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Aula III - Clínica Interdisciplinar I

Prótese - Pino de Fibra de Vidro e Restaurações Indiretas (Prof. Bárbara Bravo)

Então, a gente vai falar um pouquinho da técnica, de como modelar os pinos de


fibra de vidro e também da cimentação. O que eu vejo realmente na clínica é que
existe muita dúvida em relação ao pino de fibra de vidro, existe muita dúvida de
sistemas adesivos em cimentos também. Eu até montei uma aula sobre sistemas
adesivos, se desse tempo, eu até gostaria de dar essa aula para vocês, não sei se vai
dá, mas eu vou falar da técnica para vocês e é legal quando vocês forem fazer isso na
clínica, vocês terem esse passo a passo para vocês não errarem a técnica, não
errarem o que vocês têm que fazer e depois, conforme for, eu até posso passar o pdf
para vocês. Mas, vocês terem isso em mente, para vocês chegarem na clínica e
saberem exatamente o passo a passo e os materiais que vocês precisam para não
chegarem na hora e ficarem procurando as coisas e não terem o material, tá? Então,
vou começar aqui.
O que a gente precisa entender dos pinos de fibra de vidro? A gente está
falando de dentes tratados endodonticamente, obviamente. Então, a gente precisa
entender qual a melhor conduta restauradora, qual a melhor técnica para determinado
caso e, se há necessidade realmente de retentor intrarradicular. Em alguns casos, a
gente não precisa de retentor. Em outros casos, a gente precisa, aí a gente vai ter que
ver se apenas cimenta o pino ou se a gente faz a técnica do pino modelado, a gente
tem que saber qual técnica usar e eu vou mostrar para vocês a diferença das duas, e
qual vai ser a técnica restauradora, vai fazer uma restauração, vai fazer depois uma
coroa, um bloco parcial, a gente tem que entender isso. Isso vai depender das
diferentes quantidades de remanescente coronário. Então, a gente vê aqui na foto
superior esquerda que tem muito pouco remanescente coronário. A gente tem os
diferentes remanescentes, a gente tem desde a foto superior esquerda que quase não
férula, e aí a gente vai seguindo as fotos, até a gente ter um remanescente parcial na
foto inferior esquerda e um dente que tem bastante remanescente, mas é um dente
escurecido, por exemplo, que é o inferior direito. Então, a gente tem que entender
quanto de remanescente coronário tem, qual realmente a necessidade de pino e qual
a conduta. Por exemplo, um dente tratado endodonticamente, super escurecido, que a
gente vai ter que fazer de repente um preparo de coroa total, que a gente já vai perder
uma certa estrutura dentária, às vezes, a gente tem necessidade de colocar um pino.
E qual o principal motivo para a utilização de retentores intrarradiculares? Por
que a gente usa retentor intrarradicular? Alguém sabe me dizer a principal função, o
principal motivo que a gente usa ele? É retenção da coroa. A gente fala, muitas vezes,
que a gente vai usar pino para deixar o dente mais forte…não! Na verdade, é
simplesmente “promoção de retenção e reforço para a porção coronária”. Não é que a
gente vai fortalecer o dente. Na verdade, dependendo do desgaste que você faz, você
pode até causar um desgaste maior ali da estrutura dentária. Mas, na verdade, é para
retenção e reforço da porção coronária, simplesmente isso. Então, quando a gente fala
dos pinos intrarradiculares, nesses artigos, quando a gente pesquisa a significância
clínica dele, é simplesmente que “o pino promove retenção do material restaurador”;
“pinos de fibra de vidro podem eliminar o risco de fratura da raiz”, porque o módulo de
elasticidade é parecido com a dentina, então quando a gente fala de pinos metálicos
fundidos, quando existe um colapso disso, quem sofre é a raiz, porque a raiz é que
fratura, já quando a gente fala dos pinos de fibra de vidro, na verdade, pode acontecer
às vezes a fratura do pino de fibra de vidro ou a soltura dele, mas a gente consegue
manter, muitas vezes, a raiz. Então, o que a gente prefere que colapse? A raiz que
frature ou o pino que solte? Então, assim, a gente prefere que nada disso aconteça.
Mas, entre a raiz fraturar ou o pino soltar, a gente fica com o pino que solte.
Então a gente mantém segura a raiz ai. Então os pinos de fibra de vidro ainda
podem emanar esse risco de fratura da raiz. Então é possível esperar por uma alta
sobrevida e baixas taxas de complicação de dentes usados como pilares para
restaurações fixas. Então a gente pode usar pino de fibra de vidro para pilares de
restaurações fixas, desde que seja bem feito. Com a técnica que vou mostrar para
vocês.
Quais são as vantagens do pino de fibra de vidro? Boa resistência, ele é estético
(porque ele é branquinho quase transparente), translucidez, radiopacidade (Hoje,
várias marcas de pino de fibra de vidro aparecem radiopacos na radiografia. Poucas
marcas você não consegue ver direito na radiografia, mas muitos deles já são
radiopacos. É uma coisa muito boa, o módulo de elasticidade é similar ao da dentina.
E o que acontece com isso? uma melhor distribuição das tensões na dentina radicular
diminuindo as chances de fratura das raízes. Essa é uma grande vantagem dos pinos
de fibra de vidro, diferente dos pinos metálicos fundidos que a força gerada pode
causar fratura da raiz. E além disso, a cimentação pode ser feita em uma única sessão
após término do tratamento endodôntico, talvez até o endodontista pode realizar esse
pino de fibra de vidro em uma mesma consulta. Geralmente, eu prefiro que ou eu faço
a endo ou o Bruno que faz a endo aqui pra mim, ele faz a endo, e eu gosto de esperar
pelo menos uma semana, porque o pós operatório da endo, também às vezes pode
causar alguma dor. Eu prefiro esperar o paciente não estar sentindo nada, para saber
se está tudo legal, se tá tudo correto. Ah, não to sentindo dor, o canal tá ótimo, aí eu
cimento o pino. Então é uma conduta minha, mas também, pode ser realizada em uma
mesma consulta. Capacidade de aderir ao cimento resinoso e essa a dentina por meio
de técnicas adesivas, então a gente vai contar com a adesão nesse momento, mas
parte legal também da técnica de modelar a gente vai tá contando também com a
retenção mecânica. A gente vai estar unindo as duas coisas, retenção adesiva e
mecânica. Não interfere na cor do material de preenchimento do núcleo e de coroas
confeccionadas em cerâmicas, especialmente as que apresentam alta translucidez.
Então quando a gente tá fazendo um pino, a gente vai fazer um núcleo de
preenchimento em resina e isso vai favorecer também a parte estética que às vezes,
muitas vezes, o metálico fundido atrapalha a estética, então a vantagem desse é que
não vai interferir principalmente quando a gente tá falando de cerâmicas em pequenas
espessuras. Resistência à corrosão e biocompatibilidade. Então, a gente tem muitas
vantagens dos pinos de fibra de vidro. Mas é uma técnica que é um pouco mais
sensível e aí a gente tem fatores que podem comprometer a adesão e que são
dificuldades que geralmente a gente encontra e que vocês têm muito na clínica. Quais
são as dificuldades? controle de umidade dentro do conduto e da quantidade de
adesivo aplicado em seu interior. Hoje em dia a gente não usa mais ácido fosfórico
dentro do conduto. Então a gente tem outros tipos de cimentos, outros tipos de
técnicas que a gente usa para fazer isso. primeiro, quando a gente coloca ataque
ácido ou ácido fosfórico dentro do conduto, a gente não sabe se, primeiro, tem que ser
um tempo reduzido do ácido fosfórico, a gente vai estar tirando minerais dessa
dentina. Outra que a gente vai ter que lavar muito bem esse conduto, então tem que
lavar com aquelas seringuinhas de endo e lavar muito bem lavado e você não tem
certeza se conseguiu tirar tudo do ácido fosfórico. e aí você tem que secar e a dentina
você tem que secar parcialmente com cone de papel. então é uma técnica difícil de
usar (ácido fosfórico) dentro do conduto. a gente não utiliza mais. então a gente tem
essa dificuldade desse controle. Gente, toda vez que a gente vai desobstruir um
conduto, quando a gente vai trabalhar em um conduto que foi feito endodontia, mesmo
que você desobstrua em uma mesma consulta, de repente você vai fazer um pino,
mas façam com isolamento absoluto. Então SEMPRE, vai desobstruir o conduto, fazer
um pino, usem isolamento absoluto. Incorreta remoção da guta e do cimento das
paredes do conduto, tem que ser removido toda a guta da parede, restos de cimento,
então isso tem que ser feito com tranquilidade delicadamente, não se usa broca de
gates por exemplo, a gente não vai usar uma largo e umas brocas do kit de pino,
então assim a gates e a lago tem corte na ponta e podem acabar perfurando o
conduto (Gente, Gates e largo não tem corte na ponta em).tem que fazer a correta
remoção da guta. Distância da porção mais apical do pino ao ponto de incidência de
luz fotopolimerizadora , o que compromete a conversão dos monômeros em
polímeros. Na verdade, hoje os cimentos que a gente vai usar são cimentos duais,
então realmente, imagina que a gente não consegue levar luz até lá embaixo então é
uma dificuldade, por isso a gente vai sempre usar os cimentos duais. Com adesivos
compatíveis e aí a gente vai garantir que tudo seja polimerizados, mas essa é uma
dificuldade da gente tentar ir com a luz até o final do conduto apesar de que hoje os
pinos tem essa capacidade de serem mais translúcidos, então a luz passa por esse
pino até o final, mas é difícil.

