Resenha 2, Introdução às Leis Fundamentais da Aritmética
João Victor Ferreira de Almeida
A Crítica ao Psicologismo de Erdman na Introdução às Leis
Fundamentais da Aritmética O psicologismo é, grosso modo, a tese que afirma que a lógica diz respeito a certas leis psicológicas, por exemplo, leis de associação de ideias. Este está em firme oposição ao realismo e logicismo defendidos por Frege. Exemplos são Peirce e Hurssel em sua juventude. A crítica ao psicologismo, filosofia da lógica dominante em sua época, é de fundamental importância para a filosofia logicista do Frege, e mostra como as relações entre sua filosofia e o desenvolvimento de seu sistema lógico são umbilicais. A tese fregiana é que a lógica trata das leis da preservação da verdade, sendo estas independentes dos atos psicológicos humanos. Frege vê no psicologismo a incapacidadede fazer distinções mais finais, como a sua distinção entre objeto e conceito, bem como o vê embaraçado em confusões entre o verdadeiro e o verossímil. Ainda que nenhum de nós crê-se na realidade da existência o Sol, ele permaneceria intacto em seu movimento ao redor da Via Láctea, a verdade de que ele existe não depende de nossas crenças (nosso tomar verdadeiro), e se a verdade é independente, parece que as leis do ser verdadeiro, e da preservação da verdade também devem sê-lo. Outra dificuldade que vê no psicologismo é que este não é capaz de lidar com o caráter normativo da lógica. Para a sua visão realista, a normatividade da lógica não encontra nenhum embaraço: se desejamos a verdade, convém que sigamos as leis da preservação da verdade, que estão dadas desde sempre; se, contudo, a lógica trata de leis psicológicas, que descrevem o modo como fazemos inferências, é difícil saber porque deveríamos pensar desta ou daquela maneira. Uma outra dificuldade é que se a lógica trata de leis de nossa psicologia, é difícil explicar porque deveríamos considera-la universal, e válida independentemente do assunto. Se a lógica descreve de nossa psicologia, e há, para indivíduos diferentes, diferenças em seus raciocínios. Mesmo que pudéssemos encontrar grande uniformidade nos raciocínios humanos, um psicologista não seria capaz de objetar que um ser, cujo pensamento não valida o PNC, por exemplo, que este está pensando equivocadamente, deveria simplesmente simplesmente aceitar que nós pensamentos de um jeito, e eles de outro. Não haveria como afirmar correção lógica, e cairíamos em um relativismo. Frege não vê embaraço no que hoje entendemos por indexicais. Para um esfomeado, “eu estou com fome” é verdadeira, enquanto a mesma sentenças na boca de um empanzinado é falsa. Ele observa, que embora idêntica, enquanto sentenças, elas tem significados diferentes. Outra dificuldade que Frege encontra, é confusão entre a existência é a efeitividade. Os psicologistas tomam por existentes somente aquilo que tem existência concreta, enquanto negligenciam os usos do existencial para tratar de temas abstratos, tão caros à matemática. Em síntese a lógica psicologistas carece da capacidade de fornecer fundamento objetivo para a lógica, e confunde a representação com os conteúdos conceituais. Frege compara nossas teorias lógicas com o agarrar. Ao agarrar um lápis, este produz em meu corpo uma série de efeitos, bem como representações, mas não se deve confundir o lápis em si mesmo com esses efeitos, que variam de sujeito para sujeito. É precisamente este o tipo de confusão que o psicologistas faz, em paralelo com o idealistas em outros domínios da filosofia. Frege nos oferece uma filosofia que fundamenta seu sistema lógico, baseada na objetividade e abstratividade da lógica, como a ciência do ser verdadeiro, ou mais modernamente da preservação da verdade. Com isto evita-se a trivialização da lógica por meio de uma concepção linguísitica da lógica, o relativismo e o subjetivismo, que vê como perniciosos.