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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

(Delegação de Maputo)

CURSO: PSICOLOGIA
2o Ano

Cadeira: Psicopatologia do Ciclo Vital II

Tema: Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Défice de Atenção

Discente:

Yannick Inês Adérito Nhantumbo

Maputo: Agosto de 2023


Discente:

Yannick Inês Adérito Nhantumbo

Tema: Tema: Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Défice de Atenção

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na cadeira de Psicopatologia do
Ciclo Vital II, leccionado pelo docente:
Dra Anastácia Lucas

Maputo: Agosto de 2023


Índice
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................3

2. Objectivos.........................................................................................................................................................4

2.1. Geral..............................................................................................................................................................4

2.2. Específicos.....................................................................................................................................................4

2.3. Metodologia...................................................................................................................................................4

3. PERTURBAÇÕES DISRUPTIVAS DO COMPORTAMENTO E DE DÉFICE DE ATENÇÃO.................5

3.1. Perturbações Disruptivas do Comportamento...............................................................................................5

3.2. Diagnóstico e o tratamento dos transtornos do comportamento disruptivo..................................................6

4. A PHDA como uma perturbação multifactorial...............................................................................................7

5. Perturbação de Hiperactividade com Défice da Atenção.................................................................................9

6. Tipos de Perturbação de Hiperactividade com Défice da Atenção................................................................10

6.1. Perturbação do Comportamento..................................................................................................................10

6.2. Perturbação de Oposição.............................................................................................................................11

7. Conclusão.......................................................................................................................................................12

8. Referencias Bibliográficas..............................................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda sobre “Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Défice de
Atençãoˮ. Nesta vertente, considera-se aqui nesse trabalho as perturbações do comportamento e a
Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA) como sendo as formas mais
comuns de psicopatologia na infância e na adolescência. Estas perturbações acarretam pesados
encargos individuais e sociais, em termos humanos e económicos, podendo ser precursoras de
perturbações muito incapacitantes na idade adulta.

Quando diagnosticada na infância esta persiste na adolescência em cerca de 75% dos casos e
nos adultos em 50%. No que diz respeito ao género é mais prevalente no sexo masculino do que no
feminino, numa proporção de 2:1 em crianças e de 1,6:1 em adultos, e tem sido descrita uma maior
prevalência na raça caucasiana relativamente às afro-americanas e latinas.

Esta perturbação geralmente é diagnosticada nos primeiros anos escolares onde a desatenção e
os défices cognitivos começam a ser observados pelos pais e professores, apesar de nesta idade haver
predomínio de sintomas de hiperactividade, muitas das vezes não perceptíveis ou considerados
dentro da normalidade. De um modo geral, durante a adolescência e na vida adulta os sintomas de
hiperactividade tornam-se menos proeminentes mas a desatenção persiste.

A PHDA tem sido associada a vários problemas, nomeadamente Perturbações Disruptivas de


Comportamento, Perturbações de Humor, défices neuropsicológicos, problemas familiares, baixo
desempenho escolar, disfunção social e aumento do risco de tentativa de suicídio. As associações
aqui apresentadas foram verificadas em ambos os sexos, prevendo assim um padrão disperso e
variável de prejuízo a nível comportamental, académico, social, afectivo e familiar.
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2. Objectivos
2.1. Geral
Abordar sobre perturbações disruptivas do comportamento e de défice de atenção

2.2. Específicos
Mencionar sobre as Perturbações Disruptivas do Comportamento;
Indicar o diagnóstico e o tratamento dos transtornos do comportamento disruptivo;
Descrever as perturbações de Hiperactividade com Défice da Atenção;
Mencionar os tipos de Perturbação de Hiperactividade com Défice da Atenção.

