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15/02/2023

A CONSTRUÇÃO EUROPEIA
Ciclos e tendências fundamentais

CICLOS FUNDAMENTAIS
A. O debate sobre os modelos (1946-50) Qual o caminho da unidade europeia?

B. A determinação dos modelos (1951-57) Integração política ou socio-económica?

C. As primeiras experiências (1958-65) Impulsos de alargamento e resistências

D. A paralisia institucional (1966-69) A ressaca da cadeira vazia

E. O relançamento (1970-74) O entusiasmo da cimeira da Haia

F. A redefinição face à crise (1975-86) O impulso unificador da crise

G. A re-União europeia (1989-2000) Aprofundamento e alargamento

H. A Europa no novo milénio (2000  ) A necessidade de permanente redefinição

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A. O DEBATE SOBRE OS MODELOS (1946-50)


• 46 Set 19 - Discurso de W.
Churchill
We must build a kind of United States of Europe

• 48 Mai 7/10 - Congresso da


Haia Nous voulons une Europe unie
(Denis de Rougemont)

• 50 Mai 09 - Declaração
Schuman
(a influência de Jean Monnet)
L'Europe ne se fera pas d'un coup, ni dans une construction d'ensemble:
elle se fera par des réalisations concrètes créant d'abord une solidarité de fait. 3

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No seguimento da
Declaração Schuman
B. A DETERMINAÇÃO DOS MODELOS (1951-57)
O modelo funcionalista (começar pelo carvão
• 51 Abr 18 - Assinatura do Tratado CECA e pelo aço  int. socio-económica)

• 52 Mai 27 - Assinatura do Tratado CED


A tentação
• 53 Mar 09 - Relatório sobre a criação de uma federalista
(integração
Comunidade Política (CPE) político-
institucional)
• 54 Ago 30 - A Assembleia Nacional Francesa recusa
a aprovação do Tratado CED
• 55 Jun ½ - Conferência de Messina dos MNE dos 6 [neo]funcionalista:
Relançamento
integração
económica
• 56 Mai 29 - Reunião de Veneza
• 57 Fev 13 - Abertura das negociações para tornar a A(aquém alternativa britânica
da integração)
OECE numa Zona de Comércio Livre
• 57 Mar 25 - Assinatura dos tratados de Roma (CEE e
CEEA) 4

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C. AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS (1958-65)


 O desafio da construção de
• 58 Jan 01- Entrada em vigor dos tratados de Roma um Mercado Comum
 A determinação dos poderes
da Comissão

• 61 Jul/Ago - Pedido de adesão da Irlanda (31 Jul),


A atracção do modelo
Dinamarca (9 Ago) e Reino Unido (10 Ago)
• 62 Abr 30 - Pedido de adesão da Noruega
A desconfiança das intenções
britânicas (tb. A preservação da
• 63 Jan 14 - O Gen De Gaulle recusa publicamente influência francesa)

a adesão britânica
A recusa dos elementos
• 65 Jun 30 - Crise da cadeira vazia supranacionais
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Walter Charles Couve de 19


Halstein De Gaulle Murville

No seguimento do
compromisso do Luxemburgo

D. A PARALISIA INSTITUCIONAL (1966-69)


21 • 66 Jan 29 - Compromisso do Luxemburgo A reintrodução da unanimidade

• 67 Mai 11 – 2.º pedido de adesão britânico A insistência (britânica e


francesa) e a resposta

• 67 Jul 01 - Entrada em vigor do Tratado


[Comissão e Conselho]  CECA, CEE, CEEA
de Fusão dos Executivos
• 68 Jul 01 - Entrada em vigor da União A livre circulação de mercadorias

Aduaneira
• 69 Dez 1/2 - Cimeira da Haia O relançamento após o afastamento de De Gaulle

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No seguimento da
Cimeira da Haia

E. O RELANÇAMENTO (1970-74)
• 70 Jun 30 - Reabertura das negociações de adesão Primeiro alargamento
(CEE 6  9)
com Reino Unido, Irlanda, Dinamarca e Noruega
• 72 Out 20 - Cimeira de Paris Consolidar avanços

