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As (1) sociedades urbanas (mercado; lei escrita; escrita; mobilidade; moeda, etc.) são
diferentes das (2) sociedades rurais. Não havia uma grande familiarização das pessoas da
cidade e do campo com os costumes de uma e outras culturas.
São os séculos de transição da Antiguidade Clássica para a Época Medieval. Em 476 dá-
se o fim do Império Romano do Ocidente e a sua consequente divisão.
Problemas:
Consequências:
Civilização do escrito;
Existência de escolas públicas: litterator, grammaticus, rhetor;
Existência de um ensino privado;
Itinerário intelectual obrigatório, exercícios escolares típicos;
Cânone das leituras: Cícero, Virgílio;
Bibliotecas públicas e privadas;
Codices, volumina, tabulae;
Cálamo, estilete;
Abundância da produção escrita usual, de consumo imediato;
Regularidade da produção escrita nobre, destinada a ser conservada;
Importantes centros de cultura e de ensino (Roma, Cartago, Córdova, Leão);
Atividade epigráfica contínua e disseminada;
Administração escrita;
Direito escrito, escolas de direito;
Universalidade das leis;
Noção de cidadania e de res publica;
Cultura erudita disseminada, prioridade à retórica;
Persistência da tradição literária;
Prestígio das artes liberais;
Prestígio do passado imperial;
Unidade dialética do latim falado;
Coerência intercultural do latim falado;
O Latim, língua de comunicação geral;
Ausência de escrita das línguas bárbaras.
É um ensino que se preocupa com o corpo e com o espírito. Preocupação com a educação
moral dos jovens (baseada na Bíblia), com a introdução do Cristianismo na educação. Em
suma: o modelo da educação romana mantém-se, mas transforma-se. Era importante que
a educação dos mais novos se baseasse na castidade (pureza). Primeiro aprendiam as
letras elementares e depois as artes liberais, para além da arte de falar em público. Aquele
que estava instruído nos bons hábitos morais e nas artes liberais, poderia alcançar a vida
honesta e o poder.
Continuam a haver mulheres letradas. As artes liberais perdem peso. Há a ruralização,
que também leva à alteração do processo de educação. Revalorização das mulheres.
Conhecimento: mais baixo era saber ler, escrever e contar, no ponto mais alto estava a
Filosofia. No nível intermédio estava o Direito, o domínio da arte Oratória e capacidade
de se exprimir nas duas línguas do Império, o Grego e Latim. A Antiguidade Clássica e
Tardia caracteriza-se por um elevado grau de domínio da comunicação escrita. A palavra
é usada pra instruir e comemorar, o ato de ler é essencial.
Cristianismo:
O Saber Antigo prepara os cidadãos para a vida pública, com a ajuda do Saber Cristão,
com a salvação, as artes liberais, a filosofia e a ética.
- Cassiodoro considera que é impossível chegar à compreensão dos livros sagrados sem
saber as artes liberais. Tentou expandir a Cristandade.
- Gregório Magno, papa dos séculos VI e VII, legitimou a aprendizagem da cultura pagã,
ou seja, da cultura não cristã (não monoteísta). Para essa aprendizagem era essencial o
estudo das Sagradas Escrituras, apesar de, este ter de ser complementado pelo estudo dos
livros profanos (alheio à religião), caso este fosse com a finalidade única de, a partir daí,
haver uma melhor compreensão dos ensinamentos e da palavra de Deus.
Cristãos radicalistas:
Acreditam que a palavra de Deus não é compatível com outras religiões, então
isolam-se no deserto para se aproximarem mais de Deus (Egito, século III);
Fazem uma série de rituais: aproximação de Deus/salvação (jejum, mortificação da
carne);
Eram conhecidos como mona chus (o mais conhecido era Santo Antão);
Monge - era aquele que se isolava e se afasta = eremita. Vão para os desertos e eram
letrados que repudiavam os centros urbanos e na cidade.
Este movimento no oriente era espontâneo, enquanto que no ocidente era sempre
dirigido por um bispo;
No oriente era também individual pois, cada um decidia por si, enquanto que no
ocidente era coletivo (cenobítico = reunião);
Como não existiam desertos no ocidente, criaram-se os mosteiros em florestas, ilhas
ou montanhas;
O monaquismo no ocidente não repudiava por completo a cultura da Antiguidade,
ao contrário do oriente, em que o livro de leitura era a Bíblia, mais propriamente os
Salmos e Provérbios;
No ocidente há também monaquismo urbano, algo que não acontece no oriente.
