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Cariologia
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.
M
ÓDULO III
CARIOLOGIA CLÍNICA
3.1 DIAGNÓSTICO DE CÁRIE
CÁRIE OCLUSAL
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Estimar a atividade da lesão oclusal em esmalte pigmentado pelo método visual é
uma das tarefas mais difíceis, e como a decisão de tratamento é baseada nela, para
um planejamento de tratamento mais correto temos que levar em consideração,
além da pigmentação do esmalte, uma variedade de fatores: a quantidade de
biofilme acumulado, observado antes do procedimento de limpeza, a morfologia e
estágio de erupção do dente; a idade do paciente, sendo algumas vezes necessário
o uso de outros métodos de diagnóstico para eliminar a possibilidade de grandes
desmineralizações da dentina.
Para diagnosticar a lesão em nível de dentina, temos que, primeiro, conhecer a
aparência dos dois tipos existentes; acredita-se que as mesmas se iniciem de forma
similar, mas devido a um processo ainda desconhecido, uma torna-se aberta pelo
colapso do esmalte e formação de cavidade e a outra permanece oculta por esmalte
aparentemente intacto, a chamada “cárie oculta”. A principal justificativa para a
presença da lesão oculta é o uso do fluoreto, especialmente nos dentifrícios, devido
à sua ação remineralizadora.
As lesões abertas são mais freqüentes e têm seu diagnóstico visual facilitado, sendo
que a coloração da dentina determina a provável condição de atividade, onde o tom
amarelo-claro e aspecto úmido caracterizam lesões ativas. As lesões ocultas são
consideradas ativas, pois contêm Streptococcus mutans e lactobacilos, porém a
microbiota é menos complexa, comparada às pequenas cavidades visíveis. Os
indícios visuais da presença de lesão em dentina incluem a opacidade ou
translucência do esmalte.
O método tradicional, usando a sonda exploradora, tem sido questionado porque
considera presença de lesão a retenção da ponta da sonda na fissura, quando
outros fatores podem interferir nessa retenção: a ponta da sonda; a pressão
exercida e a morfologia da superfície. Também há possibilidade de sondagem no
esmalte desmineralizado provocar um dano irreversível à estrutura tecidual,
acelerando o ataque carioso, além de poder servir como meio transmissor de
microrganismos cariogênicos para outros dentes.
Para a superfície oclusal, o exame radiográfico que era considerado de valor
limitado, teve seu conceito reavaliado pela necessidade de detectar lesões ocultas
em dentina e evitar o comprometimento pulpar.
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CÁRIE DE FISSURA
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CÁRIE PROXIMAL
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superfícies livres, parecendo lesões em dentina. Mesmo com os problemas e as
limitações da radiografia interproximal, devemos reconhecer seu papel importante no
diagnóstico das lesões de cárie.
Outro meio auxiliar no diagnóstico de cáries proximais, indicada nos casos onde o
exame radiográfico não forneceu uma idéia clara do estado da superfície proximal, é
a separação temporária das superfícies proximais dos dentes, utilizando
separadores, mais comumente, separador ortodôntico de borracha sintética que é
inserido com pinça específica, pinça porta-
grampo ou com auxílio do fio dental, nos
sítios de contato suspeitos e deixados por
24 horas, 3 dias ou 1 semana, permitindo
assim a realização do chamado exame
clínico com separação. A sonda
exploradora, embora recomendada, deve
ser utilizada apenas nos casos onde
visualizamos cavitação para avaliar a
provável condição de atividade e extensão
da lesão.
CÁRIE RADICULAR
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iniciado ao longo da margem gengival. A inflamação e o edema gengivais podem dar
a impressão que a lesão está “escondida” dentro da bolsa.
A cárie radicular compreende uma seqüência contínua de manifestações clínicas
que vão desde minúsculas áreas levemente amolecidas e descoloridas até extensas
áreas amarelo-acastanhadas, duras ou moles e que eventualmente podem circundar
toda a superfície radicular. As lesões podem ou não se apresentarem cavitadas.
Entretanto, mesmo nos casos de lesões bastante extensas, a cavitação não
necessariamente envolve a polpa.
Assim, como nas lesões em esmalte, as lesões radiculares podem ser classificadas
como ativa ou inativas (controladas).
A lesão radicular ativa apresenta-se clinicamente como uma área amolecida e bem
definida na superfície radicular com uma descoloração amarelada ou castanho-clara.
