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Coeficiente de Restituição

Relatório 3, Métodos Experimentais em Engenharia

Grupo 5
Benicio Warwick Khan: 11202021151
Murilo de Souza Preto: 11202130882
Thais Almeida Fernandes dos Santos: 11202021328
Vinicius Joni Machado: 11202020965

Quadrimestre 2023.2
04 de Agosto, 2023
1 Resumo
O coeficiente de restituição é uma propriedade importante de objetos, que permite determinar
uma escala de elasticidade entre materiais de diferentes formatos. Assim, esse experimento
visou testar diferentes métodos para a obtenção desse valor para uma bolinha de pingue-
pongue, com um número diferente de eventos para cada experimento. Os testes permitiram
detectar valores plausı́veis para o coeficiente de restituição, sobretudo utilizando o tempo
até a primeira colisão (a partir de queda-livre) em comparação com a segunda; e através de
múltiplos intervalos consecutivos de colisão.

2 Introdução
O coeficiente de restituição permite a determinação de uma escala de elasticidade entre
materiais de diferentes formatos geométricos. Tendo isso em mente, o e experimento visa
testar diversos métodos para a obtenção do coeficiente de restituição, sobretudo a partir
da cinemática de uma bolinha de pingue-pongue, e sua colisão em queda livre com uma
superfı́cie dura.

3 Objetivos
Os objetivos deste experimento são: avaliar o fenômeno da restituição elástica por meio de
alguns métodos, comparando os resultados obtidos através de diferente número de eventos;
estimar as incertezas experimentais e realizar a combinação e propagação dessas incertezas;
realizar o ajuste e a linearização de uma curva exponencial; estudar a dissipação de energia
cinética em um choque parcialmente elástico; e determinar o coeficiente de restituição através
de procedimentos práticos.

4 Metodologia
A Metodologia foi dividido entre os materiais necessários para o experimento, os cuidados e
os detalhes particulares para o uso dos materiais, assim como possı́veis fontes de incertezas
e o procedimento experimental de cada método distinto.

4.1 Materiais
Os principais equipamentos utilizados foram: um osciloscópio, dois circuitos amplificadores,
uma fonte de alimentação (5V), cabos de conexão, cilindro de plástico e base de granito.
Além de uma bolinha de pingue-pongue de material elástico e um cronômetro.

4.2 Cuidados e Detalhes Particulares


Os principais cuidados para o uso dos materiais neste experimento incluem: configurar cor-
retamente o osciloscópio para obter leituras precisas; garantir que os circuitos amplificadores
e microfones estejam montados e calibrados adequadamente; verificar a tensão correta da
fonte de alimentação; assegurar conexões firmes dos cabos.

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4.3 Diagramas de Ishikawa
O diagrama de Ishikawa foi elaborado para identificar as possı́veis causas das incertezas no
experimento de dissipação de energia cinética em choques parcialmente elásticos e deter-
minação do coeficiente de restituição. Foram considerados fatores relacionados aos equipa-
mentos utilizados, procedimentos experimentais, ambiente, erros de medição e ruı́do. Segue
o diagrama na Figura 1.

Figura 1: Diagrama de Ishikawa

4.4 Procedimento experimental


A partir do movimento de uma bola em queda livre com colisão a um material sólido, é
possı́vel calcular através do intervalo de colisão o coeficiente de restituição da bola.
O tempo entre dois impactos consecutivos será medido usando um conjunto composto
por um microfone de eletreto, um amplificador e um osciloscópio. O microfone capta o
sinal acústico dos impactos, que é amplificado pelo circuito baseado em um amplificador
operacional, permitindo sua captura no osciloscópio. Assim, o tempo entre duas colisões
pode ser medido através da distância entre picos de áudio.

4.4.1 Duas primeiras colisões

A princı́pio, a bola deve ser soltada sem aceleração de uma determinada altura h, que deve
ser medida. Feito isso, o tempo entre a bola na iminência do movimento vertical até a colisão
deve ser medido com um cronômetro. Em seguida, com o auxı́lio osciloscópio, o segundo
intervalo, entre a primeira colisão e a segunda, deve ser medido como o tempo entre o som
dos dois impactos, capturado como frequência de onda pelo microfone.

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Ademais, o tempo
q entre a bola em repouso até a primeira colisão pode ser estimado
2h
através da equação g
, tal que g é a aceleração da gravidade na Terra, equivalente a 9.81 sm2 .
Esse tempo estimado deve ser comparado com o tempo medido experimentalmente, e deve
ser escolhido o parâmetro com o menor erro estimado.
Com esses dados, o coeficiente de restituição pode ser calculado através da equação:

∆tn = tn − tn−1 = 2t0 ϵn

Tal que:

• n = 1;

• t indica um intervalo de tempo entre colisões;

• ϵ é o coeficiente de restituição.

4.4.2 Três primeiras colisões

Similarmente ao experimento anterior, a bola deve ser solta à altura h, porém deve ser medido
o tempo entre os dois primeiros impactos sucessivos, não sendo mais necessário determinar
t0 .
Para determinar o coeficiente de restituição, mantendo n = 1, deve ser utilizada
fórmula:

∆tn+1
ϵ=
∆tn

4.4.3 N primeiras colisões

Para determinadas N colisões tal que N ∈ N ∧ N ≥ 10, é necessário determinar o valor do


coeficiente de restituição graficamente, e através do gráfico, encontrar a função (leia-se: reta,
por método dos mı́nimos quadrados) com o melhor ajuste para os dados coletados.

