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DEFINIÇÃO: Coloração amarelada da pele, escleróticas e • 80% é oxidado no cólon a estercobilinogênio → excretado

mucosas consequente à impregnação do pigmento biliar – nas fezes (cor acastanhada)


bilirrubina – (afinidade por tecido elástico), clinicamente • 20% é absorvido no íleo e cólon, retornando ao fígado –
detectada quando os níveis séricos superarem 2 mg/100ml reexcretado com a bile (circulação entero-hepática)

Valores de referência • Em fezes normais de um indivíduo adulto terá uma mistura


• Bilirrubina Total: 0,2 a 1,2 mg/dL de urobilinogênio (incolor) + urobilina (laranja – produto de
• Direta ou conjugada: ± 0,1 - 0,3mg/dL (30%). oxidação)
• Indireta ou não-conjugada± 0,1 - 0,9 mg/dl (70%).
BILIRRUBINA DIRETA X BILIRRUBINA INDIRETA
BILIRRUBINA
• Pigmento orgânico, resultado da degradação do anel de
porfirina do heme.
• Tetrapirrólica → Cadeia de quatro anéis pirrólicos ligados
por três pontes de carbono.
• Lipossolúvel
• Excreção hidrossolúvel

METABOLISMO E FONTES DA BILIRRUBINA


• Em adultos e diariamente, HIPERBILIRRUBINEMIA
• 1% GV → Degradação de 7g de Hb : Causas
• 250mg de bilirrubina + 24 mg de Fe + 6,7g de globina. • Aumento da produção: hemólise
• Fígado é capaz de conjugar até 3x essa taxa diária. • Diminuição da captação: drogas/sepse
• É o principal produto de degradação do heme • Diminuição da conjugação: neonatal/sepse
• Diminuição da excreção: alteração no fluxo biliar –
TRANSPORTE DA BILIRRUBINA colestases, intra ou extra-hepático
• Medicamentos que competem com a ligação à albumina:
sulfonamidas e salicilatos FATORES ETIOLÓGICOS
• Tem afinidade pelo tecido nervoso: recém-nascidos com
altas concentrações séricas → ultrapassa a BHE e
impregna nos gânglios da base, causando a doença
chamada “kernicterus”

BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA OU INDIRETA


• Nos sinusoides hepáticos ocorre dissociação da albumina
e captação da bilirrubina indireta pelo hepatócito
• No hepatócito, 60% liga-se a proteína citoplasmática
glutation-transferase (40% ocorre efluxo) • CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA: pré-hepáticas, hepáticas
e pós-hepáticas
• Bilirrubina indireta + ácido glucorônico → enzima Uridin • CLASSIFICAÇÃO TERAPÊUTICA: clínicas e cirúrgicas
Difosfato Glucoronil Transferase = mono (15%) e
diglucoronato de bilirrubina (85%) → hidrossolúveis ICTERÍCIAS CLÍNICAS
• Também pode ser catalisada por glicose ou xilose. Causas de hiperbilirrubinemia:
• Pode ser induzida por fármacos: fenobarbital, clofibrato e A. Aumento da produção de bilirrubina
rifampicina B. Alterações no transporte/captação/conjugação

Bilirrubina direta impregna:


• Urina, suor, sêmen, leite e exsudatos
• Icterícia intensa → fluido ocular → xantopsia (objetos vistos
de cor amarela)

EXCREÇÃO HEPÁTICA DA BILIRRUBINA DIRETA


• A excreção hepática ocorre por transporte ativo
• Através da membrana plasmática canalicular ao canalículo
biliar por um processo transportador, mediada pela
proteína MRP2 da membrana canalicular. Mutações nesse
HIPERBILIRRUBINEMIA NÃO CONJUGADA
transporte causa patologias como síndrome de Dubin-
Aumento da produção
Johnson e síndrome de Rotor
• Transtornos hemolíticos hereditários
• Transtornos adquiridos (eritropoiese inefiza, anemia
A bilirrubina conjugada:
falciforme...)
• Circula no plasma → unida à albumina
• Outras causas: transfusão maciça, drogas, infecções...
• Pequena fração livre, é filtrada pelos rins e eliminada na
• Reabsorção de hematomas – politraumatizado
urina (cor amarelada)
• Absorção pelo ID é irrelevante
Alteração no transporte
• Íleo terminal e cólon desconjugada a urobilinogênio
• Drogas (rifampicina etc.)
(incolor)
• Jejum
• Sepse
UROBILINOGÊNIO
• Pequena fração é eliminada pelos rins
Diminuição da captação hepática
• Hiperbilirrubinemia pós hepatite viral HIPERBILIRRUBINEMIA CONJUGADA
Manifestações clínicas
Alteração na conjugação • Icterícia direta
• Distúrbio da atividade da enzima glicuronil transferase • Hipocolia
(deficiência hereditária ou adquirida) • Acolia fecal (pode estar ausente)
• Colúria
HIPERBILIRRUBINEMIA CONJUGADA (COLESTASES)
Defeitos na excreção (intra-hepática): DIAGNÓSTICO
• Doenças hereditárias (Rotor, Dubin-Johnson...) • Eminentemente clínico
• Doenças adquiridas (droga, sepse, doença • Anamnese + exame físico
hepatocelular...) • Exames laboratoriais: hiperbilirrubinemia

ETIOLOGIAS MULTIFATORIAIS: defeito em mais de uma das DIAGNÓSTICO POR IMAGENS


fases do metabolismo • Ecografia abdominal: baixo custo + boa acurácia
• Doença hepatocelular: hepatites virais, cirrose, malária • Tomografia Axial Computada: maior resolução, técnica não
• Sepse invasiva e ainda é útil em obesos e distensão por gases
• Medicamentos ou drogas e tóxicos: lesão hepatocelular (ultima característica a coloca melhor que o eco).
Desvantagens: maior custo e radiação.
ICTERÍCIAS CIRÚRGICAS • Ressonância magnética com colangiopacreatografia:
ETIOLOGIA técnica não invasiva, não usa radiação, contrastes não dão
alergia. Custo maior
Colestase = obstrução biliar extra-hepática • Colangiografia Percutânea Tranhepática: invasiva;
radiologista intervencionista. É feita punção intra-hepática
com agulha.
• Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica:
invasivo, necessita de sedação. Considerada padrão-ouro.

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