Você está na página 1de 150

UD004658_V(01) MD_UDxxxxxx_V(10)Pt.

dot

7
Pneumática e Hidráulica
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

ÍNDICE

MOTIVAÇÃO......................................................................................... 7
OBJECTIVOS ........................................................................................ 8
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 10
1. PNEUMÁTICA – GENERALIDADES ..................................................... 11
1.1. AR COMPRIMIDO ..................................................................... 12
1.1.1. Compressibilidade.......................................................................... 13
1.1.2. Elasticidade .................................................................................... 13
1.1.3. Difusibilidade .................................................................................. 13
1.1.4. Expansibilidade .............................................................................. 13
1.2. PESO DO AR ........................................................................... 14
2. PRODUÇÃO, TRATAMENTO E ARMAZENAGEM DE AR COMPRIMIDO .... 17
2.1. DESUMIDIFICAÇÃO DO AR ........................................................ 21
2.2. REDE DE DISTRIBUIÇÃO ........................................................... 22
3. COMPRESSORES PNEUMÁTICOS ..................................................... 25
3.1. ELEMENTOS DA PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO ........................ 25
3.1.1. Compressor de êmbolo linear ........................................................ 26
3.1.2. Compressor de membrana ............................................................ 27
3.1.3. Compressor de palhetas ................................................................ 28
3.1.4. Compressor de parafusos .............................................................. 28
3.1.5. Compressor Roots ......................................................................... 29
3.1.6. Turbo compressor .......................................................................... 29
3.1.6.1. Turbo compressor radial ......................................................... 30
3.1.6.2. Turbo compressor axial ........................................................... 30
3.1.7. Sistema de refrigeração dos compressores (arrefecimento
intermédio) ...................................................................................... 30

1
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4. VÁLVULAS, ACTUADORES E ACESSÓRIOS ........................................ 33


4.1. REGULADOR DE PRESSÃO ........................................................ 34
4.1.1. Regulador de pressão sem escape ................................................ 34
4.2. MANÓMETROS........................................................................ 35
4.2.1. Manómetro tubo de Bourdon ......................................................... 35
4.3. LUBRIFICADORES .................................................................... 36
4.3.1. Funcionamento ............................................................................... 36
4.3.2. Manutenção .................................................................................... 36
4.4. VÁLVULAS .............................................................................. 37
4.4.1. Válvulas de controlo direccional ..................................................... 37
4.4.1.1. Número de vias ........................................................................ 38
4.4.1.2. Direcção de fluxo ..................................................................... 39
4.4.1.3. Passagem bloqueada .............................................................. 39
4.4.1.4. Escape não canalizado ou livre ............................................... 39
4.4.1.5. Escape canalizado ................................................................... 40
4.4.1.6. Identificação dos orifícios da válvula ....................................... 40
4.4.2. Accionamentos ou comandos ........................................................ 41
4.4.2.1. Accionamentos Musculares .................................................... 42
4.4.2.2. Accionamentos Mecânicos ..................................................... 42
4.4.2.3. Accionamentos pneumáticos .................................................. 43
4.4.2.4. Accionamentos combinado ..................................................... 43
4.4.3. Construção ..................................................................................... 44
4.4.3.1. Válvula de distribuidor axial ..................................................... 44
4.4.3.2. Válvula Poppet ......................................................................... 44
4.4.3.3. Válvula Poppet-Spool .............................................................. 45
4.4.4. Tipos de válvulas de controlo direccional ...................................... 46
4.4.5. Válvulas tipo assento com disco lateral ......................................... 48
4.4.6. Válvula direccional de cinco vias e duas posições (5/2) ................ 50
4.4.7. Válvula direccional de três vias e três posições (3/3) ..................... 52
4.4.8. Válvulas de bloqueio ....................................................................... 53
4.4.8.1. Válvula de retenção de bloqueio ............................................. 53
4.4.8.2. Válvula de retenção sem mola ................................................. 53
4.4.8.3. Válvula de escape rápido......................................................... 53
4.4.8.4. Válvula de isolamento .............................................................. 54
4.4.8.5. Válvula de simultaneidade ....................................................... 54
4.4.8.6. Válvula de controlo de fluxo .................................................... 55
4.4.8.7. Válvula de controlo de pressão ............................................... 56
4.5. ACTUADORES ......................................................................... 56
4.5.1. Classificação dos conversores de energia ..................................... 58
4.5.2. Tipos de cilindros pneumáticos ...................................................... 59
4.5.2.1. Cilindro de simples efeito ou simples acção ........................... 59

2
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.5.2.2. Cilindro de duplo efeito ou dupla acção ................................. 59


4.5.2.3. Cilindro de haste dupla ........................................................... 60
4.5.2.4. Cilindro duplex contínuo ......................................................... 60
4.5.2.5. Cilindro duplex geminado ....................................................... 61
4.5.2.6. Cilindro de impacto ................................................................. 61
4.5.3. Actuador rotativo – Motor pneumático .......................................... 61
4.5.3.1. Características......................................................................... 62
4.5.3.2. Motor básico ........................................................................... 62
4.5.3.3. Motor com engrenagem planetária ......................................... 62
4.5.3.4. Motor com engrenagem dentada ............................................ 63
4.5.3.5. Motor com engrenagem sem fim ............................................ 63
4.6. TEMPORIZADOR PNEUMÁTICO .................................................. 64
4.7. SENSOR DE QUEDA DE PRESSÃO .............................................. 65
5. MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DE ESQUEMAS DE COMANDO
PNEUMÁTICOS ............................................................................... 66

6. SIMBOLOGIA PNEUMÁTICA.............................................................. 67
7. ESQUEMAS FUNCIONAIS ................................................................. 85
8. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO ...................................................... 90
8.1. LUBRIFICAÇÃO ........................................................................ 90
8.2. CUIDADOS BÁSICOS ................................................................ 91
8.3. MANUTENÇÃO DO REGULADOR ................................................ 92
8.4. INSTALAÇÃO DOS COMPRESSORES ........................................... 93
9. HIDRÁULICA – GENERALIDADES....................................................... 95
9.1. FLUÍDOS HIDRÁULICOS ............................................................ 95
9.1.1. Índice de viscosidade ..................................................................... 96
9.1.2. Reservatórios Hidráulicos .............................................................. 96
10. BOMBAS HIDRÁULICAS. CLASSIFICAÇÃO E FUNCIONAMENTO.......... 98
10.1. RELAÇÕES DE PRESSÃO..................................................... 98
10.2. DESLOCAMENTO ............................................................... 99
10.3. CAPACIDADE DE FLUXO...................................................... 99
10.4. EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA .................................................. 99
10.5. BOMBAS DE ENGRENAGEM ............................................... 100
10.5.1. Bomba de engrenagem externa ................................................... 100
10.5.2. Bomba de engrenagem Interna .................................................... 100
10.5.3. Bombas duplas de engrenagem .................................................. 101
10.5.4. Bombas de palheta ...................................................................... 101
10.6. BOMBAS DE PISTÃO......................................................... 101

3
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

10.6.1. Bombas de pistão axial de volume variável ................................. 102


10.6.2. Bombas de pistão axial de pressão compensada ....................... 102
10.6.3. Bombas de pistão axial reversível ................................................ 103
10.6.4. Bombas de pistões radiais ........................................................... 103
11. VÁLVULAS, ACTUADORES E ACESSÓRIOS .................................... 104
11.1. MANÓMETRO.................................................................. 104
11.1.1. De núcleo móvel ........................................................................... 104
11.2. TROCADORES DE CALOR .................................................. 105
11.3. FILTROS HIDRÁULICOS ..................................................... 105
11.3.1. Filtro de sucção interno ................................................................ 106
11.3.2. Filtro de sucção externo ............................................................... 106
11.3.3. Filtro de pressão ........................................................................... 107
11.3.4. Filtro de linha de retorno............................................................... 107
11.4. TUBAGENS ..................................................................... 108
11.5. VÁLVULAS ...................................................................... 109
11.5.1. Válvulas de controlo de pressão .................................................. 109
11.5.2. Válvulas de controlo direccional ................................................... 110
11.5.2.1. Identificação de uma válvula de controlo
direccional ............................................................................. 110
11.5.2.2. Número de posições .................................................... 110
11.5.2.3. Número de vias ............................................................ 111
11.5.2.4. Válvula direccional de 2/2 vias ..................................... 111
11.5.2.5. Válvula direccional de 3/2 vias ..................................... 112
11.5.2.6. Válvula direccional de 4/2 vias ..................................... 112
11.5.3. Válvulas de retenção .................................................................... 112
11.5.4. Válvulas controladoras de caudal................................................. 113
11.5.5. Válvulas de cartucho .................................................................... 113
11.6. ACTUADORES HIDRÁULICOS ............................................. 113
11.6.1. Cilindros ........................................................................................ 114
11.6.1.1. Força do cilindro........................................................... 114
11.6.1.2. Volume do cilindro ........................................................ 114
11.6.1.3. Velocidade da haste ..................................................... 115
11.6.1.4. Actuadores lineares ...................................................... 115
11.6.1.5. Actuadores rotativos .................................................... 115
11.6.1.6. Osciladores hidráulicos ................................................ 116
11.6.1.7. Osciladores de palheta ................................................. 116
11.7. MOTORES HIDRÁULICOS .................................................. 116
11.7.1.1. Torque .......................................................................... 117
11.7.1.2. Velocidade do eixo do motor ....................................... 117
11.7.1.3. Potência........................................................................ 117
11.7.1.4. Potência Mecânica ....................................................... 117

4
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.7.1.5. Cálculo da potência de cilindros e sistemas................ 118


11.7.1.6. Cálculo da potência do motor...................................... 118
11.8. ACUMULADORES HIDRÁULICOS ........................................ 119
12. SIMBOLOGIA HIDRÁULICA ........................................................... 120
13. ESQUEMAS FUNCIONAIS ............................................................. 125
13.1. TIPOS DE CIRCUITO DE DESCARGA.................................... 125
13.1.1. Tipo 1............................................................................................ 125
13.1.2. Tipo 2............................................................................................ 126
13.1.3. Tipo 3............................................................................................ 126
13.2. CIRCUITO REGENERATIVO AVANÇO ................................... 127
13.3. CIRCUITO REGENERATIVO RETORNO ................................. 128
13.4. VÁLVULA LIMITADORA DE PRESSÃO DE DESCARGA
DIFERENCIAL ......................................................................... 128
13.5. CIRCUITO DE DESCARGA DO ACUMULADOR ....................... 129
13.6. CIRCUITO COM APROXIMAÇÃO RÁPIDA E AVANÇO
CONTROLADO ....................................................................... 129
13.7. DESCARGA AUTOMÁTICA DA BOMBA ................................. 130
13.8. SISTEMA ALTA-BAIXA ....................................................... 130
13.9. CIRCUITO DE CONTROLO DE ENTRADA DO FLUXO ............... 130
13.10. CIRCUITO DE CONTROLO DE SAÍDA DO FLUXO .................... 131
13.11. VÁLVULA DE CONTRABALANÇO ......................................... 131
13.12. CIRCUITO COM REDUÇÃO DE PRESSÃO ............................. 132
13.13. VÁLVULA DE CONTRABALANÇO DIFERENCIAL...................... 132
13.14. VÁLVULA DE RETENÇÃO PILOTADA .................................... 132
14. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO .................................................. 133
14.1. PROCEDIMENTO PARA AMOSTRAGEM ................................ 134
14.1.1. Sistemas com uma válvula de amostragem ................................ 134
14.1.2. Sistemas sem uma válvula de amostragem ................................. 134
CONCLUSÃO .................................................................................... 137
RESUMO.......................................................................................... 139
AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 141
SOLUÇÕES ...................................................................................... 145
PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ............................... 146
BIBLIOGRAFIA .................................................................................. 147

5
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

MOTIVAÇÃO

Nesta unidade vamos estudar os componentes pneumáticos e hidráulicos apli-


cados nas instalações industriais. A utilização deste tipo de equipamentos tem
crescido bastante nos últimos anos, em grande parte pelo desenvolvimento das
tecnologias e dos componentes que são disponibilizados no mercado. Um dos
componentes que tem contribuído bastante para este aumento tem sido os
actuadores pneumáticos, como os motores e os cilindros, possuem grandes
vantagens face aos accionamentos mecânicos.

No entanto temos que ver que o custo energético dispendido neste tipo de
equipamentos apresenta um factor negativo muito importante, uma vez que os
custos são mais elevados do que a energia eléctrica. Na área da pneumática
vamos desenvolver os conhecimentos relacionados com o ar comprimido, com
o estudo deste tipo de sistemas e os componentes utilizados. Na parte da
hidráulica vamos centrar-nos nos fluidos hidráulicos e principalmente nas bom-
bas que se utilizam para a circulação destes fluidos.

Vamos a isso?

7
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

OBJECTIVOS

 Identificar as razões da utilização do ar comprimido nas instalações


industriais.
 Explicitar as características necessárias ao ar comprimido para a função.
 Identificar os vários tipos de compressores.
 Indicar as várias fases de produção, tratamento e armazenamento do
ar comprimido.
 Identificar e caracterizar os vários tipos de compressores, quanto à
constituição, funcionamento e aplicação.
 Explicitar os problemas de lubrificação, conservação e manutenção
deste tipo de máquinas.
 Descrever as rotinas de conservação das instalações de ar comprimido.
 Reconhecer as propriedades dos fluidos hidráulicos.
 Identificar e caracterizar os vários tipos de bombas hidráulicas, quan-
to à constituição, funcionamento e aplicação.
 Identificar os elementos constituintes das bombas hidráulicas, e as
suas funções.
 Identificar os problemas específicos de manutenção e conservação
das bombas hidráulicas.
 Efectuar cálculos que permitam seleccionar os componentes para um
circuito pneumático/hidráulico.
 Identificar num circuito em esquema, pneumático/hidráulico, cada um
dos seus elementos constituintes representados por simbologia nor-
malizada, interpretar as suas funções e justificar aplicações.
 Identificar e caracterizar os componentes, equipamentos e instalações
auxiliares de um circuito pneumático/hidráulico.

8
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Proceder ao diagnóstico de avarias e à manutenção de circuitos


pneumáticos/hidráulicos.
 Executar a montagem de circuitos pneumáticos/hidráulicos.
 Relacionar os sistemas de accionamento e controlo dos processos
industriais com os dispositivos pneumáticos, hidráulicos e eléctricos.

9
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje assistimos cada vez mais a evoluções tecnológicas. Todas as
empresas querem ter os melhores produtos ao melhor preço para terem suces-
so ao nível do mercado e devido a isto estão sempre a trabalhar em processos
para desenvolver as técnicas de trabalho, produção e aumento da qualidade do
seu produto. Nas áreas que estamos a tratar, processos industriais, envolve a
combinação de várias áreas de transmissão de energia, como:

Mecânica

Eléctrica

Electrónica

Pneumática

Hidráulica

A palavra pneumática deriva de outras duas palavras, respiração e sopro, e


estuda os fenómenos físicos relacionados com os gases e os vácuos. Estando
também relacionada com a conversão da energia pneumática em energia
mecânica. Já a hidráulica estuda as características do uso dos fluidos sob pres-
são. Facilmente deduzimos que no fundo acabam por estar as duas relaciona-
das, e várias experiências têm mostrado que estas áreas têm vindo a destacar-
se e ganhando o seu espaço como meios de transmissão de energia, envolven-
do as áreas que vimos anteriormente.

10
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

1. PNEUMÁTICA – GENERALIDADES
Pneumática
Pneumos Pneuma
ou
(grego) (grego)

Respiração Sopro

A palavra pneumática deriva do grego Pneumos ou Pneuma e que


traduzidas temos respiração ou sopro.

No seguimento do estudo do nosso curso, esta é uma área da física que se


dedica ao estudo dos fenómenos relacionados com os gases ou vácuos (como
vamos ver mais à frente, essencialmente o uso do ar comprimido). A utilização
deste tipo de equipamentos veio trazer um grande aumento da produtividade,
deixando de ser necessária tanta mão-de-obra humana e consequente redução
de custos, devido à robustez que estes têm com os controlos pneumáticos
combinados com certas máquinas industriais.

Foi necessário introduzir algumas pequenas mudanças nas máquinas existentes


para os poder incorporar no sistema, mas vieram trazer grandes benefícios pois
são sistemas de produção de energia pneumática que não necessitam de técni-
cos com grande especialização para os poder manipular. Além deste facto são
sistemas que têm uma grande segurança, pois as pressões utilizadas são sem-
pre moderadas e trouxeram uma grande redução no número de acidentes que
envolviam as operações mecânicas.

11
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

No entanto, o ar comprimido necessita de ser bem preparado para o trabalho


que vamos realizar. É difícil trabalhar o ar comprimido a pequenas velocidades o
que nos leva a ter que combinar esta tecnologia com os instrumentos hidráuli-
cos também. Alguns dos trabalhos a que se destinam os componentes pneu-
máticos são:

 Remoção de impurezas;
 Eliminação de humidade para evitar a corrosão dos equipamentos;
 Desgastes nas partes móveis dos sistemas.

Podemos também ainda resumir as características dos componentes pneumáti-


cos para percebermos melhor as técnicas e utilizações que estes têm, que são:

 Protecção natural contra explosão;


 Insensível contra influências externas como altas e baixas temperaturas;
 Transformação da energia tanto em movimento linear como rotativo;
 Velocidade e força facilmente controlados;
 Energia pode ser transmitida por grandes distâncias;
 Manutenção simples dos componentes devido às construções simples;
 Grande fiabilidade, segurança de operação e durabilidade de accio-
namentos e componentes de comando;
 Necessidade de preparação do ar;
 Perdas por vazamento reduzem a eficiência económica.

1.1. AR COMPRIMIDO

As propriedades físicas do ar são principalmente quatro:

 Compressibilidade;
 Elasticidade;
 Difusibilidade;
 Expansibilidade.

12
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

1.1.1. COMPRESSIBILIDADE

O ar é um elemento que não tem forma própria, logo se o colocarmos dentro de


um recipiente qualquer, o ar vai tomar a forma do recipiente e adquirir esse for-
mato. A compressibilidade é a propriedade do ar que nos permite colocá-lo
dentro de um recipiente e em seguida comprimi-lo, com determinada pressão, e
provocar-lhe uma redução de volume.

Podemos concluir que o ar permite reduzir o seu volume quando


sujeito à acção de uma força exterior.

1.1.2. ELASTICIDADE

A elasticidade é a propriedade que permite ao ar, retirando a força de pressão


que estávamos a exercer sobre este de modo a comprimi-lo e reduzir o seu
volume, voltar ao seu estado inicial.

