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NC103 – Natureza e Tecnologia

Na Sociedade Contemporânea

Profo. Rafael Dias

Universidade Estadual de Campinas


FCA – Faculdade de Ciências Aplicadas
Curso de Engenharia de Manufatura e Engenharia de Produção

Tecnologia voltada ao aprendizado nas


escolas brasileiras do século XXI

Componentes do grupo
Nome: Syllas Silveira Mello R.A.: 188186
Nome: Samuel Noberto Manoel R.A.: 201122
Nome: Ana Luiza Rodrigues Del Vigna R.A.: 259318
Nome: Gabriela Vicente RA.: 257537

LIMEIRA
2023
1. INTRODUÇÃO
A tecnologia tem se apresentado em gradual expansão no século XXI,
progredindo na maioria dos campos da ciência. Isso também fez surgir práticas
pedagógicas de educação tecnológica em instituições de ensino, que visam
transformar a aprendizagem de crianças e jovens, inserindo-os efetivamente na
sociedade da era digital.
Com isso, nosso trabalho visa examinar a influência da tecnologia no
ambiente de aprendizagem escolar, identificando os principais benefícios e
desafios do emprego de tecnologias dentro de instituições de ensino e
apresentando táticas para incorporá-las de maneira eficaz no processo
educacional, tanto para o corpo discente quanto para o docente, com o
propósito de aprimorar o rendimento dos estudantes e promover uma educação
mais inovadora e envolvente.
A sociedade atual está mais conectada, o que resultou em uma geração
de ‘nativos digitais’. As crianças têm acesso às tecnologias desde cedo e se
adaptam facilmente às novas mídias. Diante da demanda por métodos de
ensino mais avançados, as escolas começaram a investir na capacitação dos
professores e na aquisição de equipamentos. No entanto, muitas instituições
ainda enfrentam desafios para obter essas ferramentas e para definir seus
limites e usos. Neste trabalho, serão abordados dois problemas: qual é o limite
do uso dessa tecnologia e se o investimento realmente vale a pena.
Portanto, o tema aborda a relação entre tecnologia e educação na
sociedade brasileira, analisando o papel da tecnologia no processo de ensino-
aprendizagem e seus possíveis efeitos positivos e negativos para o corpo
social. Logo, por meio deste trabalho, busca- se compreender o impacto das
novas tecnologias na sociedade contemporânea e refletir sobre suas
possibilidades e limitações para o desenvolvimento humano e sustentável.
Além da distração, outros desafios impostos pela tecnologia dentro das
escolas são a veracidade das informações disponíveis na internet, que nem
sempre são confiáveis ou comprovadas, e a superficialidade de conteúdos, que
colaboram para a falta de aprofundamento dos estudos dos estudantes. Por
isso, é importante que os professores orientem os alunos sobre como usar a
tecnologia de forma crítica e responsável, selecionando as fontes mais
adequadas e com maior base de comprovação para cada tema trabalhado.

Entretanto, apesar dessas desvantagens, a aplicação aparelhos


tecnológicos também trazem muitas vantagens para a educação, se bem
aproveitadas. Algumas dessas regalias são:

 Adaptação e personalização do ensino: a tecnologia


permite que os professores ajustem as atividades conforme o ritmo e o
conhecimento de cada aluno, tornando a aprendizagem mais eficaz.
 Flexibilidade geográfica e de horário: a tecnologia
possibilita o ensino a distância, possibilitando o estudo em qualquer
lugar e horário que seja conveniente para cada um, sem depender da
presença física na escola, em um horário específico.
 Otimização do contato com os pais e responsáveis: a
tecnologia facilita a comunicação entre os docentes e os pais, permitindo
que eles acompanhem o desempenho e o comportamento dos seus
filhos através de meios digitais.
 Universalização do acesso ao conhecimento: a tecnologia
amplia o acesso dos estudantes a diversas fontes de informação, como
livros digitais, vídeos, podcasts, jogos; auxiliando, assim, o aprendizado.
 Facilitação das práticas: a tecnologia simplifica o processo
de elaboração e correção das atividades pelos professores, como o
envio e o recebimento das mesmas pelos alunos, economizando tempo
e matéria-prima.
 Aulas mais dinâmicas e envolventes: a tecnologia torna as
aulas mais interativas e lúdicas, atraindo os alunos e desenvolvendo
motivação para com os conteúdos curriculares.
 Estimula o autodidatismo: a tecnologia incentiva os alunos
a pesquisarem informações por conta própria, desenvolvendo
habilidades de análise crítica e autonomia.

