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Manual de Treinadores Ténis Grau 1

Sistemática Atividades Desportivas e Expressivas II (Universidade de Évora)

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Descarregado por Rui S (axk2u8@gmail.com)
FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

MANUAL DO CURSO DE TREINADORES DE TÉNIS


GRAU 1

Maia, 01 Setembro 2012

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ÍNDICE

CAPÍTULO 1 - METODOLOGIA E DIDÁCTICA 1

 Controlo da bola
 Pegas
 Os elementos das pancadas básicas
 Rotação da Bola

CAPÍTULO 2 - FISIOLOGIA ESPECÍFICA 1

 Metabolismo Energético
 Esforço Específico do Ténis
 Treino das capacidades Físicas no Ténis

CAPÍTULO 3 - ANÁLISE TÉCNICA 1

 Definição e enquadramento da temática


 Aspectos relevantes
 Ficha diagnostica
 Técnicas de Correcção dos elementos de base

CAPÍTULO 4 - PEDAGOGIA ESPECÍFICA 1

 Exigências Técnicas do Ténis


 Elementos Base de uma Aula
 Ensino de Progressões

CAPÍTULO 5 - SAÚDE 1

 Estado de Choque
 Lesões várias do ténis

CAPÍTULO 6 - ARBITRAGEM 1

 Regras do Ténis
 Regras do Circuito Sub-10

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CAPÍTULO 1

METODOLOGIA E DIDÁCTICA 1
Controlo da bola
Pegas
Os elementos das pancadas básicas
Rotação da Bola

No final deste capitulo o treinador deve ser capaz de:


 Descrever os aspetos da trajectória da bola;
 Demonstrar as diferentes pegas e suas aplicações nos
diferentes gestos técnicos;
 Executar e dominar os gestos técnicos básicos da
modalidade;
 Executar e dominar os gestos técnicos especiais da
modalidade;
 Identificar, aplicar e executar o passing shot e o
approach;

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1. CONTROLO DE BOLA
O aluno deve sempre ter um objectivo em mente quando bate a bola. O objectivo mais básico é
bater a bola, passando a rede e caindo no campo. No entanto, existem outros objectivos que
variam de acordo com a perícia do aluno, a situação táctica, a posição do jogador no court e a
dificuldade da bola recebida. De qualquer forma, os objectivos das diferentes pancadas no ténis
podem ser descritos da seguinte forma:

 Direcção
 Altura
 Distância/Profundidade
 Efeito
 Velocidade

Os objectivos do controlo de bola e os princípios que os afectam podem ser explicados da


seguinte forma.

A reter:
1.1. DIRECÇÃO
A direcção da bola é definida
pelo ângulo horizontal da A direcção em que a bola se desloca é determinada por:
raquete no impacto e pela
 O ângulo da face da raqueta no impacto
direcção da bola recebida.
 A direcção da bola recebida relativamente à bola enviada.

No ténis, existem quatro direcções básicas para onde uma bola que é batida pode ir:
Esquerda, direita, para cima e para baixo

O factor mais determinante para a direcção é o ângulo horizontal da face da raqueta no


momento do impacto, que é afectada por:
 Alterações no ponto de contacto (por ex., bater a bola mais cedo tornará mais fácil
cruzar a bola;
 Posicionamento do corpo (open stance/closed stance);
 Alterações na posição do pulso cotovelo, etc.

O efeito das diversas alterações do ângulo horizontal da face da raqueta no momento do


impacto encontra-se ilustrado em seguida:

 Pulso virado para a frente, voltando a face da raqueta


para a esquerda.

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 Pulso virado ligeiramente para trás, voltando a face
da raqueta directamente para a frente.

 Pulso virado para trás, voltando a face da raqueta para a


direita.

1.2. ALTURA
A altura da bola é determinada por:
 O ângulo vertical da face da raqueta no impacto;
 A trajectória do movimento da raqueta;
A reter:
A altura da bola é definida  A velocidade da raqueta no impacto.
pelo ângulo vertical da
raquete no impacto, pela O efeito das mudanças do ângulo vertical da raqueta na altura está ilustrado em seguida:
velocidade e trajectória do
movimento da raqueta e
também pelo ponto de
contacto
 Face da raqueta aberta. Esta posição envia a bola para
cima e transmite um efeito de rotação de recuo.

 Face da raqueta fechada. Esta posição envia a bola para


baixo e transmite um efeito de rotação de avanço.

A altura da bola afecta directamente a sua profundidade

 O ponto de contacto

O ponto de contacto afecta a direcção da bola. As três dimensões a ser consideradas ao analisar
o ponto de contacto são:
 Altura da bola no contacto – alta/baixa;
 Largura da bola no contacto – perto/longe;
 Profundidade da bola no contacto – cedo/tarde.
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A reter: 1.3. DISTÂNCIA/PROFUNDIDADE
A Profundidade da bola é
definida pela altura,
É determinado por:
velocidade e rotação da bola.
 A altura da trajectória da bola;
 A velocidade da bola - quanto mais rápida for a bola com a mesma altura inicial, mais
longe irá;
 A rotação da bola - bolas com top-spin tendem a baixar mais cedo do que bolas em slice
ou chapadas, para um mesma velocidade. Os slices deslizam mais fundo.

1.4. ROTAÇÃO

A reter: A rotação é determinada por:


A rotação da bola é  O movimento da raqueta – quanto maior a inclinação mais rotação é gerada;
determinada pelo
 A velocidade da cabeça da raqueta no impacto;
movimento, velocidade e
ângulo da cabeça da raquete.  O ângulo da face da raqueta no impacto.

MOVIMENTO DA RAQUETE PARA O TOP-SPIN

Top-spin Top-spin
A reter:
Elevado Moderado
A rotação da bola pode ser:
para a frente (TOP SPIN) ou
para trás (BACK SPIN).

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1.5. VELOCIDADE
A velocidade é primariamente determinada pela velocidade da cabeça da raqueta no momento
do impacto, que por sua vez é influenciada por:
A reter:  A distância que a raqueta viaja antes e depois do impacto;
A velocidade é determinada  A continuidade e velocidade do recuo e do movimento para a frente (forças angulares)
pela amplitude do gesto, pela combinado com a transferência de peso (força linear);
velocidade da aceleração da
cabeça da raquete e  Coordenação (timing, acertar no centro da raqueta, etc.).
coordenação.

A velocidade da bola recebida e os materiais da raqueta também afectam a velocidade da bola a


enviar.

2. PEGAS

2.1. ANÁLISE DAS DIFERENTES PEGAS

Nó do
Indicador

Eastern de direita Nó do indicador na zona 3


Eastern de esquerda Nó do indicador na zona 1
Continental Nó do indicador na parte superior da zona 2
Western de direita Nó do indicador na zona 4
Semi-Western de direita Nó do indicador entre as zonas 3 e 4

A reter: 2.2. DESCRIÇÃO DAS PEGAS BÁSICAS


A pega Eastern de Direita é a
pega mais utilizada e mais
versátil para bater a 2.2.1. DIREITA
diferentes alturas.
Eastern de direita (“shake-hands”)
 Palma atrás do punho;
 Extensão natural da mão;
 Força máxima exercida sobre a raqueta;
 Fácil controlar bolas de diferentes alturas.

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Semi-western
A reter:  Palma mais atrás do punho que na Eastern;
A pega semi-western é uma
pega que permite grandes  Fácil controlar bolas acima da cintura;
acelerações e batimentos em  Pega forte para bolas altas;
pontos de contacto mais  Conduz a direitas agressivas;
elevados. Permite também
 Necessita de open-stance para um impacto bem-sucedido e controlo. O ponto de
bater com muito efeito - top-
spin. impacto é mais à frente que na Eastern;
 A potência da Eastern com o top-spin da Western.

A reter: 2.2.2. ESQUERDA A UMA MÃO


A pega Estern de esquerda é
a pega mais utilizada na
esquerda a uma mão. Esta Eastern de esquerda
pega é mais forte e sensível  Palma e nó do indicador no topo do punho.
ao impacto.  Maior força atrás do punho, com um pouco de flexibilidade; Uma pega forte mas
sensível;

2.2.3. ESQUERDA A DUAS MÃOS

A reter: Pega de direita em ambas as mãos


A Esquerda a duas mãos
permite maior flexibilidade e
 Muitos jogadores novos começam com esta pega adicionando a mão livre à raqueta
força para controlar o swing por conveniência;
e gerar mais Top Spin. A  É uma pega simples para os principiantes;
esquerda a uma mão permite  Os jogadores devem ser encorajados para mudar progressivamente para uma pega
maior sensibilidade em
pancadas de recurso.
a duas mãos mais flexível à medida que evoluem);
 Maior força do que com uma mão.

Eastern de direita (mão esquerda)


Eastern de esquerda ou continental (mão direita)

Duas mãos
 Mais facilidade em gerar top-spin;
 Maior força com duas mãos;
 Maior flexibilidade/força para controlar o swing;
 Maior flexibilidade/força para controlar a face da raqueta;
 Ponto de contacto diferente da pega a uma mão;
 Permite a utilização da pega a uma mão em emergência.

A reter: 2.2.4. SERVIÇO


A pega continental no serviço
é a pega mais frequente e
que facilita uma maior
Continental
variação dos efeitos.  A pega de serviço pode ser encontrada entre a eastern de esquerda e de direita;
 Permite gerar mais velocidade na cabeça da raqueta;
 Permite maior variação do serviço (chapado, top-spin ou slice com a mesma pega).

Pode-se iniciar o serviço com a pega eastern de direita no principiante, mudando


progressivamente para a continental à medida que se ganha mais confiança.

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2.2.5. VOLEI

A reter:
A pega continental para Volei de direita Eastern de Direita; desencorajar a utilização de pegas
ambos os vóleis (esquerda e próximas de western ou semi-western
direita) permite que num
movimento rápido de Volei de esquerda Eastern de Esquerda
reacção não seja necessário u
ajuste da pega.

À medida que evoluem e a sua confiança aumenta, os jogadores começam progressivamente a


utilizar uma pega de volei “universal”, a pega continental. Isto permite poupar tempo na
execução e torna os voleis baixos mais fáceis de controlar.

2.2.6. SMASH

Smash de direita
 Regra geral utiliza-se a pega de serviço, como a continental. Os principiantes
geralmente começam com eastern de direita e progressivamente vão ajustando à
medida que a confiança aumenta.

2.2.7. LOB (BALÃO)

Smash de direita Eastern de Direita

Smash de Esquerda Eastern de Esquerda

2.3. FOTOGRAFIAS DAS PEGAS BÁSICAS

 Eastern de direita

 Semi-western

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 Western

 Eastern de esquerda

 Esquerda a duas mãos (sem mudança de pega)

 Esquerda a duas mãos (com mudança de pega)

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Continental

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3. OS ELEMENTOS DAS PANCADAS BÁSICAS

DIREITA

ESQUERDA A UMA MÃO

ESQUERDA A DUAS MÃOS

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SERVIÇO

VÓLEI DE DIREITA

VOLEI DE ESQUERDA

SMASH

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3.1. O DRIVE DE DIREITA

A PEGA

É recomendado ensinar a pega eastern de direita (shake


hands) para os principiantes. Para encontrar esta pega
segurar a raqueta pelo coração com a mão livre.
Colocar a palma da mão na face da raqueta. Deslizar a Trajectória Típica da Raqueta
palma da mão para o punho.

Alguns jogadores começam por utilizar uma pega semi-


western, o que é também aceitável.

A POSIÇÃO DE ATENÇÃO

 A raqueta é segura à frente do corpo a meio


caminho entre o lado direito e o lado esquerdo do
corpo. A mão esquerda apoia o coração da raqueta;

 Os joelhos estão levemente flectidos;


A reter:
A pega Eastern de Direita  Os pés estão à largura dos ombros com o peso bem
pede um ponto de contacto distribuído em ambos os pés;
mais baixo, apoios mais
fechados e voo de bola mais
recto.  O peso encontra-se deslocado à frente sobre a
A reter: frente dos pés;
A pega western para a direita
pede um ponto de contacto
mais alto, apoios mais  O jogador está relaxado e concentrado na bola.
abertos e voo de bola mais
curvilíneo
A FASE DE PREPARAÇÃO

Rotação de ombros

 O jogador roda os ombros e ancas


perpendicularmente à rede. O ombro esquerdo está
à frente;

 Os pés ajustam-se lateralmente;

 A rotação dos ombros inicia o recuo;

 A cabeça da raqueta vai para trás e baixa, a uma


altura inferior à da bola;
 A ponta da raqueta aponta para a frente;

 Todos os ajustes devem ser completados durante


esta fase;

 Os joelhos flectem para assistir o movimento ascendente.

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A FASE DE BATIMENTO

O movimento para a frente

 O jogador avança para a bola com o pé


esquerdo imediatamente antes do início do
movimento da raqueta para a frente;

 O contacto com a bola é à altura da cintura, à


frente do corpo;

 A face da raqueta está perpendicular à rede


no momento do contacto;

 O movimento é debaixo para cima.

A FINALIZAÇÃO

A reter:  A raqueta continua a seguir a bola depois do


O cotovelo termina contacto num movimento longo e contínuo;
aproximadamente à altura do
ombro e à frente do corpo
 O cotovelo termina aproximadamente à
altura do ombro – o braço pode terminar à
frente do corpo ou flectido sobre o ombro,
“abraçando” o pescoço;

 A sola do pé direito levanta e aponta para o


fundo, o jogador está em equilíbrio.

Finalização 1
Pega semi-western Finalização 2

O jogador ao utilizar esta pega geralmente bate em


open stance (posição aberta).

Open Stance

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 O cotovelo inicia o movimento do
recuo;

 A raqueta está à altura da cabeça; Semi-western

 A área ideal de contacto é mais à Eastern


frente e mais alta do que com a
pega eastern;

 O cotovelo regra geral termina alto.

O POSICIONAMENTO

O esquema seguinte ilustra as diferentes posições dos membros inferiores que podem
ser utilizadas nas direitas. As áreas sombreadas determinam onde o peso do corpo está
colocado durante a fase do batimento.

Aberta Semi-aberta Quadrada Fechada

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3.2. O DRIVE DE ESQUERDA

A PEGA

A raqueta é geralmente segura com a pega de direita na


posição de atenção. A pega é modificada para eastern de
esquerda durante o recuo. Trajectória Típica da Raqueta

A pega eastern de esquerda requer um quarto de volta para a


esquerda a partir da eastern de direita, onde o nó do
indicador está no topo da raqueta.

A POSIÇÃO DE ATENÇÃO

A posição de atenção é idêntica à da direita. No entanto os


principiantes poderão começar com a pega eastern de
esquerda na posição de atenção.

A FASE DE PREPARAÇÃO

Rotação de ombros/mudança de pega e recuo

 O jogador roda os ombros e ancas


perpendicularmente à rede. A pega muda enquanto
os ombros rodam;

 Os pés ajustam-se lateralmente;

 O peso muda para o pé esquerdo;

 A raqueta é puxada atrás pela mão esquerda que


segura o coração;

 A cabeça da raqueta vai para trás e baixa, a uma


altura inferior à da bola;

 A ponta da raqueta aponta para a frente;

 Todos os ajustes devem ser completados durante esta


fase;

Os joelhos flectem para assistir o movimento ascendente.

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A FASE DE BATIMENTO

O movimento para a frente e contacto

 O jogador avança para a bola com o pé


direito imediatamente antes do início do
movimento da raqueta para a frente;

 O contacto com a bola é à altura da cintura,


bem à frente do corpo;
A reter:
A esquerda a uma mão
desenvolve-se num  A face da raqueta está perpendicular à rede
movimento linear e a no momento do contacto;
esquerda a duas mãos num
movimento angular ou
circular.
 O movimento é debaixo para cima;

A FINALIZAÇÃO

 A raqueta continua a seguir a bola depois do


contacto num movimento longo e contínuo;

 A mão termina acima do ombro, em frente


ao olho direito;

 A sola do pé esquerdo levanta e aponta para


o fundo, o jogador está em equilíbrio.

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3.3. O DRIVE DE ESQUERDA A DUAS MÃOS

A PEGA

 A pega a duas mãos com mão direita


dominante (com mudança de pega) – a
A reter: mão direita usa uma eastern de esquerda
A esquerda a uma mão pede
ou continental. A mão esquerda usa uma
apoios em posições mais
fechadas. A esquerda a duas eastern de direita; Mão direita dominante Mão esquerda dominante
mãos permite uma maior
variedade de apoios  A pega a duas mãos com mão esquerda dominante (sem
dependendo da bola que
mudança de pega) – ambas as mãos usa eastern de direita;
recebe e opção táctica a
tomar.
 Geralmente o jogador começa com duas pegas de direita e,
à medida que ganham experiência mudam
progressivamente a pega para continental ou
eastern de esquerda.

O exemplo seguinte é de uma esquerda a duas mãos


com mudança de pega:.

A POSIÇÃO DE ATENÇÃO

 Idêntica à de uma mão excepto que as mãos


podem estar mais próximas na raqueta.

A FASE DE PREPARAÇÃO

Rotação de ombros e recuo

 O jogador roda os ombros e ancas


perpendicularmente à rede. A pega muda
enquanto os ombros rodam;

 O peso muda para o pé esquerdo;

 As mãos juntam-se;

 A cabeça da raqueta vai para trás e baixa, a uma


altura inferior à da bola;

 A ponta da raqueta aponta para a frente;

 Os joelhos flectem para assistir o movimento ascendente.

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A FASE DE BATIMENTO

O movimento para a frente e contacto

A reter:
A esquerda a duas mãos  O jogador avança para a bola imediatamente
necessita de um ponto de
contacto mais perto do
antes do início do movimento da raqueta para
corpo. a frente;

 O contacto com a bola é à altura da cintura,


mas não tão à frente do corpo como na
esquerda a uma mão e mais para o lado;

 O braço direito está estendido no contacto;

 O ponto de contacto está em frente à anca


direita;

 A face da raqueta está perpendicular à rede


no momento do contacto;

 O movimento é debaixo para cima.

A FINALIZAÇÃO

 A raqueta continua a seguir a bola depois do


contacto num movimento longo e contínuo;
Finalização 1
 As mãos terminam acima do ombro;

 A sola do pé esquerdo levanta e aponta para o


fundo, o jogador está em equilíbrio.

Os braços podem terminar estendidos à frente ou


flectir e “abraçar” o pescoço.

Finalização 2

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3.4. O SERVIÇO
Devido ao serviço ser o gesto técnico que põe a bola em jogo, é considerado por vezes o mais
importante de todos os gestos do ténis.

Os elementos importantes de um bom serviço são:

 Acção contínua;
A reter:  Acção simples;
Numa fase inicial de  Bom equilíbrio e lançamento preciso;
aprendizagem é fundamental
que se tenha atenção ao
 Uma pega razoável (pulso numa posição confortável).
ritmo e às rotações do tronco
e braços.

Pega Continental

A PEGA

A eastern de direita pode ser utilizada por principiantes.

A pega continental, que se encontra entre as easterns de esquerda


e direita, é recomendada para principiantes avançados e em diante.

A POSIÇÃO DE ATENÇÃO/POSICIONAMENTO

 Alinhar de lado para a rede com os pés confortavelmente à largura dos ombros. O pé
direito está praticamente paralelo à linha do fundo. O pé esquerdo aponta para o poste
direito da rede;

 A raqueta é segurada a frente do corpo com o pulso e braço relaxado. Deve ser apoiada
no coração com a mão esquerda. A linha diagonal formada pelas pontas dos pés deve
apontar para o alvo.

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O RECUO E LANÇAMENTO

 Os braços movimentam-se em simultâneo para


baixo e em seguida para cima;
 O lançamento é directo para cima com o braço
esquerdo estendido, em linha com o pé
esquerdo e à frente do corpo;
 A palma da mão que segura a raquete está
virada para baixo durante o recuo;
 O peso transfere-se suavemente para o pé da
frente;
 A bola é atirada suficientemente alta de modo
a facilitar o contacto com a raqueta quando o
braço armado está totalmente estendido.

A reter:
Numa fase inicial de A ROTAÇÃO DE POTÊNCIA
aprendizagem é fundamental
que se garanta um  Após o lançamento, o corpo começa a rodar
lançamento consistente e se
para a frente e a raqueta baixa, num
desenvolva uma acção
coordenada dos braços e um movimento circular, atrás das costas e de
ponto de contacto elevado seguida sobe até ao contacto.

O PONTO DE CONTACTO

 O jogador deverá estender o corpo para cima,


batendo a bola o mais alto possível;
 O contacto deverá ser efectuado ligeiramente
para a direita e à frente do corpo,
aproximadamente em linha com o ombro
direito e em extensão completa;
 A bola deve ser batida com o braço e raqueta
em extensão completa;
 No momento do contacto, o corpo roda e o
peso é transferido para a frente, para que a
sola do pé direito aponta para trás;
 De uma forma ideal uma linha recta poderá ser
traçada da ponta da raqueta ao calcanhar do
pé esquerdo.

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A FINALIZAÇÃO

 A raqueta roda num arco largo e termina do


lado esquerdo do corpo;
 O peso do corpo é totalmente transferido para
o pé da frente;
 O calcanhar do pé esquerdo aponta para trás.

À medida que o jogador se torna mais experiente, o pé direito pode ser movimentado para
diante após o impacto. No entanto, no início o pé direito deverá ficar em contacto com a linha
do fundo no chão. Isto ajudará a desenvolver o equilíbrio e força necessários para um
lançamento eficaz e consistente.

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3.5. O VÓLEI

No volei o jogador atinge a bola antes do ressalto. Os jogadores geralmente voleiam


posicionados entre a rede e o meio court.
Pega Continental

A POSIÇÃO DE ATENÇÃO

 A posição de atenção no volei é a mesma que a das


pancadas do fundo com a diferença de a raqueta se
encontrar mais alta e mais à frente do corpo;

3.5.1. VÓLEI DE DIREITA

A PEGA

Eastern de direita no início, continental à medida que vão


evoluindo.
A reter:
A preparação do volei deve
ser curta não excedendo a
rotação com a cabeça da
raquete para além da linha
dos ombros. A pega ideal é a A PREPARAÇÃO
continental. A finalização do
Preparação
volei é imediatamente após o  Os ombros rodam parcialmente e a raqueta esta Vista Frontal
ponto de contacto com a face
da raquete voltada para o alinhada atrás da bola a receber;
alvo.  O recuo é compacto. Preparação
Vista Lateral

O PONTO DE CONTACTO

 Avançar diagonalmente em direcção à


trajectória da bola com o pé esquerdo
imediatamente antes do movimento
para a frente;
 Contactar a bola à frente do corpo com
o pulso firme;
 A face da raquete estará aberta salvo
no caso de bolas altas;
 A finalização é também compacta, o
que possibilita a rápida preparação
para outra pancada.

Pega Eastern Esquerda Pega Continental

3.5.2. VÓLEI DE ESQUERDA

A PEGA

Eastern de esquerda no início, continental à medida


que vão evoluindo.

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A PREPARAÇÃO

 Os ombros rodam parcialmente e a raqueta


esta alinhada atrás da bola a receber;
 O recuo é compacto.

O PONTO DE CONTACTO

 Avançar diagonalmente em direcção à


trajectória da bola com o pé direito
imediatamente antes do movimento para a
frente;
 Contactar a bola à frente do corpo com o
pulso firme;
 A face da raquete estará aberta salvo no caso
de bolas altas;
 A finalização é também compacta, o que
possibilita a rápida preparação para outra
pancada.

3.6. O SMASH
Os jogadores utilizam o smash como antídoto para o
lob, ou antes ou depois do ressalto. O movimento é em
tudo semelhante ao do serviço, com a diferença de um
recuo mais abreviado.
A reter:
O gesto do Smash é idêntico
O smash é um pouco mais difícil de executar que o
ao do serviço mas com uma serviço, uma vez que é uma bola de mais difícil leitura.
preparação mais compacta. No entanto o movimento é basicamente similar.
Este movimento obriga ainda É fundamental ensinar os alunos a:
a um deslocamento que deve
 Virar-se de lado;
ser feito lateralmente
procurando colocar-se com a  Preparar a raqueta cedo;
bola à sua frente.  Colocar-se rapidamente debaixo da bola com
passos pequenos;
 Manter contacto visual com a bola;
 Usar uma pega de serviço;
 Estender ao máximo até ao contacto;
 Regressar rapidamente à posição de atenção
após o smash.

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3.7. O LOB (BALÃO)
O balão consiste numa bola alta, geralmente usada
como pancada defensiva para afastar o adversário da
rede. Embora semelhante às pancadas do fundo, o lob
é batido com a face da raqueta aberta, menos recuo,
mais movimento ascendente e menos força

A reter: A PEGA
O Lob é uma pancada que
tem os seguintes objectivos:
Lob defensivo: é
As pegas usadas no lob são idênticas às das pancadas
normalmente executado do fundo.
numa situação de É fundamental ensinar os alunos a:
desequilíbrio, em “backspin”  Colocar-se rapidamente em posição;
e com uma pega aberta.
Lob em contra-ataque: é
 Encurtar o recuo;
normalmente executado  Abrir a face da raqueta;
numa situação de maior  Movimentar a raqueta para cima.
equilíbrio do que a anterior,”
com uma trajectória baixa e
em “topspin.
À medida que o jogador se aperfeiçoa, pode tentar
executar o lob ofensivo que tem uma trajectória mais
baixa e top-spin.

3.8. O APPROACH

O approach é uma situação de ataque, quando o jogador ataca uma bola a meio court que
A reter: permite o seu avanço para a rede (subida à rede). O approach permite a transição entre a linha
O Approach deve ser de fundo e a rede, entre as pancadas do fundo e as pancadas da rede (volei, smash). Numa
executado a partir de uma situação normal de troca de bolas ao fundo, os jogadores tentam procurar uma abertura (isto é
bola curta, que permita bater bater em profundidade e anglo aberto de forma forçar o erro ou providenciar uma bola curta).
dentro do court e
desequilibrar o adversário. A
Uma vez aparecendo a “aberta”, o jogador procura o winner directo ou então o approach. A
transição para a rede deve intenção inicial do approach não é ganhar o ponto directamente mas sim procurar ganhar
ser rápida e com apoios posição na rede para fechar o ponto com volei ou smash.
dinâmicos.
PASSING SHOTS

A resposta a um jogador que se encontra próximo da rede, é o lob (balão) ou o passing shot. O
passing shot requer os seguintes elementos:

1. Preparar o gesto cedo – permite esconder a intenção do jogador;


2. Precisão – deve ser batida baixo sobre a rede e perto das linhas;
3. Top-spin – para a bola baixar logo que passa a rede;
4. Ângulo – para passar o adversário.

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3.9. O DROPSHOT

Esta pancada pretende colocar, intencionalmente, uma bola curta com pouco ressalto, no
campo adversário. Pode ser utilizado pelas seguintes razões:

1. Para cansar o adversário;


A reter: 2. Para atrair um jogador para a rede;
Um dos perigos do Dropshot 3. Para ganhar um ponto quando adversário está fora de posição.
reside no facto de o
adversário conseguir
antecipar a jogada e Um elemento fundamental do drop-shot reside na surpresa e disfarce do gesto. Deve ser,
conseguir contra-atacar. idealmente, batido com slice e quando o jogador se encontra próximo da linha do fundo.
A sua utilização frequente elimina as suas vantagens tácticas, por isso deve ser usado
esporadicamente.

