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HABIL

LIDADE ESPECÍFICA – ARTES


S CÊNIC
CAS

1. INTRODUÇÃO

O curso de Artes Cênicaas da Unicam mp tem o objjetivo de form mar profissio


onais para atu
tuar nos diveersos camposs
abertos às aatividades dee artes cênicas, conscienntes de seu papel
p na sociiedade e cappazes de dialogar com ass
diversas queestões indiviiduais e coleetivas do hom
mem contem mporâneo. A pesquisa teaatral, que refl flete sobre ass
possibilidaddes da arte na sociedad de contempoorânea, tem promovido o diálogo com diverssas áreas dee
conhecimennto para darr uma perspeectiva mais ampla paraa a atividadee da cena. A Assim, o alu uno, em suaa
formação dee artista da cena,
c é incentivado a umaa complemen ntação autônnoma com exxperiências comunitárias,,
intercâmbioos e articulaçção de saberees.
As provas dde Habilidaddes Específiccas são fundaamentais porrque visam a avaliar o caandidato tanto no que see
refere a suaa familiaridadde com certaas questões te
teóricas básiccas relativas à área – forn
rnecidas pelaa bibliografiaa
e testadas nna prova escrrita – como com
c procedimmentos e atittudes impresccindíveis ao seu desenvo olvimento noo
decorrer daa graduação, referentes ao a seu potenccial artístico
o, à capacidaade de escutaa, de ação, interação em m
grupo e dispponibilidade física no esp paço da cenaa – testadas nas
n provas prráticas, em ssala de aula, e na atuaçãoo
de palco.

2. PROGR
RAMA
As provas de Habilidaades Específi ficas do cursso de Artes Cênicas do o Instituto dee Artes da Unicamp see
estruturam eem três eixos: Prova Teó
órica, Prova dde Sala de Aula
A e Prova de Palco. A seguir a apreesentação dee
cada uma deessas vertenttes com seus objetivos, crritérios de av
valiação e ex
xemplos.

3. OBJET
TIVO E CO
ONCEPÇÃO
O DA PRO
OVA

Prova Teóriica:
Avaliar o cconhecimentoo do candidaato sobre teattro, abordand
do teorias e práticas
p teatraais.
O conteúdoo da prova versou
v sobree marcos daa história doo Teatro Ofiicina Uzynaa Uzona, com m ênfase naa
trajetória dee José Celsoo Martinez Corrêa
C e sua relação com m os espaçoss públicos, e o corpo como lugar dee
memória e dde produção e inscrição ded conhecim mento.

Prova de Saala de Aula:


A prova coonsta de umaa bateria de exercícios ccorporais e em seguida de uma outtra bateria de d exercícioss
vocais a parrtir do estímuulo também corporal.
c
Essas baterrias de exerrcícios propõ õem uma vvivência de praticamentee duas horaas, alternand do estímuloss
individuais e outros com m pequenos grupos
g de trêês, quatro ou cinco particiipantes.
Essa vivênccia pretende proporcionaar às candiddatas e candiidatos um esspaço para eexpressar a criatividade,,
empenho e pprincipalmennte a disponiibilidade paraa as ações in
ndividuais ouu de conjuntoo

Palco: A provva de palco objetiva


Prova de P o revellar como o/aa candidato/a aborda e exe
xecuta uma ceena teatral.

4. CRITÉR
RIO DE AV
VALIAÇÃ
ÃO

Prova de P
Palco:
Avalia o ppotencial e a qualidade da atuação do candidaato na cena escolhida. A Aspectos ob
bservados: a
compreensãão do texto e a expressiviidade vocal e corporal no
o desempenho da cena.

5. ENUNC
CIADO DA
A PROVA

Prova Teórrica:

Prova Com
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Responda com atenção às
à questões abaixo,
a com base na bibliografia indicada.

