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Introdução

A Prática Pedagógica II, tem como objectivo principal inserir o futuro professor no contexto real
do Processo de Ensino - Aprendizagem, iniciando com a observação das aulas; desenvolver a
capacidade e habilidades através da confrontação da teoria e prática.

Estão apresentados na introdução deste relatório os objectivos, as referências teóricas e a


metodologia adoptada para realização deste trabalho.
No desenvolvimento apresentam-se as etapas da PPII: pré-observação, observação, pós –
observação e resumo e síntese de seminários.

A apresentação do relatório obedece à seguinte organização:

Introdução: onde são apresentados os objectivos (gerais e específicos do relatório), as


referências teóricas consultadas e a metodologia adoptada para a realização do mesmo;

Desenvolvimento: onde se apresentam as etapas das PPs III (Pré – observação, Observação e
Pós – observação), Planificação e Execução de Aulas e síntese dos Seminários;

Conclusão: síntese sobre os aspectos da prática lectiva observados; Apêndices; Anexos, e na


parte final, a Bibliografia.

Os objectivos gerais traçados para este relatório são:


 Descrever o trabalho efectuado no Campo (Escola Comercial de Maputo) e nos
Seminários (apresentados nas sessões da Cadeira);
 Analisar o EA observado no Campo;

 Inserir o estudante no contexto real do Ensino - Aprendizagem a partir da observação


deste processo na sala de aula;
 Proporcionar a aquisição de habilidades e competências para que o estudante intervenha,
investigue e faça projectos pedagógicos.
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E os seus objectivos específicos resumem – se em:


 Descrever e analisar as aulas leccionadas pelo (o professor da turma assistida);
 Apresentar conclusões sobre os aspectos da prática lectiva observada.

 Sintetizar as actividades observadas na sala de aula e debruçar sobre a interacção


professor – aluno;
 Redigir um relatório sobre todas as etapas de PPII.

Para a efectivação das actividades preconizadas nas PPs II constituiram fases, as seguintes:
Trabalho de Campo e Seminários:
O Trabalho de Campo – corresponde à fase de obsevação das aulas do professor
Os Seminários – correspondem à fase de apresentação e discussão dos temas distribuidos
pelos grupos.
Para a elaboração deste relatório adoptou – se o método Fenomenológico, visto que após a
observação, descreve – se e analisa – se o trabalho observado no Campo e efectuado na
leccionação de aulas.

O Suporte Teórico baseiou-se nos autores que versam sobre os principais temas que
fundamentam o Processo de Ensino-Aprendizagem

Assim, ALARCÃO e TAVARES (1987:103) referem que no contexto escolar a observação é “o


conjunto de actividades destinadas a obter dados e informações sobre o que se passa no
processo de ensino-aprendizagem com a finalidade de, mais tarde, proceder a uma análise do
processo, numa ou noutra das variáveis em foco.” Este processo envolve a utilização de
determinados métodos, que LIBÂNEO (2001:152) os define como sendo “acções, passos e
prodecimentos vinculados ao método de reflexão, compreensão e transformação da realidade
que, sob condições concretas de cada situação didáctica, asseguram o encontro formativo entre
o aluno e as matérias de ensino”.
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Ainda na perispectiva de LIBÂNEO (1994), métodos são as acções do professor pelas quais se
organizam as actividades de ensino e dos alunos para atingir objectivos do trabalho docente em
relação a um conteúdo específico.
Na esteira de GOLIAS (1995), métodos constituem um conjunto de princípios, de meios, de
processos, de regras de acção educativa ou pedagógica, com vista a atingir as finalidades,
objectivos, fins que ela fixa.

Avaliação é um processo de colecta e análise de dados, tendo em vista controlar se os objectivos


propostos foram atingidos. Esta processa-se a vários níveis, nomeadamente: do PEA, currículo,
do funcionamento da escola como um todo. HAYDT (2002).
Avaliação, na perspectiva de PCEB (1994) apud NHAMPULO et all (2004), é um processo
dinâmico, contínuo e sistemático que acompanha o PEA.

O PEA envolve também a avaliação, definida como “um processo de colecta e análise de dados,
tendo em vista verificar se os objectivos propostos foram atingidos.” (HAYDT, 2002 apud DIAS
et al, 2006).

