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PICOS – PI
2023
ALDAISA PEREIRA LOPES
JOYCE KELLY DE OLIVEIRA E
SILVA RITA DE CÁSSIA DE SOUSA
VIEIRA
ROSANA CONCEIÇÃO RODRIGUES LEAL RAMOS
SAARA DA COSTA SANTOS
PICOS – PI
2023
RESUMO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................08
2 OBJETIVOS........................................................................................................................10
2.1 Objetivos............................................................................................................................10
3.3 Público-alvo.......................................................................................................................12
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................19
5.2.5 Caso Clínico 5 - Diabetes Mellitus Tipo 1, Nefropatia diabética, anemia, Hipertensão
Arterial.....................................................................................................................................81
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................91
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................94
APÊNDICES..........................................................................................................................98
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
A construção do Hospital Regional Justino Luz - HRJL, ocorreu entre os anos de 1974
e 1977, sob a direção do então governo de Dirceu Arcoverde e fica localizado na cidade de
Picos, Piauí. O primeiro diretor a assumir a gestão do presente hospital foi o Dr. José Carlos
Brito, que deu essa nomeação ao hospital em homenagem a uma liderança política
estabelecida nessa época.
Atualmente o Hospital Regional Justino Luz (HRJL) – Governo do Estado do Piauí
(CNPJ: 06.553.564/0102-81), fica localizado na Rua Luis Nunes, Nº 184, Bairro Bomba,
no município de Picos-PI, CEP 64600.000. Tem como Diretor Geral Tércio Luz Barbosa e
a Coordenadora de Nutrição Roberta Borges Costa. Telefone para contato: (89) 3422 –
1224.
um armário com portas e estantes que acomoda alguns arquivos e EPI 's de uso dos
nutricionistas.
Além disso, esse setor ainda se divide entre uma cozinha, onde é produzida todas as
refeições, tanto de pacientes como de funcionários, um almoxarifado da nutrição, local onde é
feito o estoque dos produtos, um refeitório, que é para o uso de funcionários da instituição nos
momentos das refeições, e uma outra sala para o pessoal da limpeza do setor da nutrição.
3.3 Público-alvo
A terapia nutricional enteral é indicada para pacientes que não devem ou conseguem
se alimentar por via oral, como em casos de cirurgia da região da cabeça e do pescoço,
esôfago, estômago, etc. A ingestão dos alimentos pode ser feita por meio de uma sonda,
posicionada ou implantada no tubo digestivo. Nesse âmbito, os alimentos devem estar na
forma líquida ou em pó (diluído em água), estes têm o mesmo valor nutricional que seria
possível obter pelo consumo de alimentos, além de serem digeridos da mesma maneira,
contendo tudo que é necessário diariamente.
Dieta indicada para pacientes que não necessitam de modificações em nutrientes e/ou
consistência, e que apresentam funções de mastigação e gastrointestinais preservadas. A
mesma apresenta quantidade normal de todos nutrientes. Neste tipo de dieta pode-se consumir
todo tipo de alimentos, como: cereais, arroz, massas, leguminosas e seus produtos integrais,
pobres em gorduras; hortaliças e frutas frescas; leite, iogurte e queijo com pouca gordura e
sal, entre outros.
determinados exames (colonoscopia, endoscopia). Não deve ser utilizada por mais de 3 dias
por fornecer quantidade inadequada de caloria. Alimentos indicados: água filtrada, água de
coco, sucos coados e claros.
Dieta pobre em açúcares simples, tendo como principal objetivo diminuir a quantidade
destes, sem, contudo, diminuir, necessariamente, as calorias, indicado em casos de diabetes
tipo 1 e 2 ou pacientes com glicemia elevada devido a outras patologias. Visa o controle da
taxa de glicose sanguínea e prevenir, retardar ou tratar complicações derivadas da progressão
da doença. Deve ser rica em fibras, cereais integrais, aveia, frutas e verduras cruas, leite e
iogurtes desnatados.
É um tipo de dieta com alto valor calórico e maior aporte de nutrientes. Indicada para
pacientes que sofrem de desnutrição, problemas renais agudos, câncer, politrauma, diarreia
aguda, broncoaspiração, etc. O principal objetivo dessa dieta é combater a desnutrição,
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portanto, geralmente são compostas por alimentos ricos em carboidratos e gorduras boas,
além de normalmente serem utilizados suplementos alimentares.
Essa dieta é indicada para o paciente que apresenta intolerância à lactose, ou seja, o
organismo tem dificuldade para digerir e absorver o açúcar do leite (lactose). Portanto, essa
dieta tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos pacientes excluindo a
presença de alimentos que contenham lactose.
Esta é uma dieta indicada para pacientes com diarreia. Com isso, visando melhorar o
trânsito intestinal, prevenir a desidratação e perda de peso, deve-se haver uma predominância
de fibras solúveis, oferta de líquidos e eletrólitos para repor as perdas intestinais. Recomenda-
se também evitar alimentos que contém lactose, alimentos ricos em gordura, alimentos
integrais e frutas e hortaliças laxantes.
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O estágio foi realizado no Hospital Regional Justino Luz (HRJL), por uma dupla e um
trio cada turno, sendo um no período da manhã (07:00h às 13:00h) e outro no período da tarde
(13:00h às 19:00h), totalizando 6 horas por dia, 5 dias por semana, entre 19/02/2023 e
03/04/2023. No decorrer desse período foram apresentados o Serviço de Nutrição e Dietética
(SND), as repartições da instituição e a rotina das atividades desenvolvidas pelos
nutricionistas. Além disso, os grupos foram divididos, onde cada estagiário (a) ficou
responsável por duas alas (Ala A – Pediatria e maternidade; Ala B – Clínica médica; Ala C –
Cirúrgica, Ortopedia e Neurologia; e SPA), com rodízio semanal de forma que todos (as)
pudessem acompanhar a rotina de cada ala.
De acordo com a necessidade observada no campo de estágio, foram desenvolvidas
lâminas educativas sobre Alimentação complementar (Apêndice A e B), para facilitar o
entendimento dos responsáveis nesse momento tão importante do desenvolvimento da
criança. Nesse sentido, o material elaborado foi entregue para as mães da maternidade e do
Centro de Parto Normal, como forma de auxílio ao iniciar a introdução alimentar da criança.
