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Núcleo de Educação a Distância
Inclusiva
1 PÓS-GRADUAÇÃO
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EMENTA
UNIDADES
Objetivos:
Conteúdos:
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Unidade II –
Objetivo:
Conteúdos:
Unidade III –
Conteúdos:
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Conteúdos:
recurso pedagógico.
BIBLIOGRAFIA
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METODOLOGIA
AVALIAÇÃO
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Sumário
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Atualmente, depara-se com uma legislação que firma a educação inclusiva como a
política educacional oficial no Brasil. Entretanto, existem muitas escolas que ainda
não assimilaram, de fato, a inclusão, pois incluir todos os alunos no sistema regular
de ensino é muito mais do que apenas matriculá-los na escola regular.
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Uma escola aberta que possa atender a diversidade é um enorme desafio, envolve
muitas pessoas e responsabilidades, implicando a ação conectada de vários sujeitos
para o alcance das metas da inclusão.
Beyer (2005) relata que o projeto da educação inclusiva foi instaurado rapidamente
pelos gestores do governo federal. Segundo o autor: “Não houve tempo para a idéia
ter o devido amadurecimento nas bases, nos estados, nos municípios, nas escolas,
para então se pensar em um projeto com força de lei.” (BEYER, 2005, p.63)
Neste contexto, é preciso considerar que uma transformação educacional vai além
dos documentos legais. Ora, as mudanças ao sistema escolar estão atreladas a
todas as pessoas envolvidas na educação, mas de nada adianta querer impor a
inclusão, pois é preciso que brote uma nova consciência sobre desenvolvimento
humano e uma percepção mais evoluída sobre a própria educação, onde não há
espaço para preconceitos e discriminações entre as pessoas.
Assim, fica claro que não basta o respaldo dos documentos legais e viabilizar a
qualidade pedagógica, esperando que somente com isso possa atender a todas as
crianças com necessidades educacionais especiais. A formação dos recursos
humanos para a educação inclusiva é fundamental, pois compõe um dos pilares
essenciais que dá sustentação a este novo sistema escolar. Os recursos humanos
na inclusão referem-se a todas as pessoas envolvidas no sistema escolar:
professores, coordenadores, diretores, famílias, alunos, funcionários, dentre outras.
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O corpo docente deve ter uma formação continuada que lhe forneça as condições
necessárias para atender a solicitação da escola atual, que é contribuir para a
formação de competências de seus aprendizes de forma que eles possam
compreender a realidade na qual estão inseridos, assim como aprender a refletir
sobre ela.
Bom, este caminho deverá ser percorrido durante as próximas aulas desta unidade.
Aguardo você!
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Vamos iniciar a nossa segunda aula dando continuidade a ideia principal da aula
anterior, a de que a inclusão escolar está direta e fortemente relacionada à formação
docente.
Como comentado na aula anterior, este é um assunto bastante discutido por vários
estudiosos da educação inclusiva, pois a literatura científica revela a função
primordial desenvolvida pelo professor na educação, seja a figura do professor de
educação geral ou de educação especial; ambos desempenham o papel de atores
valiosos para a efetivação do novo sistema educacional – a inclusão.
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Na educação, a autora revela que esta mudança do papel do Estado implica ser
refletida em dois pontos:
Deste modo, ela descreve que a atual proposição política educacional brasileira se
sustenta em três eixos principais: gestão, formação de professores e inclusão, que,
articulados entre si, atribuem à escola uma nova organização.
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Outro eixo discutido pela autora é a inclusão como política. Correia (2004, APUD
MICHELS, 2006) revela a “ideologia da inclusão”. A sociedade que exclui é a mesma
que inclui e integra, o que é típico de uma sociedade capitalista.
Michels (2006) explica como a política da inclusão, por meio da reforma educacional
brasileira, não tem a pretensão de remover os mecanismos de exclusão do interior
da escola. Pois, lida com a inclusão sem sujeito-histórico, de modo a consolidar a
exclusão, voltando ao perverso argumento da meritocracia.
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[...]
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Os órgãos oficiais mostram que a falta de preparo dos professores é uma das fortes
causas do insucesso escolar (MICHELS, 2006). Marques (2007) relata que, em
2001, o relatório da UNESCO mostra que a formação do professor brasileiro é
semelhante ao do Egito, com menos de um quarto dos professores de primário tem
formação superior.
Apesar do Artigo 62 descrever que o local de formação pode ser tanto nas
universidades (em cursos de licenciatura plena) como nos institutos superiores de
educação, em 1999, o governo federal, por meio do decreto 3276, traz no Artigo
terceiro, parágrafo II, a exclusividade para a formação de professores para a
educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental os cursos normais
superiores dos institutos superiores de educação (MICHELS, 2006). O curso de
pedagogia passou a ser direcionado a uma formação para especialistas, como
gestores educacionais, com abandono da formação docente (SHIROMA, MORAES
E EVANGELISTA, 2000 APUD MICHELS, 2006).
