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Resumo
O ingresso no curso superior representa uma conquista, para muitos a realização de
um sonho e para outros um grande desafio. O ingresso no ensino superior e a
permanência dos estudantes perpassam questões socioeconômicas, culturais, etc.
que podem dificultar ou facilitar a sua adaptação ao ambiente universitário. Nesse
sentido, este artigo tem por objetivo apresentar um estudo desenvolvido com alunos
ingressantes no ensino superior de uma instituição particular em São Paulo no ano de
2017 e as iniciativas da instituição em sugerir alternativas de acolhimento, por meio
do Projeto Ateliê de Memórias, cujo objetivo foi compreender, por meio das narrativas
dos alunos participantes, os aspectos que dificultam e aqueles que facilitam a sua
inserção na vida acadêmica. Apoiado em pesquisas pautadas nas narrativas (auto)
biográficas, a investigação contou com 61 alunos ingressantes dos cursos de Design
Gráfico, Produção Audiovisual e Produção Publicitária. O corpus da pesquisa foi
composto pelo diário de bordo da pesquisadora e 9 livros (auto) biográficos produzidos
pelos alunos no Ateliê de Memórias. A partir da análise das narrativas dos livros foi
possível identificar valores, crenças e representações (coletivas e individuais) que eles
construíram em suas vidas, antes de sua entrada no ensino superior como meio de
enfrentar situações difíceis.
Palavras Chaves: Acolhimento acadêmico; Ingresso no Ensino Superior,
Dificuldade de inserção no ambiente acadêmico; narrativas (auto biográficas), Ateliê
de Memórias.
Abstract
Keywords
Resumen
Palabras clave
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“E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
das lições diárias de outras tantas pessoas.
É tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente
Onde quer que a gente vá.
É tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho
Por mais que pense estar...”
(Caminhos do coração – Gonzaguinha.)
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financeiro do poder público e viabilizam novas vagas na Educação Superior
(COULON, 2017, p. 1241).
Novas possibilidades de acesso, exigiram que a Instituição de Ensino Superior
(IES) se adequassem à grande heterogeneidade cultural dos estudantes, suas
experiências de vida, circunstâncias econômicas e políticas, noções de unidade e
diversidade, homogeneidade e heterogeneidade, que precisam ser tratadas de forma
realmente compatível com realidade dos universitários. Embora o cenário favorável
do ingresso desses estudantes no ensino superior, a sua permanência e conclusão
dos cursos ainda apresentam grandes desafios. Para Coulon (2008) o maior problema
enfrentado pelos estudantes não era o acesso à universidade, mas o de permanecer
nela estudando. Não bastava a criação ou expansão do número de vagas, é preciso
investir em políticas de enfrentamento ao problema da permanência desses
estudantes ampliando as propostas de acolhimento e engajamento dos alunos nas
universidades. A observação de Sacramento (2009, p.3) de que “superadas as
dificuldades de acesso surgem outras que podem comprometer a permanência e
término do curso”, reforça a presença e a necessidade de soluções para essa questão.
Cabe destacar que as dificuldades encontradas pelos estudantes para o
ingresso no ensino superior não estariam relacionadas somente às questões do custo,
de moradia, transporte, alimentação e materiais, mas também no que tange à
adaptação dos alunos ao ambiente universitário; à dificuldade na realização de trocas
sociais com outros alunos; e a interação com os bens culturais. Nesse sentido, as
políticas públicas promovidas pelo Estado não necessariamente atendem a este
propósito. As instituições de ensino superior precisam encontrar caminhos para o
acolhimento e a promoção de trocas sociais entre os estudantes de maneira que se
sintam parte do universo acadêmico.
As desigualdades sociais também demarcam o acesso dos estudantes no
ensino superior e além disso a massificação do ensino superior comporta outros
problemas estruturais que precisam ser equacionados, mas que fazem parte da
solução dos problemas de acesso ao saber apontado por Coulon (2017).
Zabalza (2004) aponta alguns problemas associados à massificação do Ensino
Superior, tais como: a necessidade de atender a grupos maiores, sem alterar a base
operativa das IES; a maior heterogeneidade dos grupos, para os quais a maioria das
IES não dispõe de instrumentos ou modelos pedagógicos suficientemente versáteis
para atender a nova população; a pouca motivação pessoal para estudar, por não
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haver nas IES sistemas provedores de motivação, em especial, motivação intrínseca,
quando o aluno integrante de uma massa sente-se apenas um número; a contratação
de professores inexperientes que, forçados pela necessidade de atender em altos
volumes, vão para as salas de aula sem o devido preparo pedagógico; o retorno de
modelos clássicos de ensino que sacrificam a atenção às singularidades individuai.