2.3. Metodologia
De salientar que, para elaboração do trabalho, o autor recorreu a metodologia de consulta de
algumas obras bibliográficas que versam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras estão
referenciadas na lista bibliográfica. Como se não bastasse, tratando-se dum trabalho científico,
importa salientar que, o trabalho está organizado textualmente da seguinte maneira: a introdução,
desenvolvimento e conclusão.
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3. PERTURBAÇÕES DISRUPTIVAS DO COMPORTAMENTO E DE DÉFICE DE


ATENÇÃO
3.1. Perturbações Disruptivas do Comportamento
Os critérios para a Perturbação do Comportamento focam-se no controlo dos comportamentos
que violam os direitos dos outros ou que violam as principais normas da sociedade. Muitos dos
sintomas comportamentais (eg.: agressão) pode ser o resultado de um fraco controlo das emoções
como a raiva.

Esta perturbação é mais frequente entre indivíduos do sexo masculino do que nos do sexo
feminino e foi associada a um espectro de externalização comum, articulado com dimensões de
personalidade rotuladas como “desinibição” e inversamente “constrangimento”, e em menor
extensão com emocionalidade negativa. (Patterson et al., 2002, citados por Bolsoni, 2003).

Segundo Lopes (2002), os problemas de comportamento dos adolescentes têm mais


probabilidade de surgir quando as famílias têm elevados níveis de conflito, baixo nível de
envolvimento e monitorização inadequada da relação dos jovens com os pares e do seu
comportamento.

Elkins et al (2007) considerou os transtornos disruptivos como algumas alterações de


comportamento considerados difíceis de diagnosticar e tratar. Especialistas afirmam que essa
dificuldade se dá porque as crianças e os adolescentes apresentam variações comportamentais típicas
da idade. Nessa fase da vida, o ciclo normal de desenvolvimento inclui caracteres comportamentais
desafiadores, mas que nem sempre sinalizam viés patológico.

Contudo, devem ser observados com cautela para averiguar se tais acções ocorrem
espontaneamente ou se já se tornaram um hábito. Desvios de conduta como crises de raiva, mentir
ou matar aulas fazem parte do desenvolvimento da criança e do adolescente, desde que não sejam
constantes. Quando ocorrem de maneira isolada ou esporádica são vistos como normais e não
sinalizam transtornos (García, 2001).

No entanto, quando essas alterações tornam-se em um hábito ou em ameaças a si ou aos outros,


elas podem alcançar dimensões mais sérias e preocupantes. Nesses casos, é necessário conduzir a
criança ou o adolescente à avaliação psiquiátrica urgente. Somente o profissional do ramo pode
direccionar ao melhor tratamento com vistas à redução dos riscos à integridade mental e física. Os
transtornos do comportamento disruptivo são muito mais frequentes na infância.
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De uma forma geral, as Perturbações de Oposição são caracterizadas por um padrão habitual de
comportamento negativista, desobediente e desafiante em relação às figuras de autoridade. para
Lopes (2004) as Perturbações do Comportamento caracterizam-se pela presença de padrões
recorrentes e persistentes de:

 Dificuldade de aceitação de regras;


 Actos agressivos, desencadeados frequentemente por situações de frustração;
 Comportamentos anti-sociais, de violação dos direitos básicos dos outros, com gravidade
variável (roubos, mentiras, fugas, destruição de propriedade, agressão de pessoas e animais).

3.2. Diagnóstico e o tratamento dos transtornos do comportamento disruptivo


Para Fonseca, Simões & Rebelo (1998) consideraram que esses transtornos de comportamentos
que ocorrem em crianças, pré-púberes e em adolescentes são vistos pelas pessoas mais próximas a
eles como meros sinais de rebeldia. Muitos pais e professores os consideram como conduta de
carácter anti-social e bem difíceis de lidar.

Quando não adequadamente tratados, esses tipos de transtornos do comportamento


comprometem, de forma significativa, o desenvolvimento da criança ou do adolescente tanto na
escola como em casa. Vale destacar que o lar é uma das principais referências para a construção da
subjectividade da criança. Esse ambiente, por si só, já se torna também no primeiro local de
aprendizado, de modelagem de acções e de comportamento.

Contextualmente, há uma série de questões que dificultam o diagnóstico desses transtornos.