5 Resultados
Os resultados foram divididos de acordo com a etapa de execução dos procedimentos. As
subseções desta seção contém informações acerca dos equipamentos utilizados, assim como
dos experimentos realizados.

5.1 Informações de equipamentos


Os equipamentos foram listados inicialmente na seção de materiais. Sobre as caracterı́sticas
especı́ficas, é importante notar que a resolução do osciloscópio utilizado é de 20ms.

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5.2 Duas primeiras colisões
Para o teste das duas primeiras colisões, o tempo inicial entre a liberação da bola em repouso
até a primeira colisão foi medido através de cronômetro, como sendo de 340 milissegundos
(ms). O tempo de colisão esperado através da simulação matemática seria de aproximada-
mente 355 ms. Além disso, o tempo entre a primeira e a segunda colisão foi medido como
a distância entre os dois primeiros picos detectados na onda sonora, examinada através do
osciloscópio. Estes dados foram dispostos na Tabela 1.

Tabela 1: Intervalo de tempo entre as duas primeiras colisões. Fonte: Autoria Própria

Intervalo Tempo [ms]


0 (cronometrado) 340
0 (simulado) 355
0 (média) 347.5
1 436

Como o uso da fórmula fornecida para estimar o coeficiente de restituição, obtêm-se:

∆tn = tn − tn−1 = 2t0 ϵn


436 = 2 · 347.5 · ϵ1
ϵ = 0.629

5.3 Três primeiras colisões


Já para a aferição do coeficiente de restituição através do intervalo entre as três primeiras
colisões, é sugerido o uso da fórmula ϵ = ∆t∆tn+1
n
, isto é, a comparação proporcional da variação
de tempo entre colisões.

Tabela 2: Intervalo de tempo entre as três primeiras colisões. Fonte: Autoria Própria

Intervalo Tempo [ms]


0 -
1 390
2 340

∆tn+1
ϵ=
∆tn
340
ϵ= = 0.87
390

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5.4 N primeiras colisões
As N primeiras colisões foram medidas similarmente, através do uso do osciloscópio, os dados
obtidos podem ser verificados na Tabela 3.

Tabela 3: Intervalo de tempo entre as N primeiras colisões. Fonte: Autoria Própria

Intervalo Tempo [ms]


0 -
1 400
2 380
3 360
4 320
5 300
6 260
7 260
8 220
9 220
10 200
11 180

Através do programa LabFit, foi gerada a função exponencial com melhor convergência
para os dados experimentais, na Figura 2. Todavia, essa função aparenta ser um caso de
overfitting, mas foi mantida no relatório por apresentar o maior coeficiente de correlação.

• y = A(ln x)B

• A = 0.016 ± 0.004

• B = 5.6 ± 0.1

• Coeficiente de correlação: R2 yy(x) = 0.995

Pensando na modelagem fı́sica do problema, espera-se uma disposição dos dados na


forma de uma curva exponencial, dado que para quanto maior a energia da colisão, mais
energia espera-se que seja dissipada. Tendo isso em mente, foi gerada uma curva exponencial
para a modelagem dos dados, na Figura 3.
Nessa simulação, foram obtidos os coeficientes:

• y = AeBx

• A = 105.5 ± 5.7

• B = (3.4 ± 0.1) · 10−3

• Coeficiente de correlação: R2 yy(x) = 0.979

Com esses dados, a primeira derivada da curva fornece uma medida para a variação de
tempo entre intervalos (como resultado da energia dissipada), igual a 0.3587 · e0.0034x . Como
o coeficiente de restituição indica a energia preservada, o valor esperado para o parâmetro
seria equivalente a 1 − f ′ (0), equivalente a ϵ = 0.642.

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Figura 2: Curva para simulação do coeficiente de restituição através de modelagem
logarı́tmica. Fonte: Autoria Própria

Figura 3: Curva para simulação do coeficiente de restituição através de modelagem


exponencial. Fonte: Autoria Própria

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6 Discussão de Resultados
Os resultados obtidos através dos três métodos distintos são bem plausı́veis e de acordo com o
método cientı́fico, ainda que tenha ocorrido uma variação maior para o segundo experimento.
O primeiro e o terceiro experimento apresentaram resultados semelhantes, de 0, 62 e 0, 64. De
acordo com a literatura existente, a coeficiente de restituição de uma bola de pingue-pongue,
com um valor cerca de 0, 82 a 0, 92 - o que foi demonstrado nos resultados do Experimento
2 - 0, 87. O mesmo pode variar bastante de acordo com o material usado para as quedas -
como um base de granito, por exemplo e deve ser incluso, mesmo com os cálculos.
Deve ser notado também que nos Experimentos 1 e 2, não houve uso de erro - pelo
número ”pequeno”de eventos - garantindo um erro relativamente grande e portanto incon-
clusivo. No Experimento 3, o erro existe e está disponı́vel nos gráficos feitas pelo LabFit. O
mesmo é relativamente baixa e aparenta ser cerca de 0, 5% do resultado principal.

7 Conclusões
Assim, é possı́vel concluir que o três métodos testados são válidos para a obtenção do coe-
ficiente de restituição, porém o método mais confiável teoricamente aparenta ser o terceiro,
pelo maior número de eventos disponı́veis para a comparação de dados, evitando o destaque
de ocorrências improváveis, embora o resultado mais próximo da literatura era o segundo,
por ter um número mediano de colisões e melhor comparação proporcional, sendo talvez
mais útil para eventos obtidos e medidos sem acesso ao computador.

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