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Universidade Federal Fluminense (UFF)

Curso de Administração Pública


Disciplina: Psicologia Organizacional
Nome do Aluno: Gilson Muniz da Silva
Polo: Macaé
Matricula: 23213110192

Análise das implicações da Administração Científica com o Surgimento da Psicologia


Organizacional
“A Psicologia Organizacional é uma das diversas especializações da Psicologia e
refere-se ao desenvolvimento e à aplicação de princípios científicos no ambiente de
trabalho.”
As relações humanas passam por constantes transfigurações, semelhantemente
as relações organizacionais, não poderiam adquirir característica diferente, visto que
independentemente da organização, todas são formadas por grupos de pessoas, cujo
trabalho é desenvolvido em prol do mesmo objetivo. Dentro dessa ótica, o que se torna
necessário compreender é o próprio comportamento humano e como ele pode afetar, o
ambiente organizacional. Nesse sentido, a psicologia organizacional atua também como
um estudo sobre o comportamento humano, no entanto, dentro do contexto de uma
organização (CAMARGO, 2009).

O surgimento da Psicologia Organizacional está ligado a Administração Científica


devido à necessidade de uma nova ciência que aperfeiçoasse o processo industrial
iniciado no século XIX. A administração cientifica ou taylorismo, desenvolvida pelo
engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915), caracteriza-se pela ênfase nas
tarefas, objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional. A idéia principal é a
racionalização do trabalho, o que exige a divisão clara de tarefas a serem desempenhadas.
O operário deveria ser escolhido de acordo com as atribuições a serem desenvolvidas e
treinadas constantemente para que suas ações fossem padronizadas e ritmadas para o
alcance de melhor rendimento. Perfil Histórico Com a virada do século XX e
consequentemente com o fim da guerra, a indústria expandiu-se aceleradamente, o que
gerou preocupações também com o aumento da eficiência nos processos de produção.

Vislumbrando o aumento os gestores que buscavam o lucro através da produção e


para isso submetiam seus empregados a um trabalho pesado com longas jornadas, sem
direitos trabalhistas e descansos semanais. A princípio esse método de administração
surtia efeitos positivos até que a falta de motivação e a fadiga desses trabalhadores
acabaram resultando em uma baixa produtividade. Nesse contexto de busca de soluções
para a queda do desempenho é que nasce a Administração Científica de Taylor que
buscava soluções definitivas para o problema da administração, e a Psicologia
organizacional nas indústrias que veio a ser um aliado na criação de soluções. A gerência
caberia, afixar trabalhadores numa jornada de trabalho controlada, supervisionada, sem
interrupções, a seu controle, podendo o trabalhador só parar para descansar, quando for
permitido, com particularização de cada movimento, não podia deixar o controle do
processo de trabalho nas mãos dos trabalhadores. Como os trabalhadores conheciam mais
a função do que o gerente, este deveria aprender os métodos de trabalho com aqueles para
então cobrar dos seus operários.

Enquanto a administração buscava a criação de metas que visavam o aumento da


produtividade, a psicologia se preocupava em atender as necessidades físicas e mentais
dos trabalhadores, selecionando-os, treinando-os e planejando situações de trabalho que
favorecesse empregadores e empregados. A partir daí, muitos estudos foram realizados.
Podemos citar o de Frank e Lilian Gilbert que trabalharam a aplicação do tempo e do
movimento para uma melhor projeção da tecnologia para as pessoas, o experimento
realizado em western Eletric Company, hawthorne que estudou o efeito da percepção da
participação do funcionário na empresa, e os estudos de Mc Gregor que a partir de sua
teoria “X e Y” também contribuiu para o desenvolvimento e aperfeiçoamento.

Teoria “X” de Mc Gregor

“O homem é motivado por incentivos econômicos”.


