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Estudos sobre a BNCC anos finais-

linguagens

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO................................................................................................2
INTRODUÇÃO .....................................................................................................3
1 AFINAL, O QUE É A BNCC? ............................................................................4
1.1 Objetivo da BNCC ......................................................................................4
1.2 Linha do tempo da BNCC ..........................................................................5
1.3 Como é a organização da BNCC? .............................................................8
1.4 O que a BNCC não é? ...............................................................................10
1.4.1 O que é Currículo?..............................................................................11
1.5 Competências X Habilidades X Educação Integral na BNCC.....................13
2 ÁREA DE CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS ...........18
2.1 Competências Específicas de Linguagens para o Ensino
Fundamental..............................................................................................18
2.2 O Código Alfanumérico ..............................................................................20
3 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA PORTUGUESA .................21
3.1 Práticas de linguagem, campos de atuação e habilidades de
Língua Portuguesa nos anos finais do Ensino Fundamental .....................27
3.2 BNCC na prática – Sugestões de Atividades de Língua Portuguesa .........29
4 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: ARTE...............................................41
4.1 Estrutura do componente Arte e suas unidades temáticas .........................41
4.2 Competências específicas de artes............................................................45
4.3 BNCC na prática – Sugestões de Atividades de Artes ...............................47
5 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: EDUCAÇÃO FÍSICA ........................57
5.1 E o que são práticas corporais? .................................................................57
5.2 Educação Física na área de linguagem .....................................................61
5.3 Competências específicas de educação física para o
Ensino Fundamental ..................................................................................62
5.4 BNCC na prática – Sugestão de Atividades de Educação Física
6 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA INGLESA ...........................76
6.1 Competências específicas de língua inglesa para o
Ensino Fundamental ..................................................................................78
6.2 Unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades.....................80
6.3 BNCC na prática – Sugestão de Atividades de Língua Inglesa ..................81
7 DISPOSIÇÕES FINAIS .....................................................................................90
8 AUTORAS.........................................................................................................91
9 REFERÊNCIAS ................................................................................................92
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APRESENTAÇÃO

A SóEducador tem o prazer de apresentar informações pertinentes sobre a


BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento sobre a educação básica e
reconhecido oficialmente, em 2018, com a sua versão completa.

Esse material não é a BNCC, mas um estudo sobre ela, especialmente, no


que se refere ao Ensino Fundamental nos seus anos finais, na área de linguagens.

Esperamos poder contribuir com a formação de professores de todo o país, e,


desse modo, termos uma educação de qualidade para crianças e jovens da
educação básica.

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INTRODUÇÃO

Com o compromisso de ofertar uma educação integral para crianças, jovens e


adultos de todo o Brasil, pesquisadores, professores, dirigentes municipais, entre
outros profissionais, desenvolveram um documento que contém as aprendizagens
essenciais para estudantes de todo país chamado BNCC.

Para tanto, a plataforma SóEducador lançou o curso “Estudo da BNCC de


Ensino Fundamental nos anos finais – Linguagens ”, na perspectiva de difundir o
documento, tão necessário para a Educação Básica nos dias atuais.

Com o objetivo de auxiliar os professores de todo país, o curso vem para


orientar os docentes, numa visão mais clara, sobre as mudanças necessárias que
esse novo documento traz para a escola, a fim de capacitá-los para oferecer
educação de qualidade para crianças e jovens.

Sendo assim, foi feito um levantamento de informações sobre a BNCC para


facilitar a familiaridade do professor com o documento, utilizando, para isso, um
estudo bibliográfico acerca desse instrumento de capacitação para os professores
de Educação Básica.

Também sugerimos algumas atividades dentro de cada componente curricular


aqui apresentado. Nelas o professor poderá ter uma base de como planejar dentro
dos critérios da BNCC.

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1 AFINAL, O QUE É A BNCC?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter


normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, assegurando-lhes o direito de aprendizagem e
desenvolvimento esperado para esse público.

Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal


como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica (DCN). (BRASIL, 2018)

A Base não é um projeto, e nem pertence a um governo ou a um partido. Ela


é uma política de Estado prevista na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), nas Diretrizes Curriculares Nacionais e no Plano Nacional de
Educação. Seu projeto de construção foi desenhado em 2015, e conduzido pelo
Ministério da Educação (MEC), pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação
(CONSED), pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME)
e pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

1.1 Objetivo da BNCC

Seu principal objetivo é ser a balizadora da qualidade da educação no país,


por meio do estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento a
que todos os alunos têm direito. Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a
superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do
regime de colaboração entre as três esferas de governo, e que possa contribuir para
o alinhamento de outras políticas referentes à formação de professores, à avaliação,

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à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de


infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação.

Assim, para além da garantia de acesso e permanência na escola, é


necessário que sistemas, redes e escolas (públicas e privadas) garantam um
patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a
BNCC é instrumento fundamental.

A BNCC por si só não melhora a qualidade da educação, mas ele mostra a


direção para que de fato as crianças aprendam.

1.2 Linha do tempo da BNCC

Antes de aprofundarmos na BNCC, vamos conhecer a história da elaboração


desse documento. Veja a seguir uma tabela com os principais eventos:

Linha do Tempo da BNCC

ANO EVENTO INFORMAÇÃO

É promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil no ano de 1988.


Essa constituição prevê, em seu Artigo 210, a Base Nacional Comum Curricular,
Art. 210. São fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira
a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
nacionais e regionais.
1988 Constituição Federal (CF)
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas
maternas e processos próprios de aprendizagem.

A Lei de Diretrizes e Bases


É aprovada em 20 de dezembro de 1996, a lei 9.394, que em seu Artigo 26
1996 da Educação Nacional
regulamenta uma base nacional comum para a Educação Básica.
(LDBEN)

São consolidados, em dez (10) volumes, os Parâmetros Curriculares Nacionais


(PCNs). Material voltado para o Ensino Fundamental, do 1º ao 5º anos, apontados
Parâmetros Curriculares
1997 como referenciais de qualidade para a educação brasileira. Foram feitos para
Nacionais (PCNs)
auxiliar as equipes escolares na execução de seus trabalhos, sobretudo no
desenvolvimento do currículo.

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São consolidados, em dez (10) volumes, os Parâmetros Curriculares Nacionais


Consolidação dos PCNs (PCNs). Material voltado para o Ensino fundamental, do 6º ao 9º anos com a
1998
para Ensino Fundamental intenção de ampliar e aprofundar um debte educacional que envolva escolas,
pais, governos e sociedade.

São lançados os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio


Consolidação dos PCNs (PCNEM). Elaborado em quatro partes, com o objetivo de cumprir o duplo papel
2000
para Ensino Médio de difundir os princípios da reforma curricular e orientar o professor, na busca de
novas abordagens e metodologias.

É instituído em 2008 e funciona até 2010 o Programa Currículo em Movimento.


2008
Programa Currículo em Esse programa busca melhorar a qualidade da educação básica por meio do
a
Movimento desenvolvimento do currículo da educação infantil, do Ensino Fundamental e do
2010
Ensino Médio.

Diretrizes Curriculares
A Resolução nº. 5, de 17 de dezembro de 2009, foi lançada em 2010, fixando as
Nacionais para a Educação
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Infantil

Entre 28 de março e 01 de abril é realizada a Conferência Nacional de Educação


Conferência Nacional de (CONAE). Com a presença de especialistas para debater a Educação Básica, foi
Educação (CONAE) desenvolvido um documento que fala da necessidade da Base Nacional Comum
Curricular, como parte de um Plano Nacional de Educação.

2010
A Resolução nº. 4, de 13 de julho de 2010, define as Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais.
Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais
Elaborado para a Educação Básica, as DCNs tiveram o objetivo de orientar o
planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino.

Diretrizes Curriculares
A Resolução nº. 7, de 14 de dezembro de 2010, fixa a Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.
Fundamental

Diretrizes Curriculares
A Resolução nº. 2, de 30 de janeiro de 2012, define as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino
Nacionais para o Ensino Médio.
Médio
2012
Pacto Nacional pela A Portaria nº. 867, de 04 de julho de 2012, institui o Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e as ações do pacto e define suas diretrizes
Certa (PNAIC) gerais.

Pacto Nacional de
A Portaria nº. 1.140, de 22 de novembro de 2013, institui o Pacto Nacional de
2013 Fortalecimento do Ensino
Fortalecimento do Ensino Médio (PNFEM).
Médio (PNFEM)

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A Lei nº. 13.005, de 25 de junho de 2014, regulamenta o Plano Nacional de


Plano Nacional de Educação (PNE), com vigência de 10 (dez) anos. O Plano tem 20 metas para a
Educação (PNE) melhoria da qualidade da Educação Básica e 4 (quatro) delas falam sobre a Base
Nacional Comum Curricular (BNC).

2014
Entre 19 e 23 de novembro é realizada a 2ª Conferência Nacional pela Educação
(CONAE), organizada pelo Fórum Nacional de Educação (FNE) que resultou em
2ª Conferência Nacional
um documento sobre as propostas e reflexões para a Educação brasileira e é um
pela Educação (Conae)
importante referencial para o processo de mobilização para a Base Nacional
Comum Curricular.

Entre 17 e 19 de junho acontece o I Seminário Interinstitucional para elaboração


da BNCC. Este Seminário é um marco importante no processo de elaboração da
I Seminário
BNCC, pois ele reuniu todos os assessores e especialistas envolvidos na
Interinstitucional para
elaboração da Base. A Portaria nº. 592, de 17 de junho de 2015, institui Comissão
elaboração da BNCC
de Especialistas para a Elaboração de Proposta da Base Nacional Comum
Curricular.
2015

1ª versão da BNCC Em 16 de setembro de 2015, é disponibilizada a primeira versão da BNCC.

De 2 a 15 de dezembro de 2015 houve uma mobilização das escolas de todo o


Mobilização das escolas
Brasil para a discussão do documento preliminar da BNCC.

2ª versão da BNCC Em 3 de maio de 2016, é disponibilizada a segunda versão da BNCC.

De 23 de junho a 10 de agosto aconteceram 27 Seminários Estaduais com


professores, gestores e especialistas para debater a segunda versão da BNCC.
Seminários Estaduais Seminário promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação
2016
(Consed) e pela a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime).

Redação da 3ª versão da Em agosto, começa a ser redigida a terceira versão, em um processo colaborativo
BNCC com base na versão 2.

Em abril de 2017, o MEC entregou a versão final da Base Nacional Comum


Curricular (BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE).
Versão final da Base
Nacional Comum Curricular O CNE elabora parecer e projeto de resolução sobre a BNCC, que são
(BNCC) encaminhados ao MEC. A partir da homologação da BNCC, começa o processo
2017 de formação e capacitação dos professores e o apoio aos sistemas de Educação
estaduais e municipais para a elaboração e adequação dos currículos escolares.

Em 20 de dezembro de 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi


Homologação da BNCC
homologada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho.

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Em 22 de dezembro de 2017, o CNE apresenta a RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2,


Resolução CNE/CP nº 2
que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular.

Em 02 de abril de 2018, o Ministério da Educação entregou ao Conselho Nacional


de Educação (CNE) a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular
3ª versão da BNCC
(BNCC) do Ensino Médio. A partir desse momento o CNE iniciou um processo de
audiências públicas para debatê-la.

Em 05 de abril, institui-se o Programa de Apoio à Implementação da Base


Programa de Apoio
Nacional Comum Curricular (ProBNCC).

2018
Em 02 de agosto de 2018, escolas de todo o Brasil se mobilizaram para discutir e
Mobilização das escolas contribuir com a Base Nacional Comum Curricular da etapa do Ensino Médio.
para discussão Professores, gestores e técnicos da educação criaram comitês de debate e
preencheram um formulário on-line, sugerindo melhorias para o documento.

Homologação do Em 14 de dezembro de 2018, o ministro da Educação, Rossieli Soares, para a


documento da Base etapa do Ensino Médio. Finalmente, o Brasil tem uma Base com as aprendizagens
Nacional Comum Curricular previstas para toda a Educação Básica.

1.3 Como é a organização da BNCC?

Esse documento está organizado da seguinte maneira:

 Educação Infantil;
 Ensino Fundamental (anos iniciais);
 Ensino Fundamental (anos finais);
 Ensino Médio.

Nosso foco, aqui, é nos aprofundar nos conhecimentos do Ensino


Fundamental anos finais. Caso queira entender melhor a organização da BNCC na
educação infantil, como também, a do Ensino Fundamental anos iniciais, acesse
esse material na nossa plataforma de cursos.

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Quadro Geral da Educação Básica

Fonte: https://www.unimestre.com/o-que-e-a-bncc-base-nacional-comum-curricular/

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O quadro geral foi muito bem representado pela figura acima, um


organograma que mostra a divisão específica das etapas da Educação Básica
formada pela Educação Infantil, pelo Ensino Fundamental e pelo Ensino Médio.
Vamos nos ater à organização do Ensino Fundamental que está representado
na tabela abaixo.

Quadro Específico do Ensino Fundamental


ÁREAS DO COMPONENTES UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
CONHECIMENTO CURRICULARES TEMÁTICAS CONHECIMENTO
São cinco áreas do São nove As unidades Referem-se a Expressam as
conhecimento, componentes temáticas definem um conteúdos, conceitos e aprendizagens
conforme definidas nas curriculares, arranjo dos objetos de processos mobilizados essenciais relativas
Diretrizes Curriculares abrigados nas áreas conhecimento ao em diferentes aos objetos de
Nacionais: do conhecimento: longo do Ensino habilidades, relativos a conhecimento que
Fundamental cada unidade temática. devem ser
▪ LINGUAGENS; ▪ LINGUAGENS
adequado às asseguradas aos
▪ MATEMÁTICA; ✓ Língua
especificidades dos alunos nos
▪ CIÊNCIAS DA portuguesa
diferentes diferentes contextos
NATUREZA; ✓ Arte
componentes escolares.
▪ CIÊNCIAS ✓ Educação
curriculares. Há
HUMANAS; física
unidades temáticas
▪ ENSINO ✓ Língua
comuns aos anos
RELIGIOSO. inglesa
iniciais e finais e
Há competências ▪ MATEMÁTICA
unidades temáticas
estabelecidas para ✓ Matemática
específicas para cada
cada área. ▪ CIÊNCIAS DA
fase do Ensino
NATUREZA
Fundamental.
✓ Ciências
▪ CIÊNCIAS
HUMANAS
✓ História
✓ Geografia
▪ ENSINO
RELIGIOSO
✓ Ensino
religioso
Há competências
específicas
estabelecidas para
cada um dos
componentes.

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1.4 O que a BNCC não é?

A BNCC não é um Currículo, mas uma base para produzi-lo. Segundo


Castro (2017), a base mostra onde se precisa chegar e os currículos indicam os
caminhos. Por isso, o fato de que a BNCC, ao definir as aprendizagens essenciais,
não suprime a necessidade de os estados, os municípios e as escolas elaborarem
seus próprios currículos, pelo contrário: os currículos e as propostas pedagógicas
devem ser orientados pela BNCC.

1.4.1 O que é Currículo?

Currículo se refere ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com


intenções educativas. A BNCC afirma que: “Os currículos devem adequar as
proposições da BNCC à realidade local, considerando a autonomia dos sistemas ou
das redes de ensino e das instituições escolares, como também o contexto e as
características dos alunos.” (BRASIL, 2018, p. 16).

Para que assegurem aos estudantes os direitos de aprendizagem e


desenvolvimento, a BNCC utiliza 10 competências gerais que servem como
parâmetro para a construção de novas propostas de ensino.

A BNCC, ao definir as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas


a todos os estudantes brasileiros ou, de forma simplificada, estabelecer um ponto de
chegada comum, expressa um parâmetro de igualdade educacional que deve ser
referência em todas as escolas do país.

