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O aspecto central da teoria de Perrenoud é o conceito de competência.

Para esse
autor, competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos
(saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com pertinência e eficácia
uma série de situações (GENTILI e BENCINI, 2000).

Segundo Perrenoud, os seres humanos não vivem todos, as mesmas situações, eles
desenvolvem competências adaptadas ao seu mundo. Parafraseando Amaral (2002) à
medida que aceitamos como Perrenoud que a competência é a capacidade de
resolver determinados problemas por meio de conhecimentos acumulados e de outras
habilidades desenvolvidas pelas experiências no mundo, a educação deve caminhar
no sentido de que alunos e professores se conscientizem de suas capacidades,
respeitando as diferenças que emergem das diferenças culturais.

Nessa perspectiva, é fundamental diferenciar competência de habilidade. A


competência é um conjunto de esquemas de percepção, pensamento, avaliação e
ação, enquanto a habilidade é menos ampla e pode servir a várias competências.
(Perrenoud, 1999, p. 7) acredita que “para enfrentar uma situação da melhor maneira
possível deve-se, de regra, pôr em ação e em sinergia vários recursos cognitivos
complementares, entre os quais estão os conhecimentos".

Assim sendo, as competências são construídas na mesma medida em que evolui a


formação dos esquemas mentais que mobilizam os conhecimentos adquiridos, num
determinado tempo ou circunstância. A mobilização dos recursos cognitivos, numa
determinada situação, é garantida por meio das experiências acumuladas. As
competências não devem ser apenas assimiladas à medida que se adquire novos
conhecimentos, é preciso internalizá-la reflexivamente, tornando-as uma prática eficaz
(FERREIRA, 2001).

A discussão a respeito das competências traz à tona a discussão sobre o currículo


escolar. O trabalho com as competências exige de todos os agentes envolvidos no
processo educativo uma mudança de postura e, por consequência, um permanente
trabalho pedagógico integrado, no qual todas as práticas sejam apreciadas em um
processo contínuo de avaliação. Por meio do currículo é que se pode conduzir o
processo pedagógico para além dos conteúdos, das disciplinas, transformando-o em
uma totalidade que articula os diversos saberes. O currículo deve permitir uma relação
entre a construção de novos conhecimentos e uma postura reflexiva diante da
realidade. Para tanto, a escola deve repensar suas formas de conduzir a educação,
buscando formas alternativas para trabalhar com as competências (PERRENOUD,
2000).

É um grande desafio para a educação e seus agentes repensar e ressignificar suas


práticas pedagógicas, assim como sua proposta político-pedagógica. Para tanto, a
formação dos educadores precisa ser potencializada para fomentar o desenvolver das
competências no processo de ensino-aprendizagem; ou seja, para potencializar as
competências dos alunos, o professor precisa, antes, ter suas próprias competências
potencializadas. Rever algumas práticas e ampliar as competências em diversas
outras áreas do processo educativo é fundamental para atingir-se uma ampla
formação educacional.

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