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Foi no final da década de 1990, com a nova LDBEN, que houve um aumento de
procura nos cursos de pedagogia. Contudo, nas Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Curso de Pedagogia – Licenciatura permanece a ambivalência da formação
docente e a centralidade do saber-fazer na inclusão.
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Bruno (2007) lista vários autores: Ferreira e Ferreira, Góes e Laplane, Martins e
Mendes (2004), Mettler (2003), Padilha (2001), Kassar, Bruno e Bueno (1999) que
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É importante reparar que a autora refere-se também a um trabalho que deve ser
voltado para interação e interdisciplinaridade, também como prioritário; e não
somente aquele realizado separadamente, na sala de recurso. A realidade,
entretanto, mostra que a atuação do professor voltada para uma relação dialógica,
ação reflexiva e trabalho cooperativo entre o ensino regular e o especial é um fato
ainda distante de ser cumprido pela realidade educacional brasileira.
O professor deve ser preparado para promover a integração dos grupos, a partir da
conscientização e aceitação das diferenças individuais, atuando com a convivência
dentro da diversidade humana e possibilitando a aprendizagem por meio da
cooperação.
Por fim, podemos encerrar a aula mostrando as questões e dúvidas apontadas por
Bruno (2007) para uma formação de professores preparados para lidar com a
diversidade humana:
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Sugestões:
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Resumo_Unidade I
A educação inclusiva vai além dos documentos legais, pois as mudanças ao sistema
escolar estão atreladas a todas as pessoas envolvidas na educação. Logo, a
formação dos recursos humanos é um dos pilares essenciais que dá sustentação a
este novo sistema escolar. Neste contexto, destaca-se a formação de professores.
A educação especial na inclusão escolar ainda está longe de cumprir seus objetivos.
Sob a perspectiva da formação de professores ainda existe uma grande distância
para o alcance de uma educação de qualidade para todos. A função do professor
especializado deve não somente atender às especificidades decorrentes da
deficiência, mas também realizar como prioridade um trabalho conjunto com a
família, escola e comunidade, além de acompanhar e apoiar o projeto pedagógico,
assim como cooperar para a adequação da prática pedagógica.
Referências Bibliográficas
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Carvalho (1991, APUD BRASIL, 2007) relata que, de acordo com Kirk e Gallagher,
foi somente recentemente que a abordagem médica ficou de lado para que a
denominada abordagem Ecológica pudesse entrar em cena; esta última acredita que
a criança excepcional estabelece interações complexas com o meio ambiente.
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causas das dificuldades são reduzidas aos problemas intrínsecos do aluno e/ou do
sistema familiar.
Beyer (2006) relata que o modelo médico não é um paradigma morto, ainda existem
práticas e teorizações em educação especial que mostram claramente a força que
possui. Tal paradigma é constante em nosso país, servindo como sustentação para
que a escola fique isenta de suas problemáticas para cumprir o que deveria: ensinar
a todos os alunos com qualidade.
Por outro lado, na educação inclusiva, o professor deve ter uma formação que lhe
permita estruturar a sua prática pedagógica de forma a atender as diversas formas
de aprendizagem dos alunos, e não um ensino que acredite que todos os aprendizes
tenham um modelo comum de pensamento e que procure colocar o aluno em prol
de paradigmas pré-concebidos da natureza dos processos de aprendizagem.
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Além disso, a formação de professores para a inclusão necessita que estes sejam,
adequadamente: capacitados com recursos pedagógicos; capazes de proporcionar
diversas formas de avaliação dos alunos; capazes de elaborar objetivos específicos,
com instrumentação para proceder à análise da eficiência dos programas
pedagógicos. (GLAT; NOGUEIRA, 2002)
Enfim, a profissão docente contemporânea requer um perfil que tenha como base o
estudo, o processo de reflexão e o desenvolvimento de competências práticas
significativas. Deve haver a mudança de postura do educador para que sejam
incorporadas novas aquisições e competências. Tudo isso será viabilizado por meio
de programas de capacitação e acompanhamento contínuo, “... que orientem o
trabalho docente na perspectiva da diminuição gradativa da exclusão escolar, o que
virá a beneficiar, não apenas os alunos com necessidades especiais, mas, de uma
forma geral, a educação escolar como um todo”. (GLAT; NOGUEIRA, 2002)
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2) Como ensinar em uma escola para todos? Não basta somente ensinar bem os
conteúdos, fornecer exercícios de fixação das matérias, ser exigente e avaliar os
ganhos.
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tarefas feitas em sala de aula? Como o professor lida com aquilo que não lhe é
conhecido, com o imprevisível e incontrolável, ao invés de uma resposta pronta?
