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Carla Bertelli – 6° Período

unha, o que provoca a saída da secreção purulenta. A


pele solta deve ser seccionada com a lâmina do bisturi
ou com tesoura de ponta fina. A drenagem e a secção
superficial da pele podem ser conseguidas sem causar
dor ou sangramento, sendo dispensável anestesia local

Se a infecção não for tratada nesse estágio, pode haver


propagação e formação de abscesso subungueal. Nesse
caso, após anestesia por bloqueio dos nervos digitais,
infecção em torno da unha. Pode ser classificada em deve-se proceder à drenagem, afastando o eponíquio da
unha nas bordas laterais em seu terço proximal e
aguda e crônica. O tratamento inadequado da paroníquia
pode levar a complicações graves. seccionando, na unha, dois pequenos triângulos de base
lateral.
Aguda – Geralmente é
causada pelo S. aureus e, Crônica – Consiste na inflamação crônica do
menos comumente, pelo eponíquio, que se torna arroxeado, edemaciado e
deslocado cerca de 1 mm da lâmina ungueal. Pela
estreptococo beta-
hemolítico e bactérias compressão das dobras da unha, surge exsudato
seropurulento, que pode secar e formar pequenas
gram-negativas entéricas,
que penetram na intimidade crostas. Na unha, vão surgindo sulcos transversais
das dobras ungueais por paralelos, distanciados entre si aproximadamente 1 mm,
dando a ela aspecto ondulado.
pequenos traumatismos. É
mais comum em mulheres Acomete mais as pessoas cujas mãos estão sempre em
devido ao cuidado das unhas em manicures ou a contato com água ou expostas a ambientes úmidos e
trabalhos domésticos. Inicialmente, o processo é limitado sujeitas a microtraumas repetidos que causam dano
ao local de entrada do agente infeccioso. Edema e cuticular, como lavadeiras e cozinheiras.
eritema ocorrem na borda lateral ou na base da unha,
tornando a região acometida muito dolorosa. Nessa fase, O paciente deve abster-se de todo contato manual
a infecção pode ser resolvida clinicamente. prolongado com a água ou exposição a ambientes
Posteriormente, há formação de coleção purulenta, na úmidos, evitar microtraumas crônicos e contato com
borda lateral ou na base da unha que levanta o eponíquio irritantes ou alérgenos. Aplicação de corticosteroides
e pode propagar-se de um lado a outro. tópicos de alta potência (propionato de clobetasol a
0,05%, 1 vez ao dia, ao deitar) é tratamento de primeira
No estágio inicial, está indicado o tratamento clínico. escolha. Tacrolimo tópico a 0,1% pode ser outra opção
Consiste na utilização de calor úmido (20 min, 3 a 4 terapêutica
vezes ao dia) e antibioticoterapia tópica. Nos casos mais
graves, é mandatório o uso de antimicrobianos por via
oral para evitar distrofia ungueal permanente.
Se, em 2 dias, não houver melhora dos sinais e sintomas
Infecção da unha decorrente de invasão por fungos. A
e/ou houver a vigência de coleção purulenta, a
maioria das onicomicoses é causada por fungos
drenagem cirúrgica está indicada. Esta consiste em
dermatófitos. Os fungos invadem a unha por diversas
introduzir o bisturi, de lâmina n°11, entre o eponíquio e a
rotas, levando a infecções com características distintas.
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Os principais tipos de onicomicose são: subungueal distal com a idade. Está associada a
e lateral, subungueal proximal, superficial, endonix e trauma local ou surge
distrófica total. secundariamente ao
desenvolvimento de exostose
subungueal ou devido à
hiperextensão crônica do hálux. A
placa ungueal curva-se e perde a
orientação para o crescimento.
Isto resulta em crescimento
divergente para um lado. Essas
unhas são espessas e duras, e é muito difícil cortá-las. O
tratamento consiste na exérese da unha e aplicação de
fenol por 3 min na matriz e no leito ungueal.

Distrofia caracterizada por exacerbação da curvatura


transversal das unhas, que adquirem conformação tubular
Neste local, as bordas laterais pinçam, aprisionam e
comprimem o leito ungueal como as garras de uma
pinça, sem necessariamente haver ruptura da epiderme.
Eventualmente o tecido mole pode até mesmo
desaparecer, às vezes com reabsorção óssea
subjacente. Na maioria das vezes, a dor é moderada, mas,
em alguns casos, pode ser intensa. Geralmente é
provocada pela pressão.
O tratamento fica reservado aos casos sintomáticos e
consiste em aplicação de grampos metálicos nas unhas,
para regular a curvatura ungueal, ou em lixar a parte
média da placa ungueal quase até o leito, para quebrar a
curvatura convexa da unha, elevando suas partes laterais.
Nos casos graves, pode-se remover a unha e destruir o
leito ungueal com aplicação de fenol. Quando secundária
à exostose subungueal, esta deve ser ressecada.

