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Material Teórico
Condições de prática
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Condições de prática
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar as diferentes maneiras de estruturar a prática
de habilidades motoras.
ORIENTAÇÕES
Olá aluno(a),
Bom estudo!!!
UNIDADE Condições de prática
Contextualização
Vamos imaginar que você quer aprender a tocar um instrumento musical e
decide assistir a alguns dos vídeos disponíveis no “YouTube”. Você acha que é
possível aprender a tocar o instrumento escolhido apenas assistindo aos vídeos?
Ou será que é preciso ter o instrumento em mãos e praticar? Você há de concordar
que não será capaz de tocar bem um instrumento sem “por a mão na massa”,
isto é, sem praticar! A razão principal para praticar qualquer habilidade motora
é que após um período de prática conseguimos executar bem tal habilidade e em
qualquer contexto. E de uma coisa você pode ter certeza: não é possível aprender
qualquer habilidade sem prática. Entretanto, é muito importante otimizar a prática
de modo que ela propicie aprendizagem, pois a prática por si só pode não propiciar
aprendizagem. Nesta Unidade, apresentarei os principais aspectos que você deve
considerar para elaborar as condições de prática nas suas aulas de educação física.
Porém, antes dessa apresentação, pense nas seguintes perguntas:
·· A prática deve ser consistente ou variada?
·· Como a prática deve ser organizada?
·· Deve haver intervalos para descanso durante a prática?
·· Nossos alunos devem praticar a habilidade como um todo ou partes dela?
Espero que ao final desta Unidade, você consiga responder a essas questões e
tenha condições de planejar suas aulas de educação física!!
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Prática constante e prática variada
Imagine você ensinando duas habilidades motoras distintas em suas aulas de
educação física: lance livre do basquete e saque do voleibol. Antes de elaborar
suas aulas, você precisa estabelecer questões importantes de modo a determinar
como irá otimizar os tipos e a quantidade de variação durante as sessões de prática
(aulas). Primeiro, você deve considerar quais aspectos da execução da habilidade
seus alunos deverão variar ou não. Segundo, você deve considerar quão variada
devem ser as experiências que você lhes oferecerá. Terceiro, você deve considerar
como a variedade dessas experiências deve ser organizada nas sessões de prática.
Por outro lado, quando falamos em prática variada (ou variabilidade da prática),
estamos nos referindo à variedade das características dos movimentos e ao contexto
que o(a) aluno(a) vivencia enquanto pratica uma habilidade. As características do
movimento e do contexto que podem variar na prática podem ser as variações da
habilidade que serão necessárias nas condições reais de execução da habilidade, no
contexto físico em que a habilidade é executada e a situação em que a habilidade
ocorre (MAGILL, 2011). Por exemplo, ao sacar a bola no voleibol, você pode variar
o tipo de saque (por cima, por baixo, com ou sem salto), a posição inicial (próxima ou
não à linha do fundo, à direita, à esquerda, no centro), a direção do saque (paralelo,
diagonal), o alvo (mais próximo da rede, mais no fundo da quadra, no meio da
quadra), velocidade, etc. Após avaliar as características do contexto físico (ambiente)
e as características da habilidade relacionadas à performance, você deve variar essas
características conforme o tipo de habilidade (i.e., fechada ou aberta) a ser aprendida.
No caso do contexto físico, você deve considerar as condições reguladoras e as
condições não reguladoras (que já estudou em outra unidade). Quando as condições
reguladoras (e as condições não reguladoras) variam durante a performance na
situação real, elas devem variar durante a prática! No caso da habilidade, você deve
considerar os padrões de movimento e os parâmetros de movimento.
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UNIDADE Condições de prática
não devem ser variadas (por exemplo, distâncias de arremesso, altura da cesta,
características da bola), e as condições não reguladoras devem variar (por exemplo,
importância do jogo, quanto tempo falta para terminar o jogo, placar, torcida).
Organização da prática
Após estabelecer que a variabilidade da prática é a mais indicada para a
aprendizagem da habilidade motora a ser ensinada, você deve decidir como
organizar a prática durante uma sessão ou uma unidade de ensino. Imagine que
você é professor(a) de educação física infantil e está organizando uma unidade
de ensino de arremessos para suas aulas, e que você determinou seis aulas (30
minutos cada) para desenvolver essa unidade. Você quer que seus alunos vivenciem
três variações do padrão de arremesso (Figura 1): arremesso de ombro, arremesso
por baixo e arremesso de lado.
