que
o carro acelerou em sua direção?
— Não sabemos se ele é mesmo o meu pai.
Desliguei a TV e me preparei para a conversa que tanto evitei
durante o dia. Patrício enfiou as mãos no bolso da calça e me
encarou, aguardando uma resposta mais adequada.
— Não, eu não acho estranho.
— Pois eu acho. — Sentou na poltrona ao meu lado. —
Conveniente, para dizer a verdade. — Estremeci.
— Eu preciso que ele fale. Quando toda a verdade for
revelada, saberei o que fazer.
— Miranda… — ele se aproximou um pouco mais. — Só
Peter pode te contar a verdade.
— Peter mentiu quantas vezes achou conveniente. Não se
esqueça deste detalhe.
— Eu sei. Mas suas opções são limitadas. Mary morreu —
falou sem qualquer sensibilidade, sendo exatamente o que Patrício
era, um homem sem filtros. — Sua mãe também. Você tem Peter,
que te ama e faria tudo por você, mesmo mentindo quando
necessário.
— Quando conveniente — interrompi.
— Que seja, mas é a palavra dele contra a de um homem que
machucava a sua mãe ao ponto de ela precisar fugir com você. E se
essa versão não é suficiente, ele tem uma ordem de restrição,
porque agredia a mulher e os filhos. Em quem você deve confiar?
Fechei os olhos, engoli com dificuldade e não consegui
responder. Eu sabia a resposta e esta não seria posta em discussão.
Porém, por este motivo, eu precisava ouvir o que aquele homem
tinha para contar. Depois disso, o padrinho me ajudaria a consertar
tudo.
— Peter precisa saber, Miranda!
— Patrício…
O celular dele tocou, interrompendo a conversa. Meu
namorado olhou para o visor e sorriu ao atender.
— Se estiver desmaiando sinto muito, mas hoje sou babá da
Miranda — provocou, deixando claro se tratar de João Pedro. —
Mentira! — falou sério, o que ganhou a minha atenção. — João, eu
estou cuidando da Miranda esta noite e… — Ele se calou para
ouvir o que o cunhado dizia.
— Qual é o problema? — falei baixinho.
— Tiffany teve o bebê — respondeu no mesmo tom, sem
esconder do cunhado que me informava.
Fui atingida por uma sensação inquietante. Primeiro, não era
a hora daquela criança nascer, então algo de errado acontecia.
Segundo, a chegada daquele filho colocava o ponto final entre Alex
e Charlotte. O ponto final verdadeiro. Alex seria oficialmente o pai
do filho de Tiffany. E eu teria que contar a minha irmã.
— Minha mãe o quê? — Resmungou alto. — Meu Deus,
minha mãe sabe ser uma pessoa horrível quando quer.
— Ela não vai ao hospital? — perguntei abismada.
— Não. Dá para acreditar? Não tem como fazer a troca a esta
hora, João.
— Patrício? — chamei, ele me ignorou.
— Eu sei que é aqui no hospital, mas Miranda não pode ficar
sozinha.
— Aqui no hospital? — falei mais alto. — Ela não podia ser
menos afrontosa? — Patrício fez uma careta, depois sentou e
escondeu o rosto na mão.
— Puta merda, João! É verdade? — ouviu mais um pouco.
— Que merda! Tudo bem. Vou chamar uma enfermeira para ficar
aqui enquanto vou lá dar esta força ao Alex.
Ele desligou e me encarou já se desculpando.
— Tiffany resolveu ter o filho aqui?
— Eu acho que está mais para o Alex ter trazido ela para cá.
— Como assim?
— Eu não quis dizer nada porque você já estava com
problemas demais. Se bem que… — Patrício parou, me analisando.
— Tiffany não é problema seu.
— E não é mesmo. Por mim ela morre! — Patrício ficou
assustado com minhas palavras. Alarmado demais para dizer a
verdade. — O que foi?
— Ela vai morrer — falou baixinho. Eu ri, e então entendi
que não era uma piada.
— Sério? — Balançou a cabeça concordando. — E o bebê?
— Não sei. Parece que está bem, mas nasceu de sete meses e
vai precisar de um monte de coisa que não sei explicar.
— E Tiffany vai… morrer? — Concordou outra vez. — Por
que?
Meus olhos ficaram úmidos. Não pela ideia de perder alguém
como Tiffany, mas por ter desejado sua morte, e me sentia péssima
por isso, e também por saber que seu filho ficaria sozinho, sem
uma mãe para amá-lo e um pai que o desejasse. Coitado!
— Ontem ela deu uma surtada. Saiu no meio da chuva que
caiu na madrugada. Com todos os problemas que já vinha
desenvolvendo, agravou o quadro. Alex foi chamado e a trouxe pra
cá. Não sei explicar o resto porque João não sabia me contar. É por
isso que ele quer que eu vá falar com o Alex. E eu acho que…
— Claro! — falei alarmada demais. — Claro, Patrício! Vá
ficar com Alex. Ajude-o. E depois… depois me diga como está a
criança, e… Tiffany.
— Digo sim. Vou chamar uma enfermeira.
— Não precisa! Estou bem. Vou dormir a qualquer
momento.
— Eu sei que não vai, Morena! Essa confusão te alarmou.
Vou pedir que tragam algo que te faça dormir.
— Tudo bem.
— Volto assim que puder. — Ele se inclinou para me beijar.
Aceitei seus lábios, mas o segurei com a mão boa quando ele
tentou se afastar.
— Eu não disse de verdade. Juro! Não quero que Tiffany
morra. — Patrício sorriu com carinho.
— Eu sei. Vou chamar a enfermeira.
Concordei e ele saiu do quarto, me deixando com toda aquela
angústia.
A enfermeira já tinha ministrado a medicação prescrita.
Mesmo assim, eu não dormia. Fingia dormir quando elas entravam
coletando informações. Mantive o quarto escuro, na medida do
possível e a TV desligada.
“O amor é um furacão
Surge no coração
Sem ter licença pra entrar
Tempestade de desejos
Um eclipse no final de um beijo”
Amar é - Roupa Nova
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