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Revista GeSec

São Paulo, SP, Brasil

v. 14, n. 4, p. 5954-5972,

ISSN: 2178-9010 2023

DOI: http://doi.org/10.7769/gesec.v14i4.2030

A gênese de criação de uma startup com foco no agronegócio

The genesis of creating a startup focused on agribusiness

Maria Vitória Prado de Albuquerque1


Paulo Henrique Bertucci Ramos2

Resumo
O setor agrícola é um dos principais pilares de sustentação da balança comercial brasileira.
Para que esse setor seja um pilar efetivo são necessários constantes investimentos em
produção. As startups agrícolas (agtechs) construem muito para o aumento da produção e
consequentemente da produtividade. Embora sejam importantes, poucos estudos são
encontrados com foco exclusivo nesse tipo de empresa nascente (agtechs) e mais raros ainda
são os estudos que buscam entender a gênese de sua criação. Diante disso o trabalho buscou
compreender a criação e fundamentação dessas novas empresas de base tecnológicas. Para
isso realizou-se um estudo de caso de carater exploratório, primeiramente com coleta de dados
em artigos científicos e em segundo momento com uma entrevista com o CEO de uma
empresa consolidada do setor. Os resultados obtidos apontam para a importância que a
empresa tem para a economia do local onde está inserida. Apresenta, também os principais
desafios que ela viveu e quais oportunidades podem ser buscadas. Como principal limitação
desse artigo, pode-se destacar o estudo de caso único que gera resultados que dificilmente
pode ser extrapolado para outras regiões e ramos de atuação dessa empresa. Como estudos
futuros indica-se compreender a gênese de outros tipos de empresas, bem como utilizar
estudos de caso múltiplos.

1
Graduanda em Administração pela Faculdade Federal de São Carlos (UFSCAR), Rod. Washington Luiz, s/n,
Monjolinho, São Carlos - SP, CEP: 13565-905. E-mail: ma.viprado@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0876-6900
2
Doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da
Universidade de São Paulo (FEA-USP), Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Butantã, São Paulo - SP,
CEP: 05508-010. E-mail: phbramos@ufscar.br Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2389-6351
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Palavras-chave: Startup. Agtech. Tecnologia. Agrotecnologia.

Abstract
The agricultural sector is one of the main pillars supporting the Brazilian trade balance. For
this sector to be an effective pillar, constant investment in production is required. Agricultural
startups (agtechs) contribute greatly to the increase in production and, consequently, to
productivity. Despite their importance, few studies focus exclusively on this type of nascent
company (agtechs), and even fewer seek to understand the genesis of their creation. Therefore,
this study sought to understand the creation and foundation of these new technology-based
companies through an exploratory case study. Firstly, data was collected from scientific
articles, and secondly, an interview was conducted with the CEO of a consolidated company
in the sector. The results indicate the importance of the company to the local economy where
it is inserted. They also present the main challenges it faced and what opportunities can be
pursued. The main limitation of this article is the single case study that generates results that
are difficult to extrapolate to other regions and business areas of this company. For future
studies, it is suggested to understand the genesis of other types of companies, as well as to use
multiple case studies.
Keywords: Startup. Agtech. Technology. Agrotechnology.

Introdução

A economia brasileira é alicerçada por atividades empreendedoras (Monteiro da Silva


& Bastos, 2022). Segundoo Sebrae (2013) os empreendedores são reconhecidos como peça
chave na mobilização de capital, eles são provedores de empregos, estimulam a inovação e
consequentemente aceleram o crescimento econômico. Dados encontrados no Global
Entrepreneurship Monitor – [GEM] (2021), na sua vertente brasileira, indicam que a taxa total
de empreendedorismo, no país, foi de 20%, ou seja, em uma amostra de 100 brasileiros, com
idades entre 18 e 64 anos, 20 realizam alguma atividade empreendedora. Esse mesmo estudo
indica que a da taxa de empreendedores estabelecidos, com mais de 3,5 de operações, que era
de 9,9%, recebeu um aumento de aproximadamente 14% em relação ao ano anterior.
É necessário ressaltar que o tipo de empreendedorismo mais empregado no Brasil é
comumente denominado empreendedorismo de oportunidade. O empreendedorismo por
oportunidade pode ser caracterizado como a criação de negócios quando há uma oportunidade

