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BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

Lição nº 18

Sumario:

Biologia molecular das neoplasias

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 s.

Objectivo:
Conhecer os tipos de neoplasias, como se originam, classificação e factores que
favorecem o seu aparecimento.
Referência Bibliografica: Junqueira e Carneiros; Biologia celular e Molecular, unidade
16, Celulas Cancerosas; 9ª edição, ed. Guanabara Koogan, pag.315
Neoplasia
É uma proliferação desordenada de celulas no organismo, formando, assim, uma massa
anormal de tecido.

Tipos de neoplasias

Tumor primario ou neoplasia benigna: São celulas com proliferação desordenada,


mas permanecem agregados, formando uma massa única.
Tumor secundario, Câncer ou neoplasias malignas: Células com proliferação
desordenada e capacidade de criar metástase e invadir outros tecidos.
Essa capacidade invasiva é a propriedade que define as neoplasias malignas que
apresentam padrão de crescimento desordenado e bordas irregulares que se estendem
penetrando nos tecidos vizinhos.

(A) Tecido epitelial normal sem qualquer alteração, (B) inicio de uma proliferação desordenada das celulas epiteliares devido a u ma
mutação genêtica “Baixo grau”, (C) neoplasia das celulas epiteliares com alto grau de diferenciação, (D) neoplasia maligna a
proliferação se estende até ao tecido subjacente.

Origem do tumor e cânceres


O câncer surge de uma única célula que sofreu mutação, multiplicou-se por mitoses e
suas descendentes foram acumulando outras mutações que se foram somando, até darem
origem a uma célula cancerosa em consequência da ação conjunta dessas mutações
A célula cancerosa prolifera muito, perde a capacidade de aderência, secreta enzimas
que atacam a matriz extracelular, invade os tecidos vizinhos, penetra nos vasos
sanguíneos e linfáticos e se espalha pelo organismo, estabelecendo-se e proliferando em
locais distantes de sua origem, nos quais produz tumores secundários: as metástases
Propriedades-chave que capacitam as celulas a se tranformarem em malignas:
Autosuficiência nos sinais de crescimento, Insensibilidade aos sinais inibidores de
crescimento; Evasão da apoptose; Potencial de replicação ilimitado; Angiogênese;
Capacidade de invadir e metastatizar; Defeitos no reparo do DNA.

Classes de genes que são alvos da lesão genética:


Os genes que participam da formação de tumores são principalmente os que, nas células
normais, estão envolvidos com o controle do ciclo celular, reparação do DNA
danificado e apoptose; podem ser:
 Genes supressores de tumores
 Protooncogenes (oncogenes)

Os genes supressores de tumores


Produzem fatores (proteínas) que inibem o processo de proliferação da célula, quando
em condições normais, quando acontecer uma mutação pode haver ocorrência de
tumores.
Genes Supressores Localização Tumor ou cancer
de tumores Cromossômica provocado pela mutação
APC 5q21 Polipose Familiar

WT-1 11p13 Tumor de Wilms

Rb 13q14 Retinoblastoma,
Osteossarcoma
p53 17p12-13 Quase todos tumores
Sindrome de fraumeni
NF-1 17q11 Neurofibromatose de
Von Recklinghausen

DCC 18q21 Carcinoma do cólon

BRCA1-2 17q21.31 Cancro da mama e do


ovario

NB: Os genes supressores de tumores são recessivos, isto é, o efeito cancerígeno


só aparece quando eles estão ausentes ou são defeituosos nos dois cromossomos do
genoma.
Proto-oncogenes
Em condições normais, são genes que participam do controle da proliferação celular
para constituir os tecidos normais do organismo. Com funções especificas como:
• Emitem sinais para a célula se dividir;
• Codificam receptor na superfície da célula;
• Fatores de crescimento;
• Codificam proteínas que atuam como fatores nucleares de transcrição do DNA.

Quando atuam nos momentos certos e de modo controlado, esses genes são chamados
proto-oncogenes. Quando estão alterados e entram em atividade codificando suas
proteínas nas ocasiões em que não são necessárias, ou quando formam proteínas
modificadas, originam tumores e passam a ser denominados oncogenes.

Proto- Localização Doença


oncogenes Cromossômica
neu Adenocarcinoma da mama, ovário e
estômago.
N-myc Neuroblastoma, carcinoma do pulmão
(carcinoma de pequenas células)
L-myc Carcinoma do pulmão

H-ras Carcinoma do cólon, pulmão e


pâncreas; melanoma.
N-ras Carcinoma das vias urinárias;
adenocarcinoma da tíreoide;
src Carcinoma do cólon {intestino grosso)

trk Adenocarcinoma da tireoide

gip Carcinoma do ovário,


adenocarcinoma da glândula adrenal.
TPC: pesquisa em que cromossomo e qual é o gene afectado nos oncogenes acima descritos.

Importante: Os oncogenes, são mutações dominantes. Basta uma cópia do oncogene


no genoma para causar a transformação da célula normal em célula cancerosa.

Nomenclatura (regras)

Tecido epitelial de revestimento e glandular


Tumores benigno originados de células epiteliais de revestimento ou glandular têm a
seguinte nomenclatura:
Prefixo: Nome do tecido afectado + sufixo: oma.
Exemplo: tumor no tecido glandular
Adeno+oma= Adenoma
Tumores malignos originados de células epiteliais de revestimento ou glandular são
geralmente chamados de carcinomas.
Prefixo: Nome do tecido afectado + sufixo: carcinoma.
Exemplo: Canêr no tecido glandular
Adeno+carcinoma= Adenocarcinoma

Tumores maligno de origem nas células blásticas:

(que ocorrem mais freqüentemente na infância e/ou na vida intra-uterina)

Tecido original+ sufixo "blastoma“

Ex: Hepatoblastoma: tumor maligno do tecido hepático jovem;

Nefroblastoma: tumor maligno do tecido renal jovem.

Epônimos: São tumores malignos que receberam os nomes daqueles que os


descreveram pela primeira vez:

 Linfoma de Burkitt;
 Doença de Hodgkin;
 Sarcoma de Ewing;
 Sarcoma de Kaposi;
 Tumor de Wilms (nefroblastoma);
 Tumor de Krukemberg (adenocarcinoma mucinoso metastático para ovário).

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