Porém, LIBÂNEO (1999), considera avaliação “ uma reflexão sobre o nível de qualidade do
trabalho escolar, tanto do professor como do aluno.” Portanto, considera uma tarefa complexa
que não se resume à realização de provas e atribuição de notas.
Para a efectivação de actividade docente, o professor precisa também planificar, ou seja,
“visualizar” o futuro, traçar fins e meios e “desenhar” um marco de referência que guie as suas
acções. (CLARK e PETERSON apud ZABALZA, 2001).

No âmbito de actividades integrantes do PEA, REIS e LOPES (1994:220) abordam a questão da


leitura, entendida como “operação em que se dá um sentido ao texto com ajuda de um número de
conceitos de acordo com o nível em que o texto é percorrido, onde o leitor é co-produtor do
texto, ou seja, a relação que o leitor cria consigo próprio através do livro, adoptando no seu
ritmo cuidados da leitura.” Porém, a forma comunicativa mais prestigiada no PEA, e que está
estreitamente ligada à leitura é a Escrita, entendida como “a aprendizagem motora do desenho
das letras e dos sinais gráficos, ou melhor, maneiras como são traçadas as formas gráficas.”
(COSTE, 1983:250).
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Falando da Oralidade, AMOR (1997: 62) afirma que “a comunicação oral é a forma de
linguagem que primeiro se adquire e se domina, a que permite maior espontaneidade e
expressividade como suporte permanente da comunicação.” Mas para que o PEA se concretize
plenamente é necessário que o mecanismo neurofisiológico, audição, funcione devidamente,
porque como refere COSTE (1983:77), este tem um papel fundamental na aprendizagem de uma
língua, na medida em que permite atribuir um sentido à sucessão de sons.
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1.0 Etapas da Prática Pedagógica II


1.1 Pré-observação
As aulas da PPII iniciaram com carga horária de três (4) horas consecutivas semanalmente.
No primeiro dia, as aulas estavam subordinadas aos aspectos organizacionais da turma, tais como
a apresentação do corpo docente, do programa da Cadeira e formação de grupos de trabalho.
Neste sentido, foram constituídos 07 grupos, designados alguns para a Escola Comercial e outros
para diversos estabelecimentos de ensino incluindo o Instituto Comercial, todos sob a
supervisão do docente: Dr. Miguel Rafael.
Primeiro, o docente referiu-se da planificação no sentido geral, tendo salientado que toda a busca
de satisfação implica uma planificação que por sua vez implica o estabelecimento de metas, de
acções e recursos necessários para atingir os objectivos preconizados, que sejam satisfatórios à
sociedade. Deste modo, no acto de planificar é necessário ter conhecimentos específicos sobre o
que se pretende e como se vai fazer.
Portanto, na Educação, a planificação exige um conhecimento seguro sobre as actividades
propostas tendo em conta os valores1, o educando2 e os conteúdos científicos.
Refere também que a planificação pedagógica é uma actividade colectiva, assim como o próprio
acto de ensinar e de aprender. Portanto, o plano de ensino apresenta os seguintes elementos
fundamentais:
 Contexto e justificação;
 Quadro dos objectivos do ensino;
 Metas;
 O roteiro (caminho).

Porém, para a sua materialização é necessário adoptar estratégias, definir as actividades


não se esquecendo do papel do professor, da acção do aluno, do contexto e dos meios de
aprendizagem.
Por fim, falou do plano da aula tendo a definido como sendo um desdobramento do plano
de ensino, tratando-se, desta feita, de uma sistematização didáctica real que obedece às etapas de:

1
Sobre os valores, deve-se perguntar constantemente, o que se ensina quando se ensina, ou seja, que valores se passa
através dos textos propostos nos manuais do aluno.
2
Deve-se reflector sobre que tipo de indivíduos se espera a partir de um dado processo educativo, ou melhor, que
perfis deverão ter esses indivíduos.
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 Acesso ao programa de ensino, o qual o professor deve saber interpretá-lo e tomar


atitude científica de questionamento3;
 Preparação da matéria nova;
 Redigir os objectivos específicos;
 Desenvolvimento metodológico - preparação do assunto, sistematização e aplicação.

