Caso prático Nº 3

Enunciado:

O Governo no âmbito dos seus poderes legislativos elaborou um Projeto-de-Lei relativo à

concessão de amnistias e perdões genéricos.
Por sua vez, a Assembleia da Républica no âmbito das suas funções politicas elaborou uma
Proposta-de-Lei relativa ao funcionamento interno do Governo.
Após estes diplomas estarem aprovados, os mesmos foram promulgados pelo Primeiro
Ministro.
Posteriormente , foram publicados no jornal oficial Correio da Manhã.
Quid Juris?

Resolução:

O Governo é um Órgão de Soberania nos termos do Artigo 110º da Constituição da Républica

Portuguesa, adiante designada por C.R.P.

O Governo é o Órgão de condução política geral do País e o Órgão superior da Administração

Pública nos termos do ART. 182º da C.R.P., sendo composto nos termos do ART. 183º, também
da C.R.P.

Ao Governo são conferidas competências legislativas nos termos do ART. 198º da C.R.P., sendo
que, compete ao Governo a elaboração de Decretos-de-Lei e não de Projetos-de-Lei nos
termos do mesmo ART 198º da C.R.P.

Relativamente à matéria acerca do qual o Governo teria elaborado um Projeto-de-Lei,

nomeadamente a concessão de amnistias e perdões genéricos, teria esta de ser legislada pela
Assembleia da Républica, adiante designada por A.R., nos termos da alínea F do ART. 161º da
C.R.P.

A A.R. é um Órgão de Soberania nos termos do Artigo 110º da C.R.P.

A A.R. é a assembleia representativa de todos os Portugueses nos termos do ART. 147º da

C.R.P., sendo constituída nos termos do ART. 148º também da C.R.P.

A A.R. tem competências políticas, legislativas e de fiscalização nos termos dos Artigos 161º,
162º e 163º da C.R.P.

Quanto à sua competência legislativa a A.R. tem competências para legislar segundo a sua
reserva absoluta de competência legislativa nos termos do ART. 164º da C.R.P. e segundo a sua
reserva relativa de competência legislativa nos termos do ART. 165º também ele da C.R.P.

A elaboração de Propostas-de-Lei não é uma competência da A.R mas sim do Governo nos
termos da alínea D do ART. 197º da C.R.P.

Relativamente à matéria sobre a qual iria recair o teor do diploma, nomeadamente o

funcionamento interno do Governo, compete ao próprio Governo a exclusiva competência
legislativa a matéria respeitante à sua própria organização e funcionamento nos termos do
ponto 2 do ART. 198º da C.R.P.

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Ambos os diplomas anteriormente referidos, se elaborados, deveriam ser enviados para
promulgação pelo Presidente da Républica, adiante designado por P.R., e não pelo Primeiro
Ministro nos termos do ART. 134º da C.R.P.

Sendo de seguida enviados para publicação no Jornal Oficial do Governo e da Administração

Pública, que é o Diário da Républica, adiante designado por D.R., nos termos do ART. 119º da
C.R.P.

O vicio Jurídico da falta de promulgação implica a sua inexistência jurídica nos termos do ART.
137º da C.R.P., enquanto o vicio jurídico da não publicação implica a sua ineficácia jurídica nos
termos do ponto 2 do ART. 119º da C.R.P.