Teste de Progresso NIEPAEM

2ºsem/2023

GABARITO COMENTADO COM REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

28 de setembro de 2023
"Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem autorização prévia".

edudata
 CLÍNICA MÉDICA 5. (B)

1. (B) Comentário:
Ao contrário do que o seu nome possa sugerir, FPI é uma doença
Comentário: bem definida, com características clínicas, radiológicas, funcionais
Paciente sintomático, CF III, com sinais claros de estenose e histopatológicas próprias. O termo “idiopática” indica apenas
aórtica, precisará de conduta de troca valvar com cirurgia aberta que a sua etiologia é desconhecida. A teoria mais aceita para o
ou troca percutânea. desenvolvimento da FPI supõe que a ocorrência de insultos
ambientais em indivíduos susceptíveis, tais como hipotéticas
infecções virais, ajam como agentes desencadeantes de uma
Referência Bibliográfica: cascata inflamatória ao nível pulmonar. Tais agentes agressores,
CARDIOLOGIA NA CLÍNICA GERAL: GOLDMAN & ao lesarem tecidos e células pulmonares, desencadeariam uma
BRAUNWALD_2020 resposta inflamatória aguda que caracterizaria a fase inicial da
MEDICINA INTERNA DE HARRISON 20a Edição, 2019. doença, frequentemente chamada de alveolite. Essa resposta, em
condições fisiológicas, seria autolimitada, mas, nos casos de FPI,
perpetuar-se-ia num estado de cronicidade, devido a razões
2. (A) desconhecidas, promovendo graves transtornos dos mecanismos
de reparação pulmonar. Histologicamente, tais distúrbios,
Comentário: habitualmente, se traduzem por um aspecto de doença não
uniforme, com áreas de pulmão normal coexistindo adjacentes a
O ritmo é de fibrilação atrial, provavelmente não tem início recente
áreas de inflamação, representadas por infiltrados linfocitários
a menos de 48 h, e a palpitação sugere episódios de alta FC. O
septais, e a áreas de proliferação fibroblástica e deposição
tratamento inicial é controle de FC com betabloqueador. O uso de
colágena. A medida em que o processo avança, a intensa
Amiodarona pode trazer o risco de reversão da arritmia sem ainda
deposição de colágeno e o colapso dos septos alveolares levam à
adequada anticoagulação.
formação de grandes espaços aéreos císticos, delimitados por
paredes fibrosas espessas e revestidos por epitélio metaplásico
Referência Bibliográfica: bronquiolar. Esse último aspecto é chamado pulmão em favo de
CARDIOLOGIA NA CLÍNICA GERAL: GOLDMAN & mel (honeycombing lung) e representa a via final do processo. O
BRAUNWALD_2020 padrão anatomopatológico descrito acima corresponde à
MEDICINA INTERNA DE HARRISON 20a Edição, 2019. chamada “pneumonia intersticial usual” (em inglês UIP), substrato
histológico mais frequentemente associado a FPI. O padrão
classicamente associado às DPIs é o restritivo, com redução da
3. (D) difusão, DLCO, que é o teste mais sensível e muitas vezes o
primeiro a se modificar nas DPIs. Reduções da SatO2 podem ser
Comentário: observadas ao repouso e ao exercício, levando a um qudro de
dispneia.
Infarto agudo do miocárdio com supra de ST em parede inferior e
o pilar do tratamento do IAM com supra-ST é a reperfusão
imediata da artéria obstruída, o que pode ser feito por fibrinólise Referência Bibliográfica:
(trombolítico) ou angioplastia primária. O ECG deixa claro o Diretrizes de Doenças Pulmonares Intersticiais da Sociedade
supradesnivelamento do segmento ST e pode-se dizer que é de Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. 2012 - Vol.38 -
parede inferior porque é evidenciado em D2, D3 e avF (que Suplemento 2. Autores.
correspondem à parede inferior). FISIOPATOLOGIA DAS PNEUMONIAS INTERSTICIAIS
IDIOPÁTICAS – REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA:
Referência Bibliográfica: ÁLVARO MARTINS VAZ PERES, DIOGO SANTOS DE LIMA,
Tratado de Cardiologia da SOCESP – Quarta edição 2019 – JOSÉ ANTÔNIO CARVALHO DE ÁVILA, LEONARDO
Capítulo 8 – Diagnóstico e tratamento do infarto agudo do HENRIQUE ALVES LOPES, WILLIAM GRANGEIRO TOMÉ; 2017
miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST; páginas
632-643. 6. (D)
Piegas LS, Timerman A, Feitosa GS, Nicolau JC, Mattos LAP,
Andrade MD, et al. V Diretriz da Sociedade Brasileira de
Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Comentário:
Supradesnível do Segmento ST. Arq Bras Cardiol. 2015; 105(2):1- Trata-se de crise asmática grave caracterizada pela fala
105 entrecortada, tiragem intercostal e PFE <50% previsto. Não
apresenta agitação, confusão mental ou tórax silencioso, portanto
sem indicação de intubação orotraqueal imediata. O tratamento
4. (A) deve consistir em B2 agonista de curta duração por via inalatória.
O brometo de ipatrópio pode ser associado. Iniciar corticóide por
Comentário: via oral e manter vigilância da SpO2 com oxigenoterapia se
necessário.
A semiologia é compatível com hiperinsuflação e/ou pneumotórax,
a dor indica doença pleural. A relação VEF1/CVF menor que 70%
pós BD dá o diagnóstico de DPOC. Referência Bibliográfica:
GINA:2023
Referência Bibliográfica:
Harrison´s
Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of
Chronic Obstructive Pulmonary Disease, Global Initiative for
Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) 2023.