Essa igualdade também deve se concretizar nas oportunidades de acesso e


de permanência da Educação Básica, condições para que o direito de aprender seja
assegurado. No entanto, a qualidade educacional não se garante exclusivamente
por parâmetros de igualdade. É preciso, também, promover equidade.
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Segundo o dicionário Michaelis (on-line), a palavra equidade pode ser definida


como uma justiça natural; disposição para reconhecer imparcialmente o direito de
cada um. Em resumo, significa reconhecer que todos precisam de atenção, mas não
necessariamente dos mesmos atendimentos.

Para a BNCC todos são iguais, no que diz respeito ao acesso à educação,
esse documento normatiza objetivos de aprendizagem únicos para o país. Todas as
crianças, independente de qualquer diversidade, desde aqueles que não puderam
estudar ou completar sua escolaridade na idade apropriada, alunos com deficiência,
povos indígenas e as populações das comunidades remanescentes de quilombos e
demais afrodescendentes, devem chegar ao ponto indicado pela Base. E é o
currículo que vai garantir que cada criança ou adulto receba o que tem direito para
traçar o caminho em direção o resultado, com suas necessidades e características
individuais.

Enquanto a Base cuida da igualdade, o currículo trata da equidade, pois não


há pessoas exatamente iguais, todos são diferentes. Alguns precisarão receber mais
de algum determinado conteúdo, outros menos, desse modo, pode-se garantir que a
igualdade e a equidade se completam no currículo.

Veja a imagem abaixo, todos têm o mesmo objetivo, no entanto só foi


possível alcançá-lo depois que todos receberam condições para tal.

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Diferença entre igualdade e equidade

Fonte: http://intra.serpro.gov.br/tema/artigos-opinioes/quem-precisa-de-
equidade/equidade_credito_internet.jpeg/view
O que guia a Base é o mesmo para todos e o que guia o Currículo é aquilo de
acordo com suas necessidades e potencialidades. Há crianças que aprendem de
uma determinada maneira e outras, de outra maneira, por isso não adianta usar a
mesma estratégia para todas as crianças.

Promover a equidade supõe reconhecer que as necessidades dos estudantes


são diferentes e, portanto, orientar o planejamento e a ação curricular e didático-
pedagógica para a inclusão de todos e a superação das desigualdades. Em um país
como o Brasil, marcado por acentuada diversidade cultural e profundas
desigualdades sociais, esse é um compromisso fundamental e um grande desafio.

Assim é a BNCC, ela diz onde se deve chegar (a visão do campo de futebol),
e o Currículo diz como vai chegar (representado pelos caixotes de madeira).

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É no cotidiano escolar que se garantirão as aprendizagens a que todos os


alunos têm direito. Nesse contexto, BNCC, currículos e propostas pedagógicas
devem ser reconhecidos como instrumentos a serviço da melhoria da qualidade
educacional.

1.5 Competências X Habilidades X Educação Integral na BNCC

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos,


conceitos e procedimentos; Habilidades são as práticas cognitivas, sócio
emocionais, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana,
do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

É importante frisar que cada habilidade é constituída de três elementos:


processo cognitivo, objeto de conhecimento, modificador. Observe o exemplo abaixo
proposto para as turmas do 8º e 9º anos, no componente curricular língua
portuguesa.

Quadro dos elementos da construção das habilidades

MODIFICADORES DOS VERBOS OU


PROCESSO COGNITIVO O OBJETO DO CONHECIMENTO
DO COMPLEMENTO DOS VERBOS

É expresso por um verbo e caracteriza É o complemento dos verbos que já Descrevem o contexto ou uma maior
a aquisição, a organização e a estão definidos na BNCC. especificação das aprendizagens
utilização. esperadas.
(EF08LP02) Justificar diferenças ou
(EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no tratamento dado a (EF08LP02) Justificar diferenças ou
semelhanças no tratamento dado a uma mesma informação veiculadas semelhanças no tratamento dado a
uma mesma informação veiculadas em em textos diferentes, consultando uma mesma informação veiculadas em
textos diferentes, consultando sites e sites e serviços de checadores de textos diferentes, consultando sites e
serviços de checadores de fatos. fatos. serviços de checadores de fatos.

A Educação Integral é aquela que ver o aluno como um todo e, não apenas
o seu cognitivo. Ela contempla, também, aspectos físicos, emocionais e sociais com
o objetivo de que esse aluno torne-se protagonista da sua própria história,

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contribuindo para uma sociedade mais justa, que estejam preparados para atuar na
vida social com discernimento e responsabilidade, e ainda, possam utilizar os
conhecimentos adquiridos na vida escolar para resolver problemas do cotidiano.

Os fundamentos pedagógicos, em que BNCC se apoia, são o foco no


desenvolvimento de competências e a educação integral. Com a visão de que o
aluno não se concretiza por meio de práticas pedagógicas, que privilegiam apenas a
transmissão ou acúmulo de informações, bem como das práticas sociais, destaca-se
a necessidade de desenvolvimento de um currículo orientado por dez (10)
competências gerais. São elas:

Competências Gerais da Educação Básica

COMPETÊNCIA COMENTÁRIO...

Conhecimento – Valorizar e utilizar os conhecimentos A primeira competência da BNCC deixa claro que os
historicamente construídos sobre o mundo físico, social, conhecimentos adquiridos devem ser aplicados pelos
1ª cultural e digital para entender e explicar a realidade, estudantes para servir de ferramenta na construção de
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa.
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Pensamento científico, crítico e criativo – Exercitar a Incluir esse tipo de exercício mental na educação tem
curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria como objetivo direcionar a mentalidade de uma pessoa,
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a levando-a a pensar nos fatos enquanto resultados de
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para um procedimento lógico.

investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular
e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.

Repertório cultural – Valorizar e fruir as diversas A arte contribui para um melhor desempenho, por ser
manifestações artísticas e culturais, das locais às um componente muito importante na atual sociedade,
3ª mundiais, e também participar de práticas diversificadas ela possibilita uma sensibilidade própria para suas
da produção artístico-cultural. obras, ajuda a amadurecer o olhar que cada um tem
sobre sua própria realidade.

Comunicação – Utilizar diferentes linguagens – verbal A comunicação é um fator indispensável para vivermos
(oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, em sociedade, desse modo, a escola deve estar pronta
visual, sonora e digital – bem como conhecimentos das para dar ferramentas aos alunos para que estes
4ª linguagens artística, matemática e científica, para se desenvolvam a capacidade de comunicação.
expressar e partilhar informações, experiências, ideias
e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.

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Cultura digital – Compreender, utilizar e criar Cada indivíduo precisa aprender a utilizar os recursos
tecnologias digitais de informação e comunicação de tecnológicos com responsabilidade e senso crítico.
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas Gerando um ser autônomo e capaz de resolver
5ª práticas sociais (incluindo as escolares) para se problemas pessoais e coletivos.
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Trabalho e projeto de vida – Valorizar a diversidade O Brasil é um país com diversas formas de cultura
de saberes e vivências culturais e apropriar-se de existentes, ensinar que todos devem conviver com as
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem diferenças é fundamental. De acordo com o documento,
6ª entender as relações próprias do mundo do trabalho e tal conhecimento deve ser aplicado tanto no convívio
fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao social quanto na vida pessoal.
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.

Argumentação – Argumentar com base em fatos, Desenvolver o senso crítico nos alunos é uma atividade
dados e informações confiáveis, para formular, negociar essencial para defesa de ideias. No entanto, essa
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns defesa deve ser baseada em informações confiáveis.
que respeitem e promovam os direitos humanos, a

consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento
ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e
do planeta.

Autoconhecimento e autocuidado – Conhecer-se, Possuir o conhecimento do eu e do outro é uma


apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, necessidade para poder viver em equilíbrio.
8ª compreendendo-se na diversidade humana e Compreender-se como ser, além de físico, emocional.
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Empatia e cooperação – Exercitar a empatia, o A empatia é uma ferramenta poderosa para resolver
diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, conflitos, por isso ao desenvolver essa capacidade o
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro aluno coopera para uma sociedade mais justa.
9ª e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.

Responsabilidade e cidadania – Agir pessoal e A escola deve também preparar o indivíduo jovem para
coletivamente com autonomia, responsabilidade, a vida adulta. Promovendo-lhe a autonomia e a
10ª flexibilidade, resiliência e determinação, tomando flexibilidade, ensinando-o a tomar suas próprias
decisões com base em princípios éticos, democráticos, decisões e a lidar com suas liberdades de forma
inclusivos, sustentáveis e solidários. responsável e ética.

As competências gerais da Educação Básica, apresentadas anteriormente,


inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três
etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino

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Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de


habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.

Mapa mental para a BNCC

Fonte: https://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2815/unidade/1164/acessar

Acima podemos observar um mapa mental para a visualização da Base, a fim


de memorizar as práticas pedagógicas de avaliação que a Base Nacional Comum
Curricular oferece. Dessa forma podemos chegar as seguintes conclusões sobre a
BNCC:

1. Traduzido nas competências gerais, ela explicita o aluno que se quer, e


preocupa-se com seu desenvolvimento integral;

2. Ela orienta e complementa a elaboração dos currículos, definindo


metodologias mais ativas, bem como se preocupa com a equidade;

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3. A Base também define as aprendizagens essenciais, através das


competências e habilidades, compondo as etapas e os seus componentes
curriculares;

4. E estabelece os parâmetros de igualdade e qualidade que a equidade


necessita.

2 ÁREA DE CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Na BNCC, a área de Linguagens é composta pelos seguintes componentes


curriculares:

 Língua Portuguesa;
 Artes;
 Educação Física;
 Língua Inglesa.

2.1 Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

Segundo a BNCC, há seis competências que a área do conhecimento de


linguagens e suas tecnologias promovem para o crescimento do aluno. São elas:

1ª. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e


cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de
significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e
culturais.

2ª. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais


e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar

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aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar


para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

3ª. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como


Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital – para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

4ª. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que


respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e
o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente
frente a questões do mundo contemporâneo.

5ª. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as


diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive
aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com
respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

6ª. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação


de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias,
produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e
coletivos.

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Quadro resumo das competências de linguagens e suas tecnologias

Fonte: Autoria própria

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2.2 O Código Alfanumérico

No Ensino Fundamental, as aprendizagens especificadas na BNCC são


organizadas para as diferentes etapas e identificadas por um código alfanumérico. O
código serve para indicar que habilidades estão sendo usadas, durante o processo
ensino-aprendizagem, pelo professor para com o aluno.

Veja abaixo um exemplo do código alfanumérico do Ensino Fundamental, e o


que cada parte dele significa.

Modelo de Código Alfanumérico


CÓDIGO: EF02LP26

EF 02 LP 26
O primeiro par de letras O primeiro par de O segundo par de letras O último par de números indica a
indica a etapa da Ensino números indica o ano indica o componente posição da habilidade na numeração
Fundamental (1º ao 9º). curricular. sequencial do ano ou do bloco.
AR - artes
CI - ciências
EF - educação física
ER - ensino religioso
GE - geografia
HI - história
LI - língua inglesa
LP - língua portuguesa
MA - matemática

No caso, se o primeiro par de números vier com dois números diferentes,


pode indicar um grupo de salas. Exemplo: O código EF15AR01 significa que
pertence ao Ensino Fundamental, do 1º ao 5º anos, para a disciplina de Artes com a
habilidade 01, que é “identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade
de simbolizar e o repertório imagético” (ver tabela de códigos na BNCC)1. Por
conseguinte, sabemos que o código EF69LP01 é a primeira habilidade que pertence
ao Ensino Fundamental do 6º ao 9º anos na disciplina de Língua Portuguesa.

1
Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> A partir
da página 94.
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Pesquisando a tabela, significa que o aluno deve “desenvolver a habilidade de


diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio”.
3 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA PORTUGUESA

A cada dia, as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC)


vêm influenciando e transformando as práticas de linguagens. Desse modo, o
componente, Língua Portuguesa, da BNCC busca atualizar-se a essas
transformações.

Tal proposta assume a centralidade do texto como unidade de trabalho e


as perspectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a
sempre relacionar os textos a seus contextos de produção e o
desenvolvimento de habilidades ao uso significativo da linguagem em
atividades de leitura, escuta e produção de textos em várias mídias e
semioses. (BRASIL, 2018, p. 67)

Nos anos finais do ensino fundamental, o adolescente/jovem participa das


interações sociais com mais criticidade, envolvendo-se cada vez mais em situações
comunicativas diversificadas e interagindo com um número de interlocutores cada
vez mais amplos. Esses estudantes necessitam desenvolver a autonomia para
assumirem o protagonismo em práticas de linguagem realizadas dentro e fora da
escola.

O componente, Língua Portuguesa, tem como objetivo proporcionar aos


estudantes experiências que contribuem para a ampliação dos letramentos,
possibilitando a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais.

Nesse sentido, as escolas têm a necessidade de explorar as práticas de


linguagem contemporânea. Essas práticas de linguagem aparecem associadas às
práticas da cultura digital e multiletramentos.

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Nessa etapa do Ensino Fundamental, o contexto escolar se diversifica ao


ampliar o número de professores responsáveis por cada um dos componentes
curriculares. Essa mudança, em relação aos anos, favorece não só o
aprofundamento de conhecimentos relativos às áreas, como também o surgimento
do desafio de aproximar esses múltiplos conhecimentos.

A biblioteca da escola ajuda os alunos na interação com a leitura

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/adolescente-lendo-livro-na-biblioteca-da-escola_2559845.htm

No componente Língua Portuguesa, amplia-se o contato dos estudantes com


gêneros textuais relacionados a vários campos de atuação e a várias disciplinas,
partindo-se de práticas de linguagem já vivenciadas pelos jovens para a ampliação
dessas práticas, em direção a novas experiências.

Essa mudança em relação aos anos iniciais favorece não só o


aprofundamento de conhecimentos relativos às áreas, como também o
surgimento do desafio de aproximar esses múltiplos conhecimentos. A
continuidade da formação para a autonomia se fortalece nessa etapa, na
qual os jovens assumem maior protagonismo em práticas de linguagem
realizadas dentro e fora da escola. No componente Língua Portuguesa,
amplia-se o contato dos estudantes com gêneros textuais relacionados a
vários campos de atuação e a várias disciplinas, partindo-se de práticas
de linguagem já vivenciadas pelos jovens para a ampliação dessas
práticas, em direção a novas experiências. (BRASIL, 2018, p. 138)

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Nos anos finais do ensino fundamental, a Base define quatro campos de


atuação para o componente da Língua Portuguesa. São eles:
Práticas de estudo e pesquisa - É por meio do estudo e da pesquisa que os
alunos podem selecionar, organizar, construir e divulgar informações de
conhecimento científico. No âmbito da escola, cabe a pesquisa envolvendo
questões/problemas/conhecimentos já consolidados pelas ciências de referência,
como forma de possibilitar a vivência de procedimentos de investigação e de
resolução de problemas. As práticas de estudo e pesquisa têm o objetivo de ensinar
o aluno a ler gráficos, interpretar textos de divulgação científica e entender termos
técnicos, colaborando com as outras áreas do conhecimento. São alguns gêneros
desse campo em mídia impressa ou digital: enunciados de tarefas escolares, relatos
de experimentos, quadros, gráficos, tabelas, infográficos, diagramas, entrevistas,
notas de divulgação científica e verbetes de enciclopédia.

Escola incentiva a pesquisa na própria biblioteca

Fonte: http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2014/01/

Jornalístico e mediático - Nesse campo, a parte central é a informação e, em


torno dele, está a opinião. O objetivo desse campo é que adolescentes e jovens
tenham acesso e participação com qualidade nas práticas relativas a informações.
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Esse foi o campo que mais sofreu transformações com as novas tecnologias digitais
da informação, da comunicação e da cultura digital. Para além de desenvolver a
escuta, leitura e produção de textos, ele pretende desenvolver o interesse pelos
fatos que acontecem na sua comunidade, cidade e no mundo e como eles afetam a
vida das pessoas. São alguns gêneros textuais desse campo: reportagem,
multimídia, fotorreportagem, foto-denúncia, artigo de opinião, editorial, resenha
crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural, charge, anúncio
publicitário propaganda, jingle, spot publicitário.