• 73 Jan 01 - Adesão do Reino Unido, Irlanda e


Dinamarca – Ac. comércio livre CEE-EFTA
• 73 Out - Guerra do Yom Kippur - embargo
petrolífero da OPEP A crise económica

• 73 Dez 14 - Cimeira de Copenhague


• 74 Dez 10 - Cimeira de Paris A criação do Conselho Europeu
[insitucionalização das cimeiras]
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F. A REDEFINIÇÃO FACE À CRISE (1975-86)


• 75 Jun 12 - Pedido de adesão da Grécia segundo alargamento (CEE 9  10)

• 77 Mar 28 - Pedido de adesão de Portugal


Terceiro alargamento (CE 10  12)
• 77 Jul 07 - Pedido de adesão de Espanha
• 79 Jun 7/10 – Eleições directas para o PE 1.º acto eleitoral de uma assembleia internacional

• 81 Jan 01 - Adesão da Grécia


• 82 Fev 23 - A Groenlândia abandona a C.E [Gro]exit – o primeiro

• 83 Jun 17/19 – Decl. Solene sobre a União Primeiro passo para o establecimento de
UE (passo intermédio: AUE)
Europeia
• 84 Fev 14 - O PE aprova o Projº Tratado da UE Texto não vinculativo (≠ TUE - Maastricht)

• 85 Jun 14 - Livro Branco sobre o Mercado J. Delors – o relançamento da integração económica


Interno
• 86 Jan 01 - Adesão de Portugal e Espanha
A criação do Mercado Interno
• 86 Fev 17 - Assinatura do Acto Único Europeu CEE  Comunidade Europeia 8

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G. A RE-UNIÃO EUROPEIA (1989- 2000)


• 89 Jul 17 - Pedido de Adesão da Áustria Quarto alargamento (UE 12  15)

• 89 Nov 13 - Abertura das fronteiras em Berlim Fim da bipolarização/Guerra fria

• 90 Jul - Pedidos de adesão de Chipre (3) e Malta (16) Quinto alargamento 15 25 (2004)

• 91 Jul 11 - Pedido de Adesão da Suécia Quarto alargamento (UE 12  15)

AUE
• 92 Fev 07 - Assinatura do Tratado da União Europeia UEM e ps 3 pilares

• 92 Mar 18 - Pedido de Adesão da Finlândia Quarto alargamento (UE 12  15)

• 92 Mai 2 - Assinatura do Tratado do Porto (EEE) A absorção da EFTA

• 92 Nov 25 - Pedido de Adesão Noruega Quarto alargamento (UE 12  15)

• 93 Nov 01 - Entrada em vigor TUE


• 95 Jan 01 - Adesão da Áustria, Suécia e Finlândia
• 96 Jun 01 - Início da Conferência Intergovernamental A necessidade constante de
revisão dos tratados
• 97 Out - Assinatura do Tratado de Amesterdão
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H. A EUROPA NO NOVO MILÉNIO (2000  )


• 2001 Fev 26 - Assinatura do tratado de Nice A necessidade constante de revisão dos tratados
• 2002 Jan 01 – Início da circulação do euro A UEM adquire o principal elemento integrador

• 2003 Mar 31 – Início das missões de paz na ex- A necessidade da pol.ª externa
Jugoslávia
• 2004 Mai 01 – Adesão Estónia, Eslováquia, Eslovénia, Quinto alargamento
Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia e República Checa
• 2004 Out 29 – Assinatura do tratado que estabelece a Evolução política
Constituição Europeia
Sexto alargamento
• 2007 Jan 01 - Adesão da Bulgária e a Roménia
Evolução política – o quadro
• 2007 Dez 13 - Assinatura do Tratado de Lisboa constitucional actual
• 2008 – Crise financeira O desafio da restruturação das relações económicas

• 2013 – Adesão da Croácia Sétimo alargamento


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Assinatura do Tratado CECA


Da esquerda para a direita: Paul van Zeeland (B), Joseph Bech (L), Joseph Meurice (B), Carlo Sforza (I), Robert Schuman (F), Konrad Adenauer (RFA), Dirk Stikker (NL) et Johannes van den Brink (NL).