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empreendedora. Há vários fatores possíveis que resultam em empreendedorismo por


oportunidade, tais como a experiência do empreendedor, a demanda do mercado ou a inovação
disruptiva do produto (Fairlie & Fossen, 2018). Devemos considerar que existe uma segunda
forma de empreendedorismo no Brasil, que ocorre de maneira discreta, o empreendedorismo
por necessidade. De acordo com Fairlie & Fossen (2018), esse tipo de empreendedorismo é
geralmente considerado como a criação de negócios diante de oportunidades alternativas
limitadas. Neste modelo, o empreendedor geralmente sofreu um choque adverso, como o
desemprego. Esse segmento é caracterizado pela falta de planejamento e informalidade,
fatores que contribuem rapidamente para o insucesso da organização, sem que haja qualquer
interferência positiva para a economia local (Dornelas, 2016). Segundo GEM (2018), no
Brasil, 61,8% dos empreendedores são motivados por oportunidades e 37,5% por necessidade.
O processo de empreender se desenvolve em diversos segmentos e atividades e
depende, em grande parte, do perfil empreendedor. Dornelas (2016) afirma que o
empreendedor é aquele que desenvolve um negócio e cria laços afetivos com o mesmo,
utilizando de forma estratégica e criativa os recursos disponíveis, com impacto direto no
ambiente social e econômico em que está inserido. Para isso, o empreendedor assume riscos
calculados, bem como a possibilidade de falha do seu negócio.
Empreender demanda trabalho e dedicação. A concepção de uma boa ideia de negócio
não é suficiente para que ela seja executada. É extremamente necessário que todos os pontos
estejam alinhados, o que é obtido por meio da jornada empreendedora. Segundo Dolabela
(2006), essa jornada se inicia com a criação de um plano de negócios que contenha todas as
aspirações da empresa, somadas à estratégia de marketing, análise de mercado e plano
financeiro. Após essa etapa, é preciso buscar os recursos essenciais para a implantação da
empresa e só então efetivar o negócio.
Apesar de parecer tarefa simples, esses pontos da jornada se dividem em outras
variáveis que demandam pesquisas focadas no objetivo final da empresa. Muitos
empreendedores não conseguem concluir a jornada seja por falhas no processo, falta de
qualificação, legislação trabalhista engessada ou falta reconhecimento da sua marca no
mercado (Pereira & Verri, 2014). Além do mais são poucos os empreendedores que se
utilizam do plano de negócios, fazendo com que a captaçãode recursos financeiros se torne
improvável (Cruz Jr et al., 2006).
A jornada empreendedora pode ser trilhada em quaisquer áreas de negócios, basta que
o empreendedor tenha disponibilidade e foco. O agronegócio é uma dessas áreas que
atualmente tem recebido muitos empreendedores (Dutia, 2014; Bertucci Ramos & Pedroso,

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2022).
O Produto Interno Bruto gerado pelo agronegócio (PIB-Agro) foi responsável por
24,8% de todo PIB brasileiro em 2022. Tal valor corresponde, monetariamente a 2,3 trilhões
de reais. Desse montante o ramo agrícola corresponde a 1,7 trilhões de reais e a pecuária 0,6
trilhões de reais. O agronegócio está, cada dia mais, expandindo sua produção e sendo
chamado de mola propulsora para o progresso da economia (Centrode Estudos Avançados
em Economia Aplicada [CEPEA], 2022).
Segundo Figueiredo, Jardim e Sakuda (2022), um país como o Brasil com ampla
atuação no senário agropecuário necessita identificar empreendimentos tecnológicos
aplicados à agricultura. A concepção de uma empresa de sucesso demanda mercado, o setor
agropecuário nesse sentido não deixa a desejar visto suas abrangentes áreas de atuação.
Esses empreendimentos tecnológicos aplicados à agricultura são chamados AgTechs,
e são responsáveis por impulsionar a tecnologia voltada ao campo, simultaneamente elas ainda
têm o dever de aumentar a sustentabilidade, expandir a produtividade e fazer uso consciente
de recursos disponíveis, como finalidade elas oferecem lucratividade a seus investidores, bem
como crescimento no valor da agricultura a longo prazo (Dutia, 2014).
O Brasil, atualmente, possui mais de 1.200 AgTechs, sendo que 90% dessas
organizações estão concentradas na região Sudeste e Sul do país, com predomínio na primeira,
com 66% das AgTechs, isso ocorre devido essa região apresentar grande concentração de
sedes empresariais e tecnologias avançadas (Figueiredo, Jardim e Sakuda, 2022).
Partindo do pressuposto que novas empresas são cruciais na captação de renda e
avanço nacional, esse artigo se baseia no estudo das motivações e concepção da fundação de
uma agtech bem como a jornada empreendedora por trás dessa fundação.
Segundo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2020) os meses de
janeiro, fevereiro e março de 2020 totalizaram 12,9 milhões de pessoas em situação de
desemprego, isso demonstra que o país necessita de novos postos de oportunidades para que
essas pessoas sejam inseridas no mercado de trabalho. As startups revolucionam não somente
o modo de empreender como também trouxeram novas ocupações profissionais. Só no Brasil,
no ano de 2017, 3.694 empresas em processo de incubação geraram 14.457 novos postos de
trabalho, o número ainda é maior quando falamos de empresas graduadas (já não dependem
mais da incubadora), onde 6.143 empreendimentos foram responsáveis por gerar 55.942
empregos (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores –
[ANPROTEC], 2019).
Outro dado a ser levado em conta, que justifica o desenvolvimento do artigo, diz

