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Programa Hospitais de Excelência a Serviço do SUS

Capacitação dos Profissionais de APH Móvel


(SAMU 192) e APH Fixo
Módulo III – SUPORTE BÁSICO DE VIDA – EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS E
NEONATAIS

Coordenadora: Dra. Lucimar Aparecida Françoso

EMERGÊNCIAS CARDIORRESPIRATÓRIAS
EM PEDIATRIA

Dra. Adriana Vada Souza Ferreira


EMERGÊNCIAS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM PEDIATRIA

PROGRAMA
Tema Aula Prática Atividade
Aspectos gerais da anatomia e fisiologia da criança 1 0 1
Aspectos epidemiológicos de eventos envolvendo crianças e
1 0 1
recém-nascidos
Avaliação primária e secundária da criança 1 1 1
Obstrução das vias aéreas por corpo estranho em pediatria 1 1 1
Parada respiratória e cardiorrespiratória em pediatria 1 1 1
Emergências clínicas cardiorrespiratórias 1 0 1
Emergências clínicas gastrointestinais e metabólicas 1 0 1
Emergências clínicas neurológicas e toxicológicas 1 0 1
Assistência ao recentemente nascido fora do ambiente hospitalar 1 1 1
Suspeita ou evidências de maus-tratos: papel do APH 1 0 1
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OBJETIVOS
Ao final da aula o participante deverá ser capaz de:
• Reconhecer um quadro de emergência respiratória
no bebê e na criança;
• Reconhecer um quadro de emergência
cardiocirculatória no bebê e na criança;
• Conhecer a sequência de condutas de SBV diante
de um bebê ou criança com quadro de emergência
respiratória e/ou cardiocirculatória.
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Condições Diversas

Insuficiência Choque
Respiratória

Falência Cardiorrespiratória

Parada Cardiorrespiratória
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AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

1. Avaliação do estado geral:


• nível de consciência
• tônus muscular
• grau de resposta

2. Exame das Vias Aéreas, Respiração e Circulação


(ABC)
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AVALIAÇÃO DO ESTADO GERAL

• Coloração geral (“boa” x “ruim”)

• Nível de consciência, grau de resposta

• Atividade, movimentação, tônus muscular

• Resposta apropriada para a idade


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VIA AÉREA

Considerações Anatômicas
• Via aérea mais estreita e curta
• Língua grande em
relação à orofaringe
• Laringe cefalizada
• Área cricóide estreita Fonte: Google Images
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VIA AÉREA

• Pérvea

• Sustentável

• Não sustentável
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Avaliação Clínica
• Frequência respiratória
• Esforço respiratório/mecânica
• Ruídos respiratórios/ entrada de ar/ volume
corrente
• Estridor inspiratório
• Sibilo expiratório
• Coloração da pele e oximetria de pulso
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Avaliação Clínica

• Desconforto Respiratório: aumento do trabalho


respiratório

• Insuficiência respiratória: oxigenação ou ventilação


inadequadas (com ou sem desconforto respiratório)
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Filme
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Sistemas de Oxigenação
• baixo fluxo
- cateter nasal

• alto fluxo
- tenda facial (máx 40%)
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Sistemas de Oxigenação
• alto fluxo
- máscaras de oxigênio
• reinalante simples (35-60%)
• reinalante parcial (50-60%)
• não reinalante (95%)
• Venturi (25-60%)
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Ventilação com Pressão Positiva

• Ressuscitador manual
(bolsa-valva-máscara)
- sem reservatório: 40%
- com reservatório: 90 a 100%
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Posicionamento da Máscara
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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Técnica de Ventilação com Bolsa-Máscara
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Técnica “Forma E-C”


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INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
Causas

HIPOVOLÊMICO CARDIOGÊNICO
- gastroenterites - insuficiência cardíaca
- hemorragias - arritmias

DISTRIBUTIVO
- sepse
- anafilaxia
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INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
Avaliação Clínica
• Frequência cardíaca (FC)
• Pressão arterial
• Pulsos: central e periférico
• Perfusão da pele
– tempo enchimento capilar
– cor e temperatura
• Nível de consciência
• Débito urinário
Fonte: AHA. AAP. Suporte Avançado de Vida em Pediatria. Manual para Provedores, 2003
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INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
Roteiro para avaliação:
• Observar nível de consciência;
• Verificar frequência cardíaca,
qualidade de pulso, temperatura
da pele, enchimento capilar;
Fonte: Images.com

• Aferir precocemente a pressão arterial;


• Medir débito urinário (posteriormente).
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INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
Avaliação do nível de consciência
Acordado, ativo e responde a
A Alerta
estímulos
V Voz Responde estímulo verbal
D Dor Responde à dor
N Não responde Não reage a qualquer estímulo
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006, pg 23
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Escala de Coma de Glasgow