Portanto, conclui-se que a tecnologia em sala de aula é um tema que


aborda pontos positivos e negativos para a sociedade, mas que pode ser uma
ferramenta poderosa para melhorar a qualidade e a eficácia da educação se
usada de forma planejada e orientada. A tecnologia não substitui o papel do
professor, mas sim o complementa e o auxilia em seu processo pedagógica.

2. Objetivo
O objetivo deste trabalho é analisar o impacto da tecnologia no ambiente
de aprendizado escolar, identificando as principais vantagens e desafios do
uso de tecnologias educacionais, e apresentando estratégias para integrá-las
de forma efetiva no processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de
melhorar o desempenho dos alunos e promover uma educação mais
inovadora e engajadora. Além disso, o trabalho também busca investigar as
engenharias éticas e sociais do uso da tecnologia na sala de aula, avaliando
as preocupações com a privacidade e a segurança dos dados dos alunos, bem
como os possíveis efeitos do uso excessivo de dispositivos digitais no
desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes.

3. Justificativa e Problematização
Com os avanços na tecnologia, um novo horizonte de possibilidades foi
aberto, e não demorou muito tempo para que a educação fosse afetada pelas
drásticas mudanças. Essa nova sociedade, de certa forma mais conectada,
culminou numa geração de “nativos digitais”, pois as crianças, dado ao acesso
a essas tecnologias, logo após o nascimento, se acostumaram às novas
mídias e, hoje
em dia, têm muito mais facilidade a se adaptar a elas. Com a pressão da
sociedade para a implementação de meios mais avançados de ensino, as
instituições escolares começaram a investir na instrução dos professores e no
equipamento necessário, mas a maioria das escolas ainda enfrentam
obstáculos em obter essas ferramentas e, se obterem, tem dificuldades em
delimitar seus parâmetros e de utilizá-las. Assim, nesse trabalho serão
delineados dois problemas: qual é o limite do uso dessa tecnologia? Ela
realmente pode ajudar significativamente para que o investimento valha a
pena?

4. Metodologia
O presente trabalho será desenvolvido com base em metodologia de
pesquisa que combinará elementos da abordagem exploratória e explicativa. A
pesquisa exploratória será utilizada para explorar o tema, identificar conceitos,
teorias e dados relevantes, e estabelecer uma base sólida de conhecimento
sobre o assunto. Nessa fase, serão realizadas revisões bibliográficas em
bases de dados científicos e em publicações relevantes sobre o tema. Já a
pesquisa explicativa
será desfrutada para aprofundar a análise. Assim, a metodologia
pretendida corroborará para uma compreensão mais profunda do tema, bem
como a identificação de estratégias eficazes para a utilização da tecnologia no
ambiente de aprendizado escolar, levando em consideração os aspectos
éticos e sociais envolvidos.

5. Relação com o componente curricular


O tema está diretamente relacionado ao componente curricular Natureza
e Tecnologia Na Sociedade Contemporânea, pois busca analisar questões
relevantes e atuais sobre a relação entre a tecnologia e a educação na
sociedade brasileira, considerando o papel da tecnologia como ferramenta
para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem e melhorar o desempenho
dos alunos, ao mesmo tempo em que levanta questões sobre os possíveis
efeitos negativos do uso excessivo de dispositivos digitais na saúde mental e
física dos estudantes, assim como na sua privacidade e segurança de dados.
Ou seja, ambos buscam compreender a explicação das novas tecnologias na
vida social, cultural, econômica e política da sociedade contemporânea, e
reflita sobre as possibilidades e limitações do seu uso para o desenvolvimento
humano e sustentável.