Os fungos colonizam a porção superficial da placa


ungueal, porém sem penetrá-la. É também conhecida
como onicomicose superficial branca, pois, mais Quando a margem ungueal irrita
comumente, a superfície da unha torna-se branca, opaca e penetra os tecidos vizinhos, há
e friável lesão da pele nas dobras laterais,
com instalação de infecção
crônica e formação de tecido de
granulação. A esse quadro, que
pode estar presente total ou parcialmente, denomina-se
As unhas afetadas tornam-se irregulares, espessadas e unha encravada. Mais comum no hálux
curvas. É mais frequente nos dedos dos pés,
Nos casos em que há apenas a penetração da borda
principalmente no hálux. Nas mãos, essa doença é pouco
ungueal da dobra lateral, com ausência de tecido de
observada. Acomete geralmente idosos e tende a piorar
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granulação, adota-se a seguinte conduta: o paciente é Outra técnica consiste em ressecar, após anestesia
instruído a ter mais cuidados com os pés e a usar sapatos troncular, o terço da unha do lado acometido, da borda
que não apertem a região anterior; em mulheres, o uso livre até a raiz, junto com o tecido hipertrofiado e de
de sapatos de salto alto é desaconselhado; instruções são granulação. Pode-se proceder à cauterização, com fenol,
dadas quanto ao modo correto de cortar as unhas, isto da matriz ungueal, após a remoção da borda da unha.
é, a linha de corte deve formar ângulo de 90o com o Esse tratamento vem sendo utilizado com sucesso. Um
eixo longitudinal do artelho. cotonete embebido em solução de fenol é aplicado na
matriz da unha, permanecendo em contato pelo período
Nos casos em que há espícula lateral perfurando a pele
de 3 min. Após esse período, o dedo é ocluído com
da borda lateral e tecido de granulação cobrindo pequena
curativo não aderente.
região anterolateral da unha, procede-se do seguinte
modo: após anestesia troncular, faz-se o levantamento Uma alternativa à cauterização com fenol é a ressecção
da borda lateral da unha com pinça hemostática curva, em cunha do tecido de granulação e da borda ungueal
tipo Halstead, de ponta fina, o que faz com que pequena até a base da unha, incluindo o epitélio germinativo.
área lateral da unha seja deslocada do leito ungueal. Inicialmente, após antissepsia e anestesia troncular, a
borda da unha é incisada com bisturi de lâmina n°11 ou 15,
A seguir, secciona-se a espícula com bisturi de lâmina n°
desde a sua extremidade distal até a base da unha. Uma
11 ou tesoura e introduz-se um pedaço de algodão sob o
segunda incisão é feita logo abaixo da primeira,
leito ungueal, para afastar a borda da unha da goteira
englobando o tecido de granulação e a borda da unha,
lateral. O algodão deve ser embebido 2 vezes ao dia com
que são retirados em cunha. A seguir, curetam-se o leito
solução de PVP-I e mantido no local até que o ressalto
e a matriz ungueal com o cuidado de não deixar nenhum
lateral, formado ao se seccionar a espícula, ultrapasse
epitélio germinativo remanescente. A parte proximal da
cerca de 2 mm o hiponíquio
ferida é aproximada com pontos simples com fio de
mononáilon 4-0 realizando-se, a seguir, curativo oclusivo

Nos casos em que o tecido adjacente a toda a borda da


unha apresenta-se hipertrofiado, com toda a borda
encravada, a técnica recomendada inclui: após anestesia
troncular, secciona-se, em cunha, o tecido hipertrofiado
e coloca-se um coxim de algodão sob toda a borda
ungueal acometida, deslocando a unha alguns milímetros
de seu leito, desde a raiz até a extremidade distal.
O algodão deve ser embebido 2 vezes ao dia com
solução de PVP-I e mantido no local até a cicatrização
completa da área ressecada, e até que a unha esteja de
tamanho adequado para ser cortada corretamente. Essa
técnica está associada a bom resultado estético, visto
que, após a cura da lesão, a unha fica idêntica à que era
antes da afecção.
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Essa lesão é extremamente dolorosa, pois o tecido é Nessas lesões, os fragmentos da unha aderentes ao leito
fortemente comprimido pelo sangue extravasado que se ungueal devem ser conservados. Na avulsão parcial
acha entre duas estruturas rígidas: a unha e a falange traumática da unha, após anestesia por bloqueio regional
distal e limpeza cuidadosa, recoloca--se a unha sobre o leito
ungueal por meio de três pontos em U com fio de
A grande maioria dos pacientes procura atendimento
mononáilon 5-0. Nos casos de ferimentos cortantes
médico motivados pela dor, para a qual se consegue
envolvendo a unha, a sutura na própria unha mantém os
rápido alívio ao se descomprimir o espaço subungueal.
fragmentos no lugar. Em todos os casos, o cirurgião deve
Uma técnica simples e pouco traumática de drenar o fazer o possível para conservar a unha.
hematoma consiste em perfurar a unha sobre ele, com
agulha descartável de calibre fino (25 × 7 ou 25 × 8)
fazendo-se movimentos de rotação. Como a ponta
dessas agulhas é bem afiada, consegue-se a perfuração
da unha aos poucos, sem necessidade de pressão
excessiva, até que o sangue retido encontre saída. Desse
modo, a dor é mínima e não há necessidade de anestesia
local, o que não ocorre quando se tenta perfurar a unha
com ponta de bisturi. O aquecimento da agulha ao rubro
facilita a perfuração
Após a drenagem, faz-se curativo compressivo e
enfaixa-se a mão em posição anatômica, com o uso de
tipoia alta por, pelo menos, 24 horas. O estudo
radiográfico é recomendado em todos os casos, pois
pode haver associação com fratura da falange distal.

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