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respeito a taxa de sobrevivência das empresas no Brasil. Dados do Serviço Brasileiro de


Apoio às Micro e Pequenas Empresas [SEBRAE], (2016) apontam que 23,4% das empresas
não sobrevivem a dois anos de atuação. Os fatores que levam um empreendimento a escapar
de tal estatística estão diretamente ligados ao comportamento do empreendedor, isso está
ligado a todo know how que o mesmo obteve e sua experiência, assim como o empenho
realizado para desenvolver a gestão em suasvariáveis vertentes bem como o conhecimento de
suas aplicações (SEBRAE, 2017).
O artigo se faz mais significativo quando tratamos da necessidade de inovação
requerida para o agronegócio. Esse setor deve se manter em constante desenvolvimento, com
foco na produção consciente e sustentável. Em tempos de alta volatilidade, crescente
demanda por alimentos e matérias-primas faz se necessária à adesão de tecnologias mais
efetivas, com a finalidade de sanar o retrocesso e contribuir eficazmente com a segurança
alimentar (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – [EMBRAPA], 2014).
Miranda (2018) dissertou sobre a posição do Brasil quanto sua forte inserção de
tecnologia voltada para agricultura, segundo ele o país tem extensa área degradada disponível
para a expansão da produtividade, sendo o quinto maior em área cultivada, apesar dos dados
parecerem grandiosos, reflete apenas 7,6% de sua extensão.Tal fato explica o crescimento
de uma serie de fundos de Venture Capital (VC) no Brasil. As VCs são basicamente empresas
que empregam capital de risco ou capital empreendedor nas organizações em estágio inicial
de desenvolvimento (Meirelles, Júnior & Rebelatto, 2008). Elas correspondem um terço de
todos os recursos aplicados em AgTechs na América Latina e desde 2018, esses recursos são
quadruplicados ano a ano (Figueiredo, Jardim e Sakuda, 2022).
Dutia (2014) escrevendo sobre a grande concentração de trabalho humano voltado para
construção de uma Agtech, indica que pesquisas fomentadas por universidades públicas,
oferecem, ao campo, conhecimento científico, estímulo a inovação e, o principal, força de
trabalho qualificada. Segundo Figueiredo, Jardim e Sakuda (2022), em 2018, 24% das
oportunidades da criação de uma startup agrícola tiveram início nas universidades/ escolas
técnicas.
Diante de tais fatos, o objetivo do presente artigo foi analisar a trajetória
empreendedora e a criação de uma Agtech desde sua concepção inicial até a inserção da
empresa no mercado. O estudo ainda tem propósitos secundários: (1) averiguar o cenário de
oportunidades, (2) compreender as motivações da instalação e (3) mapear os desafios durante
a instalação e estabelecimento da empresa.
Este artigo está dividido em cinco seções. A primeira consta de uma breve introdução

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e justificativa sobre a importância do empreendedorismo/startups para economia brasileira


bem como a importância das Agtechs, partindo dos conceitos básicos de empreendedorismo
até o desenvolvimento de empresas nascentes de bases tecnológicas, ligadas ao agronegócio.
A segunda apresenta uma revisão da literatura que aprofunda os temas abordados na
introdução. Posteriormente, descreve-se a metodologia utilizada para a produção do artigo e
os principais resultados encontrados. Finalmente, considerações finais acerca da pesquisa e
indicações de estudos futuros sobre a temática em questão foram realizadas.