Questão 011

No dia 21 dde abril de 19979, um ano depois do reetorno de Zé Celso ao Brasil, o Teatroo Oficina é reaberto
r com
m
a exibição ddo filme Vinnte e cinco, dirigido
d peloo próprio direetor e por Ceelso Lucas, e com a apreesentação doo
Ensaio geraal para o carnnaval do povo. O trabalhoo recupera a polêmica cena do Carnavval de Venezza para fazerr
a ligação simmbólica entrre o coro de Galileu
G e o ccoletivo teatrral reativado para protagoonizar as criações que see
farão dali emm diante. Appós a estreiaa no Oficina,, as apresentaações repetirram-se em esspaços públiicos, como a
Praça da Séé, em São Paaulo, o Estád dio Municipaal de São Bernardo do Campo e em eespaços urbaanos centraiss
de outras cidades brasileeiras. (p. 217
7)
O trabalho sseguinte é Ham-let, estreeado em 19933. (...) A mon ntagem reinaaugura o Teaatro Oficina com
c reformaa
assinada poor Lina Bo Bardi,
B autora do projeto dde “rua cultu ural” que, de certa forma, a, retoma o teeatro-estádioo
na relação ppróxima entrre o espaço urbano
u e o ccoro de cidad dãos. De fatoo, ainda que José Celso inclua
i atoress
profissionaiis de renomee no protago onismo de aalguns espetááculos, é em m torno do ccoro formado o por jovenss
atores que o trabalho doo Oficina se realiza.
r (p. 2220)
(Fonte: Silvvia Fernandess, Notas sobrre a história ddo Oficina. Sala
S Preta (R Revista do Deepartamento de Artes
Cênicas), vool. 20, n. 2, 2020.)
2
a) Comente a importânccia dos espaçços públicos nna trajetória artística do encenador
e Joosé Celso Maartinez
Corrêa.
b) Como o eencontro de atores
a profissionais com jovens atorees em coro e com o públicco é importaante para a
relação do tteatro com a cidade?

Questão 022

A memória,, inscrita com mo grafia peela letra escriita, articula-sse assim ao campo e proocesso da vissão mapeadaa
pelo olhar, apreendido como c janela do conhecim mento. (...) E somos férteis em nossoos recursos de d resguardoo
dessa mem mória: os nossosn livro
os, arquivoss, bibliotecaas, monumeentos, parquues temáticos e, maiss
recentementte, os avançoos tecnológiccos, como haardwares e so oftwares cada vez mais ssofisticados. (...) O termoo
nos remete a muitas ouutras formas e procedimeentos de insccrição e grafiias, dentre ellas à que o corpo, c comoo
portal de altteridades, dioonisicamentee nos remete . (p. 64)
Cada uma ddessas práticaas (o teatro, a dança, o riitual, o esporrte, as atividaades lúdicas,, os jogos, ass encenaçõess
coletivas, attos artísticoss e mesmo exxpressões puulsionais emo otivas) são modos
m subjunntivos, liminaares, gêneross
performáticcos cujas connvenções, procedimentoss e processoss não são ap penas meios de expressãão simbólica,,
mas constituuem em si o que institui a própria peerformance. (...) As práticas performááticas não see confundem m
com a expeeriência ordinnária, são sem mpre provisóórias e inaug gurais, mesmmo quando see sustentam em modos e
métodos dee transmissãoo profundamente enraizaddos e tradiciionais; semprre se apóiam m em conven nções, estiloss
e molduras espaciais e temporais, ainda que eescorregadiass (por exemp plo, a consttituição e deesignação doo
espaço, sejaa ele o ediffício-teatro, a rua, um bbeco, a praçça pública, a igreja, um m auditório; ou ainda a
modulação da dimensãoo temporal em m horas, diass, anos). (p. 65)
6
(Fonte: MA ARTINS, Ledda Martins. Performancees da oralitura: corpo, lu ugar da mem mória. Letras (Revista doo
Programa dde Pós-graduaação em Letrras), n. 26 (juunho), 2003.)
Utilizando o recurso daa escrita, paartindo da m memória, com mente uma prática
p perfoormática quee você tenhaa
experienciado, indicanddo o gênero, título, locall de realizaçãão, etc. Em sua respostaa, considere os seguintess
aspectos:
a) Por que vvocê consideera essa experriência comoo performáticca?
b) O corpo aaparece com mo local de prrodução e insscrição de co onhecimentos?