Além disso, as estagiárias ressaltaram a importância da continuação do aleitamento materno,
visto os benefícios para a mãe e o bebê.
Cabe destacar que as informações contidas no material, são orientações oriundas do
próprio Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, e devem ser adaptadas
segundo as necessidades de cada criança, considerando seus gostos e preferências. Além
disso, até por volta dos dois anos de vida, o leite materno continua sendo o principal alimento
para a criança, sendo uma importante fonte de nutrientes essenciais para o seu pleno
desenvolvimento, atuando como uma proteção natural contra doenças infecciosas. Estima-se
que dois copos (500 mL) de leite materno no segundo ano de vida, é capaz de fornecer quase
toda a necessidade das vitaminas C e A, além das proteínas e energia necessária (BRASIL,
2019).
Ademais, visto o grande número de pacientes portadores de Diabetes, Hipertensão e
Dislipidemias, foram desenvolvidas lâminas educativas com os principais cuidados acerca
dessas patologias. Os materiais desenvolvidos continham informações sobre efeitos colaterais
causados pelos medicamentos, instruções importantes e informações pertinentes no
tratamento de cada patologia (Apêndice C, D e E).
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ademais, nota-se que o público que estava internado no dia 09 de março variou entre
crianças, puérperas, adultos e idosos, sendo que a maior parte dele foi composto por adultos,
correspondendo a 44,2% (n = 46), seguido de idosos 30,8% (n = 32), puérperas 14,4% (n =
15) e crianças 10,6% (n = 11), como mostra a figura abaixo:
PAC Introdução
Avaliação clínica
● Identificação
● Queixa principal
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● Sinais clínicos
● Dados socioeconômicos
2.6.1 Ceftriaxona
2.6.2 Dipirona
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2.6.3 Tramadol
2.6.4 Omeprazol
● Hábitos de vida
A paciente em questão relata não consumir álcool, nem fazer uso de tabaco; consome
uma quantidade moderada de café pela manhã e pela tarde, aproximadamente 200 ml
diariamente; não faz uso de condimentos industrializados nas preparações, apenas temperos
naturais; relata ainda, sentir-se estressada de vez em quando; não pratica nenhum tipo de
atividade física e não faz uso de nenhum medicamento em casa, não havendo necessidade.
Avaliação bioquímica
Quadro 01: Resultados dos exames bioquímicos da paciente L.J.A. do dia 28/02.
Parâmetro Referência Valor encontrado Diagnóstico
Avaliação antropométrica
IMC atual: 16,8 → Magreza grau II Adequação da CB: 75,5% → Desnutrição moderada
Avaliação nutricional
● Diagnóstico nutricional
● Anamnese alimentar
A paciente relata que consome cinco refeições diariamente. Faz uso do óleo de soja
nas preparações, onde o consumo mensal é de aproximadamente 900 ml, correspondente a
uma garrafa. Relata ainda que faz uso de pouco sal, ingere aproximadamente 1,5 L de água
por dia, considera seu apetite e funcionamento intestinal normais. Além disso, o horário de
maior disposição alimentar é o almoço, nega intolerâncias ou alergias alimentares, no entanto
tem aversão a peixe e carne moída.
Desta forma, o quadro abaixo apresenta a distribuição das refeições habituais da
paciente, segundo relato da mesma.
TABELA 02 : Descrição dos valores dos macronutrientes presentes na dieta habitual da paciente L.J.A. de
acordo com anamnese alimentar.
De acordo com os valores obtidos de gramas por quilo de peso é possível observar que
trata-se de uma dieta normocalórica, hiperproteica, normoglicídica e normolipídica. Quanto à
densidade calórica (DC), o valor obtido foi de 0,92, estando assim, dentro dos valores de
referência segundo as recomendações da World Cancer Research Fund/American Institute for
Cancer Research (2007). Já a proporção de quilocalorias por grama de peso ficou de 36,42
kcal/kg. No que diz respeito aos micronutrientes, a tabela abaixo apresenta os valores
encontrados.
Tabela 03: Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes na dieta habitual da paciente L.J.A.
conforme anamnese alimentar:
Ao analisar a evolução clínica da paciente, nota-se que a aceitação da dieta foi boa e
sem indicações de alterações no TGI. Ademais, como a paciente não tinha nenhuma restrição
específica, o tipo de dieta prescrita permaneceu a mesma em todos os dias.
Dessa forma, ao considerar a dieta livre ofertada como a mais semelhante à dieta
habitual da paciente, foi realizada a sua caracterização e avaliação, conforme o quadro 03 e a
tabela 05 expostos logo abaixo.
Observa-se que a dieta ofertada pela instituição possui um valor nutritivo bem maior
que a dieta habitual da paciente, uma vez que é composta por um número maior de refeições,
além de possuir uma maior oferta e variedades de frutas e verduras, melhorando assim o valor
nutricional das refeições.
TABELA 05 : Descrição dos valores dos macronutrientes presentes na dieta ofertada pela instituição para a
paciente L.J.A.
Tabela 06: Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes da dieta oferecida pela instituição.
Micronutriente Quantidade Recomendação UL Resultado
Zinco 16,53 mg 8 mg 40 mg Adequado
Ferro 10,13 mg 18 mg 45 mg Baixo
Sódio 1.812,78 mg 2.300 mg 2,3 g Baixo
Selênio 43,93 mcg 55 mcg 400 mcg Baixo
Vitamina B12 2,11 mcg 2,4 mcg - Baixo
Vitamina B9 44,72 mcg 400 mcg 1.000 mcg Baixo
Vitamina B6 1,08 mg 1,3 mg 100 mg Baixo
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A partir disso, foi elaborado um plano alimentar para a paciente em questão, levando
em consideração a condição socioeconômica da família, além da utilização dos alimentos que
já fazem parte da dieta habitual da paciente.
QUADRO 04: Prescrição dietoterápica sugerida pela estagiária para a paciente L.J.A.