1.1.3. DIFUSIBILIDADE

A difusibilidade é a propriedade que permite ao ar misturar-se homogeneamen-


te com qualquer outro gás que não esteja saturado.

1.1.4. EXPANSIBILIDADE

A expansibilidade é a propriedade do ar que lhe permite ocupar totalmente o


volume de qualquer recipiente e adoptar o seu formato.

13
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

1.2. PESO DO AR

O facto de não conseguirmos “agarrar” o ar e de ele circular à nossa volta sem


o conseguirmos ver, pode levar-nos a pensar que este não tem peso. Mas isto
não está correcto, por exemplo, se colocarmos dois recipientes fechados com a
mesma quantidade de ar dentro em duas balanças para os pesar, vamos repa-
rar que, se retirarmos de um deles o ar por acção de uma bomba de vácuo e
voltarmos a colocar o recipiente na balança, que eles já não ficam ao mesmo
nível tendo aquele que ainda contém ar mais peso.

Um litro de ar, a 0°C e ao nível do mar, pesa 1,293 x 10-3 Kgf.


Quando dizemos isto, significa que, em altitudes diferentes, o peso
tem valor diferente.

Outro facto é que se aquecermos um dos recipientes vamos ver que este fica
mais leve, isto acontece porque este transforma-se em vapor e fica menos den-
so do que o ar frio.

Certamente já ouvimos falar em pressão atmosférica, a atmosfera exerce sobre


todos os corpos uma força equivalente ao nosso peso, o facto de não a sentir-
mos deve-se a ela actuar em todos os sentidos e direcções com a mesma
intensidade, variando ainda proporcionalmente à altitude que se encontra o
corpo como podemos ver na tabela 1.

Tabela 1. Variação da pressão atmosférica em relação à altitude.

Altitude (m) Pressão (kgf/cm2) Altitude (m) Pressão (kgf/cm2)

0 1,033 1000 0,915


100 1,021 2000 0,810
200 1,008 3000 0,715
300 0,996 4000 0,629
400 0,985 5000 0,552
500 0,973 6000 0,481
600 0,960 7000 0,419
700 0,948 8000 0,363
800 0,936 9000 0,313
900 0,925 10000 0,270

14
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Torricelli o inventor do barómetro, mostrou que a pressão atmosférica pode ser


medida por uma coluna de mercúrio. Ele encheu um tubo com mercúrio e colo-
cou-o invertido num recipiente com esse líquido, desta maneira a atmosfera
padrão, ao nível do mar, suporta uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura.
Para qualquer elevação acima do nível do mar obtemos medições de valores
inferiores.

Isto leva-nos a uma lei relacionada com a termodinâmica, lei dos gases perfei-
tos sobre as transformações de estado, onde a lei afirma que existem três variá-
veis de estado, a pressão, o volume e a temperatura. Ou seja:

PV PV
1 1
 2 2
T1 T2

De acordo com esta relação são conhecidas as três variáveis do gás. Por isso,
se qualquer uma delas sofrer alteração, o efeito nas outras poderá ser previsto.

É essencial conhecermos o princípio de Pascal e sabermos utilizar a fórmula


para calcular a pressão. A pressão exercida sobre um determinado líquido, não
é nada mais do que a força que estamos a aplicar sobre a unidade de área:

F
P
A

Onde:

P é a pressão em Newton/m2 (N/m2) ou (kgf/cm2);

F é a força em Newton (N) ou (kgf);

A é a área em metros quadrados (m2) ou (cm2).

1 kgf = 9,8 N.
Unidades de Pressão:
- Atm: Atmosferas
- Kg/cm2: Quilogramas por centímetro quadrado
- Bar: Bares
- PSI: Pounds per Square Inches - Libra por polegada quadrada
(lb/pol2.

15
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Tabela 2. Relação entre unidades de pressão.

Converter Em Multiplicar por


PSI atm 0,06804
PSI bar 0,0671
2
PSI kgf/cm 0,07031
atm PSI 14,7
atm bar 1,013
2
atm kgf/cm 1,033
bar PSI 14,50
bar atm 0,9869
2
bar kgf/cm 1,02
2
kgf/cm bar 0,9807
2
kgf/cm PSI 14,22
2
kgf/cm atm 0,9678

16
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

2. PRODUÇÃO, TRATAMENTO E ARMAZENAGEM


DE AR COMPRIMIDO

O ar atmosférico é mistura de vários gases, principalmente de oxigénio e nitro-


génio e alguns contaminantes de três tipos:

 Água;
 Óleo (queimado na lubrificação do compressor);
 Poeira (partículas abrasivas).

Antes de comprimir o ar, o compressor tem que o admitir e neste processo, ele
admite também os compostos do ar. A esta mistura ele adiciona uma mistura
de calor de pressão e temperatura, além do óleo lubrificante. Os gases perma-
necem nos seus estados mas a água condensa e acarreta alguns problemas.

A quantidade de água absorvida pelo ar está relacionada com a


temperatura e o volume. A maior quantidade de valor de água
contida no volume do ar sem condensar depende da temperatura
da saturação ou ponto de orvalho a que está submetido o seu
volume.

Como já sabemos no ar comprimido temos ar saturado, este fica saturado


quando a pressão parcial do vapor de água for igual à pressão de saturação do
vapor de água, à temperatura local. O vapor é super aquecido quando a pres-
são parcial do vapor de água for menor que a pressão de saturação. Enquanto
tivermos a presença de água em forma de vapor normalmente super aquecido,
nenhum problema ocorrerá.

17
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

A presença desta água condensada nas linhas de ar, causada pela diminuição
de temperatura, terá como consequências:

 Oxida a tubulação e componentes pneumáticos;


 Destrói a película lubrificante existente entre as duas superfícies que
estão em contacto, acarretando desgaste prematuro e reduzindo a
vida útil das peças, válvulas, cilindros, etc.;
 Prejudica a produção de peças;
 Arrasta partículas sólidas que prejudicarão o funcionamento dos
componentes pneumáticos;
 Aumenta o índice de manutenção;
 Impossibilita a aplicação em equipamentos de pulverização;
 Provoca golpes de aríete nas superfícies adjacentes, etc.

Portanto, é da maior importância que grande parte da água, bem como dos
resíduos de óleo, seja removida do ar para evitar redução de todos os dispositi-
vos e máquinas pneumáticas. Para podermos resolver o problema da água nas
instalações de ar comprimido, é utilizado o refrigerador posterior, entre a saída
do compressor e o reservatório, pelo facto do ar comprimido na saída atingir
temperaturas mais elevadas.

O refrigerador posterior é simplesmente um permutador de calor utilizado para


arrefecer o ar comprimido, permitindo retirar cerca de 75% a 90% do vapor de
água contido no ar, bem como vapores de óleo. Além de que evita que a linha
de distribuição sofra uma dilatação, causada pela alta temperatura de descarga
do ar.

Ele é constituído por duas partes:

 Um corpo cilíndrico onde alojam-se feixes de tubos confeccionados


com materiais de boa condução de calor, formando no interior do
corpo uma espécie de colmeia;
 Um separador de condensado com um dreno.

O ar proveniente do compressor é obrigado a passar através dos tubos, sempre


em sentido oposto ao fluxo da água de refrigeração, que é mudado constante-
mente de direcção por placas deflectoras, garantindo uma maior dissipação de
calor. Na saída, está o separador. Devido à sinuosidade do caminho que o ar
deve percorrer, provoca a eliminação da água condensada, que fica retida numa
câmara.

A capacidade do compressor interfere directamente no porte do refrigerador.


Devido ao arrefecimento, o volume de ar disponível é reduzido e a sua energia
também sofre redução. No entanto a utilização do refrigerador posterior não
representa perda real de energia, já que o ar deveria ser arrefecido na tubulação
de distribuição.

18
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O sistema de ar comprimido é constituído por um ou mais reservatórios,


desempenhando grandes funções junto a todo o processo de produção, em
geral, o reservatório possui as seguintes funções:

 Armazenar o ar comprimido;
 Arrefecer o ar auxiliando a eliminação do condensado;
 Compensar as flutuações de pressão em todo o sistema de distribui-
ção;
 Estabilizar o fluxo de ar;
 Controlar as marchas dos compressores, etc.

Nenhum reservatório deve operar com uma pressão acima da


Pressão Máxima de Trabalho permitida, excepto quando a válvula
de segurança estiver dando caudal; nesta condição, a pressão não
deve ser excedida em mais de 6% do seu valor.

Os reservatórios devem ser instalados de modo que todos os drenos, conexões


e aberturas de inspecção sejam facilmente acessíveis, respeitando alguns prin-
cípios:

 Não devemos enterrar ou instalá-lo num local de difícil acesso;


 Devemos instalá-lo fora da casa dos compressores, na sombra, para
facilitar a condensação da humidade e do óleo contidos no ar com-
primido;
 Deve possuir um dreno no ponto mais baixo para fazer a remoção
deste condensado acumulado em cada 8 horas de trabalho;
 O dreno deve ser automático.

19
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Figura 1. Reservatório de ar comprimido

Os reservatórios possuem ainda um manómetro, válvulas de segurança, e são


submetidos a uma prova de pressão hidrostática, antes da utilização. Mais à
frente veremos este tipo de acessórios.

A determinação do volume do reservatório quando a regulagem é intermitente,


pode ser feita mediante o diagrama abaixo, onde estão indicados as capacida-
des, consumo (m3/min), diferença de pressão reduzida na rede, e o número de
interrupções/hora admitido.

20
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

No gráfico temos um exemplo feito para um reservatório com 15 m3, tem uma
diferença de pressão de 1 bar e admite 20 interrupções por hora. Assim, através
do gráfico conseguimos determinar o valor do consumo, que seria 20 m3/min.

2.1. DESUMIDIFICAÇÃO DO AR

A desumidificação do ar é necessária porque a humidade no ar


comprimido é prejudicial para os componentes pneumáticos, logo
é necessário eliminá-las ou reduzi-las ao máximo.

O ar industrial não é totalmente isento de água, ele flui com um conteúdo de


humidade residual e pode ser utilizado sem qualquer inconveniente.

21
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Para este processo é utilizado um secador de ar, que sendo muito caro, futura-
mente traz-nos grandes dividendos, uma vez que o ar húmido leva-nos a ter que
substituir muitos equipamentos, como:

 Filtros;
 Válvulas;
 Cilindros danificados;
 Impossibilidade de aplicar o ar em determinadas operações.

Os meios utilizados para secagem do ar são múltiplos, mas podemos destacar


os três da tabela 3.

Tabela 3. Processos para secagem do ar.

Secagem por A secagem por refrigeração consiste em retirar a maior quantidade de


refrigeração água existente, submetendo o ar a temperaturas baixas.
A secagem por absorção consiste em remover a humidade do ar em
Secagem por
circuitos, onde ao longo do seu volume existe uma massa, que vai absor-
absorção
ver estas humidades.
Secagem por A secagem por adsorção consiste em depositar moléculas de uma subs-
adsorção tância, por exemplo água, na superfície de outra substância sólida.

2.2. REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Geralmente, não se utiliza um compressor para cada dispositivo automatizado,


faz mais sentido, efectuar a distribuição do ar comprimido colocando várias
tomadas nas proximidades dos utilizadores. A rede de distribuição de corrente
alternada compreende todas as canalizações que saem do reservatório, pas-
sando pelo secador, e que orientam o ar comprimido até aos pontos individuais
de utilização.

A rede possui duas funções:

 Comunicar a fonte produtora com os equipamentos consumidores;


 Funcionar como um reservatório para atender às exigências locais.

Um sistema de distribuição perfeitamente executado deve apresentar os


seguintes requisitos:

 Pequena queda de pressão entre o compressor e as partes de con-


sumo, a fim de manter a pressão dentro de limites toleráveis em con-
formidade com as exigências das aplicações;
 Não apresentar escape de ar ou tínhamos perda de potência;
 Apresentar grande capacidade de realizar separação de ar condensado;

22
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Ao serem efectuados o projecto e a instalação de uma planta qual-


quer de distribuição, é necessário levar em consideração certos pre-
ceitos, pois o não cumprimento aumenta sensivelmente a necessida-
de de manutenção.

Em relação ao tipo de linha a ser executado, circuito fechado ou


circuito aberto, devemos analisar as condições favoráveis e desfa-
voráveis de cada uma. Geralmente, a rede de distribuição é em
circuito fechado, em torno da área onde há necessidade do ar
comprimido.
Deste circuito partem as ramificações para os diferentes pontos de
consumo.

O circuito fechado tem duas grandes vantagens, que é facilitar em termos de


manutenção e fazer uma distribuição mais uniforme do ar comprimido. No
entanto dificulta a separação da humidade, porque o fluxo não possui uma
direcção, dependendo do local de consumo, circula em duas direcções.

A ligação entre os tubos é feita de várias maneiras, como podemos ver na tabe-
la 4.

Tabela 4. Principais ligações entre tubos

Este tipo de ligação tem baixo custo, é fácil de operar e podemos aplicar
Rosca
uma fita (Teflon) para evitar possíveis vazamentos.
Estas são ligações utilizadas em instalações onde é necessário um maior
Flange e solda
grau de fiabilidade.
Acoplamento
O acoplamento rápido é utilizado para instalações provisórias.
rápido

As curvas devem ser feitas no maior raio possível, ou seja, serem o mais largas
possível, de forma a evitarmos perdas excessivas por turbulência. Deste modo
convém evitar sempre a colocação de cotovelos a 90º.

A curva mínima deve possuir na curvatura interior um raio mínimo de duas vezes
o diâmetro externo do tubo.

Os sistemas pneumáticos são sistemas abertos onde o ar utilizado é deitado


para a atmosfera, enquanto a alimentação aspira o ar livre constantemente. Este
ar está sujeito a:
 Contaminação;
 Humidade;
 Impurezas procedentes da rede de distribuição.

23
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Para evitarmos estes problemas a que os sistemas estão sujeitos, temos que
fazer a filtragem do ar, tentando ao máximo retirar as impurezas e a humidade
contida neste.

O equipamento normalmente utilizado para este fim é o Filtro de Ar, que actua
de duas formas distintas:

 Pela acção da força centrífuga;


 Pela passagem do ar através de um elemento filtrante, de bronze sin-
terizado ou malha de nylon.

O filtro de ar aumenta a eficiência na remoção de humidade. Devi-


do ao sistema de deflectores, a água e as partículas sólidas conti-
das no ar comprimido são totalmente separadas.
A grande superfície do elemento filtrante garante baixa queda de
pressão e aumento de sua vida útil.

24
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

3. COMPRESSORES PNEUMÁTICOS
3.1. ELEMENTOS DA PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO

Os elementos principais na produção de ar comprimido são os compressores.


Estes equipamentos vão elevar a pressão de um volume de ar, garantindo que
este fica nas condições que desejamos para executar determinado tipo de tra-
balhos.

Em termos de trabalho, o compressor utiliza dois tipos de deslocamentos:

 Deslocamento positivo (redução de volume);


 Deslocamento dinâmico (fluxo).

No deslocamento positivo o ar é sujeito a uma força de compressão, ficando


comprimido dentro de uma câmara isolada do meio exterior. A determinada
pressão, são accionadas umas válvulas de descarga que empurram o ar pelo
tubo até ao exterior.

No deslocamento dinâmico, o ar ao passar pelo compressor sofre uma trans-


formação de energia cinética, em energia de pressão. Nesta transformação são
aplicados dois mecanismos, onde os primeiros, os impulsores aceleram a velo-
cidade de circulação do ar, e o segundo, os difusores, retardam o escoamento
criando um aumento de pressão no ar.

25
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Tipos de

compressor

Deslocamento Deslocamento
positivo dinâmico

Compressor de Compressor Turbo


Compressor
membrana rotativo
êmbolo linear
Compressor

Turbo Turbo

Compressor Compressor
Radial Axial

Compressor de Compressor de Compressor


Palhetas Parafusos Roots

3.1.1. COMPRESSOR DE ÊMBOLO LINEAR

O compressor de êmbolo linear ou compressor de pistão é utilizado para todo o


tipo de pressões (baixas, médias ou altas) e como tal é um dos mais usados.

Figura 2. Pistão de simples efeito

26
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Figura 3. Pistão de duplo efeito

Temos então dois movimentos. O descendente onde o ar é aspirado, por meio


de válvulas de admissão, entrando para a câmara de compressão, e o movi-
mento ascendente, quando já temos uma pressão suficiente que abre as válvu-
las de descarga e deixam o ar ser expelido para o exterior.

Para pressões mais elevadas temos que usar compressores, com mais está-
gios, de modo a limitarmos a subida de temperatura. Desta maneira estamos
também a melhorar a eficiência da compressão. O ar irá percorrer os pistões,
onde em cada um deles, será comprimido e arrefecido.

Os compressores são fabricados em ferro fundido ou nas ligas de alumínio, e


estas execuções serão arrefecidas com ar e água.

3.1.2. COMPRESSOR DE MEMBRANA

Este tipo de compressor pertence ao grupo dos de êmbolo. Neste o pistão vai
ficar separado, por intermédio da membrana, da câmara onde se faz a com-
pressão e a sucção. Isto quer dizer que o ar não terá contacto com as partes
deslizantes.

Os compressores de membrana são utilizados com pressões moderadas, dai


terem muita aplicação em pequenas instalações. Mas também nos permitem
obter o vácuo e devido a isso têm uma aplicação em muitas indústrias, como é
o caso da alimentícia.

27
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O ar fica sempre livre de resíduos do óleo.

3.1.3. COMPRESSOR DE PALHETAS

O compressor de palhetas é uma espécie de gaiola, onde gira um


rotor dentro do cilindro. Estes cilindro possui aberturas de entrada
e saída, chamadas de palhetas, que não são nada mais do que
rasgos no rotor que formam pequenas divisões no cilindro.

Quando o rotor está a rodar, vão ser exercidas forças (centrifugas), que pela
pressão que criam, comprimem as palhetas contra as paredes do cilindro.

Estes compressores são muito equilibrados, na medida em que fornecem as


quantidades de ar necessárias, livres de variações.

Existem em duas versões:

 Lubrificados;
 Ou não lubrificados (seco).

Nos compressores de palhetas lubrificados o ar é comprimido juntamente com


o óleo, sendo os dois separados e arrefecidos à saída. O ar é separado pela
condensação e o óleo é conduzido para um reservatório de onde é levado para
a admissão.

3.1.4. COMPRESSOR DE PARAFUSOS

O compressor de parafusos é constituído por uma carcaça onde giram dois


rotores em sentidos contrários. Estes rotores irão encaixar um no outro através
de engrenagens, sendo um deles o macho e o outro a fêmea.

