Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reumatologia
Epidemiologia:
o Prevalência no Brasil: 1%
o Mais comum no sexo feminino (3 : 1)
o 25 – 55 anos: “meia idade”
o Fatores de risco:
Histórico familiar (componente genético): relação com HLA-DR4
Tabagismo
Patogênese:
o Ainda mal estabelecida / desconhecida
o Sinovite: processo inflamatório na membrana sinovial
o Destruição articular
Quadro clínico:
o Artrite:
Poliartrite simétrica em mãos, pés e punhos
Cursa, com o tempo, com destruição articular (principalmente nos primeiros 2 anos)
Rigidez matinal prolongada (> 1h)
Piora com o repouso e melhora com a atividade
Nas mãos:
Poupa as articulações interfalangianas distais
Desvio ulnar: dedos desviados em direção à ulna
Pescoço de cisne: hiperextensão da IFP + flexão da IFD
Abotoadura: flexão da IFP + extensão da IFD (o oposto do pescoço de cisne)
Nos punhos:
Dorso de camelo: “corcovas” no punho e na articulação metacarpofalangiana
Síndrome do túnel do carpo (não patognomônica): compressão do nervo mediano, levando
a parestesias
Na coluna cervical:
Subluxação atlantoaxial: quando há atrite intensa entre 1ª e 2ª
vértebras cervicais (atlas e áxis), levando a uma frouxidão articular e
“escorregamento” da vértebra; é incomum, porém pode levar a
uma compressão medular alta (pode ser fatal)
OBS: a AR é uma doença que acomete mais comumente a periferia, sendo incomum o
acometimento do esqueleto axial (e quando acomete a coluna, geralmente é a cervical).
o Manifestações extra-articulares:
Dermatológicas:
Nódulos subcutâneos: principalmente em superfície extensora dos cotovelos; ocorre por
processo inflamatório vascular e fibrose
Vasculite: não apenas na pele; pode ser grave
Oftalmológicas:
Síndrome de Sjögren (principal): xeroftalmia + xerostomia; ocorre em
20-30% dos casos
Episclerite
Escleromalácia perfurante
Pulmonares:
Derrame pleural (exsudativo; glicose < 25 mg/dL)
Nódulos reumatoides (não apenas pulmonares)
Síndrome de Caplan (raro): pneumoconiose (doença pulmonar ocupacional – ex.: minerador de
carvão) + nódulos reumatoides pulmonares + AR
Cardíacas:
Pericardite: uma das principais manifestações extra-articulares da AR; pode ser grave, evoluindo
para derrame pericárdico, tamponamento cardíaco, etc.
Aterosclerose acelerada: possível síndrome coronariana, IAM
Outros:
Mononeurite múltipla: lesão dos nervos periféricos por acometimento da vasa nervorum
Amiloidose: processo inflamatório crônico —> proteínas transformam-se em fibrilas amiloides e
depositam-se nos tecidos (ex.: rins —> Sd. Nefrótica)
Cisto de Baker: membrana sinovial da articulação do joelho emite um prolongamento/bolsa na
região da panturrilha —> rompimento —> dor, edema e empastamento da panturrilha
(diagnóstico diferencial com TVP)
Síndrome de Felty (incomum): AR + esplenomegalia + neutropenia (destruição de neutrófilos
pelo baço)
Diagnóstico:
o Para fechar o diagnóstico de AR, deve ser ≥ 6 pontos:
o Resumidamente:
Poliartrite simétrica de pequenas articulações há pelo menos 6 semanas
Principalmente em mulheres de meia idade
+ Marcadores inflamatórios
+ Sorologia (FR e/ou anti-CCP)
OBS: cerca de 20-30% dos casos de AR não apresentam positividade para os marcadores
sorológicos. O anti-CCP é mais específico que o FR (se anti-CCP positivo, já é quase certeza que
apresenta AR)!
Tratamento:
o Objetivo: remissão da doença
o Sintomáticos (AINE e/ou corticoide em doses baixas não imunossupressoras) + DARMD (drogas
antirreumáticas modificadoras de doença)
OBS: os sintomáticos agem como uma “ponte” para controlar os sintomas da AR até que se inicie o
efeito da DARMD.
DARMDs:
o Convencionais:
Metotrexato (droga de escolha):
Dose inicial de 7,5 mg 1x/semana
Necessário repor ácido fólico durante o tratamento!
Leflunomida (causa diarreia)
Hidroxicloroquina (toxicidade retiniana; necessário acompanhamento oftalmológico)
Sulfassalazina (efeitos hematológicos: agranulocitose, leucopenia; crises hemolíticas em
pacientes com deficiência de G6PD)
*Inibidores de TNF-alfa
3 apresentações:
o Oligoarticular:
Forma mais comum (50-60% casos)
Afeta de 1-4 articulações (nos primeiros 6 meses de doença)
Maior risco de uveíte anterior (principalmente em meninas < 6 anos com FAN+)
OBS: crianças com AIJ oligoarticular que apresentem FAN+ devem sempre ser encaminhadas ao
oftalmologista!
o Poliarticular:
30-35% dos casos
Afeta > 4 articulações
Também pode cursar com uveíte anterior (porém é mais comum na forma oligoarticular)
Fator reumatoide (FR) pode estar presente ou não
Acometimento de MMSS mais prevalente do que na AR (se unilateral, pode levar a uma
assimetria de membros)
Aspectos gerais:
o Processo inflamatório que leva a uma fusão vertebral (pontes ósseas =
sindesmófitos)
o Destruição óssea seguida de crescimento ósseo desordenado
o Mais comum no esqueleto axial: coluna vertebral e articulação sacroilíaca
o Doença ascendente: inicia-se com sacroileíte —> calcificação —>
acometimento de coluna lombar —> coluna torácica —> coluna cervical
o “Coluna em bambu”: estágios mais avançados da doença
Epidemiologia: mais comum no sexo masculino (3 : 1); média de idade de 23 anos (homens jovens)
Quadro clínico:
o Dor lombar* (sacroileíte) – normalmente a 1ª manifestação
o Rigidez matinal
o “Posição do esquiador”: perda da mobilidade da coluna, perda da lordose lombar e acentuação da
cifose cervical
o Manifestações extra-articulares:
Uveíte anterior (em 30-40% dos casos)
Insuficiência aórtica: sopro diastólico
Doença inflamatória intestinal
*Dor de característica inflamatória: piora com o repouso e melhora com a atividade.
Artrite reativa
Aspectos gerais:
o Infecção à distância que leva ao desenvolvimento de quadro articular (artrite) após um período de
1-4 semanas
o Infecções responsáveis mais comuns:
Diarreia/Disenteria: Shigella
Uretrite (IST): Chlamydia trachomatis
Manifestações clínicas:
o Comprometimento normalmente oligoarticular/monoarticular
o Artrite assimétrica e de grandes articulações principalmente (exs.: joelho, ombro)
o Tríade (Síndrome de Reiter): artrite + uretrite + conjuntivite (artrite reativa causada por clamídia)
o Minoria dos pacientes pode apresentar sacroileíte
Tratamento:
o AINE (avaliar associação com corticoide)
o ATBterapia: se infecção ativa; específica para a infecção à distância em questão
Artrite psoriásica