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Os desequilíbrios nutricionais, e por consequência funcionais,

causados pela má alimentação atual podem causar um
comprometimento no desenvolvimento e na qualidade de vida das
próximas gerações.

A nutrição adequada é a maior garantia de preservação das espécies.

“No momento da fertilização quando um ser humano começa a existir,
a Nutrição tem início”.
“Este período do desenvolvimento, quando as coisas podem ser
definitivamente certas ou erradas é de vital importância, e a Nutrição
pode exercer uma profunda influência, que se estende por toda a
vida”
-----------------------------------------------------------------------Roger Willians, PhD
Portanto, a nutrição adequada é determinante desde a fertilização até
a formação de indivíduos saudáveis para dar continuidade às
próximas gerações, evitando o seu comprometimento e ainda
garantindo uma longevidade com vitalidade positiva.

PROGRAMA DOS 1000 DIAS: Organização Mundial da Saúde – OMS

Os primeiros mil dias vão da concepção até o fim do segundo ano de vida.
É um importante período para intervenções que garantam nutrição e desenvolvimento
saudáveis, que trarão benefícios em todo o ciclo de vida.
As crianças devem receber alimentação adequada, por meio de nutrição pré-natal
adequada, aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, adição de alimentos
complementares adequados e continuação da amamentação até os dois anos. Face à
condição de dependência absoluta de cuidados de um adulto, é fundamental que tenham
um ambiente propício e acolhedor necessário para desenvolver laços fortes com seus
cuidadores e lançar as bases para um desenvolvimento pleno e saudável.

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Segundo a OMS, melhorar a nutrição para mães e crianças durante a janela de

1.000 dias ajuda a garantir que as crianças tenham o melhor começo de vida e
a oportunidade de atingir seu potencial total. Investir em uma melhor
nutrição durante os primeiros 1.000 dias também economiza vidas. As
mulheres que são bem nutridas antes e durante a gravidez são menos
propensas a morrer durante o parto. E assegurando que as mães possam
amamentar e que os bebês recebam apenas leite materno durante os
primeiros seis meses de vida, podemos ajudar a salvar a vida de quase 1
milhão de crianças.

Cientistas líderes, economistas e especialistas em saúde concordam que

melhorar a nutrição durante a janela crítica de 1.000 dias é um dos melhores
investimentos que podemos fazer. Na verdade, cada dólar investido na
melhoria da nutrição nos primeiros 1.000 dias produz um retorno de 48
dólares em melhor saúde e produtividade econômica. Não há um melhor
investimento para que possamos garantir o futuro das crianças, das famílias e
das nações.

Fatores associados que podem levar ao desencadeamento do TEA

É extremamente comum um “triste roteiro” percorrido pelas mães e bebês que

sofrem com um ciclo sem fim de doenças crônicas entre elas o TEA.
Existe um histórico de eventos, tanto no processo pré-gestacional, gestacional e
do início da vida dos bebês que fazem com que estes sintomas se manifestem.
Eventos que isoladamente ou em conjunto podem alterar a formação
imunológica e cerebral do feto e na continuação pós-natal da formação do
bebê. Comumente, desequilíbrios nutricionais, exposição à xenobióticos,
processos inflamatórios crônicos e estresse comprometem a condição
imunológica do feto. Outras condições pós-natal podem influenciar o
desenvolvimento e deixar a criança exposta a uma cadeia de eventos que
podem desencadear um ciclo de doenças crônicas ainda nos primeiros meses de
vida. Chamo isto de “Tempestade Perfeita”.
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FATORES ASSOCIADOS QUE PODEM LEVAR AO DESENCADEAMENTO DO TEA

Desequilíbrios nutricionais Distúrbios de detox Seletividade alimentar
pré gestacional e na gestação Ação de opióides

Supl. inadequada de
Parasitas/verminoses
Ácido Fólico e dos demais Hipersensibilidade
micronutrientes Alimentar Tardia
Introdução de alimentos:
Polimorfismo MTHFR precoce e inflamatória
Formação inadequada
da microbiota do bebê: Pré disposição Disbiose intestinal c/
T. de parto/amamentação genética prevalência fúngica
de 1ª hora/amamentação
e uso de fórmulas
Vacinas:
tipo e agrupamento
Comprometimento do sist.
digestivo e imunológico Diagnóstico tardio
Inflamações recorrentes
com uso frequente de:
Inflamação neuronal/disf.
antibióticos/IBP/corticóides
mitocondrial/hipoglicemia/
estresse oxidativo
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Pré gestação e Gestação

Amamentação
Amamentação: Introdução de
3 a 4 meses Tipos de parto: de 1 ª hora: alimentos:
antes da gestação

Avaliação nutricional Natural Maior diversidade Aleitamento materno Alimentação

adequada : Cesárea de bactérias saudá exclusivo nos primei- complementar
Homocisteína/disbiose/detox veis; ros seis meses; a partir do sexto
/adequação nutr./metilfolato Maior proteção mês:
Formação imunológica; Aleitamento
Indicação para alimentação: adequada da Suprir as necessidades
Contato c/ a pele; Complementar nutricionais e
Isenta de aditivos, açúcar, microbiota Contato c/os olhos; Adequado/Prevenção. imunológicas.
prot.inflamatórias, agrotó- Sucção;
xicos, metais tóxicos, outros Paladar. Oferece todos os
nutrientes e fatores
Suplementação Nutricional: imunológicos para
Omega3, probióticos, vit. e o crescimento.
minerais
Gestação de 15 m.

