Você está na página 1de 4

Tema: gestão de equidade dos casos excepcionais em salas de aula: alunos com

dificuldades de aprendizagem

Segundo CAPELLINI (2004), salienta que eventualmente, os professores se deparam


com alunos com dificuldade de aprendizagem. Trata-se de uma espécie de “bloqueio”
que impede o estudante de ter o mesmo desempenho que o restante da turma. Esse
problema, muitas vezes, porém, relaciona-se a causas pedagógicas e pode ser facilmente
superado.

Mudanças no método de ensino, estratégias diferentes de estudo e até mesmo a


reorganização do espaço físico contribuem para o progresso de um aluno que está com
dificuldade em determinado conteúdo ou matéria. Além disso, é importante que
os processos educacionais colaborem para a identificação das dificuldades por meio de
planejamentos pedagógicos fundamentados em expectativas de aprendizagem, por
exemplo. (CAPELLINI; 2004, p.58)

Neste texto, explicamos qual é a diferença entre dificuldade de aprendizagem e


transtornos de aprendizagem, além de darmos dicas para a escola lidar com essas
questões. Continue a leitura e confira!

Afinal, o que são dificuldades de aprendizagem?

A dificuldade de aprendizagem é diferente do distúrbio de aprendizagem. Esse segundo


não decorre de causas educativas e, geralmente, está associado a causas orgânicas, como
disfunções neurológicas. Isso significa que o aluno manterá os sintomas mesmo após
uma mudança na abordagem pedagógica. 

Um aluno pode ter dificuldade de aprendizagem em relação a algum conteúdo ou


matéria devido a inúmeros factores: a metodologia de ensino, o ambiente físico da sala
de aula ou questões emocionais ligadas ao contexto de vida da criança. Além disso, de
acordo com a teoria das inteligências múltiplas, proposta pelo psicólogo Howard
Gardner, na década de 1990, as pessoas têm níveis diferentes de aptidão em vários
aspectos, o que interfere no desempenho durante a educação formal. Assim, os alunos
podem ter mais dificuldade com certas matérias, enquanto têm facilidade com outras. 
Como lidar com dificuldades de aprendizagem?

Por estarem associadas a questões psicopedagógicas, muitas vezes, as dificuldades de


aprendizagem são superadas a partir de mudanças na abordagem do conteúdo por parte
do professor e do aluno. Veja só algumas dicas a seguir.

Mudar a perspectiva a respeito de dificuldades de aprendizagem

O primeiro passo para que os educadores possam ajudar os alunos a superarem


dificuldades é mudar a perspectiva a respeito delas. É fundamental deixar claro que um
estudante com dificuldade não é incapaz de aprender: reforçar que essas questões são
comuns e dependem de inúmeros factores é importante para que eles mantenham a
confiança e a motivação. (CARVALHO; 2010, p.53)

Utilizar formas diferentes de apresentar a informação

Normalmente, as dificuldades de aprendizagem podem ser superadas com uma simples


mudança na forma de apresentar o conteúdo. Por isso, é fundamental ter flexibilidade
pedagógica e explorar métodos alternativos de ensino. Por exemplo, o aluno que não
consegue entender um conceito apresentado por meio da leitura e de exercícios talvez
consiga assimilá-lo melhor por meio de jogos educativos.

Minimizar as distracções em sala de aula

Segundo LIMA (2002, p.93), salienta dizendo que alunos com dificuldades em
determinada matéria ficam mais sujeitos a distracções, o que atrapalha ainda mais o seu
aproveitamento. Isso ocorre sobretudo na Educação Infantil e nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, afinal, a capacidade de concentração ainda está em
desenvolvimento pelas crianças.

Desse modo, é importante minimizar as distracções: fechar as janelas, reduzir barulhos


externos etc. Além disso, vale a pena reorganizar o espaço físico de modo que a
colocação das mesas e cadeiras fique mais propícia à realização das actividades.

Ensinar métodos de estudo e estratégias de aprendizagem

Na óptica de CARAMORI (2009, p.73), argumenta que os professores também podem


indicar métodos de estudo aos alunos. A depender do estilo de aprendizagem de cada
um, o emprego de uma estratégia alternativa pode ser decisivo para a assimilação de
conteúdos. Por exemplo, há alunos mais visuais, para os quais mapas mentais são muito
úteis, enquanto outros podem se dar melhor com a prática da escrita a respeito do
conteúdo.

O que pode ser feito para sanar esse problema?

As dificuldades de aprendizagem são muito frequentes na vida escolar. Cabe à equipe


de gestores e educadores, em conjunto com os pais dos alunos, contorná-las para que os
estudantes consigam prosseguir em seu percurso de aprendizagem. 

Veja, abaixo, algumas práticas que a escola deve adoptar para que essas questões sejam
sanadas da melhor forma!

Planejamento fundamentado em expectativas de aprendizagem

Para que a escola identifique os alunos com dificuldade de aprendizagem e consiga


ajudá-los a superarem esse problema, é muito importante ter um planejamento
fundamentado em expectativas de aprendizagem. Isto é, com actividades pensadas para
cada faixa etária e metas de evolução para cada ciclo.

Assim, torna-se possível avaliar se o aluno está acompanhando essas expectativas e


atingindo essas metas ou não. 

Aplicação de avaliações diagnósticas regularmente

Com base no planejamento pedagógico, as avaliações diagnósticas são excelentes


instrumentos para a identificação de dificuldades de aprendizagem. Como dissemos, as
expectativas para cada ciclo são um bom indicativo de que o processo de aprendizagem
está dentro do esperado, e as avaliações podem revelar se há algum conteúdo de difícil
entendimento por parte do estudante.

Integração entre a comunidade escolar

A interacção entre os docentes é muito importante para que eles possam compartilhar
estratégias que dão certo e trocar ideias para solucionar as dificuldades de aprendizagem
dos alunos. No mesmo sentido, é fundamental que haja um bom relacionamento entre a
escola e a família do estudante. (CARAMORI; 2009, p.152).
Referências bibliográficas:

CAPELLINI, V. L. M. F. (2004). Avaliação das possibilidades do ensino colaborativo


no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência mental. Universidade Federal
de São Carlos, São Carlos.
CARAMORI, P. M.; (2009). Estratégias pedagógicas para alunos com deficiência
mental severa: um estudo sobre a actuação de professores de educação especial.
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara.
CARVALHO, R. E. (2010). Escola inclusiva: a organização do trabalho pedagógico.
Porto alegre: Mediação.
LIMA, J. A. de. (2002). As culturas colaborativas nas escolas: estruturas, processos e
conteúdos. Porto: Porto Editora.

Você também pode gostar