Referencial Teórico

2.1 Conceitos Básicos de Startups e Sua Relação com Modelagem de Negócios

A origem da palavra startup surge por volta dos anos 90, do século passado. Esse termo
aparece como a força propulsora da expansão e utilização da internet (Feld, 2020). Roure e
Keely (1990) caracterizavam a startup como uma organização, de base tecnológica, que tem
como fundamento o uso da tecnologia para criar serviços e produtos que possibilitam
vantagens competitivas sobre adversários de mercado.
Uma startup é uma organização incipiente ou em processo de formação que tem como
base projetos inovadores ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento. Por ser uma
empresa jovem e com ideias novas no mercado, há uma certa dose de risco envolvido no
negócio. Apesar disso, essas empresas normalmente requerem baixos custos iniciais e
apresentam grande potencial de crescimento, tornando-se altamente escaláveis quando bem-
sucedidas. (SEBRAE, 2017).
Para Blanck e Dorf (2012) startup refere-se a uma empresa da qual o propósito que se
pretende alcançar é definir um protótipo a ser reproduzido (modelo) voltado para o negócio,
a fim de que o mesmo seja escalável e perdure durante um longo período de tempo. Para esses
mesmos autores, a criação da startup consiste em legitimar a hipótese (ideia de negócio) por
meio dos seguintes passos: (1) definição de hipótese; (2) criação de experimento; (3) teste e
(4) produção de solução.
Seguindo esses passos, a interatividade entre os utilizadores do sistema, cliente e
mercado, faz com que a hipótese seja confirmada de forma eficiente, deixando manifesto,
quais ações devem ser ajustadas para que o modelo de negócio de uma startup seja elaborado
de forma mais assertiva e efetiva (Blanck & Dorf, 2012).
Para a criação de uma startup Blanck e Dorf (2012) valem-se de um modelo

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esquemático dividido em duas vertentes: (1) Busca e (2) Execução. Na primeira vertente o
empreendedor está preocupado em descobrir validar os possíveis clientes. Já na segunda, ele
prima por criar novos clientes, através do oferecimento do seu serviço ou produto e construir
a empresa. A figura 1, apresentam as duas vertentes e sua dependências e correlações.

BUSCA EXECUÇÃO

Descoberta Validação Criação dos Construção


dos clientes dos Clientes Clientes da Empresa

PIVOT

Figura 1- Processo de desenvolvimento do cliente


Fonte: Adaptado de Blank, S., & Dorf, B. (2012). The startup owner’s manual: The step-by-step guides for
building a great company. vol 1. Califórnia, USA: KandS Ranch Publishing Division.

A criação da startup, e consequentemente busca pela validação de um modelo de


negócios, pode ocorrer de diferentes maneiras, não existe um formula exata, desse modo é
possível encontrar diversos frameworks, que retratam como o protótipo de uma empresa deve
ser desenvolvido. Podemos citar alguns exemplos como o Component Business Model (CBM)
criado pelo IBM, e os mais conhecidos de todos, o Business Model Canvas elaborado por
Osterwalder (2005). O modelo canvas de Osterwalder conquistou o mercado por apresentar
uma abordagem fácil e compreensível, desmembrando a empresa em três perspectivas: (1)
visão do cliente, (2) visão financeira e (3) visão da operação.
Para Osterwalder e Pigneur (2010) o modelo de negócios de uma startup tem como
objetivo capturar, cria e entrega valor. Além disso auxilia na competitividade e surge com
potencializador na transformação de ideias em ações.
O modelo canvas, apresenta uma visão integrada e trabalha em conjunto com os
princípios designados por Blank & Dorf (2012) e Ries (2011), proporcionando que o
empreendedor consiga testar eventualidades relacionadas com cada elemento presente no
modelo e dessa forma realizar ajustes a partir da comprovação realizada com o publico alvo.
É dividido em nove componentes (1) segmentos de clientes, (2) canais, (3) proposições de
valor, (4) relacionamento com clientes, (5) recursos-chave, (6) fontes de receita, (7)
atividades-chave, (8) estrutura de custos e (7) parcerias-chave (Osterwalder &Pigneur, 2010).
A figura 2, apresenta o Framework do modelo canvas.

