Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Exercício Embargos de Declaração
Situação Problema:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
I – DA TEMPESTIVIDADE
7. Diante do precedente acima invocado, esse MM. Juízo acabou por inferir
que o IMPETRANTE não possuiria a habilitação necessária para assumir o cargo
público pleiteado, eis que cursou Licencitura e o edital exigiu Licenciatura Plena ou
Bacharelado.
pode seguir um desses caminhos: (i) dar à ratio decidendi uma interpretação
restritiva, por entender que peculiaridades do caso concreto impedem a
aplicação da mesma tese jurídica outrora firmada (restrictive distinguishing),
caso em que julgará o processo livremente, sem vinculação ao precedente,
nos termos do art. 489, §1º, VI e 927, §1º, CPC; (ii) ou estender ao caso a
mesma solução conferida aos casos anteriores, por entender que, a despeito
das peculiaridades concretas, aquela tese jurídica lhe é aplicável (ampliative
distinguishing), justificando-se nos moldes do art. 489, §1º, V e 927, §1º,
CPC”. 1
12. O IMPETRANTE chama a atenção desse MM. Juízo para o fato de que
a r. decisão do STJ trata sobre a área de atuação dos profissionais de Educação
Física, enquanto que os Licenciados podem exercer a função de professores de
escolas (Educação Básica), os bacharéis trabalham como professores em atividades
extraescolares, tais como clubes, academias, etc. Já os Licenciados Plenos, curso
extinto em 2005, tem permissão para lecionar em quaisquer ambientes.
13. Ocorre, V. Exa., que o cargo para o qual o IMPETRANTE foi aprovado,
não diz respeito a sua atuação como professor, seja em escolas, seja em clubes
ou academias. Conforme se verifica das atribuições constantes do Edital 01/2013, a
função a ser exercida pelo autor é de Agente de Fiscalização do seu Conselho de
Classe, atribuição esta que pode ser exercida indistintamente por qualquer uma das
três categorias de Educadores Físicos.
1
Fonte: DIDIER JR., Fredie, BRAGA, Paula Sarno & OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Processual Civil: teoria da
prova, direito probatório, teoria do precedente, decisão judicial, coisa julgada e antecipação dos efeitos da
tutela. 10ª ed., v. 2, Salvador: Juspodivm, 2015, pp. 490/491.
14. Isso tanto é verdade que foram colacionados aos autos DEZ
16. Resta claro, portanto, que o caso ora subjudice, não se assemelha ao
precedente do E. STJ invocado por esse MM. Juízo como razão de decidir, inclusive,
esta hipótese está prevista no Novo Código de Processo Civil, em seu art. 489, §1º,
inciso VI, in verbis:
18. Data maxima venia, estas atribuições não foram sequer analisadas por
esse MM. Juízo quando da prolatação da r. sentença, razão pela qual a decisão ora
objurgada restou omissa, na forma prevista no art. 489, inciso IV, do NCPC, eis que
constam dos autos 10 Editais publicados pelos mais diversos conselhos de regionais
de educação física do País, para os quais o cargo de Agente de Fiscalização pode sim
ser exercido pelos Licenciados.
2
Informativo n. 494. CONCURSO PÚBLICO. INDENIZAÇÃO. SERVIDOR NOMEADO POR DECISÃO JUDICIAL.
A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à indenização. Com esse
entendimento, a Turma, por maioria, negou provimento ao especial em que promotora de justiça pleiteava
reparação no valor do somatório dos vencimentos que teria recebido caso sua posse se tivesse dado em bom
tempo. Asseverou o Min. Relator que o direito à remuneração é consequência do exercício de fato
do cargo. Dessa forma, inexistindo o efetivo exercício na pendência do processo judicial, a recorrente não faz
jus à percepção de qualquer importância, a título de ressarcimento material. Precedentes citados: EREsp
1.117.974-RS, DJe 19/12/2011; AgRg no AgRg no RMS 34.792-SP, DJe 23/11/2011. REsp 949.072-RS, Rel. Min.
Castro Meira, julgado em 27/3/2012.
3
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 724.347, DF, sob o regime da
repercussão geral, decidiu que, "na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o
servidor não faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior",
salvo "em situações de patente arbitrariedade, descumprimento de ordens judiciais, litigância meramente
procrastinatória, má-fé e outras manifestações de desprezo ou mau uso das instituições, ocorrem fatos
extraordinários que exigem reparação adequada" (DJe de 13/5/2015).
31. Ante o exposto, nos termos do artigo 1.026, §1º, do NCPC, requer
seja o presente recurso conhecido e recebido nos seus efeitos devolutivo e
SUSPENSIVO, mantendo-se a medida liminar inicialmente concedida, até a análise
do presente recurso, em razão de tratar-se a sua remuneração como Agente de
Fiscalização de pedido de natureza alimentar.
Termos em que,
pede deferimento.