2 Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023

7. (B)
Comentário:
Trata-se de quadro de bacteriúria assintomática, situação em que
não está indicado o tratamento com antibioticoterapia, por não
haver evidências de qualquer benefício clínico com o tratamento.
Deve-se tratar bacteriúria assintomática em apenas 2 situações:
1) Gestantes – tratar por 7 dias e manter rastreamento periódico
até o final da gravidez. 2) Instrumentação do trato urinário:
cirúrgica ou endoscópica, o antibiótico deve ser iniciado no pré-
operatório.
Não está indicado rastreamento ou tratamento em pacientes
diabéticos, idosos, institucionalizados, pacientes com cateter
vesical ou com lesão raquimedular.
Referência Bibliográfica:
Kirszlajn GM. Discutindo Casos Clínicos - Doenças Renais.
Piracicaba: Ed. Balieiro, 2012. p. 265-83.
8. (C)
Comentário:
Valores de paratormônio elevados, com cálcio normal ou baixo e
fósforo normal ou alto referem-se ao diagnóstico de
hiperparatireoidismo secundário, podendo a etiologia ser a
deficiência de vitamina D ou a doença renal crônica. No caso
clínico os níveis de vitamina D encontram-se adequados.
Hiperparatireoidismo primário cursaria com hipercalcemia e
hipofosfatemia. Níveis persistentemente baixos de PTH sugerem
o diagnóstico de doença óssea adinâmica, mas o diagnóstico só
pode ser confirmado por meio de biópsia óssea não
descalcificada com análise histomorfométrica.
Referência Bibliográfica:
Ketteler M, Block GA, Evenepoel P, Fukagawa M, Herzog CA,
McCann L, Moe SM, Shroff R, Tonelli MA, Toussaint ND, Vervloet
MG, Leonard MB. Executive summary of the 2017 KDIGO Chronic
Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD) Guideline
Update: what's changed and why it matters. Kidney Int. 2017
Jul;92(1):26-36. doi: 10.1016/j.kint.2017.04.006.
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9. (A)
Comentário:
A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco para o
desenvolvimento de diabetes e doença cardiovascular. Existem
várias classificações, mas a Sociedade Brasileira de Cardiologia
adotou a da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Segundo
o IDF, a Síndrome Metabólica em adultos é identificada pela a
obesidade central* e pelo menos 2 dos critérios listados abaixo.
Tabela 1. Critérios do IDF para diagnóstico da Síndrome
Metabólica em adultos.
*Perímetro de Cintura (obesidade central) Mulheres: > 80 cm
Homens:
> 94 cm em Europeus
> 90 cm em Americanos / Africanos > 90 cm em Asiáticos /
Chineses
> 85 cm em Japoneses
Critérios:
- Hipertensão Arterial
Pressão Arterial Sistólica ≥ 130 mmHg e/ou Pressão
Arterial Diastólica ≥ 85 mmHg
ou Tratamento de Hipertensão
- Glicemia ≥ 100 mg/dl ou Diagnóstico de Diabetes
- Triglicerídeos ≥ 150 mg/dl ou Tratamento de Dislipidemia
- HDL colesterol < 40 mg/dl em homens e < 50 mg/dl em
mulheres ou Tratamento de Dislipidemia
Já o NCEP – ATP III entende ser necessária a presença de, no
mínimo, três dos cinco critérios citados acima para estabelecer o
diagnóstico de SM. Nesse caso, a presença de obesidade central
não é obrigatória e ela é identificada quando o perímetro de
cintura > 88 cm para mulheres e > 102 cm para homens.
Referência Bibliográfica:
Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT,
Afiune Neto A et al. Atualização da Diretriz Brasileira de
Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras
Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76.
10. (C)
Comentário:
Trata-se de paciente jovem, magra, com hiperglicemia grave e
sintomática de início agudo, configurando provável quadro de
diabetes mellitus tipo 1 (DM1). A melhor opção de tratamento do
diabetes tipo 1 é a administração de insulina em esquema "basal-
bolus", combinando uma ou duas doses diárias de insulina de
ação basal com doses de insulina de ação rápida nas principais
refeições, já que pacientes com DM1 geralmente apresentam
deficiência absoluta de secreção de insulina. Uma dose diária de
insulina NPH ao deitar é insuficiente para este perfil de paciente,
que pode evoluir para cetoacidose por simples deficiência de
insulina. Antidiabéticos orais são muito bem indicados no
tratamento do diabetes tipo 2, mas não no DM1.
Referência Bibliográfica:
Vilar L. Endocrinologia clínica. 7a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2021. Cap. 62.
3
11. (B)
Comentário:
O quadro acima é de parkinsonismo induzido por medicamentos.
O diagnóstico é sugerido pela simetria do parkinsonismo, pela
ausência de anosmia e de outros sintomas comuns na doença de
Parkinson e pelos achados da Ressonância Magnética. A
olanzapina é a droga potencialmente indutora dos sintomas, mas
o valproato também pode causar parkinsonismo. A melhor
conduta é reduzir a dose, suspender ou substituir a olanzapina
pela clozapina (neuroléptico atípico que raramente induz
parkinsonismo). Caso não haja melhora após algumas semanas,
poderia ser considerada a troca do valproato por outro
estabilizador do humor que não causa parkinsonismo, como a
carbamazepina, e/ou, poderia ser prescrito o uso da levodopa.
Referência Bibliográfica:
Factor SA, Burkhard PR, Caroff S, Friedman JH, Marras C,
Tinazzi M, Comella CL. Recent developments in drug-induced
movement disorders: a mixed picture. Lancet Neurol. 2019
Sep;18(9):880-890. doi: 10.1016/S1474-4422(19)30152-8.
12. (B)
Comentário:
A principal hipótese diagnóstica é síndrome de Guillain-Barré
(SGB), portanto a melhor opção terapêutica medicamentosa é a
imunoglobulina intravenosa. A SGB é doença autoimune, com
vários relatos na literatura científica de ocorrência pós-COVID19,
NÃO sendo decorrente da infecção direta pelo vírus.
Referência Bibliográfica:
https://www.gov.br/conitec/pt-
br/assuntos/noticias/2020/outubro/pcdt-sobre-guillain-barre-e-
atualizado-apos-recomendacao-da-conitec
FINSTERER J, et al. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2021;79(10):924-8.
13. (A)
Comentário:
O paciente descrito na questão, pelos sintomas apresentados
(delírio, alucinações auditivas e visuais, desorganização grave do
pensamento e do comportamento por 6 meses ou mais), possui o
diagnóstico de Esquizofrenia. Em razão do elevado risco de
heteroagressividade e da falta de crítica, a conduta mais
adequada no momento seria a internação psiquiátrica a fim de
promover segurança tanto para o paciente quanto para os
familiares.
Referência Bibliográfica:
MIGUEL, E.C; GENTIL, V.; GATTAZ, W.F. Clínica Psiquiátrica. 1ª.
Ed. São Paulo: Manole, 2011.
BORGES, D.R. (Org.). Atualização Terapêutica. 25ed.
(2014/2015). São Paulo: Artes Médicas, 2014, v. 1, p. 192-202.
4 Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
14. (D)
Comentário:
O enunciado relata o caso típico de Transtorno Ansiedade
Generalizada: após o fator estressor desencadeante, os sintomas
estão presentes a maior parte do tempo, trazendo prejuízos em
mais de um ambiente / setor da vida. O transtorno de Pânico
cursa com crises autolimitadas, embora frequentes. No transtorno
alimentar, a compulsão alimentar é o sintoma central, e o discurso
é centrado na questão corporal. Tanto Fluoxetina quanto
Sertralina estão indicadas, mas a dose da fluoxetina está errada e
o aumento rápido de dose não é indicado.
Referência Bibliográfica:
Strawn JR, Geracioti L, Rajdev N, Clemenza K, Levine A.
Pharmacotherapy for generalized anxiety disorder in adult and
pediatric patients: an evidence-based treatment review. Expert
Opin Pharmacother. 2018 Jul;19(10):1057-1070. doi:
10.1080/14656566.2018.1491966. PMID: 30056792; PMCID:
PMC6340395
15. (C)
Comentário:
A paciente tem um diagnóstico de osteoartrite, que pode ser
estabelecido somente pelo quadro clínico, que descreve dor
crônica de ritmo mecânico. A radiografia comprova o diagnóstico
e exclui diferenciais como condrocalcinose. O tratamento de
osteoartrite dessa gravidade baseia-se em fortalecimento
muscular e o anti-inflamatório ajudará a combater a discreta
inflamação vigente.
Referência Bibliográfica:
Imunologia Clínica na Prática Médica, editado por Júlio C.
Voltarelli, Eduardo A Donadi, Ivan F de Carvalho, A. Karla Arruda,
Paulo Louzada Jr e Willy Sarti, editora Atheneu, 2009.
Medicina Interna de Harrison, por Jameson, Fauci, Kasper et al.,
editora AMGH, 20a edição, 2019
Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. Editores: Marco
Antonio P. Carvalho, Cristina Costa Duarte Lanna, Manoel Barros
Bertolo, Gilda Aparecida Ferreira. Editora Guanabara-Koogan. 1a
edição, 2019.
16. (C)
Comentário:
Na fibromialgia há sensibilização central à dor, uma resposta
anormal do SNC aos estímulos periféricos em decorrência de
uma hiperexcitabilidade neuronal. Isto resulta em amplificação
dolorosa.
Referência Bibliográfica:
Medicina interna de Harrison – 20.a edição.
17. (B)
Comentário:
O quadro clínico de mulher idosa, com quadro de cefaleia de
início recente, amaurose fugaz e claudicação mandibular (sintoma
que está relacionado à positividade da biópsia da artéria
temporal) com VHS elevado, sugere arterite de células gigantes.
De acordo com o Colégio Americano de Reumatologia (ACR),
1990, pode-se classificar como ACG quando se observa a
combinação de três dos cinco critérios descritos: idade ≥ 50 anos;
cefaleia de início recente; anormalidade da artéria temporal, ao
exame físico; velocidade de hemossedimentação (VHS) ≥ 50
mm/1ª hora; biópsia positiva da artéria temporal.
Referência Bibliográfica:
CARVALHO, M. A. P.; LANNA, C. C. D.; BÉRTOLO, M. B.
Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 5o ed. Rio de Janeiro:
GEN, 2019.
VASCONCELOS, J. T. S.; NETO, J. F. M.; SHINJO, S. K.;
RADOMINSKI, S. C. Livro da Sociedade Brasileira de
Reumatologia. 1o ed. Barueri SP: Manole, 2018.
18. (D)
Comentário:
O paciente está em processo de morte pela própria doença e
deixou bem definidas suas metas. Não deixar que ele sofra faz
parte do essencial neste atendimento.
Desejo expresso do paciente em documento: pode ser no
prontuário.
É facultativo, poderá ser realizado em qualquer momento da vida
(18 anos ou mais) e pode ser revogado a qualquer momento pelo
indivíduo.
Deve estar escrito que o paciente está orientado e serem
descritas as vontades deste em caso de doença grave em fase de
terminalidade.
Referência Bibliográfica:
Conselho Federal de Medicina: 31/08/2012
19. (A)
Comentário:
Paciente com provável Mieloma Múltiplo (sexo masculino, idoso,
dor óssea, anemia e lesão renal), apresenta-se com confusão
mental sugestiva de delirium. Dentre as causas de delirium para
este paciente, a mais provável é hipercalcemia. Deficiência de
vitamina B12 é uma causa de demência reversível, porém o
quadro da confusão é agudo. Hiponatremia pode levar a delirium
porém a dose que o paciente usa de hidroclorotiazida é muito
pequena. Paciente portador de doença renal poderia evoluir com
acidose metabólica, porém como a compensação deveria ser por
alcalose respiratória, a frequência respiratória não condiz com um
portador de acidose metabólica.
Referência Bibliográfica:
Desafios do Diagnóstico Diferencial em Geriatria 1ª Ed. 2012
(Moriguti, Lima e Ferriolli)
Tratado de Geriatria e Gerontologia 4ª Edição 2016 (Freitas e Py)
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
20. (D)
Comentário:
Trata-se de um caso clínico de uma paciente do sexo feminino na
pós-menopausa. Apresenta histórico recente de fratura óssea
após queda em domicílio, além de dor crônica dorsal e hipercifose
postural, indicando a hipótese diagnóstica de osteoporose. O
exame padrão ouro de rastreio da osteoporose é a densitometria
óssea.
Referência Bibliográfica:
Kanis JA, Burlet N, Cooper C, Delmas PD, Reginster JY,
Borgstrom F, et al. European guidance for the diagnosis and
management of osteoporosis in postmenopausal women.
Osteoporosis Int. 2008:19:399-428.
21. (D)
Comentário:
O diagnóstico de celulite periorbital é principalmente um
diagnóstico clínico com achados radiológicos. Em muitos casos, a
distinção clínica entre celulite periorbital e orbital não é clara. Uma
tomografia computadorizada das órbitas e seios permite a
diferenciação das duas condições, bem como uma forma de
determinar a extensão da infecção. Se ainda não estiver claro, os
pacientes são tratados como se tivessem o diagnóstico de celulite
orbital. Nos casos em que há suspeita de abscessos, uma TC de
cabeça é necessária para descartar o envolvimento intracraniano.
Uma tomografia computadorizada também é recomendada se
houver edema palpebral acentuado, febre, leucocitose ou
nenhuma melhora após 24 horas de antibióticos adequados. A
tomografia computadorizada da celulite periorbital mostrará
edema palpebral, sem proptose, sem acúmulo de gordura no
conteúdo orbitário e sem envolvimento dos músculos
extraoculares. Um estudo descobriu que 41% dos pacientes com
celulite periorbitária apresentavam evidências de sinusite na
tomografia computadorizada. As hemoculturas não são realizadas
rotineiramente. Eles são difíceis de obter naqueles com celulite
periorbitária e são quase sempre negativos. O quadro atual não é
compatível com dermatite de contato que justificasse a
investigação com dosagem de IgE.
Referência Bibliográfica:
Bae C, Bourget D. Periorbital Cellulitis. [Updated 2023 Jul 17]. In:
StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing;
2023 Jan-. Available from:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470408/
5
22. (B)
Comentário:
A Dermatite atópica (DA) está associada à diminuição da
produção de Peptídeos ou proteínas antimicrobianas (AMPs), um
grupo de moléculas que atuam como proteção contra bactérias,
fungos e vírus. A redução pode ser devida ao efeito supressor das
citocinas Th2 (presentes em maior quantidade na DA) e a uma
diminuição relativa de IL‐17 (um indutor de AMPs).
Dentre as infecções cutâneas, as infecções bacterianas cutâneas
mais comuns na DA são causadas por Staphylococcus aureus (S
aureus), seguidas por Streptococcus pyogenes, cuja virulência se
deve a enterotoxinas estafilocócicas (superantígenos). Mais de
80% dos S aureus isolados de pacientes com DA são produtores
de superantígenos.
Sabe-se que mais de 90% dos pacientes com DA são colonizados
por S. aureus, em comparação com apenas 10% nos indivíduos
saudáveis. Devido à colonização universal da pele com S. aureus
em pacientes com dermatite atópica, esfregaços de pele de rotina
para cultura bacteriológica não são recomendados. No entanto,
esfregaços de pele e nasais podem ser úteis para avaliar a
resistência antimicrobiana ou quando há suspeita clínica de
organismos incomuns
A gravidade da dermatite se correlaciona com a densidade da
colonização de S. aureus nas lesões cutâneas da DA. Antibióticos
contra S. aureus demonstraram melhorar a gravidade da DA .
Essas observações forneceram suporte para o papel do S. aureus
na patogênese da DA. A deficiência na expressão do AMP sugere
um defeito intrínseco na imunidade inata da DA . S. aureus é
detectado por receptores de reconhecimento de padrão no
sistema imunológico inato. Pacientes com DA têm risco
aumentado de colonização por S. aureus resistente à meticilina
(MRSA), em comparação com a população em geral.
Como as infecções bacterianas, os pacientes com DA também
correm risco de eczema herpético (EH) causado pelo vírus herpes
simplex e infecção fúngica (dermatófitos ou leveduras).
Para pacientes com infecção clínica extensa com secreção,
pústulas e crostas cor melicéricas , sugerimos antibioticoterapia
oral com cefalosporinas ou penicilinas resistentes à penicilinase
por cinco a sete dias.
Referência Bibliográfica:
Up tp date - Treatment of atopic dermatitis (eczema)-
https://www.uptodate.com/contents/treatment-of-atopic-dermatitis-
eczema
Atopic dermatitis - apresentam coceira e queimação. O envolvimento das
https://emedicine.medscape.com/article/1049085-overview
Dennis L. Stevens et al Practice Guidelines for the Diagnosis and
Management of Skin and Soft Tissue Infections: 2014 Update by
the Infectious Diseases Society of America
Clinical Infectious Diseases, Volume 59, Issue 2, 15 July 2014,
Pages e10–e52, https://doi.org/10.1093/cid/ciu296
Ong PY, Leung DY. The infectious aspects of atopic dermatitis.
Immunol Allergy Clin North Am. 2010 Aug;30(3):309-21. doi:
10.1016/j.iac.2010.05.001. Epub 2010 Jul 1. PMID: 20670815;
PMCID: PMC2913147.
6 Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
23. (C)
Comentário:
O eritema multiforme (EM) é uma condição imunomediada aguda
caracterizada pelo aparecimento de lesões distintas em forma de
alvo (típicas e atípicas) na pele. Frequentemente, essas lesões
são acompanhadas de erosões ou bolhas envolvendo as
mucosas oral, genital ou ocular. O envolvimento da mucosa pode
