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MÓDULO III – AÇÃO COMO DIREITO CONSTITUCIONAL; PRESSUPOSTOS DE

FORMAÇÃO VÁLIDA E DE DESENVOLVIMENTO REGULAR DO PROCESSO –


PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS; PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO

LEITURAS ESSENCIAIS DISPONÍVEIS NA BIBLIOTECA DA PUC MINAS:


BRÊTAS, Ronaldo de Carvalho Dias. Processo Constitucional e Estado
Democrático de Direito, pgs.38-85, 3ª ed. 2015
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. I, pgs.147-
183, 61ª ed. 2020
VÍDEO: AS CONDIÇÕES DA AÇÃO E O NOVO CPC RONALDO BRÊTAS DE
CARVALHO DIAS – https://www.youtube.com/watch?v=LbQd9FaM2zk&t=15s

Ação x pretensão: termos técnicos distintos, institutos jurídicos distintos.


• Ação: Em sentido jurídico amplo, ação, espécie do gênero direito
constitucional de petição, é direito assegurado a qualquer pessoa (natural ou
jurídica, de direito público ou de direito privado), exercido contra o Estado,
consistindo em lhe exigir seja prestada a jurisdição, tendo por base a
instauração de um processo legal e previamente organizado segundo o devido
processo constitucional, no qual postulará decisão sobre uma pretensão de
direito material
• Pretensão: Art.189, do CC: “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão”.
Ato ou manifestação de vontade, não um poder. São as pretensões que podem
ser classificadas em conformidade com os direitos (direito real, família etc.).
Pretensão resistida = lide
Condições da ação (requisitos de admissibilidade do exame de mérito): Art.17,
do CPC → Legitimidade e interesse
• Legitimidade: ativa – demandante; passiva – demandado; extraordinária –
autorização legal a quem não é sujeito da relação jurídica (art.18, do CPC), que
atua em nome próprio (substituição processual).
• Interesse: utilidade da tutela jurisdicional pretendida. Desdobramentos em
interesse-necessidade (quando a realização do direito material afirmado pelo
demandante não puder se dar independentemente do processo) e interesse-
adequação (via processual adequada).

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• Técnica (Teoria) da asserção: verificação hipotética da plausibilidade
(veracidade/verossimilhança) das alegações formuladas no processo.
Verificação in status assertionis
PRESSUPOSTOS DE FORMAÇÃO VÁLIDA E DE DESENVOLVIMENTO REGULAR
DO PROCESSO – PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: divisão em pressupostos de
existência e pressupostos de validade.
• Pressupostos de validade – juízo (investido de jurisdição = investidura;
competência constitucional pré-constituída), partes (capacidade de ser parte –
compreendida em todas as pessoas naturais e jurídicas e, além delas, os
chamados “entes formais; capacidade para estar em juízo - Arts.70/71, do CPC
e 5º, do CC; capacidade postulatória – aptidão para dirigir petição ao órgão
jurisdicional); e demanda (partes, causa de pedir e pedido)
• Causa de pedir: desdobramento em causa de pedir próxima (o fato ou
conjunto de fatos de que resulta o interesse de agir) e remota (o fato ou
conjunto de fatos constitutivos do direito alegado pelo demandante);
• Pedido: desdobramento em pedido mediato (é o bem da vida pretendido) e
imediato (é o provimento jurisdicional postulado – sentença /pronunciamento
jurisdicional).
• Pressupostos processuais de constituição válida e regular do processo:
• Petição apta: contrário de petição inepta (art.319/320, do CPC);
• Inexistência de coisa julgada: evitar o ajuizamento de dois procedimentos
com as mesmas partes, causa de pedir e pedidos (art.6º, §3º, LINDB; arts.337,
VII, §§1º ao 4º, e 502, ambos do CPC);
• Litispendência: existência de dois ou mais procedimentos com as mesmas
partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido (ainda em curso – art.337, VII,
§§1º ao 4º, do CPC);
• Perempção: ocorre quando, por 3 vezes, o autor abandonar a causa e o
processo for extinto sem resolução de mérito;
• Confusão entre partes: ocorre quando autor e réu passam a ter os mesmos
interesses atinentes ao objeto da causa (ex: aquisição e fusão de empresas).
• Prescrição e decadência: são hipóteses de vedação do direito processual ou
material em razão do decurso do tempo. A prescrição impede o exercício do
direito processual e a decadência fulmina o direito material;

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• Citação válida: chamamento do réu ao processo. Arts.238 e seguintes, do
CPC;
• Presença de advogado habilitado: art.133, da CF/88;
• Presença de curador: curatela legal e especial (art.72, do CPC);
• Intervenção do MP: atuação como custus legis (art.178, do CPC);
• Pagamento de custas: regra geral, exceção é o deferimento dos benefícios
da assistência jurídica gratuita (art.98, do CPC);
• Prestação de caução: casos específicos em lei. A caução poderá ser real ou
pessoal (fidejussória);
• Verificação de inexistência de vícios cominados e não cominados de
anulabilidade de atos procedimentais: Princípio do informalismo processual
(arts.188 e 277, ambos do CPC);
• Verificação de existência de litisconsórcio necessário: hipótese prevista no
art.114, do CPC.
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO: preceitos otimizadores. Diretrizes
que demonstram qual é a opção do legislador para fazer valer as garantias institutivas do
processo, que necessariamente são obrigatórios.
• Princípio (ou técnica?) da oralidade: as partes e o juiz, sempre que possível,
devem praticar os atos processuais de forma oral. Arts.364 e 449, ambos do
CPC. Art.403, do CPP;
• Princípio da publicidade: todos os atos do processo devem ser de
conhecimento público. Art.93, IX, da CF/88 e arts.189 e 368, ambos do CPC.
Publicidade irrestrita às partes
• Princípio da lealdade processual: se revela no comportamento legal das
partes perante o processo (art.77, do CPC);
• Princípio da economia processual: necessidade de se praticar menor
número de atos processuais possíveis para se chegar ao resultado almejado;
• Princípio do informalismo ou da instrumentalidade das formas: atos e
termos do processo podem ser praticados de qualquer modo, desde que se
obtenha o resultado perquirido e desde que, também, a Lei não preveja forma
específica (arts.188 e 277, do CPC);
• Princípio da disponibilidade processual: se revela no direito das pessoas
em postular ou não suas pretensões em juízo

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