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ESPORTES I:
VOLEIBOL E ATLETISMO
Flávio Pajanian
E-book 2
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO����������������������������������������������������������� 3
ESTRATÉGIAS����������������������������������������������������������� 4
Estratégias no ensino do voleibol��������������������������������������������4
Métodos de ensino�������������������������������������������������������������������9
Fundamentos e ações de jogo no voleibol����������������������������11
Posição inicial para a execução da manchete����������������������17
A cortada���������������������������������������������������������������������������������19
Regras do voleibol�������������������������������������������������������������������31
Sistemas de jogo do voleibol�������������������������������������������������33
Dinâmica de jogo do voleibol�������������������������������������������������37
CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������������� 40
SÍNTESE���������������������������������������������������������������������41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &
CONSULTADAS�������������������������������������������������������42
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INTRODUÇÃO
Neste segundo módulo, daremos continuidade ao
processo de entendimento e compreensão dos as-
pectos relacionados ao voleibol. Aqui iremos refletir
sobre as estratégias e métodos para o ensino do vo-
leibol, diferenciando-os em função de suas vantagens
e desvantagens em cada situação de aprendizagem;
falaremos sobre exercícios formativos e educativos
utilizados no processo de aprendizagem dos funda-
mentos; sobre as possibilidades táticas dos sistemas
de jogo do voleibol: 6x6, 4x2, 6x2 e 5x1; e, por fim,
abordaremos o código de regras da modalidade.
Vamos nessa?
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ESTRATÉGIAS
Neste tópico, trataremos das estratégias e métodos
de ensino dos fundamentos, das ações de jogo e das
regras que embasam esses aspectos.
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voleibol de acordo com as exigências das regras
para determinadas ações, além de possibilitar um
desempenho satisfatório.
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e qual será a sua duração, os materiais disponíveis,
como estará o clima durante a aula e, no caso espe-
cífico da aprendizagem dos fundamentos ou gestos
técnicos, o nível de habilidade e nível técnico dos
alunos.
Apresentação do fundamento
Durante a apresentação do gesto técnico, o professor
deve considerar um importante conceito da apren-
dizagem motora: “aqueles que aprendem têm uma
capacidade limitada para processar informação”
(MCGOWN, 1991).
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que o aluno volte sua atenção justamente para as
informações mais relevantes.
Experimentação prática
A experimentação tem como objetivo dar oportuni-
dade aos alunos de praticarem os gestos, visando a
sua automatização. Nesse aspecto, é muito impor-
tante que haja uma boa quantidade de prática, porém,
sem abrir mão de sua qualidade. Para garantir essa
qualidade, o professor deverá monitorar a prática e
promover correções e adaptações para que os dife-
rentes ritmos de aprendizagem sejam contemplados.
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Os exercícios estruturados, por exemplo, se mostram
mais adequados quando se pretende ensinar a execu-
ção técnica de um determinado fundamento. Com a
utilização de jogos reduzidos é possível desenvolver
e aperfeiçoar ações de jogo e noções de posiciona-
mento. Os jogos adaptados permitem a adequação
das regras, da dinâmica do jogo e de suas ações para
que determinadas necessidades sejam atendidas. O
jogo formal é, dentre todas as demais, a estratégia
que permite desenvolver situações especificamente
relacionadas ao jogo.
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Automatização
A aprendizagem de um determinado gesto técnico
estará concluída quando houver sua automatização,
que somente será possível a partir de sua repetição
em uma quantidade razoável. Nessa etapa, o execu-
tante será capaz de realizar o gesto de forma natural,
podendo voltar sua atenção para outros aspectos
relacionados àquela tarefa motora, por exemplo: ajus-
tar o tempo de bola durante a realização do gesto
técnico da cortada no voleibol.
Estabilização
A partir do gesto estabilizado, o executante será ca-
paz de aplicar os gestos técnicos e fundamentos
aprendidos em situações diversas do jogo. Assim,
seu nível de habilidade estará diretamente ligado à
capacidade de selecionar a melhor resposta motora,
dentre aquelas aprendidas, para cada situação que
se apresentar.
Métodos de ensino
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No método parcial, a execução do gesto técnico é
dividida em partes, segundo uma sequência pedagó-
gica, para em seguida serem agrupadas na execução
do fundamento completo. Com a utilização desse
método, é possível corrigir dificuldades de execução
em pontos específicos do gesto, porém, leva-se mais
tempo para a conclusão do processo de aprendiza-
gem, pois ele fica mais longo, com diversas partes
sendo praticadas separadamente.