estar ausente ou limitado a apenas uma. "Eritema multiforme
maior" é o termo usado para descrever o EM com envolvimento
mucoso grave (e pode ter sintomas sistêmicos associados, como
febre e artralgias). Eritema multiforme menor refere-se a EM sem
(ou com apenas leve) doença da mucosa (e sem sintomas
sistêmicos associados). Muitos fatores, incluindo infecções,
medicamentos, neoplasias, doenças autoimunes, imunizações,
radiação, sarcoidose, dermatite alérgica de contato e
menstruação, têm sido associados ao desenvolvimento de EM. As
infecções (virais, bacterianas ou fúngicas) representam
aproximadamente 90% dos casos, sendo o vírus herpes simplex
(HSV) o precipitante mais comumente identificado. Lesões
semelhantes a EM também foram observadas em associação
com a doença de coronavírus 2019 (COVID-19) e após a
vacinação contra COVID-19. Estima-se que drogas induzam EM
em menos de 10% dos casos, embora taxas mais altas de EM
induzidas por drogas (particularmente EM relacionadas à
penicilina) tenham sido relatadas em crianças. Uma grande
variedade de medicamentos tem sido associada à erupção. Os
precipitadores mais comuns parecem ser anti-inflamatórios não
esteróides, sulfonamidas, antiepilépticos e antibióticos. Há casos
relacionados ao captopril, mas não é frequente. As lesões-alvo
são a marca registrada do distúrbio, embora nem sempre estejam
presentes ( Figura 1) . As lesões iniciais podem começar como
pápulas arredondadas e eritematosas que evoluem para lesões-
alvo clássicas. As lesões-alvo típicas consistem em três
componentes: uma área central escura ou bolha, uma zona
inflamatória vermelho-escura cercada por um anel pálido de
edema e um halo eritematoso na periferia extrema da lesão (
figura 1). Lesões em alvo atípicas também podem ocorrer em
pacientes com EM. Manifestam-se como lesões elevadas,
edematosas, palpáveis, com apenas duas zonas de mudança de
cor e/ou borda mal definida (figura 1). As lesões cutâneas
aparecem mais comumente em uma distribuição simétrica nas
superfícies extensoras das extremidades acrais e, posteriormente,
se espalham de maneira centrípeta. A face, pescoço, palmas das
mãos, plantas dos pés, superfícies flexoras das extremidades
e/ou tronco também podem estar envolvidos. Embora as lesões
cutâneas sejam geralmente assintomáticas, alguns pacientes
membranas mucosas geralmente ocorre em associação com
lesões cutâneas. O envolvimento oral ocorre mais comumente e
pode afetar até 70% dos pacientes com EM (figura 2) . Tanto a
síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) quanto a EM podem
apresentar erosões da mucosa e lesões em alvo atípicas na pele
(figura 1). Um achado clínico útil é que as lesões-alvo atípicas da
SSJ tendem a ser maculares, em vez das lesões papulares
associadas à EM. Ao contrário do EM, a medicação é a causa
mais frequente de SSJ. A SSJ é caracterizada por necrose
mucocutânea com pelo menos dois locais de mucosa envolvidos.
O envolvimento da pele pode ser limitado ou extenso (menor que
10% da superfície corporal). Drogas ou combinações de infecções
ou drogas são as principais associações.
História clinica e a ausência dos sinais Nikolsky e Asboe Hansen
afastam pênfigo vulgar. Características da lesões em alvo típicas
e atípicas e história clinica afastam herpes simples e eritema fixo
Referência Bibliográfica:
Up tp date https://www.uptodate.com/contents/erythema-
multiforme-pathogenesis-clinical-features-and-diagnosis
https://emedicine.medscape.com/article/1122915-clinical
24. (C)
Comentário:
A paciente apresenta quadro claro de meningite bacteriana por
cocos gram-positivos; nessa situação, a recomendação inicial de
antibioticoterapia é o uso de ceftriaxona e vancomicina. O uso de
corticosteroide está associado a diminuição das complicações
(exemplo: surdez) nas meningites por pneumococo (cocos gram-
positivos aos pares) e Haemophilus, porém tal benefício não foi
observado nas meningites por meningococo. Não há diferença na
mortalidade com uso ou não de corticosteroide. A orientação é
que o corticosteróide seja administrado antes ou conjuntamente à
primeira dose do antibiótico.
Referência Bibliográfica:
Brouwer MC, McIntyre P, Prasad K, van de Beek D.
Corticosteroids for acute bacterial meningitis. Cochrane Database
Syst Rev. 2015 Sep 12;2015(9):CD004405. doi:
10.1002/14651858.CD004405.pub5. PMID: 26362566; PMCID:
PMC6491272.
25. (A)
Comentário:
Nos primeiros cinco dias de sintomas, os exames recomendados
para confirmação de dengue são o NS1 e o isolamento viral por
reação em cadeia de polimerase (PCR). Sorologia por IgM ou IgG
deve ser coletada apenas a partir do sexto dia de sintomas,
quando começa a haver elevação dessas imunoglobulinas.
Hemograma com plaquetas é um exame inespecífico, que não
serve para confirmação laboratorial da dengue, mas que é muito
utilizado para avaliar a evolução ou complicações da dengue.
Referência Bibliográfica:
Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adultos e criança [recurso
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
– 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Atualizado em
18/01/2022.
26. (A)
Comentário:
Os sintomas de pirose e regurgitação juntos têm especificidade
maior que 90% para sustentar a doença do refluxo gastresofágico
e esofagite. Esofagite erosiva e estenose péptica do esôfago
distal são dois diagnósticos anatômicos. Disfagia esofágica,
neoplasia do esôfago e anel esofágico do terço distal têm como
sintoma fundamental, a disfagia esofágica e não pirose e
regurgitação.
Referência Bibliográfica:
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 3ª edição, p. 98,102,
109
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
27. (C)
Comentário:
O hematócrito e a hemoglobina (no hemograma) darão orientação
quanto à urgência de reposição de volume e/ou transfusão
sanguínea, pois o quadro clínico já sugere, anemia aguda com
estado hiperdinâmico e a EDA que realiza o diagnóstico da lesão
e o tratamento se indicado e necessário, que sustentam a
alternativa correta. A endoscopia deve ser realizada até 12 h do
atendimento. Dosagem de enzima hepáticas e biópsia são
inadequados no atendimento de urgência e emergência.
Referência Bibliográfica:
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 3ª edição, p. 3, 517
28. (D)
Comentário:
A presença de linfonodomegalia de crescimento progressivo na
ausência de sinais flogísticos e sorologias negativas para vírus
sugerem lindonodomegalia neoplásica. A presença de perda
ponderal, febre e sudorese definem “sintomas B” na presença de
linfoma. O diagnóstico de linfoma é feito por meio de avaliação
anatomopatológica do linfonodo para avaliação da morfologia das
células e avaliação da arquitetura do linfonodo.
Referência Bibliográfica:
Current Medical Diagnosis and Treatment 2023, Papadakis M,
McPhee S, Rabow M, McQuaid K. Mac Graw Hill Editora.
Tratado de hematologia. Zago MA, Falcão, Pasquini R. Atheneu,
2013.
29. (C)
Comentário:
Trata-se de paciente com quadro agudo de anemia hemolítica
(com icterícia e aumento de reticulócitos, bilirrubina direta e DHL)
com sinais de microangiopatia (plaquetopenia, esquizócitos,
disfunção renal) e disfunção neurológica importante,
característicos de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT).
Púrpura trombocitopênica imune (PTI) cursa com plaquetopenia
isolada, sem outras alterações. A síndrome-hemolítico urêmica
(SHU) é outra microangiopatia trombótica que costuma cursar
predominantemente com acometimento renal grave, sem
alterações neurológicas, e é mais comum em crianças.
Coagulação intravascular disseminada (CIVD) exigiria a presença
de distúrbio generalizado da coagulação, que não parece estar
presente neste caso, onde a única manifestação hemorrágica
evidente são as petéquias em membros inferiores.
Referência Bibliográfica:
Kaushansky K et al. Williams Hematology. 10th ed. New York:
McGraw Hill, 2021. Capítulos 73, 74, 77
7
30. (A)
Comentário:
Por se tratar de uma paciente com quadro de púrpura,
trombocitopenica trombótica (PTT) com alto risco de mortalidade
e que apresenta um grande déficit de proteinase (ADAMTS-13)
quer seja qualitativa quanto quantitativa; faz-se necessária sua
reposição imediata por plasmaférese terapêutico.
Referência Bibliográfica:
HOFFBRAND, A.V.; MOSS, P.A.H. Fundamentos Hematologia. 6
ed. Porto Alegre: Artmed 2013.
ZAGO, M.A; FALCAO, R.P; PASQUINI, R. Tratado de
Hematologia. São Paulo: Atheneu, 2013.
31. (B)
Comentário:
A necrose tubular aguda é um tipo de falência renal aguda que é
comum em pacientes hospitalizados com choque séptico. As
estruturas renais mais afetadas são os túbulos renais, estruturas
que aparecem na imagem histológica. As estruturas indicadas nas
outras alternativas não se encontram na imagem.
Referência Bibliográfica:
Manrique-Caballero, Carlos L., Gaspar Del Rio-Pertuz, and
Hernando Gomez. "Sepsis-associated acute kidney injury." Critical
Care Clinics 37.2 (2021): 279-301.
Gómez, Hernando, and John A. Kellum. "Sepsis-induced acute
kidney injury." Critical care nephrology (2019): 524-533.
32. (D)
Comentário:
Durante a hipoperfusão decorrente de politrauma, o oxigênio não
chega em quantidade suficiente aos tecidos, o que prejudica a
fosforilação oxidativa e, portanto, a oxidação do NADH gerado na
glicólise em NAD+ assim como a geração de ATP. A glicólise
passa a ser então a principal fonte de ATP celular. Para que a
glicólise possa continuar acontecendo, é necessário NAD+. Para
isso, o NADH passa a ser oxidado pela lactato desidrogenase
enzima que transfere elétrons do NADH para o piruvato (produto
final da glicólise) reduzindo-o a lactato e oxidando o NADH a
NAD+
Referência Bibliográfica:
John D Hunter, DIC FRCA and others, Rhabdomyolysis,
Continuing Education in Anaesthesia Critical Care & Pain, Volume
6, Issue 4, August 2006, Pages 141–143.
8 Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
33. (A)
Comentário:
O protocolo de tratamento de crise convulsiva deve seguir uma
sequência pré‐estabelecida, que compreende primeiro fármacos
benzodiazepínicos (primeira linha), depois um agente
antiepiléptico endovenoso (segunda linha) seguido, quando
necessário, por anestésico geral (terceira linha). O principal
benzodiazepínico utilizado é o diazepam e ele age como agonista
de receptor benzodiazepínico, modulando alostericamente o
receptor GABA-A e, assim, potencializando o efeito inibitório
neuronal do ácido gama-aminobutírico (GABA). No Brasil, os
antiepilépticos disponíveis para administração endovenosa e que
compreendem à segunda linha de tratamento incluem a fenitoína
e o fenobarbital. Os anestésicos utilizados na terceira linha
incluem propofol, midazolam e tiopental.
Referência Bibliográfica:
Brasil, Ministério da Saúde, CONITEC. Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas para Epilepsia. 2020. Disponível em
http://antigo-
conitec.saude.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatorio
_PCDT_Epilepsia_CP13_2019.pdf, acessado em 06/07/2023.
Katzung BG. Farmacologia básica & clínica, 13ª edição, Porto
Alegre: AMGH, 2017
34. (B)
Comentário:
O paciente em questão apresenta infecção pelo vírus B, cuja
sorologia e carga viral são compatíveis com o diagnóstico de
infecção crônica HBeAg negativo (antigo portador inativo). Neste
caso, não havendo evidência de que o paciente seja cirrótico, a
conduta é acompanhar, com determinação periódica de carga
viral e ALT. O vírus C não necessita tratamento, uma vez que o
HCV-RNA é indetectável, mostrando que a infecção teve cura
espontânea. A ALT deve estar elevada por alguma outra causa,
que no caso desse paciente pode ser o consumo de álcool.
Referência Bibliográfica:
Ferraz, Schiavon & Silva. Manual de Hepatologia para Clínicos e
Residentes. Editora Atheneu, 1ª Ed, 2018.
PEDIATRIA
35. (A)
Comentário:
No atendimento à saúde do adolescente é importante considerar
o estabelecimento do vínculo de confiança, com atitude
acolhedora e compreensiva. O adolescente precisa perceber que
o profissional de saúde inspira confiança, com atitudes de
respeito e imparcialidade, sem julgamento das questões
emocionais e existenciais do seu paciente. Precisa, também,
estar seguro do caráter confidencial da consulta, mas ficar ciente
também das situações nas quais o sigilo poderá ser rompido. O
adolescente tem o direito de ser atendido sozinho, e é importante
haver esse momento a sós com o adolescente, desde a primeira
consulta, para que ele possa se expressar livremente, sem muitas
interrogações.
Referência Bibliográfica:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_atendime
nto_adolescnte_menina.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_atendime
nto_saude_do_adolescente.pdf
36. (C)
Comentário:
A displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ), anteriormente
conhecida por luxação congênita do quadril, engloba
anormalidades que afetam o quadril do recém-nascido, incluindo
uma forma acetabular anormal (displasia), associada ou não a um
deslocamento parcial (subluxação) ou completo (luxação) da
cabeça femoral.
A DDQ apresenta as primeiras características clínicas no início do
período neonatal e mais tarde, em torno de três meses de idade.
O recém-nascido apresenta certa fragilidade e instabilidade, que
podem se resolver espontaneamente no primeiro mês após o
nascimento, como em 80% dos casos, ou progredir para a
subluxação ou luxação.
A subluxação ou luxação da cabeça do fêmur, com o tempo, não
permite que o acetábulo venha a se desenvolver normalmente,
resultando em padrão previsível de transtorno do crescimento
acetabular. Se não tratada previamente ou tratada
inadequadamente, a DDQ impõe ao paciente um desajuste físico
e funcional para o resto da vida. A complicação mais importante
da DDQ é a necrose avascular da epífise femoral.
Referência Bibliográfica:
Guarniero R, Lage LAA, Luzo CAM, Romano D. Complicações no
tratamento da displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ):
revisão da literatura e princípios de tratamento. Acta Ortop Bras.
1994;2(1):47-9.
37. (B)
Comentário:
O sopro clássico decorrente de insuficiência mitral é
holossistólico, localiza-se em ponta (foco mitral) e irradia para
axila. O BAVT é responsável pela FC baixa que cronicamente
leva à dilatação cardíaca com insuficiência mitral. Há necessidade
de investigar a causa do BAVT (congênito ou adquirido) e como
há sintomas (síncope) há necessidade de avaliação para a
colocação de marcapasso.
O eletrocardiograma é clássico de BAVT com ondas P
dissociadas dos complexos QRS.
Referência Bibliográfica:
Perloff JK. Heart sounds and murmurs: physiological mechanisms.
In: Braunwal E. ed. Heart disease: a textbook of cardiovascular
medicine. 4ª. ed. Philadelphia: Saunders. 1992. p. 43-63.
Bonatto RC, Gonçalves RS, Bandeira LF. Arritmias cardíacas. In:
Hirschheimer MR, Carvalho WB, Matsumoto T eds. Terapia
Intensiva Pediátrica. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018. p. 305
– 24.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
38. (D)
Comentário:
A telarca precoce é definida como o surgimento isolado de
mamas, uni ou bilateral, em meninas, antes da idade cronológica
de oito anos, na ausência de outros sinais puberais, como a
pubarca, sendo uma variante da normalidade. Não é associada a
aceleração da velocidade de crescimento, dos estágios puberais
ou adiantamento da idade da menarca e sem comprometimento
da estatura final.
- Puberdade precoce é definida como o início do desenvolvimento
de caracteres secundários (telarca, pubarca, aumento peniano e
testicular) antes do limite inferior de idade considerado para cada
gênero, ou seja: antes dos oito anos de idade para as meninas e
nove anos para os meninos.
- Adrenarca é o fenômeno fisiológico de maturação das glândulas
suprarrenais, quando a zona reticular do córtex passa a secretar
quantidades aumentadas de andrógenos, principalmente a
dehidroepiandrosterona (DHEA), S-DHEA e a 11-
cetotestosterona. Esse evento ocorre de um a três anos antes do
desencadeamento da puberdade e, embora seja um fenômeno
independente, sua ocorrência é um pré-requisito para o início
puberal. Quando a adrenarca, manifestada principalmente por
pubarca ou odor axilar, tem início antes dos oito anos, em
meninas, e dos nove anos, em meninos, ela é denominada de
adrenarca precoce
- Os tumores da glândula adrenal em crianças são funcionantes
em 94% dos casos. Isso significa que eles secretam hormônios e
é geralmente pelos sinais causados por esse excesso hormonal
que ocorre a suspeita da doença. O mais comum é a secreção de
hormônios androgênicos ("masculinos"), o que pode causar
