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Resumo Bioquímica

FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

Síntese de ATP por meio da fosforilação oxidativa


É importante saber como o gradiente de H+ é utilizado para formação de ATP e qual é o
mecanismo químico que acopla o fluxo de H+ com a fosforilação. Para isso devemos estudar o
modelo quimiosmótico.

Modelo quimiosmótico: Nesta representação da teoria quimiosmótica aplicada às mitocôndrias,


os elétrons do NADH e de outros substratos oxidáveis são entregues e passam através de uma
cadeia de carregadores assimetricamente arranjados na membrana interna (os complexos). O
fluxo de elétrons é acompanhado pela transferência de prótons através da membrana para o
espaço intermembrana, produzindo tanto um gradiente químico (∆pH) quanto um gradiente
elétrico (∆ψ). A membrana mitocondrial interna é impermeável a prótons; os prótons só podem
retornar à matriz através de canais específicos de prótons (F0). A força próton-motriz que
direciona os prótons de volta para a matriz proporciona a energia para a síntese de ATP,
catalisada pelo complexo F1, associado ao F0, sendo F1 e F0 partes da ATPsintase

Sabemos então que a transferência de elétrons e a fosforilação oxidativa estão


obrigatoriamente acopladas.
Levando isso em consideração, a inibição da passagem de elétrons pelos complexos bloqueia
também a síntese de ATP pois sem a transferência exergônica de elétrons não ocorre
bombeamento de H+ para o espaço intermembrana (não é gerada a força próton-motriz).
E a inibição da síntese de ATP também bloqueia a transferência de elétrons pois sem a
fosforilação oxidativa não ocorre o fluxo de H+ para a matriz mitocondrial. Sendo assim, o fluxo
de elétrons causa um gradiente eletroquímico cada vez maior e a força próton-motriz se
acúmula até um ponto que a energia da transferência e elétrons não é capaz de “pagar” o
bombeamento de H+, visto que o fluxo de elétrons deve ocorrer junto a transferência de
prótons.
Agentes que interferem com a Fosforilação oxidativa

A ATP-sintase
A ATP-sintase catalisa a formação de ATP a partir de ADP e Pi, acompanhada pelo fluxo de
prótons do espaço intermembrana (lado P da membrana) para a matriz mitocondrial (lado N da
membrana). É também chamada de Complexo V e é composta de dois componentes distintos:
- F¹ = proteína periférica de membrana;
- F0= proteína integral de membrana.

A F¹ apresenta 3 conformações.
Na 1° conformação, ocorre a reação ADP+Pi formando ATP + H²O, por meio da passagem de
próton, porém essa reação é prontamente reversível,
Na 2° conformação o ATP é estabilizado, pois a passagem de H+ impulsiona a ligação de ATP
mais fortemente. Essa energia de ligação direciona o equilíbrio para a formação do produto
ATP. Ou seja, ao final dessa etapa o ATP está formado mas ainda está ligado firmemente à
enzima.
Na 3° conformação o gradiente de H+ é utilizado para liberar o ATP. A passagem do próton
pela enzima faz com que ela libere o ATP formado em sua superfície.

Para que a síntise de ATP seja continuada a ATP-sintase deve oscilar entre uma forma que liga
ATP muito fortemente e outra forma que libera ATP.

Essas diferentes conformações acontecem devido a rotação da F¹.


A ATP-sintase tem 3 subunidades em pares alfa e beta. Cada subunidade tem um sítio para
ligação de nucleotídeos de adenina. Cada sítio pode estar em 3 tipos de conformação:
B-ADP: que liga ADP + Pi
B-ATP: que liga firmemente e estabiliza o ATP
B-vazia: possui baixa afinidade pelo ATP, liberando-o do sítio catalítico.
Uma nova rodada começa quando a subunidade vazia assume a forma de B-ADP, ligando ADP
ao Pi

Essas mudanças ocorrem simultaneamente, ou seja, enquanto há um sítio em conformação


B-ADP, o outro está na conformação B-ATP e o outro na conformação B-vazia. Com a rotação
do eixo central pela ação da força próton-motriz, cada uma dessas subunidades assume a
próxima conformação, e isso acontece repetidamente.

