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Título do trabalho:
Chókwe, 2018
Índice
Dedicatória........................................................................................................................................i
Agradecimentos................................................................................................................................ii
Resumo............................................................................................................................................iii
Summary.........................................................................................................................................iv
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.1. Contextualização....................................................................................................................1
1.1. Problemática..........................................................................................................................2
2.1. Honorários.................................................................................................................................5
3.1. Metodologia.............................................................................................................................11
4.2. Resumo comparativo dos resultados de algumas pesquisas com os resultados encontrados
com relação aos determinantes de honorários de auditoria externa............................................36
Conclusões......................................................................................................................................38
Recomendações..............................................................................................................................41
5. Lista de Bibliografias.................................................................................................................42
Declaração
Declaro por minha honra que este Trabalho de Culminação do Curso é resultado da minha
investigação pessoal e da orientação do meu tutor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro
ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para propósito
semelhante ou obtenção de qualquer grau académico.
Lionde, ______de_________de______
___________________________________________
(Avelino José Mahumane)
Dedicatória
i
Agradecimentos
ii
Resumo
iii
Summary
iv
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em 2015 a cidade de Maputo contava com
cerca de 317 empresas de contabilidade, este numero tem vindo a crescer devido a também
crescente procura pelos serviços contabilísticos pala sua grande importância que segundo
Dallabona, Melz, Santos e Nunes (2013) é de fornecer informação sobre a saúde financeira e
económica das organizações, para que os empresários consigam, de forma concreta, tomar
decisões visando o crescimento financeiro e social de suas empresas. Em alguns casos, devido as
exigências dos utentes da informação contabilística, a mesma passa por um processo de auditoria
externa de forma a lhe assegurar a sua qualidade e credibilidade. Estes serviços são prestados em
contrapartida do pagamento de honorários que segundo estudos anteriores as empresas de
contabilidade tem dificuldades em mensurar os próprios honorários, devido são facto de não
existir no mercado um parâmetro para determinar o preço destes serviços como refere Lizonete,
Terres, Volaco, filhos e Scheidtn (2013), estes autores salientam também que a má formação dos
honorários impacta directamente no lucro dos escritórios de contabilidade, pois muitos escritórios
trabalham em prejuízo para manter o cliente sem ter conhecimento disso.
1
estruturada e análise documental (Demonstrações Financeiras auditadas e o valor cobrado pela
mesma).
1.1. Problemática
Segundo Lizonete, Terres, Volaco, filhos e Scheidtn (2013) o mercado actual não tem um
parâmetro definido de cobrança dos honorários contabilísticos, o que faz com que exista uma
grande divergência de valores, pois apesar da existência de tabelas mínimas elaboradas pelos
sindicatos das diversas regiões, na prática, tais tabelas quase nunca são adoptadas. A inexistência
de uma metodologia uniformizada para determinar os honorários dos serviços de contabilidade e
auditoria leva autores como Thomé (2001), a dizer que “é impossível fixar o preço correcto para
o serviço de contabilidade a ser realizado, surgindo deste modo cobrança de honorários
diferentes”. Outro facto que gera dificuldades de fixar honorários dos serviços segundo o
Conselho Regional de Contabilidade do Estado de Ceará (2009), é que o serviço não apresenta
um aspecto de um bem material, é um bem intangível, de complexa mensuração.
Num mercado cada vez mais competitivo é de estrema importância que as empresas sejam
transparentes nas suas actividades e desempenho, deste modo, no contexto de formação de preços
de serviços de contabilidade e auditoria, quando há transparência com o cliente, o mesmo sentir-
se-á seguro sabendo que pagou um preço justo pelo serviço consumido, este facto garante que a
empresa prestadora de tal serviço ganhe uma vantagem competitiva face a outras. Outro facto
relevante é de que com o conhecimento dos critérios e dos factores que concorrem na formação
de preços de serviços de contabilidade e auditoria torna-se fácil de se estimar o valor a cobrar ou
a pagar por um serviço de contabilidade e/ou auditoria externa.
3
1.4. Estrutura do Trabalho
A estrutura deste trabalho apresenta 5 (cinco) capítulos que a seguir se apresentam: o primeiro
capítulo (I) contextualiza o tema, apresenta o problema e a respectiva questão de pesquisa,
apresenta a justificativa e os objectivos do estudo. O segundo capítulo (II) expõe o
enquadramento teórico do tema, apresentando alguns conceitos fundamentais que norteiam o
estudo, também apresenta os factores que as entidades no geral podem considerar na formação
dos preços dos seus produtos ou serviços, ainda neste capítulo são apresentados os resultados de
estudos antecedentes sobre os factores considerados pelas empresas de contabilidade para
determinar os preços dos serviços contabilísticos, assim como se expõe também estudos sobre as
variáveis determinantes dos honorários de auditoria externa. O terceiro capítulo (III) deste estudo
apresenta a metodologia que foi usada para se alcançar os objectivos pretendidos, onde se
apresenta o tipo de pesquisa, o método da investigação, a população, a amostra e o espaço
amostral, assim como a equação e as variáveis do estudo. O quarto capítulo (IV) mostra a
apresentação e a análise dos resultados sobre os critérios que estão sendo usados pelas
consultorias sedeadas na cidade de Maputo nos dias actuais, assim como as variáveis que
explicam a variação dos honorários de auditoria externa. O quinto e último capítulo (IV) deste
trabalho apresenta as conclusões alcançadas e as sugestões.
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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo apresenta alguns principais conceitos que norteiam esta pesquisa, assim como a
discussão dos resultados de estudos anteriores sobre os critérios ou técnicas usados pelos
contabilistas na formação de preços dos serviços contabilísticos. Também são apresentados no
mesmo capítulo, resultados de estudos realizados em varias partes do mundo sobre os factores
determinantes dos honorários de auditoria externa.