A B C
Figura 1. Ilustração de três variações do arremesso: de ombro (A), por baixo (B) e de lado (C)
Fonte: iStock/Getty Images
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sendo que em cada aula os alunos vivenciariam seis blocos de 5 minutos cada, sem
qualquer ordem específica para os três padrões de arremesso. A terceira maneira
de organizar as sessões de prática seria praticar em blocos de 5 minutos cada
um dos três padrões de arremesso, sendo que os alunos praticariam cada padrão
em dois blocos de 5 minutos em cada aula na mesma ordem (“prática seriada”).
É importante notar que independentemente do tipo de organização, a quantidade
de prática (tempo total) para cada padrão de arremesso é a mesma (Quadro 1).
Quadro 1. Exemplo de como a prática pode ser organizada, com base em uma unidade de ensino com
seis aulas de 30 minutos cada, devotada a três padrões de arremessos (ombro, por baixo e de lado)
Dia de aula
Organização
1 2 3 4 5 6
Prática em
30 min Ombro Ombro Por baixo Por baixo De lado De lado
blocos
5 min Por baixo Ombro De lado Ombro Por baixo De lado
5 min Ombro De lado Ombro De lado Ombro Ombro
Prática 5 min Por baixo De lado De lado De lado Por baixo De lado
randômica 5 min De lado Por baixo Por baixo Por baixo De lado Por baixo
5 min Por baixo Ombro Por baixo Ombro Por baixo Por baixo
5 min Ombro Ombro De lado Ombro Ombro De lado
5 min Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro
5 min Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo
Prática 5 min De lado De lado De lado De lado De lado De lado
seriada 5 min Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro Ombro
5 min Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo Por baixo
5 min De lado De lado De lado De lado De lado De lado
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Quadro 2. Comparação entre prática maciça e prática distribuída
Tendo em vista que você dificilmente terá flexibilidade para alterar o currículo
escolar, o que lhe resta é decidir sobre a quantidade e a distribuição das aulas.
Dependendo do tipo de habilidade motora que você for ensinar, precisará oferecer
aos seus alunos intervalos para descanso, e aí surge a dúvida: o que é melhor,
um número menor de sessões mais longas ou um número maior de sessões mais
curtas? Lembre-se de que se você optar pela prática maciça, os intervalos para
descanso entre as repetições da habilidade serão curtos, enquanto que se você
optar pela prática distribuída, os intervalos para descanso entre as repetições da
habilidade serão relativamente longos.
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UNIDADE Condições de prática
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Apesar do experimento que apresentei não envolver uma habilidade motora
que você ensinará nas suas aulas de educação física, ele ilustra muito bem como
uma habilidade motora seriada (que é intermediária entre as habilidades motoras
discreta e contínua) pode ser adquirida. Sendo assim, utilize esse exemplo como
base para que você tome decisões sobre como estruturar suas aulas de educação
física em termos de distribuição da prática.
Como as três razões (fadiga, esforço cognitivo e consolidação da memória) para optar
Explor
pela prática distribuída podem ser associadas ao estudo conduzido por Baddely e
Longman (1978)?
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UNIDADE Condições de prática
Então, para decidir sobre qual tipo de prática adotar (do todo ou das partes), você
deve analisar, primeiramente, a habilidade motora em termos de complexidade e de
organização. Isso o(a) ajudará muito a decidir se a prática da habilidade deve ser do
todo ou das partes. Normalmente, habilidades com baixa complexidade são altas
em organização; e habilidades com alta complexidade são baixas em organização.
E, levando-se esses aspectos em consideração, a prática do todo é melhor para o
primeiro caso, e a prática por partes é melhor para o segundo caso (Quadro 3).
Isso quer dizer que seus alunos aprenderão habilidades motoras relativamente
simples, em que seus componentes estão altamente relacionados, mais
eficientemente utilizando a prática do todo. Por outro lado, seus alunos aprenderão
as habilidades motoras mais complexas, em que há mais componentes, mas que não
estão tão relacionados entre si, mais eficientemente utilizando a prática por partes.
Sendo assim, antes de qualquer coisa, analise a habilidade motora que irá ensinar aos
seus alunos!! Lembre-se de que nessa análise você deve focar na identificação das
partes envolvidas na habilidade em questão e no quanto as características espaços-
temporais dessas partes são interdependentes (i.e., dependem uma da outra). Em
seguida, decida qual parte do continum da complexidade e da organização da
habilidade melhor a representa (Figura 2).
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em uma região intermediária entre as extremidades do continum. Nesse caso, você
deve fazer uma análise adicional, pois para esses tipos de habilidades, é necessário
determinar quais componentes são independentes das outras partes e quais podem
ser agrupados como interdependentes. O resultado dessa análise determinará
quais partes poderiam ser praticadas independentemente. Sendo assim, algumas
“partes” da habilidade que seus alunos praticarem poderiam consistir em mais
de um dos componentes que resultariam da análise inicial da habilidade. Esse
agrupamento de partes pode ser pensado como uma “unidade natural” dentro da
habilidade (MAGILL, 2011). Tendo em vista que os professores de educação física
normalmente trabalham com habilidades motoras que poderiam sugerir alguma
sequência da prática, é importante considerarmos algumas questões relevantes
sobre a prática das partes.
Após decidir por utilizar a prática das partes, você deve considerar os princípios
da transferência de aprendizagem (apresentado em outra unidade). As estratégias
da prática das partes deve abranger transferência positiva entre as partes praticadas
de uma habilidade e entre as partes praticadas e a habilidade como um todo.
Nesta Unidade vou apresentar três classificações que podem ser utilizadas pelas
estratégias da prática das partes, denominadas fracionamento, segmentação e
simplificação. De modo geral, fracionamento envol ve a prática de membros
corporais individuais em um primeiro momento para habilidade que compreende a
coordenação assimétrica dos braços ou das pernas; segmentação envolve separar a
habilidade em partes e então praticar a primeira parte, depois a segunda e juntar as
duas partes, e assim por diante; e simplificação é uma variação da prática do todo
que envolve a redução da dificuldade da habilidade como um todo ou de diferentes
partes da habilidade. Mais detalhes sobre esses métodos são apresentados a seguir.
Fracionamento
Muitas das habilidades motoras requerem que os executantes movimentem
simultaneamente seus braços ou suas pernas para atingir uma meta espacial e/
ou temporal. As habilidades motoras requerem que os dois braços ou pernas
façam movimentos diferentes, simultaneamente, em termos espaciais e temporais,
dizemos que a coordenação motora é assimétrica. Normalmente, a coordenação
assimétrica dos braços é mais característica de habilidades motoras do que
coordenação assimétrica das pernas. Sendo assim, vamos considerá-las como
habilidades de coordenação bimanual assimétrica (MAGILL, 2011). Ao tocar
instrumentos musicais, tais como violão ou guitarra, violino, acordeão, é comum
que os movimentos dos braços e das mãos sejam simultâneos, porém, assimétricos.
Em cada um desses instrumentos, a pessoa produz simultaneamente padrões de
movimento distintos com cada braço e mão. No caso da bateria e do piano, por
exemplo, os movimentos assimétricos também ocorrem nas pernas e nos pés.
Nas habilidades esportivas, podemos pensar no saque do voleibol e do tênis, que
também envolvem esse tipo de coordenação.
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Figura 3. Exemplo de uma pessoa destra tocando violão. Note que cada mão executa movimentos individuais
e distintos, sendo que a mão esquerda executa movimentos mais complexos que a mão direita
Fonte: iStock/Getty Images
Segmentação
Apesar de a prática por partes poder ser útil durante a aprendizagem de uma
habilidade, os alunos podem apresentar dificuldades posteriormente quando
tiverem que colocar todas as partes juntas para que a habilidade seja executada
como um todo. Uma maneira para amenizar esse problema é usar um método
de segmentação: ao invés de praticar todas as partes separadamente antes de
juntá-las como um todo, os alunos praticam a primeira parte como uma unidade
independente, daí pratica a segunda parte – primeiro separadamente e então junto
com a primeira parte. Caso tenha uma terceira parte, prática, a terceira parte –
primeiro separadamente e então junto com a primeira e a segunda partes, e assim
sucessivamente. Dessa forma, cada parte independente se junta, progressivamente,
a uma parte maior. Conforme a prática continua, os alunos eventualmente praticam
a habilidade inteira como um todo.
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Vamos considerar o estilo peito na natação (Figura 4). Esse estilo pode ser
facilmente subdividido em duas partes relativamente independentes: a pernada e
a ação dos braços. Tendo em vista um aspecto que dificulta a aprendizagem do
estilo peito é a organização temporal (timing) da coordenação dessas duas partes,
é útil para os alunos diminuir a demanda de atenção da habilidade como um todo
praticando cada parte independentemente primeiro. Isso possibilita aos alunos
focar sua atenção somente aos requerimentos da ação dos membros, porque eles
podem aprender cada parte sem ter que coordenar as duas partes (braços e pernas)
como uma unidade. Após praticar cada parte independentemente, os alunos podem
colocá-las juntas como uma unidade, com a sua atenção direcionada às demandas
da coordenação temporal e espacial das ações dos braços e das pernas.
Um ponto chave desse método de prática é que ele tem a vantagem dos
benefícios tanto da prática das partes como da prática do todo (MAGILL, 2011).
A prática das partes oferece a vantagem de reduzir a demanda atencional de
executar a habilidade como um todo, de modo que os alunos podem focar sua
atenção em aspectos específicos de uma parte da habilidade. A prática do todo,
por outro lado, tem uma vantagem de exigir a coordenação temporal e espacial
das partes a serem praticadas juntas. O método de segmentação combina essas
duas qualidades. Dessa forma, as demandas atencionais de executar a habilidade
estão sob controle, enquanto as partes são agrupadas progressivamente de modo
que os alunos possam praticar os requisitos importantes da coordenação espacial e
temporal de executar as partes como um todo.
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Simplificação
Quando falamos em simplificação, podemos pensar em simplificar uma habilidade
como um todo ou somente certas partes dela de modo a torná-la mais fácil para os
alunos executá-la. Há diferentes formas de implementar o método de simplificação
para a prática da habilidade motora. Nesta Unidade, vou destacar cinco tipos,
sendo cada uma específica para aprender um certo tipo de habilidade. Todos
eles envolvem praticar a habilidade toda, porém, simplificando certas partes da
habilidade de diferentes formas.
·· Redução da dificuldade do objeto: quando os alunos estão aprendendo
habilidades que envolvem manipulação de objetos (bola, raquete, bastão,
etc.), uma maneira de simplificar a habilidade é reduzir a dificuldade dos
objetos. Mas de que forma? Bem, alterando o tipo de objeto que deve
ser manipulado, como por exemplo, tamanho da bola, ou até mesmo
ao invés de usar a bola usar uma bexiga, pois o fato dela se movimentar
mais lentamente, os alunos têm mais tempo para realizar os movimentos
nos momentos certos. Dessa forma, a prática inicial da habilidade com
objetos mais fáceis de serem manipulados propiciariam aos alunos a
aprender os requisitos da habilidade e então a transferi-los facilmente
para os objetos reais, que são mais difíceis de serem manipulados no
início da aprendizagem.
·· Redução da demanda de atenção: uma outra maneira de diminuir a
dificuldade da habilidade é reduzir as demandas atencionais sem mudar a
meta da tarefa. Essa estratégia reduz a dificuldade da tarefa ao se reduzir
a complexidade da tarefa. Uma maneira de implementar essa estratégia
de ensino seria fornecendo algum tipo de assistência física, por exemplo,
que permite aos alunos praticarem a meta da habilidade, mas ao mesmo
tempo diminuir as demandas atencionais da tarefa. Vamos supor que seus
alunos estejam aprendendo a andar de patins. Uma maneira de reduzir a
demanda atencional seria utilizar barras paralelas (ou até mesmo manter
uma pessoa de cada lado segurando na mão do(a) aluno(a)) para que ele(a)
preste mais atenção aos movimentos que são necessários para se deslocar
com o patins ao invés de prestar atenção nos componentes relacionados
ao equilíbrio dinâmico dessa habilidade. A assistência física, nesse caso,
proporcionaria maior estabilidade corporal e, consequentemente, seus
alunos executariam a habilidade com mais facilidade. Após um período
de prática, você solicita aos seus alunos que realizem a habilidade sem
assistência física, o que caracterizará a transferência de aprendizagem.