Prevenção: Formação de Microbiota com Fórmulas com Quebra de tolerância;

Infertilidade, Alterações microbiota prevalência de proteínas inflamações decorren-
Epigenéticas patogênica bactérias heterólogas; tes de proteínas infla-
Má formação congênita hospitalares. matórias, aditivos ali-
Sensibilização do bebê: introdução mentares e insuficiên-
Gerar tolerância X Quebrar Desequilíbrio precoce de cias nutricionais;
tolerância. imunológico. alimentos. Disbiose e distúrbios
Evitar deficiência de nutrientes de destoxificação.
essenciais e probióticos. DCNT’s
Alterações na microbiota, Alterações do
aumento de substâncias não neurodesenvolvimento
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metabolizadas do ácido fólico.

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Os nutrientes determinam a expressão dos genes!

Entre todos os fatores que podem determinar a expressão dos genes, o que
mais está sob o nosso controle são os fatores alimentares e nutricionais, assim
como em diversas situações o ambiental.
Não existe uma cultura nutricional adequada quanto ao período anterior à
gestação, ignorando-se a sua importância para o sucesso da concepção, da
fertilidade, da proteção do recém-nascido frente ao risco de má formação
congênita, do estado nutricional e do peso ao nascer do neonato, assim como a
interferência desse estado nutricional adequado na gestação na prevenção de
doenças crônicas não transmissíveis, para o resto da vida do bebê
(programação metabólica).
O conhecimento da ação dos nutrientes, interações, sinergias e antagonismos
deve ser a base para o preparo e formação de uma nova vida, assim como da
saúde e manutenção do equilíbrio físico, mental e emocional da mãe, que será
a principal responsável por garantir um bom crescimento e desenvolvimento
dessa nova vida.
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É natural que as modificações necessárias à esses processos requeiram uma

maior demanda de nutrientes, principalmente de micronutrientes e ômega 3,
vitais para que as reações bioquímicas aconteçam a contento.

A mulher possui todos os recursos orgânicos para ter e gerar uma criança com
plena saúde; não houve uma involução da sua capacidade de reproduzir. Os
fatores que levam a estes desequilíbrios frequentemente são externos:
ambientais, comportamentais e, sobretudo, nutricionais. Este, quando em
desequilíbrio, compromete a capacidade do organismo de lidar com os demais.

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A gestação é uma das etapas da vida da mulher de maior

vulnerabilidade nutricional, estando, portanto, mais sujeita a
intercorrências decorrentes da má alimentação e nutrição,
principalmente por estar em um momento em que o organismo está
em intenso anabolismo que determina expressivo aumento das
necessidades nutricionais.

A mulher possui todos os recursos orgânicos para ter e gerar uma

criança com plena saúde; não houve uma involução da sua
capacidade de reproduzir.

Os fatores que levam a estes desequilíbrios frequentemente são

externos: ambientais, comportamentais e, sobretudo, nutricionais.
Este, quando em desequilíbrio, compromete a capacidade do
organismo de lidar com os demais.

Para atingir a plena capacidade do organismo feminino de

gerar uma nova vida com saúde integral, não existe uma forma
mais natural e instintiva que uma nutrição celular adequada.
As transformações hormonais, imunológicas, vasculares,
emocionais e a criação de um órgão específico e único para
receber e desenvolver esta nova vida depende de um estado
celular adequado de todo o organismo, só possível quando
atendemos corretamente os requisitos nutricionais.

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EPIGENÉTICA

A epigenética é definida como mudanças herdáveis na expressão gênica sem

modificação nas sequências de DNA e inclui a metilação do DNA, modificação
de histonas e RNAs não codificantes. A metilação do DNA e das histonas
controla a estrutura da cromatina e, consequentemente, a transcrição gênica.
Cada tipo celular contém um panorama epigenético diferente que leva à
expressão dos genes corretos no tempo apropriado.

Marcadores epigenéticos são sensíveis à ingestão de nutrientes e

particularmente sujeitos a uma mudança durante a gestação e lactação,
quando as células estão em divisão continuamente e o DNA se encontra mais
acessível a enzimas relacionadas à reação epigenética.