Mantém-se:
A oração constante;
Rituais de purificação;
Rituais de mortificação da carne;
Regra de vida (muitas vezes escrita);
3 votos monásticos: voto de pobreza; castidade; obediência (quele que tinha
autoridade em casa designava-se abade = pai).
A partir do século XI surgem os conventos que, ao contrário dos mosteiros, são urbanos,
albergam freires ou freiras e têm um prior (eleito de 3 em 3 anos).
Ensino monástico:
A maior parte dos monges realizava duas tarefas principais: a oração e o trabalho
(manual) – Ora et labora (São Bento).
Os mosteiros foram instituições essenciais para que não se perdesse a cultura. As pessoas
que se submetiam à comunidade monástica, convertiam-se. Os mosteiros eram
instituições letradas. Dentro destes existia quase sempre uma escola, tal como uma
biblioteca, um scriptorium, etc.
Em 901 nasce o mosteiro de Cluny, que interpreta a regra beneditina à sua maneira. O
ora = monge = sacerdote. O labora = trabalho intelectual, sendo a primeira instituição do
ocidente que permite a formação dos monges de forma diferente. Os monges eram os
verdadeiros sábios e o mosteiro era como um Paraíso na Terra. Nos mosteiros
cistercienses, o claustro tem sempre uma fonte com água, isto porque a água é a fonte da
vida, e também árvores, arbustos ou uma horta, de forma a que o espaço seja uma imitação
do jardim do Paraíso.
2. Idade Média Rural (VIII- XI):
Os grandes centros urbanos perdem a importância e esta passa para os campos: como por
exemplo, os mosteiros, as fortificações, os castelos, etc. Os camponeses eram homens
livres, que praticavam a agricultura itinerante. Depois existiam as grandes explorações
agrícolas que eram trabalhadas por escravos. O norte da Europa desurbanizou-se mais
cedo que o sul. Do século VII ao século XII os homens letrados eram todos da Igreja: ou
eclesiásticos ou religiosos.
A escrita nesta sociedade não serve par as funções habituais de hoje em dia.
Comunicavam através da palavra, da imagem e dos gestos. A escrita era um meio de
comunicação com Deus tendo, portanto, uma dimensão sagrada. Servia para produzir
milagres e para tirar sortes.
1) Cartas celestes:
Lidas e explicadas pelos padres;
Cartas “vindas de Deus” – eram escritas por monges;
Cartas de Domingo (dia do Senhor);
Algumas delas foram escritas para identificar os pertences de alguns santos e
igrejas;
Listar os pecados.
2) Livro:
A sociedade cristã era uma sociedade do livro e, portanto, este tinha uma
importância capital;
A Bíblia servia para guiar o Homem, era conhecida como o livro da vida;
Na missa o livro ocupa o centro das atenções;
O livro é caro pois é como um tesouro;
Copiar um livro inteiro era encarado como uma forma de penitência.
3) Acreditava-se que a escrita tinha capacidades de preservar o poder do objeto do
qual se fala, ou santos, então:
Lia-se em voz alta a história do santo, para ajudar no problema, à espera de um
milagre;
A escrita podia “apagar” pecados;
Era comum os analfabetos andarem com pergaminhos escritos, como amuleto
contra o mau-olhado.
A escrita não era exclusiva do mundo europeu ocidental. Era uma atividade marginal,
apesar de ser muito importante pois punha as pessoas em contacto com Deus.
1- Saber:
2- Tradição:
É o contrário de novidade (na época não gostavam de novidades – achavam que era uma
restauração de tradições antepassadas). Houve uma recuperação de realidades passadas,
uma reconquista. Respeitavam muito as tradições.
3- Velhice:
Os velhos eram poços de sabedoria, verdadeiros sábios. Era habitual dizer-se que quem
tinha experiência, tinha esperança. Até ao século XI os velhos tinham prestígios e os
novos eram desconsiderados. Na cidade era mais comum a valorização dos novos e no
campo a valorização dos velhos.