Esses fatores reunidos, fruto do volume excessivo de alunos, aumentam a
inflexibilidade pedagógica diminuindo a capacidade de transferência de
conhecimento, de experiências e de interações entre alunos e entre alunos e
professores.
Cabe ressaltar que em se tratando de Educação Superior, esta afiliação vai além
dos conhecimentos específicos da área profissional escolhida, considerando que,
envolve como diz Silva (2011) a construção de uma cultura geral; a aquisição e
descarte de valores pessoais e sociais; a consolidação de princípios pessoais e a
formação de padrões mentais interpretativos de fatos e eventos.
Há ainda de se considerar a evasão estudantil, conforme dados do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP) que apontam para um
percentual de 59% de desistência dos estudantes que entraram no ensino superior
em 2021 (MEC, 2021). Autores como Baggi e Lopes (2011) apresentam causas para
a evasão estudantil como: falta de base nos aprendizados na educação básica e
ensino médio; escolha errado de curso, metodologias de ensino obsoletas, prioridades
pessoais e relações interpessoais. Nesse sentido as instituições de ensino superiores
desatentas às demandas de ensino adequadas ao perfil dos estudantes onde não
estão estabelecidas com uma referência clara de base de desenvolvimento
profissional, além da falta de vínculo e pertencimento do aluno, sofrem com questões
relacionadas à evasão escolar.
Ainda que as instituições de ensino busquem estratégias metodológicas para
garantir que os alunos se sintam incluídos e em constante desenvolvimento pessoal
e profissional, a falta de relações interpessoais como aponta Coulon (2008) podem
desestimular os estudantes e consequentemente a desistência dos seus estudos.
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Com o objetivo de promover a integração dos alunos ingressantes ao contexto
acadêmico, promover a ambientação deles ao projeto pedagógico do curso e ampliar
as propostas de acolhimentos aos calouros universitários, foi desenvolvido um estudo
com estudantes da Área de Comunicação dos cursos de Tecnologia em Design
Gráfico, Produção Publicitária e Produção Audiovisual de uma instituição particular
em 2017. Num módulo de Ambientação exclusivo para calouros, as iniciativas da
instituição foi propor estratégias alternativas de acolhimento, escuta e
empoderamento dos estudantes por meio de sua participação no Ateliê de Memórias,
ou seja, um espaço em que os alunos contavam suas histórias de vidas, falavam sobre
as dificuldades enfrentadas em suas trajetórias educacionais e de situações em que
se sentiram acolhidos e seguros para realizar seus estudos.
A proposta do Ateliê de memórias teve como objetivo compreender, por meio
das narrativas dos alunos participantes, os aspectos que dificultam e aqueles que
facilitam a sua adaptação na vida acadêmica no ensino superior, construindo novos
significados e novas experiências. Para dar continuidade ao processo de escuta e fala
dos estudantes, o Ateliê de Memórias propôs que os participantes elaborassem livros
infanto-juvenis representativos de suas histórias de vida, considerando as dificuldades
e facilidades enfrentadas no ingresso e permanência deles na universidade. Para
elaborar os livros os estudantes deveriam entrar em contato com os conhecimentos
básicos dos cursos nos quais estavam matriculados e utilizá-los na prática.
Como corpus de pesquisa foi utilizado o diário de bordo da pesquisadora, no
qual foram registradas as atividades desenvolvidas no Ateliê de Memórias, bem como
as reflexões da pesquisadora acerca do processo de desenvolvimento dessas
atividades. Outras peças, como os registros realizados pelos alunos a respeito de
suas percepções sobre o Módulo de Ambientação e os livros produzidos por eles que,
neste trabalho, constituem a produção do Ateliê de Memórias.
Essa pesquisa deu origem a esse artigo que apresenta a metodologia
desenvolvida no Projeto de um Módulo de Ambientação – Ateliê de Memórias,
proposto pela faculdade. Utilizando as narrativas autobiográficas como metodologia,
essa pesquisa tem como objetivo apresentar um estudo desenvolvido com alunos
ingressantes no ensino superior de uma instituição particular em São Paulo no ano de
2017 e as iniciativas da instituição em sugerir alternativas de acolhimento, que se
propunham compreender as dificuldades enfrentadas promovendo a inserção
acadêmica dos estudantes por meio do Projeto Ateliê de Memórias.
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O texto se organiza discutindo inicialmente o ingresso na educação superior,
na sequência aborda o Ateliê de Memórias e sua inserção na instituição, depois
apresentamos o delineamento da pesquisa, em seguida apresenta os resumos dos
livros elaborados pelos estudantes (o que os livros contam) e as considerações finais.