3.10. O HALF VOLEI


Este é um gesto que aparece quando o jogador contacta a bola imediatamente após o ressalto.
Acontece usualmente quando o jogador bate uma bola próxima dos pés durante uma subida à
rede. O half volei deve ser batido para cima e é geralmente uma pancada defensiva.

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4. ROTAÇÃO DA BOLA

4.1. Princípios gerais do efeito


Porquê utilizar efeito (ou rotação da bola)?

 Para controlar melhor a trajectória da bola;


 Para permitir uma maior margem de erro;
 Porque as tácticas e estratégias do ténis moderno o exigem (criando ângulos, passing-
shots, etc.);
 Equipamento moderno e diferentes superfícies dos courts permitem que sejam
utilizados eficientemente.

O que é um efeito?

1. Os efeitos alteram a rotação da bola no ar;


2. Os efeitos alteram a trajectória da bola;
3. Os efeitos alteram o ressalto da bola;
4. Os efeitos alteram o voo da bola depois do ressalto.

A reter: OS EFEITOS NAS PANCADAS DO FUNDO


Podemos identificar a
utilização dos tipos de efeitos Existem basicamente dois tipos de efeitos nas pancadas do fundo:
consoante a nossa intensão
táctica. O slice mais para
pautar o jogo e o top-spin - Top-spin (efeito de avanço);
para conseguirmos atacar
com maior segurança. - Slice (efeito de recuo).

Para o top-spin, a raqueta começa em baixo e termina acima do ponto de contacto. Exige
portanto um movimento debaixo para cima.

No caso do slice, a raqueta começa o movimento em cima e termina abaixo do ponto de


contacto. Nesta situação, portanto, o movimento é de cima para baixo.

Imagem:
Ilustração dos dois tipos de
efeito e do movimento
necessário da raquete para
que estes existam.

Top-spin moderado Slice moderado

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Imagem:
Ilustração dos dois tipos de
efeito e do ressalto da bola
após bater o solo.

TOP-SPIN SLICE

VANTAGENS DO TOP-SPIN

 Controlo: A maior vantagem de utilizar o top-spin reside no facto de manter a


trajectória da bola baixa, mesmo quando se bate com força, permitindo ao jogador
bater a bola mais alta e mais forte sobre a rede com menos risco de enviar a bola fora.
Dá maior margem para erro.

 Ritmo: O top-spin torna-se especialmente importante para jogadores que imprimem um


ritmo forte, uma vez que as bolas com maior velocidade tem maiores probabilidades de
sair para fora. O top-spin ajuda a manter a bola no campo, forçando a bola para baixo.

 Ressalto Alto: O top-spin faz a bola baixar a trajectória, atingindo o chão com maior
ângulo de ataque, o que resulta num ressalto mais elevado.

 Ressalto Rápido: Este efeito produz bolas que ressaltam mais rápido que bolas com slice
ou chapadas com o mesmo ângulo ou velocidade, o que faz com que a recepção seja
dificultada. Embora na maior parte dos gestos do ténis, a bola desacelere quando bate
no chão, as pancadas em top-spin não desaceleram tanto uma vez que a bola roda na
direcção da trajectória da bola. Em certas situações, a bola pode mesmo aumentar a sua
velocidade no ressalto, se a velocidade inicial da bola for relativamente lenta e o efeito
muito pronunciado (por ex. lob top-spin)

 Timing: Utilizar pancadas em top-spin para um jogador que se aproxima ou está na


rede, torna a devolução difícil porque a bola baixa muito após passar a rede.

 Profundidade: É mais fácil manter o opositor no fundo do campo quando se bate em


top-spin, porque estas pancadas ressaltam mais alto e vão mais fundo no campo.

LIMITAÇÕES DO TOP-SPIN

Embora, conforme verificamos, o top-spin apresente muitas vantagens, quando bem


executado, também existem algumas limitações importantes na utilização deste efeito. Entre
elas destacamos:

 Timing: As pancadas em top-spin são mais difíceis de temporizar. A raqueta contacta a


bola por um período muito breve uma vez que a cabeça da raqueta se movimenta com
grande velocidade para cima. Isto é particularmente verdade quando se recebe uma
bola “pesada” (com muita energia cinética). Portanto, existe alguma tendência para não
acertar “em cheio” na bola.

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 Bolas Baixas: Uma vez que para bater uma bola em top-spin se executa um movimento
de baixo para cima, com a raqueta a iniciar o movimento abaixo do ponto de contacto,
torna-se difícil bater bolas muito baixas em top-spin.

 Potência: Top-spin excessivo retira a potência à pancada.

 Bolas Altas: Se o ponto de impacto for muito alto torna-se bastante difícil “escovar” a
bola com um movimento de baixo para cima, especialmente no caso da esquerda a uma
mão.

GRAU DE TOP-SPIN

O grau de top-spin é determinado por:

 A trajectória da raqueta: qual o grau de inclinação


do movimento ascendente da raqueta. Quanto
mais agudo o ângulo (mais inclinação) maior o
Imagem: efeito de rotação.
Ilustração da trajectória da
raquete ao realizar o top-  A velocidade da cabeça da raqueta no impacto:
spin.
Quanto maior for a velocidade maior o efeito.

 O ângulo da da face da raqueta no impacto: Na


maior parte das pancadas do fundo a face da
raqueta está perpendicular ao solo no momento do
impacto.

VANTAGENS DO SLICE

 Deslize: Se a bola for batida com uma trajectória baixa, promove o deslize da bola e um
consequente ressalto baixo, dificultando a devolução do adversário.

 Timing: As pancadas curtas são mais fáceis de executar em slice porque a raqueta tem
um tempo de contacto mais longo com a bola.

 Menor esforço: O slice exige um esforço físico mínimo.

 Bolas baixas: É mais fácil bater uma bola baixa e curta com o slice.

 Defesa: As pancadas em slice podem ser utilizadas com eficiência em situações


defensivas quando a única exigência é passar a rede com uma pancada curta com a face
da raqueta aberta.

 Bolas altas: É mais fácil usar o slice em bolas altas devido essencialmente à relativa
fraqueza do ombro nesta posição.

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LIMITAÇÕES DO SLICE

 Ritmo: É difícil bater uma bola com ritmo, mais “pesada”, uma vez que a bola tem
tendência para flutuar demasiado e sair fora.

 Ressalto alto e lento: As bolas em slice, com um ângulo de ataque relativo ao solo mais
elevado, têm tendência para “parar” alto após o ressalto em certos tipos de piso,
tornando a bola mais fácil de devolver.

 Flutuação: As bolas em slice têm tendência para “flutuar”, permitindo um volei mais
facilitado.

GRAU DO SLICE

 A trajectória da raqueta: qual o grau de inclinação do


movimento descendente da raqueta. Quanto mais
agudo o ângulo (mais inclinação) maior o efeito de
recuo.
Imagem:
Ilustração da trajectória da
raquete ao realizar o top-  A velocidade da cabeça da raqueta no impacto:
spin.
Quanto maior for a velocidade da cabeça da raqueta,
com um ângulo constante de passagem, maior efeito
será produzido.

 O ângulo da da face da raqueta no impacto: Quanto


mais “aberta” a face da raqueta, mais efeito será
produzido (o ângulo não excede os 5º nas pancadas
do fundo.

 O efeito da bola recebida: Quanto maior for o top-


spin da bola recebida, maior é o slice produzido.

A ESQUERDA EM SLICE

A PEGA
 Continental ou eastern de esquerda.

O RECUO

 A raqueta é levada para trás acima do nível da


bola a devolver. A mão esquerda apoia o coração
da raqueta, a face da raqueta está aberta.

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MOVIMENTO PARA A FRENTE E CONTACTO

 O jogador executa pequenos passos de ajuste


antes de avançar o pé direito para a bola. A
raqueta move-se de cima para baixo com a face
ligeiramente aberta (cerca de 5º no impacto) O
ponto de contacto não é tão à frente como no
top-spin.

FINALIZAÇÃO

 A raqueta continua a seguir a bola em direcção


ao alvo, terminando à altura do ombro. O
calcanhar do pé de trás fica virado para o fundo
do campo.

A DIREITA EM SLICE

A direita em slice é geralmente utilizada como pancada de emergência quando, por variadas
razões, o jogador não se consegue posicionar para bater a bola em “drive”. É por vezes também
utilizada como bola de aproximação em superfícies muito rápidas. As pegas mais utilizadas são a
continental e eastern de direita.

O slice pode ser muito eficaz

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EFEITOS NO SERVIÇO

 Os seguintes esquemas ilustram a diferença entre as trajectórias do voo da bola nos


vários serviços em slice, em top-spin e “chapado”.

Serviço chapado Serviço em top-spin Serviço em slice


Ligeira rotação para a Grande rotação para a Rotação lateral e para a
frente na bola frente na bola frente na bola

Imagem:
Ilustração da vista lateral do
ressalto da bola após bater o
solo na execução do serviço.

Imagem:
Ilustração da trajectória de
voo da bola após serviço.

Imagem:
Ilustração do ponto de
impacto raquete/bola na
execução dos vários tipos de
serviço.

Chapado Top-spin Slice

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SERVIÇO EM TOP-SPIN

EXECUÇÃO

A mecânica do serviço em top-spin é muito semelhante à do serviço de “chapa”, embora


existam algumas diferenças importantes:

 Em vez de atingir a bola com o braço em extensão total, a raqueta “escova” a zona
traseira da bola, com um ponto de impacto ligeiramente mais baixo, produzindo assim o
efeito de avanço;

 A bola é batida ligeiramente à esquerda do corpo do jogador;

 O movimento da face da raqueta no contacto vai do lado esquerdo mais em baixo até
ao lado direito na parte de trás da bola, aproximadamente das “7 à 1 hora” na parte de
trás da bola;

 A quantidade ou grau de rotação é determinada pelo ângulo da face da raqueta, pela


trajectória da raqueta e pela velocidade da cabeça da raqueta no momento do contacto.

UTILIZAÇÃO TÁCTICA

 O serviço em top-spin é mais utilizado como segundo serviço ou como uma variação do
primeiro. Permite ao jogador bater a bola bem acima da rede e, mesmo assim, colocá-la
na zona de serviço. O top-spin faz com que a bola desça mais rápido do que o serviço de
chapa;

 A bola ressalta mais alto num serviço em top-spin dificultando a resposta;

 Para jogadores de serviço rede, especialmente em pares, permite ao servidor mais


tempo para se aproximar da rede, uma vez que a bola viaja mais lentamente do que no
serviço chapado;

 Alguns jogadores têm muita dificuldade em devolver serviços em top-spin porque a bola
tem tendência para ricochetear na face da raqueta se na resposta se tenta apenas
bloquear a bola. Isto é especialmente comum na resposta de esquerda;

 Em pares, permite retirar o adversário do court no lado da vantagem no serviço (para


jogadores dextros).

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SERVIÇO EM TOP-SPIN

Imagem:
Ilustração do serviço em top-
spin.

SERVIÇO EM SLICE

Imagem:
Ilustração do serviço em
slice.

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Conclusões a tirar e ideias a reter
 O objectivo mais básico é bater a bola, passando a rede e caindo no campo.
 Os objectivos das diferentes pancadas no ténis podem ser descritos da seguinte
forma: Direcção; Altura; Distância/Profundidade; Efeito; Velocidade
 A direcção em que a bola se desloca é determinada por: O ângulo da face da
raqueta no impacto; A direcção da bola recebida relativamente à bola enviada.
 A altura da bola é determinada por: O ângulo vertical da face da raqueta no
impacto; A trajectória do movimento da raqueta; A velocidade da raqueta no
impacto.
 A distância que a bola pode tomar é determinado por: A altura da trajectória da
bola; A velocidade da bola - quanto mais rápida for a bola com a mesma altura
inicial, mais longe irá; A rotação da bola - bolas com top-spin tendem a baixar
mais cedo do que bolas em slice ou chapadas, para um mesma velocidade. Os
slices deslizam mais fundo.
 A rotação é determinada por: O movimento da raqueta – quanto maior a
inclinação mais rotação é gerada; A velocidade da cabeça da raqueta no
impacto; O ângulo da face da raqueta no impacto.
 A velocidade é primariamente determinada pela velocidade da cabeça da
raqueta no momento do impacto, que por sua vez é influenciada por: A distância
que a raqueta viaja antes e depois do impacto; A continuidade e velocidade do
recuo e do movimento para a frente (forças angulares) combinado com a
transferência de peso (força linear); Coordenação (timing, acertar no centro da
raqueta, etc.).

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 Existem vários tipos de pegas consoante o batimento a realizar podemos
considerar as seguintes: Eastern de direita; Eastern de esquerda; Continental;
Western de direita; Semi-Western de direita.
 Podemos decompor os batimentos em fases: Posição de atenção; Fase de
preparação; fase de batimento; fase de finalização.
 Existem dois tipos de efeitos: Top-Spin (rotação da bola para afrente; Slice
(rotação da bola para trás).
Teste diagnóstico de conhecimentos – Metodologia Didactica 1

Identifique quais os princípios a ter em conta no ensino do ténis?


De que depende a velocidade que a bola pode atingir?
Relacione os tipos de pegas existentes no ténis com os batimentos que
conhece?
Explique o Drive de direita explicando as suas fases?
Diga quais os efeitos que conhece, identificando as vantagens e
desvantagens de um deles?

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CAPÍTULO 2

FISIOLOGIA ESPECÍFICA 1
Metabolismo Energético
Esforço Específico do Ténis
Treino das capacidades Físicas no Ténis

No final deste capitulo o treinador deve ser capaz de:


Descrever os aspectos fundamentais do esforço específico do ténis e suas
implicações no planeamento do treino do ténis.
Aplicar os princípios básicos da preparação física no ténis.
Organizar diferentes a abordagem para o desenvolvimento de habilidades.
Estruturar as sessões de treino de acordo com as características físicas dos
alunos e as necessidades do ténis.
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BIOLOGIA DO TREINO

METABOLISMO ENERGÉTICO

O movimento do corpo humano ou dos seus segmentos é gerado pela contracção


(encurtamento) de grupos de músculos esqueléticos. Os músculos são formados por milhares de
células musculares designadas por fibras musculares, células especializadas em diminuir o seu
comprimento quando estimuladas por sinais do sistema nervoso. É esse encurtamento que
determina a contracção muscular que vai actuar sobre os ossos onde esses músculos se
encontram ligados.

Imagem
Ilustração das várias
componentes de um
musculo.

1- Músculo-esquelético; 2- Fibras Musculares; 3 e 4- Miofibrilas; 5- Filamentos de Actina (finos)


e Miosina (grossos); 6- Contracção

Os estímulos nervosos que provocam a contracção muscular chegam ao músculo via neurónio
motor (também chamado de moto neurónio), células nervosas residentes na espinal-medula
que se encontram ligadas a um determinado número de fibras musculares. À totalidade de
fibras enervadas pelo axónio de um moto-neurónio chama-se unidade motora.
Quando um estímulo nervoso é enviado à unidade motora, as fibras musculares vão produzir
energia mecânica a partir de energia química. Para que o músculo entre em contracção terá
então que produzir energia. Essa energia encontra-se armazenada na própria célula muscular
sob a forma de Trifosfato de Adenosina (ATP). Cada molécula de ATP liberta 7300 calorias ao
transformar-se em ADP (ou Difosfato de Adenosina), conforme expresso na seguinte reacção:

ATP ADP + P + 7300cal

A energia resultante desta reacção química é a única forma de utilizar directamente energia
química para o encurtamento da fibra muscular. As reservas intracelulares de ATP são, no
entanto, bastante reduzidas, permitindo apenas actividade muscular durante poucos segundos.
Deste modo, para permitir um trabalho muscular mais prolongado, existe formas de resintetizar
o ATP gasta em contracções musculares.
A fonte imediata para a resintetização do ATP encontra-se nos depósitos intracelulares de
fosfocreatina (CP), que através de uma reacção designada por tranfosforilação repõe os níveis
de ATP na célula, com o auxílio de uma enzima especializada, a creatina-quinase (CK). Este
processo expressa-se na seguinte reacção:
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CP + ADP C + ATP

Também se denomina este tipo de metabolismo de anaeróbio alático, uma vez que se processa
sem intervenção do oxigénio e sem produção de ácido láctico. Em situação de repouso, os níveis
de CP são gradualmente repostos. As concentrações intracelulares de CP são de
aproximadamente 20 mol g-1 (Ribeiro, 1992), reserva essa que permite prolongar um esforço de
grande intensidade durante cerca de dez segundos. Esgotado esse reservatório, a energia
necessária à ressíntese de ATP será fornecida por reacções químicas mais complexas (e menos
rápidas), através da degradação de substratos energéticos como os hidratos de carbono e as
gorduras.
Os primeiros passos da degradação da glicose (glicólise) processam-se no sarcoplasma,
culminando com a formação de ácido pirúvico e produzindo dois ATP, na chamada via de
Embden-Meyerhof. Em ausência de oxigénio forma-se constantemente ácido láctico a partir do
ácido pirúvico, subindo as suas concentrações até que exista oxigenação suficiente para a sua
reconversão em ácido pirúvico.

Glicose + 2ATP Ácido Láctico + 4ATP

É a presença ou ausência de oxigénio que determina se o ácido pirúvico vai entrar na


mitocôndria integrando o ciclo de Krebs (também designado como ciclo do ácido cítrico ou ciclo
dos ácidos tricarboxílicos), ou se permanece no sarcoplasma sendo metabolizado até ao ácido
láctico (Ribeiro, 1992). Neste processo somente a glicose é utilizada como substrato energético,
constituindo-se como o principal processo de energia utilizado em esforços intensos onde o
fornecimento de oxigénio é insuficiente. Este é, portanto o processo metabólico designado de
anaeróbio láctico.
Se, por outro lado o oxigénio é abundante, o ácido pirúvico continua a ser degradado, formando
Acetil-CoA que entra na mitocôndria onde, através do ciclo de Krebs, serão ressintetizadas 40
moléculas de ATP (gastando no entanto duas moléculas de ATP durante a fase cito plasmática, o
que equivale a um saldo positivo de 38 moléculas de ATP) por cada molécula de glicose, tendo
como produtos finais água e dióxido de carbono. Este processo metabólico é altamente rentável
embora bastante mais lento que os anteriores. A este processo chama-se glicólise aeróbia ou
fosforilação oxidativa.

Glicose + 2ATP + 6O2 6CO2 + 6H2O + 40ATP

Existe ainda outro processo metabólico que necessita de abundância de oxigénio, designado por
-Oxidação dos ácidos gordos, processo este que é determinante uma vez que é o responsável
pela maior parte da produção de energia em repouso bem como nos esforços de longa duração
(em média superiores a 30 minutos). O exemplo em baixo expressa a -Oxidação do ácido
palmítico.

C16H32O2 + 23O2 16CO2 + 16H2O + 135ATP

Não existe nenhuma via anaeróbia de produção de energia através dos ácidos gordos. Devido
provavelmente a adaptações hormonais, os atletas de fundo apresentam a capacidade de
mobilizar os ácidos gordos grandemente aumentada uma vez que esse é o substrato energético
determinante para a realização das suas provas competitivas. Pode-se ainda, em casos
extremos, obter alguma energia a partir de proteínas, representando sempre menos de 2% dos
valores totais de energia produzida.

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Se observarmos os valores dos reservatórios corporais de substratos energéticos, facilmente
compreendemos porque razão, se consideram as reservas de gordura como o principal
reservatório energético.

Tabela Substrato energético Calorias


Valores de substrato
energético no corpo humano. ATP 1,2 Kcal
CP 3,6 Kcal
Hidratos de Carbono 1.200 Kcal
Gorduras (Lípidos) 50.000 Kcal

Todavia, a importância da combustão das gorduras depende do tipo, da duração e da


intensidade do trabalho, da quantidade da massa muscular participante e do tipo de fibras
musculares mobilizadas. Uma vez que, nas cargas de longa duração, apenas as reservas de
glicogénio são insuficientes para suprir as necessidades energéticas, a combustão dos ácidos
gordos torna-se mais importante quanto maior a duração do esforço podendo suprir 70 a 90%
das necessidades de energia quando o trabalho muscular se prolonga muito.
No que respeita ao rendimento energético (expresso em quilo calorias por litro de oxigénio e
em moles de ATP), podemos no entanto constatar que para os hidratos de carbono é de 214,2
Kcal=6,34 ATP, enquanto para os ácidos gordos livres é de 189,0 Kcal=5,7 ATP, o que facilmente
explica a preferência das células em consumir em primeiro lugar a glicose.

Imagem
Ilustração do sistema versus
tempo de actuação.

A mobilização preferencial de fontes energéticas consoante o tipo de esforço, tem origem na


relação existente entre a velocidade de contracção muscular (correlacionando-se com a
intensidade do esforço, independentemente do tipo de fibra muscular solicitado) e a potência
do sistema fornecedor de energia (entendida como a quantidade de energia fornecida por
unidade de tempo).

Quadro Mobilização de Energia Fornecimento de Energia Velocidade de


Mobilização das fontes (mol g-1, s-1) Contracção Muscular
energéticas e sua relação ATP – CP 1,6 - 3,0  100%
com a velocidade de
contracção muscular.
Glicólise Anaeróbia 1,0  85%
Glicólise Aeróbia 0,5  50%
Oxidação dos Ácidos Gordos 0,24  30%

Quanto maior for a velocidade de contracção, ou quanto maior for o número de fibras
recrutadas (basicamente quanto maior for a intensidade do esforço), maior será a necessidade
de energia por unidade de tempo.
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Daí a impossibilidade de manter um esforço de grande intensidade por períodos muito
prolongados, uma vez que a intervenção dos processos aeróbios se torna cada vez mais
A Reter
Quanto maior a velocidade
necessária à medida que o esforço se prolonga. Por outro lado, a potência de cada sistema
de contracção maior será a fornecedor de energia é inversamente proporcional à sua capacidade, quer em termos de
necessidade de energia por rentabilidade quer em termos de reservatórios de substrato energético (na glicólise anaeróbia
unidade de tempo. são produzidas apenas duas moles de ATP, enquanto que na glicólise aeróbia são produzidas
trinta e oito, por exemplo).

TREINO DAS CAPACIDADES NEURO-MOTORAS

Podemos distinguir duas principais formas de exigência motora, as qualidades ou capacidades


onde predomina a condição física (resistência, força, velocidade) e as qualidades ou capacidades
onde predomina a coordenação (técnica e táctica). Como é evidente, não existe uma fronteira
marcadamente definida entre todas essas qualidades ou capacidades, territórios demarcados
pela acção independente de um ou outro factor. Existe na verdade, uma grande interacção
entre estes dois grupos e, dentro deles. Não deixa, no entanto, de ser uma divisão lógica, uma
vez que as qualidades dependentes da condição física se baseiam sobretudo em processos
energéticos, e as qualidades de coordenação, sobretudo em processos de orientação e de
controlo com sede no sistema nervoso central. Podemos definir que, em termos gerais, as
capacidades condicionais representam a base material para as capacidades coordenativas. As
subdivisões que iremos referir em seguida objectivam-se, principalmente, como uma forma de
sistematizar o estudo do treino desportivo.

TREINO DA RESISTÊNCIA

Definição
A resistência pode assumir várias formas consoante a variação de diferentes factores. Assim
Resistência a capacidade temos resistência geral e resistência local (ou específica) de acordo com a percentagem de
psicofísica do desportista em massa muscular solicitada. Quanto maior for essa percentagem mais generalizado será o
suportar a fadiga específica trabalho de resistência, não só em termos musculares mas também em termos
do seu desporto de eleição.
cardiovasculares. Por outro lado, no que respeita à forma da solicitação motora podemos
orientar a resistência em termos de força ou em termos de velocidade, entendendo em
qualquer dos casos a resistência como a capacidade de manter esforços específicos de força ou
velocidade pelo maior período de tempo possível. Podemos ainda classificar a resistência em
termos de duração do esforço como resistência de curta, média ou longa duração.
Estas noções não se encontram, no entanto, na mesma linha de raciocínio da definição de
resistência acima descrita que refere o afastamento da fadiga como ponto determinante. Assim
será mais correcto associar a resistência aos processos metabólicos de fornecimento de energia
ou sistemas fornecedores de energia.

Estes sistemas ou processos, descritos no ponto anterior, podem ser classificados da seguinte
forma:

 1º Sistema - tranfosforilação ou sistema anaeróbio aláctico (ATP-CP);


 2º Sistema - glicólise anaeróbia ou sistema anaeróbio láctico;
 3º Sistema - glicólise aeróbia e -oxidação ou sistema aeróbio.

A relação entre estes processos metabólicos e as noções de resistência em termos de duração e


percentagem de massa muscular solicitada, correlacionada com os componentes de treino
volume e intensidade, pode ser observada no quadro da pagina seguinte

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Quadro Componentes do Tipo de Resistência Sistemas Fornecedores
Relação entre estes Treino de energia
processos metabólicos e as
noções de resistência em
termos de duração e INTENSIDADE CURTA LOCAL 1º SISTEMA
percentagem de massa MÉDIA 2º SISTEMA
muscular solicitada VOLUME LONGA GERAL 3º SISTEMA

O direccionando o trabalho de resistência (sistemas fornecedores de energia) pode ser


orientado em termos de potência ou em termos de capacidade. Podemos definir o trabalho em
potência de um sistema fornecedor de energia como o nível máximo de produção energética,
por unidade de tempo, desse sistema. Por outro lado, definimos a capacidade de um sistema
fornecedor de energia como a duração da intervenção desse determinado sistema. As cargas de
resistência, no que respeita a efeitos agudos (imediatos), promovem em primeiro lugar a
depleção de substratos energéticos, induzindo a sobrecompensação da capacidade de
metabolização do sistema fornecedor de energia em causa. Esta sobrecompensação prende-se
com modificações ao nível das reservas musculares de substratos energéticos, da actividade
enzimática específica e dos mecanismos de regulação (hormonas).
No entanto, os tempos de reposição de substratos energéticos variam entre os diferentes tipos
de fibras musculares devido, principalmente, à sua capacidade oxidativa. Verifica-se que a
capacidade de reposição de substratos é tanto mais rápida quanto maior for a capacidade
oxidativa da fibra em questão, o que se correlaciona, logicamente, com o papel preponderante
dos mecanismos aeróbios, em situação de repouso, na reposição dos fosfatos (ATP-CP). Os
tempos de sobrecompensação das fibras são de aproximadamente duas horas para as fibras
tipo I ou ST, de quatro horas para as fibras tipo IIa ou FTa, e de cerca de 24 horas para as fibras
IIb (FTb). É sabido também que, por outro lado, a reposição dos fosfatos se processa muito mais
rapidamente em repouso (em cerca de 30 segundos 50% das reservas de CP são repostas em
repouso numa fibra ST) do que a reposição das reservas de glicogénio. Portanto podemos
concluir que a capacidade oxidativa é determinante nos processos de reposição de substratos
energéticos, sendo os tempos de sobrecompensação em repouso menores para o primeiro
sistema fornecedor de energia do que para o segundo e o terceiro.
Seria correcto então pensar que, embora o esforço específico de um “sprinter” de 100m em
A Reter atletismo se situe no domínio do primeiro sistema fornecedor de energia, quanto maior for a
O treino de capacidade sua capacidade oxidativa (ou aeróbia) melhor é a sua capacidade de recuperação, existindo
aeróbia promove adaptações portanto todo o interesse em fornecer a esse atleta uma boa base de treino aeróbio para
que se revelam da maior permitir uma maior intensidade no treino específico.
importância para a
capacidade de recuperação O treino de capacidade aeróbia promove adaptações que se revelam da maior importância para
de qualquer desportista. a capacidade de recuperação de qualquer desportista devido também ao carácter de resistência
geral do treino do terceiro sistema fornecedor de energia. Essas adaptações verificam-se ao
nível do sistema cardiovascular. Em termos de fadiga, está amplamente demonstrado que os
factores preponderantes para o seu aparecimento são a depleção dos substratos (mais ao nível
dos esforços de longa duração) e a diminuição do pH intracelular (mais nos esforços de grande
intensidade - em particular os esforços em que predomina a intervenção do segundo sistema).
Esta diminuição do pH prende-se não só com a acumulação do ácido láctico mas com um
variado número de proveniências como por exemplo da hidrólise do ATP pela ATPase-
actomiosínica (para cada ATP degradado, é produzido um ião H+) e dos vários ácidos dos
processos metabólicos anaeróbios (ácido pirúvico que se transforma em piruvato por perda de
um H+) e aeróbios (os ácidos do ciclo dos ácidos carboxílicos). O sistema cardiovascular tem um
papel determinante não só no transporte de oxigénio e substratos energéticos mas também na
remoção de metabólicos e nos processos de tamponamento (equilíbrio ácido-base).