6. DESENVOLVIMENTO
6.1 Os impactos da globalização nos ambientes de aprendizagem
brasileiros

Segundo Frigotto (1999, p.26), na perspectiva das classes dominantes,


em diferentes grupos sociais, as pessoas devem receber educação para
aprenderem as habilidades técnicas, sociais e ideológicas necessárias para o
trabalho. Isso significa que a educação é organizada de uma maneira que
atende às necessidades do capital. De maneira mais simples, as escolas
refletem as demandas do mercado.
Até pouco, na maioria das instituições de ensino no Brasil, o modelo
escolar era um espelho da escola criada há 150 anos atrás para atender às
demandas das Revoluções Industriais, chamada escola 2.0, conforme coloca
Gabriel Mario Rodrigues em seu artigo “As revoluções industriais e seu impacto
na educação”, um avanço da escola 1.0, a qual era regida por aspectos
religiosos.
Antes das duas primeiras revoluções industriais toda atividade produtiva
era manual, ou seja, uma única pessoa – um artesão, por exemplo – muitas
vezes cuidava de todas as etapas do processo produtivo, desde conseguir a
matéria-prima, transformá-la em produto, vender o produto já pronto e,
também, cuidar das finanças do negócio. Então, essa única pessoa precisava
dominar várias áreas de conhecimento porque, caso contrário, a sociedade não
teria acesso a esses produtos. Após as revoluções industriais, os trabalhadores
perderam o controle do processo produtivo, já que as empresas surgiram e
demandavam mão de obra para assumir a cadeia produtiva. Assim, cada uma
das etapas do processo de produção se tornou exclusiva a uma pessoa, de
maneira repetitiva e mecânica, como é evidenciado no filme Tempos Modernos
de Charlie Chaplin. Dado que para fazer produtos de alto valor agregado
requer vários processos e etapas, há 150 anos atrás, existia uma demanda
grande por empregados que suprissem cada uma dessas partes. Pessoas com
menos instrução se inseriam diretamente na cadeia produtiva, enquanto
pessoas com mais instrução - com diploma de ensino superior e certificado -
administravam esses outros funcionários, projetavam linha de montagem da
indústria, cuidava do jurídico, entre outras tarefas táticas ou estratégicas.
Para abastecer essa requisição por mão de obra, as escolas se
adaptaram a um modelo que refletisse a vivência na indústria. Dessa forma
elas conseguiriam preparar jovens aptos a trabalharem na cadeia produtiva de
uma empresa logo quando terminassem a escola. Nesse ponto inicia a
padronização do ensino. Todos os alunos foram inseridos em um contexto de
séries ano a ano, sendo ditos o que pensar oito horas por dia, com um breve
intervalo para o lanche. Aprendendo as mesmas matérias, com as mesmas
metodologias de ensino aplicadas para todos por um professor, com o tinham
que levantar a mão para ir ao banheiro e lhes reprendia caso descumprissem
as regras, tudo do mesmo jeito que a cadeia produtiva de uma indústria. Assim,
aprendiam a obedecer sem questionar, sem criticar e sem atrapalhar o chefe. E
isso não era um problema, uma vez que esse modelo escolar foi adotado para
suprir a demanda da época.
Com a chegada da quarta fase da globalização, caracterizada pela
dominância do meio técnico-científico-informacional, o qual é reconhecido,
conforme Milton Santos, pela interconexão global de redes de comunicação e
pela disseminação instantânea de informações e conhecimentos através
dessas redes, bem como pelo desenvolvimento de tecnologias avançadas, as
empresas passam a requerer habilidades diferentes do modelo industrial
anteriormente citado.
As empresas têm reagido de diferentes maneiras à essa nova fase da
globalização, adaptando-se às novas exigências e aproveitando as
oportunidades oferecidas pela tecnologia e pela informação. Algumas dessas
maneiras são através de transformação digital, incorporando tecnologias