A lesão radicular inativa parece brilhante e é relativamente lisa e dura à sondagem
com pressão moderada. A cor pode variar desde amarelado até o acastanhado ou
negro. Nas lesões ativas e inativas, a formação de cavitação pode ser observada,
mas, no último caso, as margens parecem lisas.
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seu uso justificado, a não ser em estágios mais avançados, para avaliar a provável
extensão da lesão e a característica da dentina. Esta, apresenta consistência
amolecida, podendo o estímulo quente, frio e doce provocar dor na lesão ativa.
LESÃO EM ESMALTE
LESÃO EM DENTINA
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LESÃO DE MANCHA BRANCA
A lesão de mancha branca é resultante da seqüência dos eventos químicos que têm
origem na ação dos ácidos decorrentes da atividade metabólica do biofilme
cariogênico, que leva à desmineralização do esmalte dentário, com conseqüente
aumento da porosidade. A persistência desta condição, por três a quatro semanas,
evidencia clinicamente o aparecimento da lesão de mancha branca. Esta condição é
melhor visualizada quando o esmalte é desidratado e os poros são preenchidos por
ar, deixando mais evidente a mancha de cor branca opaca.
Se a situação clínica permitir visualização desta mancha branca mesmo com a
superfície do esmalte úmida, isto significa que a porosidade está ainda maior, ou
seja, a perda mineral é bastante grande. Outro fenômeno considerado é a erosão da
superfície que, pela presença de irregularidades, leva à perda da aparência lisa,
evidenciando a rugosidade característica da lesão ativa.
A aparência, localização e o número das lesões de mancha branca ativas são
fatores importantes para diferenciá-las de lesões de mancha branca inativas ou por
defeitos no desenvolvimento do esmalte, como hipoplasia e fluorose, por exemplo.
As lesões brancas de cárie normalmente se localizam em sítios de acúmulo de
biofilme dentário, uma vez que têm origem na desmineralização por ácidos
provenientes do metabolismo bacteriano.
Para um correto exame é fundamental que a superfície esteja limpa, iluminada e
seca. Quanto menor for a perda mineral que queremos detectar, mais desidratado
deve estar o esmalte. Nos casos de lesões mais avançadas, a cor branca pode ser
observada mesmo com o dente hidratado, mas devemos secar para detectar outras
características de atividade como a opacidade ou rugosidades superficiais. Quando
estas lesões são controladas, dependendo do seu tamanho, elas podem
permanecer brancas, mas menores e brilhosas.
CÁRIE DE MAMADEIRA
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pouca idade, adoçando chupetas com mel, açúcares ou xaropes, e usando a
mamadeira por tempo prolongado.
Esse tipo de cárie é muito difícil de ser tratada, pois a criança não colabora com o
tratamento. Atinge a maioria dos dentes da boca. Observam-se lesões de manchas
brancas nas superfícies vestibulares dos incisivos superiores. Se as lesões não
forem tratadas elas evoluirão para cavitação e os próximos dentes a serem atacados
serão os primeiros molares decíduos superiores e inferiores. O padrão de ataque se
dá em razão da própria cronologia de erupção dos dentes.
É impressionante a quantidade de crianças com idade entre 2 a 4 anos, que já
apresentam um grande número de dentes decíduos comprometidos por cáries. São
afetados os dentes superiores anteriores, primeiros molares superiores e caninos
inferiores.
A destruição dentária é de tal monte que
pode levar a problemas ortodônticos
futuros devido à perda de espaço.
Previna a cárie de mamadeira aplicando
técnicas de escovação adequada para
cada idade do bebê, adotando um
cardápio balanceado e adequado à
idade da criança e evitando a ingestão
de mamadeiras noturnas ou, até mesmo,
a amamentação natural sem que haja
adequada higienização posterior.
CÁRIE DE RADIAÇÃO
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A cárie de radiação não é efeito direto da radiação e sim, secundário à xerostomia.
Podemos comparar este tipo de cárie com a
"cárie de mamadeira", que tem como grande
agente etiológico o consumo noturno de
mamadeira por crianças, período caracterizado
por uma diminuição ou até interrupção da
salivação, causando a manutenção do alimento
na cavidade bucal por longo tempo sem a ação
tampão e auto-limpante da saliva, levando à
destruição inicial da região cervical dos dentes
e atingindo em pouco tempo toda a coroa
dentária. Trata-se, portanto, de uma cárie
rampante, que destrói a coroa, expondo a raiz
do dente. Guardadas as devidas proporções, a
cárie de radiação, assim como a de mamadeira, nada mais é que o resultado da
diminuição do fluxo salivar, com manutenção da oferta de carboidratos cariogênicos
e deficiência de higienização bucal. Esses aspectos em comum explicam suas
características clínicas semelhantes. Nos irradiados somam-se a este quadro as
alterações de viscosidade e pH salivar, dentre outras.
