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Autores................................................................................................... pág. 03
Autores
Introdução.........................................................................................
Introdução.........................................................................................pág.
pág. 04
O que é choque?.............................................................................pág.
.......................................................................... 05
Hipotensão............................................................................................................. pág. 06
Taquicardia..........................................................................................................
.......................................................................................................... pág. 06
Oliguria......................................................................................................................
......................................................................................................................pág. 07
Tempo de enchimento capilar..............................................................pág.
........................................................... 07
Mottling Score...................................................................................................... pág. 09
Ecocardiograma.................................................................................................
.................................................................................................pág. 17
Swan-Ganz..............................................................................................................pág.
........................................................................................................... 19
Ventilação...............................................................................................................
............................................................................................................... pág. 21
Infundir........................................................................................................................pág.
..................................................................................................................... 22
Drogas vasoativas...........................................................................................
........................................................................................... pág. 31
Metas do tratamento.....................................................................................pág.
.................................................................................. 34
Conclusão..........................................................................................
Conclusão.......................................................................................... pág. 35
Autores
Taquicardia
A taquicardia é um mecanismo
compensatório comum em pacientes com
choque. O aumento da frequência cardíaca
procura aumentar o débito cardíaco e
garantir uma oferta mínima de oxigênio
aos tecidos. No entanto, é importante
ressaltar que em pacientes idosos ou em
uso crônico de beta-bloqueadores ou
outras medicações cronotrópicas negativas a
taquicardia pode estar ausente. Taquicardia
é definida como uma frequência cardíaca
acima de 100 bpm.
Oliguria e rebaixamento do
nível de consciência
Pressão de pulso
Mottling Score. Fonte: Intensive Care Med. 2011 May;37(5):801-7. doi: 10.1007/
s00134-011-2163-y. Epub 2011 Mar 4. Mottling score predicts survival in septic
shock. Ait-Oufella H1, Lemoinne S, Boelle PY, Galbois A, Baudel JL, Lemant J, Joffre
J, Margetis D, Guidet B, Maury E, Offenstadt G.
Definição de choque
cardiogênico
O choque cardiogênico é caracterizado por
disfunção nos tecidos ou órgãos devido à
entrega insuficiente de oxigênio. Ou seja,
é um choque resultado de uma falha na
circulação decorrente de uma disfunção
cardíaca subjacente.
Portanto, para o diagnóstico de choque
cardiogênico deve-se ter:
Ventilação
Fluidorresponsividade
Para padronizar a avaliação da
fluidorresponsividade, estabeleceu-se que
uma elevação de 10% do débito cardíaco
em resposta a uma expansão de volume
de 500 mL é considerada significativa. Essa
medida serve como um indicador de que
o paciente é responsivo aos fluidos e uma
expansão volêmica pode melhorar sua
função cardíaca.
Curva de Frank-Starling. Fonte: Furtado, Sofia & Reis, Luís. (2019). Inferior vena cava evaluation
in fluid therapy decision making in intensive care: Practical implications. Revista Brasileira de
Terapia Intensiva. 31. 10.5935/0103-507X.20190039.
Variação da pressão de pulso
A variação da pressão de pulso é um
conceito importante para compreender
a dinâmica de funcionamento entre
o coração e os pulmões durante a
ventilação mecânica. Durante a fase
inspiratória, ocorre um aumento das
pressões de enchimento intratorácicas,
afetando o desempenho dos ventrículos
esquerdo e direito.
Durante a inspiração, algumas mudanças
ocorrem no sistema cardiovascular. A veia
cava inferior tem dificuldade em enviar
sangue para o átrio direito, resultando
em uma redução do retorno venoso e,
consequentemente, da pré-carga do
ventrículo direito. Além disso, há um
aumento da pressão na artéria pulmonar,
tornando o trabalho do ventrículo direito
mais desafiador e aumentando sua pós-
carga. Por outro lado, ocorre um aumento
da pressão nas veias pulmonares, levando
a um maior retorno venoso para o ventrículo
esquerdo e um aumento da pré-carga do
ventrículo esquerdo. A pressão intratorácica
positiva facilita o trabalho do ventrículo
esquerdo, reduzindo sua pós-carga.
A variação da pressão de pulso e do
volume sistólico pode ser medida por
meio da curva de monitorização invasiva
da pressão arterial. Quanto maior for a
diferença entre a pressão de pulso durante
a inspiração e a expiração, maior será a
fluidorresponsividade do paciente e maior
será o incremento do débito cardíaco
esperado com a expansão volêmica.
Uma variação da pressão de pulso (ΔPP)
superior a 13% é um indicativo de que o
paciente é responsivo ao volume, ou seja,
é provável que responda positivamente à
terapia de reposição de fluidos.
Caso não esteja disponível uma pressão
arterial invasiva, a estimação através da
pressão arterial não invasiva pode ser um
substituto aceitável momentaneamente.
Importante ressaltar que em caso de
pressão de pulso reduzida (pressão
“pinçada”), este é um indicativo de baixa
chance de resposta a fluidos e baixo
volume sistólico sendo necessário terapia
inotrópica e diuréticos neste caso.