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Os métodos de treino associados ao trabalho da resistência encontram-se descritos em baixo,
tendo sido, desenvolvidos primeiramente para o atletismo e aplicando-se agora com sucesso
para as outras modalidades.

Então temos:
1- Longa Duração – Trabalho contínuo;
2- Intervalado:
Extensivo – Longa duração fraccionado (menor intensidade);
Intensivo – Média e curta duração (maior intensidade);
3- Repetições – Intervalos de recuperação completa;
4- Competitivo - Ritmo de prova fraccionado.

A correlação destes métodos de treino com o aumento pretendido da performance desportiva,


tem essencialmente a ver com o direccionamento do treino não só em termos de sistemas
fornecedores de energia mas também ao nível do seu direccionamento em termos de
capacidade ou potência. Assim podemos considerar conceptualmente que ao nível do esforço
realizado podemos, aumentando progressivamente a intensidade e diminuindo o volume,
estimular sequencialmente a capacidade aeróbia, potência aeróbia, capacidade láctica, potência
láctica, e capacidade e potência do primeiro sistema.

TREINO DA FORÇA

Existem diversas noções de força, não só ao nível da bibliografia, mas também do senso comum.
Definição
- Força é a capacidade de Os factores envolvidos são diversos e é difícil apresentar uma única definição que satisfaça
mover ou suportar uma inteiramente todas as expressões da força no treino desportivo. De uma forma simples
resistência. podemos inferir que força é a capacidade de mover ou suportar uma resistência, podendo no
- Força como a capacidade entanto expressar-se de formas diversas. Podemos então definir força como a capacidade
neuro-muscular de suportar
uma resistência.
neuro-muscular de suportar uma resistência, que exprime, em termos maximais, de três formas
distintas:

 Contracção máxima;
 Máxima velocidade de contracção;
 Nº máximo de contracções.

De acordo com estas três expressões maximais, define-se geralmente o treino da força
direccionado para a força maximal, a força resistente e a força veloz (de velocidade ou rápida).
Podemos ainda, de acordo com a percentagem de massa muscular solicitada, separar os
exercícios de força em duas modalidades distintas: força geral e força específica.
Variados factores condicionam a força. Excluindo os processos metabólicos atrás referidos,
podemos destacar os seguintes:

 Secção transversal do músculo;


 Número de unidades motoras envolvidas;
 Sincronização das unidades motoras;
 Condições biomecânicas.

Quanto maior for a secção transversal do músculo maior será o número de miofilamentos que
constituem as suas fibras musculares, sendo naturalmente maior a capacidade contráctil de
cada fibra (ainda não foi concludentemente comprovado se o número de fibras aumenta com o
treino, enquanto que se encontra cientificamente provado que os miofilamentos aumentam em
grande número) de que é constituído. A importância do controlo nervoso da contracção
muscular é determinante sendo o número de unidades motoras (unidade motora = totalidade
de fibras enervadas pelo axónio de um moto neurónio) envolvidas directamente proporcional à
força desenvolvida pelo músculo. A sincronização entre essas unidades é fundamental para a
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capacidade contráctil não só em termos de coordenação intramuscular mas também de
recrutamento sucessivo de unidades motoras (recrutamento sucessivo é o processo pelo qual
cada fibra que se encontra fatigada é substituída por outras fibras, de forma a não interromper
o esforço muscular total). As condições biomecânicas do esforço referem-se às variações da
carga consoante o ângulo formado pelos segmentos envolvidos no movimento.
Existem várias formas ou tipos de contracção, dos quais destacamos dois, as contracções tónicas
e as contracções fásicas (ou voluntárias). O tónus é um estado de semi-contracção permanente
do músculo, distinguindo-se o tónus de atitude (responsável, por exemplo, pela capacidade de
permanecer em pé sem contracção consciente dos grupos musculares), de repouso (tensão
muscular permanente) e de suporte de movimento (responsável pela fixação das articulações
durante o movimento). As contracções voluntárias podem ser concêntricas quando o músculo
encurta enquanto desenvolve tensão (quando a força vence a resistência), excêntricas quando o
músculo se alonga em contracção (quando a força desenvolvida é inferior à resistência), ou
estáticas quando o músculo se contrai mas não produz movimento (a força equivale a
resistência). Existem ainda a contracção isométrica que é uma variante da contracção estática
na qual a resistência encontrada não pode ser deslocada (por exemplo empurrar uma parede),
realizando-se uma contracção máxima estática.

Quadro % da Nº de Nºde Tempo de Velocidade de Efeito de


Métodos do treino de força. Força Repetições Séries intervalo Execução Treino
Máxima
100 - 90 1-3 3–5 2 - 5m Rápida Força Máxima
60 - 25 5 - 10 3–5 2 - 5m Muito Rápida Força rápida
85 - 70 10 – 16 3-6 30 - 45s Moderada Hipertrofia

40 - 25 16 a 30 3-8 30 - 45s Rápida Força


Resistente

Relativamente às estratégias utilizadas, em termos de conteúdos e materiais, no treino de força,


encontramos várias opções que incluem a utilização de máquinas de musculação, electro-
estimulação, etc., para além dos métodos mais tradicionais

TREINO DA FLEXIBILIDADE

É comum verificar que esta capacidade é normalmente negligenciada nos planos de treino da
Definição
Por flexibilidade entende-se maioria das modalidades. A flexibilidade, no entanto, assume uma grande importância no treino
a capacidade de executar desportivo não só como estratégia de prevenção de lesões mas também como optimizador do
movimentos de grande movimento desportivo, melhorando a coordenação inter-muscular (relação contracção-
amplitude angular relaxamento entre grupos musculares agonistas e antagonistas). A capacidade de alongamento
voluntariamente ou com
auxílio externo.
do músculo é extremamente importante à medida que a capacidade contráctil do músculo
aumenta, permitindo a sua utilização de uma forma mais eficaz.
Existem dois tipos básicos de estiramento, estáticos ou dinâmicos. Os estiramentos estáticos são
caracterizados por uma actividade muscular mínima onde o músculo é estirado
progressivamente até próximo do seu limite. Os estiramentos activos podem ser passivos,
quando existe auxílio de forças externas (um companheiro por exemplo), ou activos quando se
utiliza uma contracção voluntária dos agonistas com estiramento dos músculos antagonistas.
Com os estiramentos passivos conseguem-se maiores aumentos de amplitude articular,
devendo-se evitar a utilização de estiramentos balísticos uma vez que podem dar origem a
rupturas devido ao reflexo miotático directo (contracção forte em resposta a um estiramento
súbito).
A flexibilidade é uma capacidade altamente treinável, regredindo, no entanto, rapidamente se
os níveis de treino não se mantiverem. Vários factores podem alterar o nível de flexibilidade e

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devem ser tidos em conta no planeamento das sessões de treino. Desses factores destacamos
os seguintes, a temperatura, a fadiga muscular, a hora do dia e o sexo.
Partindo destas noções e das anteriores podemos conceptualizar os seguintes princípios
metodológicos do treino da flexibilidade:

 O trabalho de flexibilidade deve ser quotidiano, sem grandes interrupções;


 Deve ser realizado após um aquecimento importante;
 Não deve nunca ser realizado em estado de fadiga;
 Os movimentos devem ser contínuos e lentos;
 Devem existir intervalos de relaxamento e descontracção entre as séries de exercícios.

TREINO DA VELOCIDADE

Definição
A velocidade constitui-se como uma capacidade da maior importância na performance
Podemos definir a velocidade desportiva sendo, para além dos factores que lhe são intrínsecos, resultante da conjugação de
como a capacidade do todos os factores relacionados com a resistência, a força e a flexibilidade.
sistema neuro-muscular e Como factores determinantes na velocidade podemos destacar:
locomotor de executar
acções motoras no mínimo
espaço de tempo.  Expressão Fenotípica das Fibras Musculares;
 Coordenação neuro-muscular (intra e intermuscular);
 Metabolismo Energético;
 Nível de Força Muscular;
 Nível de Mobilidade;
 Capacidade dos Processos Volitivos.

Considera-se geralmente que a velocidade é uma capacidade menos treinável do que todas as
outras, com base na importância determinante do potencial genético. Não podemos, no
entanto, falar de uma forma pura de velocidade mas sim de diferentes tipos de velocidade.

Assim temos:
 Velocidade de Reacção: Capacidade do sistema neuro-muscular de reagir a um estímulo
no mínimo tempo; pode considerar-se simples quando o estímulo é conhecido (pré-
percepção), ou complexa quando o estímulo não é previsível.
 Aceleração: Capacidade do sistema neuro-muscular e locomotor de aumentar
continuamente a sua velocidade o mais rapidamente possível.
 Velocidade Maximal: Nível mais elevado de velocidade desenvolvido pelo sistema
neuro-muscular e locomotor.
 Velocidade Resistente: Capacidade do sistema neuro-muscular de manter um nível de
velocidade próximo do máximo durante o maior espaço de tempo possível.
 Velocidade de Execução: Capacidade de mobilizar um segmento ou cadeia cinética com
a máxima velocidade.

No que respeita aos princípios metodológicos do treino da velocidade, mencionamos os


seguintes:

 A intensidade dos exercícios deve atingir o mais elevado nível possível;


 O volume dos exercícios deve ser calculado de forma a não implicar uma diminuição da
velocidade em consequência da fadiga;
 Os tempos de recuperação entre repetições e séries devem ser prolongados;
 Deve ser definido previamente e com precisão qual a forma de velocidade que
pretendemos estimular.

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ESFORÇO ESPECÍFICO DO TÉNIS

De forma a isolar quais os factores determinantes para a eficiência do treino em Ténis, deve-se
analisar atentamente o jogo, determinando quais as suas exigências específicas. Os elementos a
analisar incluem os factores técnico-tácticas, e as exigências físicas e psicológicas do jogo.
Devemos, acima de tudo, ter em conta o inter-relacionamento entre todos estes factores

CARACTERÍSTICAS TÉCNICO-TÁCTICA

O ténis é um desporto que encaixa na categoria dos jogos de bola e rede. O rico conteúdo do
ténis moderno coloca exigências de grande importância sobre os jogadores. Uma das suas
características é o voo rápido de uma pequena bola, existindo uma rápida alternância de
contacto com a bola entre cada jogador, cobrindo uma vasta área do court.
A reter Durante a duração de um ponto, quando têm controlos sobre a bola, os jogadores utilizam
Num jogo de ténis raramente
regularmente um vasto leque de pancadas. No entanto não é possível planear jogadas como
se planeiam jogadas pois a
imprevisibilidade do jogo num desporto colectivo, como o voleibol, uma vez que os seus planos podem ser
assim não o permite. Envés constantemente destruídos pela pancada do opositor. Existem, apesar disso, jogadas que
disso o jogador tenta podem ser apelidadas de ofensivas ou defensivas.
contrariar o adversário Um jogo de Ténis é um sistema dinâmico e complexo onde as preocupações estratégicas, as
utilizando a sua técnica para
construir a sua táctica de
tácticas utilizadas em situações individuais de jogo e a técnica individual do jogador, estão
jogo. constantemente em acção. O principal meio para vencer o adversário é, sem dúvida a técnica,
que deve ser avaliada quer sobre o ponto de vista biomecânico, quer sobre o ponto de vista de
eficiência táctica.
É óbvio que quanto mais rápida a superfície, mais rápidos são os serviços e mais frequente é o
jogo de rede, sendo a duração de cada ponto necessariamente mais curta.

CARACTERÍSTICAS DA MOVIMENTAÇÃO

O movimento durante o jogo é determinado pelo volume, intensidade e estilo da actividade do


jogador em jogo. O volume depende em primeiro lugar da duração do jogo, mas também da
velocidade da bola, da constante alternância imposta pelas trocas de bola e pela necessidade de
cobrir uma vasta área do court.
A intensidade varia ao longo do jogo com o nível do adversário, com a superfície do court, com a
táctica de jogo adoptada, com as condições atmosféricas e até com a importância do jogo.
O nível da exigência física é condicionado pelo grande número de estruturas de movimento, as
suas combinações, a técnica multi-facetada do jogador e a quantidade de situações de jogo. A
tremenda variedade da movimentação do jogador expressa-se não só quando bate a bola mas
também quando se movimenta entre cada pancada. Para além de bater a bola os movimentos
do jogador de Ténis incluem correr para a frente, para os lados e para trás, saltar, mudanças de
direcção rápidas, travagens súbitas, arranques e até quedas não só por acidente mas também
por engenho.
Já foram realizadas variadas análises desta movimentação sob os mais variados pontos de vista.
A indicação mais básica da exigência física imposta ao jogador, é a distância percorrida durante
um jogo de Ténis. Durante um estudo de longa duração realizado por investigadores
Checoslovacos, descobrimos que em cada Set, para um jogo de singulares masculino, o jogador
percorre em média 800 metros. Isto traduz-se em cerca de 4000 metros durante um encontro a
cinco Sets.

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Os valores encontrados nestes estudos encontram-se patentes no quadro em baixo.

Situação de Jogo Distância percorrida (média)


Quadro Cada pancada (sem o serviço) 3,8m
Distancia média percorrida Cada pancada (com o serviço) 3,0m
em cada situação específica
de jogo. Cada ponto 8 a 12m
Cada jogo cerca de 60m
Cada Set (com os intervalos) cerca de 800m
Em cinco Sets (total) cerca de 4000m
Em cinco Sets (jogo) cerca de 2700m

Durante todo o encontro, o jogador corre para a frente cerca de 47% da distância total
percorrida no jogo, 48% para o lado, e 5% para trás. Em média, durante um jogo, um jogador
bate cerca de 17 vezes na bola (incluindo serviços) correndo aproximadamente 60 metros.
Em termos de tempo, apenas durante cerca de um quinto do tempo total de um encontro é que
a bola se encontra em jogo (quadro em baixo).

Superfície Bola em Bola fora de Após jogos Após jogos Pausas


Quadro jogo jogo ímpares pares
Percentagem de tempo em
que a bola se encontra em
Terra 22% 40% 21% 6% 11%
jogo. Sintético 18% 43% 22% 6% 11%

As análises dos tempos de jogo dão-nos uma ideia precisa do tipo de esforço que exige uma
partida de Ténis. Fornece-nos acima de tudo pistas de grande relevância para o
direccionamento das cargas no planeamento do treino.

Situação de Jogo Wimbledon Roland


Garros
Média de pancadas em cada ponto 2,98 6,11
Quadro Tempo médio decorrido em cada ponto 2,71” 7,89”
Diferentes pisos e os tempos Tempo médio entre cada ponto 23,45” 23,67”
de jogo em várias situações.
Tempo médio entre cada jogo par (sem troca 34,62” 32,86”
de campo)
Tempo médio entre cada jogo ímpar (com 114,54” 116,78”
troca de campo)
Tempo médio entre dois serviços consecutivos 11,23” 8,70”
Média de pancadas por segundo 1,09 0,77

Um outro tipo de análise com dados recolhidos por este tipo de estudo pode revelar-se
extremamente frutuoso. Estudos comparados para diferentes pisos podem, conforme vimos no
quadro anterior, fornecer pistas importantes para o treino dos jogadores profissionais que
jogam em diferentes pisos nos vários torneis que disputam ao longo do ano. Podem também ser
estabelecidas comparações pertinentes a vários níveis como a comparação do Ténis feminino e
masculino ou entre o ténis com adultos e jovens. Conforme se pode verificar no quadro
anterior, os vários parâmetros considerados demonstram de uma forma bem patente as
diferenças entre as características do jogo em cada piso. Podemos também realçar a grande
relevância dos valores encontrados no item média de pancadas por segundo, que permite
analisar mais claramente quais as diferenças do ritmo de jogo entre cada piso e
consequentemente a sua intensidade.

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Esforço Físico em Ténis

Jogadores de Ténis de todos os níveis, desde jogadores de fim-de-semana a jogadores de alto


rendimento, necessitam de um bom condicionamento físico. No alto nível, os jogadores
preocupam-se em obter uma boa forma física para jogarem bem e a um nível mais baixo os
jogadores procuram jogar o suficiente para se manterem em forma.
Não se pode negar que é possível obter alguns benefícios em termos de forma física
exclusivamente jogando ténis mas é também óbvio que o nível do jogador afecta drasticamente
a extensão desses benefícios. É um facto que muitos jogadores de grande nível apresentam
algumas limitações de teor físico. A importância de uma boa condição física é relevante para os
jogadores de Ténis de todos os níveis, sendo determinante em alta competição. Para os
jogadores de lazer é importante referir que é preferível ganhar forma física para jogar ténis do
jogar ténis para ganhar forma física.
O jogador que se limita apenas a treinar jogando arrisca-se a lesões devido a desequilíbrios
musculares provocados acima de tudo pela assimetria de movimentos característica do Ténis.
Podemos verificar, mesmo em jogadores de alto nível diferenças importantes entre vários
grupos musculares. Em termos de força podemos verificar que os músculos do antebraço se
apresentam extremamente desenvolvidos em contraste com os músculos do braço (bíceps e
tríceps) e do ombro que se apresentam extraordinariamente fracos. Aqui se encontra a melhor
explicação para o aparecimento das lesões mais típicas dos tenistas precisamente nesses pontos
(o “tennis elbow” e a tendinite da coifa dos rotadores).
O Ténis em nada contribui para o aumento da flexibilidade, antes pelo contrário; da mesma
forma de outros desportos que envolvem corrida constante, contribui para o encurtamento dos
músculos da zona lombar e das virilhas, o que torna essas áreas propensas a lesões.
No respeita à capacidade aeróbia, os jogadores de Ténis com algum nível desenvolvem uma boa
capacidade mas que fica aquém daquela dos desportos cíclicos (corrida de longa duração,
natação, etc.). Isto deve-se essencialmente ao carácter intermitente do esforço em Ténis. Esse
mesmo carácter determina algum condicionamento em termos de velocidade de reacção e de
aceleração em resposta às constantes variações presentes durante a disputa de cada ponto.
O condicionamento físico é em grande parte a chave para o sucesso de muitos jogadores e o
grande responsável pelo salto ou pelo obscurecer (por defeito) dos jovens talentos para a ribalta
de um desporto onde, no alto rendimento se joga praticamente todas as semanas em qualquer
parte do mundo, competindo em torneios onde é por vezes necessário jogar vários dias
seguidos em encontros que podem durar cerca de três horas.
Podemos classificar o esforço específico do Ténis referindo-nos a cada uma das capacidades
condicionais anteriormente referidas, o que se revela da maior importância para o planeamento
do treino.
No que respeita às exigências impostas em termos de força podemos verificar as seguintes
necessidades que se impõem devido às características do jogo:
 Imprimir grande velocidade à raqueta, utilizando não só o braço armado mas também o
tronco e as pernas;
 Movimentar a raquete rapidamente em intervalos curtos, utilizando o pulso, o
antebraço ou todo o braço armado;
 Criar uma unidade biomecânica entre o braço e a raqueta através da rigidez do pulso e
da pega no momento do impacto com a bola;
 Executar movimentações rápidas e enérgicas em todas as direcções partindo de
posições estáveis.

A necessidade de movimentações rápidas e possantes, não só segmentares mas também em


termos de deslocamentos, indicam claramente que a orientação das exigências de força vai em
direcção das expressões rápidas da força.
Para o caso da velocidade verificamos que o ténis é um desporto associado intimamente à
noção de rapidez, de reflexos, de mudanças de direcção súbitas, de bolas que se deslocam a
mais de 200 km/h.
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Em baixo podemos verificar quais as exigências em termos de velocidade:
 Reagir rapidamente aos vários estímulos de jogo;
 Executar sprints curtos, com paragens e arranques constantes em diferentes direcções;
 Acelerar rapidamente a partir de posições paradas ou após travagens

Torna-se portanto óbvio que a orientação das exigências de velocidade vai em direcção da
aceleração e da velocidade de reacção.

No que respeita à capacidade de resistência verificamos que é necessário:


 Suportar esforços de grande intensidade em curtos intervalos de tempo;
 Recuperar rapidamente durante as pausas do jogo;
 Manter um elevado nível de prestação técnica ao longo de encontros com mais de duas
horas e meia de duração;
 Recuperar do dispêndio energético com eficiência ao longo de torneios com a duração
de uma semana ou duas, com cinco ou mais encontros por semana.
Assim concluímos que a orientação das exigências de resistência vai na direcção da resistência
anaeróbia aláctica, para o esforço específico em si, e da capacidade aeróbia, de forma a
aumentar a capacidade recuperação.

Por fim ao nível da flexibilidade é necessário:


 Realizar grandes afastamentos laterais para alcançar bolas distantes;
 Arquear e rodar grandemente o tronco durante os serviços;
 Suportar arranques e travagens súbitos bem como saltos e impactos violentos com as
articulações do tornozelo e do joelho;
 Movimentar o pulso rapidamente durante o impacto com a bola para imprimir efeitos
ou mudar subitamente a direcção da trajectória da bola.

Embora não sejam necessárias grandes amplitudes de movimento para jogar Ténis, a
importância da flexibilidade é determinante na prevenção de lesões, principalmente nas áreas
onde, como vimos anteriormente, a prática do Ténis conduz ao encurtamento muscular.

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Conclusões a tirar e ideias a reter
 Sistemas do metabolismo energético: 1º Sistema - tranfosforilação ou sistema
anaeróbio aláctico (ATP-CP); 2º Sistema - glicólise anaeróbia ou sistema anaeróbio
láctico; 3º Sistema - glicólise aeróbia e -oxidação ou sistema aeróbio.
 Resistência a capacidade psicofísica do desportista em suportar a fadiga específica do
seu desporto de eleição.
 O treino de capacidade aeróbia promove adaptações que se revelam da maior
importância para a capacidade de recuperação de qualquer desportista
 Entendemos a força como a capacidade neuro-muscular de suportar uma resistência.
 Existem três formas distintas de força Contracção máxima; Máxima velocidade de
contracção; Nº máximo de contracções.
 Por flexibilidade entende-se a capacidade de executar movimentos de grande amplitude
angular voluntariamente ou com auxílio externo.
 A flexibilidade é uma capacidade altamente treinável, regredindo, no entanto,
rapidamente se os níveis de treino não se mantiverem.
 Podemos definir a velocidade como a capacidade do sistema neuro-muscular e
locomotor de executar acções motoras no mínimo espaço de tempo.
 Tipos de velocidade: Velocidade de Reacção; Aceleração; Velocidade Maximal;
Velocidade Resistente; Velocidade de Execução.
 Um jogo de Ténis é um sistema dinâmico e complexo onde as
preocupações estratégicas, as tácticas utilizadas em situações individuais de jogo e a
técnica individual do jogador, estão constantemente em acção.
 O nível da exigência física em relação a movimentação é condicionado
pelo grande número de estruturas de movimento, as suas combinações, a técnica multi-
facetada do jogador e a quantidade de situações de jogo.
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Teste diagnóstico de conhecimentos – Fisiologia Específica 1

Os sistemas energéticos funcionam de forma estanque. Comente esta


afirmação?
O que entende por capacidades neuro motoras?
Quais os métodos de treino da resistência que conhece?
De que forma pode treinas as expressões rápidas da força?
Quais os princípios metodológicos do treino da flexibilidade?
Quais os factores que determinam a velocidade?
Diga o que entende por velocidade de execução?
Quais os factores a analisar quando avaliamos o esforço especifico do ténis.

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CAPÍTULO 3

ANÁLISE TÉCNICA 1
Definição e enquadramento da temática
Aspectos relevantes
Ficha diagnostica
Técnicas de Correcção dos elementos de base

No final deste capitulo o treinador deve ser capaz de:


Descrever os elementos técnicos e tácticos básicos do jogo
Descrever os princípios básicos de execução dos gestos técnicos
Organizar a avaliação, diagnóstico e correcção dos gestos técnicos básicos
Identificar elementos a avaliar para construção de ficha diagnostica.
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INTRODUÇÃO

 O diagnóstico é para o professor;


Definição
Diagnostico - é análise ou
descrição analítica de um ou  A correcção é para o jogador;
mais elementos ou eventos
de um jogo.
 Não procurar apenas por aspectos negativos num processo de diagnóstico – procurar
também aspectos positivos que podem ainda funcionar melhor;

 Os treinadores só deverão corrigir aquilo que consideram uma ineficiência técnica,


quando estão absolutamente certos que o devem fazer:

a. Estão a promover uma melhor acção no jogador (para esse jogador);


A Reter
Durante o processo de
b. Podem levar a cabo com eficiência essa modificação ao longo do tempo que
observação muitas vezes tem disponível para trabalhar com o jogador;
procuramos só o erro e c. O jogador consegue compreender o valor e propósito do processo de
descuramos os pontos fortes, desenvolvimento;
um bom observador
d. Essa intervenção não vai afectar outros aspectos do desenvolvimento do
reconhece esses mesmo
pontos fortes e utiliza-os jogador (por ex. a auto-confiança).
como ferramenta para a
correcção dos pontos fracos.  Os treinadores deverão utilizar uma ficha de análise e diagnóstico para assegurar um
processo de diagnóstico e correcção preciso.