[...] Para além de construir conhecimentos e desenvolver habilidades


envolvidas na escuta, leitura e produção de textos que circulam no
campo, o que se pretende é propiciar experiências que permitam
desenvolver nos adolescentes e jovens a sensibilidade para que se
interessem pelos fatos que acontecem na sua comunidade, na sua
cidade e no mundo e afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas
vidas a prática de escuta, leitura e produção de textos pertencentes a
gêneros da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e
desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar em relação
a informações, interesses e posicionamentos diversos e possam produzir
textos noticiosos e opinativos e participar de discussões e debates de
forma ética e respeitosa. (BRASIL, 2018, p. 138).

Artístico e literário - O que está no centro desse campo é a formação de um


leitor literário e de sujeitos que possam fruir diferentes manifestações artísticas, a fim
de garantir o direito à literatura e à arte. Essa formação supõe não só o
desenvolvimento de habilidades variadas bem como a vivência de experiências
significativas com a literatura e outras produções artísticas e culturais. São alguns
gêneros deste campo: lendas, mitos, fábulas, contos, crônicas, canção, poemas,
poemas visuais, cordéis, quadrinhos, tirinhas, charge/cartum, dentre outros.

Atuação na vida pública - A participação é a parte principal do Campo Vida


Pública. A proposta desse campo é tornar mais qualificada a participação dos jovens
nas práticas relativas aos debates de ideias e a sua atuação política e social. Os
jovens devem desenvolver a habilidade de analisar e discutir ações que sejam de
interesse público, saber ouvir, esperar o momento certo de falar e a dialogar
respeitosamente com quem pensa diferente. Ainda, nesse mesmo componente, o
desenvolvimento de habilidades linguísticas possibilita que os alunos possam

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participar plenamente das práticas sociais do campo. Isso passa por mobilizá-los
para o debate e por incentivá-los à prática do protagonismo juvenil. São alguns
gêneros textuais desse campo: notas; álbuns noticiosos; notícias; reportagens;
cartas do leitor (revista infantil); comentários em sites para criança; textos de
campanhas de conscientização; Estatuto da Criança e do Adolescente; abaixo-
assinados; cartas de reclamação; regras e regulamentos.

A charge é utilizada, amiúde, em livros didáticos de Língua Portuguesa

Fonte: https://conexaoeduca.saosebastiao.sp.gov.br/lingua-portuguesa-9o-ano/

As habilidades são pensadas para cada campo, e evoluem progressivamente,


acompanhando a evolução dos estudantes.

Ainda nesse campo, estão presentes gêneros reivindicatórios e


propositivos e habilidades ligadas a seu trato. A exploração de canais de
participação, inclusive digitais, também é prevista. Aqui também a
discussão e o debate de ideias e propostas assume um lugar de
destaque. Assim, não se trata de promover o silenciamento de vozes
dissonantes, mas antes de explicitá-las, de convocá-las para o debate,
analisá-las, confrontá-las, de forma a propiciar uma autonomia de
pensamento, pautada pela ética, como convém a Estados democráticos.
Nesse sentido, também são propostas análises linguísticas e semióticas
de textos vinculados a formas políticas não institucionalizadas,
movimentos de várias naturezas, coletivos, produções artísticas,
intervenções urbanas etc. (BRASIL, 2018, p.137).

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São quatro as práticas de linguagem:

Oralidade: Esse eixo compreende as práticas de linguagem que ocorrem em


situação oral, com ou sem o contato pessoal, portanto, está ligado ao conhecimento
e uso da fala e habilidade de escuta. Assim, a BNCC amplia o enfoque, com
exemplos do que deve ser trabalhado, de acordo com as práticas dos diferentes
campos de atuação. Aqui novamente a intertextualidade está presente, e entre as
habilidades estão o uso de podcasts, programas de rádio, web conferências,
contação de histórias, entre outras.

Leitura/ escuta: A Leitura na BNCC tem um sentido amplo, considerando não


só o texto escrito, mas também a imagem estática (foto, desenho, infográficos),
imagens em movimento (filmes e vídeos), e o som, afinal eles acompanham muitos
gêneros digitais. Se antes o trabalho do professor estava focado em estratégias e
modalidades de leitura, agora a BNCC traz novas competências, tais como: a
necessidade de trabalhar a intertextualidade, o desenvolvimento de postura crítica,
checagem de informações, entre outros.

Produção (escrita e multissemiótica): A produção textual ganha vários


novos formatos com a BNCC. Da mesma forma que na leitura, essas habilidades
devem ser desenvolvidas por meio de situações efetivas pertencentes aos gêneros
textuais conhecidos pelos alunos. Nesse sentido, a produção abraça diferentes
ferramentas digitais, como edição de texto, áudio e vídeo, e diferentes finalidades,
como vlogs, playlists comentadas, fotografias, resenha de games, entre outros.

Análise linguística/ semiótica: Além dos conhecimentos morfossintáticos,


semânticos e ortográficos já trabalhados, o eixo da análise linguística na BNCC traz
a necessidade de um olhar analítico e integrado sobre os diferentes tipos de
linguagem através da semiótica. Nesse ponto, a análise textual também abarca
memes, vídeos, games e a relação entre texto e imagem. Afinal, o aprendizado deve
ser contextualizado em práticas de leitura e escrita, através de situações reais de
uso na linguagem. A ideia é que tópicos como gramática e conjugação verbal sejam

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tratados como elementos que influenciam os gêneros textuais e que os alunos


entendam seu uso na prática.

Não existe hierarquia entre elas, no sentido de uma ser mais importante do
que a outra, tampouco é possível praticá-las isoladamente.

3.1 Práticas de linguagem, campos de atuação e habilidades de Língua


Portuguesa nos anos finais do Ensino Fundamental

As práticas de linguagem possuem quatro campos de atuação, o


jornalístico/midiático, o de atuação na vida pública, o das práticas de estudo e
pesquisa e o campo artístico/literário. São estes campos que podem descrever as
habilidades necessárias em Língua Portuguesa.

Na perspectiva da BNCC, as habilidades não são desenvolvidas de


forma genérica e descontextualizada, mas por meio da leitura de textos
pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos de atividade
humana. Daí que, em cada campo que será apresentado adiante, serão
destacadas as habilidades de leitura, oralidade e escrita, de forma
contextualizada pelas práticas, gêneros e diferentes objetos do
conhecimento em questão. (BRASIL, 2018, p. 75).

Práticas de Linguagem e exemplo de códigos dos seus campos de atuação

CAMPO CAMPO DAS CAMPO


PRÁTICAS DE CAMPO ATUAÇÃO NA
JORNALÍSTICO/ PRÁTICAS DE ESTUDO ARTÍSTICO-
LINGUAGEM VIDA PÚBLICA
MIDIÁTICO E PESQUISA LITERÁRIO

(EF69LP01) (EF69LP21) (EF69LP30) (EF69LP44)

Diferenciar Posicionar-se em relação Comparar, com a ajuda Inferir a presença de


liberdade de a conteúdos veiculados do professor, conteúdos, valores sociais,
expressão de em práticas não dados e informações de culturais e humanos
discursos de ódio, institucionalizadas de diferentes fontes, e de diferentes
LEITURA posicionando-se participação social, levando em conta seus visões de mundo,
contrariamente a sobretudo àquelas contextos de produção e em textos literários,
esse tipo de vinculadas a referências, identificando reconhecendo
discurso e manifestações artísticas, coincidências, nesses textos
vislumbrando produções culturais, complementaridades e formas de
possibilidades de intervenções urbanas e contradições, de forma a estabelecer
denúncia quando práticas próprias das poder identificar múltiplos olhares

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for o caso. culturas juvenis que erros/imprecisões sobre as


pretendam denunciar, conceituais, identidades,
expor uma problemática compreender e sociedades e
ou “convocar” para uma posicionar-se culturas e
reflexão/ação, criticamente sobre os considerando a
relacionando esse texto/ conteúdos e informações autoria e o contexto
produção com seu em questão. social e histórico de
contexto de produção e sua produção.
as semioses presentes
para a construção de
sentidos.

(EF69LP08) (EF69LP22) (EF69LP37) (EF69LP51)

Revisar/editar o Produzir, revisar e editar Produzir roteiros para Engajar-se nos


texto produzido, textos reivindicatórios ou elaboração de vídeos de processos de
tendo em vista sua propositivos sobre diferentes tipos (vlog planejamento,
adequação ao problemas que afetam a científico, vídeo-minuto, textualização,
contexto de vida escolar ou da programa de rádio, revisão/edição e
produção, a mídia comunidade, justificando podcasts) para reescrita, tendo em
em questão, pontos de vista, divulgação de vista as restrições
características do reivindicações e conhecimentos temáticas,
PRODUÇÃO
gênero, aspectos detalhando propostas, científicos e resultados composicionais e
DE TEXTOS
relativos à levando em conta seu de pesquisa, observando estilísticas dos
textualidade, a contexto de produção e seu contexto de textos pretendidos e
relação entre as as características dos produção, os elementos as configurações da
diferentes gêneros em questão. e a construção situação de
semioses, a composicional dos produção e
formatação e uso roteiros. considerando a
adequado das imaginação, a
ferramentas de estesia e a
edição e adequação verossimilhança do
à norma culta. texto literário.

(EF69LP11) (EF69LP26) (EF69LP39) (EF69LP52)

Identificar e analisar Tomar nota em Definir o recorte temático Representar cenas


posicionamentos discussões, debates, da entrevista e o ou textos dramáti-
defendidos e palestras, apresentação entrevistando, levantar cos, considerando,
refutados na escuta de propostas, reuniões, informações sobre o na caracterização
de interações como forma de entrevistado e sobre o dos personagens, os
polêmicas em documentar o evento e tema da entrevista, aspectos linguísticos
entrevistas, apoiar a própria fala (que elaborar roteiro de e paralinguísticos
discussões e pode se dar no momento perguntas, realizar das falas, os gestos
debates, e se do evento ou entrevista, a partir do e os deslocamentos
ORALIDADE posicionar frente a posteriormente, quando, roteiro, abrindo no espaço cênico, o
eles. por exemplo, for possibilidades para fazer figurino e a
necessária a retomada perguntas a partir da maquiagem,
dos assuntos tratados em resposta, se o contexto elaborando as
outros contextos públicos, permitir, tomar nota, rubricas indicadas
como diante dos gravar ou salvar a entre- pelo autor por meio
representados). vista e usar do cenário, da trilha
adequadamente as sonora e da
informações obtidas, de exploração dos
acordo com os objetivos modos de
estabelecidos. interpretação.

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(EF69LP19) (EF69LP27) (EF69LP41) (EF69LP54)

Analisar, em Analisar a forma Usar adequadamente Analisar os efeitos


gêneros orais que composicional de textos ferramentas de apoio a de sentido
envolvam pertencentes a gêneros apresentações orais, decorrentes da
argumentação, os normativo/jurídicos e a escolhendo e usando interação entre os
efeitos de sentido gêneros da esfera tipos e tamanhos de elementos
de elementos política, tais como fontes que permitam boa linguísticos e os
típicos da propostas, propaganda visualização, recursos
modalidade falada, política e textos topicalizando e/ou paralinguísticos e
como a pausa, a reivindicatórios e suas organizando o conteúdo cinéticos, como as
entonação, o ritmo, marcas linguísticas, de em itens, inserindo de variações no ritmo,
a gestualidade e forma a incrementar a forma adequada as modulações no
expressão facial, as compreensão de textos imagens, gráficos, tom de voz, as
ANÁLISE hesitações etc. pertencentes a esses tabelas, formas e pausas, as
LINGUÍSTICA/ gêneros e a possibilitar a elementos gráficos, manipulações do
SEMIÓTICA produção de textos mais dimensionando a estrato sonoro da
adequados e/ou quantidade de texto (e linguagem, a postura
fundamentados quando imagem) por slide, corporal e a gestua-
isso for requerido. usando lidade, os efeitos de
progressivamente e de sentido decorrentes
forma harmônica do emprego de
recursos mais figuras de
sofisticados como efeitos linguagem, e os
de transição, slides efeitos de sentido
mestres, layouts decorrentes do
personalizados etc. emprego de
palavras e
expressões
denotativas e
conotativas.

Fonte: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-
ws/instituicao/seb/conteudo/modulo/861/images/m2_u2_profs_finais_port/m2_u2_tabela.pdf

A tabela acima fundamenta para o professor de Língua Portuguesa as


práticas de linguagem descritas através dos campos de atuação, que levarão os
alunos a desenvolverem as habilidades de leitura, oralidade e escrita. Cabe ao
professor estruturar suas aulas para que esse objetivo seja alcançado.

3.2 BNCC na prática – Sugestões de Atividades de Língua Portuguesa

Atividade 1 - Defina um gênero textual para aprofundar o assunto

Sabemos que a escola precisa trabalhar com uma variedade de gêneros


textuais, mas cabe ao professor escolher alguns desses gêneros para aprofundar os
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estudos. Dessa forma, é possível levar para o aluno diferentes exemplos do gênero
para que ele construa um repertório. Por exemplo, a habilidade EF69LPO5, do
campo jornalístico e mediático, da prática de linguagem no eixo leitura, afirma:

Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes,


gifs etc. – o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de
palavras, expressões ou imagens, de clichês, de recursos iconográficos,
de pontuação etc.

Com o uso dessa tirinha o professor poderá trabalhar a criticidade dos alunos
diante de questões que envolva a honestidade, desenvolvendo neles o “ser
cidadão”. Poderá também explorar a interpretação textual em textos mistos (verbais
e não verbais).

Poderão, ainda, serem feitas perguntas relacionadas à própria tirinha, como


também, o cotidiano desses alunos no ambiente em que eles vivem. Por exemplo.
Vale a pena querer tirar vantagem das pessoas diante das situações? A falta da
honestidade em momentos simples do dia a dia pode vir empobrecer um país? O
que você faria se estivesse no lugar da Mafalda?

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Outro aspecto a ser trabalhado são as expressões faciais X sinais de


pontuação X vocabulário.

No segundo quadrinho a expressão facial da personagem Mafalda indica que


ela está satisfeita? Convém usar um sinal de exclamação nesse momento da fala? E
por que a mãe da Mafalda ficou como se não tivesse entendo o que a filha estava
falando? O que significa a palavra inquilino? Você já usou no seu cotidiano?

Essa habilidade pode ser usada nas turmas do 6º ao 9º, sem esquecer as
peculiaridades de cada ano. Enquanto os adolescentes do 6º ano, em algumas
situações, ainda não associam as expressões faciais ao contexto, os do 9º fazem
isso com maior facilidade.

Atividade 2 – Ensine regras gramaticais contextualizadas

A análise linguística é um dos eixos temáticos do componente curricular,


porém a BNCC propõe o seu ensino não com base no conteúdo em si, mas de
maneira contextualizada nas práticas sociais, por exemplo, as variações linguísticas
X norma-padrão da fala e escrita.

Dessa forma, o estudo da gramática deve acontecer junto das práticas de


leitura, escrita e oralidade. Além da memorização de regras serem substituída pela
compreensão das formas de uso nos gêneros textuais.

No campo artístico-literário podemos explorar, na prática de linguagem, no


eixo análise linguística/semiótica as seguintes habilidades:

EF69LP55 – Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de


norma-padrão e o de preconceito linguístico; e EF69LP56 – Fazer uso
consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em
situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

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Fonte:https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3583/a-norma-padrao-e-o-preconceito-linguistico

Com o apoio dessa imagem, o professor poderá iniciar a atividade fazendo uma
inferência a respeito da variação linguística e à norma-padrão da língua portuguesa.
Poderão ser feitas as seguintes perguntas: o que vocês sabem sobre esse assunto,
o que é a variação linguística? Qual a sua opinião sobre ela? Por que ela existe? A
variação é algo bom ou ruim? Por quê?