Em suma, foi feito uma melhor distribuição dos alimentos em todo o plano alimentar
da paciente. O fracionamento das refeições é de suma importância por se tratar de um
cardápio que tem como objetivo aumentar o ganho de peso da mesma. Foi adicionado assim
um lanche na parte da manhã, uma vez que na dieta habitual a paciente não tinha o costume
de fazer.
De modo geral, as escolhas alimentares compostas no cardápio foram pensadas de
acordo com o quadro clínico em que a paciente se encontra. Alguns alimentos que estão
bastante presentes no plano alimentar, são as frutas e verduras, que além de serem fontes de
vitaminas, minerais, compostos bioativos e fitoquímicos, são também fontes de fibras que
ajudam na modulação intestinal em conjunto com o consumo adequado de água, além de
auxiliarem na diminuição do processo inflamatório causado pela doença de base. Foram
priorizados ainda, alimentos fontes de Ferro, Vitamina B12, Ácido fólico, entre outros, que
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irão melhorar o quadro de anemia da mesma. Sendo assim, segue abaixo a análise dos
macronutrientes presentes na dieta:
TABELA 07: Caracterização da dieta sugerida pela estagiária para a paciente L.J.A. de acordo com os
macronutrientes e valores de referência.
Tabela 07: Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes na dieta prescrita pela estagiária da
paciente L.J.A.
Observa-se que a maior parte dos micronutrientes estão adequados ou dentro do valor
da UL. Apenas o sódio encontra-se abaixo dos valores de referência, no entanto, não é
considerado um ponto negativo, uma vez que esse mineral em altas concentrações prejudica o
organismos. Ademais, a fibra alimentar e o colesterol encontram-se um pouco elevados.
Orientações e recomendações
● Dar preferência a alimentos ricos em ferro, ácido fólico e vitamina B12, com o intuito
de melhorar o possível quadro de anemia.
● Evitar alimentos ultraprocessados, pois em sua maioria são ricos em sódio e
conservantes e podem causar malefícios à saúde;
● Aumentar o consumo de frutas e verduras, elas facilitam o trânsito do intestino e
fornecem quantidade adequada de vitaminas e minerais;
● Beber pelo menos 2,5 litros de água por dia;
● Realizar até seis refeições por dia: café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e um
lanche antes de dormir. Pois, o maior fracionamento permite uma melhor alimentação,
além de conseguir controlar o apetite e evitar efeitos gastrointestinais adversos;
● No momento da refeição, procurar um local tranquilo e aconchegante, comer devagar
e mastigar bem os alimentos, isso ajuda no processo de digestão e faz com que tenha
fome nas próximas refeições;
● Preferir alimentos grelhados, cozidos ou assados ao invés dos fritos. Evitar também
frituras em geral e gorduras de origem animal como banha, manteiga, nata, carnes
gordas e pele de aves;
● Consumir sal com moderação, dê preferência a temperos naturais;
● Evitar o consumo de refrigerantes e sucos industrializados, além dos demais alimentos
ultraprocessados;
● Praticar atividade física pelo menos 3 vezes por semana.
Considerações finais
Introdução
● Identificação do paciente
Paciente D.S.R., sexo masculino, 14 anos, natural da zona rural do município de São
José do Piauí, com ensino fundamental incompleto, admitido na Clínica Pediátrica do
Hospital Regional Justino Luz no dia 27/02/2023.
● Queixa principal
Paciente deu entrada no serviço de saúde com quadro de hiperglicemia e mal estar.
Refere ter recebido o diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo I há poucos dias e não
compreende a doença. Ademais, esta é sua terceira internação hospitalar recente com quadro
de hiperglicemia e histórico de cetoacidose diabética.
● Sinais clínicos
● Dados socioeconômicos
● Hábitos de vida
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2.8.1 Insulina
Avaliação bioquímica
Avaliação antropométrica
Avaliação nutricional
financeira da família e devem ser respeitadas, mesmo diante do consumo de alimentos que
apresentam baixo valor nutricional. Entretanto, realizou-se a análise da dieta relatada (Tabela
01), a fim de determinar se o consumo de macronutrientes estava adequado segundo as
necessidades do paciente.
VALOR
MICRONUTRIENTE RECOMENDAÇÃO (DRI) UL RESULTADO
ATUAL
Retinol 158,35 mcg > 900 mcg 2,800 mcg Inadequado
Ácido ascórbico 21,19 mg > 75 mg 1,800 mg Inadequado
Cálcio 347,04 mg > 1.300 mg 3,000 mg Inadequado
Ferro 8,6 mg > 11 mg 45 mg Inadequado
Sódio 2.635,19 mg < 1,500 mg 2.300 mg Inadequado
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03/03/2023
(5º dia de internação) Hipoglicêmica Ótima Sem alterações
04/03/2023
(6º dia de internação) Hipoglicêmica Ótima Sem alterações
05/03/2023
(7º dia de internação) Hipoglicêmica Ótima Sem alterações
Fonte: autoria própria (2023)
Quadro 03 - Composição da Dieta prescrita pela instituição para o paciente D.S.R. no dia 27/02
REFEIÇÃO E ALIMENTOS E QUANTIDADE
MEDIDA CASEIRA
HORÁRIO PREPARAÇÃO (g/mL)
Fruta e aveia
LANCHE
15 g
(09:30) Mamão e melão em cubos 3 fatias pequenas
15 g
Aveia em flocos 1 colher de sopa
7g
rasa
Arroz com feijão, peito de
frango, salada e laranja
80 g
Arroz cozido 4 colheres de 78 g
ALMOÇO
Feijão carioca sopa 3 colheres 140 g
(11:30)
Frango ao molho de sopa 2 pedaços
18 g
Laranja 1 unidade 60 g
Mingau de aveia
CEIA
1 copo 200 mL
(20:00) Leite desnatado
Aveia em
flocos
ADICIONAL
Maçã 1 unidade 50 g
(22:30)
Fonte: autoria própria (2023)
Lanche extra 0,11 g (0%) 8,29 (5%) 0,12 g (0%) 31 Kcal (2%) 50 g (3%)
TOTAL 11,09 g (30,4%) 170,25 g (46,6%) 37,47 g (23,1%) 1.461 kcal 1.448 g
34,78
g/Kg de peso 2,64 g/Kg 4,05 g/Kg 0,89 g/Kg DC: 1
Kcal/Kg
Fonte: autoria própria (2023)
MICRONUTRIENT
VALOR ATUAL RECOMENDAÇÃO (DRI) UL RESULTADO
E
Retinol 99,01 mcg > 900 mcg 2,800 mcg Inadequado
Ácido ascórbico 123,45 mg > 75 mg 1,800 mg Adequado
Cálcio 446,65 mg > 1.300 mg 3,000 mg Inadequado
Ferro 7,28 mg > 11 mg 45 mg Inadequado
Sódio 1.843,49 mg < 2.300 mg - Adequado
Potássio 2.196,67 mg > 4.700 mg - Inadequado
Zinco 6,46 mg > 11 mg 34 mg Inadequado
Fibras 20,67 g >38 g - Inadequado
Colesterol 260,8 mg <10% - Adequado
Fonte: Dietbox (2023)
Assim, em comum com a dieta habitual, percebe-se uma inadequação dos valores
encontrados em relação aos estabelecidos nas DRI’s. Entretanto, as quantidades expressas
para ácido ascórbico e colesterol são condizentes com valores estabelecidos na prática clínica,
e as demais estão na faixa de adequação imposta pelos valores inferiores a Ingestão Máxima
Recomendada (UL).
