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Resumo:
Introdução
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descritas no CID 113 “é caracterizado por déficits (...) na interação social recíproca e a
comunicação social, e por uma série de padrões restritos, repetitivos e inflexíveis” e no DSM-
V4: “Ele é caracterizado por déficits em dois domínios centrais: 1) déficits na comunicação
social e interação social e 2) padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses e
atividades”. Ele também apresenta outras perturbações no desenvolvimento neurológico,
atraso no desenvolvimento motor e atraso no desenvolvimento intelectual. A análise de seu
desempenho abrange o período desde o início das aulas até o momento atual.
Desenvolvimento
Yuri é uma criança alegre que adora brincar, principalmente com animais, sejam eles
brinquedos ou desenhos no papel. O genuíno interesse pelo mundo animal tem sido utilizado
estrategicamente para melhorar seu desenvolvimento motor, sua fala, bem como seu controle
emocional. Gosta de esconder animais e depois procurá-los, imitando os programas que
assiste de caçadores de serpentes. Em geral, aceita bem as atividades propostas, desde que
estejam relacionadas a animais. No entanto, demonstra muita resistência com relação a letras
e números, o que resulta em momentos de recusa e frustração.
Algo que foi difícil no início do trabalho, foi a questão de se encontrar um espaço para
momento de “fuga”. Depois que o conseguimos, facilitou muito, por ser um local silencioso
onde ele podia se refugiar em momentos de irritabilidade. Sua sensibilidade ao ruído é grande
e requer a realização de atividades fora da sala de aula. Hoje, Yuri é bem mais tolerante ao
barulho da turma, da rua. Mas foi necessário muito trabalho para chegarmos a esse ponto.
Elogios desempenham um papel significativo em seu progresso e são compreendidos de
forma literal, incentivando seu bom comportamento.
3 World Health Organization. ICD-11 for mortality and morbidity statistics. Version: 2019 April. Geneva: WHO;
2019 [cited 2019 Aug 20]. Available from: https://icd.who.int/browse11/l-m/en
4 DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão
técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
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No caso de alunos com TEA, identificar seu hiperfoco e utilizá-lo na sala de aula pode
ser extremamente útil. O hiperfoco pode ser transformada em uma ferramenta de ensino
bastante potente a partir da identificação do educador e a forma com que ele alinha as
habilidades e interesses do aluno para a aplicação do currículo (Melo e Lione, 2023). A
fixação de Yuri por animais tem sido estrategicamente explorada para o trabalho de sua
coordenação motora fina, ao recortar os animais que ele pede que eu desenhe, bem como para
melhorar sua fala (ele gosta de ouvir o nome dos animais e repetir, principalmente quando se
trata dos que ainda não conhece) e desenvolver habilidades de comunicação (Yuri gosta de
repetir curiosidades que leio para ele sobre os animais, gosta de contar para os pais e a turma
as coisas novas que aprendeu em relação aos bichos e isso estimula sua comunicação e
socialização).
Comunicação:
Além de estimular Yuri a falar sobre animais, o uso de cartões com símbolos e
desenhos tem auxiliado na superação de suas dificuldades de comunicação. Ele compreende a
linguagem verbal, mas muitas vezes não consegue expressar seus desejos e necessidades. A
introdução dos cartões tem melhorado sua capacidade de se comunicar, não apenas com seu
agente de apoio, mas também com outros funcionários da escola. No artigo “O ADACA como
Recurso de Tecnologia Assistiva”5 mostra que a CAA - Comunicação Aumentativa e
Alternativa é voltada a “atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre
sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou compreender”. É nessa
perspectiva que os cartões de comunicação tem sido utilizados, e é notável seu resultado.
Alfabeto:
Yuri tem resistência em relação ao alfabeto e números, mas uma estratégia está sendo
implementada usando um alfabeto com imagens de animais. A associação de letras ao nome
dos animais parece ser uma abordagem promissora, embora seu progresso seja gradual. Outra
5 Caminha A.O., Santos C.P., ”O ADACA como Recurso de Tecnologia Assistiva”. In: Autismo: Caminhos
para a aprendizagem / Carlo Schmidt… [et al.]. Bogotá: Corporación Universitaria Iberoamericana, Editorial
Ĭbër AM, 2018. 146 p.
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estratégia que funcionou muito bem foi com relação a leitura, pois ele não aceitava que
lessem livros para ele, foi a confecção improvisada de um fantoche feito de papel, em formato
de pato. Quando utilizava aquele fantoche, ele prestava atenção na leitura e aceitava os livros.
A partir de determinado momento, o fantoche já não era mais necessário. Atualmente, ele
mesmo, seguindo a rotina visual e sabendo que é a hora da leitura, pede que leiam para ele.
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Caminha A.O., Santos C.P., ”O ADACA como Recurso de Tecnologia Assistiva”. In: Autismo: Caminhos para a
aprendizagem / Carlo Schmidt… [et al.]. Bogotá: Corporación Universitaria Iberoamericana, Editorial Ĭbër
AM, 2018. 146 p.
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MELO, Michele Morgane; LIONE, Viviane de Oliveira Freitas. O BRINCAR DAS CRIANÇAS COM O
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Olhares: Revista do Departamento
de Educação da Unifesp, v. 11, n. 1, 2023.
World Health Organization. ICD-11 for mortality and morbidity statistics. Version: 2019 April. Geneva: WHO;
2019 [cited 2019 Aug 20]. Available from: https://icd.who.int/browse11/l-m/en
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