Como acabámos de dizer, os rotores são accionados por engrenagens, e temos


de colocar primeiro um em rotação, que será o macho. Este ao trabalhar, atra-
vés das engrenagens irá aplicar uma velocidade de rotação elevada no outro
rotor, o fêmea.

28
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O efeito de compressão é criado entre o espaço que existe nos rotores, que ao
estarem em rotação, vão fazer com que este seja comprimido e assim fique iso-
lado.

No fim do processo, o ar é comprimido e descarregado livre de oscilações.

A ausência de válvulas de admissão, de descarga e forças mecâni-


cas, que não criam oscilações, permite que o compressor trabalhe
a altas velocidades no eixo.

3.1.5. COMPRESSOR ROOTS

O compressor Roots é um compressor de deslocamento positivo, mas como a


baixas pressões é também chamado de ventoinha. É constituído por um par de
rotores, alojados numa carcaça que se entrelaçam em rotação contrária e
obtemos uma sincronização no movimento pelas engrenagens externas.

Os rotores encontram-se cada um dentro de uma câmara cilíndrica, que interli-


gadas uma com a outra, formam a respectiva carcaça do compressor. Sem
rotação não haverá compressão do ar e este será descarregado e isolado da
admissão. Ao entrar em rotação os rotores vão passar pela abertura de descar-
ga e provocar a compressão do ar.

Este compressor tem como principais características:

 Aplicada em baixas pressões;


 Produz um ruído elevado;
 Aplicado em transportes pneumáticos e bombas de vácuo.

3.1.6. TURBO COMPRESSOR

Os turbo compressores são utilizados onde pretendemos obter um consumo


alto e constante. Eles trabalham segundo o princípio de fluxo, o ar fornecido é
isento de óleo, e as fontes mais comuns de accionamento são de alta rotação.
O turbo compressor é constituído por estas fontes que são as turbinas de vapor
ou gás.

Eles são construídos em duas versões:

 O radial;
 O axial.

29
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

3.1.6.1. Turbo compressor radial

O turbo compressor radial é constituído por um rotor de lâminas dispostas


radialmente, que aceleram o ar a partir do centro de rotação. O ar é dirigido
para a periferia e admitido pela primeira hélice do rotor axialmente, sendo acele-
rado e expulso radialmente.

Ao reunirmos vários estágios na mesma carcaça, o ar é obrigado a passar pelo


difusor antes de ser conduzido ao centro de rotação do estágio seguinte. Isto
causa a conversão da energia cinética em energia de pressão. A reacção de
compressão entre os estágios é determinada pelo desenho da hélice, pela velo-
cidade tangencial e pela densidade do gás.

O arrefecimento entre os estágios é feito através de camisas de água inseridas


nas paredes internas do compressor. As pressões influenciam bastante a efi-
ciência destes, razão porque por vezes são geradores de ar comprimido. O que
faz com que este tipo de compressor seja utilizado em grandes volumes de ar
comprimido.

3.1.6.2. Turbo compressor axial

No compressor axial o ar é acelerado ao longo de um eixo axial por uma série


de lâminas rotativas. Entre cada conjunto de lâminas do rotor existe um conjun-
to de lâminas fixas que estão presas na carcaça, por onde o ar vai passar alter-
nadamente e receber uma grande velocidade.

A seguir o fluxo é dirigido para o estágio seguinte, onde recebe uma transfor-
mação parcial de velocidade em pressão simultânea. Estes compressores tem
tendência para produzir uma queda constante na razão das pressões e pos-
suem rotações e pressões altas. Além de fornecerem ar sem óleo e a colocação
do ventilador intermédio é difícil, mas possuem maior eficiência que os radiais
para altas capacidades.

3.1.7. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO DOS COMPRESSORES


(ARREFECIMENTO INTERMÉDIO)

O arrefecimento intermédio passa por duas fases distintas:

 Arrefecimento dos cilindros de compressão;


 Arrefecimento do ventilador intermédio.

30
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Um sistema ideal será aquele em que a temperatura do ar na saída do ventilador


intermédio é igual à temperatura de admissão deste ar. O arrefecimento pode
ser feito ar em circulação, ventilação forçada e água, sendo este último o ideal
por provocar condensação de humidade.

O sistema de refrigeração dos compressores remove o calor entre os estágios


de compressão, e tem como principais funções:

 Manter baixa a temperatura das válvulas, do óleo lubrificante e do ar


que está sendo comprimido (com a queda de temperatura do ar a
humidade é removida);
 Aproximar a compressão da isotérmica, embora esta dificilmente pos-
sa ser atingida, devido à pequena superfície para troca de calor;
 Evitar deformação do bloco e cilindro, devido às temperaturas;
 Aumentar a eficiência do compressor.

Como na compressão o ar é aquecido, é normal que o compressor aqueça e


este aquecimento pode vir de vários factores. De modo a preservar o melhor
possível os equipamentos convém saber algumas das causas possíveis para
aquecimentos. Os factores podem ser:

 Falta de óleo no cárter;


 Válvulas presas;
 Ventilação insuficiente;
 Válvulas sujas;
 Óleo do cárter viscoso demais;
 Válvulas de recalque quebradas;
 Filtro de ar entupido.

Em caso de batidas ou barulho anormal, observar:

 Carvão no pistão;
 Folga ou desgaste nos pinos que prendem as buchas e os pistões;
 Jogo dos mancais no eixo das manivelas;
 Desgaste dos principais mancais;
 Válvulas mal assentadas;
 Volante solto.

31
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Se os períodos de funcionamento são mais longos que os normais, isto pode


ser devido a:

 Entupimento do filtro de ar;


 Perda de ar nas linhas;
 Válvulas sujas ou emperradas;
 Necessidade de maior capacidade de ar.

Devemos sempre seguir as instruções dadas pelos fabricantes


sobre estes factores.
Devemos prever a verificação das correias e da limpeza do filtro de
ar, e ainda um plano semanal para verificar a lubrificação do com-
pressor.
Periodicamente, será verificada a fixação do volante sobre o eixo
de manivelas.

32
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4. VÁLVULAS, ACTUADORES E ACESSÓRIOS

Num sistema de produção de ar comprimido é necessário fazer-


mos um controlo regular da pressão em todos os equipamentos.

Ao regularmos e mantermos os índices de pressão, utilizadas pelos equipamen-


tos estamos a poupar energia, o que dentro do tema do nosso curso é dos
aspectos principais para o desempenho das nossas funções.

Por outro lado, um grande número de equipamentos a trabalhar simultaneamen-


te faz com que a pressão caia, devido ao pico de consumo ocorrido. De forma a
evitarmos estes inconvenientes usamos uma Válvula Reguladora de Pressão, ou
simplesmente o Regulador de Pressão, que tem como função:

 Compensar automaticamente o volume de ar requerido pelos equi-


pamentos pneumáticos;
 Manter constante a pressão de trabalho, ou seja, esta é considerada a
pressão secundária, e deve manter o seu valor independentemente
das variações que possam haver na pressão de entrada, que é consi-
derada a pressão primária. A pressão primária deve ser sempre supe-
rior à pressão secundária, independente dos picos;
 Funcionar como válvula de segurança.

33
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.1. REGULADOR DE PRESSÃO

Os reguladores de pressão são equipamentos com baixos custos


de manutenção, que se forem bem projectados, permitem obter
respostas rápidas e boas regulações.
Com estas boa projecção conseguimos garantir o aumento da vida
útil do regulador.

Os reguladores de pressão têm como principais funções:

 Resposta rápida e regulação precisa, devido a uma aspiração secun-


dária e a válvula de assento incorporado;
 Grande capacidade de reversão de fluxo;
 Diafragma projectado para proporcionar um aumento da vida útil do
produto;
 Dois orifícios destinados a manómetro que podem ser usados como
orifícios de saída;
 Fácil manutenção.

4.1.1. REGULADOR DE PRESSÃO SEM ESCAPE

O regulador de pressão não permite escape de ar devido a um


aumento de pressão e é maciço.

Ao fazermos regulações para níveis inferiores ao estabelecido, devemos asse-


gurar-nos que a pressão de trabalho está em consumo para que esta regulação
seja feita.

Esta regulação tem como principais funções:

 Economizar espaço (oferece filtro e regulador juntos para um desem-


penho optimizado);
 Grande eficiência na remoção de humidade.

34
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.2. MANÓMETROS

Estes equipamentos são utilizados para fazer a medição e indicar a


intensidade de pressão do ar comprimido, por exemplo.

Os manómetros são utilizados para medir a pressão nas válvulas, que vai ter
influência directa sobre as forças aplicadas pelos conversores de energia.

O principal tipo de manómetro que é utilizado é o tubo de Bourdon.

4.2.1. MANÓMETRO TUBO DE BOURDON

O manómetro tubo de Bourdon é um equipamento constituído por uma escala


circular, que vai ser percorrida por um ponteiro indicador, que está ligado a um
conjunto (alavancas e engrenagens), como podemos ver na figura 4.

O conjunto a que o ponteiro se encontra ligado, tem inserido um tubo, que está
fechado nesta extremidade e aberto na outra, por onde será inserido o fluido,
chamada de entrada de pressão.

Ao aplicarmos uma pressão na entrada, o tubo tende a endireitar-se, provocan-


do então um movimento no indicador, que se vai deslocar sobre a escala e fazer
o registo da pressão.

Figura 4. Manómetro de Bourdon

35
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.3. LUBRIFICADORES

Os lubrificadores têm como principal função fazer o abastecimento dos equi-


pamentos pneumáticos, com óleos de lubrificação.

Estes lubrificantes garantem um desgaste mínimo por parte dos elementos


móveis, mantendo mínimas as forças de atrito e protegem os aparelhos contra a
corrosão.

Os lubrificadores de óleo trabalham segundo o princípio Venturi.


Este princípio consiste em aproveitar a queda de pressão obtida,
em dois pontos do bocal, de modo a misturar o óleo com o ar.

Os lubrificantes mais utilizados são aqueles à base de petróleo, porém hoje em


dia tem havido um crescimento na utilização dos óleos sintéticos. Os óleos per-
tencem a três classes principais: parafínicos, nafténicos e aromáticos.

4.3.1. FUNCIONAMENTO

A corrente de ar no lubrificador vai da entrada até à saída. A válvula reguladora


vai desviar o ar através de um local para o ambiente do reservatório, onde este
se vai misturar com óleo e cai pela depressão criada pela mangueira na parte
superior do reservatório.

Existe um parafuso no lubrificador que nos permite regular as gotas de óleo por
unidade de tempo que entram em contacto.

4.3.2. MANUTENÇÃO

A manutenção do lubrificador passa por:


 Usar apenas algodão para limpeza, não usar estopa;
 Lavar apenas com querosene;
 Evitar preencher demasiadamente o copo com óleo;
 Verificar se as guarnições não estão danificadas;
 Verificar se o filtro na extremidade do tubo pescador não está entupido;

36
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Evitar forçar o parafuso de controlo de fluxo demasiadamente, ao ten-


tar fechar a passagem de óleo.

4.4. VÁLVULAS

As válvulas são os equipamentos que regulam as acções dos cilin-


dros pneumáticos.
Consoante o tipo de válvula, conseguimos direccionar correcta-
mente os fluxos de ar e regular a variação da pressão no circuito.

As válvulas pneumáticas estão classificadas nos seguintes grupos:

 Válvulas de Controlo Direccional;


 Válvulas de Bloqueio (Anti-Retorno);
 Válvulas de Controlo de Fluxo;
 Válvulas de Controlo de Pressão.

Cada grupo refere-se ao tipo de trabalho a que se destina mais adequadamente.

4.4.1. VÁLVULAS DE CONTROLO DIRECCIONAL

As válvulas de controlo direccional, tal como o nome indica, têm a função de


direccionar o ar, orientando o seu fluxo pelo circuito.
Para um conhecimento perfeito de uma válvula direccional, devemos ter em
conta os seguintes dados:

 Posição inicial;
 Número de posições (quantidade de manobras distintas que a válvula
direccional pode executar ou permanecer sob acção do accionamento);
 Número de vias;
 Tipo de accionamento (comando);
 Tipo de retorno;
 Caudal.

Além destes, ainda devemos considerar o tipo construtivo.

37
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Norma para representação:


ISO - Organização Internacional de Normalização.

As válvulas direccionais são sempre representadas por um rectângulo, cada


rectângulo está dividido em quadrados que representam o número de posições
da válvula.

4.4.1.1. Número de vias

O número de vias é o número de conexões de trabalho que a válvula possui, ou


seja, podemos ter três tipos de vias, as conexões de entrada, de utilização e as
de escape.

Para fácil compreensão do número de vias de uma válvula de controlo direccio-


nal podemos também considerar que:

= Passagem = 02 vias

T = Bloqueio = 01 via

O número de vias será o número de orifícios, dado pelas vezes que


os símbolos internos tocam os lados dos quadrados.

Preferencialmente, os pontos de conexão deverão ser contados no quadro da


posição inicial.

38
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.1.2. Direcção de fluxo

Nos quadros representativos das posições, encontram-se símbolos distintos. As


setas indicam a interligação interna das conexões, mas não necessariamente o
sentido de fluxo.

4.4.1.3. Passagem bloqueada

4.4.1.4. Escape não canalizado ou livre

39
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.1.5. Escape canalizado

4.4.1.6. Identificação dos orifícios da válvula

Ao longo do tempo tem se tentado criar uma linguagem à base de


códigos, para facilitar a leitura e a instalação deste tipo de equi-
pamentos.
O código existente foi criado pelo CETOP (Comité Europeu de
Transmissão Óleo Hidráulica e Pneumática) e tem sido trabalhado
para tornar-se numa norma universal através da Organização Inter-
nacional de Normalização - ISO.

Os orifícios são identificados da seguinte maneira:

Números Orifícios
1 Alimentação: orifício de suprimento principal
2 Utilização, saída: orifício de aplicação em válvulas de 2/2, 3/2 e 3/3
2e4 Utilização, saída: orifícios de aplicação em válvulas 4/2, 4/3, 5/2 e 5/3
Escape ou exaustão: orifícios de liberação do ar utilizado em válvulas 3/2, 3/3, 4/2 e
3
4/3

40
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Números Orifícios
3e5 Escape ou exaustão: orifício de liberação do ar utilizado em válvulas 5/2 e 5/3
Indica um orifício de pilotagem que, ao ser influenciado, isola, bloqueia, o orifício de
10
alimentação
12 Liga a alimentação 1 com o orifício de utilização 2, quando ocorrer o comando
Comunica a alimentação 1 com o orifício de utilização 4, quando ocorrer a
14
pilotagem

 Orifício número 1 corresponde ao suprimento principal; 2 e 4 são apli-


cações; 3 e 5 são escapes;
 Orifícios de pilotagem são identificados da seguinte forma: 10, 12 e
14. Estas referências baseiam-se na identificação do orifício de ali-
mentação 1.

Os escapes são representados também pela letra E, seguida da respectiva letra


que identifica a utilização (normas N.F.P.A.). Por exemplo:

 EA - significa que os orifícios em questão são a exaustão do ponto de


utilização A;
 EB - escape do ar utilizado pelo orifício B. A letra D, quando utilizada,
representa orifício de escape do ar de comando interno.

Tabela 5. Identificação dos orifícios de uma válvula direccional.

Orifício Norma DIN 24300 Norma ISO 1219


Pressão P 1
Utilização A B C 2 4 6
Escape R S T 3 5 7
Pilotagem X Y Z 10 12 14

4.4.2. ACCIONAMENTOS OU COMANDOS

As válvulas exigem um agente externo ou interno que desloque as partes inter-


nas de uma posição para outra, ou seja, que altere as direcções do fluxo, efec-
tue os bloqueios e libertação de escapes.

Os elementos responsáveis por tais alterações são os accionamentos, que


podem ser classificados segundo dois tipos, como podemos ver na tabela 6.

41
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Tabela 6. Tipos de accionamentos

Comando Ele é directo quando a força de accionamento é aplicada directamente sobre o


directo mecanismo da válvula
Comando Ele é indirecto quando a força de accionamento é aplicada sobre outro meca-
indirecto nismo, que por sua vez vai actuar na válvula

Os tipos de accionamentos são diversificados e podem ser:

 Musculares (geral, botão, alavanca ou pedal);


 Mecânicos (pino, mola, rolete ou gatilho);
 Pneumáticos (directos – piloto positivo e negativo ou indirectos – ser-
vo-piloto positivo e servo-piloto negativo;
 Eléctricos (solenóide com uma bobina ou solenóide com duas bobinas);
 Combinados (por piloto positivo, molas ou travas).

Estes elementos são representados por símbolos normalizados e são escolhi-


dos conforme a necessidade da aplicação da válvula direccional.

4.4.2.1. Accionamentos Musculares

As válvulas dotadas de accionamentos musculares são conhecidas


como válvulas de painel.

Estes comandos são responsáveis pelas condições de segurança e emergência,


e as mudanças nas válvulas devem ser executadas por operadores responsá-
veis pelo sistema.

4.4.2.2. Accionamentos Mecânicos

As válvulas com este tipo de accionamento recebem o nome de


válvulas fim de curso.

42
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O comando da válvula é feito através de contactos mecânicos sobre o accio-


namento, que vai permitir, pela sua colocação, efectuar uma sequência de ope-
rações de trabalho.

4.4.2.3. Accionamentos pneumáticos

As válvulas com este tipo de accionamento são comutadas pela


acção do ar comprimido, proveniente de um sinal do circuito que é
emitido por outra válvula.

Nos accionamentos pneumáticos destacam-se:

 Comando directo por alívio de pressão (piloto negativo);


 Comando directo por aplicação de pressão (piloto positivo);
 Comando directo por diferencial de áreas.

As válvulas com este tipo de accionamentos têm grande utilidade quando que-
remos obter sinais de comando com bastante rapidez, em circuitos que sejam
complicados e que tenham distâncias grandes entre o emissor e o receptor.

A operação das válvulas é efectuada por meio de sinais eléctricos de chaves de


fim de curso como:

 Pressostatos;
 Temporizadores;
 Etc.

4.4.2.4. Accionamentos combinado

Os accionamentos combinados tal como o nome indica, são accionamentos


que surgem da combinação entre o ar de alimentação da válvula e um accio-
namento auxiliar. Este accionamento auxiliar, vai comandar a válvula, pela
acção do ar para as operações de retorno.

Os accionamentos tidos como combinados são classificados como:

 Servo Piloto;
 Comando Prévio;
 Indirecto.