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define os parâmetros de um teste diagnóstico, isto é, sua sensibilidade,
especificidade, valores positivo e negativo.
INSPEÇÃO VISUAL
DETECÇÃO RADIOGRÁFICA
A perda mineral dos tecidos duros é a base para a detecção radiográfica da cárie.
Desde que as tomadas radiográficas sejam realizadas de acordo com as instruções
técnicas em relação às propriedades do filme, tempo de exposição, revelação, etc., o
exame radiográfico pode oferecer informações importantes com relação à cárie
proximal e detalhes extremamente valiosos quanto à presença e extensão da cárie
oclusal.
Entretanto, certa quantidade mineral deve ter sido perdida, para que sua detecção
através de radiografias seja possível. Assim, as lesões iniciais, ou seja, as que
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requerem a secagem com ar para serem detectadas visualmente, não são
detectadas pelo exame radiográfico. Por outro lado, as radiografias subestimam a
extensão da desmineralização.
Um diodo de laser fornece uma luz pulsante de comprimento de onda definido, que é
direcionada diretamente ao dente. A incidência da luz sobre as alterações da
superfície dentária estimula a emissão de luz fluorescente de comprimento de onda
diferente. Essa alteração é transmitida através da peça de mão do aparelho sob a
forma de sinal acústico, e o comprimento de onda é avaliado por um sistema
eletrônico próprio do aparelho.
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Baseado neste conceito, um sistema de detecção de cárie a laser foi introduzido em
meados dos anos 90, sendo, portanto, a experiência clínica de sua utilização, ainda
bastante limitada. Recentemente, dados preliminares indicam que o Diagnodent é
um meio preciso e acurado de detecção de lesões de cárie.
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o nível cultural, educação.
fatores relacionados à saúde geral:
o doenças sistêmicas;
o diferentes deficiências.
dados obtidos com o exame clínico:
o manchas brancas;
o dentes recém-erupcionados;
o superfície radicular exposta;
o apinhamento dentário;
o múltiplas restaurações;
o fissuras profundas ou sítios retentivos naturais ou
causados por tratamento dentário.
Todos esses fatores devem ser observados e considerados, pois ajudam o clínico
quando da avaliação do risco de cárie de seu paciente.
Esses fatores podem ser organizados no seguinte quadro:
Alto risco Baixo risco
História social
Privado socialmente Classe média
Muitas cáries em parentes Poucas cáries em parentes
Pouco conhecimento sobre doença Informado sobre doença dentária
dentária Assistência regular
Assistência irregular O trabalho não permite lanches
Pouca disponibilidade de lanche regulares
Poucas aspirações dentárias Muitas aspirações dentárias
História médica
Comprometido medicamente Nenhum problema médico
Deficiente Nenhum problema físico
Xerostomia Fluxo salivar normal
Medicamentos cariogênicos em Nenhuma medicação por um
longo prazo longo prazo
Hábitos dietéticos
Consumo freqüente de açúcar Consumo de açúcar pouco
freqüente
Uso de fluoreto
Área não fluoretada Área de fluoretação
Suplementos fluoretados não Suplementos fluoretados
utilizados utilizados
Pasta de dente fluoretada não Pasta de dente fluoretada utilizada
utilizada
Controle do biofilme dentário
Limpeza pouco freqüente e ineficaz Limpeza freqüente e eficaz
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Pouco controle manual Bom controle manual
Saliva
Taxa baixa de fluxo salivar Taxa normal de fluxo salivar
Pouca capacidade de Alta capacidade de
tamponamento tamponamento
Contagens altas de estreptococos Contagens baixas de
do grupo mutans e lactobacilos estreptococos do grupo mutans e
lactobacilos
Evidência clínica
Novas lesões Sem novas lesões
Cáries ou restaurações anteriores Sem extrações por cárie
Múltiplas restaurações Dentes anteriores sadios
História de restaurações repetidas Nenhuma ou poucas restaurações
Fissuras não seladas Restaurações feitas anos atrás
Multibandas ortodônticas Fissuras seladas
Dentaduras parciais Sem aparelhos
Fonte: MURRAY, J. J.; NUNN, J. H.; STEELE, J. G. Tratando cáries de esmalte. In: Doenças orais: medidas
preventivas. 2003.