De onde vem ADP e Pi?

A formação de ATP ocorre na matriz mitocondrial, mas é no citoplasma que ocorre grande
parte das reações que consomem ATP. Para que o ADP e o Pi estejam disponíveis na matriz
mitocondrial, é importante a ação de dois sistemas de transporte da MMI: a
Adenina-nucleotídeo-translocase e a Fosfato-translocase.

A Adenina-nucleotídeo-translocase é um antiportador: move ADP para a matriz ao mesmo


tempo que move ATP para fora da matriz.
No simporte de H2PO4- e H+ a concerntração relativamente baixa de prótons na matriz
favorece o movimento de H+ de fora para dentro.
Sendo assim, a força próton-motriz é responsável por fornecer energia tanto para síntese de
ATP quanto para o transporte de substrato e produtos dessa síntese.
O número de H+ requeridos para possibilitar a síntese de uma molécula de ATP são 4 prótons.
3 H+ (prótons) precisam fluir para dentro através do complexo F0F1
E 1 H+ (próton) é usado para o transporte de Pi através da MMI.

Lançadeiras

A NADH-desidrogenase da MMI de células animais só pode aceitar elétrons do NADH da


matriz mitocondrial e a MMI não é permevável a NADH.
Como os elétrons do NADH citosólico são encaminhados para CTE?
São encaminhados por meio de um sistema de lançadeiras de elétrons que carregam
equivalentes redutores por uma via indireta.
Estequiometria da síntese de ATP

Ao transferir 2 elétrons de um NADH ao O², quantos H+ são bombeados para o espaço


intermembrana (EIM)
R: 10 prótons. No complexo I e III são bombeados 4H+ e no complexo IV são
bombeados 2H+.

Ao transferir 2 elétrons de um succinato (FAD) para o O², quantos H+ são bombeados


para o espaço intermembrana (EIM)?
R: 6 prótons, sendo que no complexo III bombeia-se 4H+ e 2H+ no complexo IV. Essa
diminuição na quantidade de prótons se dá porque os elétrons são entregues ao
succinato, não passando pelo complexo I.

METABOLISMO DE LIPÍDIOS

Os lipídios são a principal forma de armazenar energia, além disso possuem diferentes
funções no nosso corpo como: composição de membranas, fornecimento de energia,
precursores de hormônios esteróides, sais biliares e transportadores.
A vantagem de usar lipídio como fonte de energia é que fornecem cerca de 2x mais
energia que os carboidratos, como são insolúveis em água, se agregam em gotículas
lipídicas, possuindo menor osmolaridade e não são solvatadas.

-Digestão:
As células podem obter energia de ácidos graxos a partir de três fontes:
1- Gordura na dieta- maioria é absorvida no intestino delgado.
2- Armazenamento em células- adipócitos;
3- Sintetizadas em um órgão e transportada para outro.
Obs: quando há um excesso de carboidrato na dieta, o fígado é capaz de converter
esse carboidrato em lipídio e transportar para outros órgãos.

Os sais biliares são detergentes biológicos que emulsificam as gorduras da dieta, ou


seja, agem degradando a gordura e aumentando a superfície de contato, formando
então as micelas, que aumenta o acesso a ação das lipases intestinais, responsáveis
por converter TAG em compostos menores, como ácidos graxos e glicerol. Após isso,
ocorre a absorção pela mucosa e conversão novamente em TAG (esterificação) e são
incorporados aos quilomícrons, os que possuem a apolipoproteína C-II se deslocam
para o sistema linfático e posteriormente para o sistema sanguíneo. A lipoproteína
lipase, ativada por Apoc-II nos capilares converte TAG em AG + Glicerol. Esse AG são
absorvidos novamente e entra na célula, onde podem ser oxidados ou esterificados,
dependendo do estado energético.
Obs: A B-oxidação é realizada por enzimas da mitocôndria e em casos de biossíntese
de AG e conversão em TAGs são feitas por enzimas do citosol.

