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UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

WILLIAN GUAITOLINI

PROJETO DE ENSINO
EM JOGOS DE COOPERAÇÃO NA MEDIAÇÃO DE
CONFLITOS NO ÂMBITO ESCOLAR

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Porto Seguro
2023
WILLIAN GUAITOLINI

PROJETO DE ENSINO
EM JOGOS DE COOPERAÇÃO NA MEDIAÇÃO DE
CONFLITOS NO ÂMBITO ESCOLAR

Projeto de Ensino apresentado à UNOPAR,


como requisito parcial à conclusão do Curso de
licenciatura em educação física .

Docente supervisor: Prof. Ms. Bruno José


Frederico Pimenta

Porto Seguro
2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
1 TEMA....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES.................................................................................................6
4 OBJETIVOS......................................................................................................... 7
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................9
7 METODOLOGIA.................................................................................................10
8 CRONOGRAMA.................................................................................................11
9 RECURSOS....................................................................................................... 12
10 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 13
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................14
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 15
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INTRODUÇÃO

Este projeto de intervenção aborda os Jogos de Cooperação e sua


contribuição para a mediação de conflitos entre alunos do ensino fundamental da
Escola Municipal Padre José de Anchieta durante as aulas de Ed. Física de forma
metódica, proporcionando aos estudantes experiências com as atividades
direcionadas que estimula a cooperação, onde o que se busca é a promoção de
níveis das relações interpessoais, despertando a afetividade, a solidariedade e o
companheirismo, mostrando a eles os inúmeros sentimentos que surgem ao
estendermos a mão para aquele que necessita de auxílio e quando se é um “grupo”
que precisa o quanto a cooperação e a sintonia são os combustíveis essenciais para
o alcance desses objetivos.
A escolha por este tema surgiu das observações realizadas durante o estágio
supervisionado obrigatório levando em consideração os conflitos gerados entre os
alunos do ensino fundamental em determinadas atividades esportivas de competição
durante as aulas de Ed. Física, onde eram notórias as agressões verbais, físicas e a
busca incansável de um culpado quando um dos times falhava ou perdia.
A partir daí foram inseridos diversos jogos de cooperação proporcionando
atividades diferenciadas para que os alunos aprendam a compartilhar novas
experiências, levando-os a perceber que pode existir divertimento sem que haja o
tipo de competição que estão acostumados, incentivando assim a participação de
todos e o trabalho em equipe.
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1 TEMA

O presente projeto de intervenção trata das reflexões quanto à utilização dos jogos
de cooperação como método educativo, no recinto escolar, abordando a importância
de se trabalhar conteúdos que representam a solidariedade, respeito mútuo e
cooperação. Dessa forma, o objetivo desse projeto caracteriza na observação do
uso dos jogos de cooperação como meio de reflexão para um melhor
relacionamento entre os alunos e seus professores. A metodologia traduz-se em
uma perspectiva qualitativa. Os resultados são analisados por meio de vivências em
três jogos de cooperação. De início, é possível perceber que os jogos de
cooperação apresentam possibilidades e limitações, permitindo, em conjunto com
outras ações, que o desenvolvimento das práticas cooperativas, no ambiente
escolar, possa se estender ao convívio social mais amplo.
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2 JUSTIFICATIVA

Os estudiosos dizem que a fase em que tudo se aprende é durante a infância,


somos aqueles que elas sempre copiam em atitudes e ações, e a escola é um dos
principais equipamentos que podem auxiliar na educação e desenvolvimento desses
alunos.
Muitas ações e atitudes devem ser restauradas, mas, ao trata-las devem ser
apresentados a esses estudantes os dois lados da moeda, para que eles tenham
ciência das consequências e possam a partir daí escolher sempre o caminho e a
atitude que não prejudique e nem desmotive a nenhum de seus colegas e nem a si
mesmos.
De acordo com Orlick (1989 p. 118) os jogos de cooperação possibilitam a prática
esportiva para ultrapassar os padrões de jogos que possuem características
competitivas e a exclusão da agressividade. Deste modo, a proposta se constitui na
compreensão e no divertimento. Para comprovar essa diferença, adiciona-se:

Primeiro todos cooperam e ganham, eliminando o medo do fracasso e


aumentando a autoestima e a confiança em si mesmo. Ao passo que no
segundo, a valorização e reforço são deixados ao acaso ou concedidos
apenas ao vencedor, o que gera frustração, medo e insegurança.