Esses processos epigenéticos estão envolvidos no controle da expressão

gênica, uma vez que mudanças no perfil de metilação do DNA podem afetar a
resposta a padrões ambientais e aumentar o risco de doenças metabólicas.

Durante a vida fetal os tecidos e órgãos

do corpo passam por períodos críticos
de desenvolvimento que coincidem
com fases de rápida divisão celular.

A programação metabólica (fetal) é um processo

pelo qual um estímulo ou insulto, durante um determinado período de
desenvolvimento teria efeitos ao longo da vida.

Esse termo é usado para descrever os mecanismos que determinam a

adaptação fetal a essas mudanças que acompanham a interação gene-
ambiente durante períodos específicos do desenvolvimento fetal.

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Demonstra-se que exposições ambientais e

nutricionais durante esses períodos sensíveis
da vida podem influenciar o crescimento
fetal e o desenvolvimento das funções
fisiológicas de órgãos e sistemas. Alterações permanentes em muitos
processos fisiológicos dessa programação podem modificar os
padrões de expressão de genes com influências sobre fenótipos e
funções (mecanismos epigenéticos).

Quanto mais próximas da fertilização essas modificações acontecerem,

maior o potencial para que alterações epigenéticas e sua
correspondência no recém-nascido ocorram em resposta a alterações
ambientais. Essas mudanças na placenta/embrião/feto fornecem uma
explicação plausível para o conceito da origem fetal das doenças no
adulto. Reconhece-se hoje que a nutrição no início da vida e outros
fatores ambientais desempenham um papel-chave na patogênese e na
predisposição de doenças, que parecem se propagar a gerações
subsequentes.

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Evidências recentes apontam que os

nutrientes podem modificar a programação
imunológica, metabólica e neurocomporta-
mental durante períodos sensíveis do
desenvolvimento fetal e pós-natal. Assim, o
atual comportamento alimentar poderia
aumentar o risco dessa desregulação
associado ao incremento de uma ampla
gama de doenças crônicas não
transmissíveis.

Embora essas mudanças epigenéticas pareçam ser potencialmente

reversíveis, pouco se sabe ainda sobre a velocidade e a extensão das
melhorias em resposta às modificações positivas do ambiente, incluindo
a nutrição, assim como ainda se desconhece o quanto elas são
dependentes da duração da exposição a um meio ambiente materno
deficiente. Assim, pode-se observar que, apesar de todo esse novo
leque de informações, a nutrição materna tem recebido pouca atenção
no contexto de implantação de metas efetivas de prevenção.
Urrutia-Pereira, M., Solé. D. Deficiência de vitamina D na gravidez e o seu impacto sobre o feto, o
recém-nascido e na infância. Revista Paulista de Pediatria. Artigo de revisão. 2014

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Kyle e Puchard (2006): revisaram alguns estudos que avaliaram possíveis

consequências, a longo prazo, em crianças nascidas de mães que
vivenciaram privação nutricional durante a gravidez:

I - Descendentes expostos à restrição alimentar materna na 2ª metade da

gestação: menor peso e menor estatura ao nascer; maior intolerância à
glicose, maior risco de hipertensão arterial; doenças de vias respiratórias;
cardiopatias e dislipidemias.

II - Descendentes expostos à restrição alimentar materna na 1ª metade da

gestação: aumento de anomalias no SNC, esquizofrenia e outros
distúrbios neurocomportamentais.

FOLATO
O folato consiste em um importante modificador epigenético e sua
presença durante vários processos de desenvolvimento do feto pode
modificar a expressão gênica em períodos críticos e alterar características
predeterminadas.
A desregulação de expressão gênica crucial durante o desenvolvimento
gestacional pode ter efeitos adversos ao longo da vida. Por exemplo, a
alteração de genes específicos no cérebro pode desempenhar um papel
em distúrbios complexos de desenvolvimento neurológico, tais como TEA,
distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade, esquizofrenia e outros.

Existem preocupações crescentes de que a exposição ao ácido fólico não

metabolizado, resultante da ingestão de ácido fólico que sobrecarregam a
capacidade metabólica do fígado, estar associado com tais efeitos
adversos.

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Embora o fechamento do tubo neural ocorra no primeiro trimestre,

doses elevadas de ácido fólico são consumidas antes e durante toda a
gestação e seus efeitos fisiológicos são desconhecidos. Porém,
sabemos que os nutrientes agem em conjunto e, o desequilíbrio entre
eles alteram reações químicas. Portanto, a suplementação isolada de
ácido fólico sintético, por si só já é um problema. Em altas doses, sem
uma avaliação do mesmo e da vitamina B12 no organismo, ou mesmo
de uma avaliação de polimorfismo da MTHFR, com certeza pode por
em risco o equilíbrio natural do organismo da mãe e do bebê.

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