Nesse sentido, para prescrição dietoterápica (Quadro 04), utilizou-se o peso ideal do
paciente e o nível de atividade física para determinação do Valor Energético Total (VET),
conforme a Calculadora das Dietary Reference Intakes. A recomendação estimada encontrada
para melhora do estado nutricional do paciente e atingir eutrofia foi de 2.300 Kcal/dia, que
deve ser combinada a insulinoterapia prescrita pelo médico.
Fruta e aveia
LANCHE
Mamão e melão em cubos 3 fatias pequenas 15 g
(09:30)
Aveia em flocos 1 colher de sopa 15 g
Semente de linhaça 1 colher de chá rasa 5g
Laranja 1 unidade 60 g
Mingau de aveia
CEIA
1 xícara 250 mL
(21:00) Leite desnatado com aveia em
flocos e adoçante
ADICIONAL
Maçã 1 unidade 50 g
(22:30)
Fonte: autoria própria (2023)
TOTAL 168,33 g (31,2,4%) 221,06 g (43,4%) 67,90 g (25,4%) 2.168,56 kcal 1847 g
g/Kg de peso 3,3 g/Kg 4,17 g/Kg 1,3 g/Kg 42,52 Kcal/Kg DC: 1,16
Fonte: Dietbox (2023)
TABELA 07 - Micronutrientes encontrados na Dieta sugerida pela estagiária para o paciente D.S.R.
MICRONUTRIENTE VALOR ATUAL RECOMENDAÇÃO (DRI) UL RESULTADO
Retinol 754 mcg > 900 mcg 2,800 mcg Inadequado
Ácido ascórbico 86,16 mg > 75 mg 1,800 mg Adequado
Cálcio 1.320 mg > 1.300 mg 3,000 mg Adequado
Ferro 12,09 mg > 11 mg 45 mg Adequado
Sódio 1.949,89 mg < 2.300 mg - Adequado
Potássio 3.329,65 mg > 4.700 mg - Inadequado
Zinco 11,38 mg > 11 mg 34 mg Adequado
Fibras 39,54 g >38 g Adequado
Colesterol 222,19 mg <10% do VET 230g Adequado
Fonte: Dietbox (2023)
Fica claro através dos resultados, que o cardápio prescrito consegue apresentar
adequação na maioria dos micronutrientes relevantes para o paciente, segundo as DRI’s,
exceto o potássio e o retinol, mas ambos apresentaram valores inferiores a UL, sendo,
portanto, aceitáveis para o quadro de saúde, sem causar nenhum prejuízo. Portanto, a dieta
está apta para a manutenção do seu atual estado de saúde e agregar melhorias na qualidade de
vida.
● Evite consumir refrigerantes, doces, mel, açúcar mascavo, pois estes aumentam
rapidamente a glicemia;
● Consuma diariamente legumes e verduras (3 a 5 porções) no almoço e jantar.
Prefira as versões integrais dos pães, torradas, biscoitos, arroz e massas e consuma
com moderação;
● Comece a refeição preferencialmente pela salada para aumentar a saciedade;
● Evite o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, pois estas além de serem bastante
calóricas, podem gerar hipoglicemia prolongada;
● Evite frituras e alimentos gordurosos como: banha ou toucinho de porco, pele de
animais, carnes gordas e com gorduras aparentes. Prefira preparações assadas,
grelhadas ou cozidas;
● Evite nata de leite, maionese, creme de leite, manteiga, embutidos (salame, presunto,
mortadelas, salsichas, bacon, linguiça);
● Mastigue bem os alimentos e aprenda a saboreá-los: a mastigação estimula o centro
da saciedade (localizado no cérebro) e este processo demora cerca de 20 minutos para
ocorrer, tempo mínimo que você deve dedicar à sua refeição. Saboreie os alimentos e
coma com prazer!
● Continuação das atividades físicas, por pelo menos três vezes por semana, com
duração de 60 minutos.
Considerações finais
Introdução
vida deste.
Avaliação clínica
● Identificação
Paciente F.P.S., sexo masculino, 62 anos, pardo, agricultor, residente da zona rural
do município de Santana do Piauí, com ensino fundamental incompleto, foi admitido na ala
urgência do Hospital Regional Justino Luz no dia 10/02/2023.
● Queixa principal
Paciente descreveu que está com dor epigástrica há 3 dias. Assim, foram realizados
os seguintes procedimentos: anamnese, exame físico, exames laboratoriais e
ecocardiograma. De acordo com os resultados dos exames realizados o paciente foi
diagnosticado com infarto agudo do miocárdio e submetido ao tratamento medicamentoso
de infarto agudo do miocárdio e aguarda procedimento cardíaco cateterismo. Além disso,
apresenta história patológica pregressa (HPP) de diabetes e hipertensão.