43
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.3. CONSTRUÇÃO

As válvulas direccionais, segundo o tipo construtivo, são divididas em 3 grupos:

 Válvula de distribuidor axial ou spool;


 Válvula poppet;
 Válvula poppet - spool.

4.4.3.1. Válvula de distribuidor axial

As válvulas de distribuidor axial têm no seu interior um êmbolo,


que desloca-se por acção de espaçadores, responsáveis por fazer
a vedação da válvula.

Este deslocamento vai fazer a selecção do fluxo de ar, através dos orifícios que
este possui e o curso de comando é mais longo que o das válvulas tipo poppet,
fazendo com tenha algumas vantagens:

 Inexistência de vazamentos internos durante as mudanças de posição;


 Permite grande intercâmbio entre os tipos de accionamentos;
 Requer pequeno esforço ao ser accionada;
 Dotada de bom caudal;
 Pode ser aplicada com diferentes tipos de fluidos.

4.4.3.2. Válvula Poppet

A válvula Poppet pode ser do tipo:

 Assento com disco;


 Assento com cone.

Estas válvulas têm um funcionamento simples, com um mecanismo que faz a


deslocação da esfera, que abre ou fecha o canal para a passagem do ar. Além
disto têm também uma resposta rápida, pois como o curso de deslocamento é
curto, permitem obter bons caudais.

44
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.3.3. Válvula Poppet-Spool

As válvulas Poppet-Spool possuem um êmbolo, que conforme o


seu deslocamento, abre ou fecha o canal para a passagem do
fluxo de ar.
Desta forma a válvula realiza funções do tipo poppet e spool para
direccionar o ar.

 Nas válvulas de duas posições, as ligações são feitas no quadro de


“retorno”, à direita do símbolo, em que a válvula não está accionada;
 Quando a válvula é accionada, ou seja presa em fim de curso na
posição inicial, as ligações são feitas no quadro de accionamento,
que se encontra à esquerda do símbolo;

Figura 5. Simbologia

 Nas válvulas de três posições, as ligações são feitas no quadro cen-


tral, que é a posição neutra, caso não esteja accionado e no quadro
que lhes corresponde, quando já são accionadas;

Figura 6. Simbologia

 O quadro corresponde à posição e é onde as ligações são feitas,


simbolicamente este é fixo. Movimenta-se o quadro livre de ligações;
 Posição zero ou repouso é a posição adoptada pelas partes internas
da válvula, quando não é sujeita a qualquer operação;

45
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Posição inicial ou partida é a posição que uma válvula tem antes de


iniciar a sequência de operações;
 Num circuito, todas as válvulas e cilindros são sempre representados
na posição inicial.

4.4.4. TIPOS DE VÁLVULAS DE CONTROLO DIRECCIONAL

2/2 – Válvula tipo assento com disco, que tem uma haste com um disco na
extremidade e bloqueia a passagem do ar comprimido.

Figura 7. Simbologia

2/2 – Válvula tipo Spool onde o êmbolo desloca-se no interior e faz a comunica-
ção entre a conexão de alimentação e a utilização.

2/2 – Válvula accionada por solenóide acção indirecta servocomandada por


diafragma, que ao ser alimentada, através do diafragma bloqueia a passagem
do fluxo de ar.

Exemplo de aplicação de válvulas 2/2:

 Em comandos de válvulas accionadas por alívio de pressão;


 Controlo e passa-não-passa;
 Válvulas de fechamento (semelhantes a registos), etc.

3/2 Válvula tipo assento com cone, que é constituída para além do cone obtu-
rador, de uma haste e de várias molas, e ao ser alimentada mantém o cone no
assento pela acção da mola.

46
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Figura 8. Simbologia

3/2 – Válvula tipo assento com disco, que é accionada por piloto e emite um
sinal de comando, fazendo o deslocamento da mola.

Figura 9. Simbologia

3/2 – Válvula de comando directo por solenóide, que acciona válvulas maiores,
pela emissão de ar comprimido.

Figura 10. Simbologia

3/2 – Válvula tipo assento com disco accionada por solenóide indirecto.

Figura 11. Simbologia

47
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.5. VÁLVULAS TIPO ASSENTO COM DISCO LATERAL

Nas válvulas tipo assento com disco lateral em vez da esfera e


cones é utilizada uma haste no comando manual, ou pistão e has-
te para comandos por ar comprimido e eléctricos para selecção de
ar.

O critério de trabalho em ambas as versões é semelhante, diferindo apenas:

 Modelo haste (permite a conversão de N.F para N.A. – Normalmente


Fechado para Normalmente Aberto - e os meios de accionamento são
musculares com pedal e alavanca);
 Modelo pistão e haste (não permite adaptação e o retorno está fun-
damentado na própria alimentação do ar comprimido; a inversão na
função dos orifícios não permite o funcionamento correcto da válvula).

3/2 - Tipo pistão e haste accionamento por simples solenóide.

Figura 12. Simbologia

3/2 - Accionada por solenóide, ambas as versões N.A ou N.F são idênticas ao
funcionamento do comando por piloto.

Figura 13. Simbologia

48
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

3/2 - Tipo de distribuidor axial, com 3 vias e 2 posições, accionada por botão e
retorno por mola.

Figura 14. Simbologia

3/2 - Duplo piloto positivo, são operadas normalmente por 3 vias e são usadas
em comandos remotos, circuitos semi ou completamente automáticos.

Figura 15. Simbologia

3/2 Válvula de partida suave/partida rápida, deve ter um ajuste de partida rápida
com acesso facilmente ajustado na válvula de ajuste de caudal.

 Combinadas no mesmo corpo, partida suave e partida rápida;


 Ampla capacidade de caudal até 4,2 Cv;
 Montada em linha ou de forma modular;
 Operação por piloto pneumático ou solenóide;
 Fácil ajuste de caudal na partida suave.

49
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Figura 16. Simbologia

4.4.6. VÁLVULA DIRECCIONAL DE CINCO VIAS E DUAS POSIÇÕES (5/2)

As válvulas direccionais de cinco vias e duas posições são válvulas instaladas


num sistema sem sinal de piloto na porta 12, que estão em exaustão através da
via 3. Quando houver um sinal de pilotagem na porta 12 a válvula, esta vai
mudar de estado e fecha a conexão entre as vias 2 e 3. No mesmo instante há
um fluxo de ar a iniciar-se nas vias 1 e 2 a um baixo caudal.

Estas válvulas são constituídas por:

 Uma entrada de pressão;


 Dois pontos de utilização;
 Dois escapes.

Estas válvulas também são chamadas de 4 vias com 5 orifícios, devido à norma
empregue. É errado chamá-las apenas de válvulas de 4 vias.

O sinal de pilotagem pode ser realizado através de piloto pneumático directo na


porta 12, no topo da válvula, ou através de um solenóide montado na tampa
superior.

Não se deve utilizar óleo sintético, recuperado, contendo álcool ou


aditivo detergente.

50
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

5/2 - Tipo assento com disco lateral accionada por duplo solenóide indirecto.

Figura 17. Simbologia

5/2 Tipo distribuidor axial accionamento por simples solenóide indirecto.

Figura 18. Simbologia

5/2 Válvula direccional accionada por simples solenóide série ISSO.

Figura 19. Simbologia

51
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

5/2 - Tipo spool accionada por duplo piloto.

Figura 20. Simbologia

4.4.7. VÁLVULA DIRECCIONAL DE TRÊS VIAS E TRÊS POSIÇÕES (3/3)

As válvulas direccionais de três vias e três posições têm as mesmas conexões


de uma 3/2. No entanto possuem mais uma entrada, posição centro N.F. que
faz o bloqueio de todas as conexões.

Figura 21. Simbologia

A posição neutra é conseguida por:

 Centragem por molas ou ar comprimido eliminado o efeito sobre o


accionamento;
 Travamento - utilizado geralmente com accionamento muscular.

5/3 - Válvula direccional de cinco vias e três posições.

Figura 22. Simbologia

52
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.8. VÁLVULAS DE BLOQUEIO

4.4.8.1. Válvula de retenção de bloqueio

Nas válvulas de retenção de bloqueio faz-se a orientação do fluxo


mantendo o cone contra o assento pela força da mola.

A existência da mola no interior da válvula requer um maior esforço na abertura


para vencer a contra-pressão desta, mas esta contra-pressão costuma ser
pequena, para evitar o máximo de perdas.

As válvulas de retenção são utilizadas na automatização de levantamento de


pesos, em lugares onde queremos aliviar o peso que um componente exerce
sobre outro.

Figura 23. Simbologia

4.4.8.2. Válvula de retenção sem mola

A válvula de retenção sem mola é outra versão da válvula de retenção anterior.


O bloqueio, no sentido contrário ao favorável, não conta com o auxílio de mola.
Ele é feito pela própria pressão de ar comprimido.

4.4.8.3. Válvula de escape rápido

A válvula de escape rápido é utilizada quando queremos obter uma


velocidade superior à que é desenvolvida por um pistão do cilindro.

53
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Utilizando-se a válvula de escape rápido, a pressão no interior da câmara cai


bruscamente, e a resistência oferecida pelo ar residual é pequena, fazendo com
que o ar flua directamente para a atmosfera.

Figura 24. Simbologia

4.4.8.4. Válvula de isolamento

A válvula de isolamento é dotada de três orifícios no corpo:

 Duas entradas de pressão;


 Um ponto de utilização.

Enviando-se um sinal por uma das entradas, a entrada oposta é automatica-


mente vedada e o sinal emitido flui até a saída de utilização.

Figura 25. Simbologia

4.4.8.5. Válvula de simultaneidade

A válvula de simultaneidade, tal como a de isolamento, também


possui três orifícios no corpo. A diferença dá-se em função de que
o ponto de utilização será atingido pelo ar, quando duas pressões,
simultaneamente ou não, chegarem nas entradas.

A pressão que chegar primeiro, ou ainda a de menor pressão, se auto-


bloqueará, dando passagem para o outro sinal, tal como podemos ver na figura
26.

54
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Estas válvulas são utilizadas em funções lógicas, bimanuais simples ou garan-


tias de que um determinado sinal só ocorra após dois pontos estarem pressuri-
zados.

Figura 26. Válvula de simultaneidade

4.4.8.6. Válvula de controlo de fluxo

Estas válvulas são utilizadas quando pretendemos a diminuição da


quantidade de fluxo numa canalização, que são os casos de quan-
do queremos regular um cilindro ou formar condições de tempori-
zação pneumática.

Quando necessitamos influenciar o fluxo de ar comprimido, este tipo de válvula


é a solução ideal, podendo ser fixa ou variável, unidireccional ou bidireccional.

Figura 27. Simbologia

55
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.4.8.7. Válvula de controlo de pressão

As válvulas de controlo de pressão têm como função influenciar ou serem


influenciadas pela intensidade de pressão de um sistema.

Figura 28. Simbologia

Limita a pressão de um reservatório, compressor, linha de pressão, etc., evitan-


do a sua elevação além de um ponto ideal admissível.

4.5. ACTUADORES

Já falámos sobre a preparação do ar comprimido, agora vamos ver como ele é


colocado a trabalhar. Para este efeito necessitamos de um dispositivo que con-
verta em trabalho a energia contida no ar comprimido, que é o actuador (con-
versor de energia).

O conversor é ligado mecanicamente à carga que ao ser influenciada pelo ar


comprimido, a energia é convertida em força e transferida para a carga.

Na escolha correcta do actuador, para as necessidades existentes, devemos


fazer algumas considerações, como podemos ver na tabela 6.

Tabela 6. Considerações a ter para a selecção correcta do actuador.

Comprimento de O curso deve ter no máximo 2000mm, pois quanto maior for, maior
curso será o consumo de ar.
Em actuadores normais rondam os 0,1 a 2 m/s e para actuadores
Velocidade dos
especiais pode chegar aos 10 m/s. Esta velocidade vai depender da
actuadores
pressão do ar e do comprimento da canalização.
Nomograma de
Devemos verificar a força necessária para a pressão de trabalho.
pressão e força

56
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O nomograma de pressão e força abaixo, facilita a selecção dos cilindros, sen-


do o seu uso bastante prático.

Figura 29. Nomograma de pressão e força

Exemplo: Para uma carga 800 N e pressão da rede 8 bar, preten-


de-se determinar o diâmetro do êmbolo necessário, pressão de
trabalho 6 bar.
Solução: Desde F = 800 N, segue-se verticalmente a linha até 6
bar. O diâmetro do êmbolo imediatamente maior disponível é de
50 mm, e situa-se entre as linhas de 4 e 5, ou seja, pressão de
trabalho de regulagem deve ser aproximadamente 4,5 bar.

A carga admissível da haste de um actuador linear, para cursos longos, é infe-


rior à que resulta da pressão de trabalho e da área do êmbolo. A carga não deve
ultrapassar determinados valores máximos que dependem do curso e do diâ-
metro da haste.

Conforme podemos observar o tipo de fixação mais desfavorável é a fixação


oscilante traseira, pois às demais fixações a carga admissível é aproximada-
mente 50% superior.

57
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Figura 30. Gráfico para o diâmetro da haste

Exemplo: Para uma carga de 800 N, curso 500 mm, do cilindro 50


mm, pretende-se determinar o diâmetro da haste.
Solução: a partir de F = 800 N segue-se verticalmente até a inter-
secção com h = 500 mm.
O diâmetro da haste imediatamente superior é igual a 16 mm.
Os cilindros comerciais possuem um diâmetro de haste de 20mm,
o que resulta ser suficiente para o curso em questão.

4.5.1. CLASSIFICAÇÃO DOS CONVERSORES DE ENERGIA

Os conversores de energia estão divididos em três grupos:

 Com movimentos lineares (são constituídos de componentes que


convertem a energia pneumática em movimento linear ou angular);
 Com movimentos rotativos (convertem a energia mecânica através de
um momento torsor contínuo);
 Com movimentos oscilantes (convertem a energia pneumática em
energia mecânica através de um momento torsor limitado por um
determinado número de graus).

58
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.5.2. TIPOS DE CILINDROS PNEUMÁTICOS

Os cilindros pneumáticos diferenciam-se entre si por detalhes construtivos, em


função das características de funcionamento e utilização. Existem em dois
tipos:

 Simples efeito ou simples acção;


 Duplo efeito ou dupla acção, com e sem amortecimento. Além de
outros derivados:
 Cilindro de D.A. com haste dupla;
 Cilindro duplex contínuo;
 Cilindro duplex geminado;
 Cilindro de impacto;
 Cilindro de tracção por cabos.

4.5.2.1. Cilindro de simples efeito ou simples acção

Este tipo de cilindro possui apenas um orifício por onde circula o


ar, através do comando de uma válvula.

Na extremidade oposta à de entrada encontra-se um pequeno orifício, que


impede a formação de contra-pressão, que seria causada pelo ar residual. Ao
deitar o ar fora, o pistão (haste + êmbolo) volta para a posição inicial.

4.5.2.2. Cilindro de duplo efeito ou dupla acção

Este é um cilindro que produz trabalho em ambos os sentidos e a


sua principal característica é o facto de o podermos utilizar tanto o
avanço como o retorno para desenvolver o trabalho.

59
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

As movimentações de avanço e retorno são criadas no êmbolo, pela movimen-


tação do ar comprimido nos orifícios, que é impedida pela acção da haste, ou
seja, quando uma câmara que está a admitir ar a outra, está em comunicação
com a atmosfera.

Esta operação é mantida até ao momento de inversão da válvula de comando,


alternando a admissão do ar nas câmaras, deslocando o pistão em sentido con-
trário.

4.5.2.3. Cilindro de haste dupla

O cilindro de haste dupla tem este nome devido a ter duas hastes
unidas no mesmo êmbolo. Uma das hastes realiza trabalho e a
outra é utilizada no comando de fins de curso.

Tem como principais características:

 Possibilidade de variação do curso de avanço;


 As duas faces do êmbolo possuem geralmente a mesma área, possi-
bilitando transmitir forças iguais em ambos os sentidos;
 Apresenta dois mancais de guia oferecendo mais resistência a cargas
laterais.

De acordo com o dispositivo em que for adaptado, este cilindro pode apresen-
tar uma série de outras aplicações. Pode ser fixado pelas extremidades das
hastes, deixando o corpo livre, ou fixado pelo corpo, permitindo que as hastes
se desloquem.

4.5.2.4. Cilindro duplex contínuo

O cilindro duplex contínuo é constituído por dois êmbolos unidos


por uma haste comum, separados entre si por meio de um cabe-
çote intermediário, possui entradas de ar independentes.

60
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Pelo facto de ter dois cilindros em série, com entradas de ar independentes, ao


ser injectado ar comprimido simultaneamente nas duas câmaras, no sentido de
avanço ou retorno, vai actuar também sobre as duas faces do êmbolo, de tal
modo que a força produzida é a somatória das forças individuais de cada
êmbolo. Isto permite dispor de maior força, tanto no avanço como no retorno.

4.5.2.5. Cilindro duplex geminado

O cilindro duplex geminado consiste em dois ou mais cilindros de


dupla acção, unidos entre si, sendo que cada um possui entradas
de ar independentes.

As posições são obtidas em função da combinação entre as entradas de ar


comprimido e os cursos correspondentes. É aplicado em circuitos de selecção,
distribuição e transportes de peças para operações sucessivas.

4.5.2.6. Cilindro de impacto

O cilindro de impacto tem este nome devido à força a ser obtida pela transfor-
mação de energia cinética. É um cilindro de dupla acção especial com modifi-
cações.

 Dispõe internamente de uma pré-câmara (reservatório);


 O êmbolo, na parte traseira, é dotado de um prolongamento;
 Na parede divisória da pré-câmara, existem duas válvulas de retenção.

4.5.3. ACTUADOR ROTATIVO – MOTOR PNEUMÁTICO

Os motores pneumáticos são utilizados para aplicações leves, pesadas e exi-


gentes.

61
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.5.3.1. Características

Tem como principais características:

 As reduzidas dimensões, por exemplo em comparação com um motor


eléctrico da mesma capacidade;
 Pode ser colocado em carga até que pare, sem perigo de que se
danifique;
 Nas versões standard, todos os motores são reversíveis;
 Pode partir e parar continuamente sem que se danifique;
 O seu peso é várias vezes inferior ao de um motor eléctrico da mesma
capacidade;
 Pode ser utilizado nas condições mais exigentes;
 Por ser de construção simples, permite facilidade de manutenção.
 Funcionamento muito seguro, graças à sua construção com pouca
quantidade de partes móveis.