5) Como assumir uma prática reflexiva? Reflexão e prática devem ser recíprocas; a
prática da reflexão envolve admitir que ela se expressa como qualquer outra forma
de conhecimento, ou seja, realiza-se no espaço e tempo, por meio de estratégias ou
procedimentos.
• Aprender a refletir sobre a ação a ser realizada e sobre a ação realizada – Saber
refletir sobre a ação significa atualizar e compreender o passado, fazer da memória
uma forma de conhecimento. Implica saber corrigir erros, reconhecer acertos,
compensar e antecipar nas ações futuras o que se pôde aprender com situações
passadas.
• Incluir o antes e o depois da ação, possibilitados pela reflexão, com o seu durante
– Como considerar ação e reflexão de uma forma indissociável, complementar e
irredutível? Ainda que, como profissionais da reflexão, “ficamos muitas vezes
submetidos a um cotidiano sem tempo e espaço para ela; outras vezes podemos
maximizar a reflexão por um excesso de plano discursivo.” (NAKAYAMA, 2007, p.
159)
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Outro autor citado por Nakayama (2007) é Schön, que enfatiza a atuação docente
na reflexão-ação, mostrando as características do professor reflexivo, ordenando a
conduta do educador da seguinte maneira: 1) capacidade de se surpreender pelo
que o aluno faz; 2) é capaz de pensar sobre o que o aluno disse ou fez, de modo a
compreender por que ficou surpreso; 3) reformula o problema suscitado pela
situação; 4) realiza uma experiência para testar a sua nova hipótese sobre o modo
de pensar do aluno, fornecendo uma nova questão ou nova tarefa para o aluno. O
processo reflexivo do professor é também continuado após a aula, sendo que
poderá atribuir novos sentidos ao ocorrido em sala de aula.
O autor, Schön, também traz à tona a discussão sobre a dificuldade encontrada para
a prática reflexiva em um sistema escolar burocrático e regulador, ressaltando que
para a prática reflexiva se desenvolver é necessário que esta seja integrada ao
contexto educacional. Assim, para que o professor seja capaz de exercer a reflexão-
ação é preciso que a escola esteja preparada para possibilitar uma escuta adequada
aos alunos. Infelizmente, parece que ainda estamos longe desta realidade.
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Segundo Nakayama (2007), Gómez realiza uma análise de diversos autores sobre o
processo prático de formação de professores e conclui a existência de diversos
pontos convergentes:
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A descrição acima possibilitou verificar uma visão geral das idéias principais na
literatura acerca da formação do professor crítico-reflexivo, enfatizando a atuação
prática deste profissional. Percebe-se a existência de um novo perfil de professor
que se difere do trabalho técnico. Vamos agora a uma compreensão mais elaborada
sobre o professor técnico, e, depois, do professor profissional, de modo a esclarecer
um pouco mais a formação do professor crítico-reflexivo.
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O professor profissional, além de suprir a pressão para cumprir uma função técnica,
como instalar um currículo, também se volta para implantar um trabalho com a
intenção de ajudar os alunos a desenvolver o pensamento crítico e a
responsabilidade cívica. Segundo Schön, para o professor profissional existe a
dificuldade de definir o problema e o de tentar resolvê-lo. Assim, o professor deve se
valer da curiosidade constante, criatividade e atenção continuada aos processos de
investigação, sustentada por princípios críticos. Eles preocupam-se em criar
ambientes propícios para os alunos participarem em processos democráticos e
exercerem o pensamento crítico.
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A autora ressalta:
Para Mantoam (2008), os serviços de apoio, tal como o suporte aos alunos e
professores com dificuldades, agem somente nos sintomas, deixando de realmente
envolver o professor, e, assim, não o faz rever a sua prática e, consequentemente, o
professor não se responsabiliza pelo processo ensino-aprendizagem.
Exige que o professor possa alcançar uma coerência em sua maneira de ser e de
ensinar. Isto não é conseguido somente a partir dos conteúdos aprendidos pelos
professores em cursos, mas, além disso, requer a prática, ou seja, desenvolver a
capacidade por meio das experiências ocorridas em sala de aula privilegiando um
diálogo constante com o conhecimento teórico.
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O professor deve ser capacitado para ministrar aulas sobre um mesmo conteúdo
escolar a diversos alunos, com níveis diferentes de compreensão e desempenho
acadêmico, acompanhando a evolução dos procedimentos, das estratégias e dos
argumentos de seus alunos.
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Por isso, cabe aqui a discussão sobre os sentimentos e reações destes atores – os
professores – pois são eles que “dão a cara” e, de repente, se encontraram numa
situação com circunstâncias imprevistas e sendo exigidos para darem conta da
diversidade e de toda uma mudança no processo ensino-aprendizagem.
Naujorks (2002 APUD BEYER, 2006) chama a atenção para os níveis de estresse
dos professores desencadeados pela pressão da instalação do projeto da inclusão
escolar.