● Sinais clínicos
● Dados socioeconômicos
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● AAS
● Clexane
● Clopidogrel
● Captopril
Dosagem de 25mg, 1 comprimido se PAS 160 mmhg ou PAD > 110 mmhg. Este
medicamento é indicado para o tratamento da hipertensão, por reduzir a pressão arterial
nesses casos. Outrossim, é utilizado como terapia pós-infarto do miocárdio em pacientes
clinicamente estáveis com disfunção ventricular esquerda assintomática ou sintomática para
melhorar a sobrevida e retardar o início da insuficiência cardíaca sintomática, além de
reduzir internações por insuficiência cardíaca e diminuir a incidência de infarto do
miocárdio recorrente e as condutas de revascularização coronariana.
Além disso, o captopril é indicado para o tratamento de nefropatia diabética
(proteinúria >500 mg/dia) em pacientes com diabetes mellitus insulinodependentes. Nestes
pacientes, o captopril previne a progressão da doença renal e reduz sequelas clínicas
associadas (diálise, transplante renal e morte).
Peixoto et al.10 recomendam que o Captopril seja ingerido com estômago vazio
(uma hora antes ou duas horas após as refeições), pois o alimento diminui sua absorção em
30- 50% e não é absorvido adequadamente quando administrado próximo ou durante as
refeições.
Dessa forma, é de suma importância o acompanhamento dos pacientes hospitalizados
pelos profissionais de saúde durante a prescrição e/ou administração dos medicamentos,
bem como se faz necessária uma orientação farmacológica aos pacientes usuários de
medicamentos para o tratamento de patologias crônicas, a fim de minimizar as reações
adversas e as interações medicamentosas.
Avaliação bioquímica
Quadro 01: Resultados dos exames bioquímicos do paciente F.P.S. no dia 15/02/2023.
Parâmetro Referência Valor Diagnóstico
Hemácias 26 - 34 mi/uL 27,49 mi/uL Normal
Hemoglobina 12 -17,5 mg/dL 11,3 mg/dL Normal
Hematócrito 40 - 52 mg/dL 43 mg/dL Normal
Creatinoquinase cardíaca Até 7 ng/ml 51,33 ng/ml Inadequado
(CKMB)
53
De acordo com o hemograma, o paciente não apresenta quadro de anemia visto que
as taxas de células vermelhas encontram-se dentro da normalidade. Os resultados de ureia,
potássio e sódio estão adequados. Porém, ao analisar as concentrações da CKMB no sangue,
indicam elevado grau de dano às fibras musculares cardíacas do paciente, possibilitando
assim que o médico avalie o grau de lesão miocárdica presente.
Avaliação antropométrica
TABELA 01: Descrição das medidas antropométricas do paciente F.P.S obtidas durante visita no dia 24/02/23.
valor de 0,84 (≥ 1,07 - Alto risco) que também está associado ao desenvolvimento de doenças
crônicas não transmissíveis.
Avaliação nutricional
● Diagnóstico nutricional
● Anamnese alimentar
O paciente descreveu que costuma realizar 5 refeições por dia, não apresenta alergias
ou intolerância alimentar, consome óleo e sal de forma moderada. Ademais, apresenta
apetite normal e horário de maior disposição alimentar é durante o almoço, também relatou
que não possui preferências alimentares. Sua ingestão hídrica varia de 2,5 a 3 litros de água.
Com relação à função intestinal apresenta trânsito intestinal normal, sem alterações. Deste
modo, conforme o obtido em diálogo com o paciente, o quadro 02 apresenta a composição
das refeições citadas como componentes da sua dieta habitual.
TABELA 02: Caracterização da dieta habitual do paciente F.P.S conforme anamnese alimentar, de acordo com
os macronutrientes e valores de referência.
Refeição Proteínas Carboidratos Lipídeos Calorias Quantidade
g/kg de peso 1,3 g/kg 3,8 g/kg 0,59 g/kg 26,19 g/kg DC: 1,26
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
Os valores obtidos conforme a relação de gramas por quilo de peso indicam uma
dieta normocalórica, normoproteica, normoglicídica e normolipídica, sendo condizente com
a sua situação do paciente e assegurando a manutenção de peso, adequada em relação a
densidade energética, fornecendo subsídios para realização de sua ocupação no trabalho.
Em relação ao aporte oferecido quanto os principais micronutrientes, encontrou e os
56
TABELA 03: Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes na dieta habitual do paciente F.P.S
conforme anamnese alimentar.
Micronutriente Quantidade Recomendação UL Resultado
Portanto, o paciente em questão apresentou uma boa aceitação à dieta ofertada, fato
que atua contribuindo para melhorar valores nutricionais, funcionais e fisiológicos do
paciente. Neste caso, as preparações ofertadas em cada tipo de dieta corresponderam aos
padrões utilizados na instituição, sem necessidade de uma elaboração de cardápio específico,
visto que o paciente não apresentava preferências que exigissem tal atuação. Sendo assim, foi
realizada a caracterização e avaliação da dieta hipossódica ofertada ao paciente, conforme o
quadro 03 e a tabela 05.
QUADRO 03: Composição da dieta hipossódica ofertada ao paciente F.P.S. no dia 01/03/2023.
REFEIÇÃO PREPARAÇÃO MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE
A dieta ofertada pela instituição sobressai a habitual consumida pelo paciente. Além
disso, é caracterizada por aumentar o fracionamento das refeições e por disponibilizar uma
maior variedade cereais integrais, hortaliças folhosas, frutas, leguminosas, oleaginosas/óleos
vegetais ricos em ômega-6, laticínios com baixo teor de gordura, que possui um papel
58
TABELA 05: Caracterização da dieta hospitalar do paciente E.S.O conforme anamnese alimentar, de acordo
com os macronutrientes e valores de referência:
Refeição Proteínas Carboidratos Lipídeos Calorias Quantidade
g/kg de peso 1,5 g/kg 2,6 g/kg 0,59 g/kg 22,8 g/kg DC: 0,94
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
TABELA 06: Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes na dieta hospitalar do paciente F.P.S
conforme descrita no cardápio:
Micronutriente Quantidade Recomendação UL Resultado
Fibras 25 g 30 g - Adequado
Assim, em comum com a dieta habitual, percebe-se uma inadequação dos valores
encontrados em relação aos estabelecidos nas DRI’s. Entretanto, as quantidades expressas
para fibras e ferro são condizentes com valores estabelecidos na prática clínica, e as demais
estão na faixa de adequação imposta pelos valores inferiores a Ingestão Máxima
Recomendada (UL).