4.5.3.2. Motor básico

Os motores básicos são montados na fábrica com as palhetas em tensão sobre


uma mola, ganhando desta forma excelentes características de arranque e fun-
cionamento, e ainda baixas rotações.

 Equipado com palhetas para um funcionamento intermitente, sem


lubrificação;
 Excepcionalmente, podemos atingir 100% livre de lubrificação;
 A construção simples garante funcionamento seguro;
 Longa vida útil em serviço.

4.5.3.3. Motor com engrenagem planetária

O motor com engrenagem planetária tem como características:

 Requer pouco espaço para montagem;


 É leve em comparação com os serviços realizados;
 Tem livre posição de montagem;

62
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Eixo de saída central;


 Alto grau de rendimento.

É fabricada para um regime de rotação desde 95 rpm até 1200


rpm e com momento torsor desde 16 Nm até 160 Nm.

4.5.3.4. Motor com engrenagem dentada

O motor com engrenagem dentada tem como características:

 Fornece um alto grau de rendimento;


 Facilidade de montagem e base para instalação;
 São fabricados para um regime de rotação desde 25 rpm até 1800
rpm e com momento torsor de 23 Nm até 1800 Nm.

As engrenagens devem ser lubrificadas com óleo, mas devemos certificar-nos


de que se encontram bem fixas.

A posição de montagem é importante para a lubrificação das engrenagens e a


localização dos pontos de preenchimento e drenagem do óleo lubrificante.

4.5.3.5. Motor com engrenagem sem fim

O motor com engrenagem sem fim tem como características:

 As engrenagens com alta redução freiam automaticamente, o que


pode ser utilizado para manter o eixo de saída numa posição definida;
 Montagem simples com flange do lado direito e esquerdo, ou com
base inclinada;
 É fabricado para regime de rotação variando desde 62 rpm até 500
rpm e com momento torsor desde 23 Nm até 1800 Nm;
 O engrenamento é feito com óleo, mas antes deverá ser feita sua fixa-
ção.

A posição de montagem é importante para a lubrificação das engrenagens e a


localização dos pontos de preenchimento e drenagem do óleo lubrificante.

63
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.6. TEMPORIZADOR PNEUMÁTICO

Figura 31. Temporizador pneumático

O temporizador permite o retardo de um sinal pneumático, ou seja,


um período de tempo ajustável que passa entre o aparecimento do
sinal de controlo pneumático e o sinal de saída. O ajuste é efec-
tuado através da rotação do botão graduado.

Faixas de ajuste de Temporização:

 0 a 3 s;
 0 a 30 s;
 0 a 180 s.

O funcionamento é totalmente pneumático, onde o ar usado para a função de


retardo é atmosférico e não ar comprimido, e assim o retardo não varia.

Há dois tipos de temporizadores:

 NF (Normal Fechado);
 NA (Normal Aberto).

64
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4.7. SENSOR DE QUEDA DE PRESSÃO

Figura 32. Sensores de pressão

Estes sensores são instalados directamente nas portas dos cilindros, enviando
sinais quando estes estão no fim de curso. A velocidade de deslocação do
cilindro depende do fluxo de exaustão, controlado pelo regulador de velocidade.

Por intermédio de um diafragma, o contacto do captador de queda de pressão


comuta e transmite a pressão P do sinal de entrada para o sinal de saída S.

Este sensor é também usado para detectar fins de movimento de cilindros.

O sensor enviará um sinal de saída só quando o cilindro estiver


totalmente avançado.

65
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

5. MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DE ESQUEMAS DE


COMANDO PNEUMÁTICOS

O procedimento para o traçado do esquema depende da paragem


do sinal. Este fica mais simples quando a paragem é feita pela
válvula gatilho ou rolete.

Para a confecção do projecto recomenda-se o seguinte:

 Determinar a sequência de trabalho;


 Elaborar o diagrama de trajecto-passo;
 Colocar no diagrama trajecto-passo os elementos fins de curso a
serem utilizados;
 Desenhar os elementos de trabalho;
 Desenhar os elementos de comando correspondentes;
 Desenhar os elementos de sinais;
 Desenhar os elementos de abastecimento de energia;
 Traçar as linhas dos condutores de sinais de comando e de trabalho;
 Identificar os elementos;
 Colocar no esquema a posição correcta dos fins de curso, conforme
o diagrama de trajecto e passo;
 Verificar se é necessária alguma anulação de sinais permanentes
(contrapressão) em função do diagrama de trajecto-passo;
 Introduzir as condições marginais.

66
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

6. SIMBOLOGIA PNEUMÁTICA
Denominação Aplicação Símbolo
Símbolos Bási-
cos
Linhas
Contínua

Interrompida
Linhas de fluxo.
Longa

Interrompida
Curta

Interligações mecânicas
Dupla
(alavancas, hastes etc).

Utilizado para:
Unidade principal de transformação de energia,
bombas, compressores, motores.

Traço Ponto Aparelho de medição.


Articulação mecânica, rolete, etc.
Válvulas de bloqueio, juntas rotativas.
Motor oscilante (Actuador Rotativo).

67
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

Círculos e
Semicírculos

Quadrado e
Nas válvulas direccionais, válvulas de regulagem.
Rectângulo

Equipamentos de condicionamento, ventilador,


Losango
filtro, lubrificador, etc.

Conexões em linha de fluxo.


Símbolos vários Mola - (retorno, centralização, regulagem).
Restrição - controlo de fluxo.

Símbolos Fun-
cionais
Triângulo Indica direcção de fluxo e natureza do fluido.

Cheio Fluxo Hidráulico.

Só Contorno Fluxo pneumático ou exaustão para atmosfera.

Indicação de:
Direcção.
Direcção de rotação.
Seta
Via e caminho de fluxo através de válvulas.
Para aparelhos de regulagem, como em 3.5, ambas
as representações, com ou sem traço na extremi-
dade da seta, são usadas sem distinção.
Indica possibilidade de regulagem ou variação
Seta Oblíqua
progressiva.

68
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Transformação de
Energia
Compressores de
Deslocamento
Fixo

Convertem a energia pneumática em energia


Motores
mecânica com movimento rotativo.
Motor Pneumático
com
Deslocamento Fixo

Com Uma Direcção de


Fluxo

Com Duas Direcções


de Fluxo
Motor Pneumático
com
Deslocamento Variável

Com Uma Direcção de


Fluxo

Com Duas Direcções


de Fluxo
Motor Oscilante
(Actuador
Rotativo) Pneumático
Convertem a energia pneumática em energia
Cilindros
mecânica, com movimento rectilíneo.
Cilindro no qual o fluido pressurizado actua sem-
Cilindros de Simples
pre num único sentido do seu movimento (avan-
Efeito ou Acção
ço ou retorno).
Retorno por Força não
Definida Símbolo geral quando o método de retorno não é
especificado.
(Ex. Força Externa)

69
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

Retorno por Mola

Avanço por Mola

Cilindro no qual o fluido pressurizado opera


Cilindro de Duplo
alternadamente em ambos os sentidos de
Efeito ou Acção
movimento (avanço e retorno).

Com Haste Simples

Com Haste Dupla

Cilindro com Amorte-


Evita choques no final do curso.
cimento
Com Simples Amor- O amortecimento fixo incorporado actua
tecimento Fixo num só sentido do movimento.

No Retorno

No Avanço

Com Duplo Amorte- O amortecimento fixo incorporado actua em


cimento Fixo ambos os sentidos do movimento.

Com Simples Amor-


tecimento Variável

No Avanço

No Retorno

O amortecimento incorporado actua em


Com Duplo Amorte- ambos os sentidos do movimento,
cimento Variável
permitindo variações.
Cilindros Derivados

Duplex Contínuo ou Permite transmitir maiores intensidades de


Tandem força.

Em combinação com os cursos e entradas


Duplex Geminado ou
de ar, 3 ou mais posições distintas são
Múltiplas Posições
obtidas.

70
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

Desenvolve impacto através de


Cilindro de Impacto
energia cinética.

Usado em locais compactos, que necessi-


Cilindro Telescópico
tam de cursos longos.

O fluido pressurizado actua sempre num


Simples Efeito ou Acção
único sentido (avanço).

O fluido pressurizado opera alternada-


Duplo Efeito mente em ambos os sentidos de movi-
mento: avanço e retorno.
Hidropneumáticos
Equipamento que transforma a pressão X
Intensificador de Pressão
em alta pressão Y.

A pressão pneumática X é transformada


Para um Tipo de Fluido
em alta pressão pneumática Y.

Para Dois Tipos de Flui-


do A pressão pneumática X transformada em
alta pressão hidráulica Y.
(Volume Fixo)

A pressão pneumática reduzida produz


uma pressão hidráulica
Para Dois Tipos de Flui-
do reduzida.
(Volume Variável) Com a entrada do intensificador, a
pressão hidráulica é aumentada.

Equipamento destinado a transformar a


Conversor Hidropneumá- pressão pneumática em
tico
pressão hidráulica, teoricamente
(Actuador Ar-Óleo)
igual.

Conversor Hidráulico de Controla uniformemente as velocidades


Velocidade de um cilindro pneumático
(Hydro-Check) a ele ligado.

Distribuição e Regula-
gem de Energia

Métodos de Representa- Composição de setas e demais


ção das Válvulas componentes básicos.

71
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

Indica uma unidade de controlo de


Único Quadrado
fluxo ou pressão.

Indicam uma válvula de controlo


direccional, tendo tantas posições
distintas quantos quadros houverem.
As conexões são normalmente
Dois ou Mais Quadrados
representadas no quadro que indica
a posição inicial (não operada).
Os tubos de conexão são representados
na posição central.

O número refere-se a uma nota sobre o dia-


Símbolo Simplificado da grama em que o símbolo
Válvula em Casos de Múl-
da válvula está representado de
tiplas Repetições
forma completa.
Têm por função orientar a direcção que o fluxo
Válvulas de Controlo deve seguir a fim de realizar o trabalho propos-
Direccional to. O fluxo permitido pela passagem pode ser
total ou em alguns casos restringido.
A válvula é provida de várias posições distintas
e caracterizadas por cada quadrado.
Símbolo básico para uma válvula
de controlo direccional de 2 posições.
Válvula de Controlo Direc-
cional sem Estrangula- Símbolo básico para uma válvula
mento
de controlo direccional de 3 posições.
Representação facultativa de passagem
a um estado intermediário
entre duas posições distintas.

72
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Designação: a Primeira Cifra da
Designação Indica o nº de Vias
(excluindo-se os orifícios de
pilotagem), a Segunda Cifra Indica
Dotada de 2 orifícios: pressão e
o Número de Posições, Ex.:
utilização, e duas posições distintas.

Válvula de controlo direccional de


V.C.D 2/2 N.F. 2 vias, 2 posições, normalmente
fechada.
Válvula de controlo direccional de
V.C.D 2/2 N.A. 2 vias, 2 posições, normalmente
aberta.
Dotadas de 3 orifícios, pressão,
V.C.D 3/2 escape, utilização e duas posições
distintas.
Válvula de controlo direccional de
V.C.D 3/2 N.F. 3 vias, 2 posições, normalmente
fechada.
Válvula de controlo direccional de 3
V.C.D 3/2 N.A.
vias, 2 posições, normalmente aberta.
Válvula de controlo direccional de
4 vias, 2 posições. Válvula com
V.C.D 4/2
4 orifícios, pressão, escape,
2 utilizações e 2 posições distintas.
Válvula de controlo direccional de
5 vias, 2 posições. Válvula com
V.C.D 5/2
5 orifícios, pressão, 2 escapes,
2 utilizações e 2 posições distintas.

Válvula de controlo direccional de


V.C.D 3/3 C.F.
3 vias, 3 posições. Centro fechado.

Válvula de controlo direccional de


V.C.D 4/3 C.F.
4 vias, 3 posições. Centro fechado.

73
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Válvula de controlo direccional de
V.C.D 4/3 C.F.
4 vias, 3 posições. Centro fechado.
Válvula de controlo direccional de
V.C.D 5/3 C.F.
5 vias, 3 posições. Centro fechado.
Válvula de controlo direccional de
V.C.D 5/3 C.A.N. 5 vias, 3 posições.
Centro aberto positivo.
A unidade possui 2 posições e infinitos
estados intermediários correspondendo
Válvula de Controlo à variação do estrangulamento.
Direccional com
O símbolo possui duas
Estrangulamento
linhas paralelas longitudinais em
relação aos quadros (posições).

Com 2 posições

Com 3 posições

Equipamento que recebe um sinal

Servoválvula Electrop- eléctrico e fornece um sinal de saída


neumática pneumático, para realizar o accionamento
da válvula principal.
Válvula de controlo direccional de
V.C.D 5/2 Servocoman-
5 vias, 2 posições, com operação
dada
indirecta por piloto.
Válvula de controlo direccional de
5 vias, 3 posições, centro fechado,

V.C.D 5/3 C.F. Servoco- com operação indirecta por piloto.


mandada Duas posições com comando
pneumático e uma terceira,
centrada por mola.
Permitem a passagem livre do fluxo num
Válvulas Bloqueio
só sentido

74
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Permite fluxo livre num sentido e
Válvula de Retenção
bloqueia no oposto.
Abre quando a pressão de entrada
Válvula de Retenção sem Mola
for maior do que a pressão de saída.

Permite fluxo livre num sentido e


Válvula de Retenção com Mola
bloqueia no oposto.

Válvula de Retenção com Controlo Com o controlo por piloto é possível pre-
Pilotado ver:

Fecho da válvula.

Abertura da válvula.

Comunica duas pressões emitidas sepa-


radamente a um ponto comum.
Selector de Circuito, Válvula de
Isolamento, Elemento OU Com pressões diferentes passará a
de maior intensidade numa relação.
Permite a emissão do sinal de saída
Válvula de Simultaneidade quando existirem os dois sinais de
entrada.
No caso de descarga da conexão
de entrada, a utilização é
Válvula de Escape Rápido imediatamente liberada para escape,
permitindo rápida exaustão do ar
utilizado.
Influi na passagem do fluxo,
impondo controlos nas velocidades
Válvula de Controlo de Fluxo
dos conversores de energia ou criando
condições de temporização.
Válvula de Controlo de
Fluxo Fixo

Válvula de Controlo de Fluxo Variá- Símbolo simplificado (não indica o méto-


vel do de controlo).

Com Controlo Manual

75
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Com Controlo Mecânico e
Retorno por Mola
Permite passagem livre numa direc-
Controlo Unidireccional ção
e restringe na oposta.
Influem ou são influenciadas pela
pressão. São representadas com
um quadro de comando, e no inte-
rior
Válvulas de Controlo de Pressão
uma flecha, complementando-se
com os elementos de controlo
interno.
Válvulas de Controlo de Pressão Símbolos genéricos.

Normalmente Fechada com 1


Estrangulamento

Normalmente Aberta com 1


Estrangulamento

Normalmente Fechada com 2


Estrangulamentos

A pressão de entrada é controlada


pela abertura do orifício de exaustão
Válvula de Segurança Limitadora
de Pressão ou de Alívio para a atmosfera, contra a força
opositora (por ex.: mola).
A pressão de entrada é limitada
Com Controlo Remoto ou Pilo- contra a correspondente
tada por Comando à Distância pressão do piloto de controlo remo-
to.
A pressão de entrada é limitada a
Limitador Proporcional (Válvula um valor proporcional à pressão de
de Descarga)
pilotagem.

Quando a pressão de entrada vence


a força opositora de mola, a válvula
Válvula de Sequência é aberta, permitindo fluxo para o
orifício
de saída (utilização).

76
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Permite obter variações em relação à
pressão de entrada. Mantém a
pressão secundária substancialmente
Válvula Reguladora ou Redutora de
Pressão constante, independente das
oscilações na entrada (acima do
valor regulado).

Válvula Reguladora de Pressão


sem Escape

O valor da pressão de saída está em


Válvula Reguladora de Pressão função da
Comandada por Controlo Remoto
pressão piloto.

Válvula Reguladora de Pressão


com Escape

Válvula Reguladora de Pressão O valor da pressão da saída está em


Escape e Comando por Controlo função da pressão do controlo pilota-
Remoto do.

Robinet de Isolamento ou
Válvula de Fechamento
Transmissão de Energia e Condicio-
namento
Fonte de Energia

Fonte de Pressão (Alimentação) Símbolo geral simplificado

Fonte de Pressão Hidráulica

Fonte de Pressão Pneumática

Motor Eléctrico

Motor Térmico

Linhas de Fluxo e Conexões


Linhas de Fluxo

77
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Linha de Trabalho de Retorno,
de Alimentação

Linha de Pilotagem

Linha de Dreno ou Escape

Tubo Flexível Usado em partes com movimentos

Linha Eléctrica

Cruzamento de Linhas Não conectado.

Junção de Linhas

Sangria de Ar

Orifícios de Escape ou de
Exaustão
Escape não canalizado, livre, não
Não Provido para Conexão
conectável
Escape canalizado, rosqueado.
Provido para Conexão Sobre equipamentos ou linhas para
tomada de medição.
Os tubos de conexão são representa-
Tomada de Potencial dos
na posição central.
As operações com as posições são
reduzidas e imaginadas deslocando-se
Plugado ou Bloqueado
os quadrados sobre o quadro
dotado de conexões.
Sobre equipamentos ou linhas para
Com Conexão
tomada de medição.
Acoplamento de Acção Rápida
(Engate Rápido)
Conectado - Sem Válvula de
Retenção com Abertura Mecâni-
ca

78
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

Desconectado

Conectado - Com Dupla Reten-


ção
e com Abertura Mecânica

Desconectado

Conectado - Com Única Reten-


ção
e um Canal Aberto

Desconectado

Conexão Rotativa (União Rotati- União entre linhas permitindo


va) movimento angular em serviço.

Com 1 via

Com 2 vias

Elimina o ruído causado pelo ar


Silenciador comprimido quando colocado em
exaustão.
Geralmente representado
Reservatório
na horizontal.
Separador de água
Com Operação Manual
"Dreno Manual"

Com Drenagem Automática

Equipamento que seca o ar


Secador comprimido, por refrigeração,
absorção ou adsorção.
Representação geral, elimina as
impurezas e auxilia na
Filtro remoção parcial da humidade con-
tida
no ar comprimido.

79
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

Com Dreno Manual

Com Dreno Automático

Pequena quantidade de óleo lubrifi-


cante
é adicionada ao ar quando
Lubrificador
este passa pelo lubrificador. Evita o
desgaste prematuro dos componen-
tes.
Consiste em filtro, válvula reguladora
de pressão com manómetro e
Unidade de Condicionamen-
lubrificador. É a última estação de
to
preparação do ar, antes de realizar
o trabalho.