virilização. O excesso de outros hormônios da glândula adrenal
pode causar hipertensão arterial e a presença do tumor pode ser
percebida pela palpação de uma massa abdominal.
Referência Bibliográfica:
SBP. Adrenarca Precoce e Telarca precoce. Documento científico
do Departamento de Endocrinologia. Sociedade Brasileira de
Pediatria, 2023.
SPSP. Puberdade precoce. Pediatra Atualize-se. Boletim da
Sociedade de Pediatria de São Paulo. ANO 6, Nº 4, 2021.
Disponível em:
https://www.spsp.org.br/site/asp/boletins/AtualizeA6N4.pdf
39. (C)
Comentário:
A icterícia neonatal é uma das principais causas de reinternação
de recém-nascidos em hospitais no período neonatal. No caso
apresentado, paciente encontra-se ictérico após 14 dias de vida
sendo este sempre um sinal de alerta para patologias, além disso,
o RN não recuperou o peso de nascimento e apresenta fezes
esbranquiçadas e urina colúrica colaborando para a possibilidade
de icterícia colestática necessitando de investigação imediata com
coleta de bilirrubina total e frações, se aumento da bilirrubina
direta, iniciar a investigação com US abdominal para
diferenciação entre causa extra e intrahepática. Causas
extrahepáticas são passíveis de tratamento cirúrgico, que, se
instituído precocemente, poderá prevenir lesão permanente do
fígado e melhorar a sobrevida da criança afetada. A mais
frequente causa extra-hepática de colestase neonatal é a Atresia
de Vias biliares que se diagnosticada até a 60º dia de vida e
realizar a cirurgia de Kasai até esta data apresenta melhores
resultados.
Referência Bibliográfica:
Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de Pediatria. 5ª edição.
2021
9
40. (D)
Comentário:
Considerando o quadro como síndrome gripal pela instalação
abrupta de febre, associada a sintomas respiratórios de vias
aéreas superiores, sem acometimento de vias aéreas inferiores e
a idade da criança que se configura como fator de risco para
complicações associadas à síndrome gripal, a melhor conduta é a
introdução de Oseltamivir, uso de sintomáticos e orientação
quanto a sinais de alerta para as complicações a fim de que a
criança seja trazida novamente ao serviço. Além disso, é
imperioso afastá-la da escola para não contaminar os demais.
Referência Bibliográfica:
Informe Técnico DVE/2021- tratamento e quimioprofilaxia do
Infuenzae
Ministério da saúde, Secretaria de vigilância em saúde. Protocolo
de Tratamento de Influezae 2019. Disponível em:
http//portalarquivos.saúde.gov.br/pdf/2019/dezembro/protocolo-
influenzae 2019.
41. (A)
Comentário:
A acanthosis nigricans se associa com a resistência insulínica que
por sua vez aumenta com maior grau de adiposidade. A presença
de esteatose hepática em crianças e adolescentes obesos
(doença hepática gordurosa não alcoólica) tem prevalência
estimada em torno de 35 % e detecção precoce se faz
necessária. No caso acima, pelos níveis pressóricos dentro da
normalidade, não é necessário investigar acometimento de
órgãos alvo: coração (hipertrofia de VE), rins (microalbuminúria),
e também não há clínica de acometimento central para investigar
o Pseudo tumor cerebral (hipertensão intracraniana), outra
comorbidade associada a obesidade.
Referência Bibliográfica:
Shaunak M, Byrne CD, Davis N, Afolabi P, Faust SN, Davies JH.
Non-alcoholic fatty liver disease and childhood obesity. Archives
of Disease in Childhood. 2021;106:3-8.
Nelson Textbook of Pediatrics. 21th Edition, 2020.
10
42. (B)
Comentário:
Trata-se de uma situação em que a suspeita de tuberculose
pulmonar é mandatória e o diagnóstico da tuberculose pulmonar
por sistema de escore é de diagnóstico muito provável (≥ 40
pontos). As manifestações e história clínica são características de
tuberculose pulmonar em menores de 10 anos. A forma pulmonar
difere do adulto, pois costuma ser abacilífera, isto é, negativa ao
exame bacteriológico, pelo reduzido número de bacilos nas
lesões. Na suspeita de tuberculose deve-se procurar a tríade
clássica: redução do apetite, perda de peso e tosse crônica. A
tosse é caracterizada por ser persistente, com mais de duas
semanas de duração, com piora progressiva, diferentemente de
outros casos de tosse crônica nessa fase de vida. O diagnóstico
da TB pulmonar na infância é baseado em uma combinação de
critérios clínicos, epidemiológicos, associados a teste imunológico
não específico de infecção tuberculosa e à radiografia de tórax.
Não existe padrão ouro para seu diagnóstico, nem um algoritmo
diagnóstico universal. Considerando as singularidades do
diagnóstico de TB na criança, o MS recomenda que o diagnóstico
de tuberculose pulmonar em crianças e em adolescentes
(negativos à baciloscopia ou TRM-TB não detectado) seja
realizado com base no sistema de pontuação ou escore, validado
em nosso meio
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual
de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 364 p
43. (B)
Comentário:
Trata-se de uma criança com uma pneumonia comunitária de má
evolução com complicação – derrame pleural. Pelas condições
clínicas relatadas deve ser um empiema e não um derrame
parapneumonico. A conduta inicia-se, nesta sequência, pela
toracocentese para coleta de material para realização de
quimiocitológico, bacterioscopico e cultura. Na sequência deve
ser administrado um novo antibiótico de maior espectro e que
possa ser eficaz contra pneumococos resistentes a ampicilina,
empiricamente, enquanto se aguardam os resultados dos
exames. Confirmando ocorrência de empiema pleural deve ser
realizada a drenagem torácica.
Referência Bibliográfica:
Factors associated with complicated pneumonia in children.
Masarweh K, Gur M, Toukan Y, Bar-Yoseph R, Kassis I, Gut G,
Hakim F, Nir V, Bentur L. Pediatr Pulmonol. 2021 Aug;56(8):2700-
2706. doi: 10.1002/ppul.25468. Epub 2021 May 25.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
44. (C)
Comentário:
Trata-se de paciente com exacerbação de asma com quadro leve.
Nesses casos, basta utilizar salbutamol a cada 20 minutos na
primeira hora. Só se introduz corticoide oral se não houver
resposta terapêutica adequada. Brometo de ipratrópio não está
recomendado.
Referência Bibliográfica:
Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma
Management and Prevention, 2023. Available from:
www.ginasthma.org
45. (B)
Comentário:
A leucemia aguda é o principal tumor na infância, tendo como
principais sintomas: palidez, dores em membros e articulações,
febre, sangramentos, petéquias, hematomas, adenomegalias.
Alguns desses sintomas são mais comuns em doenças mais
prevalentes na infância com infecções ou entidades benignas,
como dores de crescimento. Para o diagnóstico, o exame gold
standart é o mielograma.
Referência Bibliográfica:
O diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil e a atenção
Básica. Instituto Ronald McDonald – 3.ed., 2018
46. (A)
Comentário:
Quadro típico de doença inflamatória intestinal na infância, já que
a paciente apresenta diarreia crônica do tipo inflamatória,
comprometimento pondero-estatural e exames laboratoriais
alterados indicando inflamação ativa. Parasitose do tipo Giardíase
não tem quadro de diarreia com sangue e nem alterações
laboratoriais como as descritas. Síndrome do Intestino Irritável é
uma doença funcional que não tem sangue nas fezes. Na doença
celíaca a criança apresenta diarreia crónica sem presença de
sangue, distensão abdominal, flatulência, episódios de vômitos e
dor abdominal cônica de baixa a moderada intensidade.
Referência Bibliográfica:
Gastroenterologia para Pediatras. Editora Atheneu. Nilton Carlos
Machado e Mary de Assis Carvalho.
Pediatria do Recém-Nascido ao Adolescente. Editora Atheneu.
Ligia Maria Suppo de Souza Rugulo, Joelma Gonçalves Marin,
José Roberto Fioretto e Maria Regina Bentlin.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
47. (C)
Comentário:
Paciente apresenta ITUs de repetição provavelmente secundárias
a desfralde inadequado (estava constipada), evoluindo com
disfunção miccional. A presença de uretra em pião é evidência de
disfunção miccional, sendo que o tratamento para a paciente em
questão deve se basear inicialmente em uroterapia, associado a
fisioterapia de assoalho pélvico (biofeedback e neuro-modulação).
O uso de oxibutinina nesse caso pode agravar a constipação
intestinal, com piora consequente das queixas urinárias. A
doxazosina atua como relaxante de esfíncter uretral e sem
indicação no caso.
Referência Bibliográfica:
Austin PF, Bauer SB, Bower W, et al. The standardization of
terminology of lower urinary tract function in children and
adolescents: update report from the standardization committee of
the International Children’s Continence Society.Neurourol Urodyn.
2016;35(4):471-81.
Bernardes, RP et al. Disfunção vesical e intestinal na infância.
Guia prático de atualização- Departamento Científico de
Nefrologia- Sociedade Brasileira de Pediatria. 2019
48. (D)
Comentário:
Fatores associados a hipertensão arterial: prematuros menores
de 31 semanas, antecedentes familiares de hipertensão, familiar
que apresentou doença cardíaca em idade precoce. A
classificação da hipertensão é estágio 1, o tratamento
medicamentoso está indicado pela alteração no ecocardiograma.
A fisiopatologia da hipertensão arterial nos fatores associados
está relacionada a predisposição genética (genes do
angiotensinogênio) e/ou ativação do sistema renina angiotensina
sendo o inibidor de enzima de conversão de angiotensina a
medicação de escolha para o tratamento. Atua como reno protetor
por diminuição da microalbuminuria.
Referência Bibliográfica:
Flynn JT, Kaelber DC, Baker-Smith CM, Blowey D, Carroll AE,
Daniels SR, et al. Clinical practice guideline for screening and
management of high blood pressure in children and adolescents.
Pediatrics.2017; 140 (3): e20171904.
Departamento científico de Nefrologia da SBP. Hipertensão
arterial na infância e adolescência, Manual de orientação. num 02,
Abril de 2019.
11
49. (C)
Comentário:
Trata-se de uma menina com ganho de peso de causa exógena,
por desequilíbrio entre a ingesta e o gasto energético. Apresenta
deposição abdominal de gordura e sinais clínicos e laboratoriais
de resistência à insulina. Em relação ao exame da tireoide, à
palpação a glândula é normal, porém o TSH > 5 mUI/mL com T4
livre normal, o que caracteriza um TSH limítrofe ou
hipotireoidismo subclínico, associado ao ganho de peso. É
comum uma elevação de TSH associada ao ganho de peso, que
tem vários fatores que podem estar envolvidos, dentre eles a
leptina. Como o TSH está entre 5-10 mUI/mL a conduta é o
seguimento clínico. Não caracteriza hipotireoidismo primário,
franco ou manifesto e não há nenhum indício de autoimunidade,
ou papel da resistência à insulina na alteração tireoidiana e
também não se trata de hipotireoidismo franco (TSH > 10
mUI/mL) e a causa do ganho de peso é provavelmente exógena e
não endógena (causas hormonais ou genéticas de ganho de
peso). Além disso, metformina não é utilizada para alteração
tireoidiana. Os níveis de LDL colesterol, e triglicérides e a idade
não indicam o uso de sinvastatina.
Referência Bibliográfica:
Rodrigues, Marcelo Masruha; Vilanova, Luiz Celso Pereira (eds).
Tratado de neurologia infantil. RIO DE JANEIRO: Atheneu, 2017.
50. (D)
Comentário:
Migrânea em crianças pode ser bilateral. Preenche os critérios
para Migrânea sem aura: pulsátil, duração de 6 horas, foto e
fonofobia, dor moderada
Referência Bibliográfica:
Classificação Internacional das Cefaleias – 3ª edição. Comitê de
Classificação das Cefaleias da Sociedade Internacional de
Cefaleia”. Ed. OMNFARMA- São Paulo- 2019.
12
51. (A)
Comentário:
A pesquisa do reflexo vermelho é o teste de triagem ocular
recomendado antes da alta hospitalar de todos os recém-
nascidos, e deve ser descrito quanto à presença e simetria entre
os olhos e visa identificar condições que alteram a transparência
dos meios oculares. Em um recém-nascido de parto
instrumentado e traumático, como evidenciado pelo edema que
impediu a avaliação do reflexo no primeiro dia de vida e pela
hemorragia conjuntival, a presença de hemorragia retiniana
aparece como causa frequente de alteração do reflexo vermelho.
Embora a popularização da pesquisa do reflexo vermelho se deva
à associação do reflexo branco (leucocoria) com o retinoblastoma,
este é um diagnóstico de exceção no período neonatal. As
coriorretinites são geralmente bilaterais, e pouco provavelmente
comprometeriam a pesquisa do reflexo vermelho de forma
assimétrica, além de não existirem dados na história que sugiram
infecções comumente associadas a lesões retinianas, de maior
importância em nosso meio, a toxoplasmose congênita. A
catarata congênita é uma alteração da câmara anterior do olho,
não sendo objeto de estudo do mapeamento de retina.
Referência Bibliográfica:
Diretrizes de atenção ocular na infância: Detecção e Intervenção
Precoce para a Prevenção de Deficiências Visuais. MINISTÉRIO
DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. 2ª edição. 2016.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_saude_ocul
ar_infancia_prevencao_deficiencias_visuais.pdf
Sensitivity and Specificity of Red Reflex Test in Newborn Eye
Screening.
Sun M, Ma A, Li F, Cheng K, Zhang M, Yang H, Nie W, Zhao B. J
Pediatr. 2016 Dec;179:192-196.e4. doi:
10.1016/j.jpeds.2016.08.048
Sensitivity and specificity of the red reflex in Costa Rican
newborns. Viquez MV, Wu L. Arch Soc Esp Oftalmol (Engl Ed).
2020 Jan;95(1):4-8. doi: 10.1016/j.oftal.2019.10.007
52. (C)
Comentário:
O caso descrito é de um TCE grave (ECG=8) por politraumatismo
com sinais clínicos de hipertensão intracraniana por um
hematoma subdural extenso com efeito de massa e herniação
cerebral direita (exame físico neurológico e sinais vitais alterados
e CT Crânio alterada). Nesta emergência é necessário proceder à
assistência sistematizada do TCE com hipertensão intracraniana:
ABCDE: Via aérea e ventilação controlada para manter
oxigenação e ventilação adequadas, controle da hipertensão
intracraniana com infusão intravenosa de manitol ou solução
salina hipertônica, seguida da drenagem imediata do hematoma.
Não há indicação de corticoide em traumatismo crânio-encefálico.
Furosemida e acetazolamida não têm efetividade no controle de
hipertensão intracraniana.
Referência Bibliográfica:
Capítulo 30: Traumatismo Cranioencefálico e raquimedular.
Nivaldo de Souza e Beatriz Khater. Págimas 279-290. In:
Emergência e Terapia Intensiva Pediátrica 3ª edição. Werther
Brunow de Carvalho, Renato Lopes de Souza e Nivaldo de
Souza. Editora Atheneu. São Paulo 2014.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
53. (A)
Comentário:
O tratamento objetiva diminuir os níveis de glicose lentamente,
sob pena de levar a edema cerebral, não se utilizando insulina em
bolus. A paciente não está em choque e as expansões volêmicas
devem ser cuidadosas, também sob risco de edema cerebral.
Igualmente, o bicarbonato de sódio não é recomendado.
Referência Bibliográfica:
Lassie CN, Queiroz SM e Ribeiro CF. Cetoacidose diabética e
hiperglicemia no paciente gravemente enfermo. In: Fioretto JR et
al eds. UTI Pediátrica. 2a ed. Guanabara Koogan. 2020. P. 191-
207.
54. (B)
Comentário:
Paciente tem sinais de insuficiência respiratória grave e hipóxia
mesmo recebendo oxigênio em dispositivo de alto fluxo. Além
disso, apresenta sinais de choque (taquicardia, hipotensão e
letargia). Portanto, tem indicação de receber suporte ventilatório
invasivo e necessita de intubação orotraqueal. Em pacientes com
instabilidade hemodinâmica, risco de aspiração e franca
insuficiência respiratória, está contraindicado o suporte
ventilatório não invasivo, o suporte ventilatório por cateter nasal
de alto fluxo.
Referência Bibliográfica:
Suporte Avançado de Vida em Pediatria. American Academy of
Pediatrics. American Heart Association, 2021.
Pediatric Fundamental Critical Care Support. Society of Critical
Care Medicine.
SPSP-DC-Segurança-Afogamento. Dez 2020. https://spsp.org.br
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
55. (D)
Comentário:
A fenilcetonúria possui uma grande variedade de manifestações
clínicas e espectro de gravidade cujo fenótipo depende de fatores
genéticos e ambientais. A triagem neonatal é o modo mais eficaz
de diagnosticar a fenilcetonúria. A coleta de sangue deve ser
realizada de 48horas até o quinto dia do nascimento. Os níveis
normais de fenilalanina no teste de triagem variam de 2 a 4 mg/dl.
O diagnóstico inclui: aumento dos níveis plasmáticos pelo menos
em duas amostras diferentes, na ausência de tratamento, e os
níveis de tirosina estão normais ou diminuídos, tendo sido