Na ótica de Soler (2003) ele explana as possibilidades das atividades através


dos jogos de cooperação, destacando valores humanos significativos e relevantes
para o progresso coletivo de um grupo onde está estabelecida uma convivência.
Acrescentando ainda com o Coletivo de Autores (1992, p. 71) na escola, é
preciso resgatar os valores que privilegiem o coletivo sobre o individual, defender o
compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que o jogo se
faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o
adversário.
É com esta visão que foi elaborado este projeto de intervenção para que
conflitos surgidos entre as competições desportivas sejam eliminados e que passe a
sobressair o companheirismo, a solidariedade e a cooperação para o bem comum.
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3 PARTICIPANTES

Este projeto de intervenção foi elaborado para os alunos matriculados no


ensino fundamental da Escola Municipal Padre José de Anchieta do Município de
Porto Seguro.
Nesse caso específico está sendo utilizado apenas para participantes do
ensino fundamental, contudo poderia também ser utilizado para o ensino médio.
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4 OBJETIVOS

O projeto de intervenção envolve a reflexão sobre a utilização de jogos


cooperativos como método educativo em ambientes escolares, enfatizando a
importância de trabalhar conteúdos que representem solidariedade, respeito mútuo e
cooperação. Portanto, o objetivo deste projeto é observar a utilização de jogos
cooperativos como meio de reflexão para melhorar as relações entre alunos e
professores.
Os benefícios do jogo cooperativo vão além do ambiente escolar. As crianças
que praticam apresentam melhorias no relacionamento com os familiares. Existe um
forte sentido de comunidade, apoio mútuo e inclusão. Além disso, os alunos estão
mais dispostos a aceitar a orientação dos pais. Como se não bastasse, os jogos são
claramente uma ferramenta de lazer que contribui para o desenvolvimento motor e
intelectual das crianças.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

A maior dificuldade encontrada foi que no começo as crianças precisam

aprender a cooperar umas com as outras, para aprenderem a trabalha em

grupo, pois elas são parceiras, e não adversarias. Sendo assim, faz com que a

pessoa aprenda a se colocar no lugar do outro (empatia), e não priorizar apenas

o seu lado.
Vivemos em uma sociedade competitiva, em que valores de solidariedade,
cooperação e união têm a necessidade de serem partilhados entre as pessoas. Com
isso enxergamos nos jogos de cooperação à possibilidade de levar para as aulas de
Educação Física, atividades que proporcionam aos alunos o prazer de brincar
juntos, de cooperar uns com os outros.
Embora a vitória não seja garantida, um jogo cooperativo garantirá que

cada participante possa se divertir muito do começo ao fim. Como bônus, ajuda

a ensinar às crianças a importância da empatia e do trabalho em equipe.


Em alguns jogos cooperativos, pode haver uma discrepância na contribuição
dos jogadores. Alguns podem assumir a maior parte do trabalho ou tomando todas
as decisões, enquanto outros se tornam mais passivos. Isso pode levar à frustração
e à sensação de desigualdade entre os jogadores, com isso, o professor deve apoiar
todos os participantes para que todos se sintam importantes no jogo.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

Vivemos em uma sociedade competitiva, em que valores de solidariedade,


cooperação e união têm a necessidade de serem partilhados entre as pessoas. Com
isso enxergamos nos jogos de cooperação à possibilidade de levar para as aulas de
Educação Física, atividades que proporcionam aos alunos o prazer de brincar
juntos, de cooperar uns com os outros, de participar, criar sem aquela gana de
competir e sem precisar ter a necessidade de vencer em todas as tentativas. O jogo
de cooperação nas aulas de Educação Física visa à participação de todos sem
exclusão, independente de sua raça, classe social, religião ou gênero; sempre
dentro de um ambiente harmonioso, onde o que se objetiva são resultados que
tragam benefícios para todos.