Símbolo detalhado.

Símbolo simplificado.

Aparelho utilizado para aquecimento


Trocador de Calor ou resfriamento de fluido em
circulação.
Aparelho que controla a temperatura
do fluido, mantendo-a entre dois
Controlador de Temperatura valores predeterminados. As setas
indicam, simbolicamente, a introdução
ou dissipação do calor.
As setas no losango representam,
Ventilador
simbolicamente, a evacuação de calor.
Sem representação das linhas de
fluido refrigerante.

Com representação das linhas de


fluido refrigerante

80
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


As setas do losango indicam, simbolicamen-
Aquecedor te,
a introdução de calor.
Mecanismo de Controlo -
Comandos
Componentes Mecânicos
A seta simboliza a direcção de
Eixo Rotativo
rotação.

Em Uma Direcção

Em Várias Direcções

Colocado quando um aparelho é


bloqueado numa posição e sentido
Dispositivo de Trava
determinado.
* Símbolo do meio de accionamento.
Mecanismo de Articulação

Simples

Com Alavanca Transversal

Com Fulcro Fixo

Mantém em posição sistemática um


Trava equipamento (Válvula Direccional,
por exemplo).
Os símbolos que representam o meios de
accionamento, incorporados
aos símbolos dos equipamentos de
controlo, devem ser colocados sobre
Meios de Comando
Accionamento o quadrado adjacente. Para equipamentos
com diversos quadrados
de actuação, o accionamento é efectivado
pelo quadrado adjacente.

81
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Accionamentos Manuais (Controlos Símbolo geral (sem indicação do tipo de
Musculares) accionamento).

Por Botão

Por Alavanca

Por Pedal

Accionamentos Mecânicos

Por Came, Apalpador ou Pino

Por Mola

Por Rolete

Por Rolete Operando Somente em


um Sentido

Accionamentos Eléctricos

Por Solenóide

Por Solenóide

Por Motor Eléctrico

Accionamentos Pneumáticos por


Aplicação ou Alívio de Pressão
Accionamento Directo

Por Aplicação de Pressão (Piloto


Positivo)

Por Alívio de Pressão (Piloto


Negativo por Despressurização)

82
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo

No símbolo, o rectângulo maior representa


Por Diferencial de Áreas
o sinal prioritário.

Accionamento Indirecto ou
Prévio

Por Alívio de Pressão

As passagens de comando estão


Parte de Controlo Interno
situadas no interior da válvula.

Accionamentos Combina-
dos
O piloto da válvula direccional é
interno.
Por Solenóide e Piloto
Quando o solenóide é energizado, o
Positivo
piloto causa o accionamento por
pressurização.

Por Solenóide e Piloto o piloto é


Negativo despressurizado.

Por Botão e Piloto Positivo

O piloto da válvula é accionado pelo sole-


nóide, causando pressurização
Por Solenóide e Piloto interna. Com a falta de energia
Positivo ou Botão
eléctrica, o accionamento pode ser
efectuado pelo botão.

Por Solenóide e Piloto


Causando despressurização.
Negativo ou Botão

Por Solenóide e Piloto ou


Botão Trava

A válvula pode ser accionada, independen-


temente,
Por Solenóide ou Piloto
Positivo por qualquer um
dos accionamentos.

83
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Denominação Aplicação Símbolo


Mantém a válvula na sua posição
Centralizações central ou neutra, após a acção dos
accionamentos ser eliminada.

Centralização por Ar Comprimido

Centralização por Mola

Símbolo explicativo para outros


Símbolo Geral
tipos de accionamentos.
Equipamentos Suplementares
Instrumentos de Medição
Medição de Pressão A posição da conexão em relação
Manómetro e Vacuómetro ao círculo é indiferente

Medição de Temperatura A posição da conexão em relação


Termómetro ao círculo é indiferente.

Medição de Fluxo

Medidor de Fluxo

Medidor Integral de Fluxo


(Acumulativo)
Outros Equipamentos

Pressostato

84
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

7. ESQUEMAS FUNCIONAIS
Circuito - 01

Comandar um Cilindro de Simples Acção (Comando Directo).

85
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Circuito - 02

Comandar um Cilindro de Simples Acção Utilizando uma Válvula Simples Piloto


(Comando Indirecto).

Circuito - 03

Comandar um Cilindro de Simples Acção Utilizando uma Válvula Duplo Piloto.

86
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Circuito - 04

Comandar um Cilindro de Simples Acção de Dois Pontos Diferentes e Indepen-


dentes (Utilizar Elemento OU).

Circuito - 05

Comandar um Cilindro de Simples Acção Através de Accionamento Simultâneo de


Duas Válvulas Accionadas por Botão (Comando Bimanual, Utilizar Elemento E).

87
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Circuito - 6

Comando Indirecto de um Cilindro de Dupla Acção, Utilizando uma Válvula


Duplo Piloto e com Controlo de Velocidade do Cilindro.

Circuito - 7

Comando de um Cilindro de Dupla Acção com Avanço Lento e Retorno Acele-


rado.

88
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Circuito - 8

Comando de um Cilindro de Dupla Acção, com Ciclo Contínuo Utilizando uma


Válvula Botão Trava e Controlo de Velocidade.

89
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

8. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO
8.1. LUBRIFICAÇÃO

A lubrificação desempenha um papel muito importante ao reduzir


os desgastes, já que os lubrificantes aumentam o tempo de vida
das vedações e de todo o equipamento pneumático.

O funcionamento adequado dos circuitos depende da correcta instalação o que


pode ser conseguido através de certas precauções, tais como:

 Efectuar a limpeza de toda a canalização, através da passagem for-


çada de ar, antes de se ligar qualquer válvula ou cilindro;
 Proteger convenientemente as válvulas contra calor excessivo, poeira,
elementos corrosivos e pancadas;
 Evitar estrangulamento desnecessário da tubulação;
 Verificar se a tensão da bobina é a mesma da rede;

Colocar o sistema em funcionamento com excesso de óleo, até se notar uma


neblina a sair dos escapes, e depois regular então o nível do óleo no lubrificador.

90
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

8.2. CUIDADOS BÁSICOS

Os equipamentos pneumáticos em funcionamento necessitam de


alguns cuidados para que um pequeno defeito não os prejudique
gravemente.

As principais observações que devem ser feitas são as seguintes:

 Verificação diária do nível do óleo nos lubrificantes e nunca deixando


faltar este;
 Verificar se todos os equipamentos estão bem fixos;
 Eliminar de qualquer fuga de ar, pois este defeito implica consumo de
ar desnecessário e queda de pressão;
 Drenagem diária dos filtros para evitar a sua saturação;
 Manter sempre que possível, os equipamentos limpos e protegidos
contra impurezas, pancadas e elementos corrosivos.

Temos ainda outros cuidados que podem evitar manutenções correctivas, tam-
bém chamados de cuidados preventivos, que podem ser tomados na monta-
gem e desmontagem dos equipamentos.

Alguns dos principais cuidados a serem tomados envolvem:

 A escolha de um lugar limpo e livre de poeira para a desmontagem da


válvula ou cilindro;
 Limpeza perfeita de todas as peças antes que sejam montadas;
 Lubrificação de todas as peças, antes da montagem;
 Exame cuidadoso dos acabamentos das superfícies antes de mon-
tarmos os equipamentos;
 Utilizar martelos de plástico ou borracha, para prevenir possíveis
danos;

Válvulas com operação manual:

 Se a válvula tiver pés para montagem, devemos colocá-los sobre


superfícies planas;
 Devemos instalar a válvula de forma que o actuador esteja pronta-
mente acessível ao operador;

91
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Devemos instalar a válvula de forma que ela não esteja sujeita a jactos
quentes, pois o calor extremo produz um efeito nocivo;
 Devemos instalar a válvula de forma que ela não fique coberta de
sujidade;
 Devemos fazer as ligações com os orifícios da válvula de forma que
não haja fugas;
 Devemos instalar as válvulas de forma que se possam ser facilmente
acessíveis ao operador;
 Devemos certificar-nos que a sujidade não entrou nas válvulas antes
de serem operadas.

Válvulas com operação mecânica:

 A válvula deve ser montada numa boa superfície plana, colocando os


parafusos de montagem uniforme e firmemente;
 Devemos certificar-nos que a válvula está limpa antes de a instalarmos;
 Devemos instalar a válvula de forma que funcione melhor na disposi-
ção dos tubos, ou seja, eliminar possíveis curvas na canalização;
 Devemos certificar-nos que todas as conexões de canos estão aper-
tadas;
 Devemos verificar os disparos mecânicos para saber se estão no ali-
nhamento adequado;
 Devemos lubrificar os mecanismos de actuação e certificar de que
funcionam livremente.

8.3. MANUTENÇÃO DO REGULADOR

Na manutenção do regulador devemos ter especial atenção aos seguintes fac-


tores:

 Devemos limpar o regulador com panos macios e que não soltem far-
rapos;
 Devemos utilizar apenas querosene para a lavagem;
 Verificar se existem obstruções na tela do filtro interior;
 Verificar a face de borracha do disco, para ver se esta tem marcas e
está fora da sua posição e procedendo com a substituição de todo o
conjunto perante este facto;
 Verificar a extremidade da haste, para ver se esta se encontra arra-
nhada ou marcada e procedendo com a substituição perante esta
situação;

92
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Verificar o orifício central do diafragma, para ver se este apresenta


resíduos de impurezas e em caso de estar marcado ou mastigado,
proceder com a devida substituição;
 Verificar o diafragma, para ver se este apresenta rachas, e proceder
com a substituição perante este problema;
 Verificar se o parafuso de compressão da mola se encontra na posi-
ção devida e em bom estado.

8.4. INSTALAÇÃO DOS COMPRESSORES

Na instalação de um compressor devem ser considerados os seguintes princípios:

 Devemos colocá-los em locais limpos, para que os filtros possam tra-


balhar com eficiência;
 Quanto mais seco o ar ambiente for melhor para o compressor, afim
de que a quantidade de água condensada seja mínima;
 Devemos assegurar que o local tem a circulação suficiente de ar, para
manter o compressor e o ar comprimido arrefecidos;
 Podemos captar o ar até uma certa distância, na ordem dos 30m,
mas tendo sempre o cuidado que esta captação está protegida das
intempéries;
 O compressor deve ser colocado num local de fácil acesso e bem
apoiado sobre uma base;
 Devemos também assegurar-nos que estes equipamentos são colo-
cados junto dos pontos onde vão ser utilizados, uma vez que quanto
maior esta distância maior serão as perdas por pressão ao longo da
linha;
 A linha deve ter um comprimento que permita o arrefecimento, no
local onde for necessário condensar a humidade do ar;
 Nas canalizações devemos evitar curvas e conexões, porque causam
perda de pressão;
 Ainda para o arrefecimento do compressor, devemos assegurar-nos
que a polia de ventilação é montada com uma distância de 50cm da
parede;
 Devemos verificar o valor do motor e certificar-nos de que o valor da
linha de entrada coincide com este valor;
 Tanto o motor como todos os equipamentos eléctricos devem ser
ligados por pessoal responsável para o efeito;
 Antes de ligarmos o motor, devemos verificar o óleo lubrificante e
colocar mais quantidade se for necessário;

93
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Depois de ligarmos o motor, devemos verificar se o motor roda com o


sentido correcto;
 Atendendo ao local onde o compressor é aplicado, podemos dotá-lo
de um silenciador, de forma a diminuir o barulho que este provoca.

94
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

9. HIDRÁULICA – GENERALIDADES
Tal como vimos na pneumática, também na hidráulica tratamos de várias áreas,
para os processos industriais, com a combinação de várias áreas de transmis-
são de energia, como:

Mecânica
Eléctrica
Electrónica
Pneumática
Hidráulica

A palavra hidráulica surge da palavra hidro, que significa água. Portanto, a


hidráulica trata de todas as leis e comportamentos relativos à água ou outro
fluido. Podemos também dizer que a hidráulica estuda as características dos
fluidos sob pressão.

9.1. FLUÍDOS HIDRÁULICOS

Como já sabemos, também os líquidos são formados por molécu-


las. Estas existem na constituição dos líquidos em constante
movimento, atribuindo a estas formas não rígidas.
A este movimento dá-se também o nome de energia molecular.

95
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Tanto os líquidos como os gases não têm formas próprias e adquirem a forma
do espaço onde estão inseridos. Como as moléculas possuem movimento,
estes adaptam-se à forma do espaço, mas ficam sempre em movimento.

O fluido hidráulico é o elemento vital de um sistema hidráulico industrial, é este


que faz a transmissão de energia. O fluido mais comum é à base de petróleo, os
aditivos dão ao óleo características que o tornam apropriado para o uso em
sistemas hidráulicos.

A grande desvantagem do petróleo tem a ver com as propriedades inflamáveis


que este tem e devido a este facto desenvolveram-se quatro tipos de fluido
resistentes ao fogo, que podemos ver na tabela 7.

Tabela 7. Fluidos resistentes ao fogo

Emulsão de óleo Esta mistura pode variar entre 1% de óleo e 99% de água a 40% de
em água óleo e 60% de água
Emulsão de água
Esta mistura tem 40% de água e 60% de óleo
em óleo
Fluido de água- O glicol é um anticongelante e a mistura é de 60% de glicol e 40% de
glicol água
Consistem de ésteres de fosfato, hidrocarbonatos clorados ou mistura
Sintético
dos dois com fracções de petróleo

9.1.1. ÍNDICE DE VISCOSIDADE

O índice de viscosidade é um número que indica como um fluido varia em vis-


cosidade quando a temperatura muda. Um fluido com um alto índice de visco-
sidade mudaria relativamente pouco com a temperatura. A maior parte dos sis-
temas hidráulicos industriais requer um fluido com um índice de viscosidade de
90 ou mais.

9.1.2. RESERVATÓRIOS HIDRÁULICOS

Os reservatórios têm como função armazenar o fluido do sistema.


Quando os fluidos retornam ao reservatório vai ser criada uma
zona de repouso onde as impurezas sedimentam, o que dissipa o
calor para as paredes do reservatório.

Todas as linhas de retorno devem estar localizadas abaixo do nível do fluido e


no lado do deflector oposto à linha de sucção.

96
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Os reservatórios hidráulicos são constituídos por:

 Quatro paredes de aço;


 Uma base abaulada;
 Um topo plano com uma placa de apoio;
 Quatro pés;
 Linhas de sucção, retorno e drenos;
 Indicador de nível de óleo;
 Tampa para respiradouro e enchimento;
 Tampa para limpeza e placa deflectora.

97
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

10. BOMBAS HIDRÁULICAS. CLASSIFICAÇÃO E


FUNCIONAMENTO

As bombas hidráulicas são os equipamentos que convertem a


energia mecânica em energia hidráulica.
O vácuo que é criado na entrada da bomba pela acção mecânica,
vai forçar o fluido a percorrer o sistema pela abertura de descarga.

As bombas são classificadas em dois tipos:

 Hidrodinâmicas (são bombas de deslocamento não-positivo, usadas


para transferir fluidos e cuja única resistência é a criada pelo peso do
fluido e pelo atrito);
 Hidrostáticas (são bombas de deslocamento positivo, que fornecem
determinada quantidade de fluido a cada rotação ou ciclo).

As bombas são definidas segundo a sua capacidade de pressão máxima de


operação e pelo seu deslocamento, em litros por minuto, numa determinada
rotação por minuto.

10.1. RELAÇÕES DE PRESSÃO

A faixa de pressão de uma bomba é determinada pelo fabricante, baseada na


vida útil da bomba. Se uma bomba for operada com pressões superiores às
estipuladas pelo fabricante, a sua vida útil será reduzida.

98
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

10.2. DESLOCAMENTO

O deslocamento é o volume de líquido transferido durante uma rotação e é


equivalente ao volume de uma câmara multiplicado pelo número de câmaras
que passam pela porta de saída da bomba, durante uma rotação da mesma.

O deslocamento é expresso em centímetros cúbicos por rotação e a bomba é


caracterizada pela sua capacidade nominal, em litros por minuto.

10.3. CAPACIDADE DE FLUXO

A capacidade de fluxo pode ser expressa pelo deslocamento ou pela saída, em


litros por minuto.

10.4. EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA

As bombas deslocam quantidades de fluido equivalentes ao deslocamento em


cada ciclo, isto em termos teóricos. Na prática, o deslocamento é menor, devi-
do a fugas internas.

Quanto maior a pressão, maior será a fuga da saída para a entrada da bomba
ou para o dreno, o que reduzirá a eficiência volumétrica.

A eficiência volumétrica é igual ao deslocamento real dividido pelo deslocamen-


to teórico em percentagem e pode ser calculada por:

deslocamento real
Ev  100%
deslocamento teórico

Por exemplo, uma bomba a 70kgf/cm2 de pressão deve deslocar


40 litros de fluido por minuto e desloca apenas 36 litros por minu-
to, a sua eficiência volumétrica, nessa pressão é de 90%. Efec-
tuando os cálculos.
36
Ev   100%  90%
40

99
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

10.5. BOMBAS DE ENGRENAGEM

A bomba de engrenagem consiste em:

 Uma carcaça com orifícios de entrada e de saída;


 Um mecanismo de bombeamento composto de duas engrenagens.

Uma das engrenagens, a engrenagem motora, é ligada a um eixo que é conec-


tado a um elemento accionador principal e a outra engrenagem é a engrenagem
movida.

No lado da entrada, os dentes das engrenagens desengrenam, o fluido entra na


bomba, sendo conduzido pelo espaço existente entre os dentes e a carcaça,
para o lado da saída onde os dentes das engrenagens engrenam e forçam o
fluido para fora do sistema.

As bombas de engrenagem podem ser:

 Bomba de engrenagem externa;


 Bomba de engrenagem interna;
 Bombas de dupla engrenagem;
 Bombas de palheta.

10.5.1. BOMBA DE ENGRENAGEM EXTERNA

A bomba de engrenagem externa é uma bomba em que ambas as engrenagens


têm dentes nas suas circunferências externas. Existem três tipos destas bombas:

 De dentes rectos;
 Helicoidais;
 Espinha de peixe.

10.5.2. BOMBA DE ENGRENAGEM INTERNA

A bomba de engrenagem interna é uma bomba cujos dentes engrenam na cir-


cunferência interna da engrenagem maior, ou seja, possui uma engrenagem
motora interna e outra externa, em que a interna será posta a trabalhar e irá
influenciar a outra engrenagem, para entrar também em movimento.

O tipo mais comum é a bomba tipo Gerotor.