excluídas hiperfenilalaninemia transitória, deficiências de BH4 e
hiperfenilalaninemia causadas por mutações no gene DNAJC12.
A classificação adotada no protocolo do Ministério da Saúde
inclui: FNC clássica: o paciente apresenta níveis plasmáticos de
fenilalanina acima de 20 mg/dL no diagnóstico (sem tratamento);
FNC leve: o paciente apresenta níveis plasmáticos de fenilalanina
entre 8 mg/dL e 20 mg/dL no diagnóstico (sem tratamento);
Hiperfenilalaninemia não-FNC: o paciente apresenta níveis
plasmáticos de fenilalanina entre 4 mg/ dL e 8 mg/dL no
diagnóstico (sem tratamento); Hiperfenilalaninemia transitória:
Valores inferiores aos da FNC clássica em ausência de mutações
do PAH. Aqueles que apresentarem nível de fenilalanina entre 4
mg/dL e 8 mg/dL (hiperfenilalaninemia não-FNC) serão
acompanhados pelos serviços de referência para monitoramento
semestral da fenilalanina até os 2 anos de idade. Posteriormente,
a periodicidade do monitoramento é anual. No caso de indivíduos
do sexo feminino, realiza-se também o teste de responsividade ao
dicloridrato de sapropterina e orientação sobre prevenção da
embriopatia por FNC materna. Deverão fazer uso de dieta restrita
em fenilalanina todos os pacientes com nível de fenilalanina maior
ou igual a 10 mg/dL em dieta normal e todos os que
apresentarem níveis de fenilalanina entre 8 mg/dL e 10 mg/dL
persistentes (pelo menos em três dosagens consecutivas,
semanais, em dieta normal). Estudos relatam que a manutenção
do aleitamento materno, durante o tratamento, mostrou-se
adequada no controle metabólico e no crescimento das crianças
fenilcetonúricas.
Referência Bibliográfica:
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia,
Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Departamento de
Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/conitec/pt-
br/midias/protocolos/resumidos/pcdt_resumido_fenilcetonuria.pdf
13
56. (B)
Comentário:
A Síndrome do X-Frágil representa uma condição com padrão de
herança ligada ao X, como mostra o heredograma da questão.
Homens com a síndrome do X frágil apresentavam déficits
cognitivos e alterações craniofaciais brandas (macrocefalia na
infância inicial, mandíbula proemi-nente, ponte nasal ampla,
orelhas grandes/protuberantes, íris azul-claras e dobra
epicântica). Outras características incluíam testículos grandes
(macro-orquidismo) após a puberdade, articulações frouxas,
outras alterações esqueléticas e problemas
neurocomportamentais/neuropsiquiátricos.
Essa síndrome é causada por uma mutação dinâmica no gene
FMR1, localizado no braço longo do cromossomo X. Na região 5’
não traduzida desse gene há sequências do trinucleotídeo CGG,
que pode ter um número de repetições variável. Em pacientes
com a síndrome do X frágil, esse número está aumentado (com
mais de 200 repetições) causando o silenciamento do gene
FMR1. O nome dessa síndrome historicamente é decorrente da
observação de que, em pacientes com a síndrome, em
determinadas condições de cultura das células, um dos
cromossomos podia aparecer ao cariótipo com uma região clara
nas cromátides que parecia ser uma quebra. O exame de
microarray cromossômico não permite verificar alteração do
número de cópias dessa região pois esse exame tem um limite
mínimo de resolução. O sequenciamento do gene é dificultado
pela repetição das sequências de trinucleotídeos. Assim, a melhor
forma é determinar os tamanhos dos fragmentos amplificados
englobando a sequência CGG.
Referência Bibliográfica:
Ciaccio et al. Fragile X syndrome: a review of clinical and
molecular diagnoses. Ital J Pediatr 2017 43(1):39. doi:
10.1186/s13052-017-0355-y.
Schaefer, G. Bradley. Genética médica. Porto Alegre: AMGH,
2015, página 97. ISBN 978-85-8055-476-2
57. (A)
Comentário:
Dose única nesta posologia de ivermectina é eficaz para o
tratamento rápido de larva migrans cutânea, infecção parasitária
causada por larvas de ancilostomídeos.
Como possibilidades de diagnóstico diferencial, tem-se: contato
alérgico e urticária -uso da fexofenadina, infecção por fungo
dermatófito - uso da griseofulvina e infestação por ectoparasitas -
uso da deltametrina.
Larva migrans cutânea é causada por larvas das espécies
Ancylostoma caninum,
Ancylostoma brasiliensis adquirida pelo contato da pele com solo
contaminado por fezes de animais (cães e gatos). O tratamento é
realizado com Ivermectina na dose única de 200g/kg; Albendazol
400 mg/dia em dose única ou repetido durante três dias
consecutivos.
Se poucas lesões pode ser usar pomada de Tiabendazol a 5%
três vezes ao dia, durante 10
dias.
Referência Bibliográfica:
Ferreira, Marcelo Urbano. Parasitologia contemporânea / Marcelo
Urbano Ferreira. - 2. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2021.
14
CIRURGIA
58. (C)
Comentário:
Pacientes idosos têm maior risco de complicações pós-
operatórias, incluindo desidtração, atelectasia pulmonar,
tromboembolismo venoso e delirium. O risco é aumentado pela
imobilidade decorrente de cirurgias ortopédicas de membros
inferiores. Esta paciente está desidratada no exame físico e seus
sinais clínicos reforçam essa hipótese. Não há febre para
suspeitar de sepse. Não há edema assimétrico de membros
inferiores para pensar em tromboembolismo. Não há sinais de
deilirium.
Referência Bibliográfica:
Sabiston Tratado de Cirurgia. Townsend et al. Guanabara
Koogan. 2019.
59. (A)
Comentário:
A sutura foi realizada com pontos Donati, em que o ponto entra
longe do bordo com espessura total na derme e volta próximo ao
bordo com espessura parcial na derme.
Referência Bibliográfica:
Surgical Recall, 6ª edição. Lorne H. Blackbourne, capítulo 7, pág.
70-71.
60. (C)
Comentário:
O escore de Alvarado é reconhecido no auxilia a tomada de
decisão em apendicite aguda. O escore elevado apresentado no
enunciado é suficiente para diagnóstico clínico. São critérios de
pontuação no escore: migração da dor, anorexia, náuseas e/ou
vômitos, defesa de parede no quadrante inferior do abdome,
sinais de descompressão brusca (2 pontos), febre, leucocitose (2
pontos), desvio à esquerda. Este paciente apresenta 7 pontos, o
que significa alto risco de apendicite.
Referência Bibliográfica:
Sabiston Tratado de Cirurgia. Townsend et al. Guanabara
Koogan. 2019.
61. (B)
Comentário:
O tratamento não operatório não é recomendado pelo esperado
aumento progressivo do anel herniário em hérnias incisionais. As
técnicas sem tela não devem ser usadas em hérnias incisionais.
O uso de telas é recomendado por apresentar resultados
cirúrgicos significativamente superiores. Fios absorvíveis não
devem ser utilizado, sob risco de recidiva da hérnia.
Referência Bibliográfica:
Sabiston Tratado de Cirurgia. Townsend et al. Guanabara
Koogan. 2019.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
62. (A)
Comentário:
Trata-se de um caso de obstrução digestiva alta, provavelmente
devido a etiologia esofágica sendo os principais diagnósticos o
megaesôfago e neoplasia de esôfago. Pensando na conduta e
diagnóstico, o primeiro exame diagnóstico, a ser pedido deveria
ser a endoscopia digestiva alta que poderia evidenciar a causa da
obstrução, neoplasia, restos alimentares impactados, dilatação
esofágica em caso de megaesôfago avançado, lesões sugestivas
de monilíase e outras alterações endoscópicas. A
eletromanometria poderia ser pedida posteriormente se ficasse a
hipótese de megaesôfago, mas não como primeira opção, assim
como a tomografia de tórax e abdome, também poderia ser
pedida posteriormente para estadiamento em caso de neoplasia.
O exame radiológico também poderia ser pedido e mostraria o
nível de uma possível neoplasia ou grau de um possível
megaesôfago, porém na urgência, não seria a primeira opção até
pelo risco de aspiração do contraste devido a obstrução.
Referência Bibliográfica:
Saad Jr R, Salles RA, Carvalho WR, Maia AM, Castro Filho HF.
Tratado de Cirurgia do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de
Janeiro: Atheneu; 2015.
Carvalho WR, Maia AM, Castro Filho HF. Tratado de Cirurgia do
Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de Janeiro: Atheneu;2015.
63. (C)
Comentário:
Tomografia computadorizada (TC) precoce pode subestimar a
extensão da necrose pancreática e peripancreática porque o
comprometimento da perfusão pancreática e os sinais de necrose
peripancreática evoluem ao longo de 7 dias, portanto, um exame
de TC não deve ser realizado antes de 72h, desde o início dos
sintomas, a fim de classificar a gravidade da doença. CPRE: não
há evidência de colangite, portanto não indicada.
Antibioticotepia profilática: não modifica a evolução. Não
recomendado pela literatura.
Referência Bibliográfica:
James TW, Crockett SD. Management of Acute Pancreatitis in the
First 72 hours. Curr Opin Gastroenterol. 2018; 34(5): 330-335.
Szatmary P, Grammatikopoulos T, Cai W, Huang W, Mukherjee
R, Halloran C et al. Acute Pacreatitis: diagnosis and treatment.
Drug. 2022; 82:1251-1276.
Brizi MG, Perillo F, Cannone F, Tuzza L, Manfredi R. The role of
imaging in acute pancreatitis. Radiol Med. 2021; 126:1017-1029.
64. (D)
Comentário:
Angiotomografia e cintilografia podem demonstrar foco de
sangramento, sendo que a tomografia pode até demonstrar o
local anatômico, porém não é possível fazer procedimento
terapêutico com estes exames. O enema não é terapêutico e é
contraindicado nos quadros de hemorragia. A colonoscopia,
desde que se faça preparo intestinal, pode ser terapêutico por
meio de injeção de substâncias vasoconstritoras ou colocação de
clipes ou aplicação de plasma de argônio, dependendo da
etiologia.
Referência Bibliográfica:
Schwartz - Tratado de Cirurgia, capítulo 29, pág. 1022, 9ª ed.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
65. (A)
Comentário:
Trata-se de um caso de insuficiência respiratória do período
neonatal com quadro radiológico demonstrando alças intestinais
no hemitórax esquerdo (hérnia diafragmática de Bochdalek. A
hérnia de Morgani também apresenta como defeito diafragmático,
porém na região retroesternal. A imagem radiológica apresentada
não é de um quadro de pneumotórax. A hérnia de Spiegel é uma
falha da aponeurose na região antero-lateral do abdome.
Referência Bibliográfica:
Ashcraft – Cirurgia Pediátrica – Elsevier, Sexta edição
66. (D)
Comentário:
Neste caso devido o membro inferior direito apresentar oclusão
arterial aguda não tratada nas primeiras horas a perda da
sensibilidade, motricidade e não apresentar fluxo distal verificado
pelo doppler ITB e pela ultrassonografia a melhor alternativa é a
indicação da amputação primária. A anticoagulação se deve a
formação de trombose venosa secundária a ligadura da veia que
pode evoluir para TEP.
Referência Bibliográfica:
Doenças Vasculares – Maffei, FHA et al 2021.
Consenso da Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular e
Endovascular 2020 (edição em Português) Björck M et al
67. (B)
Comentário:
O paciente não apresenta sintomas clínicos de processo
infeccioso (abscesso pulmonar e pneumonia atípica), nem história
de asma, sinusite e rinite (granulomatose eosinofílica), possui
história de emagrecimento importante e pouco tempo além de
uma carga tabágica elevada (neoplasia pulmonar). No abscesso
pulmonar o principal achado tomográfico é de uma lesão
escavada, com paredes espessadas e com nível hidroaéreo em
seu interior. Na granulomatose eosinofílica (antiga denominação
da Síndrome de Churg-Strauss) os principais achados
tomográficos são o aprisionamento aéreo, infiltrado intersticial
algodonoso difuso em vidro fosco com nódulos centrolobulares ou
subpleurais. O que chama a atenção nesse caso é que após 3
meses de tratamento, não houve nenhuma melhora da imagem
do lado esquerdo.
Referência Bibliográfica:
Venade G, Figueiredo C, Almeida C, Oliveira N, Matos LC.
Eosinophilic granulomatosis with polyangiitis (Churg-Strauss
syndrome). Rev Assoc Med Bras. 2020Jul;66(7):904–Available
from: https://doi.org/10.1590/1806-9282.66.7.904.
Groskin SA, Panicek DM, Ewing DK, et al. Bacterial lung abscess:
a review of the radiographic and clinical features of 50 cases. J
Thorac Imaging. 1991 Jul;6(3):62-7.
Barcello MG. Radiologia do câncer de pulmão. J Pneumologia
[Internet]. 2002Mar;28(2):94–9. Available from:
https://doi.org/10.1590/S0102-35862002000200006.
15
68. (B)
Comentário:
Trata-se de provável pielonefrite obstrutiva associada ao cálculo
ureteral, sendo indicada antibioticoterapia e desobstrução do trato
urinário por passagem de cateter ureteral duplo J ou nefrostomia.
A antibioticoterapia isolada pode não ser efetiva se o trato urinário
não for desobstruído. A cirurgia imediata não é indicada devido ao
risco de manipulação do trato urinário infectado e risco de
septicemia.
Referência Bibliográfica:
Campbell Walsh Wein Urology, 12th Edition, 2020
Alan W. Partin & Roger R. Dmochowski & Louis R. Kavoussi &
Craig A. Peters & Alan J. Wein
2020 ISBN 9780323546423
69. (A)
Comentário:
Trata-se de provável hiperplasia nodular da próstata sintomática.
O uso de alfa-bloqueadores por via oral apresenta melhora
sintomática e da qualidade de vida do paciente. A prostatectomia
radical é tratamento cirúrgico para neoplasia prostática. O uso de
antibióticos e anti-inflamatórios não se enquadra no quadro atual.
Referência Bibliográfica:
Campbell Walsh Wein Urology, 12th Edition, 2020
Alan W. Partin & Roger R. Dmochowski & Louis R. Kavoussi &
Craig A. Peters & Alan J. Wein
2020 ISBN 9780323546423
70. (C)
Comentário:
O padrão ouro para investigação e tratamento dos testículos não
palpáveis é a videolaparoscopia. A descida espontânea de um
testículo não descido pode ocorrer até os 6 meses de idade. A
ultrassonografia, devido a sua baixa sensibilidade, não está
indicada na avaliação de testículos não palpáveis de pacientes
eutróficos. Pode ser útil em pacientes obesos. Testículos retráteis,
que geralmente são bilaterais, são palpáveis e podem ser levados
ao fundo da bolsa testicular com facilidade.
Referência Bibliográfica:
EAU Guidelines. Edn. presented at the EAU Annual Congress
Amsterdam 2020. ISBN 978-94-92671-07-3
Can UrolAssoc J 2017;11(7):E251-60.
http://dx.doi.org/10.5489/cuaj.4585
ArchMedSci 2016; 12, 3: 667–677
16
71. (D)
Comentário:
Paciente idosa portadora de osteoporose que facilita a ruptura do
tecido ósseo (fratura). O tratamento é eminentemente cirúrgico,
com finalidade de se restituir a mobilidade precoce.
Por se tratar de paciente idosa a melhor opção cirúrgica consiste
na implantação de prótese de quadril, com a retirada da cabeça
femoral. A evolução de 48h é fator de piora de prognóstico, uma
vez que há chances aumentadas de interrupção da irrigação
vascular da cabeça femoral.
Referência Bibliográfica:
Sizínio Hebert; Xavier R: Ortopedia e Traumatologia – Princípios e
Prática, Editora Artmed, 2003.
72. (D)
Comentário:
Trata-se de quadro clínico típico da síndrome da hipertensão
intracraniana em escolares, cuja causa frequente é a hidrocefalia;
o exame de tomografia mostra ventrículos laterais dilatados e
transudação transependimária, com compressão e obstrução do
fluxo liquórico na porção posterior do III ventrículo (lâmina
quadrigeminal), onde há lesão expansiva, permitindo, portanto, o
diagnóstico de hidrocefalia obstrutiva.
Referência Bibliográfica:
Kahle KT, Kulkarni AV, Limbrick DD Jr, Warf BC. Hydrocephalus
in children. Lancet. 2016 Feb 20;387(10020):788-99.
73. (B)
Comentário:
Trata-se de uma queimadura de primeiro grau, causada por
queimadura solar. Apesar da extensão maior de 20% de
acometimento, o caso não é classificado como grande queimado.
O tratamento baseia-se em hidratação por via oral e analgesia.
Não há necessidade de internação e há contraindicação ao uso
de antibioticoterapia profilática.
Referência Bibliográfica:
Tratado de Queimaduras no Paciente Agudo
Edmar Maciel, Flávio Nadruz Novaes, Nelson Picollo e Maria
Cristina do Valle Freitas Serra
74. (D)
Comentário:
As imagens evidenciam as seguintes lesões: fratura de
mandíbula, fratura e afundamento de osso frontal, hemorragia
intracraniana frontal e fratura de face com disjunção craniofacial
(Le Fort III).
Referência Bibliográfica:
FELICIANO, D.; MATTOX, K.; MOORE, E. Trauma. 9 ed.
England: McGraw Hill – Medical, 2020.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
75. (B)
Comentário:
O tratamento da conjuntivite bacteriana aguda é feito com colírio
antibiótico de amplo espectro (tobramicina, fluoroquinolonas), e a
posologia de acordo com a droga escolhida. Não é necessário
fazer coleta de material para laboratório, uma vez que os
resultados podem identificar somente microoganismos da flora
normal. Exceção somente para casos complicados, crônicos, ou
que não respondem ao tratamento inicial. O tratamento sistêmico