Contudo, em cada etapa o professor deve avaliar o processo; desde a avaliação


diagnóstica à sumativa.
tarde analisar os processos numa dada variável destinada. ALARCÃO (1987). Falou
também do objecto da observação:
 O aluno, a idade média, o livro e o uniforme escolar;
 O professor;
 A relação professor — aluno;
 A relação aluno — aluno.

Mencionou ainda, os tipos de observação, destacando a sistemática e a assistemática.

1.1. Observação
Esta etapa destinada a assistir as aulas, começou aos 13 de Setembro. O início consistiu na
apresentação do grupo de assistentes à professora da turma dois e aos seus alunos. Seguiu a uma
pequena apresentação das condições da turma, desde as condições da sala de aula até ao tipo de
aluno. A professora aproveitou esta ocasião para solicitar colaboração dos assistentes durante
aquele período.

1.2.1. Objectivo e Critério de Observação


A observação tinha como objectivo assistir as aulas, verificar o decurso das
actividades programadas.

3
Questionamento não se refere implicância.
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1.2.2. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

Para a recolha de dados optou-se pela observação indirecta, através de questionário e


entrevista ao professor e aos alunos.

1.2.3. Descrição do grupo de disciplina de Contabilidade


1.2.3.1. Plano de Estudo
Na escola está em uso o plano de estudo que vigora em todas as escolas técnicas
profissionáis do nível básico. isto é, turnos de cinco (6) tempos lectivos, monolingue.

Tabela1— Plano de Estudo da disciplina de Contabilidade Geral

2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado

Planificação
C21 C21 conjunta de

C21 C21 aulas

C21 (quinzenal)

C21

As aulas têm duração de 45 minutos cada. De segunda à sexta-feira estão programadas


duas aulas por dia. E por semana a disciplina de Contabilidade cumpre 06 horas.

1.2.4. Organização das Turmas


A organização de turmas é tarefa de director pedagógico. No entanto, essa organização é
regida pelo o preconizado pelo Regulamento Geral do Ensino Básico.
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1.2.5. Tarefas do Director de Turma


O REGEB refere que ao director de turma compete:
 Transmitir e fazer aplicar as orientações e decisões das estruturas superiores na
turma;
 Velar pela aplicação do regulamento interno da escola, a nível da turma;
 Informar regularmente ao coordenador de ciclo e ao encarregado de educação da
situação do aproveitamento e comportamento dos alunos e professores;
 Organizar e presidir as reuniões de conselhos de notas no final de cada trimestre;
 Comunicar à Direcção da escola casos problemáticos e disciplinares dos alunos da
turma que dirige;
 Assistir às aulas dos professores da turma que dirige. Entre outras.

1.2.6. Breve descrição do programa da contabilidade


1.2.6.1. Objectivos

1.2.6.2. Conteúdos
Os conteúdos estão organizados por áreas temáticas, tais como: conceitos e princípios da
Contabilidade, o património, o Balanço, o inventário, contabilização das operações, e estudo
sumário das contas. Estes foram articulados de formas que os objectivos sejam atingidos.

1.2.6.3. Métodos e Meios

O programa refere que as estratégias de ensino devem basear-se numa metodologia que
possa tornar o PEA satisfatório, dando relevância à interacção professor-aluno, aluno-aluno e
aluno-comunidade, de modo a proporcionar aos alunos a possibilidade de ouvir, falar, ler e
escrever, entendendo desse modo os conteúdos aprendidos.
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1.2.6.4. Avaliação

O PCEB (2003) define a avaliação como sendo um instrumento através do qual se


acompanha o desenvolvimento do acto educativo com vista a apreciar a adequação dos diversos
momentos do PEA. Esta permite:
 Verificar se o processo docente-educativo ocorre em função dos objectivos previstos;
 Verificar até que ponto o aluno atinge os níveis estabelecidos nas competências
básicas ;
 Controlar o desempenho do aluno no PEA a fim de detectar “falhas” e encontrar
estratégias de recuperação em função dos objectivos, conteúdos, materiais de ensino
e da realidade da turma;
 Autoavaliar o desempenho do professor por forma a detectar “falhas” na condução
do PE e encontrar novas estratégias de correcção.

O programa prevê os três tipos de avaliação, nomeadamente: diagnóstica, formativa e


sumativa. Contudo, sublinha-se que a avaliação deve ocorrer em todos os momentos do PEA, ou
seja, ela é uma actividade contínua, permanente e sistemática.

