AO JUIZO DA VARA CRIMINAL DO FÓRUM X DA COMARCA DE

PINHEIRAIS

AMÉRICO DA SILVA, brasileiro, casado, industriário, inscrito no RG sob nº

0000000000, no CPF sob nº 000.000.000-00, residente e domiciliado à Rua 2,
nº 34, Bairro Centro, Pinheirais, vem por intermédio de seu procurador consoante
instrumento particular de mandato anexo, apresentar:

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Nos termos do Art. 396 e Art. 396-A do Código de Processo Penal, em face da
denúncia oferecida pelo órgão do Ministério Público.

I – DOS FATOS

De acordo com os fatos narrados na denúncia, o réu no dia 11 de

dezembro de 2020, após realizar a limpeza em sua arma de fogo, um revólver
de calibre .22, deixou à arma municiada em cima da mesa de jantar de sua
residência, oportunidade que seu filho PEDRO DA SILVA de 12 anos de idade,
ao chegar da Escola, motivado por curiosidade, veio a manusear à arma de fogo,
que disparou acidentalmente, ocasionando seu óbito.

II – DO DIREITO

É de suma importância considerar que o réu, realizou à assepsia da arma

de fogo na ausência da vítima, o que evidencia seu cuidado com a segurança de
terceiros. Sua conduta por si só afasta a negligência que é necessária para a
prática do crime culposo como expressa o Art. 18, II do Código Penal, assim
como, o Art. 121, §3º, do mesmo ordenamento.
 Art. 18, CP “Diz-se o crime:
(…)
II - culposo, quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou
imperícia”.

Art. 121, CP “Matar alguém:

(…)
§ 3º Se o homicídio é culposo”

Conforme a doutrina, o crime culposo ocorre quando a conduta

descuidada realizado pelo agente é voluntária, mas o resultado é involuntário,
e no caso em questão, não houve por parte do réu uma conduta descuidada.
Cabe salientar que ele se resguardou para realizar a limpeza do armamento na
ausência do filho.

Importante ressaltar ainda, que mesmo havendo culpa, o réu estaria

abrigado pela excludente de punibilidade pelo perdão judicial, conforme dispõe
o Art. 121, §5º c/c Art. 107, IX do Código Penal.

Art. 121, CP “Matar alguém:

(…)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz
poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária”.

Art. 107, CP “Extingue-se a punibilidade:

(…)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em
lei”.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) O recebimento da resposta do acusado, e sua imediata absolvição, com

fulcro no Art. 397, III e IV do Código de Processo Penal, por não perceber
 crime culposo e pelo cabimento do perdão judicial, causa que extingue a
punibilidade;
b) Que na hipótese de realização de instrução processual, adiando, a
absolvição, o acusado quer ser ouvido para prestar depoimento perante
o juízo.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Pinheirais, 04 de junho de 2021.

(ADVOGADO)

(OAB/UF)

ROL DE TESTEMUNHAS

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