Analise Técnica O que é?

 A avaliação global de todos os processos envolvidos na execução de uma acção no jogo


de ténis
 Elemento padrão
 Ciclo da pancada: percepção, avaliação, decisão, execução e feedback.
 Estudar detalhadamente o todo, decompondo em partes, por forma a avaliar o processo
ou meios utilizados para obter certo objectivo.

Pancada padrão
o Modelo oficial de referência
o Pontos chave ou de controlo e biomecânica pancadas base:
o Direita e esquerda
o Volley de direita e esquerda smash
o Serviço

Estilo
o Forma como os jogadores utilizam os seus recursos físicos e mentais para
exprimirem a interpretação do modelo referência e o executarem
o IMPORTANTE: estilo técnico não é ERRO!!!

 Eficácia e Eficiência
o Eficiência: capacidade de realizar algo convenientemente, com o mínimo de
esforço, tempo e recursos. É uma competência - TÉCNICA
o Eficácia: capacidade de cumprir com os objectivos – TÁCTICA

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 Execução Técnica
o Obedece a um padrão técnico
o Padrão técnico: definido pelos pontos chave ou de controlo e pela biomecânica:
cadeia cinética.
o A correcta aprendizagem técnica e consequente execução permite uma ampla e
vasta riqueza de soluções e opções ao jogador

FICHA DE DIAGNÓSTICO

Pontos fundamentais a criação de uma ficha diagnostico

 ATITUDE
Nota
Os pontos fundamentais a - O jogador está motivado/concentrado na tarefa a realizar?
criação de uma ficha
diagnostico podem ser  POSIÇÃO DE PARTIDA
alterados consoante a
necessidade do
treinador/observador. - A posição de partida está correcta?

 PEGA

- A pega é correcta para o tipo de pancada que está a executar?

 FOCALIZAÇÃO

- O jogador segue o voo da bola?


- O jogador avalia correctamente a trajectória, o efeito a velocidade e o ressalto
da bola?

 MOVIMENTAÇÃO JOGO DE PÉS

- Reacção inicial à bola a receber (velocidade de reacção)?


- O jogador movimenta-se de uma forma eficiente para se colocar em posição
para executar a pancada?
- O jogador usa passos grandes ou pequenos saltos?
- O jogador desacelera quando chega à bola ou corre ao longo da pancada?
- O jogador encontra-se em equilíbrio?

 PREPARAÇÃO DA RAQUETA

- A raqueta foi levada para trás suficientemente cedo? Antes da bola cruzar a
rede ou antes do ressalto?
- O recuo (backswing) é demasiado longo ou demasiado curto?
- A rotação dos ombros acontece cedo?

 O SWING (MOVIMENTO PARA A FRENTE)

- De baixo para cima para liftar? De cima para baixo para cortar?
- O movimento é suave, harmonioso?
- Há suficiente velocidade da raqueta?
- Segue a linha da bola?

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 PONTO DE CONTACTO

- Altura – demasiado alto ou baixo?


- Largura – demasiado perto ou longe?
- Profundidade – demasiado cedo ou tarde?

 CONTROLO DA FACE DA RAQUETA

- A bola foi enviada para o local pretendido? Se não porquê? A posição da face
da raqueta no impacto determina para onde a bola vai?
- O ponto de contacto é apropriado para a pega utilizada?

 EQUILÍBRIO/TRANSFERÊNCIA DE PESO

- O jogador demonstra controlo sobre o seu corpo durante a execução do gesto?


- A transferência de peso ocorre na mesma direcção da trajectória da bola?

 FINALIZAÇÃO

- A raqueta continuou o movimento após o batimento?


- Existiu suficiente acompanhamento (follow through)?
- A finalização de alguma forma abranda a velocidade da raqueta ou atrapalha a
fluidez do movimento?

 RECUPERAÇÃO

- O jogador volta rapidamente à posição de atenção para bater outra bola?

Esta lista preocupa-se essencialmente com as questões de execução técnica. No entanto o


problema a analisar pode nem sempre ser do âmbito técnico. O treinador pode ter que
examinar as seguintes áreas na tentativa de identificar o problema:

 Táctica – ex. os erros ocorrem por opções tácticas arriscadas.


Entendimento; Planeamento; Percepção; Reconhecimento; Antecipação; Tomada de
decisão; Opções; Selecção de pancadas; Espaço - cobertura do court; Feedback; Melhoria -
adaptação efectiva à situação de jogo; Percentagem.

 Condição Física – ex. o jogador pode estar fatigado.


Força/potência; Endurance; Velocidade; Flexibilidade; Coordenação; Equilíbrio; Fadiga.

 Mental – ex. o nervosismo excessivo pode levar ao aparecimento de erros não forçados.
Motivação Concentração; Auto – confiança; Controlo emocional

 UMA CORRECÇÃO DE CADA VEZ


A reter
Muitas vezes após a
observação tentamos corrigir  Corrigir só um aspecto de cada vez, começando pelo mais óbvio.
tudo o que vemos, isso
traduz-se em exercícios de  REPETIÇÃO DE ERROS
correcção muito complexos e
com pouca função de
correcção. Devemos escolher  Quando se verifica que os alunos cometem o mesmo erro repetidas
um ponto a trabalhar de cada vezes geralmente significa que o exercício de correcção é em si
vez e partir para o seguinte demasiado difícil. Se assim for devem ser criadas condições adaptadas
quando a correcção estiver
que facilitem a execução como encurtar a distância, exigindo menos
interiorizada pelo jogador.
precisão, alterando a forma de envio das bolas, etc.
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 BENEFÍCIOS VERSUS FRUSTRACÇÃO DA CORRECÇÃO

 O benefício potencial de realizar uma modificação da técnica deve


sobrepor-se aos prováveis sentimentos de frustração que geralmente
ocorrem em resultado dessa alteração. Por ex. uma mudança da pega
de serviço pode levar um aluno a perder com adversários a quem
normalmente ganha. Se o aluno não consegue suportar essa frustração
então não será possível realizar essa mudança de uma só vez. Será
certamente necessária uma aproximação mais gradual.

 MÉTODO SANDWICH

 Para assegurar que o aluno não sentir que faz tudo errado quando está
Definição a ser corrigido, deve-se inserir a correcção entre dois comentários
Diagnostico - é análise ou positivos. Por ex:
descrição analítica de um ou
mais elementos ou eventos
- “Boa preparação. É isso”;
de um jogo. - “Tenta avançar para a bola”;
- “Bem a terminar”;

LEMBRAR SEMPRE – Crédito antes da Crítica!

 GRAU DE ACEITABILIDADE

 Quando analisamos a técnica devemos ter sempre em mente que


existem várias formas eficientes de executar uma pancada.
Actualmente, existe um “grau de aceitabilidade” para cada pancada.
Desde que o jogador se encontre dentro deste parâmetro, o movimento
não deve ser alterado. Antes de procurar mudar algo, pensar se não
estará a limitar o desenvolvimento futuro do jogador? Se a resposta é
sim, não tentar mudar.

 CONFORMIDADE E EFICIÊNCIA

 Um conhecimento limitado de princípios biomecânicos e o seu


relacionamento com os ténis é importante para decidir o que é aceitável
e o que não é. Só porque um movimento parece pouco ortodoxo não
quer dizer que esteja errado.

 Por ex. um jogador ao servir pode ter uma série de maneirismos pouco
usuais no início da acção que são meramente rituais que não afectam a
biomecânica do serviço (boa flexão dos membros inferiores, boa rotação
de ombros, rotação do tronco, etc.).

TÉCNICAS DE CORRECÇÃO

Quando observamos
Como Observar?
- Estabelecer prioridades
- Como recolher informação Iniciar a observação de baixo para cima:
- Observar de várias formas o 1.ª observação é o tipo de pega;
- Avaliar a informação
o Pontos chave ou de controlo;
recolhida.
o Estilo: interpretação pessoal do padrão tipo pelo jogador;
o Biomecânica: o respeito pela cadeia cinética
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CORRECÇÕES PARA PANCADAS DO FUNDO

 MÁ POSIÇÃO DE ATENÇÃO

 Por o jogador a confirmar a posição de atenção antes do adversário


bater a bola;
 Durante a aula o treinador pede a posição de atenção e todos se
colocam na posição correcta.

 LEITURA DA TRAJECTÓRIA

O aluno tem dificuldade em analisar a trajectória da bola:

 O treinador demonstra uma variedade de golpes (com diversos efeitos)


e o aluno tem que os nomear com uma palavra-chave que os descreva.

Quadro Pancada Palavra-chave


Exemplo de um método de Efeito Top ou slice
correcção para pancadas. Velocidade Lento ou rápido
Direcção Direita ou esquerda
Profundidade Curto ou longo
Altura Alto ou baixo

 MUDANÇA DE PEGA

O aluno tem dificuldade em mudar para a pega correcta para a pancada:

 Como no exemplo anterior só que em vez de dizer direita ou esquerda


consoante a trajectória da bola o jogador agora nomeia a pega de
esquerda ou de direita.

 MÁ PREPARAÇÃO

 Preparação tardia
- Pedir ao aluno para levar a raqueta atrás antes de a bola passar a
rede/ressaltar;
- Utilizar a palavra-chave virar antes da bola passar a rede.

 Avançar com o cotovelo na esquerda ou manter o braço demasiado


afastado na direita
- Colocar uma bola debaixo do sovaco. A bola não deve cair até ao swing.

 Recuo recto
- Obrigar o aluno a recuar a raqueta, passando por cima de outra raqueta que o
professor segura à altura da sua cintura e passar por baixo durante o swing
(cima da ponte, baixo da ponte).

 Demasiado recuo
- O jogador fica perto da linha do fundo. O treinador lança uma série de bolas
em sucessão rápida. O jogador é forçado a encurtar o recuo.

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 MOVIMENTAÇÃO

 Reacção inicial demasiado lenta


- O jogador diz uma palavra-chave no momento em que o opositor bate a bola,
por ex. direita/esquerda ou alto/baixo; em alternativo o próprio professor pode
ditar a palavra-chave para incitar o aluno.

 Não desacelera para bater


- Forçar o jogador a parar no momento da batida (“fotografia”). Isto força o
jogador a abrandar.

 Usa passos grandes/não faz ajustes


- Dizer ao jogador para imaginar que está a dançar antes do ressalto da bola
- Utilizar a imagem de pagar ao aluno por cada passo que dá. Quanto mais
passos mais dinheiro.

 SWING INCORRECTO

 Swing de baixo para cima incorrecto


- Praticar contra a rede (sem bola). Começar por baixo da rede e subir batendo
na tela, finalizando por cima da rede.

 Não segue a linha da bola


- Visualizar uma colina. O recuo é a base da colina, a finalização é o topo da
colina.

 Velocidade da raqueta insuficiente


- Começar com a raqueta encostada no chão no final do backswing.

 PERDA DE CONTROLO DA FACE DA RAQUETA

 Começar o movimento perto do ponto de contacto;


 Trabalhar a meio campo (linha de serviço).

 MÁ TRANSFERÊNCIA DE PESO

 Pedir ao jogador que termine o movimento apoiado num só pé;


 No final do movimento o pé de trás deve ter a sola virada para o fundo
(levantar o calcanhar);
 Manter o equilíbrio depois da pancada (demonstra a má transferência
de peso).

 MAU EQUILÍBRIO

 Pedir ao jogador para “posar para a fotografia” até a bola bater no outro
lado do campo;
 Manter a cabeça estável durante a execução da pancada, colocando um
boné virado para baixo na cabeça;
 Dizer, cabeça quieta quando o jogador bate a bola.

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 FINALIZAÇÃO INADEQUADA

 Levar a mão da raqueta para cima do ombro com o cotovelo elevado;


 Parar a finalização até a bola ressaltar no outro campo;
 Assegurar que o calcanhar de trás está levantado com a sola a apontar
para trás.

CORRECÇÕES PARA SERVIÇO

 POSIÇÃO DE ATENÇÃO INCORRECTA

 Colocar uma capa de uma raqueta aos pés do servidor. Isto assegura
que o jogador está de lado e com os pés a uma distância confortável;
 Assegurar que o pé esquerdo está a apontar para o poste direito da
rede;
 Desenhar uma seta no campo que os jogadores utilizem para se
direccionarem melhor.

 PEGA INCORRECTA – MUDANÇA DE PEGA DURANTE O SERVIÇO

 Colocar uma pequena moeda na mão do jogador. Se a pega mudar a


moeda cai;

 LANÇAMENTO ERRÁTICO

 Praticar o lançamento e apanhar a bola em seguida com a mão


estendida;
 Manter o braço que lança estendido. Não flectir o cotovelo;
 Colocar a capa da raqueta aos pés do servidor. Ao impedir o movimento
do jogador ele é forçado a executar um bom lançamento.

 PREPARAÇÃO

As mãos não trabalham em conjunto:


 Palavra-chave “mãos ao mesmo tempo”;
 O treinador ajuda os alunos seguindo o movimento – “para baixo
juntos, para cima juntos “.

 ACÇÃO DE LANÇAMENTO INCORRECTA

 Praticar o movimento do serviço com lançamento de bola. Depois


substituir a bola pela raqueta;
 Praticar o movimento com uma pequena corda.

 PONTO DE CONTACTO BAIXO

 Colocar uma bola na vedação. Pedir ao jogador para executar o


movimento do serviço, atingindo a bola em completa extensão;
 “Tentar apanhar a bola antes que ela o apanhe”;
 Começar o movimento com a raqueta atrás das costas, lançar, estender,
tocar a bola e parar. Os alunos podem ver o ponto de contacto correcto.

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 MAU EQUILÍBRIO/TRANSFERÊNCIA DE PESO

 Colocar a capa da raqueta aos pés do jogador. O jogador não pode


mudar a posição até ao fim do movimento;
 Levantar o calcanhar do pé traseiro quando a bola é batida. Isto
assegura a transferência do peso para a frente.

 FINALIZAÇÃO INCORRECTA

 Colocar uma lata de bolas ao lado do pé esquerdo do jogador. Tentar


virar a lata com a finalização;
 Manter a posição final durante uns segundos após o batimento.

CORRECÇÕES PARA VÓLEI

 DEMASIADO RECUO

 Colocar o jogador encostado à vedação. Se a raqueta for para trás bate


na vedação.

 AUSÊNCIA DE SLICE

 Tentar dar uma espécie de golpe de karate na bola.


 FINALIZAÇÃO EXCESSIVA

 Imaginar que a bola está quente – regressar após o contacto;


 Bloquear quando encontra a bola.

CORRECÇÕES PARA SMASH

 DEMASIADO RECUO

(utilizar o backswing do serviço em vez da versão abreviada)


 Levar o jogador a dizer “mãos ao alto” assim que o balão sobe.

 ENFRENTANDO A REDE

 Pedir ao jogador para apontar para a bola com a mão esquerda.

 MOVIMENTAÇÃO FRACA

 Sem bater o smash, os jogadores tentam apanhar a bola com a mão


esquerda estendida. Depois de apanhar a bola o jogador deve estar em
equilíbrio total;
 Pode-se então bater o smash, mantendo a posição depois do
movimento completo (fotografia).

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Conclusões a tirar e ideias a reter
 Os treinadores só deverão corrigir aquilo que consideram uma ineficiência técnica,
quando estão absolutamente certos que o devem fazer.
 Os treinadores deverão utilizar uma ficha de análise e diagnóstico para assegurar um
processo de diagnóstico e correcção preciso.
 Análise técnica deve estudar detalhadamente o todo, decompondo em partes, por
forma a avaliar
 Eficiência: capacidade de realizar algo convenientemente, com o mínimo de esforço,
tempo e recursos. É uma competência - TÉCNICA
 Eficácia: capacidade de cumprir com os objectivos – TÁCTICA o processo ou meios
utilizados para obter certo objectivo.
 Quando se verifica que os alunos cometem o mesmo erro repetidas vezes geralmente
significa que o exercício de correcção é em si demasiado difícil.

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Teste diagnóstico de conhecimentos – Análise Técnica 1

O que entende por eficácia e eficiência?


Como se deve processar a observação do jogador?
Qual a importância de uma ficha de observação e quais os pontos
que esta deve conter?
Explique o que entende por método sandwich?
Quais os erros fundamentais do batimento de direita?
Quais os erros fundamentais do Serviço?

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CAPÍTULO 4

PEDAGOGIA ESPECÍFICA 1
Exigências Técnicas do Ténis
Elementos Base de uma Aula
Ensino de Progressões

No final deste capitulo o treinador deve ser capaz de:


 Descrever o que é ser treinador, reconhecendo os diferentes papéis e tarefas d um bom
treinador;
 Relacionar as competências necessárias, a capacidade de comunicar e a motivação com
o estilo, objectivos e limitações de um treinador;
 Diferenciar entre as habilidades e competências e as características dos comandos
motores e suas implicações no ensino do Ténis;
 Seleccionar os exercícios adequados para crianças nas diferentes etapas de
desenvolvimento motor, relativizando as características do Ténis;

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ENSINO DA TÉCNICA

Os gestos técnicos correspondem a um determinado padrão motor eficaz, que mesmo


conservando as suas características básicas pode variar consoante as características individuais
de cada atleta.
Embora a técnica não assuma a mesma importância em todos os desportos, é com certeza dos
Definição
aspectos mais determinantes da prática desportiva. A assimilação da técnica assenta sobretudo
Define-se a técnica
desportiva como os nas experiências motoras adquiridas anteriormente e, consequentemente no nível de
processos (normalmente desenvolvimento das capacidades coordenativas.
práticos) desenvolvidos de A idade afecta negativamente a aprendizagem motora, não só decrescendo essa capacidade
forma a dar resposta a um como o tratamento de informação e coordenação fina ao nível da placa motora, o que vem
determinado problema
motor específico de uma
determinar a necessidade de procurar desenvolver e posteriormente consolidar a técnica
modalidade. desportiva o mais precocemente possível.

Podemos referir como métodos de ensino da técnica:

Método Global: O movimento (gesto técnico) é aprendido na sua totalidade (mais


indicado para colocar os alunos rapidamente na situação de jogo);

Método Analítico: O movimento (gesto técnico) é aprendido através da aprendizagem


em separado dos seus elementos constituintes (mais indicado para o aperfeiçoamento
de determinados aspectos).

Fala-se por vezes de métodos mistos que, nada mais é do que formas de coordenar os métodos
descritos acima.
O respeito por determinados princípios metodológicos do ensino da técnica garante um
desenvolvimento apurado de competências e a sua consequente consolidação.
Desta forma podemos enumerar os seguintes princípios:

1- No processo de ensino/treino a técnica assume um papel tanto mais preponderante


quanto mais próximos estamos da iniciação;
2- A assimilação e desenvolvimento da técnica desportiva devem obedecer a um
processo integrado com os outros factores da “performance” desportiva;
3- O processo de formação técnica exige, nos jovens principiantes, uma sistematização
com objectivos parciais;
4- A formação técnica no desporto de alto rendimento exige uma intelectualização mais
forte do atleta.

EXIGÊNCIAS TÉCNICAS DO TÉNIS


O ténis é uma modalidade desportiva que apresenta uma grande carga técnica o que
aparentemente pressupõe um processo de ensino/aprendizagem moroso e complexo. Como em
qualquer outra modalidade, este processo encontra-se dependente da preparação e
A Reter conhecimentos do professor para o ensino desta modalidade. A dinâmica própria do ténis por si
È importante que o professor só garante a adesão dos alunos desde que o professor consiga criar as condições para que eles
deixe o aluno descobrir como
consigam o mais rapidamente possível dominar minimamente os gestos técnicos que lhes
resolver os seus problemas e
não esteja constantemente a permitam jogar uns com os outros. O sucesso do processo de ensino/aprendizagem do ténis
condiciona-lo. depende de estratégias que conduzam o aluno o mais depressa possível à situação de jogo.
A solução de todos os problemas relacionados com o domínio da coordenação espácio-
temporal (trajectórias e ressaltos da bola, momento de impacto, etc.) passa pelo grau de
integração que o aluno consegue desenvolver com a raquete. A imposição de uma forma
"correcta" de manusear a raquete por parte do professor não permite que o aluno descubra por
si, através da experimentação, qual a forma mais eficiente e confortável de o fazer, uma vez que

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existem muitas formas igualmente "correctas" (e eficientes) de utilizar uma raquete de ténis na
execução de determinado gesto técnico. É fundamental, portanto, que o ensino dos gestos
A Reter
É importante que o ensino da técnicos seja centrado na trajectória a imprimir à bola e não no gesto técnico em si, permitindo
técnica se centre mais na que o aluno se sinta à vontade com a raquete e desenvolva gradualmente uma relação estreita
função e não tanto na forma. com ela, derivada da experimentação e da orientação do professor.

Podemos referir os objectivos do ensino da técnica em ténis:

1-Compreender e assimilar as componentes da trajectória da bola: altura, direcção,


distância e velocidade;
2-Dominar os seguintes aspectos fundamentais: o ponto de impacto bola/raquete, a
posição da cabeça da raquete, o movimento da raquete, o posicionamento do corpo,
movimentação de pés e domínio das pegas;
3-Antecipar com sucesso qual a posição futura da bola e posicionar-se rapidamente para
uma boa recepção;
4-Adaptar os deslocamentos aos diferentes ressaltos, efeitos e mudanças de velocidade
imprimidas à bola.

É determinante no ténis procurar desde cedo a consistência e para tal é fundamental garantir
condições de sucesso para o aluno que dá os primeiros passos na modalidade. O trabalho
A Reter técnico deve ser dirigido em primeiro lugar para a consistência e para o controlo, ficando o
Numa fase inicial de desenvolvimento da potência para uma altura em que estes aspectos estejam suficientemente
aprendizagem devemos dar consolidados.
prioridade a consistência. A racionalização do processo de treino não é mais do que a definição e determinação de forma
qualitativa e quantitativa, dos parâmetros que permitem estabelecer a utilidade e
especificidade do exercício, e que devem ser observados durante o treino. A racionalização
Aplicação Prática conduz à estandardização dos exercícios (exercícios que se aplicam em condições similares e em
Podemos conseguir a que se conhece aproximadamente os resultados da sua eficácia) e à redução do número de
consistência com jogos de exercícios e o aumento do número de repetições em cada exercício.
competição entre grupos.
Os exercícios definem-se como instrumentos ou tarefas do treino que objectivam o
desenvolvimento das diferentes componentes do rendimento desportivo.

As suas funções são:


 Formação e estabilização do rendimento específico da competição
 Formação dos fundamentos tácticos específicos da competição
 Desenvolvimentos das capacidades motoras gerais
 Descanso activo, aceleração da recuperação
 Impedimento da monotonia

Existem três tipos distintos de exercícios, cuja utilização varia consoante a etapa de
desenvolvimento desportivo do atleta ou da altura da época em que se encontra. Obviamente
que as opções do professor/treinador desempenham um papel preponderante nos exercícios a
utilizar nas sessões de treino. Assim temos os exercícios gerais, que são aqueles que apresentam
uma estrutura diferente da competição; os exercícios específicos, que são os que apresentam
elementos da competição mas de uma forma fraccionada; caracterizando-se por uma acção
selectiva; e, por fim, os exercícios de competição, os que possuem o mais elevado grau de
semelhança com a competição nos seus gestos e acções.
Estas preocupações devem encontrar-se bem presentes na altura de seleccionar os exercícios a
utilizar na elaboração das unidades de treino. Será extremamente importante nessa etapa
observar alguns princípios a que o planeamento da sessão de treino deve obedecer:

 Progressão lógica direccionada para as características do grupo;


 Estrutura bem organizada de forma a proporcionar a maior densidade motora
possível;
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 Cada sessão de treino deve ser subordinada a um tema;
 Os grupos devem ser homogéneos;
 Cada sessão deve ser encadeada com a anterior;
 As condições de segurança devem ser constantemente observadas;
 O final da sessão deve ser despreocupado e divertido.

Na estruturação da sessão de treino deve ser também objectivado qual o tipo de intervenção
que se pretende por parte do professor. O caso do ténis é bastante específico no que se refere a
intervenção do professor, devido ao facto de ela se revelar determinante no processo de
ensino/treino de um atleta. Podemos dividir a intervenção do professor em dois campos
distintos: a intervenção directa quando o professor participa activamente no exercício, e
indirecta quando a sua intervenção se expressa ao nível da orientação do atleta, na correcção e
Aplicação Prática
Quando trabalhamos com na demonstração dos conteúdos. A intervenção directa é uma realidade à qual o
grandes grupos de alunos professor/treinador não pode fugir, ao contrário da maioria das outras modalidades,
devemos conseguir introduzir principalmente durante as fases iniciais de aprendizagem. Esse tipo de intervenção é sem dúvida
esquemas organizativos que determinante, mas coloca diversos problemas quando o professor/treinador é confrontado
nos permitam mudanças
rápidas entre os exercícios com a realidade no clube. As maiores dificuldades surgem na orientação de grandes
sem necessidade de muita grupos, onde a escolha dos exercícios e da forma de intervenção do professor é
organização. É nas primeiras fundamental para evitar situações de monotonia, por vezes conducentes ao abandono
aulas que esses esquemas
têm de ser adquiridos. da modalidade.
Existem três estratégias básicas para lidar com grandes grupos de alunos em aulas de
ténis em situações de intervenção directa do professor, nomeadamente com a
utilização de cestos, baldes ou carros com bolas:

 Método de estações que pressupõe a divisão dos alunos em vários grupos,


ficando cada grupo perante um situação distinta, mudando de estação para
estação ao sinal de mudança do professor;
 Método da “sombra” onde se coloca um grupo a simular a execução de um
determinado gesto técnico que se encontra ser executado por um colega;
 Método “executante-apanha bolas” em que se divide a turma em dois
grupos, um executa ciclicamente o exercício e o outro grupo apanha as bolas.

Existem obviamente formas mistas de organizar os exercícios, onde uma vez definidos
os objectivos, a imaginação desempenha um papel importante. Duas coisas são
fundamentais, por um lado alcançar os objectivos propostos por outro lado utilizar
meios o mais motivantes possível para concretizar esses objectivos.
Em atletas de alta competição a intervenção directa não é tão determinante e o
professor/treinador pode libertar-se para conseguir realizar tarefas de observação e
correcção de uma forma muito mais precisa. É, desta forma, importante, à medida que
os alunos vão evoluindo tecnicamente, reduzir progressivamente a utilização dos meios
que requerem a intervenção directa do professor.

ELEMENTOS BASE DE UMA AULA


 Introdução à aula;
 Aquecimento/Avaliação Inicial;
 Demonstração e explicação da habilidade a abordar;
 Demonstração do exercício para praticar a habilidade;
 Execução do exercício/habilidade;
 Observação e feedback (análise técnica);
 Situação de jogo (lúdica);
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 Revisão da aula e cool down;
 Motivação para praticar e voltar na próxima lição.