1.2.7. Dosificação e Planificação das aulas


A dosificação de aulas é feita semestralmente. Contudo, quinzenalmente faz-se uma
planificação conjunta de aulas e o professor, individualmente, planifica as aulas diárias.

1.2.8. Aproveitamento da turma

Tabela 2— Resumo do estudo da situação do aproveitamento anual dos alunos da turma C21
3 de Março Desperdício Avaliados % de alunos em
situação positiva
H M HM H M HM H M HM H M HM
29 44 73 1 2 3 28 32 60 15,00 16.67 31.67
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1.2.9. Observação da Turma


1.2.9.1. Caracterização Física da sala de aula

, a turma C21 encontra-se num dos blocos ainda por reabilitar, por isso, embora em boas
condições de higiene o chão está
, a pintura estánormal. Tem carteiras, os alunos geralmente, sentam-nas dois a dois.
. Tem porta, um quadro preto, tem sempre giz e apagador, o professor tem secretária.

1.2.9.2. Caracterização dos alunos

Os alunos têm uma idade média de 16 anos, a sua maioria é de sexo feminino que
totalizam 44 e do sexo oposto são 29. Todos apresentam – se uniformizados. escolar. Professam
diferentes religiões mas a maior parte deles professa a religião cristã, principalmente a católica e
alguns das diferentes protestantes. Uma pequena parte, porém, não conhece a sua religião.
A maioria morra na zona periurbana existindo embora em menor número os que vivem
no coração da cidade .
Mais que a metade dos alunos tem changana como sua Língua materna e os restantes a
língua portuguesa.
Como actividades extra-escolares, referem as brincadeiras e os trabalhos domésticos, tais
como: varrer, lavar a loiça. Gostam de ver televisão, e os programas favoritos para a maioria são
as telenovelas.. No entanto, nem todos tem televisores em casa.
Quanto à água muitos deles não têm água canalizada nas casas, tem sim poços ou, então,
buscam nas casas vizinhas.
Todos têm um sonho para o futuro. Uns querem ser médicos, professores e grandes
empresários.

1.2.9.3. Caracterização do Professor


O professor frank Frank Francisco tem 48 anos, professa a religião católica, mora no triunfo.
Tem formação psico-pedagógica. É pontual às aulas, apresenta-se sempre de bata limpa. Planifica
as aulas.
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1.2.10. Estrutura e Organização das aulas


1.2.10.1. Momentos das aulas

Nas quinze aulas que assistí o professor quase cumpriu com todos os momentos da aula,
senão vejamos: ao chegar, o professor faz uma ambientação dos alunos com uma breve resenha
da aula anterior. Segue-se, então, ao momento da introdução da matéria nova. Neste momento o
professor escreve no quadro o nome da escola, indica a classe, a disciplina, o tema do dia, os
objectivos e os conteúdos. Depois explica a matéria passo a passo até chegar ao principal
objectivo em seguida manda os alunos passarem o que está no quadro.
No 2º momento (consolidação e aprimoramento da matéria), o professor pede os alunos
para resolverem os exercícios escritos no quadro nos cadernos. Enquanto os alunos desempenham
as actividades, o professor vai passando em carteira por carteira para se certificar se os alunos
estão de facto a realizarem as actividades.
Por fim, corrige os exercícios resolvidos nos cadernos , enquanto isso, um voluntário vai
resolvendo no quadro. Assim cumpre com o momento de avaliação.

1.2.10.2. Objectivos e Conteúdos


Os objectivos apresentados no plano de aula eram um desdobramento dos objectivos
específicos. Os conteúdos eram exactamente os que aparecem nos manuais de contabilidade.

1.2.10.3. Métodos e Estratégias de Ensino – Aprendizagem


O professor recorria sempre aos métodos expositivo – explicativo, elaboração conjunta e
trabalho independente.
.

