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Espondiloartrites

 Espondiloartrites
o Grupo de doenças auto-inflamatórias com características clínicas semelhantes e com marcadores
genéticos em comum
o Auto-inflamatória -> não há formação de auto anticorpos
o Associados a presença do HLA-B27
o Incidência semelhante entre os sexos
o Resposta inflamatória predominantemente celular
o Entesistes -> enteses -> local onde o tendão se insere no osso
o Oligoartrite de membros inferiores
 2 a 4 articulações acometidas
o Acometimento do esqueleto axial e periférico
 Podem acometer todas as articulações da coluna vertebral
 5 doenças
o Espondilite anquilosante
o Artrite psoriásica
o Artrite relacionada a doença inflamatória intestinal
o Artrite reativa
o Espondiloartrite indiferenciada

Espondilite anquilosante ou espondiloartrite axial

 Incidência varia conforme prevalência do HLA-B27


 1,5-6% da população possui o HLA-B27, sendo que 6% desenvolve E.A/espondiloartritr axial (SpA axial)
 E.A é mais comum em homens (70%), porém não em SpA axial (45%) -> incidência igual em homens ou mulheres
 Espondiloartrite axial -> quadro clínico de dor lombar + ressonância alterada com raio-x normal
 Homens costumam evoluir pior
 Imunologia
o HAL = human leucocyte antigen -> MHC
 MHC I -> linfócitos T CD8 -> resposta celular
 MHC II -> linfócitos TCD4 -> resposta humoral
 Quadro clínico
o Dor lombar inflamatória
 Início insidioso – Odds ratio 12,7
 Dor noturna (com melhora ao levantar-se) – Odds ratio 20,4
 Idade de início < 40 anos – odds ratio 9,9
 Melhora com exercício – Odds ratio 23,1
 Ausência de melhora com repouso – Odds ratio 7,7
o Rigidez matinal -> dificuldade para levantar da cama
o Dor em pessoas jovens < 40 anos
o Melhora com exercício
o Piora com o repouso
o Oligoartrite de membros inferiores
 2 a 4 articulações
o Entesite
o Uveíte
 Uvea -> camada intermediária
 Onde a zonula ciliar se prende a úvea
 Uveíte anterior aguda
o Doença inflamatória intestinal -> processo inflamatório do íleo distal, sigmoide e reto
o Começa na entese (local onde a cápsula articular se insere na parte óssea) -> secundariamente faz uma
inflamação na sinovial
o Mais comum em membros inferiores devido ao maior estresse mecânico
o Gatilho para processo auto-inflamatório -> estresse mecânico
o Entesite evolui para sinovite
o Alteração clássica -> ressonância magnética das articulações sacroilíacas -> foco de edema ósseo
subcondrais -> sinal de atividade
o 2 a 4 anos de doença para alterações no raio-X -> esclerose óssea periarticular -> perda da articulação ->
fusão sacro-ilíaca
 Investigação
o Laboratório HLA B27 -> marcador -> sugere o diagnóstico porém não comprova
o Imagem
 Ressonância magnética de sacroilíacas -> quadros recentes
 Radiografia de sacroilíacas -> mais de 3 anos de doença sem tratamento
 Avaliar lesões estruturais
 Tomografia de sacroilíacas -> duvida do raio X
o Não pedir RF e anti-ccp
 Diagnóstico
o Critérios ASAS para espondioloartrite axial (S 82%, E 84%)
 Aplicar em pacientes com > 3 meses de dor lombar e idade <= a 45 anos
 Sacroilite na imagem + 1 ou mais sinal ou sintoma de SpA
 HLA-B27 + >= 2 sinais ou sintomas de SpA
 Sinal ou sintoma de SpA -> dor lombar inflamatória, artrite, entesite de t. calcâneo,
uveíte, dactilite, psoríase, doença inflamatória intestinal, resposta a AINE, história
familiar de espodiloartrite, HLA-B27, elevação de PCR
 Diagnóstico e acomonhamento
o Teste de Schober 10 -> 15cm
o Distância tragus-parede e distancia occípito-parede
o Teste de expansibilidade torácica – 5 cm
o Teste de Faber
 Tratamento
o Atividade física
o Cessação do tabagismo
o AINES
 Diclofenaco, nimesulide, celecoxibe, naproxeno -> de forma contínua
o MMCDs sintéticos: metotrexate, sulfassalazina -> quadros periférico
 Não funciona para coluna e sacroilíaco
o MMCDs biológicos: anti-tnfalfa, anti-IL17 -> coluna e sacroilíaco
o Protocolo
 AINEs por 3 meses -> não funcionou -> trocar AINES -> não funcionou -> biológico anti-tnfalfa
 Acompanhamento
o Métricas
o BASDAI
o ASDAS -> adiciona PCR
o índices de atividade de doença
 Prognóstico
o Sacroilíte radiográfica em 6-8 anos de doença
o Anquilose óssea em 8 anos de doença
o Progressão para anquilose completa da coluna se não tratada
o HLAB27 +, elevação de provas de atividade inflamatória e acometimento de quadril são fatores de mau
prognóstico
Artrite psoriásica