Prova Com
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Prova de P Palco:
Em um dos exercícios propostos,
p um
ma quadrinhaa retirada de “Quadras ao o gosto popullar” de Fernaando Pessoa,,
era distribuuída para caada candidatto/a e, a paartir de um exercício caantado, prevviamente viv venciado noo
exercício annterior, cada participante conduzia o eexercício e o “coro” era formado
f peloos demais.

2 - Descriçãão de exercíccio de impro


ovisação em trios: uma primeira
p pesssoa entra na área de cenaa, estabelecee
um espaço fficcional, reaaliza uma ação e sai. A ssegunda pesssoa deve entrrar no mesmmo espaço e realizar
r outraa
ação. A tercceira tambémm deve entraar no mesmo espaço ficciional e realizzar uma açãoo, finalizando de algumaa
maneira a seequência.

6. EXEMP
PLOS DE RESOLUÇ
R ÇÃO

6.1. Exemp
plo de Notaa Acima da
a Média
Prova Teóriica:

Questão 1 -
A)

Prova Com
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B)

Questão 2 -

Prova de Sala de Aula:


Tratando-see de uma proova prática (ccomo uma vvivência), tem
m nota acimaa da média oo/a participan
nte em que a
disponibiliddade fica eviddente, transp
parecendo tam
mbém vontad
de, energia e empenho.

Prova de P Palco:
Candidato aapresentou ceena da peça "Círculo de Giz Caucasiano", de Berrtolt Brecht. Para a sua apresentação,
a ,
trajou barrigga postiça e pantufas.
p O início
i da aprresentação fo
oi marcado po
or trecho narrrativo.

Prova Com
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Candidato apresentou cena da peça “Amoress Surdos”, de d Grace Paassô. Trajouu figurino adequado
a aoo
personagem
m e dispôs os elementos de
d cena com equilíbrio, ellegância e fu
uncionalidadee no espaço cênico.

6.2. Comentários do Exemplo de


d Nota Aciima da Méd
dia

Prova Teórrica:
Neste exem mplo, o canddidato desen nvolve a esccrita e respo
onde a questtão com clar
areza, apreseentando umaa
reflexão críttica a partir do
d conteúdo bibliográficoo.

Prova de Sala de Aula:


A primeiraa pessoa estaabeleceu com
mo espaço um ma academiaa de musculação. A seguunda entrou responsávell
pela limpezza do espaçoo, dialogando com os apparelhos mo ostrados pelaa primeira. A terceira peessoa entrouu
como se estivesse com pressa, imp provisou comm o local e comc os aparelhos, e ‘esccorregou' exatamente noo
local em quue a pessoa anterior
a havia limpado, ccriando a leittura de que o chão estavaa escorregaddio por contaa
da limpeza.

Prova de P
Palco:
A cena reveela bom estuudo das circu
unstâncias daa fábula – an
ntecedentes e "problemaa" do trecho escolhido –,,
bem como ssegurança naa enunciação dos diálogo s.

O traje utiliizado revela,, ao mesmo tempo, claraa compreensão da função o da personaagem que intterpreta e doo
universo doo autor, com m ênfase no caráter teatrral e consciêência do asp
pecto represeentacional do
d fenômenoo
cênico.

A "teatraliddade" foi amppliada pelo uso


u de corpo e voz, aponttando para a tipificação
t dda representação.

A candidataa, ainda, iniciou a cena co


om trecho naarrativo, reveelando conheecer as propoostas do auto
or com o seuu
Teatro Épicco ou Dialéético em que os traços estilísticos da epicidad de (as granddes narrativaas coletivas))
desempenhaam importannte função po oética.

2 - Desde o início da cenna, o candidaato estava cooncentrado e desenvolveu


u a cena com
m ações e gesstos precisos,,
coerentes ccom a situaçção da perso onagem. Connduziu os diiferentes estaados emocioonais da perrsonagem dee
modo sutil, porém com intensidade. Uma vez quue o texto perrdia o fluxo entre ator e ppersonagem,, o candidatoo
demonstrouu habilidade em ambas as a chaves de atuação (draamática e ép pica), dando a ver tanto o evidente o
cuidado na composição da personag gem e sua conndução emoccional, quantto a clareza e objetividad
de épica.