Bíblia:
Não há fontes escritas acerca dos guerreiros ou dos camponeses. Dos guerreiros faziam
parte, os reis e as famílias, todos os que viviam para e da guerra e como atributos tinham
cavalaria e equipamentos, poder militar e político. Os camponeses eram a maioria da
população medieval.
Não há testemunhas diretas, só indiretas: os monges e clérigos escreviam “em nome” dos
guerreiros e dos camponeses, acerca das suas respetivas culturas. Só a partir do século XI
é que começam a existir testemunhos diretos dos mesmos.
Em relação aos guerreiros existiam uma prática muito importante que é: as práticas orais
(cantos épicos, eram um género de propaganda política).
Acerca dos camponeses sabe-se pouco. Eram preocupados com o clima, devido à prática
da agricultura. Existiam festas de cariz religioso. Havia uma regulação da fertilidade da
mulher e da mão-de-obra. Existia também o culto dos mortos (dentro de casa). Era uma
cultura de resistência (silêncio) à novidade e ao que vinha de fora.
O Novo Testamento foi maioritariamente escrito em grego pois era a língua franca do
Médio Oriente. A partir dos séculos IV/V o latim ganha prestígio na escrita e na vida
pública em geral, a partir da tradução da Vulgata, o grego perde importância.
Processos:
2) O culto dos mortos era familiar, em casa. A Igreja chama para si esse trabalho, já que
enterravam as pessoas no adro da igreja/no espaço em redor da igreja (era o cemitério).
O fim do enterramento nas igrejas dá-se, em Portugal, com Costa Cabral, nos anos 40
do século XIX. Era normal enterrar-se os santos nas igrejas e os populares também o
quiseram fazer. A Igreja, cria na missa, um momento em que se reza pelos mortos.
3) São poucos os anjos na Bíblia. A Igreja vai multiplica-los, com os Anjos da Guarda,
um para cada pessoa. Os arcanjos têm funções especiais, como por exemplo, São
Miguel que era o mensageiro de Deus. Um santo para a Igreja, é uma pessoa que
participa de dois mundos: muitos eram mártires (morreu pela fé) e tinham uma metade
divina e uma metade humana. A partir do século VI os santos deixam de ser mártires
e passam a ser protetores dos vivos; pessoas poderosas e que se entregam a Deus à fé
(reis, rainhas, bispos, etc.) – o culto poderia ser feito ainda em vida. Existiam duas
formas de santificação: aclamação popular ou decisão de um tribunal (Inquisição). Os
santos eram intermediários de Deus na Terra, capazes de ajudar e proteger os vivos
(camponeses).
Relíquia: significava algo que se deixava para trás (corpo), daí que guardassem as coisas
dos santos em relicários nas igrejas. A partir do século XI as peregrinações começaram a
ser mais frequentes e, consequentemente, o culto das relíquias. Ao contrário do que alguns
fiéis pensavam, as relíquias eram honradas por representarem santos/mártires em nome
de Deus.
Ordem de Cluny (século X): para Deus, só o mais belo é que serve – recurso a metais
preciosos, a bons tecidos, etc.
- Corpo
3. Idade Média Urbana (XII-XV):
- Classificação Social
Lícitas Ilícitas
Camponeses Guerreiros
Monges Mercadores + usuários + judeus
Carniceiros
Mimos + histriões + trovadores + segréis
Os próprios habitantes das cidades mais importantes, como Paris e Londres, tinham duas
perspetivas muito diferentes acerca das mesmas, uma sempre mais positiva e outra
claramente mais negativa.
Estes novos saberes dão mais importância às escolas urbanas, tornando-as mais
interessantes que as escolas monásticas.
Naquela época, numa fase inicial, não haviam muitos estudantes universitários. Quando
não existiam as corporações, chamavam-se Estudos Gerais. Em Portugal, a sede era em
Lisboa e depois passou para Coimbra. O ensino era teórico (livresco). O século XIII é o
século das Universidades porque é o século das corporações.
Carta de Burgo;
Foral (XI);
Costumes (XII-XIV);
Posturas (X);
Livros de atas (1384).
Pobre- até ao século XII todo o indivíduo ou instituição que não tem como se defender.
Rico- o poderoso.
Oralidade – os livros eram para serem lidos em voz alta, em privado ou em público.
Os legados que se deixavam eram relativos à vida, à morte e à família (oblato e donato).
Moeda: