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Infungibilidade das prestações

Infungibilidade é característica daquilo que não pode ser substituído por


outro igual (exemplo: obras de arte).
É impossível substituir uma prestação por outra quando as prestações são
específicas e não podem ser consideradas intercambiáveis.

Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas


prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na
qualidade, quando especificadas no contrato.
Suponha que um contrato estipule que uma parte deve entregar um quadro de
arte valioso como forma de pagamento e a outra parte deve entregar um carro
antigo também valioso como pagamento. Ambas as prestações são do mesmo
gênero, no sentido de que são bens valiosos, mas são infungíveis devido à sua
natureza única.

Se, em algum momento, essas partes desejarem realizar uma compensação


de dívidas, o Código estabelece que elas não podem simplesmente substituir o
quadro de arte pelo carro antigo ou vice-versa, mesmo que ambos tenham
valores semelhantes. Isso ocorre porque as prestações diferem na qualidade, e
essa diferença foi especificada no contrato, tornando-as infungíveis.

Diferença de causa 373 cc

A diferença de causas nas dívidas não impede a compensação, exceto:

I Se provier de esbulho, furto ou roubo;

Torna a obrigação ilícita, levando a invalidade da própria

Nesse caso, a compensação não é permitida se uma das dívidas decorre de


uma situação em que uma parte tenha sofrido esbulho (perda ou tomada
forçada de propriedade), furto ou roubo por parte da outra parte. Por exemplo,
se alguém emprestou uma bicicleta e a outra pessoa não a devolveu, a
compensação não será permitida se uma das partes tiver uma dívida que
poderia ser compensada com a bicicleta roubada.

II Se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos

A compensação também não é permitida quando uma das dívidas se origina de


certas relações jurídicas específicas, como comodato (empréstimo de bem que
não pode ser substituído e deve ser devolvido ao final), depósito (infungível) ou
alimentos. Por exemplo, se alguém emprestou uma coisa por meio de um
contrato de comodato e a outra pessoa não devolveu, a dívida resultante desse
contrato não pode ser compensada com outra dívida que ambas as partes
tenham uma com a outra.

III Se uma for de coisa não suscetível de penhora.

A compensação também é impedida se uma das dívidas envolver uma coisa


que, de acordo com a lei, não pode ser penhorada, ou seja, não pode ser
usada como garantia de pagamento. Por exemplo, se alguém deve dinheiro a
outra pessoa e, em vez de pagar em dinheiro, oferece uma coleção de objetos
de valor sentimental que não podem ser penhorados legalmente. Sendo assim
se a coisa não pode ser usada para garantir o cumprimento da dívida, a
compensação não é permitida.

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