6.3. Exemp
plo de Notaa Abaixo da Média

Prova Teórrica:
Questão 1-
A)

Prova Com
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B)

Questão 2-
A)

B)

Prova de Sala de Aula:


1 - Quandoo com os mesmos estímu ulos, tempo dde preparaçãão e indicaçõ
ões recebidass pelos orien
ntadores, o/aa
participantee destaca-se pela
p falta dee empenho, oou mesmo pelo encaminhamento de resposta com mpletamentee
deslocada aao estímulo proposto.
p

Prova de PPalco:
1 - O candiddato apresenntou cena de "Roberto Zuucco", de Beernard-Marie Koltès. Durrante a cena, posicionou--
se quase quue todo o tem mpo atrás da pessoa quee lhe apoiavva dando rép
plicas, gritouu e bateu as mãos numaa
mesa.

2 - O candiidato apresenntou cena daa peça “O Riinoceronte”, de Eugene. Sua fala foii baixa e maal articulada..
Sem compoosição corporral e escolhass de movimeentação aleattórias.

6.2. Comentários do Exemplo de


d Nota Ab aixo da Méédia
Prova Com
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Prova Teórrica:
Neste exemmplo, a respossta é bastantee vaga, não aapresenta maaior desenvollvimento texttual ou reflex
xão a partir
da bibliograafia indicada, além de nãoo atender ao enunciado.

Prova de Sala de Aula:


2 - A primeeira pessoa estabeleceu como espaço uma sala dee aula de balllet, e colocouu-se como professora.
p A
segunda peessoa entrou e improviso ou uma açãoo como um dos alunos da sala. A tterceira pesssoa entrou e
realizou a m
mesma sequêência de açõees que já havvia sido realizzada pela priimeira, sem aacrescentar nem
n dialogarr
com as açõees anteriores.

Prova de PPalco:
1 - Um dos erros comunns na Prova de Palco e dde iniciantes na linguagem teatral é a crença de que q uma boaa
cena se susstenta, exclussivamente, na
n emoção dda atuação. Ainda
A que neste aspectoo não seja deesprezível, o
foco da avaliação não é este.
Na abordaggem do candiidato, os grito
os fizeram coom que se peerdesse a claareza do enunnciado das su uas palavras..
Do mesmo modo, os socos sobre a mesam dificulttaram a claraa concretizaçção das circuunstâncias prropostas peloo
texto.
Assim, umaa boa abordaggem partiria não da busc a pela emoçãão, mas do correto estudoo do texto.
Diga-se, ainnda, que o mal
m posicion namento do candidato em m sua apresentação dificcultou aindaa mais a suaa
apresentaçãão.

2 - O texto foi falado dee modo poucco compreenssível e o possicionamento


o no palco difficultou aind
da mais. Nãoo
havia coerêência entre a movimentaação e a sittuação cênicca (o erro co omum de “aandar pra láá e pra cá”)..
Também nãão havia desenvolvimentto dramáticoo, no sentido de transform mação, aindaa que mínim ma, do estadoo
interior da ppersonagem.

7. COMEN
NTÁRIOS GERAIS
A banca de avaliação suugere que a dramaturgia
d seja lida na íntegra e quee a cena escoolhida seja lo
ocalizada noo
contexto daa fábula. Suugere, igualm mente, que a memorizaçção dos diállogos seja ddecorrente do estudo daa
estrutura naarrativa do teexto: quais acontecimentoos antecedem m a cena, quual o "problem ma” do trech ho escolhidoo
e como se ddesenvolve a fábula depois, trazendoo consequên ncias para a narrativa.
n Fin
inalmente, a personagem m
escolhida deeve ser estuddada na sua relação
r com ooutros elemeentos: ambien ntes, outras ppersonagens,, função etc.
Sugere-se qque candidatoos/as se posiccionem com calma antes de iniciar a sua cena, bem m como esco olham com
cuidado a posição de seuus elementoss cenográficoos. As escolh has espaciais revelam a mmaneira como o se opera a
recriação doo material texxtual na tridiimensionaliddade da cena..

Prova Com
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