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Turma. 8º Semestre
Professor: Matheus Silveira
Aluna: Arine S. Ribeiro
C., 8 anos, veio à terapia pois estava tendo dificuldades nos estudos e sendo agressiva em
casa. Seus pais estavam passando por um processo de separação conjugal, que apesar de
conturbado, não era expresso à família. A cliente sentia-se inquieta e confusa nesta situação.
Na 8ª sessão falamos sobre algumas coisas que tinham acontecido durante a semana da
cliente e fizemos um desenho da família. Pela primeira vez relatou as brigas dos pais, e o
quanto isso a deixava triste, mas não quis aprofundar muito o assunto. Durante o relato das
brigas se emocionou…
C: É que eu não gosto de ver o papai e a mamãe brigando (colocou a mão no rosto para
enxugar as lágrimas).
T: E isso tem acontecido?
C: (gesticulou que sim, com a cabeça)
T: Eu imagino que deve ser difícil ver os pais brigando...
C: É... (continuou chorando), eu não queria que eles brigassem, eu não gosto de ver pessoas
brigando, às vezes até quando eu brigo com a B. (irmã mais nova), eu choro. (silêncio)...
Mas não é toda vez que eles brigam, só são algumas vezes, até porque o papai e a mamãe
quase nem se vêem, só no final de semana, porque a mamãe trabalha e o papai trabalha e às
vezes só volta no outro dia pra casa... Eu tenho medo deles resolverem se separar... Vamos
brincar?
T: Vamos! (respeitei seu momento, percebendo sua dificuldade de falar desta situação... ao
mesmo tempo convicta que deveria chamar os pais para tratar deste assunto, com o
consentimento da cliente).
Na 16ª sessão dei início a uma avaliação do processo, juntamente com a cliente, visto que
estávamos chegando ao final do ano letivo do meu estágio.
T: Você(vc) sabe que nossos atendimentos estão chegando ao fim... Então hoje queria
começar a fazer uma avaliação sobre o tempo que passamos juntas... Sobre como vc acha
que chegou aqui, como se percebe hoje, o que acha que mudou... certo?
C: Tá bom! (sorriu)...
T: Então, vc quer começar a falar do quê?
C: É que eu acho assim ... que eu melhorei, sabe? Porque eu melhorei na escola, minhas
notas estão melhores...
T: Certo, e vc consegue perceber o que aconteceu para que suas notas melhorassem?
C: Hum... (acenou que sim com a cabeça)... Eu consegui estudar mais, né. Fiquei mais
responsável (sorriu timidamente)... Eu percebi assim com as nossas conversas, que se eu me
esforçasse eu ia conseguir melhorar...
T: E conseguiu, não é? E esse mérito é seu, vc se esforçou e vem conseguindo crescer,
melhorar...
C: Eu tô feliz por isso. (sorri)
T: Eu também estou. (sorri). E o que mais, C?
C: Ah! Bom, tem a história lá do papai e da mamãe, né?
T: Aham! E como é que tá pra vc esta situação?
C: Eu não conseguia falar sobre isso... Agora eu já consigo falar, mas antes eu tinha
vergonha, eu tinha medo, porque via crianças assim lá na escola, que os pais eram
divorciados e eram crianças tristes, assim... que só ficavam sozinhas no canto delas... elas
não tinham amigos e eu não queria ser assim... mas agora eu sei que ficou melhor eles
separados, agora não tem brigas, eles voltaram a cuidar da gente, e eu continuo com muitas
amigas! E o melhor, deixei de brigar tanto com a mana ... ficava com medo de ter que cuidar
dela e não ter ninguém pra cuidar de mim, agora não preciso mais!
b) descreva qual seria sua conduta para o trabalho psicoterápico a partir de pelo
menos duas bases teóricas/filosóficas da Gestalt-Terapia (parte 1 de nossa
disciplina):