O uso de agentes oxidantes de limpeza intrarradicular como clorexidina ou água


oxigenada interferem na adesão no conduto antes da cimentação, então não devem
ser usados quando vamos cimentar pinos de fibra de vidro. Podemos usar o hipoclorito
de sódio, que não interfere. elevada contração de polimerização do cimento pode
gerar um estresse na interface adesiva, por isso utilizamos pinos modelados,
buscando uma menor linha de cimento para diminuir essa contração, principalmente
quando o canal é amplo em relação ao pino. Então na verdade, a técnica modelada
diminui a contração. Como falei lá no início, a férula nada mais é do que o colar
coronário, o remanescente dentário que ficou, é o que vai estar ao redor do preparo
cavitário em 360º. O ideal é que a férula seja mantida para proporcionar a longevidade
da restauração com o pino de fibra de vidro.
 A férula diminui o estresse para a raiz
 ajuda a suportar as forças de oclusão, melhorando a estabilidade biomecânica
do elemento dentário
 minimiza a concentração de tensões na interface retentor/dente
 proporciona resistência à fratura superior, sendo essa resistência proporcional
a altura da férula.

Em alguns casos não vamos ter a férula, há uma perda muito grande de estrutura
dental. Então vamos precisar lançar mão de outras técnicas. O ideal seria fazer uma
cirurgia de aumento de coroa clínica ou tracionamento ortodôntico. O tracionamento é
uma técnica ótima, mas muitas vezes o paciente não tem a disponibilidade de tempo
que esse tratamento demanda. Já o aumento de coroa clínica, tem um problema em
áreas estéticas, em que a margem gengival pode ficar diferente dos outros dentes por
conta do desgaste de osso e de gengiva.
Esse caso clínico (imagem do vídeo) chegou em uma emergência, ele perdeu o
elemento 11. Então a minha conduta foi:

Conduta clínica
1)Anamnese - escutar o paciente
2) Radiografia
3) Desobstrução/Limpeza do conduto
4) Confecção de um provisório com pino provisório

Muitas vezes na clínica vejo vocês fazendo planejamentos, anotam milhões de coisas
mas vocês escutam o paciente, o que o paciente realmente quer? Porque às vezes
vocês planejam milhões de coisas, e as vezes é necessário, mas às vezes a queixa
principal do paciente é um dente que você tá planejando fazer por último, ou às vezes
é uma coisa mais específica e você não se deu conta daquilo, então escutem o
paciente, perguntem para ele o que incomoda.
Segunda etapa é radiografia. Então em casos assim, gente sempre uma radiografia
periapical com posicionador direitinho, isso é super importante. E aí a gente vai fazer a
desobstrução, limpeza do conduto, descontaminação… E aí nesse caso eu fiz um
provisório com pino provisório porque era uma emergência, eu não tinha tempo para
fazer esse pino definitivo e outra coisa, ele queria uma coisa rápida e não tinha
condições de pagar o definitivo, então nesse caso a gente fez um pino provisório.

Então quando a gente fala de materiais de provisório com pino. Esse pininho dourado
é o Metalpin é um pininho que tem uma abinha circunscrita pra você saber que é um
pino provisório na radiografia, existem esses pininhos, normalmente são dourados e
então é um pino provisório pra se fazer um pino provisório dele, um retentor radicular
intra canal.
Os materiais que vocês vão precisar… eu utilizo muito dentinho de estoque, acho
melhor que fazer a técnica da bolinha para dentes anteriores acho que a estética fica
melhor, vaselina sólida, microbrush que consiga entrar no conduto que se for aqueles
microbrushs enormes a vaselina não consegue entrar no conduto, dapen, material de
polimento e lapiseira para definir margem de provisório e marcar, caneta permanente
de retroprojetor, estilete, material de papelaria sabe?