O Ateliê de Memórias
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parte fundamental de uma relação de aproximação ou distanciamento entre as partes
que ali estão. ”
A opção por transformar as histórias de vida em livros infantis foi por deixar a
imaginação e a magia transbordar ao realizarem a adequação de linguagem, além de
facilitar a criação das ilustrações e estimular a criatividade dos alunos.
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Foi elaborado, portanto, um roteiro de trabalho, separado em duas etapas. A
primeira etapa tratava da sensibilização do projeto, definição da linguagem dos livros
infantis e a segunda etapa a produção do livro propriamente dita.
Sob o ponto de vista social, é por meio das narrativas que as relações sociais
admissíveis entre indivíduos originam a formação da memória coletiva e imprimem
nestes determinados padrões, de forma eficiente (LYOTARD, 1989; FOUCAULT,
1979). Quando tais memórias são proferidas e consolidadas nos indivíduos, via
instituições, geram significados em seus receptores que podem transcender a
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intenção original pretendida na instituição. Isso porque, a internalização de
significados de narrativas pelos indivíduos é um processo psicológico que se integra
de forma combinativa às experiências dos indivíduos gerando neles significados
próprios (BRUNER, 1990).
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O que os livros contam
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Uma parte importante de sua história é marcada pela presença de sua mãe,
que João chama de “anjo”, como simbologia de proteção, amparo, acolhimento,
admiração. Sua mãe foi seu porto seguro, o lugar onde encontrava escuta
incondicional e respeitosa, a pessoa que o amava e o aceitava como ele era.
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Fotografia 02 – Excertos do Ateliê de Memórias
A escolha da temática do livro se deu pelo fato de que alguns estudantes deste
grupo terem iniciado outros cursos de nível superior influenciados por sonhos e
desejos de seus familiares, acabaram desistindo e iniciando o curso de design gráfico
por desejo próprio. Com isso acabaram encontrando a falta de apoio dos familiares
que se transpõem nas dificuldades de adaptação na Universidade, visto que a quebra
do vínculo com a família se dá num momento delicado do início do período de
adaptação do estudante à Universidade.
O livro “Meu espelho” conta a história de uma estudante que tenta fugir de sua
identidade étnico-racial e faz um pedido ao espelho mágico para mudar a cor de sua
pele. A escolha dessa temática se deu pelo fato de que os 3 estudantes negros que
haviam nessa classe, estavam nesse grupo.
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Fotografia 03 – Excertos do Ateliê de Memórias
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Fotografia 04 – Excertos do Ateliê de Memórias
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Fotografia 05 – Excertos do Ateliê de Memórias
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Preguiça, foi produzido em formato de quadrinhos e retrata a força das relações
interpessoais em busca de soluções de pertencimento.
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Com o talento de Bia revelado e reconhecido com apoio e auxílio da professora,
todos passaram a aceitá-la com suas diferenças, ela fortalece a autoestima e passa a
enxergar em si mesma o que tem de melhor. Este grupo, escolheu contar a história
de uma estudante que se sentia deslocada e não conseguia interagir com o grupo em
sala de aula, com isso, sua inserção no ambiente escolar e adaptação ficaram
comprometidos, porém, no Ateliê de memórias encontrou acolhida, apoio e ajuda.
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Considerações possíveis
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de que os universitários têm autonomia para gerir sua formação e que são os únicos
responsáveis por seus sucessos e fracassos em seus aprendizados. Com isso
promoveu um ambiente de escuta significativa com produção de conhecimentos que
vai além da sala de aula formal.
Nesse sentido, Furlanetto (2010) afirma que “muitas vezes, o novo não só
acrescenta, mas questiona o que o adulto já sabe, exigindo que transforme suas
crenças e ideias. Em tais situações, é necessário desaprender para aprender, o que
não se configura tarefa fácil”. Assim, toda a equipe de professores e gestores da
universidade enfrentaram os desafios de desaprender a forma como costumavam
iniciar o ano letivo, para aprender nos Ateliês de memórias novas formas de acolher
os estudantes. Isto revelou a construção de uma relação de compreensão que além
de acolher, motivou a continuidade dos estudos.
Para além das propostas do Ateliês de Memórias, os estudantes encontraram
um ambiente universitário que acolheu suas histórias de vida e promoveu:
● estratégias de escuta ativa e acolhimento;
● reflexões e trabalho em grupos;
● problematização e tomada de decisões;
● aproximação e aprofundamento dos conteúdos das disciplinas dos cursos de
forma contextualizada e com significados para os estudantes;
● atividades práticas relacionadas à produção de conteúdo;
● inclusão, aceitação e construção de identidade;
● habilidades e competências que possibilita ressignificar suas memórias,
sentimentos e narrar uma nova história.