Estudar o modo como a mudança social gera o mal-estar docente para que seja
possível delinear uma intervenção que supere o domínio das sugestões, traçando
um plano de ação coerente visando à melhora das condições de trabalho do
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O autor lista doze indicadores básicos para sintetizar as mudanças mais recentes na
área da educação. Vale a pena conferir, rapidamente, para melhor compreensão
deste cenário:
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A partir destes doze indicadores foi possível compreender as críticas efetuadas pela
sociedade e as atitudes dos professores. Trabalhos realizados em diversos países
apontam que a formação inicial do professor não condiz com a situação real da
prática cotidiana da sala de aula, transparecendo mais para uma visão idealizada do
ensino. (ESTEVE, 1995)
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Saber das exigências para o professor na educação inclusiva nos remete a pensar
no mal-estar docente descrito na literatura pedagógica. Esta aula irá abordar o
impacto deste na personalidade do professor.
Neste cenário, enfatizado pelo sistema da inclusão, o professor sente que a criança
não é universal, mas singular, e as características singulares de cada criança, sejam
com necessidades educacionais ou não, podem – e, frequentemente, são – tomadas
como anormais ou estranhas. (PRIOSTE, 2006)
Esteve (1995) relata que diante da pressão vinda de várias fontes de tensão do
ensino,
Prioste (2006) relata que o mal-estar docente não é exclusivo dos professores
brasileiros. Na década de 1980, diversos países da Europa realizaram pesquisas
com este problema. Segundo a autora, a difusão deste termo origina-se do artigo de
Pámela Bardo: “The Pain of Teacher Burnout” (1979) e Zaragoza (1999, APUD
PRIOSTE, 2006) explica que “Burnout” é uma expressão associada ao esgotamento
e estresse (“sair queimado”), os sintomas descritos são: alto índice de absenteísmo,
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O autor Esteve (1995) mostra uma lista (apresentada abaixo) das principais
consequências do mal-estar docente, em ordem crescente do ponto de vista
qualitativo, mas decrescente em relação ao número de professores afetados.
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Esta aula é dedicada à descrição de dois casos relatados por Claúdia Prioste em
sua dissertação de mestrado: “Diversidade e Adversidades na Escola: Queixas e
Conflitos de Professores Frente à Educação Inclusiva” (2006). A seguir será
apresentada parte da análise feita pela autora.
CASO 1
“Áurea relata que recebeu um aluno com deficiência visual em sua sala de
aula. Não especificou a série, nem detalhou as condições. Disse, apenas, que
foi uma determinação da escola e que ela se viu obrigada a aceitá-lo, embora
não se sentisse preparada para aquela situação. Queixa-se de não ter tido
chance de argumentar. Assim, recebeu o aluno e seus problemas chegaram
ao ápice em uma atividade de pintura: Ele queria fazer como os outros
estavamfazendo. Então falei para ele: ‘você pode pintar’. Aí ele fazia assim
[...] raspava o próprio rosto na carteira pra conseguir (...) eu levei um choque.
Foi um choque muito grande. [...]Olha foi uma loucura total, tanto é que na
época fiquei até doente.”
CASO 2
Como a escola não dispunha de recursos para apoiá-la, Dulce foi procurar
Laramara, instituição tradicional no atendimento de cegos, onde ela pôde aprender
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braile, assim como obteve orientações específicas sobre educação para crianças em
situação de deficiência visual. Os profissionais da instituição não só orientaram a
professora como ajudaram no trabalho de preparação e integração da classe.
Contudo, alguns problemas surgiram, e um deles ocorreu quando Gerson quis
conhecer as cores. Dulce nos conta: Eu falava verde...
agora verde... e o que era o verde para esse menino?Então fiz uns buraquinhos nos
lápis e falei: ‘Agora você tem condição de pintar’ [...] Gente, eu fiquei uma semana
sem dormir porque queria explicar para ele o verde. O que é o verde? Eu falava,
qual é o seu time? ‘Palmeiras’. Palmeiras é verde. O Coríntians é branco... porque a
cor da blusa... explicava, tentava falar [...] O verde é uma coisa... feliz; o preto é uma
cor que combina com tudo; o vermelho é uma cor forte, que você sente, uma coisa
que o coração palpita... e eu dizia branco, é uma coisa lisa, que combina com tudo.
Tocando as folhas da árvore ele poderia sentir. E ele foi, pintava igual. Gente
aquilo... o que eu acho é assim... eu aprendi... ele aprendeu... e a sala inteira
aprendeu. E hoje, até hoje eu recebo cartas dele, telefonemas... Ele está no colegial.
É uma emoção.
Gente, mas aquilo foi muito fantástico... até hoje eu acho que só aprendi. Tinha dia
que eu perdia a paciência porque ele me enchia o saco né! Mas eu falava ‘chega!,
chega!, depois ele falava ‘tá bom desculpa’, perdia a paciência com ele.