E aí a gente vai fazer um provisório com dentinho de estoque. Eu acredito que vocês
saibam…a gente vaselina o conduto com vaselina, nessa etapa a gente vai poder usar
vaselina eu vou mostrar mais pra frente que pra fazer o pino de fibra de vidro
modelado não vai poder usar vaselina, tá? Mas pra fazer um provisório a gente vai
usar vaselina mas pra fazer um pino de fibra de vidro modelado não vai poder usar
vaselina mas pra fazer um provisório tem que usar vaselina porque a gente vai tá
usando acrilico dentro do conduto, ta? E a gente manipula o acrílico, quando ele
estiver mais molinho a gente coloca no pino provisório, encaixa no conduto, já
desgastou a facetinha do provisório do dente de estoque, a gente destaca a parte de
trás, acerta o tamanhozinho do dente de acordo com o dente do lado e preenche atrás
com resina acrílica, pede pro paciente ocluir e ver como ta e desgasta o excesso e aí a
gente vai cimentar o provisório. Vocês sabem essa técnica de fazer o provisoriosinho
com pino e com dente de estoque? Vocês conhecem essa técnica?

Bárbara explicando: Então quando o paciente chegar e no momento você não tiver
condição de fazer um fibra de vidro na hora, essa é uma técnica bem bacana que ai
você coloca um provisório, com um pino provisório e depois num outro dia você tira
isso e aí faz o pino de fibra de vidro, aí obviamente você tem que tirar ou ocar )não sei
se entendi bem essa palavra), deixa o provisório oco e você vai reembasar.

Dúvida: Com qual material você cimenta?


Barbara: Nesse caso eu cimentei com provicol. Eu vou aproveitar que to aqui no
consultório hoje e vou mostrando pra vocês, eu utilizo muito o Provicol…

Esse daqui é o Provicol, é um material da VOCO que eu gosto muito para cimentação.
Tem um outro também que é da 3M, um cimento provisório que eu gosto muito. No
caso, se não tiver esses posso cimentar com um Dycal? Pode. Dycalzinho, aquele
hidróxido de cálcio em pastinha, sabe? Também não tem problema, só é chato para
tirar/limpar depois.
Esse da VOCO a cola é mais fácil de limpar porque fica preso no provisório,
geralmente não fica muito preso no conduto.
Eu não gosto de cimentar, por exemplo, com fosfato porque depois eu não consigo
tirar o provisório. Então, se é uma coisa que eu preciso remover depois eu prefiro um
cimento que eu consiga remover com facilidade. Pode cimentar um pino provisório
desse com Provicol e também posso cimentar com um Dycal.
(27:17) Apresenta caso inicial e final intraoral imediato. Paciente já tinha diastema por
isso que ficou esse provisório com diastema. Aqui o final imediato, o paciente já saiu
daqui com o dentinho. O ruim disso é que ele não voltou para fazer o definitivo. Ele só
vai voltar quando soltar, quando soltar a gente faz o definitivo. Essa é uma
emergência, então você consegue fazer nesse caso um provisório com um pino
provisório.
Se vocês tiverem como comprar esse Metalpin que é essa caixinha da Angelus, vocês
podem dividir entre vocês e em uma emergência se vocês precisarem, vocês
conseguem quebrar um galhão.
(28:20) Em um caso desse, por exemplo, com um canal tratado endodonticamente e
com pouco remanescente...
Dúvida: que material poderia substituir o Metalpin? Pode ser usado fio de orto ou um
clipe, sei lá... é porque a retenção é mais difícil. Se você observar o Metalpin, ele é
cheio de risquinhos que facilitam a retenção do acrílico ali. Se vocês estiverem
trabalhando em um posto, em uma clínica que não tem o Metalpin, você pode pegar
um fio de orto ou um clipe, pega uma alta rotação e faça uns risquinhos no fio para
criar retenções que aí o acrílico consegue grudar ali e você consegue prender dentro
do conduto. Às vezes o fio de orto é tão fino em relação ao diâmetro do conduto que
vai ter muito acrílico ali... às vezes o acrílico não gruda no fio de orto. Mas eu já fiz isso
e deu certo. Você só precisa fazer retenção com alta rotação ou um disco de
carborundum. Se você não fizer essas retenções, o acrílico fica dentro do conduto e o
pino sai vazio, ai lascou. Você precisa tirar aquele acrílico correndo de dentro daquele
conduto para ele não polimerizar ali dentro. E sempre vaselinar o conduto com
vaselina pq se não o acrílico não vai sair.
E aí nesse caso, se vocês pegarem um dente tratado endodonticamente, com pouco
remanescente coronário e uma parte já restaurada em resina... o que vocês fariam
nesse caso? Nesse caso eu optei por fazer pino porque essa parte “aqui” era toda
resina. Vocês conseguem ver que o dente está cheio de trinca e esmalte desapoiado?
Na verdade só sobraria essa parede “aqui” de trás e uma pequena parede “aqui” na
frente.

Uma pequena parede aqui da frente. Então eu optei por fazer uma coroa total nesse
dente. Para fazer uma coroa Total eu precisaria fazer um pino de vidro. Se o dente
tivesse com a parede mais forte, se isso fosse uma resina, se eu tivesse um contorno
de dente, se tivesse uma estrutura maior, mais forte eu não precisaria fazer pino,
poderia fazer um núcleo de preenchimento em resina e fazer um bloquinho parcial.
Nesse caso não tinha realmente estrutura, tava muito fragilizada, tava toda trincada,
com esmalte desapoiado e tinha essa parte todinha aqui de resina, então eu optei por
fazer um pino de fibra de vidro.

Qual as vantagens do pino de fibra de vidro? Estética e excelente translucidez. No


caso dessas, são os dois pinos que eu realmente uso. Eu só uso os pinos da FGM,
esses vizinhos e os pinos Exacto da Angelus, também os lisos. Não uso aqueles pinos
que parecem uns conezinhos assim, sabe? Não usem aqueles pinos, a gente não
consegue modelar, não é muito bom esse pino.

Então eles são estéticos, tem excelente translucidez, excelente condutividade de luz.
Esses pinos permitem que a gente consiga uma melhor polimerização do cimento,
radiopacidade e alta segurança, porque o módulo de elasticidade é similar ao da
dentina, e melhor adaptação ao conduto sem a necessidade de maiores desgastes de
estrutura dental. São pinos que são muito bons, facilita pra caramba nossa vida e a
gente consegue modelar também esses pinos para ter uma melhor justeza no
conduto.

