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Suporte de Vida em Urgência e Emergência

Atendimento inicial ao paciente


pediátrico na urgência e emergência
Priscila Menezes Ferri Liu
Faculdade de Medicina
Universidade Federal de Minas Gerais
2015
Prioridades

• Reconhecer sinais e sintomas de


“alerta”
• Reconhecer o desconforto respiratório
e a potencial falência respiratória
Prioridades: • Reconhecer alterações do estado
hemodinâmico (choque)
• Estabelecer as prioridades no
atendimento do paciente
O paciente grave
Paciente cujo estado clínico pode resultar em

PARADA RESPIRATÓRIA

OU
PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA

Se nenhuma intervenção for realizada


para interromper o processo.
Sobrevida
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Parada respiratória x Parada Cardiorrespiratória
López-Herce et al, 2004
Conceito de “primeira hora de ouro”
Pacientes com choque séptico:
mortalidade X tempo para infusão de volume

80% 73%
70%
60% 54%
50%
40%
40%
Mortalidade
30%
20%
10%
0%
< 30 min 30-60 min > 60 min

Ped Emerg Care, 2008


Sinais de alerta

Em qualquer faixa etária:

Taquipneia ou
bradipneia Esforço respiratório

gemência tiragens
batimentos balanço
intercostais,
de aletas retração tóraco-
subdiafragmáticas abdominal
nasais esternal ou subcostais
Sinais de alerta
Frequência respiratória – valores de
normalidade
• Até 2 meses: < 60 irpm
• 3 a 11 meses: < 50 irpm
• 1 a 4 anos: < 40 irpm
• 5 a 8 anos: < 25 irpm
• 9 a 12 anos: < 20 irpm
• Acima de 12 anos: < 15 irpm

Martins e colaboradores, 2010


Sinais de alerta
Em qualquer faixa etária:
Alterações de
Alterações da Taquicardia,
pulsos Alterações da
perfusão bradicardia,
periféricos e pressão arterial
capilar arritmias
centrais

Finos, rápidos,
ausentes, muito Hipertensão ou
cheios, hipotensão
arrítmicos
Sinais de alerta
Frequência cardíaca – valores
anormais por faixa etária
• RN: <80-100 ou >200 bpm
• 0-1ano: <80-100 ou > 180 bpm
• Crianças: <60-80 ou >120 bpm
• Adolescentes: < 60 ou > 110 bpm

Pressão sistólica em mmHg - percentil 5

• Até 1 mês – 60
• 1 mês a 1 ano – 70
• 1 a 10 anos – 70 + (2 x idade em anos)
• Acima de 10 anos – 90

Martins e colaboradores, 2010


Sinais de alerta

Em qualquer faixa etária:


Alteração Diminuição
do nível de
consciência
Hipóxia do débito
urinário

Sinais de
Palidez
Oximetria má
cutânea
circulação
Atuação em equipe
Estabelecer funções para cada membro da equipe
Atuação em equipe
A equipe deve ser dinâmica, com um líder escolhido e aceito
por todos, com capacitação constante.

• Comunicação em “alça fechada”


• Mensagens claras
• Responsabilidades e funções pré-estabelecidas
• Conhecimento das próprias limitações
• Compartilhamento de conhecimento
• Intervenções construtivas
• Resumo e reavaliações da situação
• Respeito mútuo
• Atualização científica e avaliações da atuação periódicas
Sistematização do atendimento
Avaliar

Intervir Identificar

A qualquer momento, se identificada condição


potencialmente fatal, deve-se iniciar as intervenções
para controlá-la.
Sistematização do atendimento
Impressão
Inicial
Avaliação Geral ou Impressão Inicial

Avaliação
rápida e
objetiva

Aparência: Respiração: Circulação:


ativo? normal? cor e aspecto
consciente? esforço? da pele
Avaliação Primária - ABCDE