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Análise de Prioste: Disposição para encarar situações novas parece ter sido um
diferencial entre as duas professoras. Isso não quer dizer que uma é melhor que a
outra, pois não sabemos ao certo as condições de trabalho em que ambas estavam
inseridas. Áurea não se mobilizou ou não teve condições de buscar ajuda. Não se
sabe se a carga horário de trabalho dela possibilitava atividades extras, ou se
realmente não acreditava ser sua incumbência o ensino de crianças com deficiência.
A professora Dulce buscou, por si própria, ajuda externa específica que lhe trouxe
não só informações, mas segurança em sua nova empreitada. Sabia que as
orientações recebidas não eram garantias de que situações desafiadoras
irrompessem.
Análise de Prioste: A limitação dos alunos em aprender cores tornou-se uma barreira
para ambas as professoras, que também se depararam com a própria limitação de
ensinar algo que, num primeiro momento, se apresenta como impossível. Como
ensinar cores a uma criança cega?
Mantoan (1997) é uma das autoras que aborda essa necessidade da disposição
interna do professor. Conforme Mantoan:
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Ainda em relação a este aspecto, Prioste (2006) explica, com base psicanalítica: “A
angústia incitada pelos estranhamentos que ocorrem na relação professor-aluno,
sob determinadas circunstâncias pode conduzir o professor ao desespero ...”
(PRIOSTE, 2006, p. 56)
Neste sentido, a autora exemplifica por meio de outro caso, o da professora Gilda ao
receber um aluno com deficiência mental:
Olha, eu acho importante a gente saber, mas eu tenho, particularmente, uma queixa
da inclusão. Assim, eu não sinto que tenha estrutura para trabalhar com o deficiente.
Eu tenho o caso do Renato, eu não consigo me aproximar do Renato. Isso cria uma
angústia.
Prioste (2006) diz que neste caso a professora dá a impressão de que o problema
está mais na inclusão do que na relação da professora com Renato. Neste caso,
segundo a autora, a professora sentiu-se fracassada na educação de Renato a
ponto de desistir do trabalho. Prioste explica que o sentimento de angústia é
multicausal e as diferentes formas do professor lidar com a angústia (exemplificadas
pelos casos apresentados) são determinantes para a maneira que eles vão enfrentar
as situações advindas da inclusão.
Esteve (1995) ressalta que, no processo de formação inicial, uma grande linha de
atuação: “o estabelecimento de mecanismos selectivos de acesso à profissão
baseados em critérios de personalidade, e não apenas em critérios de qualificação
intelectual” (ESTEVE, 1995 p. 117), assim, criam-se meios de impedir que pessoas
pouco equilibradas tenham acesso à profissão docente. Uma proposta é a aplicação
de testes de personalidade para o ingresso na carreira docente, deste modo, evitar-
se-iam os efeitos psicológicos negativos aos alunos.
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No Brasil, foi somente a partir da década de 1990, com as discussões sobre o saber
docente e o ofício de professor, que houve a multiplicação do uso dos métodos
biográficos nos estudos que visam à compreensão das representações e valores
atribuídos pelo professor sobre a profissão docente, considerando-se a interface
entre as dimensões pessoal e profissional. (BURNIER ET AL.; 2007)
Hooly (1992) é uma das estudiosas sobre as histórias de vidas de professores. Ela
utiliza diários de professores escritos durante a carreira deles, como forma de
explorar as teorias da ação em relação ao ensino que realizam. Para ela, estes
diários “fundamentam a afirmação de que o ensino é, muitas vezes, percebido como
modo de sobrevivência.” (HOOLY, 1992 p. 88)
Na realização de seu estudo, a autora diz que o conteúdo dos diários dos
professores foi livre, ou seja, cabia aos professores escolherem uma área
problemática no ensino para focar sobre ela, de modo que descrevessem,
teorizassem e experimentassem novas idéias. Este delineamento teve a finalidade
de fazer com que os professores explorassem os pressupostos sobre o ensino e a
aprendizagem referentes à área escolhida; refletissem sobre as histórias que
configuram o seu ensino; e, por fim, mudarem a sua prática.
51 PÓS-GRADUAÇÃO
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apreciados, duas a três vezes, pelo diretor do curso, que realizava comentários e
colocava questões com intenção de clarificação e de apoio. A elaboração do diário
teve duração de treze semanas.
De acordo com a análise dos diários de professores, a autora revela que, de modo
geral:
Nos diários, de modo geral, há muitos exemplos que demonstram a relutância dos
professores em questionar aspectos que viraram rotina, mas, por outro lado, existe
muito entusiasmo quando experimentam novas idéias. Os professores relatam que,
ao aplicarem na prática as teorias prévias do processo ensino-aprendizagem, não
encontram resultados satisfatórios, encontrando inconsistências e contradições.