História social
Os seguintes aspectos da história social também podem estar presentes nos
pacientes de alto risco:
a cárie em parentes pode ser alta;
os pacientes possuem pouco conhecimento sobre doença
dentária;
a assistência dentária é irregular e as aspirações dentárias são
baixas;
consumo elevado de guloseimas pelo paciente.
História médica
Pessoas deficientes e medicamente comprometidas podem apresentar alto risco
para a cárie. Usuários de medicamentos por um longo período podem ser um
problema se os medicamentos forem à base de açúcar. Hoje, muitos medicamentos
sem açúcar encontram-se disponíveis, mas os dentistas deveriam sempre checar o
conteúdo de açúcar de qualquer medicamento utilizado por seus pacientes
freqüentemente.
Talvez o fator mais relevante na história médica seja a boca seca. Os pacientes que
se submetem a radioterapia na região de glândulas salivares por uma doença
maligna na cabeça e pescoço sofrem de xerostomia. Pacientes com artrite
reumatóide podem também apresentar síndrome de Sjögren, que afeta as glândulas
salivares e lacrimais, levando à secura da boca e dos olhos. Finalmente, muitos
medicamentos, tais como os antidepressivos, antipsicóticos, tranqüilizantes, anti-
hipertensivos e diuréticos podem causar secura da boca. Quando um profissional
está em dúvida se um medicamento utilizado por um paciente pode causar secura
na boca, um formulário que relacione essas complicações deve ser consultado. Um
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outro grupo de pacientes que pode ter a boca seca é aquele com desordens
alimentares. Hipossalivação combinada com dieta pode causar problemas dentários.
A história médica é um dos fatores na avaliação do risco de cárie que pode mudar.
Um dentista atento detecta perfeitamente essa mudança e informa o paciente
apropriadamente, antes que um dano maior ocorra.
Hábitos dietéticos
O alto consumo de açúcar pode ser um fator de risco para a cárie. Como ocorre com
todos os fatores de risco, não é possível estabelecer inequivocadamente que todos
os pacientes que apresentam um alto consumo de açúcar desenvolvam a
degeneração dentária, e alguns dentistas interpretam isso, negando o valor da
análise e aconselhamento sobre a dieta.
Uso do fluoreto
O fluoreto retarda a progressão da cárie dentária; assim, os pacientes que não usam
uma pasta dentária contendo fluoreto podem ser de risco. A fluoretação da água é
benéfica na prevenção da cárie, particularmente em áreas de privação de outros
meios preventivos.
Saliva
Muitas características afetam o risco de desenvolvimento da cárie. A xerostomia é
um fator predisponente, assim como contagens de estreptococos do grupo mutans e
lactobacilos salivares prognosticam o risco de cárie.
Evidência clínica
A evidência clínica tem sido mostrada como o melhor indicador do risco de cárie. O
exame clínico e radiográfico dos dentes limpos e secos é de grande importância e
revela se as lesões estão presentes ou se têm probabilidade de estarem ativas ou
inativas.
CONCEITOS
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a. Atividade de cárie: é a velocidade com que a dentição é destruída pela
cárie.
b. Prevalência de cárie: representa o número total de dentes ou
superfícies cariadas em uma população, independente de terem ou não
recebido tratamento. São geralmente registrados pelos índices CPOD (dentes
cariados, perdidos e obturados) ou CPOS (superfícies cariadas, perdidas e
obturadas). Para a dentição decídua, utiliza-se o índice ceo (dentes cariados,
extração indicada e obturados). Prevalência corresponde ao número de
lesões de cárie encontrado no momento do exame.
c. Incidência de cárie: representa o aumento no número de lesões de
cárie em um indivíduo ou população, em um determinado período.
Registrados geralmente pelos índices CPOD/CPOS. A incidência corresponde
aos resultados obtidos em dois exames realizados em datas distintas.
d. Paciente de risco: indivíduo com alto potencial para adquirir uma
doença, devido a condições genéticas ou ambientais.
e. Risco real de cárie: descreve até que ponto um indivíduo, em
determinada época, corre o risco de desenvolver lesões de cárie. Em geral, é
considerado alto ou baixo. A avaliação está baseada na anamnese, no exame
clínico, nos testes microbiológicos e bioquímicos da saliva.
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molares e pré-molares com 5 superfícies cada (oclusal, mesial, distal, vestibular e
lingual), incisivos e caninos com 4 superfícies cada (mesial, distal, vestibular e
lingual). No caso de diagnóstico de extração ou extração indicada, anotar todas as
faces nesta condição. Em pacientes com idade avançada, este índice perde sua
capacidade inicial de discernimento, pela grande quantidade de superfícies
atacadas.