Em seguida, o professor poderá fazer perguntas sobre a norma-padrão. O


que ela é? Para o que serve? A quem se destina? Qual a sua opinião sobre ela? É
fácil obedecê-la?

Em um país como o Brasil, onde a extensão territorial é imensa, é natural que


haja variações na língua, que podem estar ligadas ao som da palavra, à formação e
a disposição delas em frases e textos e, como também, ao modo como são ditas e
até escritas.

Explicar aos alunos que existem três tipos de variação linguística, “Variações
Históricas”, “Variações Regionais” e “Variações Sociais”.

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Variação histórica está relacionada à maneira como a língua evolui ao longo


do tempo, por exemplo, vossa mercê/ vossemecê/ vosmecê/ você; cousa/ coisa;
photografia/ fotografia.

Variação regional ou geográfica é a variação que ocorre quando a mesma


língua é falada de formas diferentes, dependendo da localidade, por exemplo:
biscoito ou bolacha?/ penal ou estojo?/ vina ou salsicha?/ aipim, mandioca ou
macaxeira?/ mimosa, mexerica, bergamota ou pokan?

Variação social é a variação marcada por diferentes grupos sociais que têm
uma forma de expressão própria, por exemplo, “é nóis”, “demorô” (gírias);

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“diagnóstico”/ “prognóstico” (linguagem técnica), “eu vi ela ontem” ou “eu a vi ontem”


(norma coloquial e norma-padrão).

A turma pode se organizar em três equipes, na qual cada uma irá receber um
grupo de palavras, frases e charges. Pedir para os alunos tentarem descobrir em
qual tipo de variação se encaixa, colem as palavras de acordo com a avaliação do
grupo sobre o tipo de variação, podendo usar o dicionário, se for necessário e
perguntá-los o porquê das escolhas.

Em caso de dúvidas ou dificuldades de identificação, o professor deve auxiliar


os alunos citando outros exemplos e formulando perguntas que possam estimular a
descoberta:

 Como é possível identificar o ‘falante’ das frases e das palavras


analisadas?
 O modo de falar pode variar de acordo com a situação?
 Falamos da mesma maneira com uma criança e com um adulto?
 Com um amigo próximo e com o (a) diretor (a) da escola?
 De que outras formas são possíveis identificar as mudanças da língua?
 Você é capaz de lembrar alguma gíria que usava com frequência e que
hoje considera ultrapassada?
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Por fim, falar sobre o preconceito linguístico e a importância de combatê-los.


Explicar os alunos que, apesar de necessário o conhecimento da norma culta, falar
diferente não significa falar errado, mas uma adaptação à imensa diversidade
cultural existente no nosso país. Explicar que norma culta padroniza uma forma de
escrita para que haja comunicação eficaz. Se cada indivíduo escrever da maneira
que desejar, ainda que fale o mesmo idioma e more no mesmo país, a comunicação
irá ficar comprometida. Isso não acontece apenas com a língua; por exemplo, as
normas de trânsito são fundamentais para uma boa ordem de convivência.

Essa atividade é indicada para ser trabalhada nas turmas do 8º e 9º ano, mas
não impede que o professor faça uma adaptação e a desenvolva nas turmas de 6º e
7º ano.

Atividade 3: Desenvolvendo os aplicativos para solucionar problemas na


escola

Essa atividade do campo de atuação da vida pública, da prática de


linguagem, no eixo produção de textos, pode ser desenvolvida aplicando a
habilidade EF89LP21, que reza:

Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de forma a levantar


prioridades, problemas a resolver ou propostas que possam contribuir
para melhoria da escola ou da comunidade, caracterizar
demanda/necessidade, documentando-a de diferentes maneiras por
meio de diferentes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for o
caso, selecionar informações e dados relevantes de fontes pertinentes
diversas (sites, impressos, vídeos etc.), avaliando a qualidade e a
utilidade dessas fontes, que possam servir de contextualização e
fundamentação de propostas, de forma a justificar a proposição de
propostas, projetos culturais e ações de intervenção.

Outra habilidade que pode ser trabalhada também nessa atividade é a


EF89LP27, que reza:

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Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em


momentos oportunos, em situações de aulas, apresentação oral,
seminário etc.

O professor poderá colocar os alunos reunidos em grupos de trabalho para o


desenvolvimento do aplicativo. É necessário garantir que cada grupo tenha em mãos
os materiais necessários para começar a trabalhar no projeto.

Abrir a discussão, pedindo para que os alunos socializem as pesquisas feitas


em casa, a opinião dos pais, da comunidade e dos colegas. Esse passo é
importante para que todos tenham a dimensão de que é possível pensarmos num
produto que pode ser melhorado ao ouvirmos os potenciais clientes.

Socializadas as pesquisas, explicar que o momento seguinte será de


produção. Eles deverão construir o aplicativo respeitando o design prévio pensado.

Orientação: Mostre aos alunos possibilidades de sites que permitem que eles
façam um aplicativo. Abaixo, seguem algumas sugestões. Se for preciso, transcreva
os links no quadro ou compartilhe com os alunos via Classroom ou Teams, que são
as plataformas de ensino do Google e da Microsoft. Caso não seja possível fazer a
atividade via digital, sugira que eles invistam no desenvolvimento da ideia a partir de
protótipos de papel2. Tempo sugerido para essa etapa é de 40 minutos.

Orientar os alunos a pensarem em cada parte do aplicativo antes de começar


a desenvolvê-lo. Essa etapa pode ser feita como um rascunho no papel, em forma
de fluxograma (diagrama para representação de um algoritmo). É importante que os
alunos percebam que uma página ou função do aplicativo levará à outra, como uma
trilha ou caminho.

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É importante combinar com eles um tempo, cerca de 30 minutos, para essa


atividade. Orientá-los a terem foco no desenvolvimento do passo a passo, para que
o aplicativo seja funcional e cumpra o que foi exposto. Quanto mais claro ficar o
fluxograma, melhor será o desenvolvimento do aplicativo.3

Agora é necessário que o professor, responsável pelo projeto, comece a


auxiliar os alunos com perguntas provocadoras, fazendo a mediação da situação
com os grupos, provocando-os a pensarem sobre o assunto. Fazer perguntas tais
como:

 Como será a primeira tela?


 Quais opções o usuário terá para escolher?
 Como ele vai inserir os próprios dados no sistema?
 Terá notificação ou não?
As perguntas podem variar de acordo com cada projeto. O professor deverá
circular pela sala e ver se todos estão conseguindo dialogar sobre esse design. A
construção da ideia pelo grupo favorecerá o desenvolvimento de um aplicativo com
mais chance de sucesso.

Caso a turma não tenha acesso à internet, computador, celular ou tablet, e for
fazer o aplicativo de papel, eles devem obedecer aos mesmos critérios e ordens
acima, visto que a parte do desenvolvimento é idêntica aos dois processos.

Caso não seja possível seguir com a sequência em 100 minutos seguidos,
reservar os últimos 5 minutos para conversar com os alunos sobre o que eles
fizeram até o momento e as percepções que tiveram da atividade. Pedir para que
façam uma lista das ideias discutidas e definidas até o momento e das pendências
que ficarão para a próxima aula. Lembrá-los de que, na próxima aula, eles deverão
trazer a lista para a continuidade do trabalho.

No desenvolvimento da atividade, eles vão dar uma forma ao APP. O tempo


sugerido para essa atividade é de 40 minutos.

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Orientações: caso esse seja o começo da segunda aula, retomar com os


alunos, brevemente, o que fizeram na aula anterior. Pedir para que eles relembrem
as decisões tomadas e as discussões feitas, e busquem as pendências na lista que
fizeram. O ponto de partida deles deve ser esse.

Terminada a parte do fluxograma, os alunos devem começar a parte de


execução/criação do aplicativo. O professor deverá separar os papéis (cartolina,
kraft) e os materiais de desenho, caso eles desenvolvam a ideia num contexto não
digital. Caso seja possível desenvolver no contexto digital, entregar os tablets,
celulares e notebooks com bateria e conexão com a internet. Circular pela sala para
verificar se os alunos precisam de ajuda, e contar com a ajuda de outros colegas da
escola.

Caso seja possível, permitir aos alunos que ocupem os espaços escolares
fora da sala: biblioteca, pátio, praça, corredor ou laboratório. Se os grupos ficarem
espalhados, a interferência no processo de criação será melhor. Caso opte por essa
forma de separação, combinar com eles um horário para retornarem com o protótipo
do aplicativo pronto.

Se a criação for feita em papel, orientar os alunos a definirem o melhor layout


para o aplicativo antes de passarem a ideia para o papel definitivo. Incentivá-los a
criarem as várias telas do aplicativo no papel, usando cores e fazendo os “botões”
de seleção. A imaginação e criatividade, aqui, devem ser exploradas ao máximo.

Caso a criação seja digital, deixar os alunos manipularem os sites e


escolherem aquele que melhor se adapta às necessidades deles. Garanta que todo
o grupo trabalhe de forma colaborativa, construindo o protótipo imaginado. É
importante que um aluno de cada grupo fique de olho no tempo, para que os grupos
não se percam.

Tome nota: em caso de parceria com as universidades, garantir que o


trabalho seja feito pelos alunos e não pelo universitário.
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Fechamento: começar com a frase: “Fazer um AAP foi...” (O tempo sugerido


para essa atividade é de 10 minutos).

Orientações: acabado o tempo de produção, desmembrar os grupos e pedir


para os alunos sentarem em roda.

Projetar o slide e selecionar um objeto para ser o “objeto de fala”. Escolher


um aluno e entregar o objeto na mão dele. Pedir para que complete com duas
palavras a frase “Fazer um AAP foi...”. Ao terminar, esse aluno deve escolher outro
e, assim, sucessivamente, até que todos tenham falado.

Anotar as palavras nos quadros, para que eles tenham noção da pluralidade
de olhares que podem aparecer, e como o processo de desenvolvimento pode ser
significativo de formas diferentes para cada um deles.

Não pedir para eles apresentarem o aplicativo ainda, essa apresentação será
feita na próxima aula em forma de pitch (uma apresentação curta, de 2 a 5 minutos),
em que cada grupo deverá apresentar o problema selecionado, e explicar por que é
um problema, qual a solução pensada, como ela funciona e os resultados
esperados.

Ao final das socializações, diante das palavras escritas no quadro, ponderar a


impressão da turma sobre a atividade e mostrar como essa foi uma experiência
significativa.

Dizer para eles que, para a próxima aula, deverão apresentar um pitch sobre
o aplicativo. Para isso, é preciso que eles se organizem previamente.

Explicar, resumidamente, o que é um pitch, e orientar a pesquisarem mais


sobre o tema em casa, antes de organizar as apresentações. Determinar um tempo
para cada apresentação, que deverá variar de acordo com o número de grupos da

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sala. Considere que, para a apresentação, eles terão 30 minutos de uma aula de 50
minutos.

Indicar sites sobre pitch para os alunos, a fim de que possam se organizar
para a apresentação durante a semana4.

Combinar com os alunos as regras e o dia da apresentação. Apenas um


integrante apresentará ou se haverá a necessidade de mais de um responsável para
a apresentação. A definição pode ser feita pela turma, ou pelo professor,
considerando o perfil de cada sala.

Informar aos alunos que eles podem montar uma apresentação em slides ou
prezi5, mas que seria importante mostrar como funciona o aplicativo. Essa
solicitação de antecipação de apresentação é uma oportunidade de os alunos
desenvolverem autonomia de organização de trabalho em grupo.

Dizer para eles que serão avaliados, no dia da apresentação, não apenas
pela originalidade, mas também pela forma da apresentação em si, ou seja, pela boa
desenvoltura, organização e clareza.

Essa atividade deverá ser desenvolvida com as turmas do 8º e 9º anos. 6

4 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: ARTE

4.1 Estrutura do componente Arte e suas unidades temáticas

.
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No Ensino Fundamental, o componente curricular de Arte está centrado nas


seguintes linguagens ou unidades temáticas:

 Artes visuais;
 Dança;
 Música;
 Teatro.

São essas linguagens que articulam saberes referente a produtos e


fenômenos artísticos, e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir,
exteriorizar e refletir sobre formas artísticas. Veremos alguns exemplos dessas
unidades temáticas acontecendo nas escolas pelo Brasil.

Aulas de música em uma escola de tempo integral de Belo Horizonte

Fonte: https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/escolas-em-tempo-integral-de-bh-terao-aula-de-musica

A sensibilidade, a intuição, o pensamento, as emoções e as subjetividades se


manifestam como formas de expressão no processo de aprendizagem de Arte. Cada
uma dessas linguagens constitui uma unidade temática e reúne objetos de
conhecimento e habilidades.

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Esse componente curricular favorece a criticidade dos alunos diante das


complexidades do mundo, também favorece a prática do respeito às diferenças,
atitude importante para o exercício da cidadania.

Nesse sentido, as manifestações artísticas não podem ser reduzidas às


produções legitimadas pelas instituições culturais e veiculadas pela
mídia, tampouco a prática artística pode ser vista como mera aquisição
de códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte precisa alcançar a
experiência e a vivência artísticas como prática social, permitindo que os
alunos sejam protagonistas e criadores. (BRASIL, 2018, p.193)

Em seguida, na figura abaixo, um exemplo de que o teatro pode fazer parte


do cotidiano escolar, e sua prática desenvolve experiências e saberes para todos os
alunos, aos que encenam e aos que assistem.

Apresentação teatral na escola

Fonte: http://escolagiustodamo.blogspot.com/2017/04/projeto-teatro-na-escola-e-peca-procura.html

A BNCC também aponta para a possibilidade de que os processos de


aprendizagem em Arte ocorram por meio da articulação entre as linguagens,
gerando uma nova unidade temática, chamada de Artes Integradas. Esta explora
as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, inclusive
aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e
comunicação.

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Os processos de aprendizagem deste componente visam o desenvolvimento


da sensibilidade, da criatividade (insight), da cognição, da capacidade de
argumentação e de reflexão dos estudantes.

É importante lembrar que os produtos artísticos devem ser considerados


como parte da aprendizagem, e não mais importantes que outras etapas da
construção de conhecimento em Arte.

Assim como em outros componentes, também em Arte, a realidade do aluno


e sua identidade devem ser trabalhadas em sala de aula. Para isso, os professores
e alunos podem compartilhar os saberes, organizando exposições, saraus,
espetáculos, performances, concertos, recitais, intervenções e outras apresentações
e eventos artísticos e culturais, na escola ou em outros locais. A figura abaixo
mostra na prática como os alunos descobrem seu potencial através das artes
plásticas.

Exposição de Artes Plásticas na Escola

https://revistanews.com.br/2018/08/22/movimento-arte-na-escola-quer-a-inclusao-de-artes-visuais-danca-musica-
e-teatro/

Na BNCC, são abordadas linhas maleáveis chamadas dimensões do


conhecimento que trabalham de forma indissociável e simultânea, caracterizando a
singularidade das experiências artísticas. As dimensões são:

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 Criação: refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem


e constroem;
 Crítica: articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos
estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais;
 Estesia: refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao
espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos
diferentes materiais;
 Expressão: refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as
criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito
individual quanto coletivo;
 Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura
para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e
culturais;
 Reflexão: refere-se ao processo de construir argumentos e ponderações,
é a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas
e culturais, seja como criador, seja como leitor.

Projeto Social de Dança na Escola Pública

Fonte: https://www.sul21.com.br/em-destaque/2015/12/projeto-social-leva-danca-a-alunos-de-escola-publica/

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O objetivo dessas dimensões é facilitar o processo de ensino e aprendizagem


em arte. Veja, a seguir, outro exemplo de linguagem ou unidade temática da Arte, a
dança na escola.

