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As Funções Cognitivas e o

Envelhecimento

Cognição é a capacidade do cérebro processar as informações que recebe do


ambiente e dar uma resposta manifestada por meio de comportamento. Ou seja,
cognição envolve o pensamento, o raciocínio, o processamento e o estoque de
informações.

Essas informações podem ser verbais/auditivas (como uma história que contam
para nós), visuais (como uma paisagem que queremos guardar na memória),
olfativas (como um perfume que identificamos no ar), táteis (como adivinhar uma
textura de olhos fechados) e até pelo paladar (como adivinhar um sabor de olhos
fechados).

Ao envelhecer, é natural que algumas das habilidades cognitivas sofram mudanças.


Por exemplo, a velocidade de processamento, que é uma medida de atenção, tende
a diminuir principalmente a partir dos 60 anos de idade. Dessa maneira, acabamos
demorando mais para fazer uma conta matemática, ou para reagir diante de um
estímulo como uma bola que vem em nossa direção.

Por outro lado, a nossa linguagem tende a se aprimorar até o final de nossa vida:
podemos aprender mais e mais palavras, e não perdemos o significado das
que já conhecemos.

Essas características podem ser diferentes nos casos em que o envelhecimento


cognitivo não é saudável, ou seja, quando surgem doenças neurodegenerativas,
como no caso da demência de Alzheimer. Pessoas com essa doença tendem a
apresentar dificuldades muito mais intensas para utilizar a memória, por exemplo.

E como fazer para garantir um envelhecimento cognitivo saudável? Infelizmente,


não há uma fórmula certa nem garantias. Até onde se sabe atualmente, alguns
fatores podem prorrogar o surgimento de problemas cognitivos. Dentre eles, uma
boa nutrição na infância, um alto número de anos de estudo (dentro da época

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esperada), profissões que sejam estimulantes para a mente (que exijam raciocínio,
lidar com situações novas, tomar decisões, aprendizado constante) e o controle de
doenças cardiovasculares (controle de alimentação e prática de exercícios físicos;
tratamento de fatores de risco como hipertensão arterial e hipercolesterolemia; e
não nutrir hábitos como fumar e beber) podem ajudar.

"Na terceira idade, além desses cuidados com a saúde física, dois aspectos podem
ajudar na preservação cognitiva: a manutenção de redes sociais (família, amigos,
vizinhos, colegas de atividades feitas em grupo) e a estimulação cognitiva. É
nesse último aspecto que este grupo poderá lhe(s) ajudar a se manter mentalmente
saudável(is).

Uma das coisas importantes que se sabe hoje em dia é que, se tivermos
problemas de memória, as chances de aprendermos melhor aumentam
quando aprendemos certo. Por isso, o material apresentado no grupo poderá ter
dois níveis: um mais fácil e um mais difícil. Incentivamos todas as pessoas a
responderem primeiro ao nível 1 (mais fácil), para então decidirem, junto com seu
terapeuta, se devem ou não tentar o nível 2 (mais difícil). Assim, é mais provável
que vocês aprendam de maneira mais gradual e a partir de acertos, e não de erros -
afinal, é mais provável errar na tarefa mais difícil se não treinarmos antes com uma
tarefa mais fácil.

Assim, nossos objetivos hoje são: fazer vocês aprenderem o que é cognição e
conhecerem um pouco mais sobre o seu perfil cognitivo. Esse perfil é
individual, assim como as demais características que vocês têm: seus traços físicos,
sua personalidade, detalhes seus que chamam mais a atenção ou que são mais
parecidos com a maioria das pessoas. Dessa mesma maneira, o seu perfil cognitivo
certamente é marcado por pontos fortes, pontos fracos e características muito
semelhantes às de outras pessoas.

Texto retirado do livro: Estimulação Cognitiva de idosos. Editora Manole. 2020

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