100
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

10.5.3. BOMBAS DUPLAS DE ENGRENAGEM

Vantagens:

 Eficiente, projecto simples;


 Excepcionalmente compacta e leve para a sua capacidade;
 Eficiente à alta pressão de operação;
 Resistente aos efeitos de cavitação;
 Alta tolerância à contaminação dos sistemas;
 Resistente em operações a baixas temperaturas;
 Construída com mancal de apoio no eixo;
 Compatibilidade com vários fluidos.

10.5.4. BOMBAS DE PALHETA

As bombas de palheta produzem uma acção de bombeamento, fazendo com


que as palhetas acompanhem o contorno de um anel ou carcaça.

O mecanismo de bombeamento de uma bomba de palheta consiste de:

 Rotor;
 Palhetas;
 Anel;
 Uma placa de orifício com aberturas de entrada e saída.

10.6. BOMBAS DE PISTÃO

As bombas de pistão geram uma acção de bombeamento, fazendo com que os


pistões se alterem dentro de um tambor cilíndrico.

O mecanismo de bombeamento de uma bomba de pistão consiste de:

 Um tambor de cilindro;
 Pistões com sapatas;
 Placa de deslizamento;
 Sapata;

101
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Mola de sapata;
 Placa de orifício.

Estas bombas podem ser:

 Pistão axial de volume variável;


 Pistão axial de pressão compensada;
 Pistão axial reversível;
 Pistões radiais.

10.6.1. BOMBAS DE PISTÃO AXIAL DE VOLUME VARIÁVEL

O deslocamento da bomba de pistão axial é determinado pela


distância que os pistões são puxados para dentro e empurrados
para fora do tambor do cilindro.

 Com a placa de deslizamento posicionada num ângulo grande, os


pistões executam um curso longo dentro do tambor do cilindro.
 Com a placa de deslizamento posicionada num ângulo pequeno, os
pistões executam um curso pequeno dentro do tambor do cilindro.

10.6.2. BOMBAS DE PISTÃO AXIAL DE PRESSÃO COMPENSADA

As bombas de pistão axial podem também ser feitas com pressão


compensada.

A placa de deslizamento das bombas está conectada a um pistão que sente a


pressão do sistema. Há ausência de fluxo no sistema.

102
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

10.6.3. BOMBAS DE PISTÃO AXIAL REVERSÍVEL

Nas bombas de pistão axial reversível os orifícios podem ser tanto o orifício de
entrada como o de saída, dependendo do ângulo da placa de deslizamento.

10.6.4. BOMBAS DE PISTÕES RADIAIS

Nas bombas de pistões radiais, o conjunto gira em torno de um pivot estacioná-


rio por dentro de um anel ou rotor. Conforme vai girando, a força centrífuga faz
com que os pistões sigam o controlo do anel, que é excêntrico em relação ao
bloco de cilindros.

103
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11. VÁLVULAS, ACTUADORES E ACESSÓRIOS


11.1. MANÓMETRO

Como já sabemos, o manómetro é um aparelho que mede a pressão. Existem


dois tipos de manómetros utilizados nos sistemas hidráulicos:

 Bourdon (igual ao que vimos na pneumática);


 Núcleo móvel.

11.1.1. DE NÚCLEO MÓVEL

O manómetro de núcleo móvel consiste num núcleo ligado ao sistema de pressão,


uma mola de retracção, um ponteiro e uma escala graduada em kgf/cm2 ou psi.

Ao aumentarmos a pressão, o núcleo vai ser empurrado contra a mola de


retracção, este movimento vai provocar o movimento do ponteiro que está liga-
do ao núcleo e registar o valor da pressão.

Estes manómetros duram muito e são muito económicos..

104
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.2. TROCADORES DE CALOR

Como também acontecia nos sistemas pneumáticos, os sistemas


hidráulicos também aquecem, o que pode levar ao desgaste dos
componentes incorporados no sistema.

Isto pode acontecer quando os reservatórios não forem grandes o suficiente


para manterem os fluidos em temperaturas normais. Nestes casos os fluidos
vão aquecer bastante e devemos usar os trocadores de calor.

Os modelos mais comuns são água-óleo e ar-óleo.

Temos os trocadores de calor:

 O ar (o fluido é bombeado através de tubos aletados e são utilizados


onde a água não está disponível);
 A água (feixe de tubos encaixados num invólucro metálico).

11.3. FILTROS HIDRÁULICOS

Os fluidos hidráulicos também contêm uma certa quantidade de


contaminantes. Neste caso o filtro não consegue contornar este
problema e aumentar a acção da máquina, pois estas vão estar
sujeitas a falhas.

A contaminação causa problemas nos sistemas hidráulicos porque interfere no


fluido, que tem quatro funções:

 Transmitir energia;
 Lubrificar peças internas que estão em movimento;
 Transferir calor;
 Vedar folgas entre peças em movimento.

105
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O filtro é a protecção para o componente hidráulico, mas como


estes são muito dispendiosos, coloca-se apenas estes nos pontos
essenciais do sistema.

Como tipos de filtros temos:

 Filtros de sucção (de sucção interno e de sucção externo);


 Filtro de pressão;
 Filtro de linha de retorno;
 Filtro duplex;
 Filtro Off-line.

11.3.1. FILTRO DE SUCÇÃO INTERNO

Vantagens:

 Protegem a bomba da contaminação do reservatório;


 Por não terem carcaça são filtros baratos.

Desvantagens:

 São de difícil manutenção, especialmente se o fluido está quente;


 Não possuem indicador;
 Podem bloquear o fluxo de fluido e prejudicar a bomba se não estive-
rem dimensionados correctamente, ou se não conservados adequa-
damente;
 Não protegem os elementos do sistema das partículas geradas pela
bomba.

11.3.2. FILTRO DE SUCÇÃO EXTERNO

Vantagens:

 Protegem a bomba da contaminação do reservatório;


 Indicador mostra quando o elemento está sujo;

106
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Podem ser trocados sem a desmontagem da linha de sucção do


reservatório.

Desvantagens:
 Podem bloquear o fluxo de fluido e prejudicar a bomba se não estive-
rem dimensionados correctamente, ou se não conservados adequa-
damente;
 Não protegem os elementos do sistema das partículas geradas pela
bomba.

11.3.3. FILTRO DE PRESSÃO

Vantagens:
 Filtram partículas muito finas visto que a pressão do sistema pode
impulsionar o fluido através do elemento;
 Pode proteger um componente específico contra o perigo de conta-
minação por partículas.

Desvantagens:
 A carcaça de um filtro de pressão deve ser projectada para alta pressão;
 São caros porque devem ser reforçados para suportar altas pressões,
choques hidráulicos e diferencial de pressão.

11.3.4. FILTRO DE LINHA DE RETORNO

Vantagens:

 Retém contaminação no sistema antes que ela entre no reservatório;


 A carcaça do filtro não opera sob pressão plena de sistema, por esta
razão é mais barata do que um filtro de pressão;
 O fluido pode ter filtragem fina, visto que a pressão do sistema pode
impulsionar o fluido através do elemento.

Desvantagens:

 Não há protecção directa para os componentes do circuito;


 Em filtros de retorno, de fluxo pleno, o fluxo que surge da descarga
dos cilindros, dos actuadores e dos acumuladores pode ser conside-
rado quando dimensionado;
 Alguns componentes do sistema podem ser afectados pela contra-
pressão gerada por um filtro de retorno.

107
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.4. TUBAGENS

As linhas flexíveis para condução de fluidos são necessárias na


maior parte das instalações onde a compensação de movimento e
absorção de vibrações se fazem presentes.

Um exemplo típico de linhas flexíveis são as mangueiras, cuja aplicação visa


atender a três propostas básicas:

 Conduzir fluidos líquidos ou gases;


 Absorver vibrações;
 Compensar e/ou dar liberdade de movimentos.

Basicamente todas as mangueiras consistem em três partes construtivas:

 Tubo interno ou alma da mangueira (construída de material flexível e de


baixa porosidade e termicamente estável com fluido a ser conduzido);
 Reforço ou carcaça (é o reforço que determina a capacidade da man-
gueira suportar pressões);
 Cobertura ou capa (protege o reforço contra eventuais agentes exter-
nos que provoquem abrasão ou danificação do reforço.

As especificações construtivas das mangueiras permitem ao usuário enquadrar


o produto escolhido dentro dos seguintes parâmetros de aplicação:

 Capacidade de pressão dinâmica e estática de trabalho;


 Temperatura mínima e máxima de trabalho;
 Compatibilidade química com o fluido a ser conduzido;
 Resistência ao meio ambiente de trabalho contra a acção dos raios
ultravioleta, calor irradiante, chama viva, etc.;
 Vida útil das mangueiras em condições dinâmicas de trabalho (impul-
se-test);
 Raio mínimo de curvatura.

108
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.5. VÁLVULAS

As válvulas servem para controlar a pressão, a direcção ou o volu-


me de um fluido nos circuitos hidráulicos.

As válvulas de controlo de pressão são aquelas mais utilizadas em sistemas


hidráulicos e são utilizadas para:

 Limitar a pressão máxima de um sistema;


 Regular a pressão reduzida em certas partes dos circuitos;
 Outras actividades que envolvem mudanças na pressão de operação.

São classificadas de acordo com o tipo de conexão, pelo tamanho e pela faixa
de operação.

11.5.1. VÁLVULAS DE CONTROLO DE PRESSÃO

Estas válvulas podem assumir várias posições, entre os limites de


totalmente fechada e totalmente aberta.

Estas válvulas segundo as suas funções podem dividir-se cinco grupos, como
temos na tabela 8.

Tabela 8. Grupos de válvulas segundo as suas funções.

Válvulas de controlo de pressão normalmente fechado que limita a


Válvula de segurança
pressão
Válvula normalmente fechada que faz com que uma operação ocor-
Válvula se sequência
ra antes da outra
Válvula normalmente fechada operada remotamente, que dirige o
Válvula de descarga
fluxo para o tanque de pressão
Válvula redutora de
Válvula normalmente fechada que reduz a pressão
pressão
Válvula de Válvula normalmente fechada que equilibra um peso, como o da
contrabalanço prensa

109
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.5.2. VÁLVULAS DE CONTROLO DIRECCIONAL

As válvulas de controlo direccional são constituídas por:

 Um corpo com passagens internas que são conectadas e desconec-


tadas por uma parte móvel (parte móvel é o carretel).

11.5.2.1. Identificação de uma válvula de controlo direccional

As válvulas de controlo direccional são representadas nos circuitos


hidráulicos através de símbolos gráficos.

Para identificação da simbologia devemos considerar:

 Número de posições;
 Número de vias;
 Posição normal;
 Tipo de accionamento.

11.5.2.2. Número de posições

As válvulas são representadas graficamente por quadrados.

O número de quadrados unidos representa o número de posições ou manobras


distintas que uma válvula pode assumir.

110
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.5.2.3. Número de vias

O número de vias de uma válvula de controlo direccional corresponde ao núme-


ro de conexões úteis que uma válvula pode possuir.

Nos quadrados representativos de posição podemos encontrar vias de passa-


gem, vias de bloqueio ou a combinação de ambas.

Para fácil compreensão do número de vias de uma válvula de controlo direccio-


nal podemos também considerar que:

= Passagem = 02 vias

T = Bloqueio = 01 via

11.5.2.4. Válvula direccional de 2/2 vias

Uma válvula direccional de 2 vias consiste de duas passagens que são conec-
tadas e desconectadas.

111
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.5.2.5. Válvula direccional de 3/2 vias

Uma válvula de 3 vias consiste de três passagens dentro de um corpo de válvu-


la, via de pressão, via de tanque e uma via de utilização.

11.5.2.6. Válvula direccional de 4/2 vias

A função de uma válvula direccional de 4 vias é causar o movimento de rever-


são de um cilindro ou de um motor hidráulico.

11.5.3. VÁLVULAS DE RETENÇÃO

Figura 33. Válvulas de retenção

As válvulas de retenção são aparentemente pequenas quando


comparadas a outros componentes hidráulicos, mas elas são
componentes que servem a funções muito variadas e importantes.

Uma válvula de retenção consiste de:

 Corpo da válvula;
 Vias de entrada e saída;
 Um assento móvel que é preso por uma mola de pressão.

O assento móvel pode ser um disco ou uma esfera, mas nos sistemas hidráuli-
cos, na maioria das vezes, é uma esfera.

O fluido passa pela válvula apenas numa direcção, quando a pressão do siste-
ma na entrada for muito alta, o suficiente para vencer a mola que segura o
assento, este é deslocado para trás.

112
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.5.4. VÁLVULAS CONTROLADORAS DE CAUDAL

A função destas válvulas é reduzir o fluxo da bomba numa linha do


circuito. Estas válvulas são aplicadas em sistemas onde queremos
obter um controlo da velocidade de determinados actuadores,
diminuindo o fluxo que passa pelo orifício.

O orifício é a abertura pequena no curso do fluxo do fluido e é afectado por três


factores:

 Tamanho do orifício;
 Diferencial de pressão através do orifício;
 Temperatura do fluido.

11.5.5. VÁLVULAS DE CARTUCHO

A válvula de cartucho é utilizada quando necessitamos de coman-


dar com segurança grandes caudais e bloquear a passagem versá-
til. Esta válvula consiste de uma válvula de duas vias que depen-
dendo do tipo de montagem, pode ter uma infinidade de funções.

A grande vantagem destas válvulas é o facto de poderem ser montadas dentro


do bloco economizando espaço na máquina.

11.6. ACTUADORES HIDRÁULICOS

Os actuadores hidráulicos são os dispositivos que convertem a


energia de trabalho em energia mecânica.

Estes são dos dispositivos mais importantes no sistema e existem dois tipos:

 Lineares;
 Rotativos.

113
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.6.1. CILINDROS

Os cilindros hidráulicos transformam o trabalho hidráulico em energia mecânica


linear. Estes são constituídos por:

 Uma camisa de cilindro;


 Um pistão móvel;
 Uma haste ligada ao pistão.

11.6.1.1. Força do cilindro

Força
Pr essão 
Área

Para determinarmos a força do cilindro temos que usar a fórmula da pressão.

Normalmente, apenas é dado a conhecer o diâmetro do cilindro e temos que


calcular a área.

Área   diâmetro   0,7854


2

Ou

 D2
Área 
4

Sabendo a área do cilindro, apenas temos que consultar a tabela dada pelo
fabricante, onde para determinadas áreas estão dadas várias forças de avanço
da haste do cilindro.

11.6.1.2. Volume do cilindro

O volume (deslocamento) do cilindro é calculado multiplicando o curso do pis-


tão pela área do pistão.

Volume(cm3 )  Área Pistão  cm 2   Curso  cm 

114
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.6.1.3. Velocidade da haste

A velocidade da haste de um cilindro é determinada pela velocidade com que


um dado volume de líquido pode ser introduzido na camisa, para empurrar o
pistão e pode ser calculada pela fórmula:

Caudal (l / min) 1000


Velocidade(cm / min) 
Área Pistão(cm2 )

11.6.1.4. Actuadores lineares

Os tipos mais comuns de actuadores lineares estão descritos na tabela 9.

Tabela 9. Actuadores lineares

A pressão do fluido é aplicada somente numa direcção para


Cilindros de acção simples
mover o pistão
Cilindro com retorno com
Uma mola recua o conjunto do pistão
mola
Cilindro martelo O elemento móvel tem a mesma área da haste do pistão
A pressão do fluido é aplicada ao elemento móvel em qual-
Cilindro de dupla acção
quer uma das direcções
Cilindro de haste dupla Um pistão simples e uma haste ligada a cada lado
Cilindro telescópico ou de Um arranjo multibular da haste, que prevê um curso longo
múltiplo estágio com uma camisa curta na retracção
Fornece uma força resultante maior quando o diâmetro do
Cilindro duplex contínuo
pistão é limitado
Cilindro duplex Dão capacidade de três posições

11.6.1.5. Actuadores rotativos

Os actuadores rotativos são dispositivos compactos, simples e eficientes. Estes


actuadores são utilizados para:

 Manuseamento de material;
 Máquina ferramenta;
 Maquinaria de borracha e plástico;
 Equipamento móbil;
 Robótica;

115
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Empacotamento;
 Comutação de válvula;
 Indústria múltiplo-processo;
 Marinha comercial/militar;
 Processamento de alimento;
 Fabricação de componentes electrónicos;
 Linhas de transferência.

11.6.1.6. Osciladores hidráulicos

Os osciladores hidráulicos são os responsáveis por converter a


energia hidráulica em movimento rotativo sob um determinado
número de graus.

Este oscilador é um actuador rotativo com um campo giratório limitado.

11.6.1.7. Osciladores de palheta

Os osciladores de palheta são utilizados para várias aplicações industriais e


existe em dois tipos:

 Palheta simples (possui um ângulo de rotação máxima de 280º);


 Palheta dupla (possui um ângulo limitado a 100º).

11.7. MOTORES HIDRÁULICOS

Os motores hidráulicos são dispositivos com funções de transformar a energia


hidráulica em energia mecânica.

Estes motores são constituídos por uma carcaça com conexões de entrada e
saída, e um conjunto rotativo ligado a um eixo. Á medida que o fluido entra na
conexão de entrada, onde a palheta possui uma parte mais exposta à pressão,
que produz uma força sobre o rotor, fazendo este rodar.

116
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

O motor tipo gerotor é um motor de baixa velocidade e alta rotatividade (tor-


que), utilizam o conceito internamente de rotor gerotor, com vantagens constru-
tivas.

11.7.1.1. Torque

O torque é um esforço rotativo e indica que existe uma força presente a uma
dada distância do eixo do motor. O torque é medido em Nm e para passarmos
para Newton temos que multiplicar o peso em kgf por 9,8.

Torque  Força ( kgf )  Disntância ao eixo ( m )

Num motor hidráulico calculamos o troque pela expressão:

Pr essão(kgf / cm2 )  deslocamento(cm / rotação)


Torque(kgfm) 
2 100

11.7.1.2. Velocidade do eixo do motor

A velocidade do eixo do motor pode ser calculada por:

caudal (l / min) 1000


Velocidade do eixo do motor (rpm) 
deslocamento do motor (cm3 / revolução)

11.7.1.3. Potência

O trabalho realizado por unidade de tempo chama-se potência:

 kgfm 
 9,8  watt 
 

11.7.1.4. Potência Mecânica

kgf
s  joule  W
9,8 s

117
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

75kgfm
1CV  735,8W 
s

Pode também ser dado em cavalo-vapor.