não é necessário nos casos de conjuntivites da comunidade,
exceto em casos graves ou suspeitos de infecção sistêmica
associada. Água boricada não é recomendada no tratamento de
conjuntivites.
Referência Bibliográfica:
Conselho Brasileiro de Oftalmologia, editor. Série Oftalmologia
Brasileira: Doenças Externas Oculares e Córnea. 3rd ed. Rio de
Janeiro: Cultura Médica-Guanabara Koogan; 2013. Capítulo 10,
Infecções Bacterianas; p.125-33.
76. (A)
Comentário:
O tratamento inicial da cefaleia pós anestesia subaracnoidea
contempla o repouso no leito (pois a posição supina piora a dor
por aumento do extravasamento do líquor, causando diminuição
da pressão liquórica), hidratação (com objetivo de aumentar
produção liquórica), analgésico (para tratar a dor) e cafeína (para
tratamento da vasodilatação reflexa presente nesses casos). Os
antidepressivos tricíclicos, gabapentinoides e betabloqueador são
utilizados na profilaxia da migrânea, mas não no tratamento da
cefaleia pós anestesia subaracnoidea.
Referência Bibliográfica:
Cangiani LM, Cangiani LH, Lutti MN e Esteves, LO.
Raquianestesia: bloqueio subaracnoideo. In: Cangiani LM et al.
Tratado de Anestesiologia. SAESP 9ª Edição, São Paulo: Editora
dos Editores Eireli, 2021. p.1916-17
77. (C)
Comentário:
Exames laboratoriais auxiliam na avaliação do estado clínico, não
contribuindo na elucidação da hipótese diagnóstica. Na UPA não
há ultrassonografia. Na indisponibilidade da tomografia o exame
radiográfico simples é recomendado. A endoscopia digestiva é
realizada como opção de tratamento, não como método
diagnóstico.
Referência Bibliográfica:
Tarasconi A, Coccolini F, Biffl WL, Tomasoni M, Ansaloni L, Picetti
E. Perforated and bleeding peptic ulcer: WSES guidelines. World
J Emerg Surg. 2020;15:3. https://doi.org/10.1186/s13017-019-
0283-9.
Soreide K, Thorsen K, Harrison EM, Bingener J, Moller MH,
Ohene-Yeboah M et al. Perforated peptic ulcer. Lancet. 2015
26;386(10000): 1288-1298. https://doi:10.1016/S0140-
6736(15)00276-7.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
78. (B)
Comentário:
Paciente vítima de trauma, instável hemodinamicamente e com as
imagens evidenciando líquido livre na cavidade peritonial (espaço
hepato-esplênico e fundo de saco). A conduta correta é
Laparotomia exploradora. Não há indicação de encaminhar o
paciente a exames como tomografia, ou mesmo, repetir o FAST
que já evidenciou líquido na cavidade. Paciente instável
hemodinamicamente é uma das contraindicações para
videolaparoscopia.
Referência Bibliográfica:
ATLS. Advanced Trauma Life Support for Doctors. ATLS®. 10.
ed. 2018.
79. (A)
Comentário:
A síndrome de Brown-Séquard é causada pela hemissecção da
medula espinhal, resultando em uma lesão unilateral da
substância branca que contém os tratos sensoriais e motores da
medula. Nesse cenário, a perda de sensibilidade ao toque,
vibração e propriocepção no lado direito do corpo (anestesia tátil
e proprioceptiva) ocorre devido à interrupção do trato
espinotalâmico contralateral, que conduz esses estímulos
sensoriais para o cérebro. Já a perda da sensibilidade à dor e
temperatura no lado esquerdo do corpo (anestesia térmica)
acontece devido à interrupção do trato espinotalâmico ipsilateral.
A fraqueza muscular no lado direito (paresia) ocorre devido à
interrupção das fibras motoras do trato corticoespinhal
contralateral, que controlam os movimentos do lado oposto do
corpo.
Referência Bibliográfica:
Machado, A., & Haertel, L. M. (2013). Neuroanatomia funcional.
Atheneu.
80. (C)
Comentário:
A infecção de ferida cirúrgica é uma complicação potencialmente
séria que pode ocorrer mesmo em cirurgias consideradas limpas.
A bactéria Staphylococcus aureus é um agente frequente de
infeções de pele e tecido mole.
Referência Bibliográfica:
Stevens, Dennis L et al. “Practice guidelines for the diagnosis and
management of skin and soft-tissue infections.” Clin Infect Dis. vol.
41,10 (2005): 1373-406. doi:10.1086/497143
17
 GINECOLOGIA / OBSTETRÍCIA
81. (D)
Comentário:
Em mulheres antes dos 40 anos com tumor de mama papável
devemos pensar em doença benigna da mama. No caso acima,
as características do tumor são benignas (consistência
fibroelástica, regular, dolorosa e móvel à palpação), sendo assim
devemos diferenciar uma lesão sólida de cística, e a
ultrassonografia se faz mandatória neste caso. A descrição do
exame clínico das mamas parece se tratar de um cisto simples ou
espesso de mama.
Referência Bibliográfica:
Frasson A, Novita G, Millen E, Zerwes F et al. Doenças da Mama
- Guia de Bolso Baseado em Evidências - 2a. Edição. Editora
Atheneu. ISBN 978-85-388-0785-8
82. (A)
Comentário:
Na gestação, o ganho de peso recomendado para a gestante
obesa é de 5 a 9 kg. A curva deve permanecer ascendente com
inclinação ascendente semelhante à curva que delimita a parte
inferior da faixa de obesidade.
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica.Atenção ao pré-natal de baixo
risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed. rev.
– Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. –
(Cadernos de Atenção Básica, n° 32)
83. (C)
Comentário:
Em 2 toques sucessivos, não se observa evolução na dilatação,
com intervalo de 2 horas ou mais, na fase ativa, caracterizando a
parada secundária da dilatação. A ruptura da bolsa das águas é
uma das medidas que pode auxiliar na correção.
Referência Bibliográfica:
Tratado de obstetrícia Febrasgo / editores Cesar Eduardo
Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá. - 1. ed. - Rio de Janeiro:
Elsevier, 2019.
84. (B)
Comentário:
Pela interação do estrógeno na qualidade do leite, não devem ser
utilizados métodos combinados (com estrógeno), excluindo as
alternativas com este componente.
Referência Bibliográfica:
Fernandes CE, Silva de Sá MF, eds. Tratado de Ginecologia
Febrasgo. 1ªed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2019.
18
85. (C)
Comentário:
Paciente apresentou eclâmpsia, convulsão pela gravidade da pré-
eclâmpsia, portanto seria necessário estabilizar a paciente e
interromper a gestação para tratamento da patologia obstétrica.
Referência Bibliográfica:
Brasil. Diretrizes de Hipertensão na Gestação. 2022.
86. (A)
Comentário:
Quadro de DMG tratado com mudança do estilo de vida (dieta e
atividade física). A gestante retorna trazendo o controle glicêmico
das últimas duas semanas que mostra mais de 70% das
glicemias alteradas (meta: manter as glicemias de jejum menores
que 95 mg/dL e as pós-prandiais menores que 140 mg/dL (1h) ou
120 mg/dL (2h). Apesar de no caso não se especificar se as
glicemias pós-prandiais são de uma ou duas horas, os valores
estão alterados para os dois. Nesse caso, existe indicação de se
iniciar tratamento medicamentoso, cuja primeira escolha são as
insulinas.
Referência Bibliográfica:
Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no
Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da
Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes. Brasília, DF:
OPAS, 2016. ISBN: 978-85-7967-118-0
Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília,
DF: OPAS, 2019. Organização Pan-Americana da Saúde.
Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes.
ISBN: 978-85-94091-12-3
87. (B)
Comentário:
Trata-se de uma paciente com histórico de dois abortos tardios
nas gestações anteriores, portanto, acima de 12 semanas de
gestação. Frente à hipótese diagnóstica de incompetência
cervical, na idade gestacional atual, com ultrassonografia
morfológica normal e feto vivo, a conduta é a cerclagem uterina
Abortos por trombofilia cursam mais frequentemente com óbito
embrionário/fetal, o diagnóstico é ultrassonográfico, e dependem
de confirmação laboratorial.
Referência Bibliográfica:
Zugaib M. Zugaib Obstetrícia. Barueri: Manole; 2008.
Montenegro CAB, Rezende Filho, J. Rezende Obstetrícia. 11ª ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.
Fernandes CE, Sá MFS. Tratado de obstetrícia FEBRASGO. Rio
de Janeiro: Elsevier; 2019
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
88. (D)
Comentário:
Trata-se de um caso de corioamniorrexe prematura pré-termo
associada à fase ativa do trabalho de parto. Como a gestante
apresenta contrações, a conduta é resolução da gestação. Não
está indicada inibição, a fim de prescrever corticosteroides. O colo
é favorável e, portanto, vale a pena observar e avaliar a evolução
do trabalho de parto antes da prescrição de drogas ocitócicas.
Além disso, há o fator prematuridade como de risco para sepse
neonatal precoce. Assim, recomenda-se a prescrição de penicilina
cristalina até o parto.
Referência Bibliográfica:
Committee on Practice Bulletins-Obstetrics. ACOG Practice
Bulletin No. 188: Prelabor Rupture of Membranes. Obstet
Gynecol. 2018; 131(1): e1-e14.
Centers for Disease Control and Prevention. Prevention of
Perinatal Group B Streptococcal Disease. MMWR 2010; 59(No.
RR-10): 1-36.
89. (D)
Comentário:
A presença de dor, hipertonia uterina e alteração da vitalidade
fetal chama a atenção para o diagnostico de DPP. A gestante
ainda tem presente um fator de risco que é a hipertensão arterial
e no momento podemos caracterizar um pico hipertensivo. A
gestante ainda está taquicárdica, o que fala a favor de que ela
está sangrando e ainda tem a presença de um sangramento
vaginal vermelho escuro para fechar o diagnóstico
Referência Bibliográfica:
Rezende, J. Obstetrícia Fundamental – 14a ed – Rio de Janeiro:
Guanabara, 2018. ISBN 9788527732574
Zugaib, M. Obstetrícia. 3. ed. São Paulo: Manole, 2016. 1348 p.
ISBN 9788520444467
90. (B)
Comentário:
Paciente com quadro clínico de trabalho de parto prematuro,
necessita de transferência para local com UTI neonatal. Até a
transferência, devem-se adotar medidas de inibição do trabalho
de parto (nifedipina) e melhorar resultados adversos neonatais
caso o parto ocorra, utilizando-se corticoide para acelerar a
maturação pulmonar.
Referência Bibliográfica:
BRASIL. Saúde da mulher na gestação, parto e puerpério.
Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
FERNANDES, C.E.; DE SÁ, M.F.S. Tratado de Obstetrícia
FEBRASGO. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
91. (C)
Comentário:
Sorologia IgM e IgG reagentes devem ser interpretadas como
infecção aguda. Em geral, para gestações com idade ≤ 16
semanas, inicia-se espiramicina e deve ser solicitado o teste de
avidez. Caso o resultado do teste seja avidez alta, descarta-se
que a infecção tenha ocorrido nessa gestação. Entretanto, se a
avidez for intermediária ou baixa, considera-se infecção aguda e
se mantem o tratamento e programação de coleta de líquido
amniótico após 18 semanas para PCR do toxoplasma. Mas, no
caso em questão, a paciente possuía exames da gestação prévia
e estes mostraram que essa mulher era imune à toxoplasmose
(IgG+ e IgM-). Sendo assim, o feto atual não corre risco de
transmissão vertical, a espiramicina deve ser suspensa e o
seguimento pode ser mantido no baixo risco.
Referência Bibliográfica:
ANDRADE, J. Q. Toxoplasmose: protocolos durante o pré-natal.
In: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia. Guia prático: infecções no ciclo grávido-puerperal.
São Paulo: FEBRASGO, 2016.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de
alto risco. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2022.
92. (A)
Comentário:
A cardiotocografia é categoria 2 por apresentar taquicardia fetal e
uma desaceleração variável. É suspeita de comprometimento
fetal mas não é indicação de cesárea, exigindo ainda medidas de
recuperação fetal.
Referência Bibliográfica:
Tratado de obstetrícia Febrasgo / editores Cesar Eduardo
Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá. - 1. ed. - Rio de Janeiro :
Elsevier, 2019.
93. (C)
Comentário:
Trata-se de um quadro de amenorreia primária visto que a menina
nunca menstruou. Ela apresenta desenvolvimento de caracteres
sexuais secundários e portanto não pode ter diagnóstico de
Síndrome de Turner ou Swyer (quadros de disgenesia gonadal e
portanto apresentam hipogonadismo, isto não tem
desenvolvimento de caracteres sexuais secundários), nem
Síndrome de Arsheman que é diagnóstico de amenorreia
secundária ( após alguma intervenção no útero) Assim ela pode
ter Síndrome de Rokitansky que tem desenvolvimento de
caracteres sexuais secundários mas apresenta
amenorreia por ter útero rudimentar
Referência Bibliográfica:
Febrasgo. Amenorreia Primária e Secundária. 2018.
www.febrasgo.org.br
19
94. (D)
Comentário:
A histeroscopia cirúrgica nestes casos é a melhor opção na
atualidade, e é possível o exame anatomopatológico e já trata o
sangramento excessivo. O risco de malignização de um pólipo
endometrial é baixo, de 0% a 4,8%. A curetagem uterina, por ser
um procedimento às cegas, nem sempre consegue remover o
pólipo e, quando o faz, permite sua recidiva. A cirurgia de
Wertheim Meigs não se aplica neste caso, pois não é câncer.
Referência Bibliográfica:
FERNANDES, C.E.; DE SÁ, M.F.S. Tratado de Ginecologia
FEBRASGO. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
LIMA,G.R.; GIRÃO, M.J.B.C.; BARACAT, E.C. Ginecologia.
Barueri: Manole, 2009.
NOVAK & BEREK: Tratado de Ginecologia. 15ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
20
95. (B)
Comentário:
Atualmente, as categorias de ASCUS, independente de sua
subclassificação, representam a atipia citológica mais comumente
descrita nos resultados dos laudos citopatológicos do colo do
útero. Segundo dados registrados no Siscolo, em 2013, no Brasil,
esses diagnósticos citológicos representaram 1,6% de todos os
exames realizados e 57% de todos os exames alterados. Este
resultado de exame pode ser manejado na UBS e deve ser
encaminhado para a atenção secundária apenas se dois exames
consecutivos alterados. Portanto há necessidade de
conhecimento do médico generalista em relação ao seguimento
pós citologia alterada na UBS. Recomendações: Diante de um
resultado de exame citopatológico de ASC-US, a conduta na
mulher com 30 anos ou mais será a repetição deste exame num
intervalo de seis meses. Para as mulheres com idade inferior a 30
anos, a repetição do exame citopatológico deverá ser realizada
em 12 meses. Se dois exames citopatológicos subsequentes com
intervalo de seis (no caso de mulheres com 30 anos ou mais) ou
12 meses (no caso de mulheres com menos de 30 anos) forem
negativos, a mulher deverá retornar à rotina de rastreamento
citológico trienal ; porém, se o resultado de alguma citologia de
repetição for igual ou sugestivo de lesão intraepitelial ou câncer, a
mulher deverá ser encaminhada à unidade de referência para
colposcopia . Atualmente, as categorias de ASCUS, independente
de sua subclassificação, representam a atipia citológica mais
comumente descrita nos resultados dos laudos citopatológicos do
colo do útero. Segundo dados registrados no Siscolo, em 2013,
no Brasil, esses diagnósticos citológicos representaram 1,6% de
todos os exames realizados e 57% de todos os exames alterados.
Este resultado de exame pode ser manejado na UBS e deve ser
encaminhado para a atenção secundária apenas se dois exames
consecutivos alterados. Portanto há necessidade de
conhecimento do médico generalista em relação ao seguimento
pós citologia alterada na UBS. Recomendações: Diante de um
resultado de exame citopatológico de ASC-US, a conduta na
mulher com 30 anos ou mais será a repetição deste exame num
intervalo de seis meses . Para as mulheres com idade inferior a
30 anos, a repetição do exame citopatológico deverá ser realizada
em 12 meses. Se dois exames citopatológicos subsequentes com
intervalo de seis (no caso de mulheres com 30 anos ou mais) ou
12 meses (no caso de mulheres com menos de 30 anos) forem
negativos, a mulher deverá retornar à rotina de rastreamento
citológico trienal ; porém, se o resultado de alguma citologia de
repetição for igual ou sugestivo de lesão intraepitelial ou câncer, a
mulher deverá ser encaminhada à unidade de referência para
colposcopia .
Referência Bibliográfica:
DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA O RASTREAMENTO DO
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO. 2ª edição revista, ampliada e
atualizada. Rio de Janeiro, RJ. INCA, 2016
96. (A)
Comentário:
O diagnóstico do estado de menopausa é clínico baseado na
idade superior a 45 anos e ausência de menstruações acima de
12 meses. A solicitação de dosagem hormonal está indicada em
mulheres abaixo dos 40 anos. Não há indicação de avaliação pela
ultrassonografia pélvica.
Referência Bibliográfica:
Tratado de Ginecologia - FEBRASGO - São Paulo: Elsevier;
2018.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
97. (A) 100. (D)