Pérvia
• Verificar presença de corpo estranho e/ou
secreções

Sustentável x não sustentável


Avaliação Primária - ABCDE

Nível de Oximetria
Oxigenação Cor
consciência de pulso

Volume Frequência
Ventilação corrente respiratória

Mecânica Presença
respiratória de esforço
Avaliação Primária - ABCDE
Temperatura e perfusão da pele

Frequência e simetria de pulsos central e periféricos

Frequência cardíaca

Pressão arterial

Ritmo cardíaco

Perfusão de órgãos alvo – débito urinário, consciência


Avaliação Primária - ABCDE

• Escala de resposta pediátrica AVDN


• Escala de coma de Glasgow
• Resposta pupilar à luz
A Alerta
V Responde a estímulo Verbal
D Responde ao estímulo Doloroso
N Não responde
Avaliação Primária - ABCDE
Ação Criança Lactente Pontuação
Abertura Espontânea Espontânea 4
ocular Estímulo verbal Estímulo verbal 3

• Escala de resposta pediátrica AVDN


Somente à dor Somente à dor 2
Sem resposta Sem resposta 1

•Resposta
Escala
verbal
de
Orientada
Confusa
coma de Glasgow
Balbucio, voz
Choro irritado
5
4
Palavras impróprias Choro à dor 3
• Resposta pupilar à luzGemidos à dor
Palavras incompreensíveis 2
Sem resposta Sem resposta 1

Resposta Obedece comando Movimentos espontâneos 6


motora Localiza estímulo doloroso Retirada ao toque 5
Retira membro à dor Retirada à dor 4
Flexão em resposta à dor Postura de decorticação 3
Extensão em resposta à dor Postura de descerebração 2
Sem resposta Sem resposta 1

AHA, 1997-1999
Avaliação Primária - ABCDE

• Escala de resposta pediátrica AVDN


• Escala de coma de Glasgow
• Resposta pupilar à luz
Avaliação Primária - ABCDE

• Lesões? Traumas?
• Temperatura
Avaliação secundária

Sinais e sintomas?
Alergias?
Medicamentos?
Passado médico?
Líquidos e última refeição?
Evento?
Avaliação secundária
Exame físico completo
“Da cabeça aos pés”
Avaliação terciária
Exames complementares
– Propedêutica laboratorial
– Imagem
– Outros
Classificar a condição clínica

Classificar o
paciente

Parada
Estável Instável cardiorrespiratória
Classificar a condição clínica
Classificar em desconforto ou insuficiência
respiratória

Identificar a causa do distúrbio respiratório


• Obstrução de via aérea alta
• Obstrução de via aérea baixa
• Doença parenquimatosa pulmonar
• Alteração do controle da respiração
Classificar a condição clínica
Identificar a presença de instabilidade
hemodinâmica (choque)
Classificar em compensado (normotensivo) ou
descompensado (hipotensivo)

Identificar as possíveis causas do choque


Hipovolêmico Distributivo Cardiogênico Obstrutivo
Intervir
• Conforme o caso clínico
• Dependendo da prática e da expertise
• Dependendo das condições e
infraestrutura

Cada alteração grave


detectada deve ser
corrigida
Reavaliar

Avaliar a Verificar
Rever o
Reexaminar o eficácia das ocorrência de
diagnóstico
paciente medidas efeitos não
inicial
tomadas desejados
Participação da família
A presença da família:

• Diminui stress, ansiedade, depressão e


melhora a relação com a equipe
• Um dos membros da equipe deve se
dedicar à família buscando informações
e confortando-os
• Permitir interação com a equipe e
participação nas decisões quando
possível
Transição do cuidado

Fazer
Avaliar
relatório
transporte
sumário

Dar Contato
suporte e com o
orientar a médico
família receptor
Em caso de dúvidas:

Prof. Priscila Menezes Ferri Liu


Departamento de Pediatria
E-mail: pmferri.liu@gmail.com

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