2.1. Honorários
Segundo Oliveira (2007), o vocábulo "honorário" tem origem latina, e seus primeiros registos
remontam à Roma Antiga. Derivado do latim honorarius, cujo radical honor também dá origem à
palavra honra, o termo tem sua acepção clássica traduzida como sendo toda a coisa ou valor dado
em contraprestação e que é recebida em nome da honra, sem conotação pecuniária. Pode se
entender honorário como forma de honrar alguém. Em geral é usado como adjectivo para indicar
que uma pessoa dispõe das honras, mas não da propriedade, de um cargo, uma dignidade ou
emprego. Quando o conceito é usado no plural (honorários), diz respeito a remuneração que
recebe um profissional liberal pelo seu trabalho, ou seja, pagamento que um profissional aufere
no exercício de sua profissão de forma independente
5
2.3. Formação de preço de venda de produtos ou serviços
O preço de venda é uma etapa que requer um cuidado especial para que o mesmo possa cobrir as
despesas e custos necessários e ainda fornecer o lucro desejado. Segundo Lizonete et al (2013), a
formação do preço de venda dos produtos, mercadorias e serviços, envolve inúmeros fatores em
sua composição; entre eles se destacam: estrutura de custos; demanda (mercado); ação da
concorrência; governo e objetivos pretendidos com o produto, mercadoria ou serviço.
A seguir são apresentados alguns resultados de estudos anteriores sobre a formação de preços dos
serviços de contabilidade no que concerne aos factores que eram considerados no âmbito
determinação do preço desses serviços. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2003), a
base ideal para a formação de honorários deve ser o levantamento dos custos totais por cliente,
considerando os custos fixos e variáveis, para possibilitar a plena satisfação das obrigações
assumidas.
7
Em seu estudo de caso em uma consultoria os autores Lizonete et al (2013) notaram que a mesma
efectuava um minucioso controlo dos seus custos directos, considerando, inclusive, as horas
trabalhadas por seus funcionários com cada cliente, e com base nas horas alocadas directamente
em cada cliente eram efectuados os rateios de todos os demais gastos considerados indirectos, e
sobre os gastos totais a empresa acrescentava uma margem de lucro variável de 15% a 30%. Com
isso, concluíram que a forma de calcular o preço de venda de serviços de contabilidade, através
do método custo/hora fazia com que a empresa conseguisse chegar mais próximo do preço de
venda correcto de seus honorários. Por sua vez, os resultados de Dallabona et al (2013), também
mostraram o critério custo/hora como o adoptado pelas consultorias do município de Tangará no
Brasil, estes acrescentaram o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço, como outros
factores que condicionavam o processo de formação de preços dos serviços de contabilidade,
detestes factores, foram destacados complexidade e a dificuldade de cada serviço, como sendo os
principais determinantes.
Segundo Castro et al (2015) A forma intuitiva de determinação das despesas se dá pela equação
simples entre horas estimadas (custo) e taxa horária a ser aplicada, podendo ser expressa pela
seguinte equação: “Despesas de auditoria = HR (Quantidade de horas estimadas) x TX (taxa por
hora a ser cobrada) ”, segundo estes autores, essa forma de cálculo permite ao auditor negociar a
8
cobrança de horas adicionais quando as horas incorridas divergirem de forma significativa das
orçadas.
Felix Jr., Gramlinga e Maletta (2001) constataram que a auditoria interna contribui para reduzir
os honorários. Tal facto reforça a premissa de que a qualidade das estruturas de controlo interno
auxilia na redução das despesas de auditoria, revelando que a qualidade da auditoria interna
afecta a dos controles internos da empresa.
De acordo com o modelo de Souza (1995), a formação de preços dos serviços de auditoria
externa, obedece 11 (onze) etapas, sendo que a etapa inicial do processo é o pedido do cliente, e é
seguida pela avaliação inicial da empresa de auditoria sobre a viabilidade de execução do serviço
requisitado pela empresa cliente. A terceira etapa do processo analisa as especificações do
serviço a ser prestado, e para tanto, as empresas de auditoria realizam um estudo in loco que
resulta no planeamento da auditoria. Como etapa seguinte, realiza-se a definição de como as
estimativas devem ser preparadas, tendo como base o planeamento de auditoria e distribuição do
trabalho. A partir dessas etapas, realiza-se a preparação das estimativas e da proposta, conforme
recomendações da NBC (2003). Como sétima etapa do processo, realiza-se a análise do preço
final a ser cotado, resultando ou não no refinamento das estimativas. Como etapas finais do
processo, ocorre a submissão do preço à empresa.
Segundo Calderon; Wang; Klenotic, (2012) Os honorários podem ser definidos como uma
resposta dos esforços e do risco da auditoria. Em relação ao risco de auditoria tem que se levar
em conta nos honorários os fatores do risco histórico da empresa e o risco atual do serviço da
auditoria. Elliot, Ghosh e Peltier (2013) observaram que o risco é incorporado no valor dos
honorários de auditoria, verificando que na troca de auditor, o novo responsável pelo serviço,
quando é uma firma Big-Four estará propenso a cobrar maior honorários quando houver eventos
negativos que envolva um maior risco para a entidade.
Estudo feito no Canadá por Chung e Lindsey (1988), mostrou a existência de uma relação
aproximadamente linear entre a taxa de auditoria e os activos totais ou as vendas de uma
empresa. Além disso, o número de subsidiárias e o nível de inventário foram considerados
determinantes e estatisticamente significativos, o montante de recebimento de clientes foi
considerado um determinante significativo da taxa de auditoria para as pequenas empresas. Toda
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via, o estudo de Chan et al (1993), nas empresas cotadas no Reino Unido, apontou as seguintes
variáveis como as que explicavam a variação dos honorários de auditoria independente: o
tamanho de auditoria, o retorno sobre o património líquido, o número de subsidiárias, o atraso
entre o final do ano e a data do relatório de auditoria, o tamanho do auditor, uma medida de
diversificação de auditoria, a estrutura de propriedade do auditado, e se o auditor estava baseado
em Londres.
Por sua vez, o estudo feito por Zhang e Myrteza (1996) nas empresas listadas na Austrália,
mostrou através da análise de correlação que o tamanho do auditado era o mais importante factor
que explicava os pagamentos das taxas de auditoria. Esses resultados coincidem com os
encontrados em Bangladesh por Karim e Molzer (1996) e os obtidos na Indonésia por Rusmanto
e Waworuntu (2015). Estes últimos autores concluíram também usando o modelo desenvolvido
por Wu (2012) usando Regressão Linear Múltipla (RLM) que os factores como o lucro,
complexidade de negócios e número de subsidiárias, não eram significativos na determinação da
taxa de auditoria.