4.2 Competências específicas de artes

Como nos outros, o componente curricular Arte deve garantir aos alunos o
desenvolvimento de algumas competências específicas. São elas:

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções


artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades
tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços,
para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a
diferentes contextos e dialogar com as diversidades;

2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas


integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de
informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições
particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações;

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais,


especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a
identidade brasileira, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-
as nas criações em Arte;

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação,


ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte;

5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e


criação artística;

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6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo,


compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de
circulação da arte na sociedade;

7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas,


tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e
apresentações artísticas;

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e


colaborativo nas artes;

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material


e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

O quadro abaixo é um exemplo de como é organizado esse componente


curricular.

Organização do Componente Curricular Arte

Unidades Temáticas Objetos de conhecimento Habilidades

(EF69AR02)
Pesquisar e analisar diferentes estilos
• Contextos e práticas; visuais, contextualizando-os no tempo
• Elementos da linguagem; e no Espaço.

Artes visuais • Materialidades; (EF69AR03)

• Processos de criação; Analisar situações nas quais as


linguagens das artes visuais se
• Sistemas da linguagem. integram às linguagens audiovisuais
gráficas, cenográficas, coreográficas,
musicais etc.

(EF69AR04)
Analisar os elementos constitutivos
das artes visuais (ponto, linha, forma,
direção, cor, tom, escala, dimensão,
• Contextos e práticas; espaço, movimento etc.) na
apreciação de diferentes produções
Dança • Elementos da linguagem;
artísticas.
• Processos de criação. (EF69AR15)
Discutir as experiências pessoais e
coletivas em dança vivenciadas na
escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e

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preconceitos.

(EF69AR17)
Explorar e analisar, criticamente,
• Contextos e práticas. diferentes meios e equipamentos
culturais de circulação da música e do
• Elementos da linguagem. conhecimento musical.
Música • Materialidades; (EF69AR19)
• Notação e registro musical; Identificar e analisar diferentes estilos
• Processos de criação. musicais, contextualizando-os no
tempo e no espaço, de modo a
aprimorar a capacidade de apreciação
da estética musical.

(EF69AR27)
Pesquisar e criar formas de
dramaturgias e espaços cênicos para
• Contextos e práticas; o acontecimento teatral.
Teatro • Elementos da linguagem; (EF69AR28)
• Processos de criação. Investigar e experimentar diferentes
funções teatrais e discutir os limites e
desafios do trabalho artístico coletivo e
colaborativo.

(EF69AR31)
• Contextos e práticas; Relacionar as práticas artísticas às
• Processos de criação; diferentes dimensões da vida social,
cultural, política, histórica, econômica,
• Matrizes estéticas e estética e ética.
Artes integradas
culturais;
(EF69AR32)
• Patrimônio cultural;
Analisar e explorar, em projetos
• Arte e tecnologia. temáticos, as relações processuais
entre diversas linguagens artísticas.

Observação: Para um estudo mais detalhado das habilidades desse componente curricular, verificar
a BNCC, no componente curricular Arte.

4.3 BNCC na prática – Sugestões de Atividades de Artes

Atividade 1 – Criar ilustrações inéditas para um texto

Essa atividade pode ser realizada com as turmas do 6º ao 9º ano, na unidade


temática Artes visuais, utilizando os seguintes objetos de conhecimento: Contextos e
Práticas e Processos de criação, desenvolvendo a habilidade EF69AR01, que reza:
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Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais


tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e
estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e
culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e
práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a
capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

A habilidade EF69AR06, que reza na BNCC:

Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas


ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo,
fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais,
alternativos e digitais.

E ainda a habilidade EF69AR05:

Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística


(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura,
modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

O professor trará letras de músicas pré-selecionadas, canetas hidrocor


coloridas, lápis de cor, lápis de grafite preto, borrachas e sulfite.

Desenvolvimento: Disponibilizar as letras e convidar a turma a ouvir. Peça


que seja eleita uma música para ser ilustrada. Listar as possíveis técnicas que
podem ser usadas com o material. Definir com cada aluno se o trabalho será
referente a uma estrofe ou a um refrão, ou se vai representar toda a música. Durante
a produção, apoiar o grupo em relação à técnica e conversar sobre os trabalhos,
mas evitar dar indicações sobre o que deve ser feito ou posto na ilustração.

Avaliação: Pedir que os estudantes justifiquem a técnica que escolheram.


Avaliar o uso das cores e o estilo de cada um, perguntando se as opções têm a ver
com a canção. No caso de quem optou por ilustrar uma estrofe ou um refrão,
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observar o quanto esse recorte associado à melodia está presente e quais


informações foram adicionadas pela ilustração. Para quem escolheu ilustrar uma
canção inteira, peça que explicite o sentido da música.

Flexibilização: Para que alunos com deficiência física, nos membros


superiores, criem suas próprias ilustrações, o primeiro passo é apresentar boas
referências de obras e utilizações de materiais. Assim, ele poderá compreender
quais dessas referências podem ajudá-lo a construir suas próprias marcas pessoais.
Discutir sobre as letras das músicas que serão ilustradas é outro bom ponto de
partida. Oferecer papéis maiores e mais espessos, como a cartolina. Outra sugestão
é fixar o papel na carteira, com fita adesiva, ou colocá-lo em uma prancheta. Se a
criança for capaz de fazer o movimento de pinça, ofereça giz de cera, canetas piloto
ou cola colorida. As tintas mancham e costumam escapar do controle da criança,
prejudicando o resultado da ilustração. No caso de alunos incapazes de realizar o
movimento de pinça, mesmo com apoios, sugerir que a ilustração seja feita com os
pés, utilizando tinta. É possível, ainda, trabalhar com figuras previamente
preparadas por você ou pelos demais colegas, que possam ser fixadas pelo aluno
com deficiência física em um painel feito com tiras de velcro. Assim, ele trabalha as
noções de composição.7

Atividade 2: Criar coletivamente um produto com imagens e textos

Essa atividade foi planejada para trabalhar com as turmas do 6º e 9º anos, na


unidade temática Artes Visuais, utilizando os objetos de conhecimento:
Materialidade e Processos de criação, desenvolvendo a habilidade EF69AR03, que
reza:

Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram


às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas
(capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas,
coreográficas, musicais etc.

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Desenvolvimento: O professor precisará para desenvolver essa atividade os


seguintes materiais: TV, DVD e computador com acesso à internet.

Para iniciar, perguntar aos alunos como eles se relacionam com a fotografia e
o cinema. O que costumam clicar? Onde assistem a filmes? É importante avaliar
aspectos técnicos (foco, enquadramento etc.) e competências de apreciação
(identificar se eles entendem que as histórias e mensagens subjetivas - os
significados - são comunicadas por falas, textos, imagens e sons).

Depois de executar a primeira etapa, explorar a história da fotografia


mostrando a câmara escura8, que possibilitou a projeção de imagens, e processos
de fixação de imagens, permitindo gravar e imprimir fotos.

Levar exemplos dos primeiros filmes, como Viagem à Lua9 (1902), do


cineasta Georges Méliès. Ao discutir com a classe a história e os significados do
filme, enfatizar o papel dos recursos audiovisuais para comunicá-los.

Escolher um videoclipe para analisar criticamente com a turma. Preferir


exemplos narrativos, como Ela Disse Adeus 10, dos Paralamas do Sucesso. Deixá-los
interpretar a história e seus significados, questionando as diferenças, quando
apenas se ouve a música, e quando apenas se vê o clipe.

Dividir a sala em grupos para escrever uma pequena narrativa com início,
meio e fim, pensando em como ela poderia ser adaptada visualmente. Pedir que os
alunos fotografem cada cena, e montem uma espécie de fotonovela, com imagens e
legendas descritivas. Debater com a classe como as histórias e seus significados
foram comunicados. Finalmente, expor as narrativas e, como método avaliativo do
trabalho, verificar nas falas dos alunos durante as atividades, o aprendizado das
noções de análise crítica. No trabalho prático, avaliar conhecimentos técnicos e o
uso dos recursos audiovisuais para contar a história e seus significados.

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Observação: Essa atividade deverá ser dividida por aulas de acordo com a
realidade de cada turma. 11

Atividade 3 – O uso de tecnologias nas aulas de Arte

Essa atividade pode ser trabalhada com as turmas do 6º ao 9º, na Unidade


temática Artes integradas, utilizando o objeto de conhecimento Arte e tecnologia,
desenvolvendo a habilidade EF69AR35, que reza:

Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para


acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios
artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Desenvolvimento: Para desenvolver essa atividade, o professor precisará de


um computador com scanner e software de edição de imagens, uma câmera digital
(ou câmera de celular), uma impressora colorida, tesouras, estiletes, cola branca,
canetas diversas, um retroprojetor, papel, transparências para impressão, canetas
de retroprojetor, papeis coloridos diversos, revistas diversas, folhetos e flyers de
distribuição gratuita, fotos antigas ou de família.

Conteúdo específico: Colagem, fotografia, edição digital, comunicação visual


e poética pessoal.

Desde o início do projeto, os alunos devem se sentir pesquisadores de um


universo visual que irá envolver tanto aspectos da linguagem plástica como
questões ligadas ao comportamento humano.
Na primeira aula, o professor deverá apresentar à classe vários tipos de
imagens que costumamos ver em nosso cotidiano, como pranchas com obras de
artistas renomados, recortes de revista, panfletos distribuídos na rua, fotos de família
etc. Se for possível, coloque todas essas imagens em um mesmo suporte, como
uma cartolina preta, por exemplo.

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Apresente aos alunos todas as imagens e, em seguida, inicie uma discussão


com as seguintes perguntas:

 - Qual a diferença entre as imagens?


 O que cada uma quer comunicar?
 Como foi feita cada uma delas?
 Por quem foram feitas?
 Para que serve uma imagem?

Os alunos devem expor suas opiniões livremente. É importante criar um clima


de respeito entre eles. Qualquer hipótese levantada, por mais absurda que possa
parecer, não pode ser descartada. Direcionar o olhar dos estudantes para questões
formais ligadas à composição e às técnicas utilizadas. Perguntar como cada um
interpreta os diversos elementos presentes nas imagens e como dialogam uns com
os outros. Depois apresentar a fonte de cada imagem e abrir a discussão,
levantando relações entre como percebemos e interpretamos os estímulos visuais a
nossa volta.
Como tarefa para a próxima aula, peça para cada aluno trazer pelo menos
três imagens de fontes diferentes, que possam ser utilizadas nos trabalhos em
classe. Caso os alunos não puderem usar as fotos de família originais, ou recortá-
las, elas podem ser copiadas ou escaneadas.
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A próxima etapa é de colagem – o todo e a parte. Toda imagem é composta


de diversos elementos que, ao se agruparem, ganham novos significados. Alguns
deles são signos conhecidos e fechados, outros apresentam simbologias de acordo
com o meio e o receptor. Uma arma de fogo sozinha nunca vai representar leveza e
carinho, por exemplo. Mas um horizonte de uma praia traz sempre ideias diferentes
dependendo de quem vê. No entanto, ao unir diferentes elementos, transformamos o
significado de cada parte, criando uma nova relação e uma nova mensagem.

O objetivo desta etapa é tentar ressignificar os elementos presentes em


diferentes imagens, recortando cada pedaço das figuras trazidas pelos alunos
(também devem ser providenciadas outras fontes para aqueles que precisarem de
mais formas). A ideia é que cada aluno construa uma nova imagem relacionada à
sua personalidade, aos seus desejos e medos. O estudante poderá fazer a colagem
dos elementos em um novo suporte ou em um fundo com outra imagem. Nesta fase,
apresentar técnicas de recorte com tesoura e estilete para garantir uma boa
utilização das imagens. Se possível, criar um banco de elementos visuais que
podem ser separados em pequenas caixas ou pastas para servirem de referência e
de recurso gráfico.

Etapa concluída, vamos para a próxima que é digitalizar e manipular. Nesta


fase, cada aluno irá digitalizar a montagem de sua imagem. Eles deverão fotografá-
las ou escaneá-las no computador.

Os assistentes do computador para este tipo de trabalho variam de acordo


com suas configurações. Cabe a você explorar o software previamente, a fim de se
familiarizar com os procedimentos técnicos. De maneira geral, esses programas são
bem simples e é possível descobrir muitas possibilidades explorando suas opções.
O mais relevante é indicar, como procedimento básico, a resolução em que será
fotografada ou escaneada a imagem. No caso de foto, o arquivo deve ter no mínimo
3 megabytes e no scanner, 300dpi.

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Salve os arquivos em uma pasta do computador. Em seguida, os alunos


deverão abri-los em um software de edição de imagem (pode ser comprado, mas há
versões gratuitas na internet). Os estudantes poderão explorar as seguintes
ferramentas:
1) Imagem. Todo software de edição digital possui em sua barra de
ferramentas um item referente aos ajustes básicos. Aqui é possível explorar
variações de contraste, brilho, cor, saturação, recursos de solarização e inversão de
tonalidades. É um bom exercício de exploração, em que o aluno poderá estabelecer
um contato direto com a estrutura da linguagem visual, exercitando sua própria
poética.

2) Efeitos. Dependendo do software usado, o número de efeitos disponíveis


pode variar. Neste momento, é importante que o aluno reflita sobre a comunicação
da mensagem da imagem. Explore, principalmente, as variações que cada efeito
terá na linguagem visual, como profundidade, brilho, figura, fundo e equilíbrio.

3) Camadas. A grande maioria dos softwares de edição de imagem trabalha


com o conceito de camadas (layers). É como imaginar diversas folhas de
transparência em que cada uma está em uma parte do desenho, com uma cor ou
um elemento. Sobrepostas elas constituem a imagem inteira. Ao vê-las
separadamente, podemos manipular cada camada. Ao inserir algum novo recurso
na imagem, você poderá abrir uma nova camada, assim será possível corrigir erros
e terá mais liberdade na composição dos projetos.

Se você conhecer bem o software, use outros recursos. Experimente!


Reserve um tempo longo para que cada aluno possa cometer erros que serão os
caminhos de sua própria aprendizagem nas técnicas do software e ganhe assim
confiança para explorar novos recursos.

Agora é a vez de imprimir, fazendo interferências. Depois da etapa de


exploração dos recursos básicos do software, cada aluno deverá definir uma
imagem a ser impressa. Se a escola tiver papéis com uma gramatura alta, as

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possibilidades de intervenção serão maiores. Este tipo de papel é resistente à tinta e


a outros materiais a base de água. Mas é possível também utilizar papel sulfite.

Cada um deve imprimir uma ou mais cópias do seu arquivo e, a partir daí,
pode realizar intervenções com canetas, papeis e outros materiais para elaborar a
sua imagem. Neste momento, é importante organizar uma aula apenas para fruir os
trabalhos em grupo, no qual cada estudante deverá relatar ao grupo seus caminhos,
suas dificuldades e descobertas. Você pode fazer as perguntas abaixo para iniciar a
conversa com a classe:

 O que você quer dizer com esta imagem?


 O que utilizou para passar essa mensagem?
 Como uma cor ou uma forma podem passar uma mensagem?
 No que o computador pôde contribuir para sua composição?
 Como as outras ferramentas que você utilizou puderam contribuir?

Já quase finalizando os trabalhos, cada aluno deverá digitalizar sua imagem


novamente na maior resolução que o equipamento da escola suportar. Serão feitos
ajustes necessários para a finalização das imagens. Há dois caminhos para encerrar
o projeto: imprimir o arquivo final em um papel de transparência especial para
impressão e ir para a etapa da avaliação.