A essência dos jogos de cooperação “começou a milhares de anos, quando


membros das comunidades tribais se uniam para celebrar a vida” (ORLICK apud
BROTTO, 2002, p. 47). Eles surgiram da preocupação com a excessiva valorização
dada ao individualismo e à competição exacerbada, na sociedade moderna, mais
especialmente, na cultura ocidental. Os jogos cooperativos são jogos de
compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca
preocupação como fracasso e o sucesso em si mesmo. Eles reforçam a confiança
pessoal e interpessoal, uma vez que, ganhar e perder são apenas referências para o
contínuo aperfeiçoamento total, em sentimentos de aceitação e vontade de continuar
jogando. Considerada como um valor natural e normal da sociedade humana, a
competição tem sido adotada como uma regra em praticamente todos os setores da
vida social. Temos competido em lugares, com pessoas e em momentos que não
precisaríamos, e muito menos deveríamos. Agimos assim como se essa fosse à
única opção.

De acordo com Darido (2001), os jogos de cooperação apresentam-se, na


área da Educação Física, como uma nova tendência e como uma proposta diferente
das atuais, já que valorizam a cooperação ao invés da competição. Os profissionais
dessa área vêm se mostrando preocupados com o uso dos jogos em suas aulas,
visto que a Educação Física é influenciada historicamente pela competição, através
dos esportes de rendimento. Assim, a proposta dos jogos de cooperação “vem se
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revelando como a mais nova e mais adequada tendência ou concepção da
Educação Física Escolar na busca por projetos educacionais não competitivos”
(CORREIA, 2006, p.150).

De forma geral, para Piaget (1993), os jogos se constituem em expressão e


condição para o desenvolvimento infantil, pois ao jogar as crianças estão
assimilando e transformando a realidade. As atividades lúdicas acompanham o
desenvolvimento da inteligência, vinculando-se aos estágios do desenvolvimento
cognitivo. Por isso, cada etapa está relacionada a um tipo de atividade lúdica, que se
sucede de forma semelhante para os indivíduos. Piaget identifica três grandes tipos
de estruturas mentais que surgem sucessivamente na evolução do brincar infantil:
os jogos de exercício, os jogos simbólicos e os jogos de regras.

De acordo com Brotto, jogar é uma oportunidade criativa para encontrar


conosco, com os outros e com todos, e a partir daí, o jogo passa a ser uma
consequência das visões, ações e relações. (BROTTO apud MAIA, R.;
MAIA, J.; MARQUES, 1995).

A Educação Física escolar é historicamente influenciada pelo esporte de


rendimento, além de facilmente incorporar a competição como elemento
fundamental de sua existência. Lovisolo confirma isso, da seguinte forma: “considero
que a competição que se expressa em ganhar e perder é a alma do esporte” e
“creio, portanto, que se há atividade esportiva na escola, algum grau de competição
estará presente”. Essa visão (compartilhada por muitos professores) demonstra o
quanto ainda encontra-se polêmico o ideal de uma competitivista e esportivista. Sob
essa perspectiva, as aulas são orientadas pela adaptação do esporte de rendimento
às condições estruturais da escola, criando o processo de esportivização das
atividades e reforçando o “mito da competição”. Mito que acaba perpetuando uma
concepção equivocada de que o aluno precisa aprender a competir para sobreviver
às adversidades sociais, politicas e econômicas da vida lutando contra seus pares.
(CORREIA, 2007).