1.2.10.4. Funções Didácticas, Materiais e Avaliação

As funções didácticas ocorrem em cada momento da aula e destinam-se a aplicação


directa do aprendizado. Têm o objectivo de dar ao aluno oportunidade de estabelecer relações
entre o aprendido em situações novas; relacionar os conhecimentos com a vida real. Portanto,
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durante esse processo o professor tem o dever de informar-se e avaliar o progresso mental dos
alunos e o desenvolvimento das suas capacidades.
No entanto, durante as aulas as funções didácticas decorriam de forma muito superficial,
na medida em que depois de explicar a matéria passava-se para os exercícios e depois correcção,
ou seja, saía – se de um momento ao outro como se a preocupação da professora fosse cumprir
com as actividades planificas sem verificar necessariamente a possibilidade de os alunos estarem
a assimilar realmente os conteúdos, de maneiras que possam utilizar os conhecimentos em novas
situações, porque isso é o que realmente demonstra um desenvolvimento do processo de ensino.
Os materiais usados eram basicamente o quadro preto, o giz, o livro e o caderno do aluno,
o lápis. Todavia, esses materiais não se mostraram suficientes porque o livro do aluno que
constituía o principal material para as aulas não abrangia a todos os alunos, ou melhor, os alunos
sem esse material didáctico ficavam “excluídos” porque a aula para eles não tinha a mesma
dinâmica que os com o livro escolar. Na interpretação das imagens, por exemplo, eles ficam à
“deriva”, uma vez que as imagens a interpretar eram somente do livro escolar e no quadro era
mal representadas, chegando até a não se reconhecer a figura em estudo.
Relativamente à avaliação, é de salientar que o grupo não teve oportunidade de ver uma
avaliação escrita mas pôde observar que durante o decurso das aulas denotava – se a avaliação
formativa sobretudo.

1.2.10.5. Relação Professor – Aluno

A relação professor – aluno era razoável. O professora mostrava – se empenhado,


motivador e atencioso para com os alunos , todavia, os alunos mostravam – se muitas vezes
agitados e barrulhentos o que punha em causa o processo de Ensino- Aprendizagem. nas
entrevistas, os alunos afirmaram gostar muito do professor quando foram perguntados se
gostavam do seu professor.

1.2.10.6. Observações Gerais e Avaliação das aulas observadas


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Ter assistido aquelas aulas foi muito positivo porque deu para experimentar, embora assistindo
apenas, a sensação de ser professor. , a assistência de aulas permitiu confirmar que podem ser
aplicadas as teorias didácticas que temos vindo a aprender desde o 1º Ano.

1.3. Pós-Observação
Terminada a fase de observação, analisou-se os aspectos observados no campo e iniciou-se a
elaboração do Relatório de PPII. Este trabalho efectuou – se em simultâneo com a elaboração e
apresentação dos seminários.

1.4. Seminários de Prática Pedagógica II

A apresentação dos seminários iniciou a 1 de outubro com a apresentação dos dois primeiros
grupos sobre o tema “”, que passo a apresentar os respectivos resumos:
O 1º Grupo

O 2º Grupo
:
 Fase de Delimitação do Projecto, da 1ª à 10ª etapas, que passam pela:
 Análise das necessidades;
 Explicitação do projecto;
 Explicitação da concepção da aprendizagem;
 Delimitação do conteúdo e elaboração da sua estrutura;
 O confronto com os programas;
 Consulta aos actores no terreno e aos especialistas;
 Constituição de um dossier;
 Redacção de um capítulo;
 Confronto da estrutura e do aspecto geral; e
 Experimentação de um capítulo.
 Fase da Escrita – da 11ª à 16ª etapas, que passa pelo:
 Tratamento do conteúdo bruto;
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 Definição técnica do manual;


 Redacção colectiva;
 Elaboração de ilustrações;
 Leitura do conteúdo e da coerência geral;
 Experimentação do manual.

 Fase do Fabrico – da etapa 17ª a 22ª, passa pelo:


 Ensaio de paginação;
 Composição e paginação;
 Elaboração de facilitadores técnicos;
 Correcção das provas;
 Impressão;
 Experimentação de manual acabado.
Foram também apresentadas as etapas metodológicas da aprendizagem sugeridas num
manual escolar que são: apresentação, desenvolvimento, aplicação e integração.
Finalmente, o grupo analisou os manuais de Português da 1ª classe, do aluno e do professor.
A 8 de Novembro foram apresentados dois temas, designadamente: Método de Ensino
e Interacção professor – aluno.