Resposta Criança Bebê Pontos
Espontânea Espontânea 4
Estímulo verbal Estímulo verbal 3
Abertura Ocular
Estímulo doloroso Estímulo doloroso 2
Sem resposta Sem resposta 1
Orientada Arrulha e balbucia 5
Confusa Inquieta, irritada, chorosa 4
Melhor Resposta
Palavras inapropriadas Chora em resposta à dor 3
Verbal
Sons inespecíficos Geme em resposta à dor 2
Sem resposta Sem resposta 1
Obedece comando verbal Move-se espontânea e
simples intencionalmente 6
Localiza dor Retira o membro ao toque 5
Melhor Resposta
Retira o membro à dor Retira o membro à dor 4
Motora
Decorticação Decorticação 3
Descerebração Descerebração 2
Sem resposta Sem resposta 1
3 a 15
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006, pg 23
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Frequência Cardíaca

Idade Acordado Média Durante o sono

RN a 3 meses 85 a 205 140 80 a 160


3 m a 2 anos 100 a 190 130 75 a 160
2 a 10 anos 60 a 140 80 60 a 90
> 10 anos 60 a 100 75 50 a 90
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006
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INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
Avaliação da Perfusão Cutânea
• Temperatura das extremidades
• Enchimento capilar
- normal: até 2 segundos
- considerar temperatura ambiente
• Cor
- Rósea
- Pálida
- Cianótica
- Marmórea
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INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA
• Choque compensado
• Choque descompensado
Idade Pressão sistólica (p 5)
Recém-nascido (0 a 28 d) 60 mmHg
Lactentes (1 a 12 meses) 70 mmHg
Crianças 1 a 10 anos 70 + (2 X idade) mmHg
> 10 anos 90 mmHg
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006
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CHOQUE

Sinais precoces (compensado)


• Aumento da frequência cardíaca
• Perfusão sistêmica ruim

Sinais tardios (descompensado)


• Pulsos centrais finos
• Alteração do nível de consciência
• Hipotensão arterial
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FALÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA

A falência cardiorrespiratória produz sinais de


insuficiência respiratória e choque:
• Respiração agônica
• Bradicardia
• Cianose e má perfusão
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SINAIS DE ALERTA

Respiratórios:

• Frequência respiratória
abaixo de 2 anos < 20 ou > 60 mpm
acima de 2 anos < 12 ou > 50 mpm
• Aumento do trabalho respiratório
• Cianose ou diminuição da saturação de O2 (<90%)
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SINAIS DE ALERTA
Circulatórios:

• Frequência Cardíaca
abaixo de 8 anos: < 80 bpm ou > 180 bpm
acima de 8 anos: < 60 bpm ou > 160 bpm;

• Tempo de Enchimento Capilar > 2 segundos;


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SINAIS DE ALERTA

Circulatórios:
• Pulso periférico fraco ou ausente;
• Pressão Arterial Sistólica abaixo dos seguintes valores:
RN: 60 mmHg
1 mês a 1 ano: 70 mmHg
1 a 10 anos: 70 + ( 2 x idade em anos) mmHg
a partir 10 anos: 90 mmHg
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SINAIS DE ALERTA

Neurológicos:

• Alteração do nível de consciência;

• Convulsão
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ABORDAGEM EM SBV

Avaliar e abordar de acordo com o ABC da


reanimação:
• Checar a responsividade
A: Permeabilizar as vias aéreas: posicionar; aspirar
boca e orofaringe se necessário; instalar cânula
orofaríngea se indicado
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ABORDAGEM EM SBV

Avaliar e abordar de acordo com o ABC da


reanimação:
B: Avaliar a respiração: frequência, mecânica
(retrações, gemência), expansão torácica, cor
• Ofertar oxigênio 100% por máscara (ventilação
com bolsa-máscara se necessário)
• Instalar oxímetro e avaliar oximetria
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ABORDAGEM EM SBV

Avaliar e abordar de acordo com o ABC da


reanimação:
C: Avaliar a circulação: FC, nível de consciência,
pulsos periféricos, perfusão

• Avaliar glicemia capilar


EMERGÊNCIAS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM PEDIATRIA

ABORDAGEM EM SBV

Avaliar o ABC da reanimação repetidas vezes e, se


necessário, iniciar as manobras de ressuscitação.

Informar o Médico-Regulador sobre a avaliação da vítima e


aguardar orientação sobre condutas adicionais e o hospital de
destino
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ASPECTOS ESSENCIAIS
• Aspectos da avaliação cardiorrespiratória em
pediatria;
• Sinais clínicos de insuficiência respiratória na
infância;
• Sinais clínicos de insuficiência cardiocirculatória
em pediatria;
• Abordagem em Suporte Básico de Vida nas
emergências respiratórias e cardiocirculatórias
em pediatria.
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ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

• Assistir à aula sobre Emergências Cardiorrespiratórias


em pediatria;

• Discutir um caso clínico.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.American Heart Association. American Academy of
Pediatrics. Pediatric Advanced Life Support. Provider
Manual, 2006.

2.American Heart Association. AHA Guidelines for


Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
Cardiovascular Care. Part 11: Pediatric Basic Life Support.
Circulation 2005; 112 (Suppl I):IV156-66.
Programa Hospitais de Excelência a Serviço do SUS

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(SAMU 192) e APH Fixo

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