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Em 27 de Maio de 1952,
Konrad Adenauer, Paul
Van Zeeland, Robert
Schuman, Alcide De
Gasperi, Joseph Bech e
Dirk Stikker (da esquerda
para a direita) assinam
em Paris o Tratado que
cria uma Comunidade
Europeia de Defesa
(CED).

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A 9 de Março de
1953, em Estrasburgo,
Paul-Henri Spaak,
presidente da
Assembleia ad hoc (de
costas, primeiro a
contar da direita),
entrega a Georges
Bidault (de pé),
Presidente do
Conselho de Ministros
especial da CECA, o
Projecto de Tratado da
Comunidade Política
Europeia (CPE), sob o
olhar de Joseph Beck
(primeiro a contar da
esquerda), Alcide De
Gasperi (segundo a
contar da esquerda),
Paul Van Zeeland
(segundo a contar da
direita) e Konrad
Adenauer (primeiro a
contar da direita).

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Entre 1 e 3 de Junho de
1955 os MNE dos seis
EM da CECA reuniram-se
em Messina para avaliar
as condições do
relançamento do
processo de construção
europeia.

Da esquerda para a direita: Paul-


Henri Spaak (Bélgica), Walter
Hallstein (RFA), Antoine Pinay
(França), Joseph Bech
(Luxemburgo), Gaetano Martino
(Itália) e Johan Willem Beyen
(Holanda).

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Em 25 e 26 de Maio de
1956, os MNE dos seis
EM da CECA reúnem-se
em Veneza para
examinar o relatório
apresentado por Paul-
Henri Spaak relativo à
criação de um Mercado
Comum

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25 de Março de 1957 - Assinatura dos tratados de Roma

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OS

ALARGAMENTOS

DA UE

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MODELOS DE INTEGRAÇÃO POLÍTICA


A integração faz-se através dos
Integração político-institucional órgãos e estruturas de poder político
(high politics)
As estruturas
de poder
(resultantes da
integração)
agregam as
partes Confederalismo Federalismo

Intergovernamentalismo Supranacionalidade

Funcionalismo Neo-funcionalismo As estruturas C


de poder
(resultantes da
integração) são B
autónomas das
A integração faz-se através de partes
Integração socio-económica A
laços sociais e económicos
(low politics)
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MODELOS DE INTEGRAÇÃO ECONÓMICA


Livre circulação das mercadorias
1. Zona de Comércio Livre originárias dos EM

2. União Aduaneira ZCL + Pauta Aduaneira Comum

UA + livre circulação dos outros factores de


3. Mercado Comum produção (trabalho e capital)

MC c/ eliminação das fronteiras físicas,


Mercado Interno [ou único] técnicas e fiscais
F
MC + convergência das políticas
4. União Económica e Monetária macro-económicas
B

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COMPROMISSO DO LUXEMBURGO
• 1. Sempre que, nos casos de decisão susceptível de ser tomada por maioria por proposta da
Comissão, interesses muito importantes de um ou de vários parceiros estejam em causa, os
membros do Conselho esforçar-se-ão por chegar, num prazo razoável, a soluções que res-
peitem os seus interesses e os da Comunidade, na conformidade do artigo 2.º do tratado.
• 2. Em relação ao parágrafo precedente, a delegação francesa considera que, quando se trate
de interesses muito importantes a discussão deverá prosseguir até que se chegue a um
acordo unânime.
• 3. As seis delegações registam que um divergência subsiste sobre o que deverá fazer-se
quando não se alcance uma completa conciliação.
• 4. As seis delegações consideram, no entanto, que tal divergência não impede que se
retome, segundo o procedimento normal, os trabalhos da Comunidade.
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