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20 QUESTÕES COMENTADAS DE

PROVAS DE RESIDÊNCIA EM
MEDICINA VETERINÁRIA

1- (COPEVE – UFAL- 2016) Qual o ácaro que habita o folículo piloso?


[A] Notoedres cati.
[B] Demodex canis.
[C] Otodectes cynotis.
[D] Sarcopetes scabiei.
[E] Lynxacarus radovsky.

SUBTEMA: DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS


GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

ALTERNATIVA A: INCORRETA. Ácaro que escava túneis na pele do animal acometido1.


ALTERNATIVA B: CORRETA. O Demodex canis é um acarídeo presente no folículo piloso, duc-
tos e glândulas sebáceas da espécie canina, fazendo parte da flora microbiana normal da pele
desses animais2.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. Ácaro encontrado no conduto auditivo de cães e gatos, causador
de otite externa1.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. Ácaro que parasita tanto animais quanto seres humanos fazendo
galerias na pele dos infectados para postura dos seus ovos1
ALTERNATIVA E: INCORRETA. Ácaro da pele do gato que se alimenta da superfície do pelo1.

RESPOSTA: LETRA B

2- (COREMU- UFERSA- 2015) A dermatofitose é uma infecção da haste pilosa e do estrato


córneo, causada por fungos queratinofílicos. Comumente ocorre em cães e gatos. Em relação a
essa dermatopatia torna-se correto afirmar:
[A] Gatos da raça persa e cães da raça Yorkshire Terrier apresentam maior predisposição e
podem ser portadores assintomáticos
[B] A paroníquia e onicodistrofia podem ser alguns dos sinais clínicos observados
[C] Na espécie felina, o diagnóstico diferencial inclui dermatites parasitárias, processos alér-
gicos e alopecia psicogênica
[D] O lufenuron não demonstra eficácia consistente no tratamento
[E] Todas estão corretas
SUBTEMA: DERMATOPATIAS FÚNGICAS
GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Dica do autor: Paroníquia significa inflamação dos tecidos moles ao redor das unhas e onicodis-
trofia a má formação das unhas2.
ALTERNATIVA A: CORRETA. Ainda não é claro o motivo da predisposição dessas raças, mas
acredita-se que seja o ambiente com condições ótimas de temperaturas e umidade para a ma-
nutenção e proliferação do fungo proporcionadas com a presença de pelos longos12.
ALTERNATIVA B: CORRETA. Além destes, também pode ser observado outros sinais clínicos
como eritema, descamação e alopecia circular12.
ALTERNATIVA C: CORRETA. Por este motivo os exames complementares devem ser realizados,
principalmente a cultura fúngica que é o padrão ouro no diagnóstico da dermatofitose12.
ALTERNATIVA D: CORRETA. Tratamentos tópicos com antifúngicos azólicos ou sulfeto de selê-
nio são indicados para o controle da dermatofitose12.
ALTERNATIVA E: CORRETA. Todas as alternativas estão corretas.

RESPOSTA: LETRA E

3 - (COPEVE – UFAL- 2016) Assinale a ALTERNATIVA Correta sobre as afecções cardíacas obser-
vadas na clínica de pequenos animais.
[A] A cardiomiopatia dilatada é uma doença miocárdica caracterizada por contratilidade re-
duzida e dilatação ventricular, envolvendo, primariamente, o ventrículo esquerdo ou ambos
os ventrículos. Dentre as causas envolvidas na sua patogênese estão descritas as causas ge-
néticas, as deficiências nutricionais, como de taurina e L-carnitina e causa infecciosas como
erliquiose.
[B] O tromboembolismo pode ter como causa uma afecção de origem cardíaca, principal-
mente as que levam a uma dilatação cardíaca excêntrica e, consequentemente, estase san-
guínea, propiciando assim, a formação de trombos e sinais como, paresia dos membros
pélvicos, membros frios e cianóticos e ausência de pulso femoral.
[C] Doença valvar degenerativa ou endocardiose é a cardiopatia adquirida mais comum em
cães, porém pouco diagnosticada em gatos. Acomete, principalmente, os cães idosos de
médio e grande porte, nos quais é observado um espessamento gradual dos folhetos valva-
res, prejudicando a coaptação e levando a regurgitação valvar.
[D] A cardiomiopatia hipertrófica felina é a cardiopatia mais frequentemente diagnosticada
em gatos. Envolve uma herança genética que provoca uma hipertrofia ventricular esquer-
da, disfunção sistólica e insuficiência cardíaca congestiva (ICC) esquerda.
[E] Endocardite infecciosa é observada com maior frequência em valvas pulmonares e tri-
cúspides. A sua patogenia envolve uma bacteremia persistente ou recidivantes, como infec-
ção de pele, cavidade oral, trato urinária ou infecções pulmonares.