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Figura 2 - Modelo de Negócios Canvas


Fonte: Osterwalder, A. & Pigneur, Y. (2010). Business Model Generation. 1st ed., New Jersey: John Wiley &
Sons,Inc

2.2 Agtech

A necessidade do setor agrícola e agropecuário por mais tecnologia foi um dos


principais motivadores para a criação de startups, cujo foco é prestação de serviço ou criação
de produtos direcionadas ao agronegócio. Essas startup são denominadas agtechs (Castro &
Ramos, 2021).
As agtechs têm a competência de alternar ou modificar os fatores de produção
(trabalho, terra e capital), transformando a agricultura mundial (Krishnan, Banga & Mendez-
Parra; 2020). Para Mashelkar (2018) tais organizações podem trazer mudanças na cadeia de
suprimentos com um todo evitando gargalos como perda e desperdício, oferecendo também
automatização agrícola conforme as demandas específicas de cada serviço, e promovendo a
conexão do mercado.
De acordo com Figueiredo, Jardim e Sakuda (2022), geralmente tais organizações são
compostas de empreendedores qualificados, com concepções de negócios novos, com alta

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aptidão para transformar a economia do ambiente onde atua. No Brasil as agtechs


maioritariamente são voltadas as aplicações de tecnologia, tendo destaque a áreas de suporte
a tomada de decisão, IoT e hardware (coleta de dados em tempo real), e software de apoio a
gestão agrícola. (Agtech Garege; ESALQ/USP, 2022).

Metodologia

Para Fonseca (2002), metodologia é o estudo da organização, das vias a serem trilhadas
para o desenvolvimento de um trabalho ou pesquisa. Para isso é necessário descrever
logicamente os caminhos, e, por conseguinte, as ferramentas utilizadas para a realização do
trabalho científico. De acordo com Gil (2008), toda e qualquer classificação de pesquisa deve
atender a algum critério metodológico levando em consideração a comparação entre a visão
teórica do estudo, com os dados tangíveis. Assim, o autor classifica as pesquisas em
exploratórias, descritivas e explicativa.
A pesquisa exploratória tem como objetivo principal tornar mais compreensível ou
transformar uma ideia formada sobre determinado assunto. Essa pesquisa é realizada através
de fontes bibliográficas e documentais, estudo de caso e entrevistas. Tal pesquisa, em um
primeiro momento, oferece uma visão abrangente do estudo realizado, e posteriormente indica
caminhos para elucidar outros problemas (Gil, 2008). A pesquisa descritiva, por sua vez,
enfatiza a ideia da descrição de atributos presentes em uma determinada população, bem como
ocorrência de fatos ou situações, ou ainda a correlação entre variáveis. Os dados geralmente
são obtidos através de método padrão de coleta (Gil, 2008). Já a pesquisa explicativa almeja,
além de identificar as razões pelas quais um fenômeno ocorre explicá-los. Essa explicação
pode ocorrer tanto pelos métodos experimentais (quantitativos) como pelos métodos
qualitativos (Gil, 2008).
Em relação ao espaço amostral, uma pesquisa pode ter como foco um único ambiente
(estudo de caso único) ou múltiplos ambientes (estudo multicaso). O estudo de caso único
apresenta informações que, na maioria das vezes, não pode ser extrapolada para outros
ambientes. Já o estudo de casos múltiplos tentam tornar o trabalho mais robusto e com
possibilidade de extrapolação (Yin, 2005).
O presente artigo, por sua natureza, se caracteriza como um estudo de caso único,
descritivo e exploratório, isso por que busca analisar toda a jornada de um empreendedor
específico, a fim de tentar descrever a motivação para a criação da agtech estudada.
A confecção do artigo foi primeiramente baseada em pesquisa de cunho teórico, por

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meio artigos científicos e livros provenientes de mídias digitais ou físicas. Em um segundo


momento foi desenvolvido um questionário cuja temáticas buscaram compreender as
motivações (Garcia, Araujo, Mascarini, Silva & Ascúa, 2013), desafios (Araujo, Schwade
Junior, Alberton & Marinho, 2022) e oportunidades na criação de uma agtech (Castro &
Ramos, 2021).
O questionário foi hospedado na plataforma Google Form® até o completo
preenchimento pelo empreendedor. Os dados foram analisados seguindo análise de conteúdo
(Bardin, 2011) e estatística descritiva (Guimarães, 2008).