QUADRO 04: Prescrição dietoterápica sugerida pela estagiária para o paciente F.P.S:
REFEIÇÃO PREPARAÇÃO MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE
Apesar do alto valor calórico, o abacate é um dos melhores alimentos para controlar o
colesterol, pois é uma fruta rica em fitoesteróis provenientes das gorduras poli-insaturadas e
monoinsaturadas, que ajuda a diminuir os marcadores sanguíneos que aumentam o risco de
doenças cardíacas, reduzindo o colesterol total, os triglicerídeos e o colesterol "mau", o LDL.
Ademais, favorece a síntese do colesterol "bom", o HDL, evitando o acúmulo de placas de
gordura nas artérias e promovendo a saúde do coração.
O uso do suco goiaba foi devido ela ser uma fruta rica em fibras, antioxidantes e
outros nutrientes, como as vitaminas A, B e C, ajudando a melhorar a saúde gastrointestinal, é
rica em fibras solúveis como a pectina e em vitamina C. As fibras solúveis facilitam a
eliminação do colesterol através das fezes, reduzindo sua absorção, diminuindo sua
quantidade no sangue e favorecendo sua excreção na bile. Além disso, como contém
antioxidantes, ajuda a prevenir a oxidação do colesterol LDL, assim como aumentar os níveis
de HDL, também conhecido como colesterol bom.
A utilização do suco de melão foi devido ser uma fruta com propriedades diuréticas e
antioxidantes, ajudando a diminuir a retenção de líquidos e a prevenir o envelhecimento
precoce da pele. Além disso, é rico em nutrientes como cálcio, potássio e fibras, ajuda a
fortalecer os ossos e dentes, reduzir a pressão arterial e favorecer a perda de peso.
Além disso, a semente de linhaça foi usada na vitamina de banana por conter boas
quantidades de ômega 3, vitamina E e magnésio, nutrientes com propriedades relaxantes e
anti-inflamatórias, que melhoram o relaxamento dos vasos sanguíneos e diminuem a
inflamação das artérias, ajudando a prevenir o surgimento de doenças, como pressão alta,
aterosclerose e infarto. Além do mais, por ser rica em fibras, a semente de linhaça diminui a
velocidade de absorção do açúcar dos alimentos, ajudando a controlar os níveis de glicose no
sangue, prevenindo, assim, a resistência à insulina e a diabetes. Dessa maneira, a tabela 07
traz os valores encontrados de acordo com a análise dos macronutrientes presentes na dieta
foram descritos na Tabela 07:
62
TABELA 07: Caracterização da dieta sugerida pela estagiária para o paciente E.S.O de acordo com os
macronutrientes e valores de referência:
Refeição Proteínas Carboidratos Lipídeos Calorias Quantidade
g/kg de peso 1,5 g/kg 3,8 g/kg 0,9 g/kg 28,5% DC: 1,01 g
Referência 1,2 a 1,5 g/kg 4,0 g/kg 0,9 g/kg 20 a 30 kcal/kg 1,4 a 2,5g/kcal
TABELA 08: Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes na dieta prescrita pela estagiária para o
paciente E.S.O, conforme as DRI’s:
Orientações e recomendações
● Realize até seis refeições por dia: café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e uma
ceia antes de dormir. Pois, o maior fracionamento permite que você se alimente
melhor, consiga controlar o seu apetite e evite efeitos gastrointestinais adversos;
● No momento da refeição, procure um local tranquilo e aconchegante, coma devagar e
mastigue bem os alimentos, isso ajuda no processo de digestão e faz com que você
tenha fome nas próximas refeições;
● Utilizar óleos vegetais, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades;
● Prefira os alimentos grelhados, cozidos ou assados no lugar dos fritos. Evite também
frituras em geral e gorduras de origem animal como banha, manteiga, nata, carnes
gordas e pele de aves;
● Evite alimentos ultraprocessados, pois em sua maioria são ricos em sódio e
conservantes e podem causar malefícios à saúde.
● Consuma alimentos que são fontes de ômega 3 como linhaça, chia,peixes, sardinha,
castanhas e óleos vegetais.
● Aumente o consumo de frutas e verduras, elas facilitam o trânsito do intestino e
fornecem quantidade adequada de vitaminas e minerais;
● Beba muita água durante o dia, pelo menos três litros;
Conclusão
os mais precoces possíveis. Sobre as implicações teóricas e/ou práticas dos resultados é de
importância frisar que o IAM é uma doença desencadeada por fatores intrínsecos e
extrínsecos, podendo-se modificar esse panorama a partir de medidas preventivas por meio do
controle efetivo dos fatores de risco identificados, estratégias de promoção à saúde, mudanças
de hábitos de vida da população, abandono de rotinas, como alimentação inadequada,
sedentarismo, obesidade, estresse da vida moderna, abuso de drogas ilícitas, consumo de
tabaco e álcool, para dessa forma ocorra redução na incidência e mortalidade
Isquêmico Introdução
Uma das principais causas de morte no mundo todo são as doenças cardiovasculares.
Dentre essas doenças, pode-se destacar o Acidente Vascular Encefálico (AVE), que desde
1960 vem sendo constatado na população brasileira como causa principal de internações,
mortalidade e disfuncionalidade, acometendo principalmente pessoas com a faixa etária acima
de 40 anos, superando, até mesmo o câncer e as doenças cardíacas (GOMES; SENNA, 2008).
O AVE é definido como uma síndrome clínica caracterizada pelo rápido
desenvolvimento de sinais de distúrbio focal ou até mesmo global de funções neurológicas
com duração maior de 24 horas. A doença ocorre quando há uma interrupção no fluxo
sanguíneo, por bloqueio ou rompimento de um vaso, não ocorrendo a adequada oxigenação
do cérebro, resultando em lesões e morte neuronal (WORLD HEALTH ORGANIZATION,
2005).