Para terminar é hora de projetar e ampliar. Esta etapa é uma possibilidade de


interação lúdica e corporal com a imagem produzida, tendo um olhar diferenciado,
com outra perspectiva para cada composição. Em uma sala parcialmente
escurecida, usar um retroprojetor para que cada aluno possa colocar sua
transparência e visualizar sua imagem em outra dimensão. Os alunos podem
sobrepor suas transparências, criando assim novas imagens que servirão de
material para novas reflexões. O professor pode tirar fotos destas explorações ou
também colocar um papel preso na parede em que esta sendo projetada a imagem.
Assim podem ser criados trabalhos em grandes dimensões, desenhando os limites
projetados pelo retroprojetor. O professor pode ainda ter um pequeno acervo de

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ícones e imagens em transparência para provocar intervenções e discussões sobre


a construção e a composição da imagem contemporânea.

Avaliação. É muito importante que o professor acompanhe e avalie


individualmente cada aluno ao longo do processo, observando, registrando e
intervindo com ações que ofereçam à classe recursos para a conscientização dos
processos criativos. No final do projeto, pedir aos alunos para formarem uma grande
roda, na qual cada um deve, por breve tempo, expor os seus trabalhos e apresentar
para a turma suas expectativas e uma autoavaliação de seu desenvolvimento na
proposta. As questões abaixo são algumas sugestões para a avaliação:

 Sua ideia inicial foi alcançada?


 Como cada ferramenta contribuiu para a concretização de suas ideias?
 Como se formam as imagens?
 Como se juntam as imagens?
 Para que serve uma imagem?
 Como você vê a forma em que as imagens são utilizadas nos dias de hoje?
 Existe uma forma ideal?
 Existe uma imagem real?12
5 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: EDUCAÇÃO FÍSICA

Visando a educação integral, a BNCC destaca as práticas corporais como um


objeto de conhecimento para mobilizar e integrar novos conhecimentos sobre si e
sobre o mundo nas aulas de educação física.

A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas


corporais em suas diversas formas de codificação e significação social,
entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos
sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história.
Nessa concepção, o movimento humano está sempre inserido no âmbito
da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um
segmento corporal ou de um corpo todo. (BRASIL, 2018, p. 213).

.
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A educação física disponibiliza vastas possibilidades que enriquecem o


aprendizado das crianças, dos jovens e adultos na educação básica, dando acesso
a esses estudantes a um expressivo universo cultural. O objetivo é que a
experiência efetiva das práticas corporais oportunize aos alunos participar, de forma
autônoma, em vários contextos do dia a dia, como lazer e saúde.

Há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais:

 Movimento corporal como elemento essencial;


 Organização interna (de maior ou menor grau);
 Produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado com
o corpo e a saúde.

5.1 E o que são práticas corporais?

As práticas corporais são realizadas fora das obrigações laborais, domésticas,


higiênicas e religiosas, nas quais os sujeitos se envolvem em função de propósitos
específicos, sem caráter instrumental. (BRASIL, 2018, p. 32).
Exemplo de produto cultural: jogo de queimada (carimba)

Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/7491/o-corpo-e-a-cultura

Essas práticas corporais dão acesso aos sujeitos do conhecimento e a


experiências as quais eles não teriam de outro modo, sem a vivência da prática.

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Desse modo, as práticas corporais são textos culturais passíveis de leitura e


produção, articulando a educação física à área de linguagens.

Na BNCC, cada uma das práticas corporais tematizadas compõe uma das
seis unidades temáticas abordadas ao longo do Ensino Fundamental. São elas:

Brincadeiras e jogos: as que exploram atividades voluntárias exercidas dentro


de determinados limites de tempo e espaço.

Prática de brincadeiras e jogos nas aulas de Educação Física

Fonte: https://www.dicaseducacaofisica.info/brincadeiras-jogos-bncc/

Esportes: reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática quanto às


derivadas.

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Prática de basquete nas aulas de Educação Física no 8º ano do Ensino


Fundamental

Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3448/basquete-nao-e-so-bola-na-cesta

Ginásticas: são propostas práticas com formas de organização e significados


diferentes.

Prática de ginástica no 7º ano do Ensino Fundamental

Fonte: https://www.dicaseducacaofisica.info/ginastica-bncc-educacao-fisica/

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Danças: explora o conjunto das práticas corporais caracterizadas por


movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicas, muitas vezes
também integradas a coreografias.

Prática de dança nas aulas de Educação Física – 6º ano

Fonte: https://www.unicesumar.edu.br/blog/educacao-fisica-escolar/

Práticas corporais de aventura: essa explora expressões e formas de


experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas
situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com
um ambiente desafiador.

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Prática corporal de equilíbrio nas aulas de Educação Física - 9º ano

Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3518/equilibrio-e-forca-para-praticar-slackline
A BNCC define as oito dimensões de conhecimento que devem ser
trabalhadas em todas as unidades temáticas da Educação Física:

 Experimentação – Refere-se à dimensão do conhecimento que se origina


pela vivência das práticas corporais;
 Uso e apropriação – Refere-se ao conhecimento que possibilita ao
estudante ter condições de realizar de forma autônoma uma determinada
prática corporal;
 Fruição – Implica a apreciação estética das experiências sensíveis geradas
pelas vivências corporais;
 Reflexão sobre a ação – Observação e análise das próprias vivências
corporais e das vivências dos outros;
 Construção de valores – Vincula-se aos conhecimentos originados em
discussões e vivências, no contexto da tematização das práticas corporais,
as quais possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltados ao
exercício da cidadania, em prol de uma sociedade democrática;
 Análise – Está associada aos conceitos necessários para entender as
características e o funcionamento das práticas corporais (saber sobre);
 Compreensão – Está também associada ao conhecimento conceitual, mas,
diferentemente da dimensão anterior, refere-se ao esclarecimento do
processo de inserção das práticas corporais no contexto sociocultural;

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 Protagonismo comunitário – Refere-se às atitudes, ou ações, e aos


conhecimentos necessários para os estudantes participarem de forma
confiante e autoral em decisões e ações orientadas à democratização do
acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como referência
valores favoráveis à convivência social.

5.2 Educação Física na área de linguagem

Na BNCC, a educação física explora as práticas corporais como produtos


culturais. Um exemplo disso é o futebol no qual suas aulas, no passado, apenas
focalizavam elementos técnicos e táticos.
No entanto, a cultura do futebol se manifesta nas músicas, nas crônicas, nas
poesias, nos documentários, nos filmes, inclusive em museus, como é o exemplo do
Museu do futebol em São Paulo. As aulas de educação física extrapolam o aspecto
motor, indo de encontro a aspectos da linguagem.

É relevante que a prática esportiva traz muitos benefícios para o corpo, mas
não se atentam que essa prática também traz benefícios para a mente. A atividade
física faz a pessoa pensar com clareza, melhora a atenção, o raciocínio e a
memória, além de possibilitar o equilíbrio emocional.

Desse modo, somar todos esses benefícios à educação de crianças e jovens


irá proporcioná-los excelentes ganhos na aprendizagem e no desempenho
acadêmico de quem está em fase de desenvolvimento físico e motor. Apesar de
todas as vantagens que a atividade física traz, ela ainda é subestimada nas escolas
brasileiras e são raras as instituições que veem no esporte um importante
instrumento pedagógico para a melhoria dos resultados escolares.

A BNCC não propõe uma mudança radical na forma da educação física ser
ensinada, mas sim uma mudança de foco no trabalho do professor, de modo que o

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desenvolvimento integral das crianças e adolescentes seja alcançado. O foco deve


ser o aluno e não o conteúdo.

A seguir veremos as competências específicas da educação física e como o


professor poderá utilizá-las em sala de aula.

5.3 Competências específicas de educação física para o Ensino Fundamental

A educação física, como todas as outras disciplinas, possui competências


específicas para serem desenvolvidas nos alunos. São elas:

1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos


com a organização da vida coletiva e individual;
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as
possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no
processo de ampliação do acervo cultural nesse campo;

3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas


corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades
laborais;

4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e


estética corporal, analisando criticamente os modelos disseminados na mídia e
discutir posturas consumistas e preconceituosas;

5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus


efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas
corporais e aos seus participantes;

6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às


diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
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7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da


identidade cultural dos povos e grupos;

8. Usufruir das práticas corporais, de forma autônoma, para potencializar o


envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção
da saúde;

9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão,


propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário;

10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos,


danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o
trabalho coletivo e o protagonismo.

As tabelas a seguir exemplificam como está organizado o componente


curricular Educação Física na BNCC. As habilidades estão arranjadas em dois
blocos e mostram os objetos de conhecimento em cada unidade temática.

Organização do componente curricular Educação Física para os 6º e 7º anos


UNIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
TEMÁTICAS 6º e 7º anos
(EF67EF01)
Brincadeiras e Experimentar e fruir, na escola e fora dela, jogos eletrônicos
Jogos eletrônicos
jogos diversos, valorizando e respeitando os sentidos e significados
atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários.

(EF67EF03)
Esportes de marca/ Esportes de
Esportes precisão/ Esportes de invasão/ Experimentar e fruir esportes de marca, precisão, invasão e
Esportes técnico-combinatórios técnico-combinatórios, valorizando o trabalho coletivo e o
protagonismo.

(EF67EF08)

Ginástica de condicionamento Experimentar e fruir exercícios físicos que solicitem diferentes


Ginásticas capacidades físicas, identificando seus tipos (força,
físico
velocidade, resistência, flexibilidade) e as sensações corporais
provocadas pela sua prática.

(EF67EF12)
Danças Danças urbanas
Planejar e utilizar estratégias para aprender elementos

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constitutivos das danças urbanas.

(EF67EF14)

Lutas Lutas do Brasil Experimentar, fruir e recriar diferentes lutas do Brasil,


valorizando a própria segurança e integridade física, bem
como as dos demais.

(EF67EF18)
Práticas corporais Práticas corporais de aventura Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventura
de aventura urbanas urbanas, valorizando a própria segurança e integridade física,
bem como as dos demais.

Enquanto nas turmas de 6º e 7º anos, a unidade temática brincadeiras e jogos


fazem parte do cotidiano dos alunos, observe, a seguir, que esta unidade não é
sugerida nas turmas de 8º e 9º anos pela BNCC, não significando que o professor
não possa utilizá-la com seus alunos.

Organização do componente curricular Educação Física 8º e 9º anos


UNIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
TEMÁTICAS 8º e 9º anos
Brincadeiras e
---- ----
jogos

Esportes de rede/parede/ (EF89EF01)


Esportes de campo e taco/ Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e
Esportes
Esportes de invasão Esportes de fruir os esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e
combate combate, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.

(EF89EF09)
Ginástica de condicionamento
Ginásticas físico / Ginástica de Problematizar a prática excessiva de exercícios físicos e o uso
conscientização corporal de medicamentos para a ampliação do rendimento ou
potencialização das transformações corporais

(EF89EF13)
Danças Danças de salão Planejar e utilizar estratégias para se apropriar dos elementos
constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças de salão.

(EF89EF17)
Lutas Lutas do mundo Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas
experimentadas, reconhecendo as suas características
técnico-táticas.
Práticas corporais Práticas corporais de aventura na (EF89EF21)
de aventura natureza Identificar as características (equipamentos de segurança,
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instrumentos, indumentária, organização) das práticas


corporais de aventura na natureza, bem como suas
transformações históricas.
Observação: Para um estudo mais detalhado das habilidades desse componente curricular, verificar a
BNCC, no componente curricular Educação Física.

5.4 BNCC na prática – Sugestões de Atividades de Educação Física

Atividade 1 – Trabalho com as atividades motoras

As habilidades motoras são todas as movimentações corporais realizadas


para cumprir objetivos (com uma intenção) ou interagir com o ambiente. Uma
habilidade que pode ser trabalhada e que realiza esse tipo de atividade é a
EF89EF02, que reza:

Praticar um ou mais esportes de rede/parede, campo e taco, invasão e


combate oferecidos pela escola, usando habilidades técnico-táticas
básicas.

Por exemplo, se o professor estiver ensinando sobre uma modalidade


esportiva, como o voleibol, e queremos que os alunos aprendam as habilidades
motoras necessárias para a prática, é comum nos preocuparmos em ensinar o
movimento do toque, da manchete, do saque e da cortada corretamente. Para isso,
muitas vezes demonstramos aos alunos e solicitamos que repitam o movimento
várias vezes, aprimorando suas habilidades.

Na lógica da BNCC, que é voltada para o desenvolvimento de competências e


propõe que os alunos sejam autônomos e protagonistas, pode-se iniciar
simplesmente dando uma tarefa aos alunos: “Vocês têm que fazer a bola chegar ao
outro lado passando por cima da rede”.

Os alunos têm, então, uma intenção e um objetivo a ser cumprido. Por meio
de uma ação, o aluno executa a tarefa, para isso, ele realiza um movimento. A

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qualidade dos movimentos ao cumprir a tarefa depende da habilidade que se tem ao


realizá-los.

Os alunos irão, dentro dos seus recursos, tentar resolver a tarefa e para isso
irão realizar uma série de movimentos. Isso significa que, para resolver a tarefa,
existem inúmeras possibilidades, ou seja, quanto maior for a quantidade de
movimentos possíveis para se resolver uma tarefa, maior será o seu grau de
liberdade de escolha para que se possa cumpri-la.

Se a intenção do professor for a de que os alunos se apropriem de


determinados movimentos específicos, como por exemplo, os movimentos técnicos
da manchete, ele pode propor aos alunos a tarefa de direcionarem a bola para um
companheiro ou para determinado local da quadra, e indagar a eles de que modo
esta tarefa poderia ser executada de modo mais controlado. Os alunos devem
refletir sobre o que fizeram e, após experimentações e diálogos entre eles e com o
professor, perceber que rebater a bola com os dois braços possibilita melhor
direcionamento, para isso os braços devem estar alinhados. Para isso há uma forma
de posicionar as mãos que facilita nesse alinhamento.

Neste processo, inicialmente permite-se aos alunos que utilizem seus


recursos para realizar uma tarefa. Na sequência, eles são estimulados para que
tentem realizar a tarefa de diferentes maneiras, ampliando seus recursos e se
apropriando de novas habilidades. No final, os próprios alunos chegariam num
consenso sobre qual seria uma forma mais rápida e eficiente de cumprir a tarefa.

A todo o momento o professor possibilita o diálogo para que os alunos


percebam que, inicialmente, tentem cumprir a tarefa a partir de seus recursos
próprios, em seguida tentem resolver a tarefa de maneiras diferentes, o que
proporcionou a experimentação e incorporação de novas habilidades e, no final,
aprendam que, dentro das diversas possibilidades de se executar uma tarefa,
existem algumas que são mais eficientes.

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Numa lógica voltada para o treinamento esportivo, os movimentos passam a


exigir habilidades mais refinadas. Nessa perspectiva, as possibilidades de se realizar
uma tarefa são reduzidas, pois exigem movimentos mais específicos. Por exemplo,
num treinamento de basquete os alunos não podem conduzir a bola quicando com
as duas mãos. Ou andar segurando as bolas com as mãos.

Assim como as capacidades físicas, as diferenças de habilidades motoras


refletem no desempenho tanto nas práticas corporais como em outras situações do
dia a dia. Alunos que mantêm hábitos de pouca movimentação irão demonstrar
insegurança ou limitação em certas habilidades.

Isso, muitas vezes, é evidenciado nas aulas de Educação Física. Assim como
alguns movimentos específicos de certas modalidades são questionados pelos
alunos. Por exemplo, se a finalidade da aula for aprender a execução perfeita de
uma manchete no vôlei, do arremesso no basquete ou um passe no futebol, essas
podem ser aprendizagens sem sentido ou importância para aqueles alunos que não
gostam dessas modalidades.
Se a finalidade da aula possibilitar aos alunos a compreensão de que a
aprendizagem e o aprimoramento de novos movimentos irão auxiliar em outros
movimentos que eles realizam no seu dia a dia, muda-se a percepção dos alunos
acerca da importância da participação nas aulas 13.

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Atividade 2: Jogos eletrônicos na sala de aula

Será possível envolver jogos eletrônicos e o conhecimento? Sim, pois a


educação é viva, e sempre é possível se apropriar de novas abordagens em sala de
aula.