A análise das narrativas dos livros produzidos pelos universitários que
participaram do Ateliê de Memórias, revelou que uma das maiores dificuldades
enfrentadas em seus processos de inserção nos cursos de graduação foi a falta de
apoio dos pais ou familiares. Há relação dessa falta de apoio à escolha do curso feita
pelos alunos, visto que alguns já haviam iniciado outros cursos e desistido, ou por não
conhecer a profissão ou o trabalho que os estudantes formados naquele curso
escolhido podem atuar, e ainda por ignorar o potencial e talento dos estudantes. Essas
experiências de vida relacionadas à família provocaram muitos sentimentos nos
estudantes, dificultando seu processo de adaptação no nível superior, trazendo
inseguranças, excesso de faltas, trancamento do curso e até mesmo o abandono
escolar.
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Havia a expectativa inicial de que os alunos focassem sua atenção nas
dificuldades encontradas no presente, nas demandas das disciplinas, na interação
com os novos professores, com o cotidiano de um universitário que tem seus
momentos de estudos na universidade, mas também precisa estudar em casa, etc.
Porém, os dados revelaram que as dificuldades de adaptação estavam relacionadas
às questões anteriores e na maioria das vezes existenciais, que já carregavam e
precisavam de um espaço de acolhida onde pudessem compartilhar suas histórias de
vida. Ao entrarem em contato com suas histórias nos ateliês, os estudantes
encontraram na universidade um espaço de acolhimento e não de exclusão. A
universidade passou a ocupar então um lugar de pertencimento, superando a
expectativa inicial dessa pesquisa.
Em suas exposições narrativas percebe-se sentimentos e emoções que
transbordam da vida para a ficção em seus livros, que brilhantemente foram
produzidos a partir da conciliação do vivido com os significados construídos em função
do ingresso na universidade. E nos emocionamos com o potencial desse encontro que
resultou em processos formativos para os estudantes, os professores e para todos
nós, leitores.
Todos os livros trouxeram histórias de superação com desfecho final positivo,
que revelaram a esperança de um final feliz, (saídas e alternativas de encontrar
possibilidades de continuidade da vida) geralmente com a participação de
personagens, professores, mães, amigos, colegas, ONG, entre outros, que ajudaram
o personagem principal a enfrentar e superar os problemas. Com isso, os Ateliês de
Memórias promoveram a inclusão e superação das diferenças, convocando os
estudantes ao exercício do protagonismo, imergir nas práticas relacionadas aos
cursos, construir e compartilhar aprendizados.
As questões das famílias com sua visão canônica das profissões e cursos
universitários, talvez não tivessem repertório sobre o que se trata esse curso novo,
Design Gráfico e com isso nos leva a pensar que a falta de apoio relatada nos livros
pode estar relacionada a essa questão.
Considera-se que, apesar dos desafios e dificuldades enfrentados pelos
estudantes, pelos professores e gestão da universidade, todos elevaram sua
confiança em si próprio, validaram suas escolhas, fortaleceram-se enquanto grupo e
buscaram alternativas e parcerias para superar as adversidades.
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O projeto de acolhida e adaptação desenvolvido pela universidade foi de
extrema relevância para promover a permanência e continuidade nos estudos, com
possibilidade de desdobramentos para outros departamentos e outras faculdades.
Acredita-se que os espaços de escuta e fala, trocas e interações entre os
estudantes, nos Ateliês de Memórias, promoveu experiências positivas na construção
de novas relações, novos laços de amizades, sentimentos de pertencimento ao grupo
e à universidade. O fato de se fazer parte de um grupo, permite ao calouro, criar o
mundo em que ele pode existir, formando percepções e lugares onde é possível
desenvolver e ampliar as diversas competências. Ao narrar, eles encontraram novos
sentidos para ordenar suas percepções do mundo do qual fazem parte a fim de agir
sobre ele, criando novos desenhos.
Pondera-se que em sala de aula, nos Ateliês de Memórias, bem como na
instituição como um todo, foi possível trazer à tona a perspectiva de desconstruir
preconceitos, exclusão, abandono e inseguranças. Da mesma forma que foi possível
reconstruir um pano de fundo tecido com histórias de superação, novas possibilidades
dos saberes, cenários democráticos de participação, representatividade étnico-
raciais, de classe e de gênero.
Referências
BAGGI, Cristiane A. S. e LOPES, Doraci A. Evasão e Avaliação Institucional no
Ensino Superior: Uma Discussão Bibliográfica. Avaliação, v. 16, n. 2, p. 355-374,
2011.
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COULON, A. O oficio de estudante: a entrada na vida universitária, Educação e
Pesquisa, São Paulo, v43, n. 4, p1239-1250, out/dez, 2017.
FOCAULT 1979
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