Num sistema de cooperação, para além da satisfação e alegria vivenciadas,


cada uma das partes e o todo ganham, em consequência da ajuda. Em
diversas atividades o resultado alcançado pelo grupo é melhor do que a
soma dos resultados pessoais obtidos numa situação de competição.
(ALMEIDA, 2003).
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De acordo com GONÇALVES e FISCHER (2013 p.60) ainda que a
cooperação e a competição sejam processos distintos, é possível que elas
coexistam e se entrelacem no desenvolvimento de um mesmo jogo. Assim, por
exemplo, podemos falar em jogos que apresentem uma competição cooperativa ou
uma cooperação competitiva.
Em seu livro, Orlick (1989) destaca que esses jogos podem ser classificados em:

1. Jogos cooperativos sem perdedores: o objetivo é o de superar


um desafio em comum, sendo que todos os participantes
formam um único time;
2. Jogos de resultado coletivo: o objetivo continua sendo o de
alcançar uma meta comum; contudo, os participantes são
divididos em duas ou mais equipes que, por meio de um trabalho
coletivo, acabam cooperando entre si;
3. Jogos de inversão: o objetivo é alterar o padrão de times fixos.
Os participantes são divididos em equipes, mas, durante o jogo,
devem ocorrer trocas entre os membros dessas equipes,
modificando-se a configuração inicial, a fim de que todos
possam se ajudar. Busca-se o prazer pelo jogo e não pela
vitória;
4. Jogos semicooperativos: o objetivo é o de oportunizar a todos os
participantes as mesmas chances. Os jogadores são divididos
em equipes, jogando uns contra os outros; entretanto, são
enfatizados o envolvimento e o prazer de jogar, não a
competição.

Nas aulas de Educação Física há uma predominância muito forte do espirito


competitivo através dos jogos que sempre visam um vencedor. Nesse
sentido, a introdução dos Jogos Cooperativos como conteúdo da Educação
Física seria suma importância para o rompimento da tradição unívoca do
esporte competitivo (PEDROSO e SILVA apud CORREIA, 2008).

A cooperação é uma arte que pode ser desenvolvida quando as forças,


habilidades e atitudes de cada criança receberem atenção e forem praticadas. A
capacidade das crianças cooperar melhoram rapidamente com a vivência frequente
de atividades que estimulam desenvolvimento. Quando aprendemos o verdadeiro
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sentido e significado da COOPERAÇÃO formamos uma consciência grupal,
começamos assim a perceber que NÓS fazemos parte de um mundo maior e que
estamos interligados com toda a humanidade, com a natureza e o cosmos. As
atividades cooperativas aumentam a segurança nas capacidades pessoais e
contribuem para o desenvolvimento no sentido do pertencer a um grupo. Nessas
atividades ninguém perde ninguém é isolado ou rejeitado porque falhou. (ALMEIDA,
2003).

Dessa forma, podemos dizer que os jogos de cooperação são importantes na


escola e para os educandos, desenvolvimento da autoestima, sentimento de
aceitação e para proporcionar oportunidades das crianças confiarem em si mesmas.
Assim, os jogos cooperativos na escola podem colaborar na formação de seres
pensantes, criativos e críticos, não perdendo de vista a sua principal característica
que consiste em eliminar qualquer forma de competição. Como diria Orlick, “os jogos
verdadeiramente cooperativos eliminam a eliminação e rechaçam a ideia de dividir
jogadores em ganhadores e perdedores”. E é essa característica que constitui o jogo
cooperativo em uma alternativa pedagógica a mais para colaborar na mudança e
transformação da prática cotidiana na escola. (CORTEZ, 1996).