O estudo de Cunha, Brighenti e Degenhart (2015) revelou que no contexto brasileiro das
empresas listadas na bolsa de valores, os factores que influenciam os honorários de auditoria são
os honorários de não auditoria, o tamanho da empresa auditada, o número de subsidiárias, a
existência do comité de auditoria e o fato da empresa de auditoria ser Big Four (Nomenclatura
usada para se referir as 4 maiores empresas especializadas em auditoria e consultoria do mundo,
tais empresas são: Ernest &Young, PwC, Deloitte e KPMG). O estudo de Borges, et al (2016),
feito nas empresas brasileiras de capital aberto, apontou uma relação estatisticamente
significativa e positiva entre os honorários e o tamanho da empresa auditada, risco,
complexidade, histórico de prejuízo, adopção de práticas de governança corporativa, tamanho das
firmas de auditoria e a lucratividade. Estes resultados coincidem com os encontrados por Hallak e
Silva (2012) e Castro et al (2015)
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CAPITULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1. Metodologia
A metodologia oferece procedimentos e caminhos para se atingir a realidade teórica e prática de
um determinado campo de estudo (Ribas & Fonseca 2008), neste contexto, apresentam-se a
seguir os procedimentos metodológicos usados para alcançar o objectivo desta pesquisa que era o
de analisar os critérios de formação de preços de serviços de contabilidade e auditoria externa nas
firmas de contabilidade e auditoria sedeadas na cidade de Maputo.
11
3.3. Método da pesquisa
O método desta pesquisa caracteriza-se como indutivo por que infere os resultados da amostra
para todas consultorias da cidade de Maputo. O procedimento do método foi monográfico e
estatístico por que estudou um tema específico que obedeceu rigorosamente a metodologia
definida, assim como estabelecer relação entre variáveis (Lakatos e Marconi, 2003, p.107).
Os dados qualitativos desta pesquisa foram obtidos através de um inquérito por questionário com
respostas pré-codificadas, de forma que os inqueridos escolhessem as suas respostas entre as que
lhes foram formalmente propostas. Segundo Quivy e Campenhoudt (2005) o inquérito por
questionário consiste em colocar a um conjunto de inqueridos, geralmente representativo de uma
população, uma serie de perguntas relativas à sua situação social, profissional ou familiar, às sua
opiniões, à sua atitude em relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas expectativas,
ao nível de conhecimentos ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou sobre
qualquer outro ponto que interesse os investigadores.
N∗Z 2 α ∗p∗(1− p)
2
n= 2 2
[1]
E ∗( N−1 ) + Z α ∗p∗(1− p)
2
Onde n é a amostra calculada, N – população (317 firmas para este caso), Z – variável normal
padronizada associada ao nível de confiança (admitindo um grau de confiança de 95% para este
estudo e com Z igual a 1.96 pela forma de distribuição de Gaus), E – erro amostral (admite-se
12
uma margem de erro de 5% para a presente pesquisa) e P – verdadeira probabilidade do evento
50%. O resultado do tamanho da amostra calculada foi de 50 firmas de contabilidade. Entretanto
por questões de acessibilidade a informações foi possível trabalhar com apenas 38 consultorias.
Este objectivo foi alcançado através de um inquérito por questionário conforme já indicado
(ponto 3.4.) que apresentava questões e alternativas sugeridas em alguns estudos (Dallabona et al
2013 e o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de Ceará 2009), e outras acrescentadas
nesse estudo de forma que os inqueridos pudessem escolher as suas respostas entre as que lhes
foram formalmente propostas. Para não limitar as respostas dos inquiridos, cada questão
apresentava depois das alternativas sugeridas um espaço em branco intitulado opção aberta, para
que quando fosse preciso, o inquerido pudesse acrescentar mais alternativas que julgasse
relevantes. Os resultados desses questionários foram analisados e organizados em tabelas do MS
Exel 2013, onde foi possível determinar o percentual das respostas por alternativa, essas tabelas
foram posteriormente transferidas para o MS Word 2013 onde o trabalho foi integralmente
redigido.
Este objectivo foi alcançado através de um inquérito por questionário conforme já indicado
(ponto 3.4.), de forma que os inqueridos pudessem escolher as suas respostas entre as que lhes
foram formalmente propostas. Para não limitar as respostas dos inquiridos, cada questão
apresentava depois das alternativas sugeridas um espaço em branco intitulado opção aberta, para
que quando fosse preciso, o inquerido pudesse acrescentar mais alternativas que julgasse
relevantes. Os resultados desses questionários foram analisados e organizados em tabelas do MS
Exel 2013, onde foi possível determinar o percentual das respostas por alternativa, essas tabelas
13
foram posteriormente transferidas para o MS Word 2013 onde o trabalho foi integralmente
redigido.
O objectivo específico a cima indicado foi concretizado por via da metodologia sugerida por
Castro et al (2015) e Borges et al (2016), que é o modelo econométrico de Regressão Linear
Múltipla (RLM), modelo que irá explicar o comportamento dos honorários de auditoria
independente (variável dependente) em função das variáveis independentes. Segundo Marôco
(2014), o modelo de RLM é apresentado a seguir pela equação 2:
Y j= β 0+ β 1 X1 j+ β2 X2 j + . . .+ β p X Pi + εj ( j =1 , . . . n ) [2]
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Homocedasticidade: a variância de cada variável aleatória é finita e sempre a mesma
para qualquer observação (homocedasticidade) (Pestana & Gageiro, 2005, pp. 21 - 22),
O que significa que dispersão das observações à volta da reta da regressão é constante.
Ausência de correlação: as variáveis aleatórias referentes a duas observações diferentes
não estão correlacionadas entre si, sendo a sua variância zero (Pestana & Gageiro, 2005,
pp. 22 - 23):
ε i N (0 , σ )
Não existe perfeita multicolinearidade : admite-se que as variáveis não estão perfeitamente correlacionadas umas com as outras. De
salientar que, o número de observações n tem de ser superior ao número de variáveis exógenas.
O Quadro 01 a seguir apresentado ilustra a descrição das variáveis que foram usadas neste estudo
e que segundo Borges, et al., (2016) constituem um conjunto das mais das mais utilizadas pelas
pesquisas prévias.