E aí são as duas técnicas que a gente pode utilizar, que é tanto a técnica direta quanto
a técnica anatômica ou modelada. Quando que a gente vai utilizar as duas técnicas? A
técnica direta a gente vai indicar quando tem dente com muito remanescente coronário
e quando o pino está justo no conduto. Se conduto é mais estreito ou enfim, ele pode
ser um conduto mais largo, porque tem uns pinos que tem diversos tamanhos, tem de
0.5, 1, 2, 3, então a gente vai escolher. Se o pino já estiver justo no conduto e
entrando em todo o comprimento que você estabeleceu, beleza você pode cimentar o
pino. A vantagem é que ele é uma sessão única, baixo custo, mais rápido do que fazer
técnica modelada, mas pode proporcionar uma grande quantidade de cimento
resinoso. Então, essa técnica direta que você simplesmente cimentou o pino, você vai
utilizar se o pino estiver justo no conduto, indo até o total do comprimento que você
estabeleceu.

Ele tá justo? Não tá bambeando dentro do conduto? Aí você pode usar, mas se ele
tiver bambeando muito dentro do conduto e você simplesmente só cimentar, vai gerar
uma linha grande de cimento resinoso e a chance dele soltar é maior, porque pode
existir uma degradação do cimento depois.

A técnica anatômica ou modelada a gente faz em um dente com um pouco


remanescente. Os condutos geralmente são mais amplos, então te permite
anatomizar, você também faz em sessão única, tem um baixo custo, só que promove
uma maior retenção mecânica, então além da retenção adesiva que vai ter retenção
mecânica. Menor quantidade de cimento porque ele estará justaposto ao conduto,
menor efeito de contração de polimerização do cimento e maior segurança de
polimerização da resina em todo o pino.
É uma técnica que promove uma melhora em muitos sentidos, só que é uma técnica
um pouquinho mais crítica, ela demora um pouquinho mais para você confeccionar, é
uma técnica que vai gastar mais tempo para fazer e você precisa que o conduto tenha
uma certa expulsividade. Você tem que preparar o conduto para ele não ter muita
retenção, se ele não for expulsivo o suficiente, vai dar um certo trabalho para você
fazer, vai prender o pino ali dentro com a resina e não vai ser muito fácil.

Esse é um artigo do Rafael Monte Alto, vocês devem conhecer ele. Numa revista ele
botou a técnica bem passo a passo, material que precisa. Se chama “dicas de pinos
de tipo de vidro personalizados”. Se vocês botarem no Google Acadêmico isso,
aparece esse artigo para vocês, então se vocês tiverem dúvidas, esse também é um
artigo legal para vocês lerem que vai passar bem passo a passo o que vocês precisam
fazer, mas eu vou explicar aqui para vocês como que funciona

PREPARO DO DENTE
1° Broca de Largo: vamos fazer uma marcaçãozinha de caneta permanente
(retroprojetor) juntamente da radiografia que foi tirada inicialmente com
POSICIONADOR. Não gosto de usar aqueles cursores endodônticos, porque vai que
ele sai da marcação... aí eu prefiro marcar com caneta permanente.
Quanto eu tenho que desobstruir o conduto? A gente aprende que para
núcleos metálicos fudidos eu deixo pelo menos uns 4, 5 mm de guta. É o que eu
continuo fazendo com os pinos de fibra. Alguns professores falam que deve
desobstruir 1/1 com relação à coroa, mas eu prefiro deixar na cabeça que devo deixar
um selamento apical de pelo menos 4 mm de guta. Tem que deixar pelo menos isso!!
Se o paciente vier da faculdade mesmo, de um tratamento feito na faculdade,
às vezes vem no prontuário a odontometria certinha dele, o comprimento de trabalho e
tudo mais, daí vocês conseguem saber o quanto deixar mais ou menos sem ter
trabalho, pois as medidas já estão lá. Esse material pode começar a ser removido com
um instrumento calcador quente também, mas geralmente com a broca Largo.
Então é importante também ser com a Largo do sistema de pinos. Eu olho mais
ou menos o conduto e vejo que ele é mais ou menos pino número 1... é normal vir no
kit do pino vir um pino e uma broca do tamanho do pino correspondente, porque aí o
canal já vai ficar com exatamente o tamanho do pino.
Cada sistema de pino tem uma broca. Aí marquei a quantidade que preciso
tirar, olhei na radiografia, medi com a régua, marquei com a caneta permanente e aí
vou começar a desobstruir o conduto até onde marquei de desobstruir. No caso de um
pré-molar de dois condutos, eu desobstruo só um, porque eu cimento o pino só em
um conduto. A outra parede vai servir de apoio. O pino entrou e eu vou começar agora
o tratamento do pino. Como eu faço o preparo do pino? O primeiro passo seria a
limpeza do pino com álcool. Deixo no álcool, pego uma gaze limpa e seco.