REFLITA
Se o aluno apresenta um desvio importante na
aprendizagem de um determinado fundamento,
qual deve ser a atitude do professor? O professor
deve modificar a estratégia e/ou o método utili-
zado, a fim de explorar diferentes capacidades de
compreensão e entendimento dos movimentos e
contemplar os diferentes ritmos de aprendizagem.
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Fundamentos e ações
de jogo no voleibol
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As regras do voleibol permitem que sejam realizados,
durante a disputa de um ponto, até três toques por
cada equipe, antes que a bola seja enviada para a
quadra adversária. Assim, a cada equipe é permitido
que sejam realizadas duas trocas de passe, antes
que se complete um toque de ataque.
FIQUE ATENTO
Passe: são as trocas voluntárias de bola entre jo-
gadores de uma mesma equipe, com o objetivo de
facilitar ações posteriores.
Toque de ataque: são todas as ações de enviar a
bola para a quadra adversária, à exceção do saque
e do bloqueio (esses fundamentos serão aborda-
dos em capítulos posteriores).
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com o atacante. A defesa é ação de jogo realizada
pelo jogador que faz uma defesa de uma ação de
ataque do adversário e, normalmente, envolve uma
troca de passe com o levantador da equipe.
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Figura 1: Toque por cima. Fonte: www.pointparksports.com.
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● Cotovelos naturalmente afastados e apontados
para as laterais;
● Mãos posicionadas acima da cabeça, próximas
uma da outra, com dedos relaxados e levemente
afastados (empunhadura).
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● O contato deve ser realizado nas falanges mediais
e distais de todos os dedos das duas mãos, para que
sejam minimizados os riscos de lesões nos dedos e
para que se aumente a precisão do gesto por meio
da ampliação da superfície de contato com a bola;
● Realizar a extensão das articulações dos joelhos
e cotovelos a fim de transferir o peso do corpo para
o contato com a bola, tornando mais eficiente o im-
pulso da bola.
Podcast 1
A manchete
Qualquer contato com a bola no voleibol pode ser
considerado como um toque, porém, a manchete
– como um toque baixo – tem características de
execução específicas. A manchete é o fundamento
mais utilizado nas ações de recepção e defesa.
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Posição inicial para a
execução da manchete
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Os pés em afastamento latero-lateral e os joelhos
flexionados têm por objetivo permitir ao executante a
utilização das alavancas biomecânicas do seu corpo
na projeção da bola para o ponto desejado e ainda
manter o equilíbrio no momento do contato com a
bola. Esse posicionamento permite que o executante
mantenha seu corpo atrás da bola no momento do
contato, o que lhe conferirá maior segurança e pre-
cisão na execução do fundamento.
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enviar a bola e, a fim de se enviar a bola para trás, o
contato deverá ser realizado em uma posição mais
alta em relação ao solo.
A cortada
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Figura 3: Sequência de movimentos da cortada. Fonte: vo-
leybasico.blogspot.com.
a) Corrida de aproximação
A fim de se posicionar corretamente em relação à
bola, e ainda melhorar a altura do salto vertical em
direção a ela, é fundamental que o executante re-
alize uma corrida de aproximação composta, nor-
malmente, por três passadas. Porém, essa corrida
de aproximação, além do movimento dos membros
inferiores, conta com movimentos de braços que, no
momento do impulso, irão melhorar o resultado do
salto vertical e ainda possibilitarão uma preparação
adequada dos braços para a batida na bola. Esse
movimento coordenado de braços e pernas é deno-
minado coordenação multimembros, um dos três
elementos essenciais para uma execução adequada
da cortada.
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Para o executante destro, a corrida de aproximação
deve ser iniciada com a perna esquerda, para que o
salto seja realizado com essa perna ligeiramente à
frente da direita. Para o executante canhoto, o mo-
vimento acontece exatamente ao contrário. Para
que os movimentos da coordenação multimembros
sejam realizados de forma adequada, no momento
da primeira passada, os braços deverão ser movi-
mentados simultaneamente à frente. Na segunda
passada, os braços são então movimentados simul-
taneamente para trás e, finalmente, durante a terceira
e última passada, os braços são novamente movi-
mentados à frente. Esse movimento dos braços tem
como objetivo auxiliar o impulso para o salto vertical
e ainda possibilitar uma correta preparação do braço
dominante para o golpe.