Variável Descrição
(Honorários de Logaritmo do valor total pago de honorários de auditoria (Variável
auditoria) dependente)
15
HonAud
Desempenho do Representada pela relação entre o lucro líquido e o activo total da
cliente (ROA) empresa
Lucratividade (Luc) Calculada pela relação entre lucro líquido e receita de vendas
Tamanho do Auditor Variável dummy, sendo: 1 (um) se a empresa é auditada por uma
(BigF) BigFour e 0 (zero) caso contrário
Prejuízo (Prej) Variável dummy, sendo: 1 (um) se a empresa apresentou prejuízo no
exercício corrente e 0 (zero) caso contrário
Risco Passivo circulante dividido pelo activo total
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CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo foram apresentados os resultados da análise dos questionários endereçados a uma
amostra das consultorias prestadoras dos serviços de contabilidade e auditoria sedeadas na cidade
de Maputo, sobre os critérios de usados na formação de preços desses serviços, o que constituía o
objectivo principal deste estudo. Assim como foram apresentadas as variáveis que explicam o
comportamento dos honorários de auditoria externa através do modelo econométrico de
Regressão Linear Múltipla.
O universo a que se pretendia inferir os resultados da pesquisa era caracterizado por 317
consultorias do ramo de contabilidade e auditoria, onde sobre as quais foi determinada uma
amostra de 50 consultorias, e que por motivos de acessibilidade a informações foi possível
inquerir apenas a 38 consultorias, número que representa 76% da amostra desejada e 12% da
população a que se pretendia inferir os resultados.
Conforme o ilustrado na tabela 01 maior parte (44.74%) das consultorias inqueridas são
sociedades por quotas de responsabilidade limitada, seguidas de empresas em nome individual
(24.21%) e por fim as sociedades por acções (sociedades anónimas) que representam 21.05% da
amostra.
17
Análise dos critérios usados na determinação de preços dos serviços de contabilidade
Opção Total %
Sim 0 0
Não 38 100
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Os resultados indicados pela tabela 02 demonstram de forma clara que não existe nenhum
parâmetro preestabelecido que permita aos profissionais de contabilidade a determinação de seus
preços com segurança como já tinha sido constatado no Brasil por Lizonete et al (2013). Assim,
cabe a cada consultoria encontrar um método que julgar conveniente e segura para estabelecer os
seus preços, sendo que esta medida pode provocar uma grande desigualdade de preços no
mercado, levando a uma concorrência desleal.
A segunda questão do questionário visava saber dos inqueridos da variação ou não dos
honorários cobrados pelos serviços prestados. Os resultados dessa questão são apresentadas na
tabela 02 abaixo indicada.
Opção Total %
Sim 0 0
Não 38 100
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Pode-se claramente observar a partir dos resultados dessa questão que os honorários dos serviços
contabilísticos não é um valor fixo preestabelecido pelos contabilistas, mas sim pode variar de
acordo com certos factores a serem indicados pelas questões subsequentes da presente pesquisa.
18
A terceira questão da pesquisa visava conhecer dos questionados, os factores que estão por de
trás da determinação dos preços dos serviços contabilísticos. Os resultados desta questão
mostraram que o factor principal usado pelos contabilistas para fixar o preço de seus serviços era
o porte da empresa, compreendido de diversas formas (activo total, lucratividade, numero de
empregados).
As alternativas mais mencionadas conforme ilustra a tabela 03, formam “o tamanho da empresa
(97.37%) ”, (expresso de diversas formas, tais como, o activo total, a lucratividade da empresa e
o numero de empregados), o “o custo do material e pessoal necessário para realizar o serviço
(78.95%) ”, o “o volume e/ou complexidade do serviço (100%) ” (expresso pelo número de
lançamentos, o numero de papéis e/ou tipo de operações contabilísticas), e o tempo necessário
para realizar o trabalho (92.11%). Estas constatações coincidem com os encontrados pelo
CRCEC (2009) no seu estudo que visava conhecer os principais factores relacionados ao custo e
a formação de preços dos serviços de contabilidade, assim como os de Dallabona et al (2013) que
encontraram o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço, como alguns dos factores que
condicionavam o processo de formação de preços dos serviços de contabilidade.
Opção Total %
O tamanho da empresa – cliente 37 97.37
O custo de material e pessoal necessário para executar o serviço 30 78.95
Habilidade e experiência que o trabalho exige; 1 2.63
A peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente 9 23.68
Preços aplicados pela concorrência; 15 39.47
Margem de lucro desejada; 2 5.26
A complexidade/volume do serviço a executar; 38 100.00
O tempo necessário para realizar o trabalho; 35 92.11
Gastos gerais da consultoria; 2 5.26
O ramo da actividade económica da empresa - cliente; 11 28.95
Opção aberta 18 47.37
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
A análise das opções abertas indicou mais alguns factores de forma significativa tais como, a
qualidade do serviço prestado (5.26%), a responsabilidade sobre o serviço prestado (7.89%), o
tipo de serviço a ser realizado (13.16%) e a situação financeira da empresa contratante dos
serviços (18.42%).
19
A quarta questão desta pesquisa procurava saber dos profissionais inqueridos, o grau de
satisfação com os honorários que cobram pelos serviços prestados como indica a tabela 04. A
maioria dos inqueridos respondeu “não”, indicando uma insatisfação com relação aos
rendimentos resultantes da prestação de serviços de contabilidade.
Tabela 5: Acha que os honorários que recebe remuneram adequadamente os serviços que
presta?
Opção Total %
Sim 6 15.79
Não 25 65.79
Opção aberta 7 18.42
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Da análise das opções abertas foi possível notar que parte significativa (18.42%), não estão
satisfeitos nem satisfeitos com os rendimentos que auferem na prestação de seus serviços, tendo
indicado mais opções de resposta como, “depende de cada serviço prestado (10.53%) por que
existem micro clientes que não tem a mesma capacidade de pagamento como as grandes
empresas”, “os meus honorários estão muito abaixo do que deveria cobrar (5.26%) ”. Entretanto
2.63% dos inqueridos afirmaram estar muito satisfeitos com o que ganham (“Sim, pois, prefiro
perder clientes que receber o que não mereço”, “Sim, pois valorizo o meu trabalho e trabalho
com seriedade”). Outros indicaram que “não, por que trabalho com pequenas empresas e estas
não tem capacidade de pagar o valor justo do meu serviço”
Como forma de se esclarecer a questão a cima, seguiu-se uma quarta questão que visa saber dos
profissionais de contabilidade, os motivos que dificultam a cobrança de honorários que
satisfaçam de forma adequada os serviços por eles prestados, de modo a ressarcir os custos e
gastos suportados pelas consultorias. O crescente e elevado número de concorrentes que cotam
abaixo da competição foi citado por 86.84% inqueridos, seguidos por 73.68% que reclamam da
falta de conhecimento por parte dos empresários do valor da contabilidade para o bom
desempenho de seus negócios, sendo vista apenas como um inconveniente fiscal, resultados dessa
questão são apresentadas na tabela 05.
