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PLANO DE AULA
Luciane Mumbach
Franciele Konzen
1 Identificação da turma
1.1 Escola / município: Colégio João de Castilho – Salvador das Missões/RS
1.2 Série / Ano / Turma / Turno: 6º ano ensino fundamental - tarde
1.3 Número de alunos: 11
1.4 Professor Titular / Supervisor: Nicoli da Rocha
2 Tema
Valores humanos
3 Objetivos
3.1 Objetivo geral:
Resgatar os valores humanos a partir da leitura de contos.
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5 Procedimentos metodológicos
5.1 Definição e justificativa:
A escolha dos contos justifica-se pela abordagem de valores indispensáveis à
formação humana, principalmente no convívio em sociedade. A partir de sua leitura
crítica, é possível desenvolver várias reflexões sobre os valores que norteiam nossas
ações e decisões, como a família, a honestidade, a amizade, o amor, etc. Nesse
sentido, usa-se da leitura de um conto para aproximar o aluno da sua realidade,
convidando-o para aumentar seu conhecimento sobre o mundo, compartilhar
informações e vivências, e, se necessário, mudar pensamentos e atitudes.
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Perguntas escritas:
Atividade avaliativa (1pt).
1. Por qual motivo iniciou a briga entre as personagens?
2. Qual é a visão da agulha sobre a linha, e da linha sobre a agulha (o que uma pensa
ou diz sobre a outra)?
3. Por que a linha se considera mais importante que a agulha?
4. Quais valores encontramos ou estão faltando no conto?
AULA 3: O professor fará uma pergunta introdutória para relacionar o texto da aula
anterior com o próximo: “Vocês acharam muito doido uma agulha e uma linha
brigarem?”.
Depois, o professor distribuirá as folhas com o conto O doido da garrafa, de Adriana
Falcão (anexo 2), apresentando o escritor. Inicialmente, os alunos farão uma leitura
individual e silenciosa e, em seguida, o professor lerá o conto em voz alta. Após a
leitura, haverá a interpretação do texto a partir de um questionário:
Pergunta oral:
- Quais os personagens, tempo, espaço e narrador?
Perguntas escritas:
Atividade avaliativa (1pt).
1. O texto inicia com a seguinte frase: “Ele não era mais doido do que as outras
pessoas do mundo, mas as outras pessoas do mundo insistiam em dizer que ele era
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AULA 4: O professor fará uma pergunta introdutória para relacionar o texto da aula
anterior com o próximo: “Vocês gostam de pescar? Se um peixe conversasse com
vocês, o que fariam?”.
Depois, o professor distribuirá as folhas com o conto Velha História, de Mário Quintana
(anexo 3), apresentando o escritor. Inicialmente, os alunos farão uma leitura individual
e silenciosa e, em seguida, o professor lerá o conto em voz alta. Após a leitura, haverá
a interpretação do texto a partir de um questionário:
Pergunta oral:
- Quais os personagens, tempo, espaço e narrador?
Perguntas escritas:
Atividade avaliativa (1pt).
1. Ao ver aquele peixinho tão lindo no seu anzol, o homem retirou e o guardou no seu
bolso. Essa atitude foi a melhor escolha para os dois? Justifique.
2. O que você acha que o peixe estava sentindo e/ou pensando quando o texto diz “
enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um
canudinho especial”?
3. O que o homem quis dizer com a seguinte frase: "Não, não me assiste o direito de te
guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe,
dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua
família. E viva eu cá na terra sempre triste!…"?
4. Quais valores encontramos ou estão faltando no conto?
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AULA 5: O professor fará uma pergunta introdutória para relacionar o texto da aula
anterior com o próximo: “Quem tem um animal de estimação e que trata melhor que um
ser humano?”.
Depois, o professor distribuirá as folhas com o conto Uma vela para Dario, de Dalton
Trevisan. (anexo 4), apresentando o escritor. Inicialmente, os alunos farão uma leitura
individual e silenciosa e, em seguida, o professor lerá o conto em voz alta. Após a
leitura, haverá a interpretação do texto a partir de um questionário:
Pergunta oral:
- Quais os personagens, tempo, espaço e narrador?
Perguntas escritas:
Atividade avaliativa (1pt).
