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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL

DE VALENÇA/BAHIA

XXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador da


cédula de identidade nr.XXXXXXXXXXXXX SSP/BA, inscrito no CPF nr.
XXXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Endereço CEP nr. 45430000,
Valença, Bahia, telefone XXXXXXXXXX, XXXXXXXX@gmail.com, nascido em
17 de julho de 1991 (atualmente com 31 anos), por seus advogados infra-
assinados e legalmente constituídos, conforme instrumento de mandato em
anexo (doc. 01), com escritório profissional descrito na nota de rodapé, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 226, § 6º, da
Constituição da República Federativa do Brasil, propor a presente

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO COM PARTILHA DE BENS

em face de XXXXXXXXXXXXXX, brasileira, valenciana, designer, portadora de


cédula de identidade nr. 00000-00, inscrita no CPF/MF nr. 000.000.000-00,
residente na Endereço, XXXXXXXXXXX, XXXXXXXXXXXX@gmail.com,
nascida em 21 de outubro de 1989 (atualmente com 32 anos), expondo suas
razões fáticas e jurídicas para ao final requerer o que de direito.
Antes, contudo, cabe fazer uma menção de que o endereço imputado à
REQUERIDA é, em verdade, o logradouro onde reside sua genitora e onde a
REQUERIDA residiu antes de contrair o matrimônio. Assim, por não ter
conhecimento de outro endereço onde a REQUERIDA possa estar residindo, o
REQUERENTE informou o endereço acima.

1. DO MATRIMÔNIO
Do matrimônio. As partes constituíram matrimônio sob o regime de comunhão
parcial de bens em 25 de setembro de 2018, conforme se depreende da
Nomeem anexo (doc. 02).
Do divórcio. Ocorre que, não subsistem mais os motivos que levaram as partes
a contrair matrimônio, de modo que desde o dia 24 de maio do ano de 2022,
data em que o REQUERENTE passou a residir no domicílio de seus genitores,
os ex-cônjuges se encontram separados de fato e sem que haja a possibilidade
ou interesse na conciliação.
Do objeto da ação. Desta relação matrimonial não houve a concepção de
filhos, sendo a presente demanda referente apenas à dissolução do vínculo
conjugal e partilha de bens constituídos após a contração do matrimônio.
Da parcial partilha extrajudicial. Insta consignar que as partes tentaram realizar
a partilha de bens de forma extrajudicial, contudo, apenas lograram êxito com
relação aos bens móveis existentes no imóvel onde residiam.
Exauridas as tentativas de solução amigável, não restou alternativa ao
REQUERENTE a não ser buscar a tutela jurisdicional para confirmar a
dissolução do vínculo conjugal e partilha dos bens, não havendo nenhuma
outra questão a ser discutida.

2. DOS BENS
Do regime de bens. Como relatado, as partes contraíram núpcias em 25 de
setembro de 2018, optando pelo regime matrimonial de comunhão parcial de
bens, conforme preceitua o art. 1.658 do Código Civil.
Desta forma, sendo o casamento regido pela comunhão parcial de bens, são
partilháveis os bens adquiridos na constância do casamento a título oneroso,
ainda que em nome de apenas um dos cônjuges.
Da parcial partilha extrajudicial. Como já referido, as partes celebraram acordo
informal referente à meação dos bens móveis e utensílios domésticos de maior
valor, adquiridos para fruição do imóvel onde os mesmos coabitavam.
Assim, restou estabelecido que o REQUERENTE realizaria o pagamento do
importe de R$ XXXXXXXXXXXXXX para aquisição da parte dos bens
pertencentes a REQUERIDA, o que já fora realizado conforme comprovante de
transferência feito em conta da REQUERIDA anexo (doc. 03).
No que tange aos bens e utensílios de menor valor que guarneciam a
residência, a REQUERIDA desocupou o imóvel em que residiam apenas na
data de ontem, 31 de agosto de 2022, e não há como aferir nesse momento a
exatidão da equanimidade entre os bens.
Dos bens a partilhar. Na constância do casamento as partes amealharam o
patrimônio abaixo relacionado, constituído de participações societárias em
pessoas jurídicas:

i. JUA FABRICACAO D COMERCIO DE ARTEFATOS DE DECORACAO


EIRELI ("JUÁ"), inscrita no CNPJ nr. XXXXXXXXXXXXXXXX:

A sociedade tem 100% do seu capital social detido pela REQUERIDA, no valor
nominal total de R$ XXXXXXXXXX, conforme anexo (doc. 04).
Contudo, por ter participado da gestão da pessoa jurídica, o REQUERENTE
tem ciência de que os ativos detidos pela empresa (estoque contabilizado e
não contabilizado, peças de madeira ainda sem tratamento, mobiliário próprio
etc.) valem em torno de R$ XXXXXXXXXXX.
ii. AD MEDICAL SUPPLY LTDA . ("AD MEDICAL"), inscrita no CNPJ nr.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX:

O REQUERENTE possui 80.000 quotas da sociedade, no valor nominal de R$


XXXXXXXXXXXXXXXXXX, equivalente a 13,33% da totalidade do capital
social (doc. 05).
Contudo, a empresa está hoje basicamente inoperante, sem qualquer resultado
financeiro positivo e sem ativos que correspondam ao seu capital social. Dessa
forma, a avaliação feita é de que a participação detida pelo REQUERENTE
teria valor de R$ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, dos quais a REQUERIDA
faria jus à metade.