Opção Total %
O crescente e elevado número de competidores que cotam abaixo da
concorrência 33 86.84
20
Falta de conhecimento por parte dos empresários do valor da
contabilidade para o bom desempenho de seus negócios 28 73.68
A análise das opções abertas deu ênfase a concorrência. O elevado número de concorrência no
mercado aumenta o poder de barganha dos clientes, pois estes buscam serviços de qualidade a
abaixo custo e há sempre alguém disposto a oferece-los. Isto sugere que alguns contabilistas não
analisam os seus custos, apenas controlam os preços aplicados por outras consultorias e baixam a
sua margem, sem antes verificar se os seus honorários poderão ressarcir integralmente os custos
incorridos na prestação de serviços, o que justifica os resultados indicados na tabela 04. Outras
alternativas indicadas na opção aberta foram:
Muitas consultorias que entram no mercado e que usam preços baixos como estratégia de
penetração para conseguir clientes, e com isso, nos também nos vemos obrigados a baixar
os preços como forma de criar barreira aos novos concorrentes (15.79%);
Existem muitos técnicos em contabilidade que cobram preços baixos em relação aos que
tem nível superior (13.16%);
De fato, houve respondentes que atribuíram o problema à situação econômica do país. Existiram
inclusive algumas afirmativas discutíveis como a “a baixa lucratividade do comércio (13.16%) ”
e “a situação financeira do comércio. O comércio está muito fraco”. Nesse grupo foram
identificados tanto profissionais bastante compreensivos com os problemas financeiros dos
clientes (“a capacidade do cliente de pagar. Se ele é micro, não dá para cobrar o valor real do
serviço (7.89%) ”
21
Entretanto existem aqueles que apresentam um cuidado com seus custos na hora de determinar o
valor a ser cobrado na prestação de seus serviços (34.21%). A aplicação deste método lhes
possibilita o melhor conhecimento da realidade de suas empresas assim como, facilita a gestão
das demais formas de determinação de preços. A terceira opção de resposta desta questão foi
totalmente ignorada pelas consultorias inqueridas.
Opção Total %
Preço baseado no custo 13 34.21
Preço baseado na concorrência 19 44.74
Preço com base no valor percebido pelo cliente 0 0.00
Opção aberta 6 21.05
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Dos resultados da análise da opção aberta foi possível de se notar que 21.05% das consultorias
inquiridas não tem um método fixo de determinação de preços. Assim, parte destes inqueridos
indicaram seguintes alternativas de respostas:
A outra alternativa mencionada (7.89%) foi: “ usamos preços de mercado quando a demanda
pelos nossos serviços tende a abrandar”. Por último foi mencionado (2.63%) “Controlamos os
custos quando as horas estimadas para a realização de um serviço são elevadas”
Nesta parte da pesquisa foi apresentada a análise e discussão dos resultados atinentes aos
métodos que constituem a génese dos preços cobrados em contrapartida da prestação de serviços
de auditoria externa (honorários). Esta fase da pesquisa também foi conduzida através de um
inquérito por questionário como já foi referido no capítulo IV, de salientar que dos 50
questionários distribuídos, e dos 38 recolhidos, apenas 23 destes tinham sidos preenchidos a parte
22
que concerne a preços de auditoria externa. Alguns alegaram não prestar estes serviços e de
outros não foi possível ter a explicação.
Como ponto de partida, procurou-se saber também dos auditores sobre a existência de um
parâmetro normalizado (obrigatória) que deva ser usado pelos auditores na determinação dos
honorários de auditoria externa. Dos resultados pode-se concluir que não existem parâmetro
uniformizado que auxilia os auditores na determinação de seus honorários. Assim, fica a cargo de
cada empresa de auditoria estimar os seus custos, assim como os honorários a serem cobrados da
prestação de tais serviços. A tabela 09 ilustra as alternativas indicadas pelos inqueridos, sendo
que 100% das respostas contemplam a segunda alternativa “não”.
Opção Total %
Sim 0 0
Não 23 100
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Opções Fa Fr%
Avaliação do cliente 23 100
Elaboração do orçamento 0 0
Preparar o contrato 0 0
Opção aberta 0 0
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Os resultados ta tabela 10 indicam de forma clara que o primeiro passo para se elaborar um
orçamento de auditoria é conhecer a estrutura que caracteriza a empresa solicitadora dos serviços
de auditoria, de modo a facilitar a estimativa do material, pessoal e tempo necessário para
execução do trabalho.
23
A questão a seguir apresentada na tabela 11 procurava saber onde eram feitos os processos de
diagnóstico das características do cliente. A análise dos resultados mostrou que maior parte dos
inqueridos (77%) fazem a avaliação do cliente na sua própria empresa, entretanto alguns fazem
esse processo na consultoria (maior parte).
Opções Fa Fr%
Na empresa do cliente 9 39
Na nossa empresa 14 61
Opção aberta 0 0
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Da análise dos resultados da tabela acima (tabela 11) pode se notar que maior parte dos auditores
realizam os trabalhos de avaliação das características do cliente requerente dos serviços de
auditoria em suas próprias consultorias, evitando deste modo, diversas despesas de deslocação e
ajudas de custos antes de se fazer o orçamento do trabalho, ou mesmo se ter a certeza de que o
contrato de prestação de serviço será celebrado com esse cliente. Todavia existem alguns que se
sentem mais seguros com uma avaliação in loco incorrendo despesas com deslocação e ajudas de
custo fora do orçamento.
De seguida procurou-se saber a forma de diagnosticar os clientes por eles usada, assim a tabela
12 mostra os resultados dessa questão.
Tabela 11: qual é o método que usa para diagnosticar as características de seus clientes?
Opções Total %
Ficha de Inquérito 23 100
Entrevista 13 57
Pesquisa na Internet 0 0
Opção aberta 0 0
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Os resultados da tabe 12 mostram que o método mais usado (100%) pelos auditores para
conhecer as características de seus clientes, é através de uma ficha que contém itens do interesse
dos auditores para a elaboração do orçamento do trabalho de auditoria e estimação das horas
alocadas ao trabalho. Entretanto também é notável que a outra parte (57%), provavelmente os que
fazem o diagnóstico do cliente em sua empresa, aplicam os dois (2) métodos.