Para dentição temporária os índices são identificados com minúsculas,
denominando-se respectivamente ceo-d e ceo-s. Assim, o índice ceo-d é o
correspondente ao CPO-D em relação à dentição decídua, mas inclui só os dentes
cariados (c), com extração indicada (e) e obturados (o), excluindo os dentes
extraídos, devido às dificuldades em separar os que foram perdidos por causa de
cárie dos perdidos pelo processo natural de exfoliação dentária.
O valor do índice CPO é dado pela somatória dos valores de cada componente.
No Brasil, o CPO costuma ser dividido em quatro componentes, acrescentando os
dentes com extração indicada (Ei). Os fatores O (obturados) e E (extraídos)
representam a história passada, enquanto os fatores C (cariados) e Ei (extração
indicada) compõem a história presente e correspondem às necessidades de
tratamento.
Quando forem considerados apenas os três componentes clássicos, como ocorre
nos estudos internacionais que empregam a metodologia da OMS (Organização
Mundial de Saúde), as extrações indicadas devem ser incluídas no componente
cariado (C ou c). Dentes perdidos são sinônimos de dentes extraídos.
Em vista do caráter cumulativo da cárie dentária, que se traduz em diferentes
padrões de ataque ao longo da vida humana, o índice CPO deve ser expresso por
idade ou grupo etário. Quanto mais avançada a idade mais alto é o CPO.
Há diferenças importantes em relação aos componentes do índice segundo o nível
de saúde e a existência ou não de serviços curativos e preventivos satisfatórios,
podendo fazer com que um componente predomine sobre os outros.
Não obstante se trate de um índice específico de cárie dentária, nos adultos – a não
ser que exista algum interesse específico do programa local em conhecer as causas
pelas quais os dentes foram extraídos – deve-se considerar o CPO como um índice
universal e representativo do estado de saúde da dentição, ou seja, não efetuando
distinção entre dentes perdidos por cárie ou por outros motivos. Sendo assim, o
índice CPO é um dos critérios que deve ser considerado quando da avaliação do
risco de cárie de um paciente.
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auxiliar na avaliação do prognóstico;
identificar pacientes ou grupos de indivíduos com alto risco de
cárie;
determinar a freqüência (necessidade) dos retornos periódicos.
AVALIAÇÃO DE LACTOBACILOS
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
no próprio consultório e apresentam a vantagem de que os resultados podem ser
mostrados ao paciente.
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AVALIAÇÃO DE LEVEDURAS
O paciente retém um pedaço de parafina na boca até que fique amolecida. Então, a
saliva produzida é deglutida e passa-se a contar o tempo quando ele começa a
mastigar a parafina. A saliva é coletada em intervalos de tempo sobre um funil
colocado em um tubo calibrado. Após 5 minutos, cessa-se a mastigação e coleta-se
a última porção de saliva estimulada. O volume é medido e a velocidade avaliada em
mililitro por minuto.
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A capacidade tampão da saliva é importante na manutenção do nível de pH na
saliva e no biofilme, agindo contra a desmineralização do dente.
Representa a medida do pH da saliva após ser adicionado um ácido fraco à mesma.
Nessa técnica, 1 mL de saliva é adicionado em 3 mL de uma solução de ácido
clorídrico (HCl) 0,005 N (no caso de saliva não estimulada usa-se HCl 0,0033 N) e,
após agitação, o tubo é mantido aberto durante 10 minutos para a remoção do CO2
formado; a seguir, o pH é medido em pHmetro ou fita indicadora. Há a tendência de
uma relação entre a capacidade tampão da saliva e a atividade de cárie. A saliva de
indivíduos cujas bocas contêm um número considerável de lesões de cariosas,
freqüentemente tem capacidade tampão mais baixa do que a saliva daqueles que
são relativamente livres de cáries. Esse teste, contudo, não oferece uma correlação
adequada com a atividade de cárie, porém deve ser considerado durante a
avaliação do risco de cárie.
Existem no comércio kits especiais (Caritest® SL, Dentobuff® Strip) que contém
frascos plásticos com ácido fraco, um indicador de pH e uma tabela de cores.
CARIOGRAMA
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Tela do programa Cariograma.
O programa avalia o risco da doença cárie, expressando seu resultado como a
probabilidade de se evitar lesões de cárie. É útil em várias situações, principalmente
quando se deseja discutir com o paciente a importância dos fatores etiológicos da
doença cárie. Possibilita demonstrar que o risco do paciente à doença pode ser
alterado, por meio da adoção de medidas específicas.
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