-Mobilização e Transporte
Os lipídeos sao armazenados nos adipócitos na forma de gotículas e sua superfície é
revestida por perilipinas (proteínas). Para que ocorra a mobilização é necessário a
ação de alguns agentes. No estado de jejum há a liberação do hormônio Glucagon
que liga-se ao receptor de membrana, e estimula adenil-ciclase a produzir AMPc, ativa
PKA que age fosforilando alvos como a perilipina e a lipase sensível a hormônio,
isso permite que a lipase tenha acesso a gotícula lipídica, e degrade o TAG em AG +
Glicerol. Como os AG são insolúveis eles se ligam a albumina (proteína solúvel) e
passam do adipócito para o sangue, quando chegam a tecidos alvos, esses AG se
dissociam dessa proteína e por meio de transportadores de membrana entram na
célula. Como a glicemia está baixa, esses AG sofrem beta-oxidação, servindo de
combustível.
Obs: o glicerol liberado é convertido em gliceraldeído-3-P, oxidado na glicólise.

LIPÓLISE (Catabolismo de Lipídios)

As enzimas de oxidação dos AG encontram-se na mitocôndria e para passar do citosol


para a mitocôndria, os AG com 14 ou mais carbonos precisam de um sistema- Circuito
da Carnitina, que consiste de três reações que agem ativando e transportando o AG.

1ª Reação: ATIVAÇÃO DO AG

AG + Coa → Acil-graxo-Coa

O AG é ligado a uma CoA pela ação da enzima Acil-CoA- sintetase, essa etapa ocorre
no citosol e o Acil-graxo-Coa pode ser destinado para biossíntese ou para a oxidação
(fases seguintes do circuito). Há um gasto de 2 ATP.

2ª Reação: TRANSESTERIFICAÇÃO

Acil-graxo-CoA + grupo hidroxil da Carnitina→ Acil-graxo-Carnitina

A Acil-graxo-CoA é transesterificada com a carnitina pela ação da enzima


carnitina-acil-transferase I (CAT I), essa enzima compromete a via com a
beta-oxidação e é um ponto de regulação. Essa reação ocorre no espaço
intermembrana.
A Acil-graxo-Carnitina entra na matriz através do transportador acil-carnitina/carnitina.

3ª Reação: TRANSESTERIFICAÇÃO

Acil graxo + CoA intra-mitocondrial


A enzima carnitina-acil-transferase II (CAT II), transfere o acil graxo da carnitina para a
CoA intramitocondrial. Essa carnitina retorna para o espaço intermembrana através do
transportador acil-carnitina/carnitina.

Obs: CAT I é inibida por Malonil-CoA.

Oxidação de AG
Ocorre em 3 etapas:
● 1° etapa - beta-oxidação: Os ácidos graxos sofrem remoção sucessiva de 2
carbonos na forma de acetil-CoA e esse processo de oxidação começa pela
extremidade carboxílica da cadeia de acil graxo. Essa primeira etapa consiste de
quatro reações:
- Desidrogenação (oxidação): A enzima Acil-CoA-Desidrogenase adiciona uma
ligação dupla, e os elétrons removidos são entregues ao FAD → FADH2 →
Coenzima Q.
-Hidratação: A enzima Enoil-CoA-hidratase é responsável por adicionar água à
ligação dupla.
Obs: Isso só é possível quando a conformação for do tipo TRANS
-Desidrogenação (oxidação): Nessa etapa age a enzima
B-hidroxiacil-CoA-desidrogenase e os elétrons são entregues ao NAD→
NADH→ Complexo I.
-Clivagem (tiólise): A enzima tiolase, que promove a reação da B-cetoacil-CoA
com uma molécula de Coa separando dois fragmentos: Acetil-CoA e um
Acil-graxo CoA com 2C a menos.

● 2º etapa: O grupo Acetil da Acetil-CoA são oxidados a CO2 no Ciclo do Ácido


Cítrico.
● 3º etapa: Transportadores NADH e FADH2 doam os elétrons para a cadeia
transportadora até passar para o O2 (aceptor final) e junto a isso ocorre a
fosforilação oxidativa.

Obs: São formados 4 ATPs por ciclo de B-oxidação.