Os grupos de Método de Ensino acoplaram –se na explanação do tema. Referiram que a definição
de método de ensino varia, embora haja convergência de sentidos.
Apresentaram a classificação de métodos segundo HAYDT (2002), que podem ser:
 Aula expositiva. Existem formas de exposição que LIBÂNEO (1994) destaca seguintes:
 Exposição verbal. A exposição didáctica segundo NÉRICI apud HAYDT
(2002), pode assumir duas posições. Dogmática e aberta ou dialogada;
 Demonstração;
 Ilustração e
 Exemplificação.
 Estudo dirigido;
 Método Montessori que apresenta os seguintes princípios:
 Liberdade
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 Actividade;
 Vitalidade e
 Individualidade.
 Centros de interesse;
 Métodos de descoberta;
 Método de solução de problemas;
 Método de projectos;
 Unidades didácticas;
 E movimentos Freinet.

1.4.1. Síntese explicativa sobre a relação entre os seminários e o trabalho de campo


Os seminários e o trabalho de campo tem uma relação de complementaridade, na medida
em que o trabalho de campo é tradução prática daquilo que as teorias de seminários prevêem.
As teorias constituem uma bagagem científica que permite ao futuro professor delimitar e
organizar o seu perfil de docente. O trabalho de campo, por sua vez, permite experimentar e
corrigir antecipadamente os pressupostos negativos que caracterizam a carreira docência da nossa
sociedade a longos períodos.
Essa confrontação teórico-prática ajuda o estudante a sair do “mundo utópico” que
provavelmente poderá estar inserido, ou melhor, se o estudante tiver a ideia de apenas cumprir
com a memorização dos conteúdos afim de concluir o grau pretendido, sem observar a
pertinência das habilidades e competências sólidas que lhe possam servir de “ferramentas”
valiosas na sua carreira docente, com esta confrontação poderá ter outro ângulo de ver o processo
ao qual se candidatou.
21

Conclusão

A observação das aulas foi bastante positiva. A turma à qual o grupo tinha sido designado
era alegre a partir da própria professora que desde o primeiro dia de assistência das aulas mostrou
– se simpático, acolhedor e disposto a colaborar. De todas as aulas assistidas o professor não
faltou a nenhuma, embora não sempre pontual. A sala, apresentava – se sempre limpa. O
professor sempre de bata limpa e os alunos uniformizados.

Alguns problemas decorrentes do PEA foram detectados, sobretudo os relacionados com


a falta de material didáctico: manuais de contabilidade embora haja um esforço da parte do
professor de produzir fichas de apoio.

Em relação às actividades de PPII pôde perceber que é possível aliar a teoria didáctica à
prática, na medida em que hoje quando chega – se numa instituição de ensino pode – se detectar
e analisar anomalias decorrentes do PEA, embora ainda como simples observador, mas com base
em “ferramentas” sólidas. Acredita – se também ter aprendido e ganho experiência com as aulas
assistidas.
Para e sobre a PPII não há nada a recomendar, nem a propor porque não se notabilizaram
problemas directamente relevantes ou que perturbassem o decurso normal das actividades
agendadas.
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Bibliografia

CASTRO, Rui Viera de. Manuais Escolares: Editora Teknodesign; Universidade do Minho,
Braga, 1999.

CHOPIN, Alain. Les Manuels Scolaires et Actualité: Hachette, Paris, s/d.

FREITAG, Barbara et all. O Livro Didáctico em Questão: Cortez Editora, S. Paulo, 1997.

GÉRARD, François M. & ROGIERS, Xavier. Conceber e Avaliar Manuais Escolares: Porto
Editora, Porto, 1994, 1996 e 1998.

GOLIAS, Manuel. Didáctica Geral: UP — Faculdade de Ciências Pedagógicas. Maputo, 1995.

HAYDT, Regina. Curso de Didáctica Geral: 7ª ed., ática, S. Paulo, 2002.

INDE/MINED — Moçambique. Programa das Disciplinas do Ensino Básico: 1º ciclo,


INDE/MINED, Maputo, 2003.

LIBÂNEO, José Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: 8ª ed., Cortez Editora, S. Paulo,
19958.

NHAMPULO, Telésfero de Jesus et all. Manual de Apoio à Avaliação Pedagógica: Ministério da


Educação, Maputo, 2004.