Uma dica… ou vocês podem usar uma pinça hemostática para segurar o pino,
não usem a normal. Ou peguem uma müller de carbono. Ai vocês prendem a pinça
Müller na pontinha do pino, e aí vocês vão poder manipular o pino a vontade sem que
ele caia. O pino é super transparente, é pequenininho… Você já limpou o pino, já
preparou tudo… ai cai na bancada, você pega ele na mão, suja, perde ele…
A limpeza do pino é com álcool (1 passo), aí seca ele com a gaze e aí a gente
vai aplicar o silano. Por mais que a fábrica diga que o pino é silanizado, eu SEMPRE
silanizo o pino (2 passo). Então aplica duas camadas de silano, deixa ele evaporar,
seca ele bem.
SILANO (2 passo)
 É um composto químico responsável pela adesão propriamente dita;
 Responsável pela união química entre a fase inorgânica do pino/ cerâmica e a
fase orgânica do material resinoso;
 Aplicar duas camadas e deixar volatilizar.
Então é por isso que quando a gente vai condicionar uma cerâmica, a gente também
silaniza. Vai fazer pino a gente também silaniza.
O silano, quanto menor o vidro, melhor porque senão ele vai evaporando e
pode estragar. Então o ideal é ter vidros pequenininhos, aí acabou e você compra
outro. Eu uso muito o Silano da Ultradent. Ele é uma seringuinha que vem com uma
pontinha tipo uma vassourinha e aí você aplica dentro da cerâmica. Mas o da Angelus
também é muito bom.
Quando a gente vai fazer essa técnica do pino modelado é OBRIGATÓRIO
usar um adesivo (3 passo). Eu preciso utilizar um adesivo no pino para poder modelar
a resina depois. Se eu for só cimentar o pino sem modelar, eu não preciso aplicar o
adesivo no pino. Mas se eu for usar a técnica modelada ou personalizada, eu preciso
aplicar o adesivo e fotoativar (4 passo) ele.
*Então, resumidamente, se vai fazer a técnica modelada, vai limpar com álcool
(1 passo), aplicar o silano (2 passo), adesivo (3 passo) e por fim vai fotopolimerizar (4
passo).
E aí vamos para o quinto passo, que é aplicar a resina no pino (5 passo). Nas
imagens vemos que a pinça ta prendendo o pininho, e aí com uma espátula você vai
aplicando a resina até fazer um conezinho… ou vocês podem ir manipulando com a
mão desde que seja feita a desinfecção da luva com álcool. Aí nós temos um pino
pronto para modelar o conduto.
Mas antes de inserir o pino no conduto, devemos lubrificá-lo (6 passo) com gel
hidrossolúvel (KY). Neste caso NÃO podemos usar vaselina, pois ela é gordurosa e na
hora de cimentar você não vai conseguir tirar toda essa gordura do conduto,
atrapalhando assim a adesão. Então só podemos lubrificar com gel íntimo
hidrossolúvel. Não precisamos mostrar ao paciente que estamos usando KY nele,
portanto podemos encher um potinho dappen com o gel e com uma seringuinha tipo
de ácido fosfórico a gente coleta o gel, vai no conduto e aplica e depois tira o excesso
com microbrush. Guardem essas seringuinhas, pois serão muito úteis nessa situação.
Depois de aplicar e tirar o excesso do gel lubrificante, vamos ao 7 passo, que é
introduzir o pino no conduto. Introduz até ele estar em comprimento certo, vai fazer a
marcação na vestibular (8 passo), se não houver essa marcação, depois vocês não
vão saber a posição que o pino entra, daí toda hora a gente vai ficar tentando entrar e
não vai conseguir.
E aí que vem o lance, uma vez eu estava na clínica e a aluna fotoativou o pino
por 20s e o pino não soltou. Foi um custo para ele soltar de dentro do conduto. Então
essas primeiras polimerizações a gente vai fazendo aos poucos. Quando a gente vai
fazer pino metálico a gente não fica tirando e colocando no conduto? tira e bota, tira e
bota…igual provisório de resina. você tira e bota para ele não tomar presa e agarrar…
mesma coisa o pino de fibra de vidro. Vamos polimerizar por 3, no máximo 5s, vamos
tirar e colocar e fotopolimerizar por mais 3 ou 5s, pode fazer isso umas 3 ou 4x, até
você ver que ele tá entrando e saindo legal e aí a gente completa com a polimerização
fora.

Uma vez eu estava na clínica e a aluna fotoativou durante 20/30 segundos, não
lembro, e depois o pino não soltou, e aí foi um custo para o pino soltar dentro do
conduto. Então, essas primeiras polimerizações a gente vai fazer aos poucos, sabe
igual pino, quando vamos modelar o pino metálico fundido que a gente bota o acrílico
a gente não fica tirando e colocando dentro do conduto, igual provisório? Que você faz
o provisório de resina acrílica, você tira e coloca, tira e coloca..até ele tomar presa sem
que ele grude ali dentro? É a mesma coisa do pino de fibra de vidro. Então, a gente vai
polimerizar por 3, no máximo 5 segundos, de 3 a 5 segundos. Aí a gente vai tirar ele
do lugar, vai colocar, vai polimerizar por mais 3-5 segundos, tirar e colocar. Pode fazer
isso por umas 3 a 4 vezes até você ver que ele está entrando e saindo legal e a gente
vai completar a polimerização fora. Então, polimerização por 3-5 segundos no máximo
e aí você vai fazer a remoção do pino, não precisa tirar ele todo do conduto, só tira um
pouquinho para você ter certeza que ele não grudou lá dentro e coloca, polimeriza por
mais 3-5 segundos, tira e coloca, polimeriza por mais 3-5 segundos.. Pode fazer isso
por umas 4x e aí sim, vai tirar e completar a polimerização fora do conduto. Então,
façam isso com cuidado, não fotoativa de uma vez só, fotoativa aos poucos: fotoativa,
tira e coloca, fotoativa, tira e coloca.. Depois disso, tira e fotoativa bastante, aí fotoativa
por uns 20-40s fora do conduto.
Pode acontecer, igual aconteceu na clínica, de ter alguma área retentiva ali no
conduto e o pino, na hora que você polimerizou todo o pino do lado de fora da boca,
só que na hora que você vai testar de novo dentro do conduto, ele não entra todo, ele
não vai até o final certinho. Poxa, ficou com alguma retenção ali. Então você pega um
disco.. eu vi lá na clínica que vocês têm um kit da TDV, que tem uns discos
diamantados desses. Esse, no caso, é um disco soft lex (copy on) da 3M, eu adoro
esse disco que são esses que você consegue tirar e colocar, você pode mudar o lado
do pino. Mas vocês têm esse kit da TDV e ontem, por exemplo, eu precisava de um
disco desse e a menina tinha um mandril, pq um mandril desse é diferente. Então,
tenham por favor uns discos desses. São esses discos da TDV, discos de lixa e com o
mandril. Então, por favor, confiram se vocês têm o mandril. Ontem, a aluna tinha os
discos mas não tinha o mandril. Então, confiram pq esses discos a gente usa muito,
tanto para dar acabamento em resina como por exemplo, desgastar a retenção de um
pino. Então, confiram se vocês têm esses discos da TDV com o mandril. E aí, a gente
vai remover alguma retenção existente, vai desgastar essas retenções e vai testar lá
no conduto de novo. Tirou a retenção aqui e ele entrou? Beleza. Não entrou? A gente
vai acertar mais alguma retenção que possa ter ficado e aí, a gente vai entrar depois
com o pino certinho dentro do conduto.
E eu particularmente, já aproveito do jeito que o pino já está todo certinho, todo
silanizado, com adesivo e tudo.. eu já aproveito e confecciono a parte coronária, já
coloco a resina em todo o coto ali, fotoativo, posso até acertar um pouco mais o
preparo, deixar ele mais certinho para depois cimentar. E aí, ele vai ficar com corpo
único. Então, vocês podem fazer isso.. Ajustou as retenções, o pino entrou direitinho,
já confecciona a parte coronária. Também pode ser confeccionada depois, tá? Mas
isso é para adiantar.
Lavagem e secagem do conduto: Vou mostrar para vocês aqui, no caso, uma
cimentação com cimento autoadesivo, que é esse cimento aqui, seT PP. Então, vou
mostrar aqui o passo a passo da cimentação com cimento auto adesivo, então não
vamos fazer nada no conduto. Então, vamos simplesmente lavar e secar o conduto,
mais nada. Então, aqui a lavagem do conduto com água. Como a gente usou o gel
hidrossolúvel, ele vai sair com água. Então, lava bastante, seca com cone de papel.
E aí, o que são os cimentos auto adesivos? Trouxe esse artigo aqui para
mostrar para vocês, são monômeros acídicos presentes no cimento que são capazes
de desmineralizar e promover uma retenção mecânica. Então, vai ter uma interação
química com a hidroxiapatita. Então, como esse cimento vai reagir com o cálcio do
dente, eu não posso colocar ataque ácido antes na dentina pq o ácido fosfórico vai
desmineralizar a dentina e tirar o cálcio presente na dentina. Então, quando formos
usar o cimento auto adesivo, a gente não pode usar ácido fosfórico no dente, beleza?