PREPARAÇÃO

O treinador de ténis ao preparar uma lição deve ponderar o seguinte:

 Número e idade dos alunos;


Aplicação Prática  Empenho e expectativas dos alunos;
A preparação e planeamento  Número de campos;
de uma aula serve sempre  Existência de parede;
como referencia para o que
 Provisão de redes, postes, bolas, raquetes, etc;
se vai passar, aula é um
elemento mutável e em  Disponibilidade de alvos, marcadores, bancos e outros materiais auxiliares;
constante modificação. O  Duração da lição ou curso;
plano de aula não é  Balneários, bebidas, etc;
estanque.
 Equipamento pessoal - caneta, assobio, bloco de notas, relógio e outros.

As seguintes sugestões ajudarão na altura de preparar as aulas:

1. Escrever
O professor deve ser encorajado a preparar sempre as suas lições com antecedência. Esta
preparação deve incluir a definição de objectivos básicos da sessão, quais as habilidades a ser
desenvolvidas, o método de progressão, a organização da turma, jogos, e a gestão do tempo
para cada actividade prevista.
Este material deve ser guardado para posterior uso ou análise.

2. Ter todo o equipamento necessário pronto


Elaborar uma lista de todo o material, incluindo bolas, cones, alvos, cordas, raquetes de mini-
ténis, quadro para escrever, etc. e ter este equipamento por perto.

3. Planear a demonstração e explicação


Planear com antecedência a demonstração e explicação dos exercícios e habilidades que se vão
trabalhar na aula.

4. Planear os exercícios
Preparar com antecedência os exercícios para o desenvolvimento das habilidades que vão ser
utilizados. Determinar quais vão ser os sistemas de rotação dos alunos (e bolas). Também
determinar os tipos de bolas que vão ser lançadas, o papel do instrutor e o tempo dedicado a
cada exercício.
Prever como se lida com situações com o número dos alunos para e ímpar.

5. Preparar um jogo
Elaborar um jogo que ponha em actividade as habilidades recentemente adquiridas, estando
preparado para explicar e demonstrar o jogo.

SEGURANÇA

Assegurar que a aulas sejam seguras é uma das mais importantes responsabilidades de um
professor. As lições em grupo podem ser particularmente propensas a acidentes, uma vez que
existem várias pessoas em acção simultaneamente numa área relativamente confinada.

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Os pontos-chave da segurança que são fundamentais recordarem:

 Colocar os cestos de bolas para que os alunos não tropecem neles ou outros acidentes
Aplicação Prática que possam acontecer quando estão colocar ou retirar bolas;
O Professor é o responsável  Colocar os canhotos de maneira a evitar que os alunos se atinjam uns aos outros com as
pela segurança e deve pensa- raquetas;
la de forma sistemática  Afastar os alunos uns dos outros sempre que possível, para evitar que os alunos sejam
analisando todos os pontos
onde o perigo possa atingidos por bolas ou raquetas;
espreitar. A preparação da  Criar situações em que as bolas sejam regularmente retiradas para que os alunos não as
aula pode colmatar esses pisem;
possíveis erros de segurança.  Manter os campos livres de sujidade ou humidade para evitar que as pessoas
escorreguem;
 Prestar uma atenção cuidadosa a toda a classe a todo o momento – nunca virar as
costas aos elementos da aula;
 Não abandonar o court durante a duração da aula;
 No momento das demonstrações assegurar que os alunos não pratiquem o movimento
para não atingirem os colegas;
 Saber onde se encontra ou providenciar um telefone para casos de emergência;
 Ter um kit de primeiros socorros disponível;
 Se possível, frequentar alguma acção de formação ou curso para saber quais os
procedimentos em caso de emergência.

DEMONSTRAÇÃO DAS PANCADAS

É necessário que o professor seja capaz de providenciar uma demonstração visual clara de cada
gesto técnico. No nível, é necessário ser capaz de demonstrar a versão clássica do serviço, a
A Reter direita, a esquerda os voleis e o smash.
O ditado diz, “uma imagem
vale mais do que mil Utilizar as seguintes linhas orientadoras para demonstrar os gestos técnicos e progressões:
palavras” é particularmente
adequado para o ensino do
ténis.  Antes de iniciar qualquer demonstração explicar sempre para que situação esta
habilidade ou pancada é necessária e como pode ser utilizada;
 Fazer todas as demonstrações de uma forma lenta;
 Utilizar formas clássicas das pancadas nas demonstrações;
 Demonstrar o movimento completo antes de o separa em diferentes partes;
 Identificar o relacionamento da bola, raqueta e corpo;
 Assegurar que todos os alunos vêem claramente a demonstração;
 Repetir as demonstrações várias vezes;
 Complementar as demonstrações com uma breve explicação verbal da habilidade;
utilizar palavras-chave em simultâneo com o movimento;
 Quando apropriado, fazer com que as exemplificações simulem situações de jogo;
 Deixar que os alunos observem demonstrações em diferentes ângulos;
 Aproveitar o facto de poder utilizar os alunos nas demonstrações.

Importante:

 A informação visual e imitação são responsáveis por 80% do sucesso do processo de


ensino;
 Só 20% do processo de ensino se apoia na audição, leitura e avaliação da informação.

Deixem as demonstrações “falar”!

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POSIÇÕES BÁSICAS PARA AS DEMONSTRAÇÕES

Imagem
Ilustração da posição que o
professor deve adoptar no
momento de realizar uma
demonstração.

Serviço Esquerda Direita

LANÇAMENTO DAS BOLAS

O professor tem de ter a capacidade de “alimentar” os alunos com bolas, isto é, lançar ou bater
a bola de uma forma suave para que os alunos possam praticar uma habilidade específica. Esta
“alimentação” deve ser apropriada para a capacidade do aluno e para as características da
habilidade a ensinar.

Idealmente, o professor deverá ser capaz de executar cinco formas distintas de “alimentar” um
exercício com bolas, de diferentes posições no campo:

A reter  Largar/Lançar a bola com a mão;


Muitas vezes o professor tem  Bater uma bola largada (com ressalto) com a raqueta;
de ser capaz de realizar mais  Bater uma bola sem ressalto com a raqueta;
do que uma forma descrita
de alimentar bolas no mesmo
 Passar a bola com volei;
exercício.  Passar a bola com pancadas do fundo.

Na situação de lançar a bola com a mão, ou o professor ou um aluno podem realizar o


lançamento. A bola deve ser lançada suavemente para uma pancada do fundo ou volei. Devido
à facilidade em controlar a velocidade de uma bola lançada com a mão, este tipo de colocação
de bola é mais apropriado para jogadores em iniciação. Quando é um lançamento por cima da
rede, o jogador e o lançador devem estar perto da rede.

Largar a bola implica deixar cair a bola próxima do jogador. Esta situação pode ser efectuada
pelo treinador, por um aluno ou pelo próprio jogador.

Bater a bola com ressalto é uma situação usualmente utilizada para situações do fundo ou do
meio do campo (linha de serviço). Este lançamento permite ao aluno mais tempo para se
preparar para a execução da pancada.

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Bater a bola sem ressalto é normalmente uma situação executada próxima da rede ou do meio
do campo, e em certas situações da linha do fundo. Esta forma de lançamento permite uma
alimentação mais rápida e, principalmente, permite observar sempre o aluno. Deve-se utilizar
um movimento curto assemelhado ao volei e a face da raqueta aberta para realizar esta
situação. Colocar o balde ao lado da mão livre.

Passar a bola em volei é naturalmente efectuado


na rede para as pancadas do fundo ou voleis dos
alunos. Para executar esta situação é necessário
aprender a amortecer a bola.

Passar a bola com pancadas do fundo é realizado


do meio do campo ou do fundo. Este tipo de
situação aparece mais nas aulas individuais,
nomeadamente nas aulas particulares, permitindo
simular situações de jogo.

Problemas comuns com situações de “cesto” ou


balde

Os principais problemas com este tipo de esquema de trabalho são:

 A bola é lançada demasiado perto do aluno;


 A bola é enviada demasiado rápida para o nível do aluno;
 O ressalto é demasiado alto ou baixo;
 A bola é enviada com top-spin para alunos principiantes;
 Aluno lançador longe da rede e batedor demasiado próximo da rede;
 Aluno lançador demasiado próximo do batedor;
 Longas filas de alunos à espera para bater.

Quando são os alunos a lançar a bola:

 Ensinar a forma correcta de lançar a bola;


 Praticar os lançamentos sem batimento;
 Utilizar alvos ou marcações para melhorar a sua precisão.

Frequência de situações de cesto

A Reter O aperfeiçoamento e mecanização dos gestos técnicos requerem repetição. As situações em


A utilização de exercícios de que existe a utilização do cesto permitem repetição sucessiva em situação facilitada. São por
balde são fundamentais para isso imprescindíveis
a exercitação e posterior
correcção técnica
Uma vez começado o exercício e o aluno demonstra ter uma ideia clara da habilidade a treinar,
individualizada, no entanto
apresentam um devem ser proporcionadas várias oportunidades para executar a habilidade e corrigir erros de
inconveniente muito grande execução. Estas correcções são realizadas com orientação do treinador ou pelo próprio aluno
com grandes grupos de através questões colocadas pelo treinador (ou não).
alunos, muitos ficam a espera
de jogar.
Estas situações devem ser organizadas de forma a permitir pelo menos duas repetições por
aluno. Isto permite uma melhor taxa de sucesso por parte do aluno e uma melhor oportunidade
de avaliação por parte do professor. As filas, dentro do possível, não devem ter mais do que três
alunos.

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Existem vários métodos de iniciar o ensino do ténis com principiantes. Estes métodos
geralmente consistem no ensino progressivo, faseado, dos diferentes gestos técnicos básicos
(pancadas do fundo, serviço, voleis, smash). O tipo de progressão pedagógica a utilizada
depende de um certo número de factores:

 A idade dos alunos;


 Se é uma aula individual ou de grupo;
 O nível de compreensão/intelectualização dos alunos – se são capazes de absorver
informação técnica transmitida verbalmente; quanto mais novo o aluno, mais visual terá
de ser a transmissão da informação;
 As condições em termos de equipamento e material.

De forma jogar um ténis a um nível razoável, o jogador tem que melhorar:

- Habilidades de recepção – a capacidade de ler correctamente a trajectória da bola e as suas


componentes (velocidade, efeito, direcção, etc.) e deslocar-se de uma forma eficaz para
executar um gesto técnico em particular. Isto requer a focalização da bola e do seu movimento.

- Habilidades de projecção – esta é a capacidade de desenvolver as técnicas necessárias para


atingir a bola e envia-la para uma determinada zona alvo.

As progressões pedagógicas utilizadas para a introdução ao ténis com principiantes devem


incorporar trabalho que desenvolva estas habilidades.

Por uma questão de simplicidade, podemos dividir estas progressões em dois grupos:

 Progressões estáticas (situações analíticas com lançamento de bolas, por ex. cestos);

 Progressões dinâmicas (situações globais, mais próximas do jogo).

PROGRESSÕES ESTÁTICAS

Definição
Inicialmente, a bola é colocada à mão pelo treinador ou outro aluno para que o jogador possa
São progressões que não trabalhar a sua técnica numa situação simplificada. O jogador trabalha no desenvolvimento de
promovem muita um movimento eficaz de batimento (habilidades de projecção) mas regra geral não melhora as
movimentação no aluno. habilidades de recepção, fundamentais para jogar ténis.

As progressões estáticas geralmente dividem o gesto técnico em diferentes componentes. Por


ex. nas pancadas do fundo temos:

 - Posição de atenção;
 - Recuo (backswing);
 - Transferência de peso;
 - Ponto de contacto;
 - Finalização (follow through).

Os jogadores podem iniciar a aprendizagem da execução da acção sem bola utilizando o método
de sombra. Depois progridem aumentando o grau de dificuldade do lançamento da bola:

 - Bola largada com a mão;


 - Bola lançada com a mão (sem rede);
 - Bola lançada com a mão (por cima da rede);
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 - Lançamento com raqueta;
 - Lançamento com cesto (simulando movimentação de jogo);
 - Controlo com volei (simulando movimentação de jogo);
 - Controlo do fundo (simulando movimentação de jogo);
 - Situação de Jogo.

O lançamento de bola (”alimentação”) pode ser efectuado pelo treinador ou por outro aluno.
Com o tempo, o jogador melhora o suficiente para jogar o jogo formal.

Nas progressões estáticas, o treinador por vezes pode variar as formas de lançar a bola em
Aplicação Prática
O jogador leva a raqueta diferentes fases das pancadas.
atrás, avança e movimenta a
raqueta até ao ponto de Decompor os gestos nas suas diferentes componentes pode ser uma técnica de correcção
contacto, o treinador larga a bastante eficaz.
bola com a mão, o jogador
bate e finaliza.
A vantagem das progressões estáticas reside no facto permitir ao jogador a sensação de uma
“pancada perfeita”. Os alunos aprendem os elementos importantes do gesto técnico e por isso
Aplicação Prática
podem ser os seus próprios treinadores e dos seus colegas.
O jogador leva a raqueta
atrás, o treinador lança a A principal desvantagem deste método está no facto de não estimular suficientemente as
bola por cima da rede, o habilidades de recepção. Estes exercícios podem também, se praticados demasiadas vezes ou
jogador avança, bate e demasiado tempo, tornar-se entediantes. Nas fases iniciais das situações estáticas, os jogadores
finaliza.
não tem grandes hipóteses de jogar ténis, que é a razão principal pela qual eles vêm treinar.

PROGRESSÕES DINÂMICAS

Estas progressões trabalham em simultâneo as habilidades de recepção e projecção. O treinador


Definição
Progressões trabalham em prepara os exercícios com situações próximas do jogo, em que os jogadores se movimentam
simultâneo as habilidades de para bater a bola, que apresenta trajectórias variadas, trabalhando a movimentação e leitura
recepção e projecção. das trajectórias. Ao utilizar este tipo de progressões o treinador tem de perceber que as acções
de batimento estarão, inicialmente, longe da “técnica clássica” que as progressões estáticas
ajudam a desenvolver.

As progressões dinâmicas implicam exigências de movimentação progressivamente mais


difíceis. As progressões começam geralmente por um recuo mais abreviado e geralmente
iniciam-se próximo da rede. Os jogadores afastam-se progressivamente da rede, aumentando o
recuo da raqueta e finalização (maior amplitude no movimento) à medida que se aproximam da
linha do fundo.

A melhor forma de utilizar progressões dinâmicas com principiantes de tenra idade é o mini-
ténis.

MINI-TÉNIS

O mini-ténis tem por objectivo iniciar crianças muito jovens na prática do ténis de uma forma
Aplicação Prática
Neste tipo de progressões o activa e divertida. Utilizando um campo de menores dimensões e uma raqueta adaptada mais
treinador opta por colocar os manejável combinada com bolas de baixo ressalto (de esponja ou sem pressão), os jovens
jogadores a jogar mini-ténis. jogadores aprendem de uma forma dinâmica por experimentação e descoberta. De facto, as
crianças aprendem a jogar formas adaptadas do ténis desde o início. Rapidamente aprendem
desenvolvendo habilidades de movimentação, que aprendem por imitação do treinador, de
jogadores mais velhos ou até das estrelas do ténis profissional.

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O campo de dimensões reduzidas, as bolas de baixo ressalto e as raquetas adaptadas são
determinantes. No entanto a própria filosofia do mini-ténis é, provavelmente, ainda mais
importante:

 Os gestos geralmente não são decompostos por elementos, os alunos são encorajados a
utilizar formas simplificadas do gesto completo desde o início;

 Os jogadores aprendem visualmente, por imitação e experimentação. O mini-ténis


pressupõe muito pouca intervenção por parte do treinador, nas explicações ou falando.
A sua acção resume-se a demonstrar;

 Os alunos ao procurar resolver os desafios propostos pelo treinador, trabalham quer as


habilidades de recepção quer as de projecção;

 Se as aulas forem divertidas e motivarem os alunos, terão o desejo de voltar para as


próximas lições.

À medida que os alunos vão ficando mais velhos, progridem gradualmente para raquetas
maiores e para o campo de dimensões normais, avançando para o jogo formal.

PROGRESSÕES COMBINAÇÕES

Uma forma bastante eficaz de ensinar o ténis a principiantes, para além do mini-ténis (adaptado
para crianças muito jovens) consiste na combinação de progressões estáticas e dinâmicas.

As progressões estáticas ajudam os alunos a perceber melhor e experimentar uma execução


próxima da situação ideal (a técnica “correcta”).

As progressões dinâmicas asseguram que os jogadores melhoram as suas habilidades de


recepção (movimentação, leitura das trajectórias, etc.) que serão fundamentais para a utilização
dos gestos técnicos em situação de jogo.

Uma boa referência para a relação ideal entre as situações estáticas e dinâmicas será de um
terço para as primeiras e dois terços para as segundas, privilegiando o método global.

MÉTODO SOMBRA

A capacidade de executar um gesto técnico sem bola é muito importante e pode ser utilizado
em todas as progressões. Se o aluno consegue perceber o movimento sem bola, terá mais
probabilidades de o conseguir com bola.

Da mesma forma, se o aluno consegue executar o movimento sem bola, fica obviamente com
uma imagem e cinestesia dessa acção. Podem comparar essas sensações com as sensações do
batimento (comparando o “modelo sombra” com o modelo real). Isto permite uma auto-
interiorização do ensino.

ENSINO DAS PROGRESSÕES

Existem diversas formas de ensinar os gestos básicos aos alunos. A importância deste ponto
consiste em assegurar que as progressões sugeridas pelo treinador trabalhem as habilidades de
recepção e projecção dos seus jogadores.

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Numa fase de iniciação, as etapas de desenvolvimento são geralmente as seguintes:

 Familiarização com a raqueta e bola (habilidades de manipulação);


 Recepção sem raqueta;
 Princípios do controlo de bola (sozinho):
- Direcção;
- Distância;
- Altura.
 Situações 1X1:
- Cooperação;
- Oposição (competição).

Conclusões a tirar e ideias a reter


 Define-se a técnica desportiva como os processos (normalmente práticos) desenvolvidos
de forma a dar resposta a um determinado problema motor específico de uma
modalidade.
 Existem dois métodos de ensino da técnica: Método Global: O movimento (gesto
técnico) é aprendido na sua totalidade (mais indicado para colocar os alunos
rapidamente na situação de jogo); Método Analítico: O movimento (gesto técnico) é
aprendido através da aprendizagem em separado dos seus elementos constituintes
(mais indicado para o aperfeiçoamento de determinados aspectos).
 O sucesso do processo de ensino/aprendizagem do ténis depende de estratégias que
conduzam o aluno o mais depressa possível à situação de jogo.
 É importante que o ensino da técnica se centre mais na função e não tanto na forma.
 O trabalho técnico deve ser dirigido em primeiro lugar para a consistência e para o
controlo.
 Existem três tipos de exercícios: Gerais, Específicos e de Competição.
 Existem três métodos de organizar grandes grupos de alunos: Método de estações;
Método da “sombra” ;Método “executante-apanha bolas”.
 Assegurar que as aulas sejam seguras é uma das mais importantes responsabilidades de
um professor.
 A informação visual e imitação são responsáveis por 80% do sucesso do processo de
ensino;
 O tipo de progressão pedagógica a utilizada depende de um certo número de factores:
A idade dos alunos; Se é uma aula individual ou de grupo; O nível de
compreensão/intelectualização dos alunos – se são capazes de absorver informação
técnica transmitida verbalmente; quanto mais novo o aluno, mais visual terá de ser a
transmissão da informação; As condições em termos de equipamento e material.
 As progressões pedagógicas podem ser de dois tipos: Progressões estáticas e
Progressões dinâmicas.
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Teste diagnóstico de conhecimentos – Pedagogia Específica 1

Refira quais os objectivos do ensino da técnica?


Diga o que entende por princípios de uma sessão de treino, descrevendo cada
um deles?
Diga que método pode utilizar para organizar aulas com grandes grupos de
alunos.
Quais as formas que conhece de “alimentar” a bola ao aluno?
De que factores depende a organização de uma progressão pedagógica?
Quais os tipos de progressões pedagógicas que conhece, explique-os?

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CAPÍTULO 5

SAÚDE 1
Estado de Choque
Lesões várias do ténis

No final deste capitulo o treinador deve ser capaz de:


 O Treinador deve conhecer e identificar os sintomas
iniciais de potenciais lesões.
 O treinador deve conseguir prestar os primeiros socorros
em caso de lesão.

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INTRODUÇÃO

O Módulo de Saúde no Curso de Treinadores de Ténis de Nível I tem por objectivo


possibilitar aos formandos alguns conhecimentos importantes na área da saúde, pelo facto
de poderem ser confrontados com situações de emergência durante o exercício da sua
actividade.

Neste manual abordam-se alguns temas considerados como necessários a esta formação, de
uma forma que se pretende que seja clara e sucinta.

1. ESTADO DE CHOQUE

É o estado de um indivíduo resultante de má perfusão dos órgãos com consequente falta de


Definição
O estado de choque é um oxigénio, devido a uma diminuição da pressão arterial, provocada por uma diminuição do débito
grupo de síndromes cardíaco resultante de:
cardiovasculares agudas que
não tem característica e uma  Perda de grande quantidade de sangue;
definição única que
compreenda todas as suas  Vasodilatação;
diversas causas e origens, ele  Reacção alérgica a determinada substância introduzida no organismo.
se dá quando há mal
funcionamento entre o
coração, vasos sanguíneos
(artérias ou veias) e o sangue,
Sintomas:
instalando-se um
desequilíbrio no organismo.  Palidez;
 Pulso rápido e fraco;
 Pele suada;
 Arrefecimento corporal;
 Alterações da ventilação;
 Possível dilatação pupilar;
 Náuseas ou vómitos.

O que deve fazer:

 A vítima deve ficar em decúbito dorsal;


 Avaliar o estado de consciência, ventilação e circulação;
 Identificar a causa que levou à situação de estado de choque, se for por hemorragia,
tentar resolver de imediato;
 Desapertar as roupas ao nível do pescoço, tronco e membros;
 Evitar arrefecimento, colocar cobertores à volta da vítima;
 Elevar os membros inferiores;
 Manter a vítima acordada, falando com ela;
 Se a vítima ficar inconsciente, colocar em P.L.S;
 Nunca dar nada a beber.

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1.1. POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA

A Posição Lateral de Segurança deve ser utilizada em toda a pessoa inconsciente para
permitir uma melhor ventilação libertando as vias aéreas superiores.

O que deve fazer:

 Com a vítima deitada, colocar a cabeça em hiper-extensão e de lado (para impedir a


queda da língua para trás e a sufocação por sangue, vómitos ou secreções);
 Pôr o braço do lado para onde virou a cabeça ao longo do corpo;
 Flectir a perna do outro lado;
 Rodar lentamente o bloco cabeça – pescoço – tronco;
 Manter a posição da cabeça para trás e para o lado, mantendo a boca aberta.

Imagem
Ilustração de como devemos
proceder para colocar uma
pessoa em posição lateral de
segurança.

HEMORRAGIAS

Definição CLASSIFICAÇÃO:
Hemorragias - Consiste numa
saída de sangue do seu  Externa – O sangue sai por uma lesão na pele;
percurso habitual (vasos
 Interna Visível – O sangue sai por um orifício natural do corpo;
 Interna Invisível – O sangue fica retido no interior do corpo, acumulando-se nos órgãos
ocos e noutras cavidades.

1.2. HEMORRAGIA EXTERNA

É controlada através de uma compressão manual directa sobre o local da hemorragia


utilizando compressas para a compressão.

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Imagem
Ilustração de uma
compressão manual directa
sobre o local da hemorragia
utilizando compressas para a
compressão.

2.2. HEMORRAGIA INTERNA VISÍVEL

 HEMOPTISES
 HEMATEMESES
 EPISTÁXIS

HEMOPTISE

Definição O que deve fazer:


Hemoptise - Saída de sangue
pela boca, proveniente de  Acalmar a vítima;
uma lesão do aparelho
 Pedir à vítima para não forçar a tosse;
respiratório. O sangue
apresenta-se vermelho vivo e  Colocá-la numa posição de semi-sentado;
espumoso.  Vigiar as funções vitais.

HEMATEMESE

Definição O que deve fazer:


Hematemese - Saída de
sangue pela boca,  Acalmar a vítima;
proveniente de lesão do  Pedir à vítima para não forçar o vómito;
aparelho digestivo. O sangue
apresenta-se vermelho  Colocá-la semi-sentada;
escuro tipo “borra de café  Aplicar gelo na parte superior do abdómen;
“vem acompanhado de  Se a vítima ficar inconsciente deve colocá-la em P.L.S.
vómito e dor abdominal.

EPISTÁXIS

Definição
Epistáxis - Saída de sangue Nas situações em que não há suspeita de traumatismo craniano deve-se controlar a
pelo nariz. hemorragia da seguinte forma:

 COMPRESSÃO DIGITAL – sentar a vítima com a cabeça direita, e comprimir com os


dedos na parte inferior dos ossos do nariz, durante 10 minutos.

 TAMPONAMENTO – quando a compressão digital não é eficaz, utiliza-se então rolo de


gaze em cada narina para fazer o tamponamento.

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Aplicação de gelo envolvido num pano sobre o nariz é indispensável nas duas situações

Se esta hemorragia tiver como causa um traumatismo craniano não se faz


tamponamento nem compressão digital.

Imagem
Ilustração de um jovem com
uma epistáxis.

2.3. HEMORRAGIA INTERNA INVISÍVEL

Definição
Este tipo de hemorragia pode passar despercebido, mas existem sinais e sintomas da sua
Hemorragia interna invisível existência.
– hemorragia onde o sangue
permanece no interior do Sintomas:
organismo.

 Dor local ou irradiante;


 Sede (verifica-se sempre que há perca de líquidos orgânicos);
 Gradual dificuldade de visão;
 Pulso progressivamente rápido e fraco;
 Ventilação progressivamente dificultada;
 Pupilas dilatadas.

O que deve fazer:

 Arejar o local para a vítima poder ventilar de forma mais eficaz;


 Desapertar as roupas no pescoço tórax e abdómen;
 Impedir que a vítima faça esforços ou movimentos;
 Evitar o arrefecimento corporal;
 Não dar nada a beber;
 Se ficar inconsciente, colocar em P.L.S.

2. DESIDRATAÇÃO

Definição Sintomas:
Desidratação - caracteriza
pela baixa concentração de  Visão turva, palidez;
água, mas também de sais
 Aumento da temperatura do corpo;
minerais e líquidos orgânicos
no corpo, a ponto de impedir  Aumento da frequência cardíaca;
que ele realize suas funções  Sensação de fraqueza;
normais.  Fadiga muscular;
 Respiração ofegante;
 Diminuição da eliminação do suor;
 Sensação de desmaio;
 Náuseas e vómitos.

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O que deve fazer:

 Na desidratação ligeira – ingestão de água pode ser suficiente.


 Em caso de se verificar perdas de electrólitos (hiponatremia) – repor-se o sal,
adicionando-o à água ou à primeira refeição após o exercício físico.
 Em caso de desidratação grave, pode haver queda de pressão arterial ou choque – terá
de haver uma intervenção específica através de administração endovenosa de soluções
que contenham cloreto de sódio.

