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A Construção da Subjetividade

Humana: O Indivíduo como Ser


Pensante, Afetivo e Comportamental
COMPREENDER A FORMA COMO O INDIVÍDUO SE ORGANIZA INTERNAMENTE, CARACTERIZANDO-O
COMO SER ÚNICO, E O IMPACTO DESSA ORGANIZAÇÃO NAS RELAÇÕES QUE ESTABELECE COM O
MUNDO À SUA VOLTA, PRINCIPALMENTE, NO AMBIENTE DE TRABALHO.

AUTOR(A): PROF. MARCELO APARECIDO ALVARENGA

A gestão de pessoas adquire relevância à medida que são as pessoas as responsáveis por conduzir todas as

atividades e processos que podem garantir que uma organização se diferencie em relação às suas
concorrentes e, assim, possa obter vantagem competitiva no mercado. Seres únicos e inimitáveis, dotados
de suas capacidades de pensar, sentir e agir, as pessoas constituem elemento de valor significativo para que
as organizações possam interagir com os seus clientes e o ambiente de negócios em que estão inseridas
(DAVEL; VERGARA, 2014).
Diante do valor que possuem para as organizações, é importante que você compreenda um pouco mais
sobre as pessoas. Você já parou para pensar que as pessoas, assim como você, são muito mais do que tudo

aquilo que elas aparentam no dia-a-dia?

Todos nós somos dotados de uma subjetividade, ou seja, de um mundo interno formado pelos nossos modos

de pensar, sentir e agir que, no seu conjunto, nos tornam seres únicos. Uma subjetividade que se constitui

nos filtros que cada um de nós utiliza para analisar, interpretar e tomar decisões diante das diferentes
situações do dia-dia. Filtros que se desenvolvem e se transformam a partir das experiências que cada um vai
vivenciando ao longo de toda a vida, tanto no que diz respeito à sua vida pessoal quanto à profissional

(DAVEL; VERGARA, 2014; REGATO, 2014).


Ao nascermos, essa subjetividade não está pronta. Ela é construída a partir da interação que estabelecemos
com os ambientes social e cultural. A nossa subjetividade se desenvolve à medida que estabelecemos
contatos com outras pessoas (mãe, pai, familiares, amigos, professores, chefes, colegas de trabalho etc.) e

conforme vamos identificando as características valorizadas pelas pessoas nos lugares por onde passamos
(local de nascimento, local onde mora, empresas, universidades etc.). Por tratar-se de uma interação, é
importante enfatizar que, potencialmente, ambos, indivíduo e ambiente, se transformam mutuamente

(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2018).


Legenda: A CONSTRUçãO DA SUBJETIVIDADE
Neste sentido, é importante que você observe que um indivíduo que atua em uma organização sempre trará

consigo a sua subjetividade. Ele carrega uma bagagem, assim como você carrega a sua, que o permite
pensar, sentir e agir diferentemente de você e de outras pessoas.
Quando você, por exemplo, tem a possibilidade de vivenciar uma situação dentro da empresa com algum

colega de trabalho, sempre ocorrerá uma interação entre a sua subjetividade (o seu modo de pensar, sentir e
agir) e a subjetividade desse indivíduo (o modo de pensar, sentir e agir dele), podendo, assim, resultar na
transformação da subjetividade de ambos. É preciso enfatizar que nossas subjetividades não são estanques,

ou seja, elas se constroem e se reconstroem por meio das diferentes interações que estabelecemos com o
mundo externo desde o momento que viemos ao mundo e ao longo de toda a nossa existência (MACHADO;
COLVERO, 2017).
Legenda: UM ENCONTRO ENTRE SUBJETIVIDADES.
Ao nos referirmos à subjetividade como sendo o mundo interno de cada um de nós, é importante você

perceber também que estamos considerando aqui o Homem como um ser pensante, afetivo e

comportamental, ou seja, um ser que é dotado de capacidades que o permitem analisar, refletir, sentir e

agir. Capacidades cujo conjunto determina o jeito único de ser desse Homem, ou seja, a sua personalidade.
Somado a uma necessária predisposição que todos nós devemos ter para compreender a subjetividade
daqueles que nos cercam, até para que possamos identificar formas mais assertivas de interagirmos com

estas pessoas, é fundamental que se invista no autoconhecimento, na compreensão da nossa própria


subjetividade.
É necessário entender que

Cada um faz de si e de suas vivências o referencial do universo ao qual pertence. É natural


a tendência de considerar a problemática pessoal de forma prioritária. Para suplantar as
dificuldades, cada ser humano está constantemente buscando informações para entender
melhor suas preocupações mais íntimas. É necessário mergulhar fundo para se conhecer
melhor.
BERGAMINI, 2015, P.5