A maioria dos AG são insaturados e para que sofram B-oxidação, são necessárias a
ação de duas enzimas auxiliares:
- Isomerase: CIS → TRANS
- Redutase
A ação dessas duas enzimas corrigem a posição e a configuração da ligação dupla
(deve ficar no carbono 2 e 3).

Enquanto a oxidação de AG ímpar (ex: propionil-CoA- 3C) necessita de 3 reações:


- Carboxilação
- 2 Isomerizações
O produto final é o Succinil-CoA, componente que pode entrar no ciclo do ácido cítrico.
Regulação da Oxidação do AG
A via que o AG vai seguir vai depender da sua transferência para a matriz mitocondrial,
logo podemos concluir que, o circuito carnitina é um ponto de regulação, principalmente
a enzima carnitina-acil-transferase I (CATI) que é inibida pelo malonil.
Estado alimentado: Insulina → fosfatase → desfosforila ACC, ativando →ACC catalisa
a formação de Malonil-CoA→ ↑ Malonil-CoA → inibe CATI→ impede a B-oxidação

Estado de Jejum: Glucagon → AMPc→ PKA→ fosforila ACC, inativando→


↓ Malonil-CoA→ diminui a inibição da CATI→ B-oxidação

Produção de Corpos Cetônicos


A acetil-CoA formada no fígado durante a oxidação de AG pode:
- Entrar no ciclo do ácido cítrico
- Ser convertida a corpos cetônicos para ser exportada para outros tecidos. Formando
Acetona; Acetoacetato e B-hidroxibutirato.
Em estado de jejum prolongado o Acetoacetato e β-hidroxibutirato são importantes
para o encéfalo, já a acetona é produzida em pequena quantidade e esse composto é
exalado. Pessoas saudáveis em bem nutridas possuem uma taxa de produção de
corpos cetônicos baixa.

Formação dos corpos cetônicos no fígado para exportação


1º passo –condensação
Enzima:tiolase
2 Acetil-CoA→ acetoacetil-CoA + CoA

2º passo – condensação
Enzima: HMG-CoA sintase
acetoacetil-CoA + Acetil-CoA→ HMG-CoA

3º passo – clivagem
Enzima:HMG-CoA liase
HMG-CoA→ Acetoacetato + Acetil-CoA
Oxidação dos corpos cetônicos nos tecidos extra-hepáticos
Desidrogenação
Enzima:D-β-hidroxibutirato-desidrogenase
D-β-hidroxibutirato→ acetoacetato + NADH

Ativação/esterificação com a Coenzima A (CoA)


Enzima: β-cetoacil-CoA-transferase (ou tioforase)
acetoacetato + Succinil-CoA→ acetoacetil-CoA
Clivagem/tiólise
Enzima:tiolase
Acetoacetil-CoA→ 2 Acetil-CoA

Obs: Os corpos cetônicos são usados em todos os tecidos, exceto no fígado pois esse
órgão não possui a enzima tioforase.
LIPOGÊNESE (Anabolismo de lipídios)

A biossíntese e a degradação acontecem em vias diferentes, com enzimas diferentes e


em localização celular diferente.

Para biossíntese são necessários Malonil-CoA + Acetil-CoA, a enzima


Ácido-Graxo-Sintase (AGS) e NADPH.

Formação de malonil-CoA

O malonil-CoA é formado a partir de acetil-CoA em um processo irreversível e


catalisado pela acetil-CoA-Carboxilase. Nesse processo 1 ATP é gasto.

Etapas de formação de AG

Os AG são formados pela repetição de 4 etapas. Essas 4 etapas compõem um ciclo, e


ao final de cada ciclo, 2 carbonos são adicionados à cadeia do grupo acila graxo.
Ao final de cada ciclo o grupamento acila saturado torna-se o substrato da
condensação subsequente com um grupo malonila ativado.