Comentário:
Os crescentes efeitos hormonais e as alterações nos tecidos
musculares locais podem afetar o mecanismo de continência já
durante a gravidez. A menor atuação dos músculos do assoalho
pélvico também influencia nesse mecanismo e a incontinência
pode atingir cerca de 50% das mulheres no terceiro trimestre
gestacional. Por volta de 19% das puérperas, que tem parto
vaginal a termo, apresentam essa condição devido à perda
significante da capacidade de contração da musculatura do
assoalho pélvico por denervação parcial. A Sociedade
Internacional de Continência (ICS) recomenda que as gestantes
façam acompanhamento com um profissional para fortalecer a
musculatura do assoalho pélvico no pré-natal, a fim de prevenir a
incontinência urinária na gestação e pós-parto. A Fisioterapia para
a incontinência urinária deve ser a primeira terapêutica
empregada
Referência Bibliográfica:
https://www.gov.br/conitec/pt-
br/midias/protocolos/publicacoes_ms/pcdt_incontinencia-urinria-
no-neurognica_final_isbn_20-08-2020.pdf
98. (C)
Comentário:
O câncer de ovário é uma doença silenciosa e em seus estágios
iniciais não costuma apresentar sintomas específicos. À medida
que o tumor cresce, pode causar inchaço no abdômen, dor no
abdômen; dores na região pélvica, nas costas ou nas pernas,
náuseas, indigestão, gases, funcionamento anormal do intestino
(prisão de ventre ou diarreia), fadiga constante, perda de apetite e
de peso sem razão aparente, sangramento vaginal anormal,
especialmente depois da menopausa, aumento na frequência
e/ou na urgência de urinar. Não existe um exame específico para
o rastreamento do câncer de ovário (como o Papanicolau para
câncer de colo de útero ou mamografia para câncer de mama).
Por esta razão, e associado ao fato de os sintomas do câncer de
ovário serem facilmente confundidos com outras doenças e
condições de saúde menos graves, seu diagnóstico é realizado
em fase avançada da doença. Os sintomas combinados que
despertam o sinal de alerta de especialistas são o inchaço e a dor
no abdômen, a perda de apetite e de peso, a fadiga e a mudança
no funcionamento do intestino e do trato urinário.
Diante desse quadro, serão realizados exame clínico ginecológico
e exames laboratoriais e de imagem do abdômen (que ajudam a
identificar a presença de ascite – e a extensão da doença em
mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal). Caso
haja suspeita de câncer de ovário, é feita uma avaliação cirúrgica.
Também deve ser realizado exame de tórax (raio X ou tomografia
computadorizada que auxilia na detecção de derrame pleural,
presença de metástases pulmonares ou outras alterações).
Comentário:
A única característica indicativa de malignidade é a ruptura da
membrana basal. As demais características podem ser
encontradas em lesões benignas.
Referência Bibliográfica:
Kumar V, Abbas AK, Aster JC. Robbins Patologia básica. 2021.
SAÚDE COLETIVA
101. (C)
Comentário:
O Sistema Único de Saúde é organizado por princípios (ou
princípios doutrinários), que são:
• Universalidade: Todos têm direito à saúde e acesso, sem
discriminação, a todas as ações e serviços de saúde
oferecidos pelo sistema.
• Integralidade: tratar todas as dimensões do processo
saúde-doença, oferecer ações e serviços para
promoção, prevenção, proteção e recuperação.
• Equidade: Prioriza diminuir as desigualdades, favorecer
o maior atendimento e o maior investimento onde há
maior necessidade.
E diretrizes (ou princípios organizativos), que são:
• Descentralização, regionalização, hierarquização e
participação comunitária.
Considerando o caso acima, o usuário teve o primeiro acesso ao
sistema, porém a ausência de classificação de risco significou que
outras pessoas que chegaram antes foram atendidas antes dele,
independentemente de necessitarem mais ou não, o que fere o
princípio da equidade.
Referência Bibliográfica:
VASCONCELOS, C. M. V.; PASCHE, D. F.O Sistema Único de
Saúde. In: CAMPOS, G. W. S.; BONFIM, J. R. A.; MINAYO, M. C.
S.; AKERMAN, M.; JÚNIOR, M. D.; CARVALHO, Y. M. (Eds.).
Tratado de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: Hucitec, 2017. p.531–
62.