Sem o uso do ácido fosfórico e o processo de lavagem, esse processo do


autocondicionante não remove a smear layer, ele dissolve e incorpora na camada
híbrida. Em cimentação de pino de fibra de vidro, esses cimentos têm melhores
desempenhos que cimentos convencionais, é um cimento que é muito bom para
cimentação de pino de fibra de vidro e coroas por exemplo, na técnica modelada,
porque a gente tem uma retenção mecânica, mesma coisa de uma coroa total, uma
coroa total tem retenção mecânica, não é só adesiva. Então em casos de pinos
modelados e coroas totais é muito bom a gente usar um cimento autoadesivo, a gente
não precisa fazer nada no dente, só preparar o pino ou a coroa de cerâmica/resina.
Porém, cimentos resinosos convencionais mostraram desempenho adesivo superior
quando comparados com os cimentos autoadesivos quando usados para cimentar
restaurações indiretas na dentina. Então, se você vai cimentar um bloco in lay, on lay,
um pino e não fez a técnica modelada, ai o cimento autocondicionante não deve ser o
escolhido; a capacidade adesiva dele é menor que um cimento convencional, então
vamos usá-lo em casos de pino modelado e coroas totais.
Vantagens do cimento autoadesivo:
-Rapidez e facilidade de uso: elimina as etapas de condicionamento ácido, primer e
adesivo NO DENTE. No pino por exemplo, você vai fazer todo o preparo, em uma
coroa cerâmica, você vai fazer todo o preparo, ele não precisa de preparo no dente.
-Baixa taxa de sensibilidade pós-operatória (não remove a smear layer).
-Seringa Automix: segurança na cimentação de pinos endodônticos, livre de bolhas de
ar. Na verdade, esse cimento vem com umas pontinhas que se adapta, é uma
pontinha metálica, que eu consigo introduzir ela dentro do conduto, vou subindo com o
cimento e vou preenchendo e ai coloco o pino. O cimento seT PP que tem essa
pontinha, o 200 não tem essa pontinha.
-Cimento dual; ou seja, tem presa química e presa pela luz.
-Elevada resistência de união em esmalte e dentina.
-Excelentes propriedades mecânicas e tolerância à umidade.
-Aqui está falando que é indicado para cimentação de Inlays/Onlays, coroas, próteses
fixas e pinos endodônticos (menos facetas), mas não é o ideal usar ele para
inlays/onlays porque ele não é tão retentivo, então o ideal para inlays/onlays é usar
cimentos convencionais, agora para coroas que já tem retenção mecânica e para
pinos modelados é ótimo o uso do cimento autoadesivo.
Então, a gente tem quais os cimentos basicamente: relyx u200 e seT pp, só que tem
um detalhe, não pode limpar o dente com clorexidina, bicarbonato, tergentol, álcool ou
edta. Então, o conduto, o máximo que você pode fazer é uma limpeza com hipoclorito
de sódio, ai depois você lava com soro, limpa bastante e aí você pode cimentar, fora
isso, nenhum desses materiais pode usar com cimento autoadesivo porque pode
alterar a reação entre o cimento e o dente, vai atrapalhar a adesão e corre risco de
soltar depois. Então, o que fazer?
-No caso do conduto: pode limpar com pedra pomes e água (nem sempre precisa);
existe hoje uma escovinha, acho que é da dh-pró, que adapta no contra ângulo que
você consegue limpar o conduto lá dentro; em casos de preparo de coroa total você
limpa com pedra pomes e água, deixando a dentina úmida para fazer a cimentação;
não usar ácido fosfórico em dentina para não desmineralizar, pois esse cimento reage
com o cálcio do dente, então você não vai usar ácido fosfórico dentro do conduto, você
não vai usar ácido fosfórico na coroa total no preparo, você só lavar, limpar, lavar e
secar.
Então, a cimentação com cimento autoadesivo: eu vou limpar o pino com uma gaze
com álcool, eu gosto de silanizar de novo, passar o silano e bond é opcional, eu não
preciso passar adesivo nem nada, e existe uma diferença entre adesivo frasco único e
o adesivo que é o bond, esses adesivos, por exemplo, single bond (esse laranjinha) é
um adesivo que ele tem primer e bond juntos, é um frasco único com primer e bond.

Esses adesivos como o single bond tem primer e bond juntos, em frasco único, e
existe o bond da coltene que é só o bond sem o primer, então podemos aplicar só o
bond. e cimentamos com cimento auto adesivo, neste caso o relyx u200 da 3m,
manipulamos e colocamos na centrix, preenchemos o conduto do fundo até em cima e
cimentamos o conjunto todo do pino, a marcaçãozinha de grafite é boa para sabermos
o lado certo do pino, e antes de fotopolimerizar é importante aguardar 2 minutos,
cimentar o pino e remover os excessos enquanto isso, esperamos pelo menos 2
minutos para iniciar a polimerização química e então fotopolimerizamos por todos os
ângulos. E aí fizemos os ajustes do preparo com broca diamantada e confeccionamos
o provisório por cima. É uma técnica fácil mas demanda tempo, quando forem fazer na
clínica se programem no tempo, tem que isolar, radiografar, preparar o conduto,
modelar o pino, cimentar, preparar, confeccionar o provisório. Essa foi a cimentação
com cimento autoadesivo, mas podemos usar também o cimento convencional dual,
desde que o cimento seja compatível com o adesivo, usaremos o adesivo universal.
Ou usamos o Allcem core com âmbar universal por exemplo ou o adesivo com o
cimento correspondente. Usamos um microbrush que entre no conduto e vamos
aplicar o adesivo universal dentro do conduto esfregando por 20 segundos, é
importante que o microbrush seja bom para entrar no conduto e não solte pelos.
Removemos os excessos com cone de papel e não fotoativados esse adesivo dentro
do conduto, para ter certeza que o pino vai até o final para não ficar uma poça de
adesivo lá dentro. Preparo o cimento, coloco o cimento no pino e cimentamos, essa é
a cimentação convencional. Se usamos a cimentação dual convencional teremos que
usar um adesivo universal dentro do conduto.

Comecei em 01:10:30 - Até onde estava transcrito (?)