avançadas em suas operações e processos de negócios; inovação, para se
manterem competitivas no meio técnico-científico-informacional; Expansão
global, aproveitando a infraestrutura de comunicação e as ferramentas digitais
para estabelecer presença global, realizar transações comerciais e colaborar
com parceiros internacionais; personalização e experiência do cliente; e
agilidade e adaptação rápida. Para tanto, precisa-se de colaboradores que
pensem de forma independente, criativa, inovadora, pessoas que tenham o
senso crítico para identificar e resolver os problemas da nossa sociedade,
pessoas que sejam resilientes, com inteligência emocional desenvolvida,
confiantes, otimistas, empáticas.
Assim, a fim de suprir tal necessidade, surge o modelo de educação 3.0.
Na abordagem da educação 3.0, os alunos desempenham um papel mais ativo
e colaborativo na busca pelo conhecimento, agindo como parceiros nesse
processo. Eles usam as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) de
maneira colaborativa, trabalhando em conjunto com colegas e professores para
explorar e assimilar o conteúdo a ser aprendido. Além disso, eles são
incentivados a relacionar esse conteúdo com o contexto social em que estão
inseridos, buscando uma compreensão mais ampla e significativa dos temas
abordados.
No entanto, esse avanço no ensino não ocorre em todas as escolas do
Brasil. Existe uma desigualdade entre as escolas públicas e privadas do país,
desigualdade a qual reflete as disparidades socioeconômicas do país. Ela se
manifesta em diferentes aspectos, tais como infraestrutura, recursos
disponíveis, qualificação dos professores, metodologias de ensino e
oportunidades oferecidas aos alunos.
A globalização trouxe avanços tecnológicos, acesso a informações e
oportunidades de aprendizagem que muitas escolas privadas conseguem
aproveitar devido aos seus recursos financeiros e infraestrutura mais
adequados. Isso lhes permite oferecer uma educação de maior qualidade e
mais direcionada com as demandas da sociedade contemporânea.
Enquanto isso, as escolas públicas, especialmente aquelas localizadas
em áreas mais desfavorecidas e com menor financiamento, enfrentam
obstáculos para acompanhar as rápidas mudanças tecnológicas e os avanços
na educação. Essa falta de recursos e infraestrutura adequada impacta
acomodando a qualidade do ensino oferecido, favorecendo a desigualdade
educacional e social no país.
Assim, é possível associar tal fenômeno à perspectiva do sociólogo
Zygmunt Bauman sobre a globalização, uma vez que a idealiza em seus
escritos como um fenômeno que promove a disponibilidade e a fluidez nas
relações sociais, bem como acentua as desigualdades existentes na
sociedade, já que beneficia principalmente os grupos mais privilegiados e
poderosos, enquanto marginaliza e exclui os menos favorecidos.
Portanto, o ponto de vista de Bauman sobre a globalização enfatiza
como esse processo pode aprofundar as desigualdades na educação entre as
escolas públicas e privadas no Brasil. A falta de recursos, infraestrutura
adequada e acesso a oportunidades educacionais igualitárias nas escolas
públicas é um reflexo das disparidades socioeconômicas ampliadas pelo
contexto globalizado.
6.2 Os preconceitos acerca do uso de tecnologia em sala de aula

O uso da tecnologia em sala de aula é um tema que divide opiniões.


Enquanto alguns agentes educacionais são defensores fortes da inovação na
educação, outros ainda apresentam certa resistência diante das potenciais
desvantagens que isso pode apresentar para o ensino, a pequeno e longo
prazo.
Um dos principais obstáculos impostos pelo uso de tecnologia na sala de
aula é o problema da distração dos alunos. A atenção é um recurso que tem se
tornado cada vez mais escasso na Era Digital. Alguns professores acreditam
que os smartphones e tablets podem ser apenas uma fonte de distração para
os alunos.