Resultados e Discussão

4.1 O Espaço Amostral para o Estudo Caso Único

A empresa estudada, corresponde a uma agtech localizada no interior de São Paulo,


com quatorze anos de atividade no mercado. Seu foco principal é a transformação da
agricultura, concedendo a seus clientes soluções conjuntas com a agricultura 4.0.
A Agricultura Digital, também chamada de Agricultura 4.0, é uma abordagem que
utiliza métodos computacionais de alto desempenho, redes de sensores, comunicação
máquina-a-máquina (M2M), conectividade entre dispositivos móveis, computação em nuvem
e soluções analíticas para processar grandes volumes de dados e fornecer sistemas de suporte
à tomada de decisões para planejamento e gerenciamento agrícola (Alhadas, 2022).
Além disso, a empresa tem como visão ser referência na expansão e execução de
agrotecnologias, prezando pela inovação, integridade, comprometimento e sustentabilidade.
Alguns dos serviços oferecidos são: (1) rastreamento da aplicação de insumos; (2) lançamento
da primeira versão de automação do plantio de cana com controles de fluxo e monitoramento;
(3) agricultura de precisão com drones, para análise da linha de plantio e levantamento de
falhas; (4) pulverização com utilização de drones; (5) especialização em lançamento de
soluções para atualização de máquinas.

4.2 Análise dos Resultados

O questionário aplicado na empresa foi dividido em cinco componentes de dados.


Primeiramente, foram questionados dados socioeconômicos, como gênero e idade.
A empresa em gestão foi criada por um homem, o que ocorre na grande maioria das

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empresas desse segmento. As startups possuem dados alarmantes quando se trata de questões
relacionadas ao gênero de seus contribuintes. De acordo com o censo realizado em 2022 pela
Agtech Garage, em 38% das organizações o número de mulheres atuantes nas equipes é nulo,
em 26% contém apenas uma, e somente em 14% das startups há um número de 4 ou mais
mulheres nas equipes de trabalho. Segundo Rubio e Mathur (2022), a aquisição de
investimento para o negócio também se torna mais difícil quando se é mulher. Os dados
apontam que, na maioria dos casos, os fundadores de empresas são homens. Nos Estados
Unidos, apenas 2% das aplicações de Venture Capital foram destinadas a empresas fundadas
por mulheres, enquanto mais de 82% das aplicações foram feitas em organizações fundadas
por homens. No Brasil, a explicação dada para essa falta de participação das mulheres em
atividades empreendedoras é fundamentada com base no fato de que a mulher não representa
apenas uma questão de gênero ou condição biológica, mas também é influenciada por fatores
sociais em sua postura empreendedora (Pavan, Ortega e Nogueira, 2021).
Ainda que os dados representem tal disparidade, a tendência tende a mudar, segundo
o Sebrae (2022), na América Latina houve aumento de 100% de capital proveniente de venture
capital destinado a empresas lideradas por mulheres, essa crescente foi notada do ano de 2019
a 2022.
Após esse primeiro componente, foram solicitadas informações sobre a formação
acadêmica tanto do empreendedor quanto dos demais colaboradores. As respostas obtidas
indicaram que mais de 50% dos colaboradores possuem formação técnica superior na área de
atuação. Essa constatação é relevante, pois ter formação na proposta de valor da startup é
considerado um fator decisivo para o sucesso da organização, uma vez que influencia
diretamente na oferta de soluções voltadas para o produtor rural. O relatório executivo do
projeto Global Entrepreneurship Monitor (2019) apontou que 27,6% dos indivíduos ativos em
atividades empreendedoras possuem ensino superior completo.
O terceiro bloco de componentes abordou a caracterização da empresa. Com base
nesses componentes, é possível verificar as características presentes que a credenciam como
uma agtech, uma vez que desenvolve soluções conjuntas para a agricultura 4.0 e transforma a
agricultura. Seu quadro de colaboradores conta com mais de cem colaboradores ativos, o que
demonstra que a empresa já está inserida como uma empresa de pequeno porte (EPP), de
acordo com o SEBRAE (2021). Para fazer parte desse grupo, a organização precisa ter uma
receita anual entre 360 mil e 4,8 milhões de reais.
O quarto bloco de componentes verificou a adesão/necessidade de incentivos
financeiros e governamentais para instalação e crescimento da empresa estudada.