Observe as mais relevantes:
 Muitos pais ignoram o problema e demoram a buscar ajuda;
 Os sintomas são muito parecidos com os transtornos de ansiedade, com as crises depressivas
ou com hiperactividade;
 Dificuldade para diferenciar quando o comportamento faz parte do ciclo normal de
desenvolvimento do indivíduo;
 Escassez de instrumentos, de literatura e de técnicas padronizadas para apontar um
diagnóstico preciso.

4. A PHDA como uma perturbação multifactorial


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 Influências Genéticas
Naturalmente, os factores genéticos são um ponto importante quando pensamos na PHDA
como uma perturbação de etiologias diversas. Estudos com gémeos, com famílias de origem e com
famílias de adopção sugerem uma grande componente genética (Rietveld et al., 2003, cit. por
Coghill et al., 2005), revelando que cerca de 76% da variância sintomática da perturbação é atribuída
a factores dessa ordem (Faraone et al., 2005, cit. por Santos, 2010).

De acordo com Poeta e Neto (2004) esta influência genética é bastante marcada, sendo que
estes factores estão relacionados em cerca de 80% dos casos de PHDA e que pais que preencham os
critérios da perturbação correm duas a oito vezes mais o risco de a transmitirem aos filhos.

Deste modo parece bastante relevante a compreensão mais pormenorizada da variância


genética na PHDA. Por esta razão, Coghill, et al., (2005) reafirma a importância de uma
caracterização correcta dos endofenótipos, uma vez que estes podem auxiliar a 11 pesquisa agindo
como marcadores de medição do risco de transmissão genética.

Num estudo levado a cabo por Swanson e colegas (2000, cit. por Nigg et al., 2005) com
crianças com PHDA, verificou-se que o grupo com o alelo longo-repetido do gene receptor de D4 de
dopamina apresentou desempenhos neuropsicológicos normais, enquanto o grupo sem esse alelo
revelou lesões ou desempenhos com baixo tempo de reacção, permanecendo como um factor
específico de diferenciação dentro da própria PHDA.

De acordo com esta variância e com o que já foi anteriormente referido, poderíamos tentar
compreender a PHDA tento em conta uma via causal que teria a sua origem em variações genéticas,
que provocariam diferentes tipos de anomalias funcionais nas neurotransmissões noradrenégicas e
dopaminérgicas da via fronto-estriatal. Consequentemente, estas levariam ao aparecimento de
défices no funcionamento executivo e motivacional, que teriam a sua manifestação fenotípica
através dos sintomas que caracterizam a PHDA (Castellanos & Tannock, 2002, cit. por Coghill et al.,
2005).

Contudo, embora a investigação apoie o papel dos factores genéticos na PHDA como um foco
central de influências, não podem ser excluídos os factores ambientais, criando uma rede de
conexões. Se por um lado os efeitos genéticos podem ser mediados, em parte, por mudanças
neurobiológicas, por outro também podem ser mediados por acontecimentos psicossociais devido às
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correlações genótipo-ambiente (Coghill, et al., 2005; National Institut for Health and Clinical
Excellence, 2009, cit. por Santos, 2010)

 Influências Neurobiológicas
Tal como anteriormente mencionado, os factores neurobiológicos interferem nos diferentes
factores envolvidos na perturbação. Sergeant e colaboradores (1999, cit. por Nigg et al., 2005)
mencionam a importância de se ter em conta os níveis de estimulação cortical do sistema neuronal
noradrenégico localizado no hemisfério direito e os níveis de esforço coordenados pelo sistema
dopaminérgico do hemisfério esquerdo.

Estes défices das funções dopaminérgicas foram igualmente mencionados por Sagvolden e
colegas (in press, cit. por Nigg et al., 2005) e por Santos (2010). Além disso, também é referido na
literatura que estes défices nas vias dopaminérgicas e noradrenégicas associadas à atenção, também
se relacionam com níveis baixos de ácidos gordos ómega3 e ómega 6 (Santos, 2010).