24
Posteriormente procurou-se saber alguns dos itens que constam do processo de avaliação das
características dos clientes. Resultados dessa questão são apresentados na tabela 13 abaixo
indicada.
Tabela 12: Indique os itens que fazem parte do processo de avaliação das características dos seus clientes
Opções Total %
Se tem participas ou e participada 23 100
Se tem subsidiarias e quantas 23 100
Ramo de actividade económica 23 100
Numero se secções ou departamentos 23 100
Sua estrutura orgânica 13 60
Regime de tributação 14 70
Se possui Auditoria interna 23 100
Origem do capital 23 100
A peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente 23 100
Se a empresa tem crédito do exterior 23 100
Total de activo fixo e circulante 23 100
Número de Fornecedores nacionais e estrangeiros 23 100
Opção aberta 23 100
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
A tabela 13 a cima ilustrada indica os itens que são considerados pelos auditores para o processo
de avaliação das características de seus clientes, itens que possibilitam a estimação do orçamento
e de horas que serão alocadas ao trabalho. Da análise da opção aberta encontrou-se mais itens
como: “dados do endereço do cliente e suas subsidiárias ou participadas”, “ forma jurídica do
cliente”, “o prazo de entrega do relatório”, “ volume de vendas anuais”.
Opção Total %
Preço baseado no custo 23 100
Preço baseado na concorrência 0 0
Preço com base no valor percebido pelo cliente 0 0
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Como se pode observar dos resultados da tabela 14, as demais formas de determinação de preços
foram praticamente ignoradas, isso pode dever-se ao facto de os serviços de auditoria não serem
tão competitivos como os de contabilidade, uma vez que os trabalhos de auditoria só são
25
realizados por profissionais credenciados que passam por um processo de preparação para se
tornarem capazes de identificar e rastrear situações estranhas na contabilidade das empresas,
diferentemente dos serviços de contabilidade que possui vários técnicos capazes de realizar
trabalhos de contabilidade.
A tabela 15 ilustra os factores que estão por detrás da estimação das horas a serem alocadas e o
custo/hora da auditoria.
Tabela 14: Que factores são observados no âmbito da determinação dos honorários de auditoria externa?
Opções Total %
Número de auditores sénior 23 100
Número de auditores Juniores 23 100
Horas de execução da auditoria preliminar 23 100
Abertura dos papéis de trabalho 23 100
Realizações de cálculos, simulações e análise de resultados 23 100
Redação do parecer 23 100
Reuniões com peritos-contabilistas assistentes, quando for o caso 23 100
Reuniões com as partes e/ou com terceiros, quando for o caso 23 100
Pesquisa e exame de livros e documentos 23 100
Leitura e interpretação de processos 23 100
Opção aberta 23 100
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Da análise das opções abertas da tabela 15 foram encontrados mais factores como “Preparação de
anexos e montagem do parecer”; “Revisão final”; “Realização de diligências e exame de
documentos”; “Elaboração de petições e/ou correspondências para solicitar informações e
documentos” e “a qualificação técnica dos profissionais requeridos para participar da execução
dos serviços”.
Também procurou-se saber como eram tratados os casos em que os trabalhos de auditoria
envolve viagens de pesquisas de existências e certificações relacionadas aos activos móveis ou
imóveis, assim como o que concerne a recolha de dados para o âmbito da elaboração do parecer
do auditor. Essencialmente esta questão buscava o esclarecimento de custos de deslocamento e
ou ajudadas de custos suportados pela equipa de auditoria, se estas eram incluídas ou não na
proposta inicial do honorários ou ficavam a cargo do cliente a medida em que houvesse a
necessidade de o auditor se deslocar para fins de investigação. Resultados desta questão foram
apresentados na tabela 16 a seguir indicada.
26
Tabela 15: A quem são aplicados os custos de viagens de pesquisas relacionadas aos trabalhos de auditoria?
Opções Fa Fr%
Ao cliente (mediante a apresentação do respectivo orçamento) 10 30
À nossa empresa (incluídas na proposta inicial do honorário) 13 70
Opção aberta 0 0
Fonte: Dados primários da pesquisa, 2017
Observa-se a partir da tabela 16 que, se a execução dos trabalhos de perícia envolver viagens,
deverão ser estimados o custo de tais deslocamentos, incluindo alimentação, hospedagem,
passagens e outros gastos relacionados. Presume-se que estes custos sejam previstos na medida
em que se faz o diagnóstico do cliente conforme as tabelas 11 a 13, onde o auditor faz uma
pesquisa profunda sobre o cliente para que seja fácil prever se haverá necessidade de viagens a
demais propriedades do cliente que devem constar dos seus relatórios, assim o auditor pode fazer
um orçamento preventivo a ser apresentado na proposta inicial do seu honorário.
Nos casos em que houver necessidade de desembolso para despesas supervenientes, tais como
viagens e estadas, para a realização de outras diligências, o perito requererá ao juízo o pagamento
das despesas, apresentando o respectivo orçamento, desde que não estejam contempladas na
proposta inicial de honorários.
27
Análise das variáveis que explicam o comportamento dos honorários da auditoria externa
Esta parte do trabalho apresentou as variáveis explicativas do comportamento dos honorários de
auditoria externa duma amostra da cidade de Maputo, assim como a metodologia que permitiu a
identificação destas variáveis. As variáveis usadas neste estudo foram determinadas com base na
revisão de estudos anteriores relacionados ao tema estudado.
Em primeiro lugar foi feita uma análise de regressão linear standard que apresenta os resultados
preliminares da análise observados a partir dos primeiros testes e indicadores estatísticos
aplicados ao modelo de RLM original que engloba todas variáveis independentes, assim a tabela
18 apresenta os parâmetros do modelo original de RLM deste estudo.
Tabela 16: Parâmetros do modelo original deste estudo
De acordo com a análise preliminar do modelo original indicado na tabela 14 concluiu-se com
base no valor do R2a (R quadrado ajustado) que 85.7% da variabilidade total em Y (Hon_Aud) é
explicada pelas variáveis independentes presentes no modelo de regressão linear ajustado, sendo
que R2a = 0.857. segundo Marôco (2014), quando R2 = 0 o modelo não se ajusta aos dados,
quando R2= 1 o ajustamento é perfeito e para as ciências sociais valores de R2> 0.5 consideram já
aceitável, ou mesmo bom o ajustamento do modelo aos dados. Entretanto ainda importava saber
se todas as independentes contribuíam de igual forma para o modelo, pois, segundo Marôco
(2014), o MRLM só pode ser usado com objectivos de inferência entre variáveis independentes e
a variável dependente se um conjunto de pressupostos respeitantes ao modelo forem válidos. Este
modelo exige os erros sejam aleatórios, independentes e com distribuição normal de média zero
(0) e variância constante, e também é necessário que as variáveis independentes não estejam
correlacionadas entre si (sejam ortogonais).