A Associação Americana de AVE define que essa doença pode ocorrer devido à
hemorragia intracerebral, hemorragia subaracnóide e infarto do sistema nervoso central
(SNC), incluindo cérebro, medula espinhal e morte de células da retina devido à isquemia. O
consenso da Associação Americana também observa que essa doença pode ser causada por
trombose venosa cerebral em que há hemorragia ou infarto de cérebro, medula espinhal ou
retina devido à trombose de uma estrutura venosa cerebral (SACCO et al., 2013).
No que diz respeito aos fatores de risco do AVE destacam-se: hipertensão arterial
sistêmica, hábito de fumar, Diabetes Mellitus, dislipidemia, fibrilhação auricular, estenose
carotídea, doença das células falciformes, álcool, obesidade, distribuição abdominal da
gordura corporal, sedentarismo, terapia hormonal de substituição, além da alimentação
inadequada. Sendo essa última considerada uma das principais causas de doenças
65
Avaliação clínica
● Identificação
● Queixa principal
● Sinais Clínicos
Dia anterior à alta: Orientado, consciente, afebril, deambulando com apoio, eupneico,
normocorado, abdome plano, normocárdico, diurese espontânea, evacuações regulares, dieta
via oral, pele íntegra, sono e repouso satisfatórios.
● Dados Socioeconômicos
O paciente relata morar sozinho e possui uma renda de 1 salário mínimo, decorrente
de sua aposentadoria.
● Hábitos de vida
O paciente em questão relatou não consumir álcool há mais de 10 anos; não faz o uso
de tabaco há quase 1 ano; ingere café diariamente ao acordar, aproximadamente 100 ml;
consome alimentos elaborados com condimentos todos os dias; não é um paciente estressado;
não pratica nenhuma atividade física, apenas trabalhos domésticos; Não relatou fazer uso de
medicamento.
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Avaliação bioquímica
● Hemograma
Eritrócitos 4,5 a 5,9 milhões/mm³ 3,96 Abaixo dos valores de referência, podendo
milhões/mm³ indicar anemia
● Mineralograma
Cálcio 8,6 a 10,3 mg/dL 9,83 mg/dL Dentro dos valores de referência.
Creatinina 0,4 a 1,3 mg/dL 0,66 mg/dL Dentro dos valores de referência.
Magnésio 1,9 a 2,5 mg/dL 2,20 mg/dL Dentro dos valores de referência.
Potássio 4,5 a 5,5 mmol/L 3,69 mmol/L Abaixo dos valores de referência
Sódio 130 a 145 mmol/L 139,3 mmol/L Dentro dos valores de referência.
Fonte: Dados da pesquisa 2023.
69
Avaliação antropométrica
Tabela 1: Medidas antropométricas do paciente F.S.L obtidas durante visita no dia 07/03.
Parâmetros Valores
% PP 3,4
RCQ 1,02
Adequação da CB 83,6 %
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
Avaliação nutricional
● Diagnóstico nutricional
70
● Anamnese alimentar
Lanche da manhã – – –
De acordo com a dieta habitual e o que foi relatado pelo paciente durante a anamnese,
é possível observar que o mesmo apresenta uma dieta pouco variada, com horários
irregulares, uma vez que nem sempre se alimenta no lanche da tarde e ceia. Além disso, não
tem o hábito de consumir frutas em nenhuma das refeições, o que é um ponto negativo, pois
as frutas fornecem vitaminas, minerais e fibras essenciais à saúde. Outro ponto negativo é o
consumo frequente de gorduras animais e carnes vermelhas processadas (como a linguiça),
que podem levar ao maior risco de AVE, segundo conclusões observacionais. Desse modo,
conforme a anamnese alimentar, o quadro 5 e o gráfico 1 trazem a caracterização da dieta
habitual do paciente, de acordo com os macronutrientes e valores de referência.
Café da manhã 15,29g (15%) 51,89g (34%) 16,99g (22%) 426kcal (24%) 380g (33%)
Almoço 41,76g (41%) 51,51g (34%) 26,91g (34%) 629kcal (36%) 420g (37%)
Lanche da tarde 8,40g (8%) 17,20g (11%) 6g (8%) 156kcal (9%) 40g (4%)
Jantar 27,14g (26%) 29,97g (20%) 17,60g (22%) 395kcal (23%) 255g (22%)
Ceia 10g (10%) 0,58g (0%) 11,12g (14%) 143kcal (8%) 40g (4%)
Café da manhã 6,67g (9%) 33,24g (15%) 12,13g (25%) 269kcal (16%) 210g (16%)
Lanche da manhã 7,33g (10%) 50,84g (22%) 8,96g (19%) 306kcal (19%) 212g (16%)
Almoço 30,89g (40%) 52,81g (23%) 5,96g (13%) 392kcal (24%) 391g (29%)
75
Lanche da tarde 4,09g (5%) 47,40g (21%) 5,12g (11%) 247kcal (15%) 212g (16%)
Jantar 24,23g (31%) 31,56g (14%) 12,16g (26%) 340kcal (21%) 225g (17%)
Ceia 3,82g (5%) 12,80g (6%) 3,31g (7%) 95kcal (6%) 100g (7%)
Foi aumentado o aporte de fibras na dieta, que auxiliam no controle das taxas de
colesterol e glicose. Foram colocados alimentos fontes de proteína nas refeições principais,
restringindo o consumo de carnes vermelhas gordurosas e priorizando carnes brancas magras
como frango e peixes ricos em ferro e ômega 3, que diminui os riscos de ataque cardíaco,
graças ao aumento do colesterol bom (HDL) no sangue e à queda nos níveis de triglicérides.
Além disso, foi introduzido na salada o azeite de oliva, na salada, por ser fonte de ômega 9,
uma gordura insaturada que também auxilia no aumento das taxas de HDL.
Importante ressaltar ainda que estudos relatam que a combinação de chá verde e café
contribui para redução do risco de AVC, com isso foi adicionado o café pela manhã e um chá
verde na ceia. Portanto, de forma geral, esse é um cardápio bastante completo,
economicamente acessível, com preparações fáceis e com alimentos que o paciente consome.