E cimentação com cimento adesivo, você não usar nada dentro do conduto. Porque na
clínica a gente não tem o seT PP lá, então, provavelmente vocês vão usar o Allcem
Core e o Ambar Universal, tá? Então, quando vocês forem utilizar podem fazer dessa
forma.
A mesma coisa quando forem fazer uma restauração e vocês vão utilizar um adesivo
universal: não condicionamos mais dentina. Então, como que a gente faz? Aí, eu falo
pra vocês: Não usem o ácido fosfórico da faculdade que ela bota no potinho e você
usa no microbrush, isso não funciona. Tenham com vocês um ácido que pelo menos
esteja na seringa. Isso é barato, dá pra vocês terem. Eu não sei se o pessoal
almoxarifado vai emprestar pra vocês, mas que pelo vocês terem uma seringuinha,
que aí vão conseguir aplicar o ácido fosfórico da seringa exatamente na margem do
esmalte e aí vocês vão lavar, secar, e a dentina não vai ser condicionada e vocês vão
pegar um adesivo universal, vão passar no esmalte também, mas vão esfregar na
dentina por 20 segundos. É assim que o adesivo universal funciona. Vai esfregar na
dentina por 20 segundos, seca, evapora o solvente e pode aplicar a mais uma
camada, aplica mais uma camada e seca bem, evapora ele bem. Confere se não está
saindo água na seringa tríplice, né? E aí sim, fotoativa. Então, o adesivo universal tem
que esfregar bem na dentina, tá? E isso vai servir tanto numa restauração, como para
dentro do conduto, tá bom? E o ideal é que não se condicione a dentina. Vai ser
melhor usar essa técnica, usando condicionamento seletivo em esmalte e usando
adesivo universal.
Gente, alguma dúvida?
Que horas tem? Como que a gente está aqui? 9:25h…Vocês tem alguma dúvida?
Ficou alguma coisa confusa, pendente? Vocês querem perguntar alguma coisa?
Vocês estão vivos?
Dúvida da Melissa: Profa, quanto tempo eu deixo o silano volatizando no pino?
Resposta: 1 minuto. 1 minutinho só. Aplica uma camada, daqui a pouco aplica outra
camada. Deixa ele lá 1 minutinho só e depois você seca bem para retirar o excesso
que possa ter ficado e pode já aplicar o adesivo.

Mais alguma dúvida, gente?


Oh, são 9:30h, vocês querem que eu fale um pouquinho de restaurações indiretas em
cerâmica ou vocês querem que deixe isso para uma próxima vez? Talvez será um
pouquinho corrido, porque a gente tem até 10h. Mas, dá pra falar um pouquinho se
vocês quiserem…
Thalita: Profa, bom dia, se quiser falar pode falar.
Então, sobre pino está tudo certo? Ninguém tem dúvida de pino, então todo mundo vai
saber fazer um pino de vidro modelado, né? Combinado?

SISTEMAS CERÂMICOS

Então, vou falar pra vocês um pouquinho de sistemas cerâmicos, vou falar
rapidamente, porque a gente tem até 10hrs, meia horinha eu acho que consigo passar
aqui pra vocês.
Não sei se já tiveram aula de sistemas cerâmicos, de cerâmica…Não é uma aula de
preparo, de nada, mas é só falar um pouquinho de cerâmicas para vocês.
Basicamente, se a gente for falar da composição dos sistemas cerâmicos temos 3
composições estruturais. Temos:
 Cerâmica predominantemente vítrea;
 Cerâmica vítrea reforçada por partículas;
 Cerâmicas policristalinas.

O que é isso?
Cerâmicas vítreas são as cerâmicas feldspáticas. Vocês já ouviram falar das
cerâmicas feldspáticas? São cerâmicas que são predominantemente vítreas, são
cerâmicas que têm uma translucidez, uma capacidade óptica muito boa,
extremamente estéticas.
E aí, existem as cerâmicas feldspáticas reforçadas por partículas. E aí que vem as
feldspáticas reforçadas com leucita, cerâmicas feldspáticas reforçadas com dissilicato
de lítio. Vocês já ouviram dissilicato de lítio? É o famoso E.Max. Basicamente essas
duas: a leucita e a dissilicato de lítio.
E tem as policristalinas que são as cerâmicas com óxido de alumina e óxido de
zircônia.
Passando aqui um esqueminha pra vocês entenderem. Vamos colocar que temos dois
tipos de cerâmicas: cerâmicas adesivas e cerâmicas não-adesivas. E aí a gente duas
setinhas, uma apontando para cima e outra apontando para baixo. A setinha pra baixo
a gente está falando de RESISTÊNCIA e ESTÉTICA, a setinha pra cima. E temos uma
sequência dessas cerâmicas em relação à resistência e estética.
Então, quais são as cerâmicas adesivas? Feldspáticas, reforçadas com leucita e
reforçadas com dissilicato de lítio. E as não adesivas, por exemplo, as zircônias.
Quando a gente vai olhar na escala de resistência x estética das cerâmicas adesivas,
a cerâmica feldspática é a mais estética, porém tem a menor resistência. A leucita já
tem uma estética não tão igual a feldspática pura, mas possui uma resistência um
pouquinho maior. E a de dissilicato de lítio que tem uma estética menor que a
feldspática pura, mas tem uma resistência bem maior que a mesma.

Então, se a gente for olhar neste esquema vamos ver que a mais estética é a
feldspática pura e a menos estética a dissilicato de lítio. Eu não acho que a dissilicato
de lítio é a menos estética.

A de dissilicato de lítio tem uma estética menor, mas continua sendo muito boa e é
bem mais resistente do que a feldspática.
Em relação a cerâmica não adesiva a zircônia, por exemplo, tem uma estética muito
inferior comparado com a feldspática, é usada mais para coping e com uma
resistência enorme. Geralmente é usado a zircônia para um coping interno e se aplica
a feldspática por cima. Pode ter as feldspática reforçada com leucita, com dissilicato
de lítio, a pura. A coroa e-max é a dissilicato de lítio.
Tratamento das cerâmicas condicionáveis
A feldspática, leucita e dissilicato de lítio são cerâmicas adesivas e que precisam de
condicionamento. São condicionadas com ácido fluorídrico que oferece uma superfície
cerâmica, rugosa e altamente reativa para a micro retenção mecânica. Existe uma
diferença de tempo.
A cerâmica feldspática e a feldspática com leucita: ácido fluorídrico 10% (60 seg),
lava e seca, ácido fosfórico ( 1 minuto- esfregaço), silano (2 camadas- total de 1
minuto e deixa evaporar), adesivo (não polimerizar - opcional), cimentação.
A cerâmica dissilicato de lítio : ácido fluorídrico 10% (20 seg), lava e seca, ácido
fosfórico ( 1 minuto- esfregaço), silano (2 camadas- total de 1 minuto e deixa
evaporar), adesivo (não polimerizar- opcional), cimentação.
obs: o adesivo é opcional, caso use é indicado usar só o bond, sem o primer
ex: Bond da coltene.
O tempo de ácido fluorídrico muda entre esses tipos. Vai condicionar dente por
dente e todas as partes internas.
Devemos saber com qual cerâmica estamos trabalhando para saber por quanto será
usado o ácido fluorídrico.
Aplicar o ácido fluorídrico por dentro da coroa e na borda com cuidado para
não escorrer obedecendo o tempo indicado para cada tipo de material, lava e seca,
aplicar o ácido fosfórico a 35% (indica o da ultradent) esfregar com microbrush, aplicar
duas camadas de silano e deixa evaporar por 1 min e seca. Pode aplicar depois o
adesivo só bond dentro da coroa, pode também não aplicar nada. Ela gosta de
aplicar.
A cerâmica não condicionável, por exemplo, é a zirconia que será realizado
outro tipo de tratamento. Esse artigo mostra o protocolo: não usar ácido fosfórico
dentro da zirconia, porque a torna menos reativa aos monômeros fosfatados presentes
no adesivo. Faremos então um jateamento de óxido de alumínio.