 Co-morbilidades
A PHDA é, de facto, uma síndrome que abarca um grupo de crianças muito variado e díspar
(Nigg, et al., 2005) e pode reflectir inputs diversificados para os domínios sintomáticos (Sonuga-
Barke, 2002, cit. por Martel, Eye & Nigg, 2010). Esta dificuldade em identificar as causas que levam
à perturbação, intensifica a noção de que a PHDA apresenta uma grande heterogeneidade etiológica,
incluindo, interferências genéticas, biológicas e psicossociais (Poeta & Neto, 2004), o que reforça a
complexidade do diagnóstico e das intervenções.

Em termos de fenotípicos, as crianças com PHDA podem variar nos resultados académicos e
nos contextos familiares. Não obstante, a existência de co-morbilidades entre a PHDA e outras
perturbações contribui para este enredo de conexões. Esta heterogeneidade clínica, especialmente em
co-morbilidades com o comportamento de oposição, comportamento disruptivo e perturbações da
ansiedade, necessita de ser cuidadosamente considerada em qualquer diagnóstico ou investigação
(Nigg et al., 2004).

Além disso, crianças com perturbações da ansiedade apresentam mais sintomas de desatenção,
enquantoque crianças com Perturbação do Comportamento apresentam mais sintomas de
hiperactividade e impulsividade, havendo, por isso, menos probabilidade desta perturbação co-
ocorrer com o subtipo PHDA-D (Ter-Stepanian et al., 2010). De facto, os três subtipos de PHDA
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apresentaram tendências e, alguns casos, características de comorbilidade distintas, que sugerem


mecanismos neuropsicológicos, psicológicos e cognitivos distintos (Lázaro, 2009).

 Influências psicossociais
Por fim, os factores culturais, familiares e pessoais criam um conjunto de forças que
influenciam e que são influenciadas pelos demais factores. A investigação tem relatado a
importância destas componentes. Kreppner, O‟Connor & Rutter, (2001, cit. por Coghill et al., 2005)
verificaram que existe um aumento da incidência da PHDA (entre outros problemas) que é originada
e mantida em função das carências familiares vivenciadas.

Cunningham (2007) identificou factores parentais e familiares que podem ajudar no


planeamento e avaliação das intervenções com crianças com PHDA. Estes factores incluem relações
parentais, cognições parentais, adequação/ajustamento parental, interacções matrimoniais, relações
familiares e funcionamento adaptativo da criança na família.

Além disto, deve ter-se em conta, que a expressão fenotípica da PHDA apresenta alterações ao
longo do tempo, de acordo com o processo de desenvolvimento, pelo que se torna imprescindível
para a investigação e para a prática clínica, conseguir distinguir entre mudanças “verdadeiras” e
“aparentes” nos sintomas durante o decurso de vida (Nigg et al., 2004).

5. Perturbação de Hiperactividade com Défice da Atenção


O distúrbio de deficit de atenção/hiperactividade é considerado um distúrbio de
neurodesenvolvimento. Este distúrbios de neurodesenvolvimento são condições neurológicas que
aparecem precocemente na infância, geralmente antes da idade escolar, e prejudicam o
desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, académico e/ou profissional.

Normalmente envolvem dificuldades na aquisição, retenção ou aplicação de habilidades ou


conjuntos de informações específicas. Transtornos no desenvolvimento neurológico podem envolver
disfunções em um ou mais dos seguintes: atenção, memória, percepção, linguagem, resolução de
problemas ou interacção social. Outros distúrbios de neurodesenvolvimento comuns incluem
distúrbios do espectro do autismo, distúrbios de aprendizagem (p. ex., dislexia) e deficiência
intelectual.

Nesta vertente, trata-se de uma patologia neurobiológica, que afecta indivíduos desde a
infância à idade adulta. A sintomatologia clássica ou típica desta perturbação consiste num padrão
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persistente de falta de atenção e/ou num padrão comportamental caracterizado por um nível
excessivo de actividade e de impulsividade, com prejuízo significativo no funcionamento que
causam consequências na vida académica e relacional.