Acaso necessário, se houver discordância da parte contrária quanto ao valor, o


REQUERENTE levantará demonstrativo de resultados específico até maio de
2022, data referência do divórcio.

iii. OKA EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO SCP ("OKA"), da qual o


REQUERENTE possui 2,85% do capital social:
No que tange à Sociedade em Conta de Participação, trata-se de um
empreendimento imobiliário já concluído e cuja totalidade das unidades já
foram alienadas.
Como se observa, o REQUERENTE detém participação societária de 2,85% do
capital social, que hoje representa basicamente participação nos recebíveis das
unidades cujo pagamento ocorre em parcelas.
Do que se sabe, da totalidade dos direitos creditórios a receber, o
REQUERENTE detém aproximadamente R$XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, a
serem pagos nos próximos anos, não sendo preciso afirmar em quanto tempo
uma vez que sempre haverá inadimplência nesse tipo de atividade.
Assim, a REQUERIDA faz jus à metade de tais recebíveis.
Da conclusão. Logo, sendo certo que não existem outros bens adquiridos pelas
partes após o início do vínculo conjugal, bem como frente a impossibilidade de
firmarem acordo amigável para celebração do divórcio consensual com a
partilha dos bens, são esses os bens a serem partilhados.

3. DO DIREITO
Como cediço, a redação conferida ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal
após a Emenda Constitucional nr. 66/2010, suprimiu o requisito de prévia
separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de
fato por mais de 2 (dois), vejamos:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Em consonância com a reforma acima apontada, o Código Civil assim dispõe:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:

I - pela morte de um dos cônjuges;

II - pela nulidade ou anulação do casamento;

III - pela separação judicial;

IV - pelo divórcio.

Destarte, considerando que as parte se encontram separadas de fato e sem


possibilidade ou interesse de reconciliação, se mostra perfeitamente cabível a
presente ação, vez que o pedido se encontra em conformidade com a
legislação vigente.
Nesse sentido, é possível que o Juízo decida antecipadamente parte do mérito
da presente demanda, especificamente acerca da decretação do divórcio, uma
vez que não há qualquer controvérsia sobre a questão, possibilitando a
incidência do art. 356, I do Código de Processo Civil.
Pelo exposto, REQUER seja julgado antecipadamente o mérito da demanda
para decretar o divórcio das partes desde 24 de maio de 2022, determinando a
expedição do competente mandado de averbação ao Cartório Oficial de
Registro Civil das Pessoas Naturais 34º Subdistrito Cerqueira Cesar, São
Paulo/SP, para que produza seus efeitos e legais a partir de 24 de maio de
2022.

4. DO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS AO FINAL DO PROCESSO


Como é cediço, o valor da causa em divórcio que envolve a partilha de bens
deve corresponder ao acervo patrimonial que se pretende dividir, conforme
iterativa jurisprudência dos tribunais pátrios.
Assim sendo, considerando os bens acima elencados, o valor desta causa é de
R$ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, o que acarretará a necessidade de
recolhimento de custas processuais no importe de R$ XXXXXXXXXXXXXXX,
conforme guia em anexo (doc. 06).
Como acima relatado, contudo, o REQUERENTE acabou de dispender R$
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX para solucionar parte da partilha aqui
discutida, cujo pagamento teve por objeto bens móveis que guarnecem a
outrora residência do casal e muitos dos quais sequer o REQUERENTE
desejaria manter para si.
Ressalte-se: o pagamento foi feito unicamente para fins de solucionar a
questão, haja vista que, fosse da vontade apenas do REQUERENTE, os bens
seriam divididos por igual e cada um tomaria para si aquilo que melhor lhe
servisse.
Nesse sentido, o recolhimento das custas no atual momento seria demasiado
penoso financeiramente para o REQUERENTE, uma vez que em menos de 15
(quinze) dias teria de dispender aproximadamente R$ XXXXXXXXXXXXXX
com o presente processo, valor esse que sequer dispõe de imediato.
Note-se, ainda, que o acervo a ser partilhado não goza de liquidez imediata,
não sendo possível, por exemplo, dispor de parte desse patrimônio para
recolhimento das custas.
Assim, é cediço que a jurisprudência pátria já consolidou entendimento no
sentido de recolhimento das custas ao final do processo na impossibilidade
momentânea para tal e quando o acervo a ser partilhado não goza de liquidez
imediata. Nesse sentido (originais sem grifos):

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO E PARTILHA


DE BENS. PEDIDO DE CONCESSÃO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
DESCABIMENTO. DEFERIMENTO DO PAGAMENTO DAS CUSTAS AO
FINAL DO PROCESSO. Caso

Pelo exposto, portanto, REQUER de já seja deferido o recolhimento das custas


ao final do processo, a fim de que o pagamento não reflita negativamente na
manutenção rotineira do REQUERENTE.

5. DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto, REQUER:
a) a citação da REQUERIDA, querendo, para responder aos termos da
presente ação;

b) seja julgado antecipadamente o mérito da demanda para decretar o


DIVÓRCIO do casal,

c) a condenação da REQUERIDA ao pagamento da sucumbência.

Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos.

Dá-se a causa o valor de R$ XXXXXXXXXXXX, nos termos do art. 291 do


Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

Valença/Ba, 1 de setembro de 2022.

Nome NomeAdvogado - 00.000 OAB/UFAdvogada - 00.000 OAB/UF

Assinado digitalmente.

ANEXOS

A 1 - Documentos pessoais; A 2 - Documentos pessoais; A 3 - Comprovante de


residência; Doc. 01 - Procuração;

Doc. 02 - Nome; Doc. 03 - Comprovante de transferência bancária; Doc. 04 -


Contrato de Constituição JUÁ Fabricação e Comércio de Artefatos de
Decoração EIRELI; Doc. 05 - Contrato de Constituição AD Medical Supply
LTDA.; Doc. 06 - Boleto de custas iniciais.

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