A unidade temática Brincadeiras e Jogos, no ensino fundamental anos finais,


é abordada apenas nas turmas de 6º e 7º anos. Desse modo, o(a) professor(a)
poderá desenvolvê-la de forma bem direcionada.

Vamos usar como exemplo a habilidade EF67EF02, que reza na BNCC:

Identificar as transformações nas características dos jogos eletrônicos


em função dos avanços das tecnologias e nas respectivas exigências
corporais colocadas por esses diferentes tipos de jogos.

Leve para a sala de aula alguns mini games, utilizados nas gerações
passadas. Converse com os alunos sobre qual é a geração atual dos games. Passe
um vídeo a respeito de jogos eletrônicos do passado e os do presente.

Depois de abordar a parte teórica dos jogos com os alunos, organize um


circuito de games, além dos jogos eletrônicos, monte mesas de tabuleiros, como
xadrez e imagem & ação. Em seguida faça um quiz sobre o conteúdo com perguntas
que envolvam pontos, por exemplo, a evolução da parte gráfica dos jogos, suas
gerações, personagens clássicos, entre outros. Pode ser incluído, posteriormente,
nessa atividade o game justdance, em que o jogador precisa seguir os movimentos
do dançarino da tela.

Para finalizar, peça aos alunos para pesquisar sobre as fichas de fliperama,
bastante utilizadas nas máquinas de game do passado. Essa atividade irá
desenvolver nos alunos noções de cooperação e trabalho em equipe, raciocínio
lógico, estratégia, além de estimular a coordenação motora fina.

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Os jogos eletrônicos e a língua inglesa

Os jogos eletrônicos podem ser articulados com a língua inglesa, pois esses
vêm repletos de palavras e expressões em inglês, por exemplo, Dance Class, Free
fire, Game, Acrobatic kick, Angry Birds. Pode ser solicitado que os alunos pesquisem
sobre outras palavras em inglês que também fazem parte do mundo jogos.

Posteriormente, alguns desses jogos podem ser adaptados a uma atividade


prática.

Os lançamentos de Angry Birds foram feitos com bolas e um estilingue gigante.


Atividade 2 – O sedentarismo e a sociedade

Esse tema pode ser desenvolvido com a unidade temática Ginásticas,


utilizando os objetos de conhecimento Ginástica de condicionamento físico e
Ginástica de conscientização corporal, trabalhando a habilidade EF89EF07, ou seja,

Experimentar e fruir um ou mais programas de exercícios físicos,


identificando as exigências corporais desses diferentes programas e
reconhecendo a importância de uma prática individualizada, adequada
às características e necessidades de cada sujeito.

Os objetivos dessa atividade são:

 Conhecer as reações fisiológicas do corpo humano provocadas pelo


sedentarismo e pela falta do exercício;
 Compreender a relação entre sedentarismo e envelhecimento;

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 Entender as consequências e os riscos do sedentarismo para a saúde


física e mental, como doenças cardiovasculares, ósseas e musculares,
degenerativas e emocionais;
 Identificar as boas práticas corporais que podem ser realizadas dentro e
fora da escola como prevenção e para a aquisição de um bom
condicionamento físico;
 Valorizar a atividade física e o exercício como fatores que contribuem
para a saúde e a qualidade de vida.

Para desenvolver essa atividade o professor precisará de um computador


com acesso à internet. E o tempo estimado para realização de todas as etapas é de
dez aulas.

Muito se fala sobre a importância da prática de atividades físicas para a


prevenção de doenças e a manutenção de uma boa saúde. Porém as
consequências do sedentarismo não são difundidas com a mesma intensidade. As
aulas de educação física na escola podem contribuir para que os adolescentes
compreendam melhor quais são os fatores de risco para a saúde, provenientes do
sedentarismo.

O desafio da escola, mais precisamente da educação física escolar, está em


motivar as crianças e os jovens para a prática da atividade física. O que se vê
normalmente é que os adultos têm consciência sobre a importância do exercício,
mas não o praticam. Já as crianças e os jovens, normalmente, gostam das aulas de
educação física, praticam as atividades propostas, mas não adquirem a consciência
e o conhecimento necessários para continuar se exercitando quando saem da
escola. Neste plano de aula os alunos terão a oportunidade de aprender mais sobre
as reações provocadas no corpo humano pelo sedentarismo e construir
conhecimento para encontrar o equilíbrio entre o "saber" e o "fazer", ou seja, se
motivar para incorporar na sua rotina diária a prática de exercícios e atividade física.

É importante iniciar fazendo um diagnóstico sobre o conhecimento que os


alunos possuem sobre o tema e apresente suas ideias e as expectativas de
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aprendizagem. É importante equilibrar as atividades para que sejam realizadas


leituras e reflexões sobre o material teórico e algumas experimentações corporais.

Nas rodas de conversa iniciais faça algumas perguntas para identificar o


conhecimento prévio dos alunos:

 Você sabe o que é sedentarismo?


 Qual a relação entre sedentarismo e envelhecimento?
 Quais as consequências do sedentarismo para a saúde física e mental?
 Quais as atividades que envolvem esforço físico praticados pelos alunos
dentro e fora da escola? Qual a frequência e a intensidade?
 Quais são as mais "queridas" do grupo? Quais gostariam de praticar e
conhecer melhor?
 Quais gostariam de praticar como atividade regular?

Não se esquecer de registrar as respostas no seu diário de bordo. As


perguntas podem ser entregues em forma de questionário e os alunos podem
respondê-las com o auxílio de recursos como textos e sites na internet.
Organize as respostas em um painel ou em slides e apresente aos alunos.
Este é o momento de "chocar" o grupo sobre as consequências de uma vida
sedentária.

A sugestão é que a turma conheça as consequências e os riscos do


sedentarismo para a saúde (envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares,
ósseas e musculares, degenerativas e emocionais). Os alunos precisam ser
motivados para a importância da atividade física, bem feita, como um fator de
prevenção. É importante que eles saibam que não existe milagre, e que um bom
programa de exercícios pode ser pensado a partir das atividades já praticadas no dia
a dia, dentro e fora da escola.

Neste momento, o professor abrirá um espaço para as primeiras experiências


práticas e iniciará a conscientização sobre o que é uma boa atividade física e qual
sua regularidade, intensidade, continuidade e progressão. Vale lembrar que as
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diferentes práticas da cultura corporal (jogos, esportes, ginásticas e atividades


físicas, danças e lutas) e as atividades do dia a dia (caminhadas, skate e bicicleta,
por exemplo) podem e devem ser consideradas.

Para finalizar esta etapa, a sugestão é selecionar, junto com os alunos, as


atividades da próxima aula e iniciar a organização e o planejamento. Boas
estratégias podem ser a introdução do "Quadro de Práticas e Praticantes", que serve
para classificar as atividades, introduzir os princípios do treinamento e contribuir
para que cada aluno possa iniciar um projeto pessoal de atividade regular.

O próximo passo é começar apresentando o cronograma de trabalho, que


deve ter sido produzido com aproveitamento das sugestões feitas na aula anterior.
Explicar aos alunos que, durante uma semana, eles deverão fazer atividades
corporais para compreender a relação entre o sedentarismo e doenças como
diabetes, obesidade, hipertensão e infarto.

O foco deve estar nos benefícios da atividade física e o desafio será


relacionar as consequências do sedentarismo para a vida dos jovens também no
presente. Um bom caminho pode ser falar sobre os sintomas causados tanto pelo
sedentarismo, como pela atividade física mal feita.

Esta é a oportunidade para ensinar os alunos a qualificar um programa de


atividade física. Inicie entregando um "quadro de práticas e participantes", uma
tabela que deve conter atividade, objetivo (para diversão, para condicionamento
físico), dias da semana, duração, intensidade (forte, moderada) e com quem (se com
amigos da rua, sozinho etc.).

Concluída a etapa anterior, após uma semana. Os alunos devem trazer seus
registros e o professor, com a ajuda do grupo, organiza um quadro síntese com as
principais informações coletadas. Este será o ponto de partida para organizar os
hábitos da turma, comece a discussão com perguntas como estas:

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 Quais são as principais atividades praticadas pelo grupo?


 Quanto tempo, em média, o grupo investe semanalmente para a prática
do exercício?
 Como estas práticas se caracterizam com relação à duração e
intensidade?
 Onde são realizadas as atividades físicas? Quais delas são realizadas na
escola?
 Elas têm como objetivo o lazer e a saúde?
 As pessoas praticam sozinhas, em grupo, com amigos?

A partir das informações da tabela, os estudantes e o professor podem


selecionar as atividades que serão praticadas na escola. Devem ser escolhidas
aquelas que motivem os alunos e que respeitem alguns princípios da teoria do
treinamento. Se falarmos de saúde e condicionamento físico é importante selecionar
as atividades que sejam inclusivas e de possível participação de todos.

Trabalhar também os princípios do treinamento: especificidade, esforço,


sobrecarga, continuidade, regularidade, progressão e recuperação. Os alunos
precisam entender que para um bom condicionamento físico é preciso relacionar na
medida certa frequência e intensidade.
Agora será necessário reservar as aulas 4, 5 e 6 para a prática escolhida e
orientar sempre que necessário, tendo em mente as expectativas de aprendizagem.
Ao mesmo tempo em que os exercícios são realizados, o grupo deve se organizar
para preparar o folder que será entregue à comunidade escolar. A ideia é disseminar
os conceitos que envolvem o sedentarismo, as suas consequências e a importância
do exercício para a saúde. O folder será entregue em uma aula aberta, ministrada
pelos alunos na última aula da sequência. Este folder dever ser escrito com uma
linguagem informal e deve responder as seguintes perguntas:

 O que é sedentarismo?
 Quais as suas consequências para a saúde?
 Por que fazer atividade física?
 Quais os princípios a serem seguidos para qualificar a atividade?
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 Qual a rotina a ser seguida em uma sessão exercício?

Não se esquecer de garantir os recursos e espaços necessários para o


trabalho. A sala de informática pode ser utilizada para a pesquisa. Livros e revistas
também devem ser utilizados. A turma pode ser dividida em grupos, com
responsabilidades diferentes como escrever o texto, ilustrar, cuidar da impressão
etc.

Quase finalizando a atividade, organizar com os alunos uma aula aberta para
a comunidade escolar, ocasião em que será divulgado o folder, preparado pelos
alunos. Proponha que os alunos participem perguntando:

 Quando vai ser?


 Onde?
 Quem serão os convidados?
 Quem são os alunos que vão coordenar a atividade?
 Quais os recursos necessários?
 Quais serão as atividade realizadas?
 Em qual momento o folder será entregue?
 Como o conteúdo do folder será trabalhado com os participantes?
Lembrar que é preciso um tempo para mobilizar a comunidade. Os alunos
deverão se dividir em grupos, alguns preparam os convites, outros se
responsabilizam pela inscrição. É importante que todos estejam envolvidos.

Para a apresentação, os alunos deverão contar um pouco sobre a própria


experiência. Pedir que contem se alguém já praticava atividade física regularmente
ou se alguém era sedentário, dando seu depoimento. Questione também o que
aprenderam no desenvolvimento deste projeto e se mudaram os próprios hábitos e
dos familiares.

Finalmente, reservar um tempo para a aula aberta ministrada pelos


estudantes.

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Avaliação – Observar se os alunos conseguem falar sobre as consequências


e os riscos do sedentarismo para a saúde, e se conseguem identificar os critérios e
princípios básicos para selecionar as atividades físicas mais apropriadas. 14

.
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6 LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA INGLESA

Vivemos em mundo cada vez mais globalizado e plural, onde as fronteiras e


os limites de comunicação estreitam-se. Desse modo, o aprendizado da Língua
Inglesa torna-se fundamental, pois dá condições às novas formas de comunicação e
participação dos alunos nessa sociedade integrada.

Para a BNCC, o ensino desse idioma deve ter caráter formativo, evitando,
assim, estereótipos de valorização de uma cultura em detrimento de outra.

Assim, o estudo da língua inglesa pode possibilitar a todos o acesso aos


saberes linguísticos necessários para engajamento e participação,
contribuindo para o agenciamento crítico dos estudantes e para o
exercício da cidadania ativa, além de ampliar as possibilidades de
interação e mobilidade, abrindo novos percursos de construção de
conhecimentos e de continuidade nos estudos. É esse caráter formativo
que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva de
educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões
pedagógicas e políticas estão intrinsecamente ligadas. (BRASIL, 2018, p.
241).

Sendo assim, esse idioma recebe implicações importantes, a primeira delas é


que ao ensiná-lo, deve-se focar na função social e política do inglês, ou seja, passar
a tratá-la em seu status de língua “franca”, na medida em que os falantes de inglês
já não se encontram apenas nos países em que essa é a língua oficial,
desvinculando-a da noção de pertencimento a um determinado território.

Outra implicação importante é a do multiletramentos, no qual saber a língua


inglesa potencializa as possibilidades de participação e circulação. E, por fim, a
forma como esse idioma é abordado em sala de aula.

[...] o status de inglês como língua franca implica deslocá-la de um


modelo ideal de falante, considerando a importância da cultura no
ensino-aprendizagem da língua e buscando romper com aspectos

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relativos à “correção”, “precisão” e “proficiência” linguística. (BRASIL,


2018, p. 242).
Isso exige do professor uma atitude de acolhimento e legitimação de
diferentes formas de expressão.

A aprendizagem de Língua Inglesa deve proporcionar ao estudante o direito:

 À educação integral e inclusiva;


 À educação linguística consciente e crítica;
 À formação do cidadão para o mundo, a qual inclui a preparação para a
vida, o desenvolvimento da autonomia, a cooperação e a ampliação do
“aprender a aprender” e o exercício do protagonismo e da autoria;
 À comunicação, às diferentes linguagens e usos e à interação entre
falantes multilíngues e multiculturais;
 Às vivências e aprendizagens que desmistifiquem crenças relativas a
essa língua, encorajando os alunos a interagir por meio dela.

O ensino do componente língua inglesa é orientado por eixos organizadores.


São eles:

 Oralidade – Envolve as práticas de linguagem em situações de uso oral


da língua inglesa, com foco na compreensão (ou escuta) e na produção
oral (ou fala).
 Leitura – Aborda práticas de linguagem decorrentes da interação do leitor
com o texto escrito, especialmente sob o foco da construção de
significados.
 Escrita – Consideram dois aspectos do ato de escrever, processual e
colaborativa.
 Conhecimentos linguísticos – Consolida-se pelas práticas de uso, análise
e reflexão sobre a língua, sempre de modo contextualizado, articulado e a
serviço das práticas de oralidade, leitura e escrita.
 Dimensão intercultural – Nasce da compreensão de que as culturas,
especialmente na sociedade contemporânea, estão em contínuo processo
de interação e (re)construção.
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Visualização dos Eixos Organizadores da Língua Inglesa

Fonte: https://pnld.nees.ufal.br/assets-pnld/guias/Guia_pnld_2020_pnld2020-lingua-inglesa.pdf

É imprescindível dizer que esses eixos, embora tratados de forma


separada na explicitação da BNCC, estão intrinsecamente ligados nas
práticas sociais de usos da língua inglesa e devem ser assim
trabalhados nas situações de aprendizagem propostas no contexto
escolar. Em outras palavras, é a língua em uso, sempre híbrida,
polifônica e multimodal que leva ao estudo de suas características
específicas, não devendo ser nenhum dos eixos, sobretudo o de
Conhecimentos linguísticos, tratado como pré-requisito para esse uso.
(BRASIL, 2018, p. 245).