6.3 Contextualização às TICs

Desde os primórdios dos seres humanos no planeta Terra, a busca por


novas tecnologias sempre foi buscada para melhoraria de vida e o
enfrentamento dos desafios que o mundo os cerca. Mas, só após a Primeira
Revolução Industrial em 1750, que a tecnologia começou a avançar através de
máquinas, num ritmo acelerado, como nunca antes na história. Assim, em
1792, foi construído o primeiro telégrafo, que permitiu as primeiras
comunicações à longas distâncias (claro, sem contar métodos mais
rudimentares como mensagens através de animais ou som de tambores para
se comunicarem).
Com isso, outros aparelhos vieram a ser inventados e novas revoluções
tecnológicas foram feitas ao longo do tempo. Até que na Terceira Revolução
Industrial, que vai de 1950 até os dias atuais, foi inventada a primeira rede de
conexão que hoje é conhecida como Internet, os primeiros computadores e
celulares. Assim, na década de 90 o uso do termo “TICs” surgiu sem um local
específico e se espalhou rapidamente por conta da Internet, que já abrangia o
mundo inteiro, e conforme a tecnologia melhorava as TICs ganharam cada vez
mais importância ampliando sua variedade em que hoje é utilizado para
descrever o campo multidisciplinar que envolve o uso de tecnologias para
adquirir, armazenar, processar, transmitir e compartilhar informações de
maneira digital. Ele engloba tanto o hardware quanto o software, bem como as
redes de comunicação e os serviços que permitem a troca de informações
entre as pessoas.
Ao longo do tempo, as TICs ganharam uma ampla utilização em
diversos âmbitos, como educação, negócios, governo e sociedade em geral.
Essas tecnologias assumiram um papel fundamental no mundo moderno,
abrangendo desde a construção de infraestruturas tecnológicas até as
aplicações práticas que elas viabilizam, como a comunicação instantânea, o
acesso à informação e o comércio eletrônico, entre outros. Isso evidencia a
importância das TICs na atualidade e sua influência na forma como nos
conectamos, compartilhamos conhecimento e realizamos transações no mundo
digital.
Essas mudanças por completo na sociedade acarretam consequências
positivas e negativas, como mostra a obra “Sociedade em rede” do sociólogo
espanhol Manuel Castells, em que ele explora a ideia de que estamos vivendo
em uma nova forma de organização social, caracterizada por redes
interconectadas que transcendem fronteiras geográficas e institucionais. Ele
argumenta que as redes de comunicação e informação são o componente
central dessa nova forma de sociedade.
O autor analisa como as TICs têm impactado diferentes aspectos da
vida social, incluindo economia, política, cultura e relações interpessoais. Ele
discute o surgimento de novas formas de trabalho, como o trabalho em rede e
o trabalho imaterial, que são facilitadas pelas TICs e moldam a dinâmica do
mercado de trabalho.
Além disso, Castells explora como as redes de comunicação possibilitam
a formação de movimentos sociais e ativismo político em níveis globais. Ele
examina casos de protestos e mobilizações sociais que utilizaram as TICs para
coordenar ações e amplificar suas vozes.
O conceito central apresentado por Castells em "A Sociedade em Rede"
é que a estrutura social em rede está transformando os padrões tradicionais de
poder, economia e cultura. Ele argumenta que as redes de comunicação e
informação estão desafiando as hierarquias estabelecidas e possibilitando
novas formas de interação e organização social.
No geral, "A Sociedade em Rede" oferece uma análise abrangente das
transformações sociais decorrentes das TICs e apresenta uma visão crítica e
reflexiva sobre os desafios e oportunidades que surgem nessa nova era de
conectividade global. A obra tem influenciado significativamente os estudos
sobre a sociedade contemporânea e continua sendo uma referência relevante
para entender os impactos das TICs na vida cotidiana.