A AGS é a enzima que catalisa a formação de ácidos graxos. Ela é um sistema


multienzimático presente no citoplasma, que forma um único produto e NÃO são
liberados intermediários. Esses intermediários permanecem covalentemente ligados
como tioésteres a um de dois grupos tiol.
É multienzimática devido seus múltiplos domínios que atuam como enzimas distintas
porém ligadas.
Dois domínios:
ACP com um grupo -SH
Resíduo de Cisteína e seu grupo -SH

A ACP é uma proteína transportadora de grupos acila, é um 'braço flexível' que segura
a cadeia acila do AG em crescimento unida à superfície do complexo da AGS enquanto
transporta os intermediários da reação do sítio ativo de uma enzima para a próxima.

Etapa de ativação da biossíntese


Assim como na oxidação dos ácidos graxos, na biossíntese também há uma etapa de
ativação. Essa etapa consiste de duas reações:

1° reação: Grupo acetila da acetil-CoA é transferido para a ACP e então transferido


para o grupo -SH da Cisteína em outro domínio

2° reação: transferência do grupo malonila do malonil-CoA para o grupo -SH da ACP

Após essas duas reações, a via de biossíntese foi ativada e o ciclo de 4 reações
catalisadas pela AGS I para adição de 2 carbonos à cadeia de ácido graxos se inicia.

1° reação: condensação
Reação catalisada pela enzima β-cetoacil-ACP-sintase
O grupo acetil ativado e o grupo malonil ativado são condensados formando
acetoacetil-ACP. Liberação de CO²

2° reação: redução do grupo carbonil


Reação catalisada pela enzima β-cetoacil-ACP-redutase
Acetoacetil-ACP é reduzido formando B-hidroxibutiril-ACP. Utilização de um NADPH

3° reação: desidratação
Reação catalisada pela enzima β-hidroxiacil-ACP-desidratase
Elementos da água são removidos da D-β-hidroxibutiril-ACP e uma ligação dupla é
formada, formando trans-Δ²-butenoil-ACP

4° reação: redução da ligação dupla


Reação catalisada pela enzima enoil-ACP-redutase
A ligação dupla da trans-Δ²-butenoil-ACP é reduzida formando butiril-ACP.Utilização de
um NADPH
Imagina-se que o ácido graxo que está em formação é um palmitato (contém 16
carbonos). Ao final do primeiro ciclo obtém-se um grupo acil saturado aumentado em 2
carbonos, ou seja, com 4 carbonos ao todo (como na imagem acima). Esse grupo acil
saturado é transferido para o -SH da cisteína e um grupo malonila é transferido para
-SH da ACP (etapa de ativação), iniciando um novo ciclo. Esses ciclos se repetem até
que se forme o ácido graxo completo, nesse caso o palmitato, resultando em um total
de 7 ciclos.

Energia química utilizada (para cada 2 carbonos adicionados)

● 2 ATP para transporte da Acetil-CoA da mitocôndria para o citoplasma (para


formação do malonil)
● 1 ATP para formação do malonil
● 2 NADPH para as duas reações de redução
Origem do NADPH

Origem do acetil-CoA

Regulação da biossíntese de AG

O aumento de fonte de energia para o organismo, ultrapassando as


necessidades energéticas, é convertido em AG e de AG armazenados na forma de
TAG (triacilgliceróis). Regulação da ACC (acetil-CoA-carboxilase)
● Regulação alostérica:
- Aumento de citrato modula positivamente: Citrato ⟹ Acetil-CoA ⟹Malonil-
CoA
⟹ AG
- Aumento de AG já formados modula negativamente

● Regulação covalente
Regulação da enzima ACC, ponto chave da regulação
- ⇑ [Insulina] ativa fosfatase ⟹ ativa ACC ⟹ forma malonil-CoA que é
substrato para síntese de AG e inibe CAT I (impedindo β-oxidação de AG)
- ⇑ [Glucagon] ativa PKA ⟹ inativa ACC ⟹ para de produzir malonil-CoA,
inibindo
a via da biossíntese e permitindo a β-oxidação de AG

Ácidos graxos essenciais

As plantas são capazes de converter oleato em linoleato, entretanto os mamíferos não


são capazes. Por tanto, esse ácido graxo é essencial na dieta.

Biossíntese de eicosanóides

- Eicosanóides são importantes na sinalização biológica. Por meio do fosfolipídio


araquidonato (que é derivado do linoleato) obtemos os seguintes eicosanóides:
tromboxanos, prostaglandinas e leucotrienos.