28
Assim, a regressão prosseguiu coma validação dos pressupostos respeitantes aos erros ou
resíduos e a ortogonalidade entre as variáveis independentes. O pressuposto da
multicolinearidade entre as variáveis independentes nota-se através da análise preliminar da
tabela 18 que não foi violado, uma vez que os valores do factor de inflação da variância (VIF) são
inferiores são inferiores ao valor de referência 5 (Montgomery e Peck, 1982 citados por
Marôco,2014) e 10 (Myers, 1986 citado por Marôco,2014).
Uma outra medida para diagnosticar a multicolinearidade segundo Marôco (2014) é a
“Tolerância”, quando T é próximo de zero (0) a variável Xi pode escrever-se como uma
combinação quase-linear das outras variáveis independentes. Sendo assim, pelo que se pode
observar na tabela 18, os valores da tolerância são todos próximos de zero (0), o que nos conduz
a conclusão de que as variáveis independentes são ortogonais entre si.
Observados os resultados da tabela 18 no que concerne a colinearidade entre as variáveis,
procedeu-se a mais um teste com vista a garantir a aumentar a credibilidade dos mesmos, assim,
fez-se o teste de Durbin – Watson que pressupõe segundo Marôco (20147) que se d ≈ 2, não
existe autocorreção entre os resíduos, mas para d muito menor que 2 existe autocorreção positiva,
e para valores de d muito maiores que 2 existe autocorreção negativa.
Os resultados do teste de Durbin – Watson aplicado a este modelo indicaram um valor de d =
1.456, através do qual pode se concluir que não existe autocorreção entre os resíduos de acordo
com os limites indicados por Marôco (20147).
A análise preliminar concluiu a avaliação standard de regressão linear que culmina com o
seguinte modelo original:
29
Gráfico 1: Distribuição dos erros ou resíduos padronizados do modelo
30
Tabela 17: Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov
Unstandardized Residual
N 20
Parâmetros normais a,b
Média .0000000
Erro Desvio 157741.96345506
Diferenças Mais Extremas Absoluto .130
Positivo .130
Negativo -.121
Estatística de teste .130
Significância Sig. (2 extremidades) .200c,d
Sig exata (2 extremidades) .846
Probabilidade de ponto .000
a. A distribuição do teste é Normal.
b. Calculado dos dados.
c. Correção de Significância de Lilliefors.
d. Este é um limite inferior da significância verdadeira.
Shapiro-Wilk
Estatística df Sig.
Unstandardized Residual .900 20 .836
*. Este é um limite inferior da significância verdadeira.
a. Correlação de Significância de Lilliefors
De acordo com a tabela 20 que apresenta o teste de normalidade de S-W pode afirmar-se que os
resíduos apresentam distribuição normal (p=0.836) (o mesmo acontecendo com o teste de K-S
com correção de Lilliefors). Segundo Marôco (2014) o teste de Shapiro-Wilk apresenta maior
potência especialmente para amostras de pequena dimensão (para n <50).
31
Uma vez que não se observou nenhuma violação dos pressupostos ao modelo analisado, a seguir
apresentou-se na tabela 21 a síntese do modelo de regressão linear múltipla, com o qual se pode
tirar as conclusões de acordo com os dados indicados.
Constante 192100.7
TAM 50390.06 2.593
RISCO 0.7656 4.661
COMP -62881.7 3.996
ROA 401884.6 2.669
PREJ 0.022 3.97
LUC 104092.6 1.535
BigF 55315.63 1.658
R2 .857
Testes
Durbin - Watson 1.456
Kolmogorov-Smirnov .846
Shapiro-Wilk .836
Da análise da tabela 21 concluiu-se que as variáveis independentes presentes no modelo não são
colineares (aprestam VIF inferiores aos valores de referencia), e de acordo com os testes de K-S,
S-W e o gráfico 01, concluiu-se também que os resíduos apresentam distribuição normal e
variância constante. Também observou-se a partir do valor do R 2 que o modelo é altamente
significativo e que 85.7% da variação da variável dependente (Hon_Aud) é explicada pelas
variáveis independentes (TAM, LUC, RISCO, COMP, BigF, PREJ e ROA).
32
CAPÍTULO V: DISCUSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo foi apresentado o juízo e a avaliação dos resultados do trabalho apresentados no
quarto capítulo (IV). Foi neste capítulo que buscou-se relacionar os resultados apresentados com
os de estudos prévios e apoiando-se em teorias similares e relacionados ao tema estudado.
33
de lucro e tributação, é necessário levar em consideração que também influenciam o consumidor
no momento de sua decisão, tais como os concorrentes e o mercado em que a empresa está
inserida.
A outra parte das consultorias não define um método fixo para determinar os preços de seus
serviços, pode – se afirmar que são os que compreendem melhor a matéria de formação de
preços, uma vez que os seus preços não são estáticos e baseados em um método fixo, mas são
bastante flexíveis e acompanham a dinâmica do mercado e ao que se apresenta como sendo
melhor na circunstância. Conhecendo melhor a sua empresa e com o domínio do ramo e mercado
onde ela esta inserida, poderão acompanhar melhor os factores que levam os clientes a
barganharem e assim usar uma técnica que seja condigna com o que o cliente procura sem
prejudicar a sua empresa.
Falta de conhecimento por parte dos empresários do valor da contabilidade para o bom
desempenho de seus negócios, o elevado número de entrantes com baixa qualificação (técnicos
de contabilidade) que cobram preços baixos e a situação económica do comércio são factores que
apoquentam os profissionais de contabilidade, pois estes encaram estes factores como um
obstáculo ao exercício da profissão contabilística uma vez que influenciam negativamente no
rendimento de suas consultorias.
34
do trabalho de auditoria. Algumas firmas de auditoria optam em fazer estas avaliações em suas
consultorias e outras fazem esse trabalho in loco conforme Souza (1995).