6.4 Introdução das TICs no ambiente de aprendizado

O “efeito borboleta” que as TICs podem causar são inimagináveis, pois


pequenas mudanças ou inovações nas tecnologias com a rapidez que se tem
atualmente chega a ser perigosa como representa a obra da “Sociedade do
Risco” de Ulrich Beck que descreve a forma como os riscos e incertezas se
tornaram uma característica central da sociedade contemporânea. Nessa
sociedade, os avanços tecnológicos e as interconexões globais trazem consigo
novos desafios e ameaças, como a segurança cibernética, o uso indevido de
informações pessoais e a propagação rápida de notícias falsas. .
Por exemplo, uma nova plataforma de mídia social pode ser lançada
com a intenção de conectar pessoas e promover a interação social. No entanto,
essa plataforma pode inadvertidamente facilitar a disseminação de notícias
falsas e desinformação, afetando a percepção da realidade e até mesmo
influenciando processos políticos.
Da mesma forma, avanços tecnológicos nas TICs, como o
desenvolvimento de algoritmos de recomendação em sites de comércio
eletrônico, podem ter impactos significativos nas escolhas dos consumidores e
nas dinâmicas de mercado. Pequenas alterações nesses algoritmos podem
levar a mudanças no comportamento de compra, afetando tanto os
consumidores quanto as empresas.
Além disso, o uso massivo das TICs também pode ter efeitos colaterais
em questões como privacidade, segurança cibernética e desigualdade digital.
O acesso desigual às TICs e a dependência delas podem criar lacunas sociais
e ampliar a divisão digital entre diferentes grupos.
Portanto, assim como o bater de asas de uma borboleta pode ter efeitos
imprevisíveis em um sistema complexo, as mudanças e inovações nas TICs
podem desencadear uma série de consequências e impactos que se propagam
por diferentes esferas da sociedade, às vezes de maneiras inesperadas. Isso
destaca a importância de uma abordagem cuidadosa e reflexiva no
desenvolvimento, uso e regulação das TICs, considerando as implicações
sociais, éticas e econômicas em toda a sua complexidade.
As TICs no ambiente de aprendizado vêm causando muita polêmica,
principalmente no mundo pós-pandemia da covid-19, para isso convém
associar o sociólogo Bauman pois é possível fazer algumas reflexões sobre
como a introdução das TICs no ambiente de aprendizado que se relaciona com
as suas teorias. Bauman discutiu a fluidez das relações sociais e a
necessidade de adaptação em uma sociedade líquida e em constante
mudança. Nesse sentido, as TICs podem ser vistas como ferramentas que
possibilitam uma maior flexibilidade e adaptabilidade no processo de ensino e
aprendizagem além de facilitar a comunicação e a colaboração entre alunos e
professores, permitindo o compartilhamento de informações, ideias e projetos
de forma mais eficiente.
No Brasil, o governo e diversas instituições têm desenvolvido iniciativas
para promover o uso das tecnologias no ambiente educacional, buscando
ampliar o acesso à informação, melhorar a qualidade do ensino e preparar os
alunos para as demandas da sociedade digital.
Os programas sociais voltados para a educação de acordo com o MEC
são: ProInfo, Programa de Educação Conectada e Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVAs), em que esses programas têm como objetivo oferecer
recursos tecnológicos, acessos à internet, capacitar professores a lidarem da
melhor forma com as TICs nas salas de aula, promover a integração das TICs
no currículo escolar, realizações de atividades junto com um modo de interação
com o professor flexibilizando o aluno em que possa estudar no seu ritmo,
permitindo abordagens mais dinâmicas e interativas.
Expectativa de que os programas avancem com o governo e ganhem
prestígios até 2024. Logo, devido as dificuldades que se tem é necessário
apoio e foco para que a educação caminhe para o desenvolvimento.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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