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Mundialmente, existem diversos programas de fomento à atividade empreendedora. No


Brasil, esse fomento acontece por meio de investidores-anjo, hubs de inovação e venture
capital (VC). Selermo (2017) aborda esses atores e explica sobre a criação do Centro de
Tecnologia e Inovação (CT&I) atrelado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC). Esse ministério também é responsável por programas como o
Startup Brasil, Inovativa Brasil, entre outros (STARTUP POINT; 2020).
A empresa respondente mencionou que inicialmente recebeu fomento por meio de um
agente governamental, a Financiadora de Inovação e Pesquisa (FINEP). Outro ator envolvido
no processo de fomento foi a ABDI 4.0. A FINEP presta apoio a organizações de base
tecnológica e empresas já atuantes no mercado que desejam trazer inovação ao negócio
(FIGROUP, 2023). Já o programa Agro 4.0, lançado pela Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), incentiva a aplicação da tecnologia 4.0 no campo, suas
ações ocorrem por meio de fornecimento de informações, encontros, editais, entre outros, com
o intuito de otimizar a aplicação de recursos financeiros e expandir a produtividade e
eficiência do negócio (ABDI, 2023).
Por fim, verificaram-se os principais desafios enfrentados pelo negócio e qual é a
maior força propulsora para a continuidade do mesmo. Os principais desafios mencionados
foram: (a) aquisição de investimentos; (b) formação e aquisição de mão de obra qualificada;
(c) acesso ao consumidor final (produtor); (d) concorrência; (e) fidelização do cliente; (f) falta
de políticas de incentivo.
A aquisição de investimento por parte dos agentes de startups é um problema
recorrente, e pode ser justificado pelas incertezas e escalabilidade do negócio. Segundo o
CBInsights (2019), esse fator corresponde a 38% dos casos de descontinuidades das startups.
Ao adentrar o cenário brasileiro, percebe-se que o país possui um déficit quanto ao volume de
capital investido em tais empresas. Na categoria de investimento anjo, por exemplo, o Brasil
destina apenas 0,70% em relação ao que investe os Estados Unidos, somando cerca de US$
25,3 bilhões anualmente (Anjos do Brasil, 2021).
A qualificação da equipe responsável pela resolução de problemas e pelo progresso da
organização é crucial não apenas para garantir a qualidade do serviço ou produto ofertado,
mas também para melhorar o acesso ao consumidor final (produtor) em algumas localidades,
especialmente no contexto rural. A força de trabalho humana é um dos principais fatores
determinantes do sucesso ou fracasso de uma empresa, segundo o Sebrae (2022) trabalhadores
alinhados tecnicamente com o serviço prestado tendem a apresentar alta produtividade,
enquanto trabalhadores desqualificados podem apresentar baixa produtividade e exigir maior

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alocação de tempo e recursos. No entanto, a precariedade de acesso à internet em algumas