São estes alguns dos factores observados pelos auditores na avaliação das características do
cliente os seguintes: se esta tem subsidiárias, o ramo da actividade económica, regime de
tributação, a origem do capital, se tem relações no estrangeiro. E estes são os itens que são
observados no momento de determinação dos honorários de auditoria externa o número de
pessoal necessário para executar o serviço assim como a sua qualificação técnica, o tempo
necessário para realizar o trabalho, as horas da execução da auditoria preliminar.
Notou-se que os auditores ignoram as demais técnicas de formação de preços em favor do preço
baseado no custo, considerado pelo SESCARPLDR (2016) como sendo o mais importante. Pode
– se afirmar que a razão do uso deste método deve-se ao facto de os serviços de auditoria terem
um prazo de execução muito inferior em relação aos de contabilidade, obrigando o auditor a fazer
um estudo minucioso da viabilidade da execução do trabalho. Pois este envolve muitos recursos,
pesquisas de confirmação, testes substantivos equipamentos de análise de dados que precisam de
ser remunerados, sendo assim, o auditor analisa com atenção se o honorário irá compensar todas
estas despesas e gerar rendimento para a empresa.
35
4.2. Resumo comparativo dos resultados de algumas pesquisas com os resultados
encontrados com relação aos determinantes de honorários de auditoria externa
O quadro 01 a seguir apresenta um resumo comparativo dos resultados de pesquisas antecedentes
da presente no que concerne as variáveis determinantes dos honorários de auditoria externa,
destacando-se os autores e o ano de publicação da pesquisa e o país analisado, fazendo-se
relacionar com os resultados desta pesquisa. Onde PS (Positiva Significativa), PNS (Positiva Não
Significativa), NS (Negativa significativa), Gc (Governação Corporativa), VT (Vendas Totais),
Invt (Inventários), Luc (Lucratividade), Tam (tamanho da empresa auditada), ROA (Desempenho
da empresa), Prej (prejuízo), NSub (Número de Subsidiárias) e Complex (Complexidade).
37
Conclusões
Esta pesquisa visava compreender os processos que norteiam a determinação de preços de
serviços de contabilidade e auditoria no seio das consultorias sedeadas na cidade de Maputo,
como também, identificar as variáveis que explicam o comportamento dos honorários de
auditoria externa através do modelo de RLM. A pesquisa foi conduzida através de um inquérito
por questionário a uma amostra de cinquenta (50) empresas, entretanto, destas só foi possível ter
a colaboração de 38.
Os preços cobrados pelos serviços de contabilidade são variáveis, podendo variar mesmo a uma
mesma empresa, de acordo com o volume, complexidade e horas necessárias para a execução de
trabalhos, assim como o pessoal que será necessário para realizá-lo.
Maior parte dos profissionais de contabilidade (65.79%), não estão satisfeitos com o actual nível
de honorários contabilísticos, entretanto, alguns defendem que esta satisfação é variável
(10.53%), o que supõe que existem serviços menos e mais rentáveis. Apenas 2.63% alegam estar
satisfeitos com o seu nível de honorários.
Constatou-se ainda que as causas que estão por detrás de honorários insatisfatórios são o
crescente número de competidores, a ignorância dos empresários do real valor da contabilidade
para suas empresas e a existência de técnicos de contabilidade que cobram preços baixos.
Foi possível de se observar também que a maioria dos contabilistas aplicam preços de mercado
(44.74%), entretanto existem os que observam os seus custos (34.21%) na determinação de seus
preços. Todavia alguns (21.05%), não usam nenhuma forma específica de formação de preços.
38
No que concerne ao processo de formação de preços de serviços de auditoria externa, os
resultados da pesquisam conduziram as seguintes constatações:
Não obstante aos serviços de contabilidade, os de auditoria externa também não tem um
parâmetro padronizado de determinação de honorários, sendo que cada empresa de auditoria usa
seus procedimentos para determinar o honorário que julgar conveniente na circunstância.
O ramo de prestação de serviços de auditoria externa é muito cuidadoso em relação aos custos
incorridos na realização do trabalho, sendo que usam o método de formação de preços baseado
no custo.
A RLM com seleção de variáveis stepwise, por um lado e backward por outro, foi utilizada para
obter um modelo parcimonioso que permitisse predizer os honorários de auditoria externa
(Hon_Aud), em função das variáveis independentes (TAM, LUC, RISCO, COMP, BigF, PREJ e
ROA). Analisaram-se os pressupostos do modelo nomeadamente o da distribuição normal,
homogeneidade e independência dos erros. O pressuposto da normalidade foi validado
graficamente e através dos testes de normalidade de K-S (p=0.846) e S –W (p=0.836), o
pressuposto da independência foi validado com a estatística de D-W (d=1.456) como descrito em
Marôco (2014).
39
Utilizou-se o VIF para diagnosticar a multicolinearidade, não tendo havido a necessidade de se
eliminar nenhuma variável, visto que nenhuma variável era fortemente colinear com as restantes
variáveis presentes no modelo (todas apresentam um VIF <5). Todas as análises foram
efectuadas com o SPSS Statistics (v.22; IBM SPSS, Chicago, IL) e, em anexo, apresentam-se os
outpts do software. Considerou-se para todas análises uma probabilidade de erro do tipo I (α) de
0.10.
A regressão linear múltipla permitiu identificar as variáveis TAM (β=50390.06), LUC (β=
104092.585), COMP (β= – 62881.742), BigF (β= 55315.627), PREJ (β= 0.022), e ROA (β=
401884.581), como preditores significativos do Hon_Aud. A variável PREJ é apenas
marginalmente significativa, mas face as limitações da amostragem e à reduzida dimensão da
amostra, optou-se por incluir esta variável no modelo. O nosso modelo final ajustado é então
Hon_Aud = 192100.65 + 50390.06TAM + 97808.76 RISCO – 62881.742COMP +
401884.581ROA +0.022PREJ + 104092.585LUC + 55315.627BigF. Este modelo é altamente
significativo e explica a uma proporção elevada de variabilidade do Hon_Aud.
40
Recomendações
O desenrolar desta pesquisa mostrou a importância que os empresários, sobre tudo os do ramo
contabilístico e de auditoria, devem dedicar ao processo de determinação de preços de seus
serviços, sendo esta a principal via de obtenção de rendimento que consequentemente melhora o
status financeiro das empresas independentemente do seu ramo de actividade económica. Sendo
assim, viu-se a necessidade de deixar as seguintes recomendações:
41
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