Conforme a autora, os professores: “Quando investigam o significado do ensino, dão
início à tarefa árdua, tonificante e reconstituinte, de se localizarem a si próprios e
aos seus alunos em contextos sociais, históricos e políticos mais latos.” (HOOLY,
1992, p. 88)
Vamos verificar parte de um exemplo, conforme escrito por Hooly (1992), que
mostra a identificação de um problema no ensino e a subsequente exploração.
Exemplo:(HOOLY, 1992)
David, 40 anos, diretor de uma escola primária, escreve uma circunstância restrita
de ensino:
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(há 150 nesta escola) durante 5 anos. Os miúdos eram bons. Passei cinco anos
criando condições para que os miúdos do 5°, 6° e 7° anos chegassem a um estádio
em que se sentissem independentes, seguros, autodirigidos, e automotivados.
Ótimo! Ora, agora, após 20 anos de ensino, deparo com 21 alunos do 7° ano,
metade dos quais se comportam como um dos autênticos filhos da mãe. Caramba,
tenho andado furioso!
Hooly → “Passa a descrever como tentou dar uma aula a que muitos alunos
pareciam não prestar atenção. Por fim, ‘fiquei de saco cheio e berrei com eles, facto
que lhes despertou a atenção!’.”
Mas não é assim que funciono. Na sexta-feira seguinte, aconteceu a mesma coisa.
Tentei explicar a razão por que me tinha excedido na sexta-feira anterior. Pareciam
estar a escutar, mas, ao ser-lhes dada uma tarefa, o caso mudou de figura e nada
fizeram! Caramba, zanguei-me! Fiquei zangado, perplexo, confuso e à beira de
explodir, mas lá consegui conservar-me calmo! Pretendi que a minha prática
correspondesse às minhas convicções e às expectativas que tenho em relação às
crianças.
Hooly (1992) explica que o professor depois de escrever suas expectativas e razões,
pergunta de repente: Afinal, o que é que está a acontecer? Deste modo, o professor
revê a sua filosofia e o seu método de ensino na aula.
Hooly → David, ao esboçar seu registro, maneja as técnicas: Penso que faltaalgo à
minha prática. Porque eu não mantenho a cooperação dos alunos durante todo o
tempo [...] Tentei explicar-lhes o seu comportamento e o meu comportamento
regulador. O professor continua a pensar na sua filosofia e aaplicá-la, algumas
vezes com sucesso. Sua filosofia e seus pressupostos podem não ser tão sólidos
como pareciam. David recua a sua história de vida e reconstrói o seu próprio
comportamento como um aluno de tipo semelhante, e que como professor renunciou
“às recompensas e castigos” para uma atuação onde eram explicadas as razões de
suas solicitações, isto honra a criança como pessoa, mas percebe que não resolve o
problema da falta de atenção. O professor David, continuou a tentar compreender
seu ensino e ensaiar novos métodos e técnicas: foi para o ginásio onde os alunos
poderiam aliviar a tensão; depois, refletindo, alterou seu comportamento, dava aula
para os alunos que mostravam interesse. David usou o diário para descrever,
analisar e planificar, refletindo a partir do diário sob várias perspectivas. Na análise
final de seu diário reconstituiu seu pensamento ao longo do período de treze
semanas, de modo a dar-lhe um sentido mais amplo. Suas idéias evoluem,
conforme descritas resumidamente abaixo:
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2) Grito!
5) Racionalizo as contradições, dizendo aos alunos por que procedi dessa maneira.
Se examinar estes comportamentos (porque vão ocorrer novamente)... pergunto a
mim próprio... se terei de dizer que nós professores usamos o medo como
motivação.
6) Isto apenas reforça a idéia de que “o poder faz a lei”, seguidamente, as crianças
são recompensadas ou castigadas.
7) Os alunos comportam-se deste modo, porque foi desta maneira que foram
ensinados.
Finalizando a nossa aula, é preciso deixar claro que os professores que optam
escrever diários profissionais ou pessoais procuram fazer uma auto-observação, de
modo a tentar compreender a própria experiência para conseguir alcançar uma
mudança na atividade profissional.
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Resumo_Unidade II
Nos diários os professores investigam suas atuações práticas, as vidas dos alunos e
a própria vida no cotidiano escolar. Os professores mostram as tensões existentes
entre seus pensamentos e sentimentos; o seu sentido pessoal, humano, filosófico e
psicológico do significado de ensinar para facilitar o pensamento crítico, a relação
cívica, o desempenho criativo e as representações mais tecnológicas e
instrumentais do ensino (eficiência, treino e transmissão de conhecimentos).
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Referências Bibliográficas
ESTEVE, José M. Mudanças sociais e função docente. In: NÓVOA, Antonio (org.).
Profissão professor. Porto: Porto, 1995. cap. 4, p. 94-124.
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Neste contexto, não há espaço para a alienação social, a escola deve criar projetos
inovadores, deixando de lado antigas concepções educacionais e abrindo-se para as
condições adequadas de espaços de aprendizagem, onde todos podem aprender.