·· Redução da velocidade: a redução da velocidade para realizar uma
habilidade motora no início da aprendizagem pode simplificar a
habilidade. Ao se praticar determinada habilidade mais lentamente, a
ênfase da execução passa a ser nos aspectos relacionados à organização
temporal da habilidade, que está diretamente relacionada à coordenação
motora que já tratamos em Unidade anterior. Sendo assim, os alunos
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estabeleceriam com a prática as características essenciais do tempo
relativo de um padrão de coordenação, ou seja, a combinação dos
movimentos dos segmentos corporais envolvidos na habilidade para que
ocorram como uma unidade e no instante correto. Vamos imaginar, por
exemplo, a progressão no handebol. Na situação real, essa habilidade é
executada rapidamente. Porém, no início da aprendizagem, se os seus
alunos praticarem mais lentamente, terão mais possibilidade de aprender
o padrão de coordenação mais facilmente.
· Adição de dicas auditivas: para as habilidades que apresentam ritmos
distintos durante sua execução, fornecer dicas auditivas que especifiquem
o ritmo correto que funciona muito bem para diminuir a dificuldade da
habilidade, e facilita a aprendizagem da atividade. Nessa estratégia, o que
ocorre de fato para simplificar a habilidade é adicionar um componente
extra para ela. Normalmente, os professores utilizam metrônomos para
determinar o ritmo correto para a execução da habilidade. Após um
período de prática, retira-se esse componente e os alunos passam a
executar a habilidade no ritmo que deveria ocorrer. Pular corda, quicar
uma bola, uma coreografia de dança, são algumas das habilidades
motoras que poderiam incluir dicas auditivas durante a execução no
início da aprendizagem.
· Sequenciamento de progressões da habilidade: essa estratégia está
relacionada à segmentação que apresentei anteriormente. Ela envolve o
sequenciamento das progressões da habilidade de modo que os alunos
pratiquem variações da habilidade que está sendo aprendida a partir de
uma sequência menos complexa para uma sequência mais complexa ou
mais difícil até que a habilidade per se seja praticada. Vamos supor que
você esteja ensinando o saque no voleibol para seus alunos. No início
da prática, você não utiliza a rede e, portanto seus alunos só devem se
preocupar com os movimentos envolvidos nessa habilidade. Após um
período de prática, seus alunos começam a sacar sobre a rede, porém,
próximos a ela. Posteriormente, você vai aumentando, gradativamente, a
distância entre o(a) aluno(a) e a rede até que ele(a) se posicione no fundo
da quadra.
Em suma, nesta Unidade é possível perceber que a prática é essencial para que a
aprendizagem ocorra, porém, a forma como a prática é conduzida é que garantirá
a aprendizagem. Ao se estruturar a prática de qualquer habilidade motora, você
deve considerar:
· As condições ambientais e se a habilidade a ser ensinada é aberta ou
fechada para definir se a prática será constante ou variada.
· A lembrança de que, normalmente, a prática em blocos é melhor durante
a prática, mas a prática randômica é melhor para a aprendizagem.
Portanto, no início da prática, pode-se organizar a prática em blocos, mas
assim que possível organize-a em prática randômica.
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UNIDADE Condições de prática
Bem, com base nessas informações que apresentei a você, é possível perceber que você
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Aprendizagem e controle motor
MAGILL, R. A. Aprendizagem e controle motor. 8. ed. São Paulo: Phorte, 2011.
Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação
SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma
abordagem da aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Vídeos
Aprenda o nado peito!! Natação (raia 45)
https://youtu.be/HUcgmwAitMo
Como Tocar Violão: Tocando sua primeira música
https://youtu.be/2Rsz3JEbw0Y
O Melhor do Mundo - Sungha Jung - violão HD
https://youtu.be/8dRzUmSXV1k
Leitura
Revista Paulista de Educação Física
MARINOVIC, W.; FREUDEHNHEIN, A. M. Prática variada: a melhor opção para
aquisição de uma habilidade motora? Revista Paulista de Educação Física, 15(1): 103-
110, 2001
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UNIDADE Condições de prática
Referências
BADDELEY, A. D.; LONGMAN, D. J. A. The influence of length and frequency of
training session on the rate of learning to type. Ergonomics, 21: 627-635, 1978.
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