1. Ao passar mal, Dario foi levado até um táxi, cujo motorista negou-se a conduzi-lo ao
hospital sem pagamento da corrida. Se a atitude do motorista tivesse sido diferente,
poderia ter salvo a vida de Dario? Justifique.
2. Por que as coisas de Dario estavam sumindo?
3. Qual seria a sua atitude diante da situação que envolveu Dario?
4. Quais valores encontramos ou que estão faltando no conto?
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5.6 Avaliação
Serão três atividades avaliativas que, juntas, resultarão na nota final (10 pt.):
- Atividade avaliativa 1= entrega dos questionários respondidos nas aulas 2 a 5,
valendo 1 pt. cada (total de 4 pt.).;
- Atividade avaliativa 2= elaboração da atividade “O Jardim Da Minha Escola”, valendo
1 pt.;
- Atividade avaliativa 3= escrita de um conto curto, realizada na aula 8, valendo:
Escrever a partir da visão de um dos personagens dos contos lidos. 3 pt.
Abordar o seu 1º valor mais importante da Dinâmica da Ilha (aula 1). 2 pt.
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6 Recursos necessários:
- cópias xerográficas;
- notebook;
- projetor.
7 Anexos:
Anexo 1:
Um Apólogo, de Machado de Assis
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— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose
sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição
aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que
vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai
só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo,
ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que
isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não
andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da
linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas,
pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis
como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela,
unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha
no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou
ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto
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ASSIS, Machado de. Para Gostar de Ler - Volume 9. São Paulo: Ática, 1984.
Anexo 2:
O doido da garrafa, de Adriana Falcão
Ele não era mais doido do que as outras pessoas do mundo, mas as outras
pessoas do mundo insistiam em dizer que ele era doido.
Depois que se apaixonou por uma garrafa de plástico de se carregar na bicicleta
e passou a andar sempre com ela pendurada na cintura, virou o Doido da Garrafa.
O Doido da Garrafa fazia passarinhos de papel como ninguém, mas era
especialista mesmo em construir barquinhos com palitos. Batizava cada barco com um
nome de mulher e, enquanto estava trabalhando nele, morria de amores pela dona
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imaginária do nome. Depois ia esquecendo uma por uma, todas elas, com exceção de
Olívia, uma nau antiga que levou dezessete dias para ser construída.
Batucava muito bem e vivia inventando, de improviso, músicas especialmente
compostas para toda e qualquer finalidade, nos mais variados gêneros. Vai aí aquela
da mulher de blusa verde atravessando a rua apressada, e o Doido da Garrafa
imediatamente compunha um samba, uma valsa, um rock, um rap, um blues,
dependendo da mulher de blusa verde, do atravessando, da rua e do apressada.
Geralmente ficava uma obra-prima.
Gostava muito de observar as pessoas na rua, do cheiro de café, de cantar e de
ouvir música. Não gostava muito do fato de ter pernas, mas acabou se acostumando
com elas. De cabelo ele gostava. Em compensação, tinha verdadeiro horror a multidão,
bermudão, tubarão, ladrão, camburão, bajulação, afetação, dança de salão, falta de
educação e à palavra bife.
Escrevia cartas para ninguém, umas em prosa, outras em poesia, como mero
exercício de estilo.
Tinha mania de dar entrevistas para o vento e já sabia a resposta de qualquer
pergunta que porventura alguém pudesse lhe fazer um dia.
Ajudava o dicionário a explicar as coisas inventando palavras necessárias, como
dorinfinita.
Adorava álgebra, mas tinha particular antipatia por trigonometria, pois não
encontrava nenhum motivo para se pegar pedaços de triângulos e fazer contas tão
difíceis com eles.
Conhecia mitologia a fundo.
Tinha angústia matinal, uma depressão no meio da tarde que ele chamava de
cinco horas, porque era a hora que ela aparecia, e uma insônia crônica a quem
chamava carinhosamente de Proserpina.
Sentia uma paixão azul dentro do peito, desde criança, sempre que olhava o
mar e orgulhava-se muito disso.
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Anexo 3:
Velha História, de Mário Quintana
Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um
peixinho! Mas o peixinho era tão pequenino e inocente, e tinha um azulado tão
indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o
anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso
traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram
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Anexo 4:
Uma vela para Dario, de Dalton Trevisan.
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