Precisamos partilhar com os nossos alunos jogos de caráter cooperativo e mostrar


para eles que participar do jogo é muito mais importante do que seu resultado final,
os jogos de cooperação são instrumentos que os professores de Educação Física
tem em suas mãos para auxiliar no desenvolvimento dos seus alunos tornando-os
empáticos, proativos, solidários e na construção de um mundo melhor.
7 METODOLOGIA

Quando abordamos o desenvolvimento se faz necessário a buscar por


metodologias, conhecimento e experiências, considerando a teoria e a prática para a
visualização de novos caminhos que venham proporcionar intervenções às
problemáticas assinaladas em cada realidade, neste caso a de mediação de
conflitos no ambiente escolar.
Para a elaboração desse projeto foram desenvolvidas pesquisas com relação
ao tema, preparação de mapeamentos e observações durantes as tantas aulas de
Educação Física, desta forma foi identificado o problema, e para entender seu
surgimento foram realizadas conversas informais com aqueles alunos, para
conhecer através das palavras deles como é o ambiente familiar? Quais seus
sonhos? Quais são seus medos? O que é amizade? O que é solidariedade? E o que
eles querem para o futuro?
Através das respostas obtidas foram inseridos os jogos de cooperação como
método de conscientização e identificação do que estava acontecendo sem que
muitas vezes eles percebessem e apontando a melhor forma para que aqueles
conflitos depois de identificados não passassem mais a existir.
O programa de jogos foi composto por oito intervenções, que foram divididas
entre quatro intervenções de jogos cooperativos e quatro de jogos competitivos. Foi
escolhido primeiramente iniciar com jogos de cooperação, pois foi notado que as
crianças competiam muito e se sentiam desvalorizadas ao perderem naqueles jogos,
muitos alunos denegriam a imagem de outras crianças, por não se “empenharam”
totalmente nestas atividades. Daí a necessidade de propor os jogos de cooperação,
a fim de aproximar as crianças uma das outras e estas passarem a enxergar e
valorizar seus colegas de turma.
Em seguida, os jogos competitivos foram vivenciados em forma de
competição individual, para que os alunos pudessem competir com eles mesmos,
ressaltando que todos os alunos passaram pela mesma circunstância de jogo,
procurou-se o entendimento para que eles possam ser empáticos evitando a
exposição do próximo a situações desagradáveis. E, por fim a competição coletiva,
pois nela o grupo mesmo competindo se unem para atingir os mesmos objetivos.
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8 CRONOGRAMA

PESSOA PROCESSO TEMPO E ESPAÇO


Público Alvo Atividades desenvolvidas Dias de Aula de Ed.
Física

Alunos do Ensino Apresentação do projeto; Sala de Aula


Fundamental
Jogos de cooperação com bola; Quadra de Esportes da
Escola
Jogos de cooperação com Quadra de Esportes da
toalhas; Escola
Jogos de cooperação com Quadra de Esportes da
bexigas; Escola
Jogos de cooperação com Quadra de Esportes da
arcos; Escola
Jogos de cooperação com Sala de Aula
caneta e papel;
Jogos de cooperação com Quadra de Esportes da
cordas. Escola
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9 RECURSOS

Para a execução desse projeto de intervenção foi utilizada a quadra de esporte da


escola como espaço predominante, também poderia ser usada a própria sala de
aula ou corredores da escola, caso a escola não possuísse quadra de esporte.
Os recursos usados são foram bola, cartazes, cordas, caneta, papel, bexiga, arcos,
entre outros materiais de fácil acesso para as brincadeiras.
O agir e o pensar coletivamente constituem o maior desafio nos jogos cooperativos,
negando-se comportamentos como: trapacear, enganar ou tirar vantagem do outro
em benefício próprio.
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10 AVALIAÇÃO