3.1. CUIDADOS PARA EVITAR A DESIDRATAÇÃO NOS ATLETAS DE TÉNIS

ANTES DA COMPETIÇÃO:

Cerca de duas horas antes do exercício físico, o atleta deve começar a ingerir líquidos até
trinta minutos antes, momento a partir do qual deve parar de beber.
Em média é recomendado cerca de 500 ml de líquido, em pequenas quantidades e em
intervalos de tempo regulares (por exemplo de 15 em 15 minutos), nunca ultrapassando os
valores mencionados no seguinte quadro:

Tabela LÍQUIDO A INGERIR ANTES DA COMPETIÇÃO (quantidade máxima)


Valores de referência de
Peso do atleta (kg) Quantidade de líquido a ingerir (ml)
líquido a ingerir antes da
competição. 40 480
60 720
80 960
Nota: Tomou-se em consideração que a capacidade máxima de absorção do intestino é de 12
ml/kg peso/hora.

DURANTE A COMPETIÇÃO

Durante o exercício físico deve haver um consumo de cerca de 150 ml de líquidos a cada 15
a 20 minutos para repor as perdas de suor. A bebida a ingerir deve estar ligeiramente fresca.
Em média, em exercícios mais prolongados, são preferíveis as bebidas que contenham cerca
de 4 a 8% de hidratos de carbono e 0,5 a 0,7g de sódio por litro. Em exercícios inferiores a
uma hora e menos intensos pode optar-se apenas por água.

APÓS A COMPETIÇÃO:

A perda de peso ocorrida durante o treino ou competição indica a quantidade de líquido


Tabela
Valores de referência de perdido. Os atletas devem beber 1 a 1,5 l por cada kg de peso perdido.
líquido a ingerir depois da
competição. LÍQUIDO A INGERIR APÓS A COMPETIÇÃO
Perda de peso na Quantidade de líquido a ingerir Tempo de ingestão (horas)
competição (kg) (litros)
1 1,5 2
2 3,0 4
3 4,5 6
Nota: não beber mais de 800 ml/hora. Ingerir quantidades de água com uma rapidez maior do
que a velocidade dos rins a eliminá-la, é prejudicial.

Os valores apresentados devem ser adaptados às características de cada atleta atendendo à


quantidade de suor produzido e à concentração de sódio no suor.

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3. HIPOGLICÉMIA

Definição A IMPORTÂNCIA DOS HIDRATOS DE CARBONO


Hipoglicémia - situação em
que a concentração de São transportados pela corrente sanguínea até ao fígado, e distribuídos a todo o organismo
glicose no sangue desce a
como glicose ou convertidos em glicogénio e armazenados no tecido muscular ou no próprio
níveis abaixo dos valores
normais (inferiores a fígado.
70mg/ml). Pode ser
clinicamente grave, na Causas de hipoglicémia:
medida em que a descida
repentina de glicose no
sangue priva o sistema  O excesso de exercício físico;
nervoso do seu  Falta de uma refeição regular;
abastecimento em energia.  Pouca quantidade de alimentos ingeridos;
 Vómitos ou diarreia;
 Consumo de bebidas alcoólicas;
 No caso de diabéticos, administração de elevada dose de insulina;
 Ingestão de maior quantidade de hipoglicemiantes orais.

Sintomas de hipoglicémia:

 Fadiga;
 Fome súbita;
 Tremores;
 Tonturas;
 Taquicardia;
 Suores;
 Pele fria, pálida e húmida;
 Visão turva ou dupla;
 Cefaleias;
 Dormência nos lábios e língua;
 Irritabilidade;
 Desorientação;
 Alteração de comportamento;
 Convulsões;
 Perda de conhecimento.

Prevenção de hipoglicémia:

Será recomendada uma refeição de fácil digestibilidade, com predominância em hidratos de


carbono e menor proporção de proteínas e lípidos. Deve ser ingerida cerca de três horas antes
do exercício físico, permitindo o fornecimento adequado de energia.
Deve manter-se uma boa hidratação durante a actividade física.
A ingestão de glícidos durante o esforço, quando o exercício físico é prolongado isto é, superior
a 2 horas, permite retardar ligeiramente o desgaste do glicogénio.

O que deve fazer:

 Perante uma hipoglicémia ligeira deve-se repor a glicemia ingerindo líquidos, por
exemplo, sumo de frutas, copo de leite ou água com açúcar.
 Se o grau de hipoglicémia for mais grave, terá de haver uma intervenção específica,
de um técnico de saúde competente, de acordo com os sintomas detectados,
nomeadamente, administração por via endovenosa de soluções que contenham
dextrose, a fim de evitar desequilíbrios graves no organismo do atleta.

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4. INTOXICAÇÕES
Definição
Intoxicações - Doença tóxica
Via de entrada:
provocada pela acção de
venenos sobre o organismo  Inalatória;
que podem pôr em risco a  Circulatória;
vida de um individuo.
 Gastro-intestinal;
 Cutânea;
 Ocular.

As substâncias tóxicas podem ser:



 Produtos industriais;
 Produtos agrícolas;
 Alimentos;
 Medicamentos;
 Produtos de uso doméstico;
 Plantas.

O que deve fazer:

A reter  Uma avaliação primária;


Após a recolha de dados,
entrar em contacto com o
 Uma avaliação secundária minuciosa;
centro de informações anti-  Proceder à recolha de informação:
venenos (C.I.A.V.)  O quê? (qual o tóxico);
808250143, e transmitir toda  Como? (qual a via);
a informação recolhida.
 Quanto? (qual a quantidade);
 Quando? (há quanto tempo);
 Quem? (sexo, idade, peso, antecedentes).

O que pode fazer:

Via Inalatória

 Levar a vítima para fora do local contaminado;


 Vigiar as funções vitais;
 Tirar a roupa contaminada.

Via cutânea

 Lavar abundantemente a região contaminada com água corrente durante 15 a 30


minutos;
 Retirar as roupas contaminadas;
 Manter a vítima quente.

Via ocular

 Lavar os olhos com água ou soro fisiológico se possível, do canto interno para
externo, mantendo o olho aberto.

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5. EFEITOS DO AMBIENTE

INSOLAÇÃO
Definição
Insolação - é um mal estar
Sintomas:
decorrente da exposição
prolongada ao sol intenso ou
ao calor.  Pele vermelha;
 Pele quente;
 Pele seca;
 Pulso forte e irregular;
 Agitação;
 Ventilação acelerada;
 Náuseas ou vómitos;
 Cefaleias;

O que deve fazer:

 Levar a vítima para um local arejado e com sombra;


 Arrefecer gradualmente todo o corpo, começando pela cabeça;
 Dar a beber sumos frescos, se a vítima está consciente;
 Sentar a vítima, se estiver consciente;
 Se inconsciente, colocar em P.L.S.;
 Vigiar as funções vitais.

GOLPE DE CALOR

Definição
Sintomas:
Hipertermia - quando um
individuo está exposto a um  Pele fria e pálida;
ambiente quente e húmido,  Suores frios e viscosos;
(sítios fechados com pouca
ventilação).  Pupilas dilatadas;
 Pulso fraco e rápido;
 Apatia;
 Ventilação acelerada;
 Náuseas ou vómitos;
 Cefaleias;
 Cãibras;

O que deve fazer:

 Levar a vítima para um local arejado;


 Manter a temperatura corporal;
 Se consciente, elevar as pernas;
 Se inconsciente colocar em P.L.S.;
 Vigiar funções vitais.

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GELADURA

Definição Sintomas:
Geladura - é o nome dado à
lesão causada pela exposição  Edema;
do corpo, ou parte dele, ao
 Insensibilidade;
frio intenso, onde pode
ocorrer o congelamento  Pele esbranquiçada;
parcial da pele da região  Aparecimento de bolhas;
exposta.  Rigidez.

O que deve fazer:


Imagem
Ilustração de um pé com
lesões devido ao frio  Levar a vítima para um local seco e quente;
extremo.  Colocar a zona afectada em água tépida, nunca em água quente porque pode
provocar queimaduras;
 Retirar as roupas molhadas;
 Se consciente, dar bebidas quentes.

HIPOTERMIA

Definição
Sintomas:
Hipotermia - quando um
indivíduo está num ambiente  Descida da temperatura corporal;
extremamente frio, e os  A vítima fica sonolenta, até entrar num estado de inconsciência;
mecanismos reguladores da
temperatura interna, não  Pele fria e pálida;
conseguem manter a  Tremores;
temperatura nos valores  Pulso fraco.
aceitáveis para o
funcionamento dos órgãos.
Pode levar à inconsciência. O que deve fazer:

 Levar a vítima para um local quente e seco;


 Manter a vítima seca, retirando as roupas molhadas e colocando novas;
 Aquecer a vítima gradualmente com cobertores e botijas de água quente nas axilas
e virilhas, não colocar em contacto directo.

6. FERIDAS

Definição Uma das grandes complicações é o risco de infecção, a outra é, nas feridas profundas, poder
Ferida - lesão provocada na provocar lesão de órgãos internos, tendões, nervos e músculos.
pele que pode originar uma
hemorragia, mais ou menos O que deve fazer:
intensa, dependendo da
profundidade e localização.
 Saber se a vítima tem as vacinas actualizadas;
 Usar luvas;
 Fazer uma lavagem da zona com água e sabão ou solução
germicida;
Imagem
 A desinfecção primeiro da zona em volta, depois da ferida
Ilustração de uma ferida a ser
tapada e comprimida com do centro para a periferia;
uma compressa de forma a  Colocar um penso de protecção;
estancar o sangue.  Em caso de ferida com grande hemorragia, fazer compressão manual;
 Em caso de objecto estranho encravado, fixá-lo com compressas para não agravar a
lesão e proceder à evacuação para o hospital.

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7. QUEIMADURAS

Definição Classificação:
Queimaduras - São lesões da
pele provocadas por diversos
agentes como: fogo, fricção,  1º Grau – atinge a camada superficial da pele;
produtos químicos, líquidos  2º Grau – atinge camadas mais profundas da pele;
quentes, objectos quentes,  3º Grau – há destruição da pele e atinge os tecidos mais profundos.
etc.

Quanto maior a extensão maior o risco de infecção.


As queimaduras mais graves são: na face, pescoço, tórax e órgãos genitais.
Sintomas:

 1º Grau – pele vermelha, quente e seca, e dor;


 2º Grau – mesmas do 1ºgrau mais o aparecimento de flictenas;
 3º Grau – destruição da pele podendo haver compromisso das terminações
nervosas.

O que deve fazer:

 1º Grau – arrefecer com água fria corrente durante


10’, depois colocar creme hidratante;
 2º Grau – arrefecer com água fria, não rebentar as
flictenas, não colocar cremes, fazer um penso com
compressas humedecidas;
 3º Grau – arrefecer com água fria, fazer penso com
compressas humedecidas.

Se a queimadura for nos olhos, lavar abundantemente com água do canto interno para o
externo, manter os olhos abertos, para evitar a aderência das pálpebras. Se for em zonas de
contacto colocar compressa húmida entre as zonas para evitar aderências.

Definição 8. FRACTURA
Fractura - Lesão óssea
consistindo numa solução de As fracturas podem ser:
continuidade completa ou
incompleta com ou sem
deslocamento dos  Fechadas, quando não há feridas;
fragmentos. Uma das  Abertas, quando há feridas;
principais complicações que  Expostas, quando se visualiza o osso.
podem surgir são as
hemorragias.
Sintomas:

 Dor, edema, deformação;


 Incapacidade de fazer movimentos;
 Por vezes encurtamento, crepitação óssea.

O que deve fazer:

 Não mobilizar antes de estar imobilizado;


 Não fazer redução da fractura;
 Se houver hemorragia controlar por compressão;
 Proteger os topos ósseos se estiverem expostos, assim como lavagem com soro
fisiológico;
 Imobilizar as articulações acima e abaixo do foco da fractura;
 Quando utilizar talas de madeira devem ser almofadadas.

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9. ENTORSE
Definição
Entorse - lesão da  Grau 1- entorse ligeira - Estiramento dos ligamentos (sem rotura), dor fraca, edema
articulação, em que há uma local;
distensão das fibras do tecido  Grau 2- entorse moderada - Rotura parcial dos ligamentos, dor intensa, edema difuso e
de suporte.
hematoma;
 Grau 3- entorse grave - Rotura ligamentar total, dor intensa, hematoma, instabilidade.

Imagem
Ilustração de uma entorse no
tornozelo.

O que deve fazer:

 Imobilizar a articulação, através de ligadura funcional;


 Colocar gelo na região afectada;
 Elevação da articulação afectada;
 Em função da gravidade da lesão solicitar o encaminhamento com o máximo de
brevidade.

10. TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO


Definição
Traumatismo Crânio As lesões ao nível do encéfalo, podem ter consequências neurológicas graves, podendo mesmo
Encefálico - É quando o causar a morte por destruição de zonas vitais.
crânio é sujeito a uma
pancada, que pode resultar Sintomas:
em lesão do encéfalo ou
apenas lesão dos ossos do
crânio, como uma fractura.  Cefaleias;
 Alterações da consciência;
 Alterações do equilíbrio;
 Sonolência;
 Alterações do comportamento;
 Náuseas ou vómitos;
 No caso de haver hemorragias internas, o sangue pode sair pelo nariz ou pelo ouvido;
 Saída de líquido cefalorraquidiano pelo nariz ou pelo ouvido;
 Diâmetro pupilar diferente (a pupila mais dilatada corresponde ao lado da lesão, pode
não ser o lado da pancada);
 Perda de sensibilidade ou paralisia do corpo do lado contrário à lesão encefálica.

O que deve fazer:

 Rigoroso exame geral da vítima;


 Se houver fractura, proteger a zona ligadura;
 Sendo frequente a presença de vómito, manter a via aérea permeável;
 Não dar nada a beber;

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 Prevenir o estado de choque;
 Colocar a vítima em P.L.S. se inconsciente;
 Vigiar as funções vitais.

11. EPILEPSIA

Definição
Esta descarga acontece subitamente e é em geral de curta duração (não costuma ultrapassar os
Epilepsia - doença que 15 minutos). O funcionamento cerebral é normal entre as crises.
resulta de uma perturbação A frequência com que aparecem as crises depende de doente para doente.
do funcionamento do
cérebro, devido a uma
As convulsões podem ser:
descarga anormal de um
determinado número de
neurónios cerebrais.  Parciais - normalmente provocadas por descargas focais. As características dependem
da localização do foco no cérebro e da sua propagação, ou não, a outros neurónios.

 Generalizadas – se as descargas eléctricas atingem todo o cérebro, desde o início.

As convulsões epilépticas só são consideradas emergências médicas se:

 A causa das convulsões é desconhecida, isto é, a pessoa não foi identificada como
portadora de epilepsia ou de outro distúrbio convulsivo;
 A pessoa é diabética, traumatizada ou gestante;
 A convulsão dura mais de 5 minutos, ou uma segunda convulsão começa depois da
primeira;
 A consciência não retorna;
 A convulsão ocorreu na água.

A seguinte imagem apresenta o folheto da Liga Portuguesa contra a Epilepsia que explica a
atitude certa perante uma crise convulsiva.

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Conclusões a tirar e ideias a reter
 Quando a vítima está em ESTADO DE CHOQUE devemos: A vítima deve ficar em
decúbito dorsal; Avaliar o estado de consciência, ventilação e circulação; Identificar a
causa que levou à situação de estado de choque, se for por hemorragia, tentar resolver
de imediato; Desapertar as roupas ao nível do pescoço, tronco e membros; Evitar
arrefecimento, colocar cobertores à volta da vítima; Elevar os membros inferiores;
Manter a vítima acordada, falando com ela;
 A Posição Lateral de Segurança deve ser utilizada em toda a pessoa inconsciente para
permitir uma melhor ventilação libertando as vias aéreas superiores.
 As hemorragias podem ser de três tipos: Externa – O sangue sai por uma lesão na pele;
Interna Visível – O sangue sai por um orifício natural do corpo; Interna Invisível – O
sangue fica retido no interior do corpo, acumulando-se nos órgãos ocos e noutras
cavidades.
 Em caso de desidratação ligeira – ingestão de água pode ser suficiente.
 Em caso de desidratação grave, terá de haver uma intervenção específica através de
administração endovenosa de soluções que contenham cloreto de sódio.
 Em caso de insolação devemos: Levar a vítima para um local arejado e com sombra;
Arrefecer gradualmente todo o corpo, começando pela cabeça; Dar a beber sumos
frescos, se a vítima está consciente; Sentar a vítima, se estiver consciente; Se
inconsciente, colocar em P.L.S.; Vigiar as funções vitais.
 Em caso de hipotermia devemos: Levar a vítima para um local quente e seco; Manter a
vítima seca, retirando as roupas molhadas e colocando novas; Aquecer a vítima
gradualmente com cobertores e botijas de água quente nas axilas e virilhas, não colocar
em contacto directo.
 Existem três graus de entorse: Grau 1- entorse ligeira - Estiramento dos ligamentos
(sem rotura), dor fraca, edema local; Grau 2- entorse moderada - Rotura parcial dos
ligamentos, dor intensa, edema difuso e hematoma; Grau 3- entorse grave - Rotura
ligamentar total, dor intensa, hematoma, instabilidade.
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Teste diagnóstico de conhecimentos – Regulamento do Ténis 1

Responda de que forma devemos proceder nos seguintes casos:


Jogador entra em estado de choque?
Jogador sofre uma insolação?
Jogador fez uma entorse?
Jogador sofre de desidratação?

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CAPÍTULO 6
ARBITRAGEM 1
Regras do Ténis

Regras do Circuito Sub-10

No final deste capitulo o treinador deve ser capaz de:


 O Treinador deve conhecer o regulamento da
modalidade.
 Conhecer e implementar as regras do circuito Sub-10.
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1. O CAMPO
O campo (court) deve ser um rectângulo de 23,77 m de comprimento por 8,23 m de largura
para encontros de singulares. Para encontros de pares o court deverá ter uma largura de 10,97 m.
O campo deverá ser dividido transversalmente a meio por uma rede suspensa através de uma corda
ou cabo metálico, a qual deve passar ou serem afixadas a dois postes com uma altura de 1,07 m. A
rede deverá estar esticada de maneira que não haja espaço entre os postes e a rede e deverá ter
Regra 1 uma malha suficientemente pequena para evitar que a bola passe através da rede. A altura da rede
O Campo de Ténis deverá ser de 0,914 m ao centro onde é presa ao solo por uma fita. Deverá haver uma fita no topo
da rede para cobrir a corda ou o cabo metálico. A fita deverá ser completamente branca.
 O diâmetro máximo da corda ou cabo metálico deverá ser de 0,8 cm;
 A largura máxima da fita central deverá ter 5 cm;
 A faixa ou fita de cobre a rede deve ter entre 5 cm e 6,35 cm de altura em cada lado.

Para encontros de pares, o centro dos postes de pares deverão estar em cada lado do campo a
0,914 m de fora da linha lateral de pares.
Para singulares, se uma rede de singulares for usada, os centros dos postes deverão estar colocados
a 0,914 m para fora do campo de singulares em cada lado. Se uma rede de pares for utilizada para
singulares, então a rede deverá ser sustentada por dois sticks de singulares com uma altura de 1,07
m, os centros desses sticks deverão ser colocados a 0,914 m para fora da linha lateral, em cada lado.
 Os postes não deverão ter mais que 15 cm de largura ou 15 cm de diâmetro;
 Os sticks de singulares não deverão ter mais de 7,5 cm em largura ou 7,5 cm de diâmetro;
 Os postes ou sticks de singulares não deverão ultrapassar o topo da rede em mais de 2,5
cm.

As linhas que delimitam o campo nos fundos e nas laterais são chamadas respectivamente linhas de
base e linhas laterais. As linhas de serviço deverão estar em cada lado da rede e paralelas a esta, a
uma distância de 6,40 m. Os espaços em cada lado da rede entre as linhas de serviço e as linhas
laterais são divididos em duas partes iguais chamadas áreas de serviço pela linha central de serviço.
Cada linha de base deverá ser dividida a meio por uma marca central, com 10 cm de comprimento,
desenhada no interior do court, paralela às linhas laterais.
 A linha central de serviço e a marca central de base deverão ter 5 cm;
 As outras linhas do campo deverão ter entre 2,5 cm e 5 cm de largura, excepto as linhas de
base que poderão ir até 10 cm de largura.

Todas as medições deverão ser feitas da parte de fora da linha e todas as linhas deverão ter a
mesma cor e contratando claramente com a cor do campo.
Não é permitido publicidade no campo, rede, fitas, faixas, postes ou sticks de singulares excepto o
previsto no ANEXO III.

2. ACESSÓRIOS PERMANENTES

Regra 2 Os acessórios permanentes incluem as vedações de fundo e laterais, bancadas e seus


Acessórios Permanentes ocupantes, todos os acessórios à volta e por cima do campo, árbitros, juízes de linha, juiz de rede e
apanha bolas, quando estejam em seus respectivos lugares.
Num encontro de singulares, jogado com rede de pares e com sticks de singulares, os postes e a
parte da rede fora do sticks de singulares são acessórios permanentes e não são considerados como
postes ou parte da rede.

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3. A BOLA

As bolas que estão aprovadas de acordo com as Regras de Ténis, deverão obedecer às
seguintes especificações no ANEXO I.
Regra 2
A International Tennis Federation decidirá se qualquer bola ou protótipo cumpre as especificações
A Bola
acima indicadas ou se é de outra forma aprovada ou não para jogar. Esta decisão pode ser tomada
Aplicação prática da regra
por iniciativa própria, ou por solicitações das partes com interesse na mesma, incluindo qualquer
jogador, fabricante de equipamento, Federações Nacionais ou os seus membros. Estas decisões e
solicitações serão de acordo com os “ Procedimentos de Revisão e Audiência” da International
Tennis Federation.
Os organizadores dos torneios deverão anunciar com antecedência:
 Número de bolas em jogo 2, 3, 4 ou 6.
 Qual a mudança de bolas no encontro, se houver.

As mudanças de bolas podem ser feitas da seguinte maneira:


 Depois de um número impar de jogos, neste caso, a primeira mudança de bolas deverá ser
feita dois jogos antes do que o resto das mudanças, para que o aquecimento faça parte do
desgaste das bolas. Para efeitos de mudanças de bola o Tie-break conta como um jogo. Não
poderá haver mudança de bolas no início do Tie-break. Neste caso a mudança de bolas que
seria para ser feita no início do Tie-break é adiada até ao início do segundo jogo da set
seguinte; ou
 No início de um Set, se uma bola se romper durante o jogo, o ponto deverá ser repetido.

Caso 1: Se uma bola no final de um ponto estiver sem pressão (chocha), deverá o ponto ser
repetido?
Decisão: Se a bola estiver sem pressão (chocha) e não estiver rota, o ponto não deverá ser
repetido.
Nota: Em torneios em que são aplicadas as regras de ténis, as bolas a serem usadas têm que estar
incluídas na lista oficial da ITF de bolas aprovadas divulgada pela Federação Internacional de Ténis.

4. A RAQUETA
Regra 4
A Raqueta As Raquetas que estão aprovadas para uso de acordo com as Regras de Ténis, deverão
Aplicação prática da regra.
obedecer às seguintes especificações no Anexo II.
A Federação Internacional de Ténis decidirá se qualquer raqueta ou protótipo cumpre as
especificações indicadas no Anexo II ou se é de outra forma aprovada, ou não, para jogar. Esta
decisão pode ser tomada por iniciativa própria ou se por solicitação de qualquer das partes com
interesse na mesma, incluindo qualquer jogador, fabricante de equipamento, Federações Nacionais
ou os seus membros. Essas decisões e solicitações serão de acordo com os “Procedimentos de
Revisão e Audiência” da International Tennis Federation.

Caso 1: Pode haver mais de um conjunto de cordas na superfície de batimento de uma raqueta?
Decisão: Não. A regra menciona claramente um conjunto e não conjuntos de cordas cruzadas.

Caso 2: Pode um modelo de encordoamento ser considerado genericamente uniforme e plano se as


cordas estão em mais de um plano (nível)?
Decisão: Não.

Caso 3: Pode o anti-vibrador ser colocado nas cordas da raqueta? Em caso de afirmativo, onde ele
pode ser colocado?
Regulamento do Ténis 1 - Manual do Curso de Treinadores de Ténis Grau 1 – FPT 94

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Decisão: Sim, mas este dispositivo só pode ser colocado fora das cordas cruzadas.

Caso 4: Durante uma jogada, um jogador parte acidentalmente as cordas da sua raqueta. Poderá
ele continuar a jogar com a raquete nessas condições?
Decisão: Sim. Excepto quando a proibição é especificada pelos organizadores do torneio.

Caso 5: É permitido a um jogador usar mais que uma raqueta em qualquer altura do jogo?
Decisão: Não.

Caso 6: Pode uma bateria que afecte as características de jogo ser incorporada à raquete?
Decisão: Não. Uma bateria é proibida pois é uma fonte de energia, como também energia solar ou
outros aparelhos similares.

5. PONTUAÇÃO NUM JOGO

 Jogo Normal
Regra 5
A Pontuação num jogo Um jogo normal é pontuado da seguinte maneira com a pontuação do servidor a ser chamada
primeiro:
 Sem ponto – “Zero”;
 1.º ponto – “15”;
 2.º ponto – “30”;
 3.º ponto – “40”;
 4.º ponto – “Jogo”.

Excepto, se ambos os jogadores/par tiverem ganho três pontos, a contagem é “iguais”. O ponto
seguinte ganho por um jogador/par dá a “vantagem” para esse jogador/par. Se o mesmo
jogador/par vence o ponto seguinte, o jogador/par ganha o jogo; se o opositor vence o ponto, a
contagem fica novamente “iguais”. Um jogador/par necessita de ganhar dois pontos consecutivos a
seguir ao “iguais” para ganhar o “Jogo”.

 Tie-break

Durante o Tie-break, os pontos são contados “Zero”, “1”, “2”, “3”, etc. O primeiro jogador/par a
ganhar 7 pontos vence o “jogo” e o “Set”, desde que esteja à frente do adversário/os por uma
margem de 2 pontos. Se necessário, o Tie-break deve continuar até esta margem ser atingida.
O jogador a quem cabia servir, deve ser o servidor para o primeiro ponto do jogo do Tie-break. Os
dois pontos seguintes deverão ser servidos pelo adversário (s) (em Pares, o jogador do par opositor
que é suposto calhar a vez de servir). Daí em diante, cada jogador/par deve servir alternadamente
por 2 pontos consecutivos até que o vencedor do Tie-break (em pares, a rotação de serviço deve-se
manter na mesma ordem como durante um Set).
O jogador /par que serviu primeiro no Tie-break deve ser recebedor no primeiro jogo do Set
seguinte. Os métodos alternativos de contagem, aprovados, podem ser encontrados no Anexo IV.