Além dos ganhos pessoais que se pode obter por meio do autoconhecimento, já que ele possibilita ao
indivíduo reconhecer e encontrar meios para superar suas dificuldades pessoais, (BERGAMINI, 2015), a

capacidade de olhar para si mesmo é importante também para o gerenciamento das chamadas
competências comportamentais.
Competências comportamentais que, no contexto das organizações, podem ser compreendidas como
aquelas capacidades internas (ex.: analisar, organizar, criar, comunicar, relacionar-se, lidar com pressão
etc.) que todos nós necessitamos ter ao assumirmos um novo cargo e ao nos tornarmos responsáveis por
atividades profissionais específicas. Portanto, identificar essas capacidades internas por meio do
autoconhecimento, tanto aquelas que você tem bem desenvolvidas quanto aquelas que necessita

desenvolver, é fundamental para o seu sucesso como profissional (CODA, 2016).


Por fim, é importante compreender que o autoconhecimento constitui uma habilidade importante para que
você possa se adaptar às mudanças propostas pelo mercado, principalmente, em cenários permeados por
frequentes e intensas transformações. Todas as vezes que uma nova necessidade de adaptação se apresenta,
como, por exemplo, o surgimento de novos conhecimentos em sua área de atuação, é importante que você
tenha a capacidade de olhar para si mesmo e identificar as mudanças internas que necessitam ser realizadas
em sua subjetividade (pensar, sentir e agir) para que você possa se ajustar à nova realidade apresentada
pelo mercado (CÁLCENA; CASADO, 2013).

ATIVIDADE FINAL
Considerando que a nossa Subjetividade constitui nosso Mundo

Interno, é correto afirmar que ela é formada:

A. Somente pelo nosso modo de pensar e sentir.


B. Somente pelo nosso modo de pensar e agir.
C. Somente pelo nosso modo de sentir e agir.
D. Pelos nossos modos de pensar, sentir e agir.

O autoconhecimento constitui a capacidade de:

A. Olhar para si mesmo.


B. Refletir sobre as nossas próprias ideias.
C. Compreender nossas emoções.
D. Analisar nossas ações.
E. Todas as alternativas estão corretas.

Considerando que as competências comportamentais são


extremamente relevantes para as organizações, é correto afirmar que:

A. A nossa subjetividade não interfere no desenvolvimento de nossas competências comportamentais.


B. As competências comportamentais se referem a capacidades das organizações.
C. O autoconhecimento é um importante aliado para o desenvolvimento de competências
comportamentais.
D. As competências comportamentais não têm relação com a nossa vida profissional. 

REFERÊNCIA
BERGAMINI, Cecília Whitaker.  Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do

comportamento organizacional. 5. ed. São Paulo: Altas, 2015.  E-book. Disponível


em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-970-0360-4/. Acesso em: 13 abr. 2021.
BOCK, Ana Merces Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma

introdução ao estudo da psicologia. 15. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.  E-book. Disponível

em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131327/. Acesso em: 13 abr. 2021.

CÁLCENA, Esteban José Ferrari; CASADO, Tania. Desafios e riscos na gestão da própria carreira.  In: DUTRA,

Joel Souza; VELOSO, Elza Fátima Rosa (org.). Desafios na gestão de carreira. São Paulo: Atlas, 2013. pt. 2,

cap. 5.  E-book.  Disponível em:  https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522480944/. Acesso

em: 13 abr. 2021.

CODA, Roberto. Competências comportamentais: como mapear e desenvolver competências pessoais no

trabalho. São Paulo: Atlas, 2016. E-book. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008746/recent. Acesso em: 12 mar. 2021.
DAVEL, Eduardo; VERGARA, Sylvia Constant. Gestão com pessoas, subjetividade e objetividade nas

organizações. In DAVEL, Eduardo; VERGARA, Sylvia Constant (orgs.). Gestão com pessoas e subjetividade.

7.ed. São Paulo: Atlas, 2014. E-book. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522494194/recent. Acesso em: 10 mar. 2021.

MACHADO, Ana Lúcia; COLVERO, Luciana de Almeida; RODOLPHO, Juliane Reale Caçapava (orgs.). Saúde

mental: cuidado e subjetividade. São Caetano do Sul: Difusão, 2017. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/179816/epub. Acesso em: 12 mar. 2021.

REGATO, Vilma Cardoso. A subjetividade nos objetos de estudo da psicologia. In: REGATO, Vilma Cardoso.

Psicologia nas organizações. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. cap. 1, p. 14-16. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2600-8/recent. Acesso em: 12 mar. 2021.

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