Durante as observações realizadas com os alunos do ensino fundamental da Escola


Municipal Padre José de Anchieta antes da aplicação/execução do projeto de
intervenção foi constatado a competição excessiva entre eles levando muitas vezes
a existência de conflitos, frustrações e desânimos ao perderem um jogo. Essas
pretensões refletiam de forma significativa em seus desempenhos em salas de
aulas, situações de deboche entre os alunos que venciam para com os que perdiam
os jogos, o sentimento de incapacidade até mesmo com relação às outras
disciplinas.
No decorrer da inserção dos jogos de cooperação e com uma outra visão dos jogos
competitivos constatou-se o equilíbrio entre os alunos, passaram a aceitar melhor
quando “perdiam” durante os jogos e a ficarem contentes pela vitória do colega,
passaram a ter atitudes de cooperação uns com os outros, deram espaço ao
florescimento de valores éticos da competição, passaram a perceber que todos
precisam uns dos outros, e que para o alcance de metas e objetivos todos têm que
se ajudarem é como um barco a remos com várias pessoas que não vai a lugar
nenhum se apenas um remar, pois uma hora ou outra ele cansará.
Na ótica desse estagiário aqueles alunos passaram por transformações significativas
que serão compartilhadas dentro e fora do âmbito escolar, o que dá a inestimável
sensação de dever cumprido.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A conclusão deste trabalho é que a inclusão de jogos cooperativos é uma


ferramenta muito rica no processo de ensino, pois vão além dos simples jogos e dão
aos alunos a oportunidade de vivenciá-los no seu dia a dia. A importância do jogo
cooperativo, dedicado aos valores morais e sociais necessários para viver em
perfeita harmonia com a sociedade, pode ser entendida de forma leve e divertida.
Oferecem oportunidades para melhorar a qualidade de vida de todos, para melhorar
as relações interpessoais e a interação social através de princípios de vida como
tolerância, igualdade, coletividade e responsabilidade, para focar em objetivos bons
e comuns, para desenvolver valores como respeito, coexistência e aceitação das
diferenças, e para ajudar a reduzir a agressão e, portanto, a violência.
A cooperação e os jogos divertidos na educação física podem sensibilizar para a
importância da cooperação, com o objetivo principal de proporcionar momentos de
qualidade num ambiente de grupo onde os alunos aprendam a conviver noutros
ambientes sociais.
Concluímos que o papel dos professores de educação física é transformar a
realidade educacional para que os alunos vivenciem e internalizem os valores da
cooperação humana. Acredita-se, portanto, que a brincadeira cooperativa seja a
porta de entrada para que as crianças de hoje se tornem adultos responsáveis,
comprometidos com a saúde coletiva e o bem-estar social.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Marcos. Jogos Cooperativos na Educação Física: uma proposta lúdica


para a paz. III Congresso Estatal y I Iberoamericano de Actividades Físicas
Cooperativas. Gijón (Astúrias). Ceará, 2003.
BROTTO, F. O. Jogos Cooperativos: O jogo e o esporte como um exercício de
convivência. 1999. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Faculdade de
Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício
de convivência. Santos: Projeto Cooperação, 2002.
BROWN, G. Jogos cooperativos: teoria e prática. São Leopoldo: Sinodal, 1994 –
1995.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo:
Cortez, 1992.
CORREIA, M. M. Jogos cooperativos e Educação Física escolar: Pedagogia da
Práxis possibilidades e desafios. Efdeportes, Buenos Aires, ano 12, nº 107, p.1,
2007.
CORTEZ, Renata. Sonhando com a magia dos jogos cooperativos. Dissertação de
Mestrado. Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, 1999.
DARIDO, S. C.; SOUZA JUNIOR, O. M. Para Ensinar Educação Física:
Possibilidades e Intervenções na Escola. Campinas, São Paulo: 6ª edição: Papirus,
2010.
GONÇALVES, Natália Kneipp Ribeiro e FISCHER, Juliana Kneipp Ribeiro.
Cidadania e Jogos Cooperativos: vivenciando práticas de cooperação em uma sala
do ensino fundamental, 2013.
LIMA, J. M. - O jogo como recurso pedagógico no contexto educacional/José Milton
Lima. – São Paulo: Cultura Acadêmica: Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria
de Graduação, 2008.
ORLICK, T. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do Livro, 1989
PIAGET, J. & INHELDER, B. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil
S.A, 1993.
SOLER, R. Alfabetização cooperativa. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.

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