Equivalências:
1 cv = 0,986 HP
1 cv = 4500 kgm/mim ou 75 kgm/s
1 cv = 736 W (potência eléctrica)
1 cv = 41,8 BTU/min = 10,52 kcal/s
1 HP = 33000 lb pé por minuto
1 HP = 746 W
1 HP = 42,4 BTU/min

11.7.1.5. Cálculo da potência de cilindros e sistemas

Para calcularmos a potência desenvolvida por um cilindro hidráulico ou o total


do sistema hidráulico temos a seguinte fórmula:

Caudal (l / min)  Pr essão(kgf / cm2 )


CV 
456

11.7.1.6. Cálculo da potência do motor

Para calcularmos a potência desenvolvida por um motor hidráulico temos a


seguinte fórmula:

rpm  torque( kgfm )


Potência (CV ) 
729

A constante 456 dá a relação kgf/cm2, I/min e HP. Para um motor


hidráulico a força da saída é dada pelo torque. A velocidade de
operação do motor é indicada por rpm. A constante 729 dá a rela-
ção entre rpm, torque e potência.

118
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

11.8. ACUMULADORES HIDRÁULICOS

O acumulador hidráulico é um dispositivo que armazena pressão


hidráulica.

Esta pressão é energia potencial, uma vez que ela pode ser transformada em
trabalho e temos três tipos de acumuladores:

 Carregados por peso (que aplicam forças ao liquido, utilizando o peso


de qualquer material comum, como a água acondicionada);
 Carregados por mola (onde o líquido é bombeado para dentro do
acumulador carregado pela mola, a pressão no reservatório é deter-
minada pela taxa de compressão da mola);
 Hidropneumáticos (é o tipo mais utilizado e aplica uma força ao líqui-
do usando um gás comprimido, que age como mola).

Os acumuladores hidropneumáticos estão ainda divididos em:

 Pistão (como o gás ocupa o volume acima do pistão, ficando pressio-


nado, o acumulador ao ficar cheio faz com que a pressão do gás
iguale-se à pressão do sistema);
 Diafragma (o gás ocupa a câmara e o liquido entra na outra);
 Bexiga (a bexiga é enchida com gás comprimido e será fechada por
uma válvula do tipo assento, quando o acumulador estiver vazio).

119
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

12. SIMBOLOGIA HIDRÁULICA


Linha de pressão União de linhas

Linhas cruzadas não


Linha piloto
conectadas

Linha de dreno Direcção de fluxo

Linha de contor-
no.
Reservatório aberto
Delimita um con-
junto de funções à atmosfera
em um único
corpo

Linha terminando abai-


Conector
xo do nível de fluido

Linha terminando aci-


Linha flexível
ma do nível de fluido

Motor rotativo,
Linha sob carga
Deslocamento fixo

120
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Plugue ou cone- Motor rotativo,


xão bloqueada Deslocamento variável

Motor reversível,
Restrição fixa
dois sentidos de fluxo

Restrição variável Motor oscilante

Cilindro de simples
Bomba simples,
acção com retracção
deslocamento fixo
por mola

Bomba simples, Cilindro de acção sim-


deslocamento ples com avanço por
variável mola

Bomba reversível
com dois sentidos Cilindro de dupla acção
de fluxo

Cilindro com
Termómetro
haste dupla

Cilindro com dois


amortecedores Medidor de fluxo
fixos

Cilindro com dois


amortecedores Motor eléctrico
reguláveis

Cilindro telescó-
Acumulador por peso
pico

Eixo com rotação


Acumulador por mola
em único sentido

121
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Eixo com rotação


nos dois sentidos Acumulador por gás
(genérico)
(reversível)

Acumulador por gás


Manómetro
com bexiga

Acumulador por
gás com mem- Pressóstato
brana

Acumulador por Válvula de retenção


gás com pistão sem mola

Válvula de retenção
Filtro
com mola

Aquecedor na Válvula de retenção


linha pilotada para abrir

Regulador de
temperatura sem
representação Válvula de retenção
das linhas de pilotada para fechar
fluxo do meio
refrigerante
Regulador de
temperatura (as
setas indicam que Válvula de retenção
o calor pode ser dupla ou geminada
introduzido ou
dissipado)

Intensificador de
Válvula agulha
pressão

Componente Quatro conexões blo-


básico de válvula queadas

Válvula de passa- Passagem de fluxo


gem única, nor- bloqueada na posição
malmente fechada central

122
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Válvula de passa- Válvula direccional


gem única, nor- duas posições, três
malmente aberta vias

Válvula direccional
Duas conexões
duas posições, quatro
bloqueadas
vias

Válvula direccional, três


Duas direcções
posições, quatro vias
de fluxo
(centro aberto)

Válvula de posiciona-
Duas direcções
mento infinito (indicado
de fluxo interliga-
por barras horizontais
dos
de centro fechado)

Uma direcção de Válvula


fluxo em tandem Desaceleradora nor-
e dois bloqueios malmente aberta

Válvula de segu- Válvula selectora de


rança manómetro simples

Válvula de des- Válvula selectora de


carga com dreno manómetro com
interno controlada manómetro incorpora-
remotamente do

Válvula de controlo
Válvula de direccional 4/2 operada
sequência actua- por pressão através de
da directamente e uma válvula piloto,
drenada externa- comandada por sole-
mente nóide, com retorno de
mola

Válvula de controlo
Válvula redutora
direccional 4/2 (Simpli-
de pressão
ficado)

Válvula de controlo
direccional 4/3 operada
por pressão através de
Válvula de con-
uma válvula piloto,
trabalanço
comandada por sole-
nóide com centragem
por molas

123
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

Válvula de con- Válvula de controlo


trabalanço com direccional 4/3 (Simpli-
retenção integral ficada)

Válvula controla-
dora de fluxo com Por acção muscular
compensação de (símbolo básico, sem
pressão e tempe- indicação do modo de
ratura com reten- operação)
ção integral

Solenóide com uma


Botão
bobina

Solenóide com uma


Alavanca bobina operando pro-
porcionalmente

Pedal Piloto directo

Apalpador ou
Piloto indirecto
came

Mola Solenóide e piloto

Rolete Solenóide ou piloto

Rolete articulado
ou gatilho (ope- Solenóide e piloto ou
rando em um mecânico
único sentido)

124
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13. ESQUEMAS FUNCIONAIS


13.1. TIPOS DE CIRCUITO DE DESCARGA

13.1.1. TIPO 1

Neste circuito obtemos uma pressão alta-máxima, pois a válvula de controlo


direccional não está energizada.

Assim temos a linha de pilotagem da válvula limitadora de pressão bloqueada e


a pressão do fluido é determinada pelo pré-ajuste da válvula de pressão.

125
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.1.2. TIPO 2

Neste circuito obtemos uma pressão intermediária, onde o solenóide B da vál-


vula direccional será energizado.

A linha de pressão da válvula limitadora de pressão será interligada com a linha


de pilotagem da válvula limitadora de pressão.

A pressão do sistema é limitada pela válvula limitadora de pressão remota que,


à distância, controla a válvula limitadora de pressão principal.

13.1.3. TIPO 3

Neste circuito obtemos uma recirculação do fluido, onde o solenóide A é que


está energizado.

A conexão de pilotagem da válvula limitadora de pressão principal será interli-


gada com a linha de retorno para o tanque.

Como o sistema não tem nenhuma resistência, para além da mola que mantém
o carretel na sua posição, temos uma recirculação do fluido no sistema.

126
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.2. CIRCUITO REGENERATIVO AVANÇO

127
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.3. CIRCUITO REGENERATIVO RETORNO

13.4. VÁLVULA LIMITADORA DE PRESSÃO DE DESCARGA


DIFERENCIAL

Um pistão diferencial é montado num furo oposto ao da válvula piloto e teremos


a mesma pressão em cada extremidade do pistão, já que as áreas expostas das
extremidades do piloto são iguais.

128
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.5. CIRCUITO DE DESCARGA DO ACUMULADOR

13.6. CIRCUITO COM APROXIMAÇÃO RÁPIDA E AVANÇO


CONTROLADO

129
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.7. DESCARGA AUTOMÁTICA DA BOMBA

13.8. SISTEMA ALTA-BAIXA

13.9. CIRCUITO DE CONTROLO DE ENTRADA DO FLUXO

130
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.10. CIRCUITO DE CONTROLO DE SAÍDA DO FLUXO

13.11. VÁLVULA DE CONTRABALANÇO

131
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

13.12. CIRCUITO COM REDUÇÃO DE PRESSÃO

13.13. VÁLVULA DE CONTRABALANÇO DIFERENCIAL

13.14. VÁLVULA DE RETENÇÃO PILOTADA

132
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

14. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO


Ao tratarmos de sistemas hidráulicos, sabemos que estamos a trabalhar com
fluidos e tal como no caso dos sistemas pneumáticos em que o gás estava
sujeito a entrar em contacto com as impurezas, também os fluidos estão.

As máquinas podem ter os melhores filtros, mas se estes não forem cuidados e
trocados quando necessário, terão graves problemas nas instalações e gastos
monetários desnecessários. O filtro fica contaminado depois de um dia de tra-
balho e é trocado 29 dias depois, fornecendo fluido não filtrado durante 29 dias.

Existem três métodos para analisar os fluidos:

 Teste da membrana;
 Contador de partículas portátil;
 Análise de laboratório.

O teste de membrana é uma análise visual de uma amostra do fluido. Esta é


analisada por microscópio para cor e conteúdo e comparada com os padrões
ISO.

O contador de partículas é o grande desenvolvimento tecnológico para este


efeito, os contadores de partículas laser são comparáveis a unidades laborato-
riais completas na contagem de partículas menores que a faixa de micronagem
2+. As suas principais características são:

 Precisão;
 Repetição;
 Portabilidade;
 Agilidade.

133
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

A análise de laboratório é uma visão completa da amostra de fluido e oferece os


seguintes testes:

 Viscosidade;
 Número de neutralização;
 Conteúdo da água;
 Contagem de partículas;
 Análise espectrométrica (desgaste dos metais);
 Gráficos de tendência;
 Foto micrográfica;
 Recomendações.

14.1. PROCEDIMENTO PARA AMOSTRAGEM

14.1.1. SISTEMAS COM UMA VÁLVULA DE AMOSTRAGEM

 Operar o sistema pelo menos por meia hora;


 Com o sistema a trabalhar, abrir a válvula de amostragem permitindo
que 200ml a 500ml do fluido se escapem pela conexão da amostra;
 Usando um recipiente com bocal amplo e pré-limpo, remover a tampa
e colocar no fluxo do fluido da válvula de amostragem. Não lavar o
recipiente com a amostra inicial. Não encher o recipiente com mais de
25 mm da borda;
 Fechar o recipiente imediatamente. Depois, fechar a válvula da amos-
tragem (colocar outro recipiente para reter o fluido enquanto remove-
se a garrafa do fluxo da amostra);
 Etiquetar o recipiente com a amostra com os dados: data, número da
máquina, fornecedor do fluido, código do fluido, tipo de fluido e tem-
po decorrido desde a última amostragem.

14.1.2. SISTEMAS SEM UMA VÁLVULA DE AMOSTRAGEM

Amostras no Tanque:

 Operar o sistema por meia hora, no mínimo;

134
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Usar um recipiente com bombeamento manual para extrair a amostra.


O objectivo é obter uma amostra do meio do tanque, evitando o topo
ou o fundo deste, não deixando que o tubo da amostra entre em con-
tacto com as laterais do tanque;
 Colocar o fluido extraído no recipiente apropriado, conforme descrito
no método de válvula de amostragem;
 Fechar imediatamente;
 Etiquetar com as informações descritas no método de válvula de
amostragem.

Amostra da Linha:

 Operar o sistema por meia hora, no mínimo;


 Colocar uma válvula adequada no sistema onde um fluxo turbulento
possa ser obtido ou colocar uma conexão que possa ser facilmente
aberta para providenciar um fluxo turbulento;
 Limpar a válvula ou a ponta da conexão, e abrir a válvula para deixar
vazar adequadamente, direccionando a amostra de volta ao tanque
ou para um recipiente largo;
 Posicionar um recipiente de amostra aprovado debaixo da corrente
de fluxo para os métodos de válvula acima;
 Fechar o recipiente imediatamente;
 Etiquetar com informações importantes conforme o método por válvu-
la de amostragem (de preferência com pressão limitada a 200 pisg (14
bar) ou menos).

135
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

CONCLUSÃO

Características dos sistemas pneumáticos:

 Protecção natural contra explosão;


 Insensível contra influências externas como altas e baixas temperaturas;
 Accionamentos ao serem sobrecarregados;
 Transformação da energia tanto em movimento linear como rotativo;
 Velocidade e força facilmente controlados;
 Energia pode ser transmitida por grandes distâncias;
 Manutenção simples dos componentes devido às construções simples;
 Grande fiabilidade, segurança de operação e durabilidade de accio-
namentos e componentes de comando;
 Necessidade de preparação do ar;
 Perdas por fugas de ar, que reduzem a eficiência económica.

Características dos sistemas hidráulicos:

 Insensível contra influências externas como altas e baixas temperaturas;


 Accionamentos ao serem sobrecarregados;
 Transformação da energia mecânica em energia de trabalho;
 Velocidade e força facilmente controlados;
 Energia pode ser transmitida por grandes distâncias;
 Manutenção simples dos componentes devido às construções simples;
 Grande fiabilidade, segurança de operação e durabilidade de accio-
namentos e componentes de comando;

137
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

 Necessidade de boa manutenção dos fluidos utilizados;


 Perdas por fugas de fluido, que reduzem a eficiência económica.

138
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

RESUMO

 A pneumática é a ciência que estuda o comportamento e as aplica-


ções dos gases, especialmente o ar comprimido, para transformação
e condução de energia.
 O ar comprimido necessita de ser bem preparado para o trabalho,
mas é difícil em pequenas velocidades, o que nos leva a ter que com-
binar esta tecnologia com os instrumentos hidráulicos também.
 O ar existe segundo três variáveis: pressão, volume e temperatura.
 Tanto os gases como os líquidos são substâncias que escoam e por
não possuírem uma forma, assumem a forma do recipiente em que
estão contidos.
 A hidráulica é a ciência que estuda o comportamento e as aplicações
dos fluidos para transformação e condução de energia.
 A hidrostática é a parte da física que estuda o comportamento dos
fluidos sob pressão.
 A hidrodinâmica é a parte da física que estuda os fluidos em movi-
mento causados por um diferencial de pressão entre dois pontos.
 A potência é a medida de uma força que se move através de uma
determinada distância a certa velocidade.
 O fluxo é o movimento do fluído causado por um diferencial de pres-
são entre dois pontos.
 O caudal é a quantidade de fluído que passa em uma determinada
área, numa unidade de tempo. Responsável pela velocidade com que
a carga se movimenta.

139
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

AUTO-AVALIAÇÃO

1. Uma das propriedades do ar comprimido é?

a) A leveza.
b) A difusibilidade.
c) A pressão.
d) Nenhuma das opções.

2. Os dois deslocamentos realizados pelo ar comprimido são:

a) Deslocamento positivo e negativo.


b) Deslocamento positivo e dinâmico.
c) Deslocamento dinâmico e negativo.
d) Nenhuma das opções.

3. Na instalação de um compressor devemos:

a) Instala-lo num local limpo para que o ar ambiente possa deixá-lo traba-
lhar com eficiência.
b) Instala-lo num ambiente com ar húmido afim de que a quantidade de
água condensada seja mínima.
c) Instala-lo num local sem ventilação para evitar as impurezas.
d) Nenhuma das opções.

141
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

4. As válvulas de controlo direccional são:

a) Válvulas dotadas de um êmbolo cilíndrico, metálico e polido.


b) Nenhuma das opções.
c) Válvulas que orientam a direcção do fluxo de ar.
d) Válvulas de funcionamento simples constituídas por um mecanismo de
deslocamento de uma esfera.

5. A válvula de escape rápido é:

a) Uma válvula utilizada para os gases de escape.


b) Uma válvula utilizada para aumentar a pressão no interior da cama do
cilindro.
c) Uma válvula utilizada para diminuir a pressão no interior da câmara do
cilindro.
d) Nenhuma das opções.

6. A válvula de simultaneidade tem ….. orifícios.

a) 4.
b) 2.
c) 3.
d) Nenhuma das opções.

7. A viscosidade é:

a) A propriedade dos fluidos que varia com o caudal.


b) A propriedade dos fluidos que varia com a temperatura.
c) A propriedade dos fluidos que varia com a pressão.
d) Nenhuma das opções.

8. Os filtros de sucção externa:

a) Não protegem a bomba da contaminação do reservatório.


b) Não possuem indicador.
c) Não protegem os elementos do sistema das partículas geradas pela
bomba.
d) São de fácil manutenção.

142
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

9. O acumulador hidráulico é:

a) Um dispositivo que armazena pressão hidráulica.


b) Um dispositivo que armazena energia.
c) Um dispositivo que armazena líquido.
d) Nenhuma das opções.

10. O teste que nos permite fazer a contagem das partículas com precisão é:

a) Teste do contador de partículas.


b) Teste da membrana.
c) Teste da contagem das moléculas.
d) Nenhuma das opções.

143
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

SOLUÇÕES

1. b 2. b 3. a 4. c 5. c

6. c 7. b 8. c 9. a 10. a

145
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Vamos-te deixar com alguns livros muito interessantes, para que possas melho-
rar os teus conhecimentos sobre este tema.

 DRAPINSKI, J. Hidráulica e Pneumática Industrial e Móvel: Elementos


e Manutenção. Manual prático de oficina. São Paulo: McGraw Hill,
1979.
 MACINTYRE, A. J., Instalações Hidráulicas. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1996.
 QUINTELA, A. C., Hidráulica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1981.

146
Unidade didáctica 7
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

BIBLIOGRAFIA

 BOLLMANN, ARNO. Fundamento da automação industrial pneutróni-


ca. ABHP, 1996.
 PARKER TRAINING. Tecnologia pneumática industrial. Apostila
M1001 BR, 2000
 STEWART HARRY. Pneumática e Hidráulica. 3 ed São Paulo, 2000.
 JOHN P. ROLLINS. Manual de ar comprimido e gases. São Paulo,
2004.
 FESTO DIDACTIC. Introdução à pneumática. 5. ed. [ S. l.], 1987.
 SENAI/DN. Comandos pneumáticos. 2. ed. Rio de Janeiro, (Módulo
Instrucional de Introdução à Pneumática), 1979
 SCHRARDER BELLOWS. Parker Pneumatic. Centro Didáctico de
Automação.
 Automação pneumática, 2000.

147
Unidade didáctica 7

Você também pode gostar