“O homem é um agente passivo que precisa ser administrado, motivado e controlado
pela organização”.
“As emoções humanas são irracionais e não devem interferir no auto-interesse do
indivíduo”.
“As organizações podem e devem ser planejadas de tal forma que o sentimento e as
características imprevisíveis possam ser neutralizados e controlados”.
“O homem é essencialmente preguiçoso e deve ser estimulado por incentivos externos”.
“Os objetivos individuais em geral se opõem aos objetivos da organização, impondo-se,
pois, um controle mais rígido”.
“Em virtude de sua irracionalidade intrínseca, o homem é basicamente incapaz de
autocontrole e de autodisciplina”.
“Dentro dessa concepção tradicional do homem, a tarefa da administração torna-se
restrita à aplicação e controle da energia humana unicamente em direção aos objetivos
da organização”.
“A administração é responsável pela organização dos elementos da empresa produtiva:
dinheiro, materiais... interesses de seus fins econômicos”.
“É um processo de dirigir os esforços das pessoas, motivá-las, controlar suas ações e
modificar seu comportamento para atender às necessidades da organização”.
“Sem esta intervenção ativa por parte da administração, as pessoas seriam passivas às
necessidades da organização ou mesmo resistiriam a elas. Portanto, devem ser
persuadidas, recompensadas, punidas, coagidas, controladas... Esta é a tarefa da
administração...”.
Teoria “Y”

Teoria “Y” de Mc Gregor

Baseia-se em um conjunto de suposições da teoria da motivação humana:“A


aplicação de esforço físico ou mental em um trabalho é tão natural quanto jogar ou
descansar. “Dependendo de condições controláveis, o trabalho pode ser uma fonte de
satisfação (e deve ser voluntariamente desempenhado) ou uma fonte de punição (e deve
ser evitado, se possível)”.
“O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de obter o esforço
de alcançar os objetivos organizacionais”. O homem deve exercitar a auto-direção e o
autocontrole a serviço dos objetivos que lhe são confiados.
“Confiar objetivos é uma função de premiar, associada com seu alcance efetivo. As
mais significativas dessas recompensas, como a satisfação das necessidades do ego ou
de auto-realização, são produtos diretos dos esforços dirigidos quanto aos objetivos
organizacionais”.
“O homem médio aprende, sob certas condições, não só a aceitar, mas também a
procurar responsabilidade. A fuga à responsabilidade, a falta de ambição e a ênfase
sobre a segurança pessoal são geralmente consequências da experiência de cada um e
não características humanas inerentes e universais”.
“A capacidade de aplicar um alto grau de imaginação, de engenhosidade, na solução de
problemas organizacionais é amplamente, e não escassamente distribuída na
população”.
“Sob as condições da moderna vida industrial, as potencialidades intelectuais do homem
médio são apenas parcialmente utilizadas”.

“Teoria “Z” de Ouchi (1982)” .

“A produtividade é muito mais uma questão de administração de pessoas do que


de tecnologia, muito mais de gerenciamento humano fundamentado em filosofia e
cultura organizacionais adequadas do que de abordagens tradicionais fundamentadas na
organização (McGregor). Segundo o autor no Japão, o processo decisorial é
participativo e consensual, resultado de longa tradição de participação e envolvimento
dos membros na vida da organização”.

“Assim, a produtividade é uma questão de organização social: a maior


produtividade não virá através de um trabalho mais árduo, mas de uma visão
cooperativa associada à confiança. O sindicato, por exemplo, está junto ao governo e à
administração das organização, através da teoria “Z”, como uma forma de realçar o
senso de responsabilidade comunitária como base para a cultura organizacional)”.

“Surgiram nesta fase, a discussão de temas até então proibidos, como poder,
conflitos e seus reguladores, numa visão de políticas organizacionais, não mais como
funções ou sistemas”.

A psicologia organizacional tem muito ainda a oferecer para as organizações e o


bem-estar dos funcionários. Partindo inicialmente da preocupação com a produtividade,
seu futuro é promissor, pois as organizações continuam necessitando de ajuda nas
questões relativas aos funcionários”.

“saúde mental/psicopatologia do trabalho; estresse ocupacional; síndrome de burnout,


Karoshi; condições de trabalho; organização do trabalho; saúde mental e segurança no
trabalho, dentre outros trabalhos possíveis”.

Referências:

1.
Camargo, Denise de. Psicologia organizacional / Denise de Camargo. –
Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]:
CAPES: UAB, 2009.126p. : il.
2. https://graduacao.cederj.edu.br/ava/course/view.php?id=548&section=4
3. https://graduacao.cederj.edu.br/ava/course/view.php?id=548&section=5
4. https://graduacao.cederj.edu.br/ava/course/view.php?id=548&section=6

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