Enquanto Felizardo (1999) realça que o Défice de Atenção com Hiperactividade é um


problema caracterizado por três principais factores: impulsividade, desatenção e hiperactividade.
Entretanto, essas características podem surgir de modo isolado ou combinadas entre si. Assim, o
Défice de Atenção com Hiperactividade está subdividido em três tipos: pelo grupo que é
predominantemente desatento, pelos hiperativo-impulsivos ou por aqueles que expressam a
combinação dos factores. O que os diferenciam é avaliação clínica minuciosa para obter a precisão
diagnóstica.

Bautista, R.(1997), considera o Défice de Atenção com Hiperactividade é classificado como


um distúrbio do desenvolvimento, muito embora seja bastante considerado pelos profissionais de
saúde mental como um distúrbio de comportamento desagregador. No entanto, é um dos transtornos
mentais da infância mais evidente em crianças em idade escolar. Alguns tipos de Défice de Atenção
com Hiperactividade são mais comuns entre o sexo masculino, principalmente o hiperativo-
impulsivo.

No entanto, os sintomas desse distúrbio são bem semelhantes em todos os pacientes que
apresentam quaisquer subtipos de DDAH. O transtorno de deficit de atenção/hiperactividade
(TDAH) não tem uma causa única específica. Potenciais causas do transtorno de deficit de
atenção/hiperactividade (TDAH) incluem factores genéticos, bioquímicos, sensório-motores,
fisiológicos e comportamentais.

Alguns factores de riscos incluem baixo pesam 1.500 g no nascimento, traumatismo craniano,
deficiência de ferro, apneia obstrutiva do sono, exposição ao chumbo e também exposição fetal a
álcool, tabaco e cocaína. O TDAH também está associado a experiências adversas na infância.

6. Tipos de Perturbação de Hiperactividade com Défice da Atenção


6.1. Perturbação do Comportamento
Caracterizada por comportamentos anti-sociais que implicam violações consideradas mais
graves, como roubo, agressão e crueldade com animais e pessoas, com permanência destes
comportamentos ao longo do tempo. A Perturbação do Comportamento é mais frequentemente
diagnosticada a meio/final da infância ou na adolescência.
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Segundo Aberastury (1981), as Perturbações do Comportamento são caracterizadas por


dificuldades comportamentais e emocionais, variando de acordo com os sintomas que a
criança/jovem manifesta. Pese embora, Barkley (1990) afirma que a perturbação de oposição e
desafio é uma das perturbações de comportamento mais frequentes e caracteriza-se por um padrão
recorrente de comportamento negativista, desafiante, desobediente e hostil relativamente às figuras
de autoridade.

Por sua vez, a Perturbação de Comportamento é caracterizada por um padrão persistente e


repetitivo de comportamento em que são violados os direitos básicos dos outros ou importantes
regras ou normas sociais próprias da idade da criança/jovem.

As Perturbações de Comportamento interferem significativamente com o desenvolvimento e


comportamento nos contextos em que a criança/jovem se insere, causando dificuldades com o grupo
de pares, com a família e com os demais adultos que participam nas suas vidas, como os professores.

6.2. Perturbação de Oposição


Caracterizada por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil, em que
as crianças discutem excessivamente com os adultos, não assumem a sua responsabilidade pelos
comportamentos inapropriados, descontrolam-se facilmente quando contrariados e têm dificuldade
em aceitar regras.

A Perturbação de Oposição pode tornar-se mais evidente antes dos oito anos, com sintomas de
oposição recorrentes, que geralmente são exibidos em casa, podendo ou não, posteriormente,
manifestar-se noutros contextos, sendo os sintomas normalmente mais evidentes na interacção com
os colegas e adultos que a criança conhece bem.

Para Monteiro (2014) a perturbação de oposição e de desafio é uma perturbação psiquiátrica


infantil que se caracteriza por um padrão contínuo de humor raivoso/irritável, comportamentos
argumentativos/desafiantes ou de índole vingativa dirigida a adultos ou outras figuras de autoridade.