6.1 Competências específicas de língua inglesa para o Ensino Fundamental

1. Identificar o lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e


multicultural, refletindo, criticamente, sobre como a aprendizagem da língua inglesa

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contribui para a inserção dos sujeitos no mundo globalizado, inclusive no que


concerne ao mundo do trabalho;

2. Comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado de linguagens em


mídias impressas ou digitais, reconhecendo-a como ferramenta de acesso ao
conhecimento, de ampliação das perspectivas e de possibilidades para a
compreensão dos valores e interesses de outras culturas e para o exercício do
protagonismo social;

3. Identificar similaridades e diferenças entre a língua inglesa e a língua


materna ou outras línguas, articulando-as a aspectos sociais, culturais e identitários,
em uma relação intrínseca entre língua, cultura e identidade;

Aulas bilíngues estão inovando as aulas práticas de inglês nas escolas

Fonte: https://www.somospar.com.br/bilinguismo-na-escola-a-importancia-do-ensino-de-ingles-na-formacao-do-
aluno-para-o-seculo-xxi/

4. Elaborar repertórios linguístico-discursivos da língua inglesa, usados em


diferentes países e por grupos sociais distintos dentro de um mesmo país, de modo
a reconhecer a diversidade linguística como direito e valorizar os usos
heterogêneos, híbridos e multimodais emergentes nas sociedades contemporâneas;

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5. Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação,


para pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em
práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável;

6. Conhecer diferentes patrimônios culturais, materiais e imateriais, difundidos


na língua inglesa, com vistas ao exercício da fruição e da ampliação de perspectivas
no contato com diferentes manifestações artístico-culturais.

6.2 Unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades

A BNCC de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental – Anos Finais está


organizada por eixos, unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades. É
importante lembrar que as unidades temáticas se repetem e são ampliadas as
habilidades a elas correspondentes.

Organização do componente curricular Língua Inglesa

UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES

EIXO ORALIDADE – Práticas de compreensão e produção oral de língua inglesa, em diferentes contextos discursivos
presenciais ou simulados, com repertório de falas diversas, incluída a fala do professor.

Construção de laços afetivos e (EF06LI01)


convívio social; Interagir em situações de intercâmbio
Interação discursiva
Funções e usos da língua inglesa em oral, demonstrando iniciativa para
sala de aula (Classroom language) utilizar a língua inglesa.
(EF06LI03)
Estratégias de compreensão de textos Solicitar esclarecimentos em língua
Compreensão oral orais: palavras cognatas e pistas do inglesa sobre o que não entendeu e o
contexto discursivo significado de palavras ou expressões
desconhecidas.
(EF06LI04)
Reconhecer, com o apoio de palavras
Produção de textos orais, com a cognatas e pistas do contexto
Produção oral
mediação do professor discursivo, o assunto e as informações
principais em textos orais sobre temas
familiares.

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EIXO LEITURA – Práticas de leitura de textos diversos em língua inglesa (verbais, verbo-visuais, multimodais) presentes
em diferentes suportes e esferas de circulação. Tais práticas envolvem articulação com os conhecimentos prévios dos
alunos em língua materna e/ou outras línguas.

(EF06LI06)
Hipóteses sobre a finalidade de um
texto. Planejar apresentação sobre a família,
Estratégias de leitura a comunidade e a escola,
Compreensão geral e específica:
compartilhando-a oralmente com o
leitura rápida (skimming, scanning)
grupo.
(EF06LI09)
Práticas de leitura e construção de Construção de repertório lexical e
repertório lexical autonomia leitora Localizar informações específicas em
texto
(EF06LI11)
Atitudes e disposições favoráveis do Construção de repertório lexical e Explorar ambientes virtual/aplicativos
leitor autonomia leitora para construir repertório lexical na
língua inglesa.

6.3 BNCC na prática – Sugestão de Atividades de Língua Inglesa

A BNCC recomenda que as aulas de língua inglesa tenham uma


contextualização social e política do idioma, e que o inglês seja uma ferramenta de
comunicação com o mundo. O idioma dá a oportunidade dos alunos poderem se
comunicar nesse mundo globalizado, com estudantes de outros países e de idiomas
diferentes.

Por isso, as aulas devem atrair a atenção dos estudantes para fazê-los tomar
gosto pelo aprendizado. O aluno deve sentir que tem a capacidade de aprender e de
se comunicar com outros.

A Base escolheu o inglês como língua franca, ou seja, o idioma que um grupo
de pessoas de várias nações usa para se comunicar. “Com esse conhecimento,
todos os jovens e crianças podem exercer a cidadania e ampliar suas possibilidades
de interação nos mais diversos contextos.” (TREVISAN, on-line). Com isso, todos os
alunos tem a oportunidade de desenvolver a interculturalidade, tão almejada em
épocas quando não existiam os avanços tecnológicos de hoje.

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Assim, o uso de várias mídias e ferramentas para o aprendizado de língua


inglesa faz a diferença na hora de adquirir as habilidades (skills): ler, escrever, ouvir,
falar e compreender.

Uso de computadores em aulas de inglês nas escolas públicas de Santa


Catarina

Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/03/jovens-criam-projeto-e-dao-aulas-de-ingles-
em-escola-publica-do-es.html

Nessa proposta, a língua inglesa não é mais aquela do “estrangeiro”,


oriundo de países hegemônicos, cujos falantes servem de modelo a ser
seguido, nem tampouco trata-se de uma variante da língua inglesa.
Nessa perspectiva, são acolhidos e legitimados os usos que dela fazem
falantes espalhados no mundo inteiro, com diferentes repertórios
linguísticos e culturais, o que possibilita, por exemplo, questionar a visão
de que o único inglês “correto” – e a ser ensinado – é aquele falado por
estadunidenses ou britânicos (BRASIL, 2018, p. 241).

Há muitas atividades que andam lado a lado com a Base Nacional Curricular.
Vamos observar uma sugestão para cada série.

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6º ANO – plano de aula – recomendação de um livro ou filme

O conteúdo a ser estudado será o resumo de um livro ou de um filme favorito,


no qual o aluno terá como atividade principal escrever uma recomendação a um
amigo sobre o mesmo. No caso, a recomendação deve ser escrita em primeira
pessoa do singular, na intenção de mostrar o que cada aluno pensa sobre a obra
escolhida..

A habilidade da BNCC usada nessa atividade será EF06LI15 que reza


sobre produzir textos escritos em língua inglesa, sobre si mesmo, sua
família, seus amigos, gostos, preferências e rotinas, sua comunidade e
seu contexto escolar.

A professora Manuella Lisboa Gomes da Silva apresentou este plano de aula


à Revista Nova escola e dividiu ele em: objective, context, input, output e feedback.15

O objetivo é que o aluno escreva um texto pequeno, recomendando um filme


ou um livro favorito a uma pessoa amiga. O contexto está relacionado a uma
atividade, na qual os alunos devem descobrir a qual filme ou livro pertence a
recomendação. Esta atividade poderá ser feita logo após o output, na qual os alunos
já deverão ter escrito seus textos. Veja a tarefa abaixo:

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O Input ou entrada do conhecimento será apresentar aos alunos os livros ou


filmes escolhidos por cada um, considerando as imagens de livros e filmes que o
professor apresentará por meio de um reprodutor multimídia que estiver à
disposição.

O Output ou saída do conhecimento, será a criação de uma recomendação do


livro ou filme favorito, que será compartilhada com os colegas durante a aula.

Logo é feita a atividade do contexto da aula e o feedback (retorno de que


entendeu ou não o conteúdo) dos alunos ao professor através das respostas
positivas ou negativas/ corretas ou incorretas dos alunos, ao entenderem ou não os
textos e responderem ou não ao contexto.

7º ANO – plano de aula – entrevista de emprego e uso do modal can

O conteúdo a ser estudado é um texto sobre uma entrevista de emprego (Job


interview report) de um zookeeper (funcionário de zoológico), no qual há um passo a
passo do que o empregador pergunta ao futuro empregado, bem como o uso do
verbo modal Can no sentido de habilidade.

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A habilidade que será utilizada na atividade é a EF07LI20 que reza:


empregar, de forma inteligível, o verbo modal can para descrever
habilidades pessoais no presente e no passado.

A professora Renata Luz de Lima Lourenço apresentou este plano de aula à


Revista Nova escola, dividindo-o em: objective, context, input, output e feedback.16

O objetivo da aula é fazer os alunos compreenderem o texto e aprenderem o


uso do verbo can (poder/ saber como habilidades) em perguntas e respostas.

O contexto da aula será um video sobre os possíveis afazeres de um


funcionário do zoológico em Auckland, e dos tipos de zoológicos que existem no
mundo, aqueles que ajudam a preservar a vida dos animais, e daqueles que servem
como alojamento para animais “roubados” da natureza.

O Input será o texto da entrevista apresentado pelo professor, em folha, ou


através de um reprodutor multimídia. Ele destaca a intenção de contratar alguém
consciente da importância de cuidar dos animais para trabalhar no zoológico.17

Poderá ser usadas as imagens de animais que vivem no zoológico, como a


apresentada a seguir:

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O output será a uma atividade na qual os alunos completam uma entrevista


de emprego com o uso do verbo can nas perguntas e respostas.

O feedback poderá ser um debate sobre o video e o que eles aprenderam ou


não durante a aula. Observe o quadro de temas para a discussão:

8º ANO – plano de aula – superlativos com os super-heróis

Esta aula faz parte da sequência de aulas sobre comparativos e superlativos.


Primeiramente, o aluno aprende sobre como utilizar as formas básicas de
comparativos de superioridade (por adição de –er ou more), logo depois, os alunos

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aprendem os comparativos de igualdade e inferioridade (com as formas as...as e


less than, respectivamente). Essa aula trará o enfoque do uso dos superlativos.

A habilidade da Base que será utilizada na atividade é a EF08LI1 que


reza: o uso, de modo inteligível, das formas comparativas e superlativas
de adjetivos para comparar qualidades e quantidades.

A professora Rafaela Xavier de Araújo, igualmente, apresenta à Nova


Escola18, uma forma mais divertida do aprendizado dos superlativos utilizando um
video do YouTube.

O objetivo da aula é que todos os alunos aprendam as formas básicas do


superlativo em inglês, usando os super-heróis como modelos para criar suas
orações.

O contexto da aula será feito por um pequeno questionário sobre o super-


herói favorito de cada aluno. Veja o modelo abaixo:

A seguir será mostrado, o vídeo “10 most powerful superheroes from Marvel
and DC”19 como input para desenvolver no aluno as ideias necessárias para criar
orações com o superlativo.

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Para output, ou seja, como atividade da aula, os alunos devem escrever um


parágrafo comparando os heróis do ranking do video usando os superlativos. A
expectativa é que os alunos usem os superlativos adequadamente. Como ajuda, os
alunos usarão o quadro abaixo, que pode ser colocado na lousa ou passado no
dispositivo de mídia utilizado na aula.

O feedback esperado é que os alunos saiam da aula com a sensação de


terem aprendido e terem escrito algo. Mesmo aqueles que leram ou escreveram
pouco, devem perceber que sabem identificar e usar o superlativo para fazer
comparações de habilidades. Se houver feedback negativo, quanto ao aprendizado,
o professor deve valer-se de uma atividade de fixação mais profunda sobre o
assunto.

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Através do questionário acima, “What have you learned?” (O que você acabou
de aprender?), o professor ajudará os alunos a organizar os saberes atrelados a
essa aula.

9º ANO – plano de aula – crítica de música

Esta aula tem o objetivo de os alunos identificarem os argumentos principais e


evidências que a música pode trazer em seu conteúdo, formulando uma crítica
construtiva sobre a canção escolhida pelo professor para a aula.

A habilidade da Base Nacional Comum Curricular usada será a


EF09LI07 que reza: identificar os argumentos principais e as
evidências/exemplos que os sustentam.

Agora, a professora Amanda Maria Bicudo de Souza apresenta à Revista20


supracitada, um plano de aula, no qual o aluno deverá entender, profundamente,
uma letra de música para poder argumentar uma crítica à mesma.

O contexto da aula começa despertando os alunos à curiosidade do que o


professor exporá durante a aula. Eles receberão um texto sem título e deverão
identificar o seu gênero, no caso, uma letra de música. A música escolhida é
Mirrors21, de Justin Timberlake.

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Nessa parte da aula, o professor não necessita passar a música inteira, que
dura 8 min., apenas uma parte, pois a intenção é que eles possam escrever algo
sobre o significado dela durante o output.

O input gera um debate sobre o significado passado pelo clip da canção. O


que cada um entendeu de mais importante e o que eles não gostaram no clip.

No output da aula, os alunos escreverão, em português, um parágrafo de sua


visão crítica sobre a música, para depois, em casa, passar para o inglês. A ideia é
fazê-los despertar para a criticidade.

O feedback esperado é que todos falem e deem sua opinião sobre a música
de Timberlake, escrevendo o seu parágrafo e apresentando-o, posteriormente, em
inglês.

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7 DISPOSIÇÕES FINAIS

Todo o conteúdo aqui apresentado teve apenas como objetivo ajudar ao


professor na sua busca pelo conhecimento sobre a BNCC (área de Linguagens),
uma base que foi feita para organizar a educação no Brasil e fornecer aos
professores a oportunidade de alinharem seus conhecimentos, de forma que os
alunos de todas as escolas, não importa se rede privada ou pública, adquiram o
conhecimento necessário para cada fase da educação básica do ensino atual.

Sabemos que colocar a BNCC em prática será é um desafio, e o primeiro


passo para vencê-lo é conhecer esse documento. Desse modo, os profissionais da
educação, além dos professores, os coordenadores pedagógicos, diretores e toda a
comunidade escolar, deverão se apropriar das informações contidas nele, para que
seja possível as mudanças positivas para a educação brasileira.

Ver o aluno como ser integral é poder enxergar além do que os olhos
alcançam, é perceber em cada discente um potencial para fazer a diferença na
sociedade em que vive, podendo contribuir, transformar, inovar, trazer mudanças
positivas.

Espera-se, sinceramente, que cada explicação e sugestões expostas nesse


apontamento possa ajudar no aprendizado de professores e alunos de disciplinas
específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias.

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8 AUTORAS

Gláucia de Alencar Ramalho.


Professora de Língua Portuguesa, graduada em Letras pela Universidade Federal
do Ceará – UFC.
Especialista em Gestão Escolar pela Faculdade Ateneu – FATE.

Izabel Barros.
Professora de Língua Portuguesa, graduada pela Universidade Estadual Vale do
Acaraú – UVA.
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Maciço do
Baturité – FMB.

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REFERÊNCIAS

AVAMEC. Meus cursos ativos. Brasília, DF: MEC. Disponível em:


<https://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2765/unidade/1161/acessar?conti
nue=false> Acesso em: 14/03/2021.

AVAMEC. A BNCC nos anos finais do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa..


Brasília, DF: MEC. Disponível em:
<https://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/peninsula/curso/3701/unidade/1961/acessar
?continue=false> Acesso: 10/5/2021.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de
1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso
em: 23/03/2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica; Secretaria de


Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão; Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional de Educação; Câmara de
Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica.
Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13
448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192> Acesso em:
16/10/2021.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base. Brasília, DF:


MEC, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/> Acesso em:
14/03/2021.

CASTRO, Maria Helena Guimarães de. (em entrevista). A base não é currículo.
2017. In: O Globo, opinião. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/opiniao/a-base-
nao-curriculo-21194267> Acesso: 15/03/2021.

DUTRA, Rodrigo. BNCC Língua portuguesa: dicas para planejar suas aulas. 2020.
[on-line] Disponível em:
<https://tutormundi.com/blog/bncc-lingua-portuguesa/> Acesso em 05/04/2021.

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PACHECO, Angeline Suellen. Plano de aula alinhado à BNCC. Disponível em:


<https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3583/a-norma-padrao-e-o-preconceito-
linguistico> Acesso: 06/05/2021

TREVISAN, Rita. O que a BNCC propõe para o ensino de língua inglesa? In:
Revista Nova Escola [on-line]. Disponível em:
<https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/77/o-que-a-bncc-propoe-para-o-ensino-de-
lingua-inglesa> Acesso em:14/06/2021.

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