Eu tenho aqui no consultório, junto com as minhas canetas de alta rotação e baixa, eu
tenho o jato de óxido de alumínio instalado no meu cart. E isso aqui assim, você usa
para um monte de coisa, usa para tudo. Mas você pode ter essa pecinha separada
que eu também tenho separada em uma caixinha, essa não sai água, a que está no
cart sai água. Então eu posso fazer nos preparos, posso fazer dentro da coroa, então
o jato de óxido de alumínio é muito bom e a gente usa para caramba. Então a gente
lava, seca e aplica o primer, você pode aplicar o primer para cerâmica, existem esses
primers aí da Kuraray, adesivo, e partir para a cimentação. E aí tem os cimentos que
são fotopolimerizáveis, que são outros tipos de cimentos e eles são ativados
exclusivamente pela luz. Quais são as indicações desses cimentos? Para facetas e
laminados com espessura de no máximo 1,5 mm, ele apresenta cor estável, ele existe
um try in que é uma pasta de prova, ele é ótimo para grandes áreas em esmalte e
possui melhor adesão. Então a gente tem todos esses cimentos aqui, Variolink, RelyX,
Veneer… Todos os cimentos que geralmente aparece a palavra Veneer, são cimentos
fotopolimerizáveis, eles não são duais, eles só fotoativam pela luz. Então você tem
tempo, tem tempo para trabalhar com eles. Então você tem todas essas marcas aí por
exemplo de cimentos Veneer, o NX3 da Kerr é ótimo, eu geralmente uso o AllCem
Veneer que é muito bom, tem um preço legal, e já vem um kit que tem as pastas try in
e o RelyX Veneer também é muito bom.
Então os cimentos para laminados são cimentos que geralmente vem escrito veneer.
São cimentos resinosos fotoativados. Eles não são duais, eles fotoativam pela luz.
Então a vantagem é que você tem mais um tempo para trabalhar com eles.
As pastas try in: São as pastas para prova de cor. Então quando você tá fazendo um
laminado cerâmico, alguma sutil mudança você consegue as vezes pelo cimento,
então assim, existe o cimento transparente, o cimento A1, algumas várias cores que
você pode provar com essas pastas. Eles são o que? Géis glicerinados hidrossolúveis,
ou seja, sai na água, você joga uma aguinha lá depois sai, simula a cor do cimento
após a fotoativação, é igual a resina, quando você coloca no dente, é uma cor, quando
você fotoativa ela muda. O cimento é a mesma coisa, é uma cor, depois que você
fotoativa, ele muda. Então ele simula a cor do cimento após a fotoativação, é fácil
dispensar, fácil inserção na faceta, isso é legal por que a faceta não corre o risco de
cair, então você coloca o try in e ela fica no lugar, é fácil limpeza, por que ela é a base
d`agua então é só você lavar, não promove interferência da adaptação na peça. E
uma dica legal, é você fazer uma foto em preto e branco para analisar se o valor está
igual ao dente adjacente. O valor, é a quantidade de branco, se ela está mais clara,
mais branca, ou menos branca, você consegue ver esse valor se está igual ao dente
adjacente. Então os cimentos fotopolimerizáveis eles tem mais estabilidade de cor do
que os cimentos duais e quimicamente ativados. E os cimentos fotopolimerizáveis,
eles geralmente não apresentam amina terciária. Então os cimentos foto eles tem essa
estabilidade de cor por não apresentarem essa amina terciária, só que eles são
baseados na fotoativação, então você precisa ter um bom fotoativador. Então a
estabilidade de cor desse cimento, está relacionada com falhas técnicas, tanto por
contaminação por umidade, ou fotoativação deficiente, aplicação correta da técnica de
ativação, ou uso de aparelhos descalibrados. Vocês sabem o fotopolimerizador que
vocês usam? quanto de radiância eles tem? Quanta potência eles estão transmitindo?
Então assim, tenham um bom fotopolimerizador. Aqui no consultório, eu tenho esses
dois, tanto o Elipar quanto o Valo. São excelentes fotoativadores. A diferença é que o
Elipar é mnowave e o Valo é poliwave, que é uma outra discussão, um dia eu explico
para vocês, não vai caber aqui hoje. Mas são fotopolimerizadores potentes, e que
conseguem converter mais monômeros em polímeros, e é isso que é importante, tanto
para uma resina direta, quanto para um cimento. E isso vai trazer mais estabilidade de
cor. E aí existem cimentos também duais que não tem amina terciária, esses cimentos
que eu falei antes, são cimentos fotoativáveis que não tem amina, mas existem os
cimentos duais também sem amina terciária, essa amina terciária é um produto que
faz uma mudança de cor com o tempo, e aí existem esses três, o NX3, RelyX ultimate,
e o panavia, são cimentos por exemplo, duais sem amina terciária. Qual o problema
de você usar um cimento dual por exemplo para cimentar uma faceta? Ela tem a presa
dual dela, tem a presa química, e a presa foto, e aí na hora que você vai colocar a
faceta, se você colocar sei lá, em uma posição que não está legal, ele já está
polimerizando, por que ele tem a presa dual. Então, apesar dele não ter amina
terciária e poder ser usado para laminados e facetas, não acho que seja a indicação,
então a indicação para laminados que geralmente não vão passar de 1,5mm, você
pode usar o cimento fotoativado, a não ser que o laminado tenha espessura maior que
1,5mm, aí a gente não conta só com a luz, a gente conta com a presa química
também, que podem ser usados esses.

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