Nesta vertente, os sintomas devem estar presentes durante pelo menos 6 meses para a
perturbação poder ser diagnosticada. Os indivíduos afectados não apresentam comportamentos
agressivos ou violentos e não comprometem os direitos de outras pessoas. A 1ª linha de tratamento
consiste em psicoterapia, à qual se pode adicionar determinados fármacos, dependendo da gravidade
dos sintomas.
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7. Conclusão
A elaboração deste trabalho permitiu-nos constatar que embora PHDA afecte uma parcela
grande da população, especialmente infantil e juvenil, este problema não será algo novo mas antes
terá acompanhado a espécie humana desde sempre, sendo apenas no século XX que começaram a
ocorrer alguns avanços nesta área, possibilitando a sua definição como perturbação e estabelecendo
quais eram os seus sintomas e manifestações.

A hiperactividade caracteriza-se pelos sintomas primários associados precocemente à


impulsividade, à falta de atenção, à actividade motora excessiva e à permanência temporal destes
sintomas, os quais acabam por influenciar negativamente a aprendizagem. As causas destas
perturbações são observadas a partir de diferentes prismas, podendo ser consideradas como
consequência de possíveis lesões cerebrais ou disfunções nos neurotransmissores, da componente
genética, problemas ambientais e psicossociais ou outros como o uso de álcool e tabaco.

Os aspectos relativos ao funcionamento cognitivo, comportamental, emocional e pedagógico


são os que se tornam mais problemáticos e dificultam a aprendizagem. Os psicofármacos só são
aconselhados quando a avaliação rigorosa for feita por especialistas estiver completa. Quaisquer que
sejam os medicamentos têm efeitos múltiplos e a sua administração deve ser vigiada e o
prolongamento do tratamento depende da gravidade dos sintomas e da sua evolução que será
acompanhada pelo médico, sendo útil a colaboração do professor.
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8. Referencias Bibliográficas
Monteiro, P. (2014) ”Psicologia e Psiquiatria da Infância e Adolescência”

Aberastury, A. (1981). Psicanálise de crianças. Porto Alegre. Artes Médicas.

Barkley, R.(2002). Perturbação de Déficit de Atenção/Hiperactividade - TDHA, Edições


Artmed, Porto Alegre.

Barkley, R. (1990). Attention Deficit Hyperactivity Disorder – A handbook for Diagnosis and
Treatment, New York, Guilford Publications.

Bautista, R.(1997). Necessidades Educativas Especiais, Edições Dinalivro, Lisboa.

Falardeau, G. (1999). As Crianças Hiperactivas, Edições Cetop.

Felizardo, D. (1999). Combater as dificuldades de aprendizagem, Texto Editora, Lisboa.

Fernandes, E. (2004). Perturbação de hiperactividade com défice de atenção.

Fonseca, A. Castro; Simões, M. R.; Rebelo, J. (1998). Hiperactividade e Problemas de


Atenção em Crianças e Adolescentes - Revista da Faculdade de Psicologia e de Ciências da
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García, I. (2001). Hiperactividade: Prevenção Avaliação e Tratamento na Infância, Editora


McGraw-Hill, Lisboa.

Lopes, J. (2004). A Hiperactividade, Edições Quarteto, Coimbra.

Lopes, J.(2001). Problemas de comportamento, Problemas de Aprendizagem e Problemas de


‘Ensinagem’, , Edições Quarteto, Coimbra.

Lopes, J. ; Rutherford, R.(1993). Problemas de comportamento na sala de aula, Porto Editora,


Porto.

Lopes, J. (1998). Distúrbio hiperactivo de défice de atenção em contexto de sala de aula,


Edições Quarteto, Coimbra.

Sosin, M.; Sosin, D. (1996). Compreender a Desordem por Défice de Atenção e


Hiperactividade, Porto Editora, Porto.

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