MINED — Moçambique. Regulamento Geral das Escolas do Ensino Básico: Maputo, 2003.

MINZO, Artur. O Texto Narrativo no Manual Escolar: A Leitura e Transmissão de Referências


Sócio culturais (tese não publicada): UP, Maputo, 2004.
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Apêndice 1: Ficha de observação de aulas

Escola.......................................................................................................................Turma................
Classe..........Unidade Temática.................................................................................Lição nº............
Data.............................................Nº de alunos.............
Tema...................................................................................................................................................

Apresentação
1.1 Da sala de aulas Sim não
A sala apresenta-se limpa?
Tem condições de iluminação?
Tem carteiras suficientes?
As janelas têm vidros?
Tem porta?
O quadro apresenta boas condições de visibilidade?
Tem sempre giz?
Tem secretária da professora?
1.2 Do professor e dos alunos
O professor é pontual?
Apresenta-se sempre de bata?
A bata é limpa?
Os alunos apresentam-se devidamente uniformizados?
Todos tem manuais de contabilidade?
II Planificação da aula
O professor planifica as aulas?
No plano são definidos os meios de ensino?
Os meios levam ao alcance dos objectivos traçados?
Os momentos da aula denotam uma sequência lógica?
O método utilizado adequa-se ao nível dos alunos?
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III Decurso da aula


Como O professor introduz a aula? Comente:.......................................................
................................................................................................................................
A linguagem usada pela professora é de fácil compreensão para os alunos?
O professor domina os conteúdos a dar?
O tempo disponibilizado para a execução das tarefas é suficiente?
O professor disponibiliza tempo de apresentação de dúvidas dos alunos?
Consegue gerir o tempo de acordo com seu plano?
IV Avaliação do PEA
O professor dá exercícios para a consolidação da matéria?
Faz correcção dos exercícios?
Acompanha as actividades dos alunos? Como?.....................................................
...............................................................................................................................
V Relação professor – aluno, aluno - aluno
O professora consegue manter a disciplina durante a aula?
Relaciona-se bem com os alunos?
E os alunos com o professor?
Como se relacionam os alunos entre eles?

VI Comentário do observador sobre:


1.Aspectos
positivos.................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
1. Aspectos negativos.............................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
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Apêndice 2— Roteiro de entrevista ao aluno

0. Escola..........................................................................................................................................
1. Nome...........................................................................................................................................
2. Classe..................idade...............sexo............religião.................................................................
3. Morada....................................................próximo da escola? Sim........não................................
4. Qual a língua que aprendeu a falar em casa?..............................................................................
5. O que faz quando está em casa....................................................................................................
6. Quando está em casa que o ajuda a estudar?..............................................................................
7. Com quem vive?...................................................profissão da pessoa com quem
vivem...........................................................................................................................................
8. Gosta de escrever?.......................................................................................................................
9. Em casa tem energia eléctrica?....................................................................................................
10. Tem água canalizada?..................................................................................................................
11. Vê televisão?................................................................................................................................
12. O que gosta de ver na televisão?.................................................................................................
13. O que gostaria de ser quando crescer?........................................................................................
14. Gosta do seu professor?..............................porquê?..................................................................
............................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................
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Apêndice 3 -Roteiro de entrevista ao professor

Escola..................................................................................................................................................
1. Nome......................................................................................................................................
2. Idade......................morada........................................................religião.................................
3. Língua Materna.......................................................................................................................
4. Formação psico-pedagógica? Sim................../não..............anos de experiência....................
5. Gosta da sua tarefa como professora? Sim......../não.......porquê?..........................................
......................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................
6. Em casa tem água canalizada? Sim.............../não...........se não onde busca?.........................
7. Tem energia eléctrica? Sim.............../não............se não o que usa para iluminar a casa nos
períodos nocturnos?................................................................................................................
8. Gosta de ver TV? Sim............../não..................se sim quais são os programas
favoritos?................................................................................................................................
9. Gosta de ouvir Rádio? Sim............../não..............se sim quais são os programas
favoritos?................................................................................................................................
10. Com que dificuldades de depara durante as sua actividades com os
alunos?....................................................................................................................................
................................................................................................................................................
................................................................................................................................................
11. Que sugestões tem para possível resolução do(s)
problema(s)?...........................................................................................................................
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