Beyer (2006) expõe sobre a didática escolar para o trabalho escolar dos alunos com
necessidades educacionais especiais, ressaltando os procedimentos didáticos,
incluindo as adaptações nos procedimentos de ensino, nas quais devem considerar
as necessidades apresentadas por cada um dos alunos.
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Logo, por exemplo, para os alunos com deficiência mental devem ser levados em
consideração suas características de aprendizagem (ritmo, níveis de abstração,
alcances possíveis da aprendizagem); para os alunos com deficiências sensoriais,
as adaptações nos procedimentos de ensino, tal como na deficiência visual, o que é
preciso o acesso ao código braile e uso de material em relevo; para os alunos
surdos, o domínio da língua de sinais, o conhecimento das características de
linguagem e das estruturas de pensamento dos deficientes auditivos. O desafio é
adotar uma didática que abranja a heterogeneidade escolar (BEYER, 2006).
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O computador é uma máquina cada vez mais abundante em nosso meio, permite a
criação de um mundo abstrato e simbólico, na qual é possível testar idéias ou
hipóteses; além disso, introduz diversas formas de atuação e interação entre as
pessoas (ALMEIDA, 2000 APUD ROCHA, 2008).
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Para Rocha (2008), muitas escolas enfatizam o ensino tecnicista da computação por
meio de laboratórios de informática, onde os alunos participam de aulas uma vez por
semana, com a finalidade de aprender informática, ou seja, as aulas visam ensiná-
los sobre o uso da informática enquanto técnica (conceitos computacionais,
princípios de funcionamento do computador, noções de hardware e software, uso
sociais da Tecnologia de Informação e Comunicação – TICs).
O computador, neste contexto, pode ser um poderoso aliado para atrair os alunos
com necessidades educacionais na escola, motivando-os para o ambiente escolar.
As crianças deficientes conseguem perceber a aplicabilidade do que está sendo
estudado, fato que auxilia no processo de construção do conhecimento. Prevalece a
ênfase no processo em que a criança atinge seus objetivos e não no produto/
resultado de suas ações.
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Segundo Papert (1994, APUD ZULIAN; FREITAS, 2001), o computador é uma ótima
ferramenta de trabalho para o professor, permitindo o uso de diferentes cenários de
ensino e aprendizagem: tutores, simuladores, demonstrações, jogos educativos,
ferramentas de textos, desenhos e imagens.
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Dado o potencial da informática educativa, que vem sendo cada vez mais
comprovada por estudiosos da área, é lícito afirmar que esta precisa ser incluída e
valorizada pela escola e professor. É um importante recurso numa nova concepção
do processo ensino-aprendizagem, no qual o aluno participa ativamente no processo
de busca e construção do conhecimento, desenvolvendo-se cognitiva e
emocionalmente.
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Para iniciar, vamos relembrar que as tecnologias assistivas (ou recursos didáticos
específicos) são os meios usados para aumentar, manter ou, ainda, melhorar as
habilidades de indivíduos com deficiências físicas ou sensoriais. Estes meios podem
ser um item, uma peça de equipamento, entre outros, e podem ser produzidos de
forma artesanal ou comercial, sob medida, ou produzidos em série.
Diz-se Comunicação Alternativa para os casos de pessoas que não possuem outra
forma de comunicação e Comunicação Ampliada (Suplementar ou Aumentativa)
para as pessoas que apresentam algum modo de comunicação, porém esta não é
suficiente para suas vivências cotidianas.
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Por exemplo, um indivíduo com deficiência motora nas mãos pode digitar com a
ajuda de um posicionador para os dedos; outro com deficiência visual pode executar
tarefas relacionadas ao computador através de um software de sintetização de voz;
ou, ainda, para aquele com visão subnormal, é possível a utilização de uma lupa ou
tela para viabilizar a ampliação da leitura.
Pelosi (2008), neste contexto, destaca a diferença entre sistemas simbólicos não
apoiados e apoiados. Os sistemas não apoiados requerem apenas o uso do corpo
para se comunicar, tais como: os gestos, os sinais manuais, as vocalizações e as
expressões faciais. Já nos sistemas simbólicos apoiados há necessidade de uso de
instrumentos, além do corpo do deficiente, para que a mensagem seja produzida.
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Esta aula pretende abordar recursos para comunicação alternativa. Será dada
ênfase aos sistemas de comunicação de baixa tecnologia, ou seja, aqueles que não
requerem o uso de novas tecnologias de informação e comunicação.
5) com qual objetivo o sistema será utilizado: ensino em sala de aula, comunicação
entre amigos. (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p.7).
Após este percurso, o recurso que será utilizado poderá ser construído, definindo-se
a forma, “[...] por exemplo, se ele deverá conter um vocabulário específico para a
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sala de aula ou para outra situação, se haverá um vocabulário básico com figuras
acoplado com letras, ou mesmo com objetos.” (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p.7).