Referência Bibliográfica:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/ovario

99. (B)

Comentário:
Trata-se de vulvovaginite de repetição, sendo recomendado
tratamento com fluconazol via oral 3 doses, seguido de fluconazol
via oral semanal por 6 meses.

Referência Bibliográfica:
Fernandes CE, Silva de Sá MF, eds. Tratado de Ginecologia
Febrasgo. 1ªed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2019.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023 21
102. (A)
Comentário:
A organização da RAS tendo a Atenção Primária à Saúde (APS)
como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, se
apresenta como um mecanismo de superação da fragmentação
sistêmica; são mais eficazes, tanto em termos de organização
interna, quanto em sua capacidade de fazer face aos atuais
desafios do cenário socioeconômico, demográfico, epidemiológico
e sanitário.
As demais alternativas estão incorretas porque as Atenções
Secundárias, Terciárias e Quaternárias não são coordenadoras
do cuidado em rede.
Referência Bibliográfica:
Nakata LC, Feltrin AF dos S, Chaves LDP, Ferreira JBB. Conceito
de rede de atenção à saúde e suas características-chaves: uma
revisão de escopo. Esc Anna Nery [Internet].
2020;24(2):e20190154. Available from:
https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0154
Portaria n. 4.279, 30 de dezembro de 2010. Estabelece Diretrizes
para a organização da rede de atenção à saúde no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), 2010. Disponível em:
https://conselho .saude.gov.br/ultimas noticias.
103. (D)
Comentário:
Cálculo da taxa de letalidade = número de óbitos dividido pelo
número de casos, em um determinado período. A taxa de
letalidade avalia o número de mortes em relação às pessoas que
apresentam a doença ativa, e não em relação à população toda,
ou seja, mede a porcentagem de pessoas infectadas que evoluem
para óbito.
Referência Bibliográfica:
ROUQUAYROL, M Z; GURGEL, M. Rouquayrol: epidemiologia e
saúde. Medbook, 2021.
MEDRONHO RA. Epidemiologia. 2ª ed. São Paulo: Atheneu,
2010.
104. (D)
Comentário:
A educação popular em saúde é uma importante estratégia para
promoção de saúde e de prevenção de doenças crônicas como
Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus. Programas
educativos em saúde, quando planejados a partir da realidade de
vida do público-alvo, têm maior probabilidade de sucesso, pois
aumentam o conhecimento geral sobre a doença, melhorando o
autocuidado.
Referência Bibliográfica:
BRASIL. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença
crônica. Brasília: Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção
Básica, n. 35, 2014
Machado Reys Rocha, M. de F., Canuto Wanderley, F. A., & dos
Santos, A. A. (2021). Programa educativo na prevenção de
doenças crônicas não transmissíveis: diabetes e hipertensão
arterial. Ensino, Saúde E Ambiente, 13(3), 94-109.
22
105. (B)
Comentário:
Espera-se que o respondente identifique material particulado em
suspensão (MP), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2) e
dióxido de enxofre (SO2) como poluentes atmosféricos
associados a doenças cardiorrespiratórias. Embora a poluição do
ar possa agravar os sintomas das afecções respiratórias, não é a
principal causa da febre do feno ou rinite alérgica sazonal, que é
uma reação alérgica ao pólen de plantas durante determinadas
épocas do ano. Infecções gastrointestinais, parasitoses estão
mais relacionadas à riscos ambientais como contaminação do
solo, água e alimentos. Dermatomicoses não tem relação com
poluição atmosférica.
Referência Bibliográfica:
Rego RF, Barreto ML. Capítulo 33: Epidemiologia Ambiental. Em:
Epidemiologia & Saúde Fundamentos, Métodos e Aplicações. 1ª
ed. [Reimpr.] - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017.
106. (A)
Comentário:
Investigar os comunicantes é uma estratégia de vigilância com a
finalidade de identificar indivíduos assintomáticos, prevenir a
disseminação da doença e evitar possíveis surtos.
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde.
Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Modo de acesso: World Wide
Web:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude
_5ed.pdf ISBN 978-65-5993-102-6
107. (C)
Comentário:
O caso é de dor lombar baixa provocada ou agravada pelo
trabalho (horas extras, trabalho com máquina roçadeira que pesa
em torno de 10 kg, em período integral). É compatível com
LER/DORT, condição de notificação compulsória no SINAN.
Não se trata de lumbago com ciática por não ter irradiação para
membros inferiores e apresentar Lasègue negativo. Afastamento
é parte importante do tratamento, em caso de dor lombar
relacionada ao trabalho. Neste caso, o afastamento deve ser mais
prolongado do que 5 dias.
Tomografia computadorizada não é exame de imagem indicado
para este caso.
Cinta lombar não é indicada para caso de dor lombar crônica
agudizada.
Referência Bibliográfica:
https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/dor-lombar/unidade-
de-atencao-primaria/avaliacao-conduta/#pills-anamnese
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/protocolo-
complexidade-diferenciada-dor-relacionada-trabalho
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
108. (D)
Comentário:
Ensaios clínicos randomizados são o padrão de excelência para
estudos científicos dos efeitos do tratamento. Caracterizam-se
pela distribuição aleatória dos participantes do estudo para
aplicação de uma intervenção comparada a outra
intervenção/grupo controle. Os grupos são acompanhados por um
período de tempo e analisados por desfechos específicos,
definidos no início do estudo. É ideal para avaliação de
intervenções terapêuticas.
Referência Bibliográfica:
Tomicki C, Zanini SCC, et al. Efeito de um programa de exercícios
físicos no equilíbrio e risco de quedas em idosos
institucionalizados: ensaio clínico randomizado. Rev. bras. geriatr.
gerontol. 19 (03) • May-Jun 2016 • https://doi.org/10.1590/1809-
98232016019.150138. Rio Janeiro. Versão on-line ISSN: 1981-
2256
Fletcher G.S. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Ed 6.
Artmed editora, Porto Alegre, 2021
109. (A)
Comentário:
A rede de atenção primária à saúde deve colaborar na
preparação ao período epidêmico de dengue, executando as
seguintes ações:
Orientar o desenvolvimento do autocuidado de forma permanente
nas comunidades, o acesso à informação e as ações de
educação em saúde para a prevenção de arboviroses. Criar
estratégias de realização de busca ativa dos usuários vinculados
à área de abrangência da unidade (casos novos e pacientes
faltosos no retorno programado). Acompanhar evolução dos
casos, por meio de visita domiciliar, consulta de enfermagem,
contato telefônico ou visita do agente comunitário de saúde. Criar
estratégias que garantam a hidratação oral na sala de espera a
todos os pacientes acolhidos, com atenção contínua e
permanente. Notificar casos suspeitos de arboviroses e manter
fluxo de informação diária para a vigilância epidemiológica.
Integrar ações dos agentes comunitários de saúde e agentes de
combate às endemias a fim de planejar intervenções de
enfrentamento aos focos/criadouros em áreas com grande
incidência
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Plano
de contingência para resposta às emergências em Saúde Pública
por dengue, chikungunya e Zika [recurso eletrônico] / Ministério
da Saúde, Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/dengue/plano-de-contingencia-para-
resposta-as-emergencias-em-saude-publica-por-dengue-
chikungunya-e-zika
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
110. (C)
Comentário:
Direitos trabalhistas da gestante: • Licença-maternidade de 120
(cento e vinte) dias para gestantes com carteira de trabalho
assinada. • Não ser demitida enquanto estiver grávida e até cinco
meses após o parto, a não ser por justa causa. • Mudar de função
ou setor em seu trabalho, caso ele apresente riscos ou problemas
para sua saúde ou a saúde do bebê. Para isso, apresente à sua
chefia um atestado médico comprovando que você precisa mudar
de função ou setor. • Receber DECLARAÇÃO DE
COMPARECIMENTO sempre que for às consultas de pré-natal
ou fizer algum exame. Apresentando essa declaração à sua
chefia, você terá a ausência justificada no trabalho. • Até o bebê
completar seis meses, você tem o direito de ser dispensada do
trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora ou um
período de uma hora, para amamentar. • Licença de cinco dias
para o pai logo após o nascimento do bebê. A LEI No 14.443, DE
2 DE SETEMBRO DE 2022, trouxe alterações sobre as condições
para esterilização no âmbito do planejamento familiar. Entre as
alterações estão a redução da idade critério para esterilização de
25 anos para 21 anos, a possibilidade da esterilização ocorrer no
período do parto desde que manifestado o desejo pelo
procedimento há no mínimo 60 dias, e a suspensão da
necessidade do consentimento do cônjuge.
Referência Bibliográfica:
Caderneta da gestante, 8ª ed. Brasília, 2023. MINISTÉRIO DA
SAÚDE Secretaria de Atenção Primária à Saúde Departamento
de Gestão do Cuidado Integral Coordenação de Atenção à Saúde
da Mulher SRTVN. A coleção institucional do Ministério da Saúde
pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
Ministério da Saúde: bvsms.saude.gov.br. Tiragem: 8ª edição –
2023 – versão eletrônica BY NC ND Elaboração. Site:
http://www.saude.gov.br
LEI No 14.443, DE 2 DE SETEMBRO DE 2022, LEI No 10.421,
DE 15 DE ABRIL DE 2002., LEI No 13.509, DE 22 DE
NOVEMBRO DE 2017, LEI No 11.770, DE 9 DE SETEMBRO DE
2008.
111. (D)
Comentário:
Como esta criança apresenta IMC entre o Z-escore +1 e Z-escore
+2 na curva da OMS 2006, o diagnóstico é de risco de sobrepeso.
IMC para Idade 2 a 5 anos: Obesidade > escore-z +3; Sobrepeso
> escore-z +2 e ≤ escore-z +3; Risco de sobrepeso > escore-z +1
e ≤ escore-z +2; Eutrofia ≥ escore-z -2 e ≤ escore-z +1
A criança também possui erros alimentares devendo-se orientar
práticas de alimentação saudável e atividade física, além de
retornos regulares para vigilância à saúde.
Referência Bibliográfica:
GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro C.; DIAS, Leda C.
Tratado de Medicina de Família e Comunidade, Princípios,
formação e prática, segunda edição, capítulo 112. Artmed. 2018
MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Saúde Materno Infantil Coordenação-Geral de
Saúde Perinatal e Aleitamento Materno. Caderneta da criança:
passaporte da cidadania. Brasília/DF Site: www.saude.gov.br . 5ª
edição – 2022 – versão eletrônica
DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E
SAUDÁVEL - Ministério da
Saúde - 2015.
Guia Alimentar para a População Brasileira - Ministério da Saúde
- 2014.
23
112. (D)
Comentário:
Embora se entenda a necessidade de controle dos insumos
dispensados, é fundamental que a burocracia não comprometa a
qualidade do atendimento. Dessa forma, o acesso aos
preservativos e aos testes de gravidez deve ser o mais
abrangente e simples possível, favorecendo as ações de
contracepção, prevenção das DST e acesso precoce ao pré-natal.
Alguns exemplos de ações interinstitucionais no âmbito local
podem ser:
• as escolas podem divulgar para seus alunos todos os
serviços disponíveis oferecidos pelas unidades de saúde
da comunidade;
• os profissionais das unidades de saúde podem apoiar as
atividades de educação sexual realizadas nas escolas,
disponibilizando preservativos e garantindo acesso ágil a
exame ginecológico, teste de gravidez.
Referência Bibliográfica:
Selau, Bruna Lima et al. Estratégias para potencialização das
ações de promoção da saúde com crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade. Interface - Comunicação, Saúde,
Educação [online]. 2021, v. 25 [Acessado 3 Julho 2023], e210235.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/interface.210235>. Epub
06 Ago 2021. ISSN 1807-5762.
https://doi.org/10.1590/interface.210235.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Saúde integral de adolescentes e jovens: orientações para a
organização de serviços de saúde / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Editora do Ministério
da Saúde, 2007.
113. (B)
Comentário:
De acordo com o material do curso SUPERA (Sistema para
detecção do Uso abusivo e dependência de substâncias
Psicoativas: Encaminhamento, intervenção breve, Reinserção
social e Acompanhamento) Senad/Ministério da Justiça, 2017, a
prevenção secundária é uma “intervenção realizada quando já
existe uso da droga; seu objetivo é evitar a progressão do
consumo e minimizar os prejuízos relacionados ao uso,
independente da confirmação a partir de instrumentos de triagem
e rastreamento de pacientes para uso abusivo de álcool (como o
CAGE, aplicado pela enfermeira na abordagem).
Referência Bibliográfica:
https://portal.wemeds.com.br/escala-cage-consumo-de-alcool-
alcoolismo/
Intervenção Breve: módulo 4. – 11. ed. – Brasília: Secretaria
Nacional de Políticas sobre Drogas, 2017. 118 p. – (SUPERA:
Sistema para detecção do Uso abusivo e dependência de
substâncias Psicoativas: Encaminhamento, intervenção breve,
Reinserção social e Acompanhamento / Organizadoras Paulina
do Carmo Arruda Vieira Duarte, Maria Lucia Oliveira de Souza
Formigoni).
Paz Filho GJ da, Sato LJ, Tuleski MJ, Takata SY, Ranzi CCC,
Saruhashi SY, et al.. Emprego do questionário CAGE para
detecção de transtornos de uso de álcool em pronto-socorro. Rev
Assoc Med Bras [Internet]. 2001Jan;47(1):65–9. Available from:
https://doi.org/10.1590/S0104-42302001000100032
24
114. (C)
Comentário:
O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é
o exame citopatológico (exame de Papanicolaou), que deve ser
oferecido às mulheres ou qualquer pessoa com colo do útero, na
faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual
(BRASIL, 2016). Isso pode incluir homens trans e pessoas não
binárias designada mulher ao nascer (CONNOLLY, HUGHES,
BERNER; 2020; WHO, 2021).
O rastreamento de mulheres portadoras do vírus HIV ou
imunodeprimidas constitui uma situação especial, pois, em função
da defesa imunológica reduzida e, consequentemente, da maior
vulnerabilidade para as lesões precursoras do câncer do colo do
útero, o exame deve ser realizado logo após o início da atividade
sexual, com periodicidade anual após dois exames normais
consecutivos realizados com intervalo semestral. Por outro lado,
não devem ser incluídas no rastreamento mulheres sem história
de atividade sexual ou submetidas a histerectomia total por outras
razões que não o câncer do colo do útero.
Referência Bibliográfica:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-
saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes/deteccao-
precoce
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de
Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes
brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. – 2.
ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016.
CONNOLLY, Dean; HUGHES, Xan; BERNER, Alison. Barriers
and facilitators to cervical cancer screening among transgender
men and non-binary people with a cervix: A systematic narrative
review. Preventive Medicine, Volume 135, 2020.
115. (A)
Comentário:
A família pode ser um fator de risco ou protetor para o uso de
substâncias. Ter familiares próximos que usam substâncias
também aumenta o risco de uso. Pesquisas mostram que o
monitoramento próximo dos pais sobre o desenvolvimento dos
filhos e o bom vínculo entre eles é importante fator protetor em
relação ao uso de drogas. Há evidência de fatores de risco
genéticos: filhos de pais dependentes de álcool e/ou drogas têm
quatro vezes mais risco de se tornarem dependentes. Uma série
de estudos realizados com gêmeos aborda a questão da
hereditariedade dos transtornos relacionados ao uso de drogas.
Um estudo norte-americano com gêmeos mono e dizigóticos, em
tratamento para uso de álcool e/ou drogas, apontou que fatores
tanto ambientais como genéticos contribuem para o uso e a
dependência de drogas ilícitas. A hereditariedade estimada foi
maior para o uso/dependência de cocaína, estimulantes,
maconha e álcool, enquanto os fatores ambientais contribuíram
mais para o uso inicial e ocasional dessas drogas.
Referência Bibliográfica:
Diehl, Alessandra, Daniel Cordeiro, and Ronaldo Laranjeira.
Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas.
Artmed Editora, 2018.
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
116. (B)
Comentário:
Úlcera em região maleolar, medial e lateral; temperatura corporal
preservada, dolorosa, pulsos e sensibilidade presentes apontam
para etiologia venosa. Úlceras venosas tem como indicação de
cuidados: terapia compressiva adequada e o tratamento local que
inclui o uso de técnicas básicas de tratamento de feridas
(desbridamento, curativos) que minimizam a infecção e facilitam a
cicatrização, mas também abordam problemas que afetam o bem-
estar do paciente, como estética, odor, sangramento, coceira,
excesso de exsudato e dor. Presença de pulso descarta
possibilidade de etiologia isquêmica. Úlcera infecciosa pode se
acompanhar de achados de reação inflamatória (calor, rubor,
pus). Úlcera neuropática geralmente ocorre em paciente
diabéticos após traumas não percebidos.
Referência Bibliográfica:
Wound Healing Society (2016) Update on guidelines for venous
ulcers.
GUSSO, Gustavo, LOPES, Mauro C. Tratado de Medicina de
Família e Comunidade, Princípios, Formação e Prática. 2ª edição,
capítulo 199. Artmed. 2018.
Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas
em evidências / Organizadores / Bruce B. Duncan et al. 4. ed.-
Porto Alegre: Artmed, 2013.
117. (D)
Comentário:
A polifarmácia constitui um dos problemas mais comuns nos
cuidados continuados do idoso que, em geral, está tratando mais
de um problema de saúde ao mesmo tempo. Há também uma
outra polifarmácia, a daqueles pacientes que acrescentam
medicações de venda livre por própria conta. Na polifarmácia são
comuns as reações adversas e as respostas indesejadas a um
determinado medicamento, mesmo se utilizado em doses
normais. Elas podem acontecer a qualquer pessoa, mas nos
idosos representam um importante problema de saúde, seja pela
frequência com que ocorrem, seja pela gravidade que podem
assumir. As reações adversas podem acontecer com
medicamentos prescritos pelo médico, mas com maior frequência
com os tomados sem prescrição. As interações medicamentosas
indevidas ocorrem quando um medicamento influencia a ação de
outro de forma negativa. No caso, o uso de diclofenaco, AINE, é
contraindicado para pacientes com crises de asma, urticária ou
rinite aguda, pois apresentam atividade inibidora da
prostaglandina-sintetase. Antes de se alterar uma conduta
medicamentosa é necessário que o médico tenha conhecimento
de todas as medicações que estão sendo usadas pelo paciente.
Referência Bibliográfica:
www.gov.br – Uso racional de Medicamentos – Ministério da
saúde
Teste de Progresso NIEPAEM – setembro/2023
118. (B)
Comentário:
No indivíduo assintomático, recomenda-se utilizar como critério de
diagnóstico de DM a glicemia plasmática de jejum maior ou igual
a 126 mg/dL, a glicemia duas horas após uma sobrecarga de 75 g
de glicose igual ou superior a 200 mg/dL ou a HbA1c maior ou
igual a 6,5%. É necessário que dois exames estejam alterados.
Se somente um exame estiver alterado, este deverá ser repetido
para confirmação.
Referência Bibliográfica:
Cobas R, Rodacki M, Giacaglia L, Calliari L, Noronha R, Valerio
C, Custódio J, Santos R, Zajdenverg L, Gabbay G, Bertoluci M.
Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2.
Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI:
10.29327/557753.2022-2, ISBN: 978-65-5941-622-6.
https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-
diabetes-tipo-2/
119. (C)
Comentário:
Reações do TIPO III ou “Reação de Arthus” – é a reação oriunda
da formação e depósito de imunocomplexos em determinados
tecidos, causando vasculite e eventual necrose tecidual. A
“Reação de Arthus” localizada caracteriza-se por eritema intenso,
enduração e edema no local de vacinação, acompanhada de dor
importante e dificuldade de movimentação do membro, podendo
em casos raros evoluir com a formação de bolhas de conteúdo
seroso. Apresentam início tardio, entre 6 h a alguns dias após a
vacinação e duração mais prolongada, 7-14 dias, sendo também
mais frequentes em pessoas acima de 60 anos ou após a
revacinação precoce, associadas a presença de altos títulos de
anticorpos contra os sorotipos vacinais (gerados por vacinação ou
infecção prévias). Dentre as reações de hipersensibilidade
relacionadas a vacinas, a “Reação de Arthus” tem sido na prática
a mais frequentemente observada, principalmente com as vacinas
anti-pneumocócicas (polissacarídica e conjugada) e as vacinas
contendo o toxóide tetânico (como a dT).
Devido ao seu aspecto inflamatório intenso, esta reação pode ser
confundida com celulite e tratada com antibióticos e até mesmo
internação hospitalar, o que acaba protelando sua resolução, uma
vez que o tratamento mais indicado não aplicado. É normalmente
autolimitada e a conduta mais adequada é a aplicação de
compressas geladas nos dois primeiros dias e uso de medicação
anti-histamínica via oral.
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual
de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 3. ed.
– Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
Ref: https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/pinkbook/safety.html /
http://vaccine-safety-training.org/risk-perception.html /
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK236294/
25
120. (A)

Comentário:

A distribuição das frequências ocorreu de modo assimétrico, com

um dos dados muito mais alto do que a maioria. Isso faz com que
a média seja atraída no sentido dos valores deste dado aberrante,
não refletindo a tendência central. Neste caso, a mediana será
mais útil para indicar a tendência central, pois é menos afetada
pela ocorrência de valores extremos. A moda também poderia ser
usada, porém neste caso há três valores para moda.

Referência Bibliográfica:
CURI, Paulo R. Metodologia e análise da pesquisa em ciências
biológicas. Tipomic, 1998.
Fletcher G.S. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Ed 6.
Artmed editora, Porto Alegre, 2021

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