localidades e a complexidade dos serviços ofertados podem dificultar o acesso e compreensão
desses serviços pelos consumidores, esbarrando inclusive em alguns aspectos sociais e
particulares dos consumidores. Souza-Filho, Buainain, Silveira et al. (2011) apontam que esse
processo se torna ainda mais dificultoso perante a precariedade de acesso à internet em
algumas localidades, bem como a complexidade de compreensão de alguns serviços ofertados,
especialmente no contexto rural. Portanto, é fundamental que as empresas invistam na
qualificação da sua equipe e busquem soluções inovadoras para superar essas barreiras de
acesso e compreensão, garantindo um serviço ou produto de qualidade e aumentando suas
chances de sucesso no mercado.
Compreender a concorrência e a importância da qualificação da equipe são aspectos
fundamentais para o sucesso de uma organização. Enquanto entender a concorrência permite
avaliar a competitividade e a participação no mercado, a qualificação da equipe é essencial
para garantir a qualidade do produto ou serviço oferecido. Além disso, a análise setorial da
concorrência pode ser um desafio, como destaca Porter (1980), e exige uma avaliação
cuidadosa das principais empresas que oferecem o mesmo produto ou serviço.
Para startups agrícolas, esses aspectos são ainda mais importantes, pois essas empresas
precisam lidar com desafios únicos, como a sazonalidade dos cultivos, a gestão de recursos
naturais e a implementação de tecnologias avançadas. Além disso, a agricultura é um setor
altamente competitivo, com muitos produtores e empresas disputando o mesmo mercado. Por
isso, é fundamental que as startups agrícolas invistam na qualificação da equipe e na
compreensão da concorrência para garantir a qualidade do produto ou serviço oferecido, bem
como avaliar a competitividade e a participação no mercado. Somente assim elas poderão
superar as barreiras de acesso e compreensão e aumentar suas chances de sucesso no mercado
agrícola.
A fidelização de clientes é uma questão crucial para o sucesso de startups agrícolas,
uma vez que a recomendação de produtores rurais satisfeitos pode ser determinante para a
aquisição de novos clientes em um mercado altamente competitivo. Sachs (2015) destaca que
a fidelização de clientes é essencial para manter um fluxo de capital sólido e atrair novos
consumidores, e isso se aplica também às startups agrícolas, que precisam garantir a satisfação
de seus clientes para consolidar sua posição no mercado e alcançar resultados positivos. Além
disso, a propaganda boca a boca é um dos meios mais eficazes de divulgação de produtos e
serviços em áreas rurais, onde as relações pessoais e a confiança mútua são valorizadas, o que
torna a fidelização de clientes ainda mais importante para startups agrícolas.

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A falta de políticas de incentivo ao setor de startups agrícolas pode acarretar problemas


de competitividade para o Brasil frente a outras nações. É fundamental que os órgãos públicos
prestem atenção ao setor e analisem seus indicadores e resultados, pois a crescente de
empresas com base tecnológica na agricultura demanda medidas que incentivem e
impulsionem sua atuação, garantindo um desenvolvimento sustentável e próspero para a
economia do país.

Conclusão

A pesquisa realizada sobre a trajetória empreendedora e a criação de uma startup


agrícola (agtech) desde sua concepção até a inserção da empresa no mercado mostrou que,
apesar dos desafios enfrentados, a startup obteve sucesso e está em constante crescimento. Os
investimentos do governo federal e a mão de obra qualificada foram fatores determinantes
para a criação e desenvolvimento da empresa. Entretanto, o acesso ao consumidor final e a
falta de políticas de incentivo são obstáculos a serem superados para que a empresa possa se
estabelecer de forma mais sólida e conquistar novos mercados.
Apesar de a pesquisa ter sido realizada com apenas um estudo de caso, a agtech em
questão pode ser vista como um exemplo a ser seguido por outras empresas do setor. A
pesquisa sugere que, para alcançar o sucesso em um mercado competitivo, é necessário não
apenas ter uma ideia inovadora, mas também investir em mão de obra qualificada, buscar
parcerias estratégicas e estar atento às oportunidades de mercado.
No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa apresentou algumas limitações, como
a utilização de um único estudo de caso e a falta de generalização dos resultados. Portanto,
sugere-se que futuros estudos sejam realizados com mais empresas do setor, a fim de ampliar
a compreensão sobre as trajetórias empreendedoras no mercado de agtechs. Além disso,
sugere-se que o estudo seja aplicado também em empresas de outros ramos produtivos, como
fintechs, edtechs e cleantechs.
Diante disso, conclui-se que a trajetória empreendedora de uma startup agrícola é um
caminho repleto de desafios e oportunidades, que requerem esforços constantes e estratégias
bem definidas. A pesquisa mostrou que investimentos em mão de obra qualificada, parcerias
estratégicas e ações de marketing bem direcionadas podem fazer toda a diferença para o
sucesso de uma startup agrícola. Porém, é importante estar atento aos desafios do mercado,
como a concorrência, o acesso ao consumidor final e a falta de políticas de incentivo. Por fim,
é necessário que mais estudos sejam realizados no setor para que se possa ampliar a

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A gênese de criação de uma startup com foco no agronegócio. 5968

compreensão sobre as trajetórias empreendedoras e contribuir para o desenvolvimento de


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Submetido em: 24.03.2023


Aceito em: 26.04.2023

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