Passive Leg Raising
Além disso, outras técnicas, como a
manobra de Passive Leg Raising e a
avaliação da veia cava inferior por meio
de ecocardiograma, podem auxiliar na
identificação da fluidorresponsividade.
O teste de elevação passiva das pernas
é uma manobra simples e eficaz que
utiliza o princípio de que a elevação das
pernas promove o aumento do retorno
venoso em cerca de 300 mL. Essa técnica
permite estimar o impacto da elevação
do retorno venoso sobre o débito
cardíaco, ajudando na avaliação da
fluidorresponsividade do paciente.
Passive leg raising. Fonte: Toppen W, Aquije Montoya E, Ong S, Markovic D, Kao Y, Xu X, Chiem
A, Cannesson M, Berlin D, Barjaktarevic I. Passive Leg Raise: Feasibility and Safety of the
Maneuver in Patients With Undifferentiated Shock. J Intensive Care Med. 2020 Oct;35(10):1123-
1128. doi: 10.1177/0885066618820492. Epub 2018 Dec 20. PMID: 30572756; PMCID: PMC8896338.
Diuréticos
Os diuréticos devem ser realizados
virtualmente na maioria dos
pacientes com choque cardiogênico,
principalmente naqueles com evidência
objetiva de hipervolemia ou congestão
pulmonar (ao exame físico, radiografia
de tórax e/ou ultrassom pulmonar ou
pressões capilar pulmonar ou PVC
elevada ao Swan-Ganz). Os diuréticos
de alça endovenosos (furosemida)
são os diuréticos de escolha. A dose
preconizada para os pacientes que não
utilizam diuréticos cronicamente é de
1mg/kg, avaliando a resposta diurética
após 1 hora da sua administração.
Naqueles pacientes que já utilizam
furosemida cronicamente, a dose
preconizada é de 2,5x a dose que o
paciente usa em casa. Em caso de
não haver aumento do débito urinário,
considerar nesse caso associação de
outras classe de diuréticos, ou aumento
da dose de inotrópico.
Drogas vasoativas
Vasopressores
Os vasopressores são utilizados para
aumentar a resistência vascular periférica.
Um exemplo importante é a noradrenalina,
a droga de escolha neste grupo. A
noradrenalina tem efeito vasoconstritor
principalmente em receptores α-1, o que
leva ao aumento da resistência vascular
periférica. É importante ressaltar que
a noradrenalina pode causar efeitos
adversos, como bradicardia reflexa, angina
e arritmias. No choque cardiogênico,
pode ser utilizada em caso de hipotensão
importante, na menor dose possível e pelo
menor tempo possível.
Vasopressina
A vasopressina é outra droga vasopressora
utilizada no tratamento do choque. Ela
atua principalmente no receptor V1,
promovendo vasoconstrição. Além disso, a
vasopressina também exerce ação como
hormônio antidiurético. É indicada em
casos de choque refratário, associada ou
não à noradrenalina. No entanto, seu uso
pode estar associado a efeitos adversos,
como hiponatremia, hipotensão de rebote
e isquemia de extremidades.
Inotrópicos
Além dos vasopressores, existem
os inotrópicos, que aumentam a
contratilidade cardíaca. Um exemplo
é a dobutamina, que exerce efeito
sobre os receptores β-1, aumentando a
contratilidade miocárdica. A dobutamina
é a droga inotrópica de escolha
sendo utilizada no tratamento da
disfunção miocárdica, como no choque
cardiogênico.
Vasodilatadores
Por fim, temos os vasodilatadores, que
diminuem a resistência vascular periférica.
O nitroprussiato de sódio é um exemplo
de vasodilatador, atuando diretamente
na musculatura vascular por meio da
liberação de óxido nítrico. É utilizado
quando há uma pós-carga muito alta
e visa aumentar o débito cardíaco. No
entanto, é importante estar atento aos
efeitos adversos, como intoxicação por
cianeto e hipotensão.
Outras opções
Em casos que continuam deteriorando
pode ser necessário a utilização de
suporte circulatório mecânico, as opções
disponíveis para utilização no Brasil são:
balão intra-aórtico (BIA), dispositivos
micro-axiais de inserção periférica
(Impella ®) e membrana de oxigenação
extracorpórea (ECMO). Sua indicação
habitualmente é realizada por equipe
multidisciplinar (time de choque).
Metas do tratamento
Referências:
1. Reynolds HR, Hochman JS. Cardiogenic shock: current concepts and improving out-
comes. Circulation 2008; 117:686.
2. Vahdatpour C, Collins D, Goldberg S. Cardiogenic shock. J Am Heart Assoc. 2019;8:
e011991.
3. van Diepen S, Katz JN, Albert NM, Henry TD, Jacobs AK, Kapur NK, Kilic A, Menon V,
Ohman EM, Sweitzer NK, Thiele H, Washam JB, Cohen MG. Contemporary management
of cardiogenic shock: a scientific statement from the American Heart Association. Cir-
culation. 2017;136:e232–e268.
4. Prospective Cohort Trial in the ED with extensive POCUS protocol. Intens Care Med
2013;39:1290