Lipoxigenase ⇒ Leucotrienos (potentes na constrição muscular e participam dos


processos de inflamação crônica (aumenta permeabilidade vascular).

COX 1 (mucina gástrica) ou COX 2 (inflamação, dor e febre) ⇒ Prostaglandinas


(participa de processos inflamatórios, fluxo de sangue, formação de coágulo e induz
trabalho de parto) e Tromboxanos (constrição de vasos sanguíneos e agregação
plaquetária)
Biossíntese de TAG (triacilgliceróis)
Ácidos graxos sintetizados ou ingeridos podem:
- Ser incorporados em fosfolipídios de membrana; ou
- Ser incorporados em triacilgliceróis para armazenamento de energia.

Regulação da síntese de TAG

O aumento de glicose e aminoácidos provenientes da dieta levam a formação de


bastante acetil-CoA e a alta concentração deste colabora para a produção de ácidos
graxos que em grandes quantidades que ultrapassem as necessidades metabólicas,
são armazenados na forma de TAG.
Nesse momento de alta glicemia, a insulina liberada promove desfosforilação de
lipases que degradariam os TAG, inativando-as.
Quando a glicemia está baixa, ocorre a liberação do glucagon. Durante a atividade
física, ocorre liberação de epinefrina. Esses dois hormônios agem sobre lipases
intracelulares, fosforilando-as e ativando-as, promovendo então a degradação de TAG.
Biossíntese de colesterol

O colesterol também é sintetizado a partir da acetil-CoA.


Essa síntese é feita em 4 estágios:

Estágio 1: síntese do mevalonato


A síntese do mevalonato é composta de 3 reações
Na primeira reação, a tiolase utiliza 2 acetil-CoA e forma um acetoacetil-CoA. Na
segunda reação, a HMG-CoA-sintase utiliza a acetoacetil-CoA + 1 acetil-CoA
resultando em β-hidroxi-β-metilbutirato-CoA (HMG-CoA). Na terceira reação, a
HMG-redutase utiliza o produto da reação anterior (HMG-CoA) + 2 NADPH e forma
então o Mevalonato. Essa terceira reação é o comprometimento com a via de
biossíntese do colesterol. É o ponto de regulação.

Estágio 2: conversão de mevalonato em 2 isoprenos ativados


- Transferência de 3 grupos fosfatos de três moléculas de ATP para o
mevalonato.
- Saída de um grupo fosfato e um grupo carboxil, produzindo uma ligação dupla,
resultando em Δ³-isopentenil-pirofosfato (isoprenoativados). Com a isomerização
de um Δ³-isopentenil-pirofosfato, é produzido um dimetilalil-pirofosfato.

Estágio 3: condensação dos dois isoprenos ativados


- Os dois isoprenos ativados são condensados e um grupo pirofosfato é
deslocado, formando o geranil-pirofosfato. (5C + 5C= 10C)
- O geranil-pirofosfato é condensado com mais um isopreno ativado formando o
farnesil-pirofosfato. (10C + 5C= 15C)
- Duas moléculas de farnesil-pirofosfato são condensadas formando um
esqualeno (15C + 15C= 30C)
Estágio 4: conversão do esqualeno no núcleo esteróide de 4 anéis
- Adição de O² ao esqualeno, formando um epóxido.
- Ciclização do esqualeno linear, formando lanosterol
- Na etapa final o lanosterol é convertido em colesterol com múltiplas reações.
Gasto total de ATP para produção do esqualeno= 18 ATPs

Regulação da biossíntese de colesterol


Como dito anteriormente, a etapa limitante e de regulação da biossíntese é a redução
da HMG-CoA para formar o mevalonato. Quem catalisa essa reação é a
HMG-CoA-redutase, portanto, a via é regulada por meio dessa enzima.

No momento de alta glicemia, a insulina é liberada, levando a desfosforilação da


HMG-CoA-redutase, ativando e, portanto, sintetizando colesterol.
Já com a baixa glicemia e então a liberação de glucagon, a HMG-CoA-redutase é
fosforilada,tornando-se inativa e não produzindo colesterol.

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