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(http://www.comunicacaoalternativa.com.br):
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Sugestões:
Visitem o site:
http://www.comunicacaoalternativa.com.br
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De forma a complementar a aula passada, iremos, nesta aula, verificar alguns dos
sistemas simbólicos utilizados nas pranchas de comunicação, conforme disposto por
Stainback e Stainback (1999). Posteriormente, serão apresentadas algumas
orientações objetivas fornecidas por Manzini e Deliberato (2006) para o
desenvolvimento de sistemas de comunicação de baixa tecnologia.
Stainback e Stainback (1999) destacam quatro sistemas simbólicos que podem ser
utilizados nas pranchas de comunicação para que o aluno consiga transmitir uma
mensagem: objetos tangíveis, gravuras, desenhos, símbolos de rébus, símbolos de
Bliss, letras e palavras. A escolha deste sistema dependerá de uma rigorosa
avaliação. Vamos verificar cada um deles, de acordo com os autores citados:
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Light writer -
Comunicador de voz sintetizada da empresa Zygo
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Vamos iniciar com a ideia de Melo (1989, APUD SANTAROSA, 1991) que visa à
promoção do desenvolvimento cognitivo a partir da informática. Para tanto, o autor
se apóia em concepções teóricas e metodológicas para a construção de ambientes
de aprendizagem computadorizados. Por meio de dois enfoques, ele propõe novas
ideias ao criar ambientes computadorizados que visem ao desenvolvimento
cognitivo.
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Santarosa (1991) cita duas estruturas do contexto LOGO apresentadas por Bossuet:
uma refere-se à programação espontânea, neste caso, a criança trabalha com uma
pessoa que faz o papel de facilitador, assim, ela constrói seus próprios projetos,
constituídos por desafios ou situações problemas; e a segunda trata da
programação a partir de estruturas iniciadas pelo educador e continuadas livremente
pelo aluno, de modo que este possa ampliá-la, reformulá-la, reconstruí-la, entre
outras possibilidades.
A autora, por meio das ideias de Melo, apresenta duas das características do
ambiente LOGO: 1) permite encontros significativos entre o aprendiz e o objeto por
aprender, considerando a forma natural de como o sujeito conhece ao invés de
processos mecânicos de fixação ou reforço da informação; 2) possibilita que o
professor crie ambientes adequados para construir o conhecimento – científico ou
metacognitivo, pois a aprendizagem ocorre pela integração, crises e novas sínteses
dos conteúdos aprendidos.
No ambiente LOGO tradicional existe uma tartaruga gráfica, ou seja, um robô que
responde aos comandos da pessoa que o utiliza. Deste modo, a linguagem é
interpretada e interativa, sendo que o resultado é mostrado logo após a digitação do
comando, isto incentiva o aprendizado, permitindo que aluno aprenda vivenciando e
repassa seu conhecimento para o LOGO.
Por isso, a relevância do professor saber sobre o uso adequado das novas
tecnologias de informação na Educação Especial. A aprendizagem eficaz por parte
do aluno com o uso do computador depende, principalmente, do modo com que o
professor vai utilizar os Softwares, visando ou não ao desenvolvimento cognitivo e
afetivo.
Finalizando nossa aula, o trecho abaixo de Santarosa (1991) sintetiza, muito bem, o
assunto das novas tecnologias de informação:
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Logo
Visite o site
http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/comunicacao.htm
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Nossa última aula tem o objetivo de descrever algumas orientações gerais com
relação aos sistemas de comunicação, proporcionando conhecimento que conduza
a práticas do uso da comunicação facilitada que sejam eficazes.
3) Treinamento de facilitadores.
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Dentro da proposta de nossa aula, vamos conhecer outras contribuições dadas por
Basil (1990, APUD SANTAROSA, 1999). Segundo o autor, para que as ajudas
técnicas facilitem o acesso interativo de portadores de necessidades especiais, elas
devem possuir as seguintes características:
2) As ajudas técnicas devem permitir diversas opções para seu usuário, tais como:
jogos, controle de ambientes, estudo, entre outras. Neste sentido, é possível dispor
de mais uma ajuda técnica com o uso de monitores, impressão, voz sintetizada etc.;
além disso, pode-se acoplar: rádios, televisão, vídeos, telefones etc.
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Resumo_Unidade III
As novas tecnologias de comunicação trazem vários recursos para que o aluno com
necessidades especiais possa comunicar-se com os outros. Os sistemas simbólicos
apresentados nos comunicadores e nos computadores pessoais estão inclusos nos
sistemas de alta tecnologia. Outros dispositivos, como os quadros de comunicação,
podem ser de baixa ou alta tecnologia. Diversos componentes de Comunicação
Aumentativo e Alternativo ser combinados para aumentar a qualidade e a
quantidade de interações do aluno com deficiência.
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Referências Bibliográficas
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