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6. PONTUAÇÃO NUM SET
Regra 6
A Pontuação num set Há dois métodos diferentes para pontuar num Set. Os dois principais são o “Set Longo (sem
Tie-break) ” e o “Tie-break”. Ambos os métodos podem ser usados desde que o método escolhido
para o torneio seja previamente anunciado. Se o “Tie-break” for o método a ser usado, também
tem que ser anunciado se o ultimo Set será jogado com “Tie-break” ou com “Set Longo (sem Tie-
break) ”.
 “Set Longo” - O primeiro Jogador/par que ganhar 6 jogos ganha esse “Set”, desde que
tenha uma margem de dois jogos em relação ao seu adversário(s). Se for necessário, um Set
deve ser prolongado até que esta margem seja atingida.
 “Tie-break” - O primeiro Jogador/par que ganhar 6 jogos ganha essa “Set”, desde que tenha
uma margem de dois jogos em relação ao seu adversário(s). Se a pontuação em jogos
atingir os 6 jogos iguais, um jogo de “Tie-break” deve ser jogado.
Os métodos adicionais de contagem alternativa aprovados podem ser encontrados na Anexo IV.

7. PONTUAÇÃO NUM ENCONTRO


Regra 7
A Pontuação num encontro Um encontro pode ser disputado à melhor de 3 Sets (o jogador ou par terá que ganhar 2
Sets para vencer o encontro) ou à melhor de 5 Sets (o jogador ou par terá que ganhar 3 Sets para
vencer o encontro).

Os métodos adicionais de contagem alternativa aprovados podem ser encontrados na Anexo IV.

8. SERVIDOR E RECEBEDOR

Regra 8 Os jogadores devem se posicionar em lados opostos da rede. O servidor é o jogador que
Servidor e Recebedor põe a bola em jogo para o primeiro ponto. O recebedor é o jogador que está preparado para
Aplicação prática da regra. receber a bola servida pelo servidor.

Caso 1: É permitido ao recebedor colocar-se fora das linhas que limitam o seu campo.
Decisão: Sim. O Recebedor poderá colocar-se em qualquer posição dentro ou fora das linhas no seu
lado da rede.

9. ESCOLHA DE LADOS E SERVIÇO

Regra A escolha de lados e o direito de ser servidor ou recebedor no primeiro jogo do encontro,
A escolha de lados e serviço. será decidido por sorteio antes do início do aquecimento. O jogador/par que ganhe o sorteio tem o
Aplicação prática da regra. direito de escolher:

 Ser servidor ou recebedor no primeiro jogo do encontro, neste caso o adversário(s) terá que
escolher o lado do campo para o primeiro jogo do encontro;
 Lado do campo para o primeiro jogo do encontro, neste caso o adversário(s) terá que
escolher ser servidor ou recebedor para o primeiro jogo do encontro;
 Pedir ao seu adversário(s) que escolha uma das opções acima mencionadas.

Caso 1: Ambos os jogadores/par têm o direito a uma nova escolha se o aquecimento for parado e
saírem do campo?
Decisão: Sim. O resultado do sorteio mantém-se, mas novas escolhas podem ser feitas por ambos
os jogadores/pares.
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10. MUDANÇA DE LADO

Regra 10 Os jogadores devem trocar de lado do campo no fim do primeiro jogo, terceiro e a cada
Mudança de lado. subsequente jogo impar de cada Set. Os jogadores também deverão mudar de lado do campo no
final de cada Set, a não ser que o total de números de jogos nesse Set seja par, neste caso que a
troca é feita no fim do primeiro jogo do Set seguinte.

Durante o jogo de Tie-break, os jogadores deverão trocar de lado depois de cada seis pontos.

11. BOLA EM JOGO


Regra 11
Bola em Jogo A menos que uma “falta” ou um “Let” sejam chamados, a bola está em jogo desde o
momento que o servidor bate a bola, e continua em jogo até o ponto estar decidido.

12. BOLA TOCA NA LINHA


Regra 12
Bola toca na linha Se uma bola toca na linha, é considerada como caindo dentro do campo delimitado por essa
linha.

13. BOLA TOCA UM ACESSÓRIO PERMANENTE

Regra 13 Se a bola em jogo toca um acessório permanente depois de ter batido dentro do campo, o
Bola toca num acessório jogador que a golpeou ganha o ponto. Se a bola em jogo toca um acessório permanente antes de
permanente ter batido no solo, o jogador que a golpeou perde o ponto.

14. ORDEM DE SERVIÇO

Regra 14
No final de cada jogo, o recebedor deve tornar-se servidor e o servidor passa a ser
Ordem de Serviço recebedor para o próximo jogo.
Em pares, o par que tem que servir no primeiro jogo de cada Set deve decidir qual o jogador que
serve para esse jogo. Igualmente, antes do inicio do segundo jogo, os seus adversários devem
decidir qual o jogador que serve nesse jogo. O parceiro do jogador que serviu no primeiro jogo deve
servir no terceiro jogo e o parceiro do jogador que serviu no segundo jogo deve servir no quarto
jogo. Esta rotação deverá manter-se até ao final do Set.

15. ORDEM DE RECEBER EM PARES

Em pares, o par que tem que receber no primeiro jogo de cada Set deve decidir qual o
Regra 15
Ordem de receber em pares
jogador que recebe no primeiro ponto desse jogo. Igualmente, antes do inicio do segundo jogo, os
Aplicação prática da regra. seus adversários devem decidir qual o jogador que recebe no primeiro ponto desse jogo. O jogador
que era o parceiro do recebedor no primeiro ponto do jogo, deverá receber no segundo ponto e
esta rotação deverá manter-se até ao final do jogo e do Set.

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Caso1: É permitido a um jogador de um par jogar sozinho contra os seus adversários?
Decisão: Não.

16. O SERVIÇO

Regra 16 Imediatamente antes de começar o movimento do serviço, o servidor deve posicionar-se


O Serviço com ambos os pés imóveis atrás da linha de base e entre as extensões imaginárias da marca central
Aplicação prática da regra. e da linha lateral.

O servidor deverá, então, projectar a bola com a mão para o ar, em qualquer direcção, e antes que
a ela toque o solo, golpeá-la com sua raquete. O movimento do serviço, deverá ser considerado
como completo no momento em que a raquete bate ou falha a bola. Um jogador que só tenha um
braço poderá utilizar a sua raquete para projectar a bola.

17. EXECUÇÃO DO SERVIÇO

Regra 17 Ao servir num jogo normal, o servidor deve posicionar-se, de modo alternado, atrás de cada
Execução do Serviço metade do campo, começando a servir todos os jogos a servir pelo seu lado direito.

Num jogo de Tie-break, o serviço deverá ser executado de modo alternado, atrás de cada metade
do campo, com o primeiro serviço a ser executado do lado direito do campo.

A bola servida deverá passar sobre a rede e atingir o solo dentro da área de serviço que esteja
diagonalmente oposta, antes do recebedor a devolver.

18. FALTA DE PÉ

Regra 18 O servidor durante a execução do serviço não deverá:


Falta de Pé  Mudar a sua posição andando ou correndo. Pequenos movimentos dos pés que não
Aplicação prática da regra. afectem materialmente a sua posição não deverão ser considerados como mudança de
posição;
 Tocar com qualquer um dos pés, na linha de base ou no campo;
 Tocar com qualquer dos pés na área fora da extensão das linhas laterais;
 Tocar com qualquer dos pés na extensão imaginária da marca central.

É falta de pé se o servidor violar esta regra.

Caso 1: Num encontro de singulares, pode o servidor executar o serviço entre a linha lateral de
singulares e a linha lateral de pares?
Decisão: Não.

Caso 2: É permitido ao servidor ter um ou ambos os pés acima do chão.


Decisão: Sim.

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19. FALTA NO SERVIÇO

É falta no serviço se:


Regra 19
 Se o servidor comete qualquer violação das Regras 16, 17 ou 18;
Falta no Serviço
 Se o servidor falhar na bola ao tentar golpeá-la;
Aplicação prática da regra.
 Se a bola servida tocar um acessório permanente (excepto a rede cinta ou fita) antes de
atingir o solo;
 A bola servida toca no servidor ou o seu parceiro, ou toca qualquer coisa que eles estiverem
a usar ou a transportar.

Caso 1: Depois de lançar a bola para o ar, na preparação do serviço, o servidor decide não golpeá-la
e em vez disso apanha-a. É isto, uma falta?
Decisão: Um jogador, quando lança a bola e depois decide não golpeá-la, pode apanhar a bola com
a mão ou raquete, ou deixar a bola cair.

Caso 2: Ao servir num encontro de singulares, jogada num campo de pares, com postes de pares e
sticks de singulares, a bola bate num stick de singulares e de seguida toca o solo dentro da área
correcta do serviço. É isto, uma falta?
Decisão: Sim.

20. SEGUNDO SERVIÇO

Regra 20
Se o primeiro serviço for falta, o servidor sem demora deverá servir outra vez, por detrás da
Segundo Serviço mesma metade do campo da qual ele serviu a falta, a menos que o serviço tenha sido executado da
metade errada.

21. QUANDO SERVIR E RECEBER

Regra 21
O servidor não deve servir até que o recebedor esteja preparado. Contudo, o recebedor
Quando Servir e Receber deve jogar para o “ritmo razoável” do servidor e deve estar preparado para receber dentro de
tempo razoável no momento que o servidor está preparado.

Um recebedor que tentar devolver o serviço, deverá ser considerado como se estivesse preparado.
Se é demonstrado que o recebedor não está preparado, não pode ser marcada uma falta no serviço.

22. “LET” DURANTE UM SERVIÇO

Regra 22
É um “Let” no serviço, se:
“LET” Durante um serviço  A bola servida tocar a rede, cinta ou fita e é de qualquer maneira boa ou, depois de tocar na
rede, cinta ou fita, toca no recebedor ou parceiro do recebedor, ou qualquer coisa que eles
vistam ou carreguem, antes de tocar o solo;
 Uma bola é servida quando o recebedor não está preparado.

No caso de um serviço “Let”, esse respectivo serviço não deve contar e o servidor deve servir
novamente, mas um “Let” não anula uma falta anterior.

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23. O “LET”

Regra 23 Em todos os casos quando um “Let” tem que ser ordenado, o ponto completo deverá ser
Quando Servir e Receber repetido, excepto quando um “Let” é chamado num segundo serviço.
Aplicação Prática da Regra
Caso 1: Enquanto a bola está em jogo, outra bola rola para dentro do campo. Um “Let” é chamado.
Previamente o servidor já tinha servido uma falta. O servidor tem agora direito ao primeiro ou
segundo serviço?
Decisão: Primeiro serviço. O ponto completo tem que ser repetido.

24. O JOGADOR PERDE O PONTO

O ponto é perdido se:


Regra 24
O Jogador Perde o Ponto
 O jogador serve duas faltas consecutivas;
Aplicação Prática da Regra  O jogador não golpear a bola em jogo antes desta bater duas vezes consecutivas no solo;
 O jogador devolver a bola em jogo de modo que ela atinja o solo, ou um objecto, fora das
linhas que delimitam o campo do seu adversário;
 O jogador devolver a bola em jogo de modo que, antes de atingir o solo bate num acessório
permanente;
 O jogador deliberadamente carrega ou a apanha a bola com sua raqueta ou
deliberadamente a toca com sua raqueta mais do que uma vez;
 O jogador ou sua raquete (na sua mão ou não) ou qualquer coisa que ele vista ou carregue,
tocar na rede, poste, “sticks” de singulares, cabo, fita ou faixa, ou o solo dentro do campo
do seu adversário, em qualquer momento enquanto a bola está em jogo;
 O jogador bate na bola antes que ela tenha passado a rede;
 A bola em jogo tocar no jogador ou em qualquer coisa que ele vista ou carregue, excepto
sua raqueta;
 Uma bola em jogo toca na raquete quando o jogador não está a agarra-la;
 O jogador deliberadamente e materialmente mude o formato de sua raquete durante o
ponto;
 Em pares, ambos os jogadores tocam na bola ao golpeá-la.

Caso 1: Depois do jogador servir um primeiro serviço, a raqueta do servidor escapa da sua mão e
toca a rede antes da bola tocar no solo. É uma falta ou o servidor perde o ponto?
Decisão: O servidor perde o ponto, porque a raqueta toca na rede enquanto a bola está em jogo.

Caso 2: Depois do jogador servir um primeiro serviço, a raquete voa da mão do servidor e toca a
rede após a bola tocar no solo fora do campo. É isto, uma falta, ou o jogador perde o ponto?
Decisão: É uma falta porque a bola estava fora do jogo, quando a raqueta tocou a rede.

Caso 3: Num encontro de pares, o parceiro do recebedor toca na rede antes da bola que tinha sido
servida tocar no solo fora da correcta área de serviço. Qual é a decisão correcta?
Decisão: O par recebedor perde o ponto porque o parceiro do recebedor toca na rede enquanto a
bola estava em jogo.

Caso 4: Um jogador perde o ponto se ultrapassar a linha imaginária da extensão da rede antes ou
depois de bater na bola?
Decisão: O jogador não perde o ponto em qualquer dos casos desde que não toque no campo do
adversário.

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Caso 5: Pode um jogador saltar por cima a rede para dentro do campo do adversário enquanto a
bola está em jogo?
Decisão: Não. Ele perde o ponto.

Caso 6: Um jogador atira a raqueta contra a bola que está em jogo. Ambas a raqueta e a bola caem
no outro lado da rede no campo do adversário e o adversário(s) é incapaz de alcançar a bola. Qual
dos jogadores ganha o ponto.
Decisão: O jogador que atirou a raqueta perde o ponto.

Caso 7: Uma bola que é servida bate no recebedor ou em pares no parceiro do recebedor antes que
toque no solo. Qual dos jogadores ganha o ponto?
Decisão: O servidor ganha o ponto, excepto se é um “Let” no serviço.

Caso 8: Um jogador posicionado fora do campo bate a bola ou apanha-a antes que ela bata no solo
e diz que ganha o ponto porque a bola ia certamente fora das linhas que delimitam o campo.
Decisão: O jogador perde o ponto, excepto se consegue devolver a bola para o campo do
adversário, neste caso o ponto continua.

25. BOA DEVOLUÇÃO

Regra 25 É uma boa devolução se:


Boa Devolução  A bola tocar a rede, poste, “sticks” de singulares, cabo, cinta ou fita, desde que ela passe
Aplicação Prática da Regra sobre qualquer um deles e de seguida atingir o solo dentro do campo do adversário;
excepto o previsto na Regra 2 e 24 (d);
 Depois da bola bater no solo dentro do campo apropriado, salta de volta sobre a rede
(ressalta) e o jogador de quem é a vez de golpear debruçar-se sobre a rede e joga a bola
para dentro do campo do adversário, desde que não transgrida a regra 24;
 Se a bola devolvida por fora dos postes, seja acima ou abaixo do nível do topo da rede,
mesmo que ela toque os postes, desde que ela atinja o solo dentro do campo do adversário;
excepto o previsto nas Regras 2 e 24 (d);
 A bola passa por baixo do cabo da rede entre os “sticks” de singulares e o poste da rede
adjacente sem tocar a rede, cabo da rede ou o poste da rede e cair dentro do campo do
adversário;
 A raqueta do jogador passa sobre a rede após ele ter devolvido a bola no seu lado do
campo, e de seguida a bola cai no campo correcto;
 O jogador bate uma bola em jogo, a qual atinge uma bola que esteja dentro do campo
correcto.

Caso 1: Um jogador devolve uma bola em jogo que depois toca num “Stick” de singulares e cai
dentro da área do campo do adversário. Isto é uma boa devolução?
Decisão: Sim. Contudo, se a bola é servida e bate no “stick” de singulares, o serviço é falta.

Caso 2: A bola em jogo atinge uma outra bola parada no campo correcto. Qual é a decisão correcta?
Decisão: O jogo continua. Mas se não é claro que a bola correcta do jogo foi devolvida, um “Let”
deve ser chamado.

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26. ESTORVO

Se um jogador é estorvado quando joga um ponto por um acto deliberado do seu


Regra 26
adversário(s), o jogador deverá ganhar o ponto.
Estorvo
Contudo, o ponto deverá ser repetido se um jogador é estorvado ao jogar o ponto, seja por um acto
Aplicação Prática da Regra
não intencional do seu adversário, ou por qualquer coisa fora do controle do jogador (Não incluindo
um acessório permanente).

Caso 1: Uma pancada dupla involuntária é estorvo?


Decisão: Não. Ver Regra 24 (e).

Caso 2: Um jogador diz que parou de jogar porque pensou que o seu adversário(s) estava sendo
obstruído. É isto um estorvo.
Decisão: Não, o jogador perde o ponto.

Caso 3:Uma bola em jogo bate num pássaro que voa sobre o campo. É isto, um estorvo?
Decisão: Sim, o ponto tem que ser repetido.

Caso 4: Durante um ponto, uma bola ou outro objecto caído no solo do campo do jogador desde o
início do ponto, estorva o jogador. É isto, um estorvo?
Decisão: Não.

Caso 5: Em pares, onde é permitido estar o parceiro do servidor e o parceiro do recebedor?


Decisão: O parceiro do servidor e o parceiro do recebedor podem tomar qualquer posição do seu
lado da rede dentro ou fora do campo. Conduto, se um jogador estiver a criar um estorvo ao seu
adversário (s) a regra do estorvo deverá ser aplicado.

27. CORRIGIR ERROS

Regra 27 Como princípio, quando um erro em relação às Regras de Ténis é descoberto, todos os
Corrigir Erros pontos previamente jogados mantêm-se. Estes erros quando descobertos deverão ser corrigidos da
seguinte maneira:
 Durante um jogo normal ou um jogo de Tie-break, se um jogador servir do lado errado do
campo, deverá ser corrigido imediatamente assim que o erro é descoberto e o servidor
deverá servir do lado correcto do campo de acordo com a pontuação. Uma falta que foi
servida logo antes do erro ter sido descoberto, deverá manter-se;
 Durante um jogo normal ou um jogo de Tie-break, se os jogadores estiverem nos lados
errados do campo, o erro deve ser corrigido assim que é detectado e o servidor deverá
servir do lado correcto do campo de acordo com a pontuação;
 Se um jogador servir fora de vez, num jogo normal, o jogador que originalmente era
suposto servir, deve servir assim que o erro é descoberto. Contudo, se um jogo tiver sido
completado antes da descoberta do erro, a ordem de serviço deve se manter como
alterada;
 Uma falta servida pelo adversário(s) antes do erro ser descoberto não deve ser mantida. Em
pares, se um dos jogadores da mesmo par servir fora de vez, a falta que foi cometida antes
de o erro ser descoberto deverá manter-se;
 Se um jogador servir fora de vez durante um jogo de Tie-break e o erro é descoberto depois
de um número de pontos pares terem sido jogados, o erro é corrigido imediatamente. Se o
erro é descoberto depois de um número impar de pontos terem sido jogados, a ordem de
serviço deverá manter-se como alterada;
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 Uma falta que foi servida pelo adversário (s) antes do erro ter sido descoberto não deverá
manter-se. Em pares, se um dos jogadores do mesmo par servir fora de vez, a falta que foi
cometida antes do erro ter sido descoberto deve manter-se;
 Em pares durante um jogo normal ou um jogo de Tie-break, se houver um erro na ordem de
receber, isto deve-se manter como alterado até ao final do jogo em que o erro foi
detectado. Para o próximo jogo em que forem recebedores nesse Set, os parceiros devem
retomar a ordem original de receber;
 Se em erro um jogo de Tie-break é iniciado aos 6 igual, quando previamente foi concordado
que o Set seria um Set longo (sem Tie-break), o erro deve ser corrigido imediatamente se
somente um ponto tenha sido jogado. Se o erro é descoberto depois do segundo ponto
estar em jogo, o Set continua a ser jogada como Set com Tie-break;
 Se em erro um jogo normal é iniciado aos 6 igual, quando previamente foi concordado que
a Set seria um Set com Tie-break, o erro deve ser corrigido imediatamente se somente um
ponto tenha sido jogado. Se o erro é descoberto depois do segundo ponto estar em jogo, a
Set continua a ser jogada como Set longo até a pontuação em jogos atingir os 8 igual ( ou
um numero par mais alto), nesse momento um jogo de Tie-break tem que ser jogado;
 Se em erro um “Set longo” ou “Tie-break” é iniciado, quando previamente estava
concordado que o último Set seria um “Set Tie-break” decisivo, o erro deverá ser corrigido
imediatamente se somente se tiver jogado um ponto. Se o erro for detectado depois do
segundo ponto em jogo, o Set continua até o jogador ou par ganhar três jogos ( e
consequentemente o Set) ou até a pontuação atingir 2 jogos iguais, assim um Tie-break
decisivo deverá ser jogado. Contudo, se um erro é detectado depois do quinto jogo ter
começado, então o Set continua como uma “Set Tie-break”. (Ver ANEXO IV);
 Se as bolas não são trocadas na sequência correcta, o erro deverá ser corrigido quando o
jogador/par que deveria servir com bolas novas servir na próxima vez. Dai em diante as
bolas devem ser trocadas de maneira a manter-se o numero de jogos originalmente
acordado para as trocas de bola. Bolas não deverão ser trocadas durante um jogo.

28. FUNÇÕES DOS JUIZES DE CAMPO

Regra 28 Para encontros onde árbitros e juiz de linha são designados, os seus deveres e funções
Funções dos Juízes de Campo podem ser encontrados na ANEXO V.

29. JOGO CONTÍNUO E PERÍODOS DE DESCANSO

Como principio, o jogo deve ser contínuo desde o início do encontro (quando o primeiro
Regra 29
Jogo Contínuo e Períodos de
serviço do encontro é posto em jogo) até ao término do encontro.
Descanso  Entre os pontos, é permitido um máximo de 20 segundos. Quando os jogadores trocam de
lado no final de um jogo, é permitido um máximo de 90 segundos. Contudo, depois do
primeiro jogo de cada Set e durante um jogo Tie-break, o jogo deverá ser contínuo e os
jogadores deverão trocar de lado sem descansar.
 No final de cada Set deverá haver uma pausa de 120 segundos.
 O tempo máximo permitido começa, desde, o momento em que a bola sai de jogo, no fim
do jogo, até o momento em que a bola é servida para o primeiro ponto do jogo seguinte.
 Os organizadores de circuitos profissionais podem pedir uma aprovação à ITF para alargar
os 90 segundos permitidos quando os jogadores trocam de lado no final de um jogo e os
120 segundos permitidos para a pausa de Set.
 Se, por razões fora do controle do jogador, roupa, sapatos ou equipamento necessário
(excluindo a raqueta) é estragada ou necessita de ser substituída, pode ser dado ao jogador

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um tempo extra razoável para rectificar o problema.
 Não deverá ser autorizado tempo extra razoável para um jogador recuperar a sua condição
física. Contudo, um jogador que sofre de um problema médico tratável pode ser autorizado
um tempo médico de 3 minutos para tratamento desse problema. Um número limitado de
idas ao WC/mudança de equipamento pode ser autorizado, se isto for previamente
anunciado antes do torneio.
 Os organizadores de torneio poderão permitir um período de descanso no máximo de 10
minutos, anunciando-o antes do início do torneio. Este descanso pode ser usufruído após o
3.º Set num encontro à melhor de 5 Sets ou após o 2.º Set num encontro à melhor de 3
Sets.
 O tempo máximo de aquecimento deverá ser de 5 minutos, excepto se a organização do
torneio decidir em contrário.

30. INSTRUÇÕES

Instruções (coaching), é considerado todo o tipo de comunicação, conselho ou instrução,


Regra 30
Instruções
audível ou visível, com um jogador.
Aplicações práticas da regra Em encontros por equipas onde um capitão de equipa estiver sentado no campo, o capitão de
equipa pode dar instruções ao jogador(s) durante a pausa de Set ou quando os jogadores trocam de
lado na mudança de campo no final de um jogo, mas nunca quando os jogadores trocam de lado no
final do primeiro jogo de cada Set e durante o jogo Tie-break.
Em todos os outros encontros, instruções não são permitidas.

Caso 1: É permitido a um jogador receber instruções, se as instruções forem dadas discretamente


através de sinais.
Decisão: Não.

Caso 2: È permitido a um jogador receber instruções quando o encontro estiver suspenso?


Decisão: Sim.

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ANEXO 1

A BOLA

Anexo 1  A bola deverá ter uma superfície exterior uniforme consistindo numa cobertura felpuda e
Aplicação Prática da Regra A deverá ser branca e amarela. Caso tenham costuras deverão ser sem pespontos.
Bola  Existe mais de um tipo de bola. As bolas deverão estar de acordo com os valores de peso,
tamanho, ressalto, deformação constantes da tabela de características das bolas aprovadas
pela International Tennis Federation.
 Todos os testes de ressaltos, tamanho e deformação serão feitos de acordo com os
regulamentos existentes.

Caso 1: Que tipo de bola deve ser usado em que tipo de superfície de court?
Decisão: 3 diferentes tipos de bolas são aprovados para jogar de acordo com as regras de Ténis,
contudo:
 Tipo de Bola 1 (velocidade elevada) é destinado a courts com superfície lenta.
 Tipo de Bola 2 (velocidade média) é destinado a courts com superfície média ou rápida.
 Tipo de Bola 3 (velocidade reduzida) é destinado a courts com superfície rápida.

ANEXO II

A RAQUETA

 A superfície de batimento, definida como a área principal do encordoamento delimitada


Anexo 2
pelos pontos de entrada das cordas no aro raqueta ou pontos de contacto das cordas com o
Aplicação Prática da Regra A
Raqueta
aro da raqueta, deverá ser plana e consistir num conjunto de cordas cruzadas ligadas ao aro
da raqueta e alternadamente entrelaçadas ou ligadas onde se cruzam. O encordoamento
tem que ser na generalidade uniforme e em particular não ser mais denso no centro que
em qualquer outra área. A raqueta será desenhada e encordoada para que as suas
características sejam idênticas em ambas as faces. A raqueta deverá estar livre de objectos
de protuberâncias e outros acessórios com excepção dos utilizados única e exclusivamente
para limitar ou prevenir deterioração ou vibração ou no caso do aro da raquete para
distribuir o peso. Estes objectos protuberâncias e acessórios devem ser razoáveis em
tamanho e localização.
 O aro da raqueta não deverá exceder 73,7cm em comprimento total incluindo o cabo. O aro
da raqueta não deverá exceder 31,7cm em largura total. A superfície de batimento não
deverá exceder 39,4cm em comprimento total e 29,2cm em largura total.
 O aro incluindo o cabo e as cordas deverão estar livres de qualquer dispositivo que torne
possível alterar materialmente a forma da raqueta ou alterar a distribuição de peso na
direcção longitudinal da raquete o qual alteraria o momento de inércia do movimento de
rotação, ou alterar deliberadamente e fisicamente características alterar, afectar a
performance da raquete durante o ponto. Nenhuma fonte de energia que de alguma forma
altere ou afecte as características de jogo de uma raquete pode estar na raqueta ou afixada
a esta.

