Segundo as teorias desenvolvidas por Eric Erickson, a cada etapa da vida o
indivíduo cresce a partir das exigências internas do seu ego, mas também das exigências do meio em que vive.
Sendo importante a análise da cultura e da sociedade do sujeito.
Cada estágio o ego passa por crises podendo ter uma desfecho positivo (ritualização) ou negativo (ritualismo).
Se positivo - Ego mais rigo e forte.
Se negativo - Ego mais fragilizado. A cada crise, a personalidade vai se reestruturando e se reformulando de acordo com experiências vividas. O Ego vai se adaptando aos sucessos e fracassos.
1. Confiança Básica x Desconfiança Básica (Infância inicial - 0 á 1 ano)
Atenção da criança se volta para quem provê conforto - Mãe Satisfaz suas ansiedades e necessidades. Primeira relação social do bebê. No sentimento de falta da mãe é que a criança começa lidar com a força básica. A força que nasce é a esperança. Quando a criança se da conta da ausência da mãe, cria- se a esperança de sua volta. Quando a mãe volta compreende que é possível querer e esperar. Começa a entender que objetos e pessoas existem, mesmo que elas na estejam vendo por um tempo. Quando o bebê vivencia estas descobertas de forma positiva, ou seja, quando a mãe confirma suas expectativas - surge a confiança básica. Sensação de que o mundo é bom. Que as coisas podem ser reais e confiáveis. Quando vivencia de forma negativa - surge desconfiança básica. Sensação de que o mundo não corresponde - mundo é mau e ingrato. A partir daí começamos a perceber traços da personalidade se formando. É importante que a criança conviva com pequenas frustrações. Ela vai aprender a definir quais esperanças são possíveis de serem realizadas. Dando a noção das regras que regem o mundo. Nessa fase o bebê vê a mãe com um ser supremo. Começa as identificações com a mãe - sua única referência social. Se a identificação for positiva - cria-se o seu primeiro e bom conceito de si e do mundo (representado pela mãe) Se a identificação for negativa - temos o idolismo (culto ao herói), o bebê acha que nunca vai chegar ao nível da sua mãe. A criança vai se tornar agressiva e desconfiada, mais tarde vão se tornar menos competentes, menos entusiasmadas e menos persistentes. A importância da confiança básica implica que não só aprendeu a confiar na uniformidade e na continuidade dos provedores externos, mas também em si próprio e na capacidade dos seus próprios órgãos para fazer frente aos seus impulsos e anseios. 2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (2 á 3 anos) A criança tem algum controle dos seus movimentos musculares - direciona sua energia as experiências ligadas à atividade exploratória e à conquista de autonomia. Compreende que não pode usar sua energia exploratória à vontade, tem que repeitar certas regras sociais e incorporá-las a seu ser. A aceitação desse controle social implica no início do aprendizado do que se espera dela - seus privilégios, obrigações e limitações. Surge o poder de julgamento, já que ela está aprendendo regras. A questão é que os adulto usam da vergonha e do encorajamento para dar o nível certo de autonomia. Expor a criança a contante vergonha - estimula o descaramento e a dissimulação como forma de defesa, ou sentimento permanente de vergonha e dúvidas de suas capacidade e potenciais. A vergonha é nesse caso uma raiva dirigida a si mesmo, já que pretendia fazer algo sem estar exposto aos outros, o que não aconteceu - gerando culpa. Sentimento de auto controle sem perder auto-estima resulta em um sentimento constante de boa vontade e orgulho. Perda de autocontrole e super controle exterior gera uma uma propensão duradoura a dúvida e vergonha. Na aprendizagem do controle nasce a força básica da vontade, que manifesta na livre escolha - crescimento sadio da autonomia. Se manifesta na manipulação de objetos. Verbalização se inicia. Locomoção que avança em suas capacidades. Tudo que possibilite um atividade exploratória com autonomia e independente. Se ao invés de vontade o controle toma forma de regra a ser cumprida a qualquer preço, algo mau e perseguidor - a criança se torna legalista, começa a achar que a punição tem que ser aplicada incondicionalmente, a punição vence a compaixão. se mobiliza com a punição do outro que perdeu o controle. se sente aliviado quando é punido. Principal cuidado dos pais é dar o grau certo de autonomia. Exigir demais - não consegue dar conta e a autoestima vai baixar. Exigir pouco - sensação de abandono e dúvida das capacidades. Amparada ou protegida demais - a torna frágil , insegura e envergonhada. Pouco amparada - sentirá exigida além das capacidades. Os pais tem que dar a sensação de autonomia e ao mesmo tempo estar sempre perto, prontos a auxilia-la nos momentos em que a tarefa estiver além de suas capacidades. Se a criança se sentir envergonhada de demais por não dar conta ou os pais reprimem demais sua autonomia - entenderá que todo problema, toda dúvida e vergonha vieram de seus pais, adultos, objetos externos. A criança fica tensa na presença dos pais e de outros adultos, podendo achar que só pode se expressar longe deles.