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mente à frente da outra, para que, no momento de
preparação do golpe, o executante possa movimen-
tar seu ombro o máximo possível para trás, a fim de
possibilitar um golpe mais potente.
b) Impulso
c) Fase aérea
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te é levado à frente novamente em direção à bola e
o não dominante, em movimento contíguo, é levado
junto ao tronco.
d) Aterrissagem
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após o salto, sobretudo nas articulações dos joelhos,
quadris e tornozelos. Assim, a aterrissagem deve ser
realizada, na medida do possível, com os dois pés.
O saque
O saque no voleibol é o fundamento técnico utilizado
para realizar a ação de jogo de mesmo nome que dá
início à disputa de um ponto (“rally”). Em situação
de jogo, pode ser definido como a ação executada
a partir da zona de saque, pelo jogador da posição 1
(observe o conteúdo sobre regras de posicionamen-
to), de golpear a bola após ter sido solta ou lançada
e antes que toque o solo, com o objetivo de enviá-la
para a quadra adversária. O contato com a bola pode
ser realizado com uma das mãos, qualquer parte de
um dos braços ou antebraços.
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a) Saque por baixo
O saque por baixo é o mais elementar dos dois, em
função de sua execução simples e, portanto, de
aprendizagem fácil e rápida.
Posição inicial:
● Pés em afastamento anteroposterior – para pos-
sibilitar a utilização das alavancas biomecânicas na
transferência do peso do corpo para o contato com
a bola (da perna de trás para a perna da frente);
● Perna contrária ao braço de golpe à frente – a
fim de evitar barreira mecânica ao deslocamento do
braço de golpe em direção à bola;
● Joelhos com pequeno ângulo de flexão – para per-
mitir o aproveitamento das alavancas biomecânicas;
● Peso do corpo apoiado na perna de trás – para
permitir a transferência do peso do corpo para o con-
tato com a bola;
● Tronco inclinado à frente – para permitir a correta
trajetória da bola, após o golpe que possibilite sua
passagem por sobre a rede;
● Braço não dominante à frente do corpo com co-
tovelo estendido – para reter a bola antes do golpe;
● Bola apoiada sobre a palma da mão não domi-
nante à frente e na direção do braço dominante (que
irá golpear a bola) – para possibilitar uma trajetória
adequada da bola em direção à quadra adversária;
● Braço dominante posicionado para trás com co-
tovelo estendido – maior amplitude de movimento
para maior potência no golpe.
25
Execução:
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b) Saque por cima
Posição inicial:
● Pés em afastamento anteroposterior – para pos-
sibilitar a utilização das alavancas biomecânicas na
transferência do peso do corpo para o contato com
a bola (da perna de trás para a perna da frente);
● Perna contrária ao braço de golpe à frente – a fim
de permitir maior amplitude ao movimento do braço
de golpe;
● Joelhos estendidos;
● Peso do corpo apoiado na perna de trás – para
permitir a transferência do peso do corpo para o con-
tato com a bola;
● Tronco ereto – pois o contato com a bola é reali-
zado em posição alta;
● Braço não dominante à frente do corpo com co-
tovelo estendido – para reter a bola antes do golpe;
● Bola apoiada sobre a palma da mão não dominan-
te à frente e na direção do braço dominante (que irá
golpear a bola) – para facilitar o lançamento da bola,
que antecede o golpe;
● Braço dominante posicionado à frente com a mão
apoiada sobre a bola com cotovelo estendido – como
parte da preparação para o golpe.
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Execução:
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Figura 5: Saque por cima. Fonte: viveconmarta.wordpress.
com
O bloqueio
O bloqueio é o fundamento do voleibol utilizado em
situações de jogo, na tentativa de interceptar a bola
vinda da quadra adversária. Essa ação é realizada
pelos jogadores das posições de ataque (2, 3 e 4 –
conteúdo sobre regras de posicionamento) junto à
rede e acima de seu bordo superior, ou seja, a bola
deve estar mais alta do que a rede. O toque ou toques
no bloqueio não contam para os toques permitidos
por cada equipe (3).
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● Reduzir a velocidade da bola atacada pelo
adversário;
● Dificultar as ações de ataque do adversário;
● Reduzir a área de responsabilidade dos defensores;
● Fazer um ponto.
Posição inicial:
● Pés em afastamento latero-lateral;
● Tronco próximo e paralelo à rede;
● Braços próximos ao tronco, cotovelos flexionados
e mãos abertas com as palmas voltadas à frente do
tronco.