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ANEXO III

PUBLICIDADE

Anexo 3
 Publicidade na rede é permitida desde que esteja localizada na parte da rede dentro dos
Aplicação Prática da Regra da 0,914m contados a partir do centro dos postes e seja produzida de maneira a não interferir
Publicidade com a visão dos jogadores ou com as condições do jogo.
 Publicidade ou outros materiais promocionais localizados nos topos ou lados do court serão
permitidos desde que não interfiram com a visão dos jogadores ou com as condições do
jogo.
 Publicidade ou outros materiais promocionais localizados na superfície do court fora das
linhas é permitida desde que não interfiram com a visão dos jogadores ou com as condições
do jogo.
 Apesar dos pontos 1,2,3 qualquer publicidade ou material promocional localizado na rede,
nos topos, nas laterais, ou na superfície do court fora das linhas não pode conter branco ou
amarelo ou outras cores claras que interfiram com a visão dos jogadores ou com as
condições do jogo.
 Publicidade ou outros materiais promocionais não são permitidos na superfície do court
dentro das linhas deste.

ANEXO IV

Anexo 4 SISTEMAS ALTERNATIVOS DE CONTAGEM NO JOGO


Sistemas Alternativos de
contagem de jogo e sua Método de contagem sem vantagens (No-Ad)
aplicação prática
Este método alternativo de contagem pode ser usado.

No método de contagem sem vantagens a pontuação é contada da seguinte forma, sendo a


pontuação do servidor chamada primeiro:

 Sem ponto – “Zero”;


 1.º Ponto – “15”;
 2.º Ponto – “30”;
 3.º Ponto – “40”;
 4.º Ponto – “Jogo”.

Se ambos os jogadores ou pares tiverem ganho 3 pontos cada a pontuação é “iguais” e será jogado
um ponto decisivo. O recebedor(es) escolherá a metade onde receberá o serviço, do lado direito ou
do lado esquerdo do court. Em pares os jogadores da equipa recebedora não poderão mudar a sua
posição de receber neste ponto decisivo. O jogador/par que ganhar este ponto decisivo ganha o
“Jogo” .

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CONTAGEM NO SET

 SETS CURTOS
O primeiro jogador/par que ganhar 4 jogos ganha o Set, desde que exista uma diferença de 2 jogos
relativamente ao(s) adversário(s). Se a pontuação atingir 4 jogos iguais deverá ser jogado um “Tie-
break”.

 JOGO DE TIE-BREAK DECISIVO (7 PONTOS)


Quando a pontuação num encontro está 1 Set igual, ou 2 Sets iguais num encontro à melhor de 5
Sets, um Tie-break será jogado para decidir o encontro. Este Tie-break substitui o último e decisivo
Set.
O jogador/par que primeiro ganhar 7 pontos será o vencedor do jogo de Tie-break decisivo e do
encontro, desde que exista uma diferença de 2 pontos relativamente ao(s) adversário(os).

 SUPER TIE-BREAK (10 PONTOS)


Quando a pontuação num encontro está 1 Set igual, ou 2 Sets iguais num encontro à melhor de 5
Sets, um “Super Tie-break” será jogado para decidir o encontro. Este “Super Tie-break” substitui o
último e decisivo Set.
O jogador/par que primeiro ganhar 10 pontos será o vencedor do “Super Tie-break” decisivo e do
encontro, desde que exista uma diferença de 2 pontos relativamente ao(s) adversário(os).

Nota: Quando é usado o Jogo de Tie-break decisivo ou o “Super Tie-break” para substituir o último
Set:
 A ordem original do serviço mantém-se (regras 5 e 14);
 Em pares, a ordem de servir e receber da equipa pode ser alterada desde que seja no início
de cada Set (regras 14 e 15);
 Antes do início do Jogo de “Tie-break” decisivo ou do Super “Tie-break” deverá ser
concedido uma pausa de Set de 120 segundos;
 As bolas não devem ser trocadas antes do início do Jogo de Tie-break decisivo ou do “Super
Tie-break”, mesmo que esse fosse o momento da troca de bolas.

ANEXO V

FUNÇÕES DOS MEMBROS DA EQUIPA DE ARBITRAGEM

Anexo 5 O juiz árbitro é soberano relativamente a todas as questões de direito e a sua decisão é
Funções dos membros da final.
equipa de arbitragem. Em encontros onde está designado um árbitro de cadeira, este é a autoridade final em todas as
Aplicação de casos práticos questões de facto durante o encontro.
Os jogadores têm o direito a chamarem o juiz árbitro ao court se estiverem em desacordo com a
interpretação das regras de ténis feita pelo árbitro de cadeira.
Em encontros onde são designados juízes de linha e juízes de rede, estes fazem todas as chamadas
(inclusive a chamada da falta de pé) relativas a essas linhas ou rede. O árbitro de cadeira tem o
direito de corrigir um juiz de linha ou um juiz de rede se estiver certo que um erro claro foi
cometido. O árbitro é o responsável por todas as chamadas de todas as linhas (inclusive a falta de
pé) ou rede quando não estão designados juízes de linha ou juízes de rede.
Um juiz de linha que não possa fazer uma chamada deverá assinalá-lo imediatamente ao árbitro de
cadeira que deverá tomar a decisão. Se o juiz de linha não puder fazer uma chamada ou se não
houver juiz de linha, e o árbitro de cadeira não puder tomar uma decisão numa questão de facto, o
ponto deve ser repetido.

Regulamento do Ténis 1 - Manual do Curso de Treinadores de Ténis Grau 1 – FPT 107

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Num evento de equipas onde o juiz árbitro está sentado no court, este é também a última
autoridade em questões de facto.
O encontro pode ser parado ou interrompido em qualquer altura que o árbitro decida que é
necessário ou apropriado. O juiz árbitro também pode parar ou suspender o encontro em caso de
escuridão, condições climatéricas ou más condições do court. Quando o encontro é suspenso por
escuridão, isto deve ser feito no final do Set ou após um número par de jogos ter sido jogado no Set
em disputa. Após a suspensão do encontro, a pontuação e posição dos jogadores no court mantêm-
se quando o encontro recomeça.
O árbitro ou o juiz árbitro deverá decidir de acordo com as regras do jogo contínuo e instruções, de
acordo com o Código de Conduta aprovado e em vigência.

Caso 1: O árbitro de cadeira concede o 1.º serviço ao servidor após uma correcção, mas o recebedor
argumenta que deveria ser 2.º serviço uma vez que o servidor já tinha feito uma falta. Deverá o juiz
árbitro ser chamado ao court para tomar uma decisão?
Decisão: Sim. O árbitro toma a 1.ª decisão sobre uma questão de direito (age de acordo com a
aplicação aos factos específicos). No entanto, se o jogador apelar relativamente à decisão do árbitro
de cadeira então o juiz árbitro deverá ser chamado para tomar a decisão final.

Caso 2: A bola foi chamada fora, mas o jogador reclama que a bola foi boa. Poderá o juiz árbitro ser
chamado ao court para tomar uma decisão?
Decisão: Não. O árbitro de cadeira é a autoridade final em questões de facto (age de acordo com o
que na realidade aconteceu durante o incidente especifico).

Caso 3: Um árbitro de cadeira poderá corrigir um juiz de linha no final do ponto se na sua opinião
tiver sido cometido um erro claro durante o ponto?
Decisão: Não. O árbitro de cadeira só pode corrigir o juiz de linha imediatamente após o erro claro
ter sido cometido.

Caso 4: Um juiz de linha chama a bola fora e depois o jogador reclama que a bola foi boa. Pode o
árbitro de cadeira corrigir o juiz de linha?
Decisão: Não. O árbitro de cadeira nunca poderá corrigir por apelo de um jogador.

Caso 5: Um juiz de linha chama a bola fora. O árbitro de cadeira não consegue ver claramente, mas
pensa que a bola foi dentro. Pode o árbitro de cadeira corrigir o juiz de linha?
Decisão: Não. O árbitro só pode corrigir quando tem a certeza que o juiz de linha cometeu um erro
claro.

Caso 6: Poderá um juiz de linha alterar a sua chamada depois de o árbitro de cadeira ter anunciado
o resultado?
Decisão: Sim. Se um juiz de linha se aperceber que cometeu um erro, a correcção deverá ser feita o
mais cedo possível desde que não resulte do protesto de um jogador.

Caso 7: Se um árbitro de cadeira ou juiz de linha chamar a bola fora e depois corrigir a chamada
para boa, qual é a decisão correcta?
Decisão: O árbitro de cadeira tem de decidir se a chamada original “fora” foi um estorvo para algum
dos jogadores. Se tiver sido um estorvo o ponto será repetido. Se não tiver sido um estorvo o
jogador que bateu a bola ganha o ponto.

Caso 8: A bola salta de volta sobre a rede e o jogador correctamente chega sobre a rede para tentar
jogar a bola. O adversário estorva o jogador. Qual é a decisão correcta?
Decisão: O árbitro de cadeira tem de decidir se o estorvo foi deliberado ou não intencional e
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conceder o ponto ao jogador estorvado ou ordenar a repetição do ponto.

PROCEDIMENTOS DE INSPECÇÃO DE MARCAS

 A inspecção de marcas só pode ser feita em courts de terra batida.


 Uma inspecção de marca requerida por um jogador/par será concedida apenas se o
árbitro de cadeira não conseguir determinar com certeza a partir da sua cadeira, quer
quando se trata de um ponto ganhador, quer quando um jogador/par pára de jogar
durante o ponto (a devolução é permitida mas depois o jogador tem de parar
imediatamente).
 Quando um árbitro de cadeira decidiu realizar uma inspecção de marca, deverá descer da
cadeira e fazer ele próprio a inspecção. Se não souber onde está a marca, poderá pedir a
ajuda ao juiz de linha relativamente à localização da marca, mas depois o árbitro deverá
analisá-la.
 A chamada original ou a correcção permanecerão sempre que o juiz de linha e o árbitro
de cadeira não conseguirem determinar a localização da marca ou esta não for legível.
 A partir do momento que o árbitro de cadeira tem identificado e decidido relativamente a
uma marca esta decisão é final e inapelável.
 Num court de terra batida o árbitro de cadeira não deverá ser demasiado rápido a
anunciar o resultado a não ser que esteja absolutamente certo da chamada. Em caso de
dúvida, espera antes de chamar o resultado para determinar se é necessário proceder à
inspecção da marca.
 Em pares o jogador que apela tem de fazer o seu apelo de forma que ambos parem ou o
árbitro de cadeira pare a jogada. Se um apelo é feito para o árbitro de cadeira então este
tem de determinar se foi seguido o procedimento correcto para fazer esse apelo. Se não
foi correcto, ou foi tardio, então o árbitro de cadeira pode determinar que a equipa
adversária foi deliberadamente estorvada.
 Se um jogador apagar a marca antes do árbitro de cadeira tomar uma decisão final,
concede a chamada.
 Um jogador não pode atravessar a rede para analisar uma marca sem ser penalizado por
“conduta anti-desportiva” prevista no Código de Conduta.

PROCEDIMENTOS PARA REVISÃO ELECTRÓNICA

 Em todos os torneios em que o sistema de revisão electrónica é usado deverão ser seguidos
os seguintes procedimentos em todos os jogos em courts em que este sistema é usado:

 Um pedido para uma revisão electrónica de uma chamada ou correcção por um jogador/par
será apenas permitido ou num ponto ganhador ou quando o jogador/par pára a jogada (a
devolução é permitida mas depois o jogador tem que parar imediatamente).
 O árbitro de cadeira deverá decidir usar a revisão electrónica quando há dúvidas
relativamente à validade da chamada ou correcção. Contudo o árbitro de cadeira pode
recusar a revisão electrónica se entender que o jogador está a fazer um pedido que não é
razoável ou que este foi feito fora do tempo razoável.
 Em pares o jogador que apela tem de fazer o seu apelo de forma que ambos parem ou o
árbitro de cadeira pare a jogada. Se um apelo é feito para o árbitro de cadeira então este
tem de determinar se foi seguido o procedimento correcto para fazer esse apelo. Se não foi
correcto, ou foi tardio, então o árbitro de cadeira pode determinar que a equipa adversária
foi deliberadamente estorvada.

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 A chamada original ou correcção permanecerão sempre se a revisão electrónica não estiver
disponível, por qualquer razão para decidir naquela chamada ou correcção.
 A decisão final do árbitro de cadeira será com sequência da revisão electrónica e não é
apelável. Se for requerida pelo sistema uma escolha manual sobre a marca a analisar, um
árbitro aprovado pelo juiz árbitro deverá decidir qual a marca a ser revista.

ANEXO VI

Anexo 6
ESQUEMA DO COURT
Esquema do Court
Sugestão para marcação do SUGESTÕES PARA MARCAR UM COURT
court
DESENHO

O seguinte procedimento é para o habitual court de singulares e pares.


Primeiro escolha a posição da rede, uma linha direita com 12,8m de comprimento. Marque o centro
e, medindo a partir daí em cada direcção marque:
A 4,11m os pontos a, b, onde a rede cruza as linhas laterais interiores.
A 5,03m as posições dos sticks de singulares.
A 5,48m os pontos A, B onde a rede cruza as linhas laterais exteriores.
A 6,4m as posições dos postes da rede (N, N), nas extremidades da linha original com 12,8m.
Insira cavilhas em A e B e fixe a estas as respectivas partes finais de duas fitas métricas. Numa, a
qual medirá a diagonal de meio court considere a medida de 16,18m e na outra para medir a linha
lateral considere o comprimento de 11,89m. Estas medidas encontrar-se-ão no ponto C, que é um
dos cantos do court. Aplique o mesmo procedimento para determinar o outro canto do court, D.
Para verificar esta operação é aconselhável verificar o comprimento da linha CD a qual, sendo a
linha de base deverá ter 10,97m; e ao mesmo tempo o seu centro J pode ser marcado assim como o
exterior das linhas laterais interiores (c, d), a 1,37m a partir dos pontos C e D.
A linha central e a linha de serviço serão agora marcadas através dos pontos F, H, G, os quais são
medidos 6,4m a partir da rede através das linhas bc, XJ, ad, respectivamente.
Procedimento idêntico deverá ser seguido do outro lado da rede para completar o court.
Se desejarmos um court apenas para singulares não são necessárias linhas para além dos pontos a,
b, c, d, mas o court pode ser medido como indicado acima. Alternativamente, os cantos da linha de
base (c, d), podem ser encontrados se desejar, fixando as duas fitas métricas nos pontos a e b em
vez de A e B, e usando os comprimentos de 14,46m e 11,89m. Os “sticks” da rede estarão nos
pontos n, n, e uma rede de singulares com 10m deverá ser usada.
Quando é usado um court de singulares e pares, com rede de pares para um encontro de singulares,
a rede deverá estar apoiada nos pontos n, n, à altura de 1,07m através de dois “sticks” de
singulares, que não deverá ter mais de 7,5 cm de largura ou diâmetro. O centro dos “sticks” de
singulares deverá estar a 0,914m a partir do exterior das linhas laterais de singulares.
Para ajudar a localizar os “sticks” de singulares é desejável que os pontos n, n sejam ambos
evidenciados com um ponto branco quando o court é marcado.
Nota:
Como guia para competições internacionais, a distância mínima recomendada entre as linhas de
base e os topos deverá ser de 6,4m e entre as linhas laterais e a vedação lateral a distância mínima
recomendada é de 3,66m.
Como guia para ténis amador, a distância mínima recomendada entre as linhas de base e os topos
deverá ser de 5,48m e entre as linhas laterais e a vedação lateral a distância mínima recomendada é
de 3,05m.
Como guia, a altura mínima recomendada para tecto deverá ser 9,14m.

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Regulamento do Circuito Sub 10 - Circuito Smashtour 2012

1 - O Circuito será disputado em três fases, com um mínimo de 19 provas – Mínimo de 1 e máximo de 4 por
Associação Regional (Algarve, Lisboa e Porto podem organizar até 6 provas) + 5 Master’s Inter-regionais + 1
Ponto 1 Master’s Nacional, de modo a promover a competição em todo o país nos escalões de Sub 10, com regras e
Organização e estruturação condições que possam adaptar a competição às capacidades desta faixa etária.
do circuito.

a- 1ª Fase – Circuito Inter-Regional (1 de Jan. a 30 de Set.) – Máximo de 4 provas por cada Associação
(Algarve, Lisboa e Porto podem organizar até 6 provas).
b - 2ª Fase – Master’s Inter-Regional (De 1 Out. a 15 de Nov.). São apurados os 4, semi-finalistas (4M + 4F)
de cada etapa (APENAS ESCALÃO VERDE). Os coordenadores de Zona dispõem de Wild-Cards para acesso
ao Masters Inter-Regional.
c - 3ª Fase – Master’s Nacional (Dezembro) São apurados os 3 primeiros classificados de cada Master’s
Inter-Regional das zonas Norte, Centro e Sul e os vencedores das zonas Açores e Madeira, a realizar
durante o MASTER’s CIMA (APENAS ESCALÃO VERDE). Os coordenadores do PNDT dispõem de 5 WC para
a prova Masculina e 5 WC para a prova Feminina para acesso ao Masters Nacional para quem tenha
participado em pelo menos uma prova da 1ª ou 2ª fase.

2 - A organização das provas Inter-Regionais será atribuída aos Clubes / Associações e será supervisionada “in
loco” pelos Coordenadores de Zona do PNDT. Nos escalões laranja e vermelho a supervisão poderá ser feita
Ponto 2
por coordenadores de circuitos regionais.
Organização das provas inter-
a - 1 ou 2 dias de competição (dependendo do nº de campos e inscritos)
regionais
b - Mínimo de 4 campos disponíveis

3 - Este Circuito é promovido pela Federação Portuguesa de Ténis


Ponto 3
a - A FPT controlará a calendarização das provas através dos coordenadores de zona do PNDT.
Entidade Organizadora b - Os Coordenadores de Zona do PNDT estarão presentes para colaborar na organização e avaliar o nível
dos jogadores e organização.
c- A FPT disponibilizará as bolas para a competição através do patrocinador oficial do Circuito (apenas às
provas homologadas – calendário disponível na página da FPT em Ténnis10’s / Smashtour).

4 - As provas são abertas a todos os atletas federados (na zona de jurisdição) que completem até 10 anos no dia
Ponto 4 31 de Dezembro do ano em curso.
Jogadores participantes

5 - A entidade organizadora terá a responsabilidade de:


Ponto 5 a - Nomear um responsável que terá de ser credenciado pela Federação Portuguesa de Ténis como
Responsabilidade da treinador ou juiz-árbitro
entidade organizadora b- Promover um ambiente competitivo adequado à idade dos participantes
c- Nomear 1 Supervisor por cada campo (o supervisor deverá auxiliar os atletas nas tarefas de arbitragem
do seu encontro).
d - Permitir apenas a entrada no recinto de jogo de atletas e supervisores de campo.

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6 - Os atletas devem:
Ponto 6 a - Desempenhar tarefas de arbitragem.
Deveres dos Jogadores b - Respeitar adversários e árbitros
c - Dar o resultado no final do encontro
d - Devolver as bolas de jogo

7 - Circuito destinado a jogadores com menos de 10 anos.

Ponto 7
Organização dos escalões do a - Escalão VERDE (Completam até 10 anos a 31 de Dezembro do ano em curso)
circuito  Nascidos em 2002, 2003, 2004

b - Escalão LARANJA (Completam até 9 anos a 31 de Dezembro do ano em curso)


 Nascidos em 2003, 2004, 2005
 Os jogadores de 9 anos de idade que vençam 2 etapas no escalão laranja terão
obrigatoriamente de transitar para o escalão seguinte.

c - Escalão VERMELHO (Completam até 7 anos a 31 de Dezembro do ano em curso)


 Nascidos em 2005, 2006, 2007
 Os jogadores de 7 anos de idade que vençam 2 etapas no escalão vermelho terão
obrigatoriamente de transitar para o escalão seguinte.

REGRAS DA COMPETIÇÃO CIRCUITO SMASHTOUR VERMELHO

Regras para o Escalão a - Dimensão dos campos: 11 a 12 m X 5 a 6 m


Vermelho
b - Redes de mini-tenis

c - Obrigatória a utilização de BOLAS STAGE 3 (vermelho).

d - O valor máximo da inscrição: 12 €.

e - Competição desenrola-se em sistema combinado; 1ª e 2ª ronda em sistema de


grupos (Poules) seguido de eliminação directa. Os jogadores jogam todos contra todos dentro de cada
grupo. Ficarão apurados o 1º e 2º atletas de cada grupo passando para os grupos da competição principal.
Os dois últimos de cada grupo passarão para os grupos de trás e participam na competição de consolação.
A competição continua após as 2 rondas de grupos (Quadro no sentido principal e sentido consolação)
seguidas de quadros de eliminação directa em ambos os sentidos.

f - Na sua constituição, os grupos serão formados por jogadores de ambos os géneros.

g - Os encontros podem ser disputados com ponto de ouro (sistema NO-AD) ou vantagens nos formatos
abaixo descritos, dependendo do nº de inscritos ou disponibilidade de courts;

 À melhor de 3 tiebreaks (até aos 7 pontos) aconselhado

 À melhor de 1 super-tiebreak (até aos 10 pontos)

Regulamento do Ténis 1 - Manual do Curso de Treinadores de Ténis Grau 1 – FPT 112

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 Jogos de pontos seguidos com tempo limitado

h - No início do jogo é sorteado quem começa a servir.

i- O serviço é efectuado apenas para o outro lado da rede.

j- É repetido o serviço quando existe Net.

k - Serão aplicadas as regras oficias da modalidade, para os casos não mencionados.

l- As dúvidas e os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pelo técnico responsável pela
actividade pertencente ao clube.

m - Obrigatório, prémios de presença. Medalhas ou troféus para os 4 primeiros classificados do quadro


principal.

Em caso de Chuva:

Poder-se-á jogar após a 1ª fase de grupos, de forma eliminatória.

REGRAS DA COMPETIÇÃO CIRCUITO SMASHTOUR LARANJA

Regras para o Escalão a - Dimensão dos campos: 18m X 6,5 a 8,23m


Laranja
(dimensão aconselhada pela ITF – 18m x 6,5)

b - Rede rebaixada (Máximo, 80 cm ao centro)

c - Obrigatória a utilização de BOLAS STAGE 2 (laranja).

d - O valor máximo da inscrição: 12 €.

e - Competição desenrola-se em sistema combinado; 1ª e 2ª ronda em sistema de grupos (Poules) seguido de


eliminação directa. Os jogadores jogam todos contra todos dentro de cada grupo. Ficarão apurados o 1º e
2º atletas de cada grupo passando para os grupos da competição principal. Os dois últimos de cada grupo
passarão para os grupos de trás e participam na competição de consolação. A competição continua após
as 2 rondas de grupos (Quadro no sentido principal e sentido consolação) seguidas de quadros de
eliminação directa em ambos os sentidos.

f - Na sua constituição, os grupos serão formados por jogadores de ambos os géneros. Ficará em aberto a
possibilidade da organização realizar 2 provas (masculino e feminino) caso ambos os géneros tenham pelo
menos 8 elementos.

g - Os encontros podem ser disputados com ponto de ouro (sistema NO-AD) ou vantagens nos formatos
abaixo descritos, dependendo do nº de inscritos ou disponibilidade de courts;

 Á melhor de 1 short set (tiebreak aos 4/4).

 3 tiebreaks (até aos 7 pontos).

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Excepcionalmente, apenas 1 super-tiebreak no caso de muitos inscritos ou poucos campos.

h - Cada jogador terá direito a 2 serviços, o primeiro por cima obrigatoriamente.

i- Serão aplicadas as regras oficiais da modalidade, para os casos não mencionados.

j- As dúvidas e os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pelo técnico responsável pela
actividade pertencente ao clube.

k - Obrigatório, prémios de presença. Medalhas ou troféus para os 4 primeiros classificados.

Em caso de Chuva:

Poder-se-á jogar à melhor de 1 tiebreak

Poder-se-á jogar após a 1ª fase de grupos, de forma eliminatória.

REGRAS DA COMPETIÇÃO DO SMASHTOUR VERDE


Regras para o Escalão Verde a - Dimensão dos campos: Campo inteiro

b - Obrigatória a utilização de BOLAS STAGE 1 (verdes).

c - Competição em sistema combinado

 1ª Fase - Grupos

 2ª Fase - Eliminação directa

d - Os encontros podem ser disputados com ponto de ouro (sistema NO-AD) ou vantagens nos formatos
abaixo descritos, dependendo do nº de inscritos ou disponibilidade de courts;

 Á melhor de 3 short sets (tiebreak aos 4/4 e super tiebreak na 3ª partida). (aconselhado)

 Á melhor de 1 short set (tiebreak aos 4/4).

e - Obrigatória a realização da prova de pares, masculinos, femininos ou mistos, aberta a todos os


participantes.

f - A competição engloba ambos os géneros (rapazes e raparigas na mesma competição de singulares apenas
se num dos géneros houver menos de 4 participantes)

g - O valor máximo da inscrição: 12 €.

h - Obrigatório, prémios de presença e medalhas ou troféus para os 4 primeiros classificados de singulares e


aos finalistas de pares.
Em caso de Chuva:

Poder-se-á encurtar os encontros; à melhor de 3 tiebreaks (até aos 7 pontos)

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Conclusões a tirar e ideias a reter
 Os acessórios permanentes incluem as vedações de fundo e laterais, bancadas e seus
ocupantes, todos os acessórios à volta e por cima do campo, árbitros, juízes de linha, juiz de
rede e apanha bolas, quando estejam em seus respectivos lugares.
 Existem regras específicas referentes ao material utilizado.
 As Raquetas que estão aprovadas para uso de acordo com as Regras de Ténis, deverão
obedecer a especificações definidas pela ITF.
 Em pares, o par que tem que receber no primeiro jogo de cada Set deve decidir qual o
jogador que recebe no primeiro ponto desse jogo. Igualmente, antes do início do segundo
jogo, os seus adversários devem decidir qual o jogador que recebe no primeiro ponto desse
jogo.
 O movimento do serviço, deverá ser considerado como completo no momento em que a
raquete bate ou falha a bola.
 O circuito Nacional de Sub-10 é constituído por três escalões, vermelhos laranjas e verdes.
 As provas são abertas a todos os atletas federados (na zona de jurisdição) que completem até 10 anos
no dia 31 de Dezembro do ano em curso.
 Os jogadores que participam no circuito nacional de sub-10 também desempenham outras
tarefas que não só jogar.
 Os escalões presentes no circuito nacional de sub-10 estão organizados com regras
específicas a cada escalão.
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Teste diagnóstico de conhecimentos – Regulamento do Ténis 1

 Se uma bola no final de um ponto estiver sem pressão (chocha),


deverá o ponto ser repetido?
 Pode o anti-vibrador ser colocado nas cordas da raqueta? Em caso de
afirmativo, onde ele pode ser colocado?
 O que entende por tie-break?
 É permitido ao recebedor colocar-se fora das linhas que limitam o seu
campo.
 Diga o que entende por “LET”?
 É permitido ao servidor ter um ou ambos os pés acima do chão?
 Quais as tarefas/deveres que os jogadores inscritos num torneio do
circuito nacional de sub-10 devem desempenhar?
 Como se organizam os escalões do circuito de sub-10?
 Explique de uma forma sucinta as regras específicas do escalão
vermelho?

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