Isto posto, a análise dos macronutrientes presentes na dieta foram descritos no quadro 12.
Café da manhã 11,48g (15%) 59,64g (25%) 10,75g (23%) 79kcal (23%) 272g (16%)
Lanche da 6,65g (9%) 13,41g (6%) 13,70g (29%) 192kcal (12%) 230g (14%)
manhã
Almoço 25,48g (33%) 41,97g (18%) 14,10g (30%) 404kcal (24%) 327g (20%)
Lanche da tarde 3,44g (4%) 39,10g (16%) 1,42g (3%) 170kcal (10%) 260g (16%)
Jantar 30,89g (40%) 83,98g (35%) 6,62g (14%) 520kcal (30%) 458g (27%)
Orientações e recomendações
Introdução
Piauí, diagnosticada com Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus tipo 1, Nefropatia
diabética e Anemia ferropriva.
Avaliação clínica
● Identificação
Paciente M.H.S., sexo feminino, 51 anos, natural da zona rural do município de Picos,
Piauí, com ensino fundamental incompleto, foi admitida na Ala B do Hospital Regional
Justino Luz no dia 05/03/2023.
● Queixa principal
Pielonefrite (dor associada a infecção nos rins, sendo uma dor lombar unilateral
geralmente associada a febre e calafrios, queda do estado geral, náuseas e vômitos), além de
fraqueza.
● Sinais Clínicos
● Dados socioeconômicos
2.6.1 Furosemida
2.6.2 Heparina
2.6.3 Anlodipino
2.6.4 Hidralazina
2.6. 4 Dipirona
2.6.5 Ondansetrona
● Hábitos de vida
Paciente não etilista; não tabagista; não consome café com frequência; não faz o
consumo de preparações muito condimentadas; relata sentir estresse facilmente; relata ainda
84
não praticar atividade física atualmente, em virtude de sentir muita fraqueza, mas que possuía
o hábito de praticar caminhadas todos os dias da semana, faz uso de medicamentos em casa.
Avaliação bioquímica
De acordo com os dados obtidos acerca das células sanguíneas, a paciente encontra-se
com os valores de eritrócitos e hemoglobina abaixo do recomendado, que é indicativo de
anemia. Além disso, os valores de leucócitos apresentam-se acima do recomendado, podendo
ser indicativo de infecção bacteriana, leucemia, traumatismos ou estresse.
Quanto aos resultados bioquímicos referentes a função renal, a paciente encontra-se
com os níveis de Creatinina e Ureia acima do recomendado, sendo indicativo de problemas de
dispersão de resíduos metabólicos e doença renal crônica, onde os rins não são capazes de
filtrar os resíduos do organismo e excreta-los pela urina, respectivamente.
Avaliação antropométrica
Quadro 2. Descrição das medidas antropométricas da paciente M.H.S obtidas durante a visita
85
Circunferência do quadril (CQ): 98 cm Relação Cintura Quadril (RCQ): 0,88 - risco para
Doença Cardiovascular
Fonte: Dados da pesquisa, 2023
Avaliação nutricional
● Diagnóstico nutricional
● Anamnese alimentar
A paciente relata fazer de cinco a seis refeições por diárias, não sabendo estipular
exatamente a quantidade de óleo utilizada, em virtude do preparo ser feito por outro membro
da família. Relata possuir apetite reduzido, onde seu horário de maior disposição alimentar é
o almoço. Possui funcionamento intestinal normal; sem alergias e/ou intolerância alimentar.
Quadro 4. Caracterização da dieta habitual da paciente M.H.S conforme anamnese alimentar, de acordo com os
macronutrientes e valor de referência.
Quadro 5. Quantidades encontradas dos seguintes micronutrientes da paciente M.H.S de acordo com a
anamnese alimentar.
MICRONUTRIENTE QUANTIDADE RECOMENDAÇÃO UL RESULTADO
Assim, em comum com a dieta habitual, percebe-se uma inadequação dos valores
encontrados em relação aos estabelecidos nas DRI’s.
atingir o peso adequado (mais dois quilogramas), etc. Para isso o cálculo energético e
distribuição de macro e micronutrientes, foram feitos a partir do aplicativo DietBox.
Orientações e recomendações
● Adotar uma garrafinha de água para tê-la durante todo o dia e consequentemente,
aumentar a ingestão hídrica (pelo menos três litros ao dia).
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As estagiárias foram bem acolhidas por toda a equipe do hospital durante a realização
do Estágio Curricular Obrigatório em Nutrição Clínica. Os nutricionistas supervisores
demonstraram-se dedicados para auxiliar os graduandos quanto à realidade da prática da
profissão, facilitando a familiarização com a área, explicando o funcionamento da rotina
hospitalar em cada uma das alas, transmitindo seus conhecimentos, sanando dúvidas e
orientando em relação à determinadas condutas. Ademais, possibilitaram a participação direta
das estagiárias durante o atendimento nutricional e visitas aos leitos, incentivando a
autonomia para o contato direto com os pacientes, bem como através de sugestões quanto às
prescrições dietoterápicas. De forma geral, as experiências adquiridas por meio do estágio
foram de suma relevância para a formação dos universitários.
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REFERÊNCIAS
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Sourcebook Authors. Type 1 diabetes through the life span: a position statement of
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MANN, D., ZIPES, D., LIBBY, P., & BONOW, R. (2014). Braunwald’s Heart Disease: A
Textbook of Cardiovascular Medicine. Cleveland Clinic Journal of Medicine,
51(3), 565–565.
PEIXOTO JS, SALCI MA, RADOVANOVIC CAT, SALCI TP, TORRES MM, CARREIRA
L. Riscos da interação droga-nutriente em idosos de instituições de longa permanência.
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SACCO, R. L.; KASNER, S. E.; BRODERICK, J. P.; CAPLAN, L. R.; CONNORS, J. J. B.;
CULEBRAS, A.; ELKIND, M. S.; GEORGE, M. G.; HAMDAN, A. D.; HIGASHIDA, R. T.;
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APÊNDICES
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