 Epidemiologia
o A psoríase acomete cerca de 2-3% da população
o Artrite em 25% dos pacientes portadores de psoríase
o H=M
 Classificação
o Existem 5 tipos principais
 Artrite predominante de IFD (10%)
 Artrite oligoarticular assimétrica (70-80%)
 Artrite simétrica poliarticular
 Doença articular
 Artrite mutilante
 Telescopagem
 Quadro clínico
o Sistema musculo-esquelético: artrite, entesite, dactilite, sacroilite assimétrica (formas especiais: sín.
SAPHO, RS3PE, onicopaquidermoperiosite psoriásica)
o Extra-articular: psoríase (quadro ungueal é particularmente comum: pitting, onicólise, hiperceratose,
mancha de óleo), síndrome metabólica, hiperuricemia
o Artrite de interfalangeana distal + alterações ungueais
o Neoformação óssea -> desparecimento das articulações
 Tratamento
o AINEs
o MMCDS sintéticos: metotrexate, sulfassalazina -> quadros periféricos
o Inibidor de fosfodiesterase-4: apremilast
o Inibidor de tirosina-quinase: tofacitinibe -> quadros periféricos
o MMCDs biológicos: anti-tnfalfa, anti-IL17, anti-IL12/23 ( anti-IL12/23 não funciona em quadros
periféricos)
 Quadros axiais

Artrite relacionada a doença inflamatória intestinal

 Doença de Crohn
o Acometimento transmural -> serosa até mucosa
 Retocolite ulcerativa
 Oligoartrite assimétrica de membros inferiores
 Acometimento axial
 Manifestações extra-articulares
 Artropatia tipo 1: oligoarticular de membros inferiores
o Relacionada a atividade de doença
o Associada a manifestações extra-articulares
 Artropatia tipo 2: poliarticular de membros superiores
o Não relacionada a atividade de doença
o Associada a uveíte
 Tratamento
o Glicocorticoides
o Evitar AINEs
o Sulfassalazina, messalazina, azatioprina
o Anti-tnfalfa, anti-IL12/23 (ustekinumabe) , inibidores de integrina (vedolizumabe e natalizumabe)

Artrite reativa

 Secundária a infecções de TGU ou TGI: Chlamydia, Salmonella, Shigella, Yernesinia e Campylobacter


 Quadro clínico
o Sistema músculo esquelético: oligoartrite assimétrica de membros inferiores, dactilite, sacroiloite
assimétrica, entesite, bursite
o Manifestações extra-articulares: conjuntivite, uveíte anterior aguda, eritema nodoso, ceratoderma
blenorrágico, balanite circinada, colite, ileíte
 Tratamento
o AINEs, glicocorticoides
o MMCDs sinéticos
o MMCDs biológicos (anti-TNF)

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