Execução:
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Independentemente do tipo de passada utilizado para
um deslocamento de bloqueio, é fundamental que a
posição inicial seja retomada antes do salto, para que
ele seja feito exatamente à frente da bola, permitindo
boas chances de interceptação. Uma ótima maneira
de se verificar esse aspecto é analisar se a queda
ocorreu no mesmo lugar do salto.
Regras do voleibol
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recebem o nome de rally. A vitória em um rally propor-
ciona à equipe vencedora a marcação de um ponto.
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os árbitros (equipe de arbitragem e procedimentos,
primeiro árbitro, segundo árbitro, apontador, apon-
tador assistente, juízes de linha, sinais manuais e
oficiais); diagramas.
SAIBA MAIS
No site da CBV você encontra as regras oficiais do
voleibol do triênio 2017 a 2020. Acesse o conteúdo
clicando aqui.
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Isso acontece porque no voleibol o elemento da regra
denominado rodízio, obriga todos os jogadores a
ocuparem todas as posições em quadra.
L4 A3 A2 A4 L3 A2 A4 A3 L2
A5 A6 A1 A5 A6 A1 A5 A6 A1
A4 A3 A2 A4 A3 A2 A4 A3 A2
A5 A6 L1 A5 L6 A1 L5 A6 A1
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L4 A3 A2 A4 L3 A2 A4 A3 L2
A5 A6 L1 A5 L6 A1 L5 A6 A1
A4 A3 A2 A4 A3 A2 A4 A3 A2
A5 A6 L1 A5 L6 A1 L5 A6 A1
Podcast 2
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● Já no sistema 6x6, as funções dos jogadores são
definidas pela posição ocupada em quadra, sendo
o levantador aquele jogador que estiver ocupando
a posição central de ataque (posição 3). Dessa for-
ma, todos os jogadores farão a função de levantador
sempre que ocuparem essa posição e a função de
atacante em todas as outras posições, como pode
ser observado na figura 9.
A4 L3 A2
A5 A6 A1
Figura 9: Funções dos jogadores no sistema 6x6. Fonte:
Elaboração própria.
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e exige menores deslocamentos em quadra –, pode-
mos concluir que esse se configura como o sistema
mais adequado para o início da aprendizagem dos
sistemas do jogo formal.
Equipe A Equipe B
Saque Recepção
Levantamento Levantamento
Ataque Ataque
Bloqueio
Defesa
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e ataque. Já o conjunto das ações realizadas pela
equipe A, assim que o rally é iniciado, é denominado
processo de contra-ataque ou ações do complexo
2: saque, conjunto bloqueio/defesa, levantamento e
ataque (EOM; SCHUTZ, 1992). Dessa forma, é fácil
perceber que o processo de ataque acontece uma
única vez em cada rally e que, após esse processo,
todos os outros que acontecem na sequência serão
processos de contra-ataque.
Processo de ataque
Para a organização tática da equipe em cada um
dos processos, devemos considerar todas as ações
envolvidas. Dessa forma, para a organização tática
do sistema de ataque, devemos pensar inicialmente
na recepção sem, no entanto, desconsiderarmos o
levantamento e, por fim, a ação de ataque.
Sistema de recepção
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Processo de contra-ataque
Para a organização tática do sistema de contra-ata-
que, devemos pensar inicialmente na defesa do ata-
que adversário sem, no entanto, desconsiderarmos
o levantamento e, por fim, a nova ação de ataque.
Sistema defensivo
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, discutimos outros aspectos relacio-
nados ao voleibol. Refletimos sobre as diferentes
estratégias e métodos de ensino que devem se ade-
quar aos diferentes objetivos, contextos e ritmos de
aprendizagem. Exploramos possibilidades e apon-
tamos as diferenças entre exercícios educativos e
formativos. Por fim, apresentamos os sistemas de
jogo utilizados no voleibol a fim estabelecer as pos-
sibilidades de organização tática de uma equipe,
considerando sua dinâmica cíclica.
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SÍNTESE
2. Métodos de ensino
4. Regras do voleibol
a. Processo de ataque
b. Processo de contra-ataque
Referências Bibliográficas
& Consultadas
ALVES, D. L. et al. Pontos de transição da frequên-
cia cardíaca na marcha atlética. Revista Brasileira
de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 23, n. 5,
pp. 390-393, set. 2017. Disponível em: https://
www.scielo.br/pdf/rbme/v23n5/1517-8692-rb-
me-23-05-00390.pdf. Acesso em: 09 jun. 2020.