SUBTEMA: Afecções cardiovasculares


GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário
ALTERNATIVA A: CORRETA. A cardiomiopatia dilatada é uma afecção miocárdica idiopática,
genética ou familiar, caracterizada por dilatação do ventrículo esquerdo ou biventricular, con-
tratilidade reduzida do miocárdio e anormalidades histólogicas dentro do ventrículo. Existem
inúmeras causas que predispõem a esta patologia, como: genética ou familiar, infecção vírica,
autoimunidade, toxinas miocárdicas, hiper-reatividade microvascular, deficiência nutricional
(taurina e carnitina), taquicardia persistente ou recorrente1.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Em animais, o tromboembolismo arterial afeta comumente a
aorta e seus ramos, sendo o infarto do miocárdio mais raro. O tromboembolismo aórtico é uma
condição potencialmente fatal bem estabelecida em felinos, porém rara em cães, caracterizada
por paraparesia ou paraplegia, ausência dos pulsos femorais, dor, cianose do leito ungueal e
hipotermia da extremidade dos membros afetados. Em felinos, o quadro está associado às afec-
ções cardíacas, enquanto que nos cães a condição decorre de doenças que comprometem o flu-
xo sanguíneo, integridade vascular, coagulação e fibrinólise, tais como, hiperadrenocorticismo,
anemia hemolítica imunomediada, coagulação intravascular disseminada, sepse, nefropatias,
enteropatias, neoplasias e mais raramente problemas cardíacos2.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. A endocardiose da valva mitral é a cardiopatia mais comum no
cão, sendo baixa a incidência nos felinos. É uma enfermidade adquirida, degenerativa da valva
mitral, que leva a insuficiência cardíaca, caracterizada por um espessamento das extremida-
des da valva. Pode acometer cães de qualquer raça, porém as miniaturas de pequeno porte ou
aqueles menores de 20 kg, são mais acometidos. Os animais entre 8 e 11 anos são os que mais
manifestam a enfermidade. Relata-se uma maior frequência nos machos, e, em raças como:
Poodle toy, Shinauzer miniatura, Chihuahua, Pincher, Fox terrier, Boston terrier, Cocker Spaniel
Inglês e Americano, Whippet e Cavalier King Charles Spaniel3.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. A cardiomiopatia hipertrófica é a doença miocárdica mais co-
mum que acomete os felinos e se caracteriza por hipertrofia do ventrículo esquerdo, podendo
ser primária (idiopática) ou secundária, sendo resultado de doenças primárias, dentre elas estão
o hipertireoidismo, a hipertensão sistêmica e a estenose subaórtica. A CMH felina primária ou
idiopática é desconhecida, mas estudos indicam uma alteração no transporte de cálcio no mio-
cárdio, a sensibilidade miocárdica aumentada às catecolaminas e a produção aumentada de
fatores tróficos do miocárdio4.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. A endocardite bacteriana é a infecção do endocárdio valvular e/ou
mural de baixa prevalência em cães e rara em gatos. As válvulas mais comumente afetadas em
cães e gatos são a mitral e a aórtica. Afecções cutâneas, orais, urinárias, prostáticas ou em outros
órgãos podem resultar em bacteremia e evoluir para a infecção do endocárdio. Alguns procedi-
mentos contaminados como endoscopias, cateterização vesical, cirurgia anal e procedimentos
o d o n t o l ó g i c o s p o d e m c a u s a r bacteremia transitória e predispor à endocardite. Outro
fator predisponente citado por alguns pesquisadores é a presença de estenose sub-aórtica e,
provavelmente, outras doenças congênitas5.

RESPOSTA: LETRA A
4 - (COMPROV- UFCG- 2018) Durante a avaliação eletrocardiográfica de um cão com cardio-
miopatia dilatada congestiva, observou-se intervalos RR irregulares, sem a presença de ondas P
e com uma linha de base irregular caracterizada pela presença de várias ondas f. Estes achados
são característicos da seguinte arritmia:
[A] Taquicardia sinusal.
[B] Marca-passo migratório.
[C] Taquicardia atrial.
[D] Taquicardia ventricular.
[E] Fibrilação atrial.

SUBTEMA: AFECÇÕES CARDIOVASCULARES


GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

ALTERNATIVA A: INCORRETA. É caracterizada por uma frequência cardíaca acima de 100 ba-
timentos por minuto; ritmo regular; onda P com tamanho e configuração normal, podendo ter
sua amplitude aumentada. Com o aumento da frequência cardíaca, pode estar sobreposta na
onda T precedente e difícil de ser identificada; intervalo PR constante e dentro dos limites de
normalidade; complexo QRS com duração e configuração normal; onda T sem anormalidades;
intervalo QT comumente encurtado e dentro dos parâmetros de normalidade10.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. É um local inconstante de formação do impulso do nódulo sino-
atrial para uma área acima dos ventrículos, ou seja, nos átrios ou no tecido de junção atrioven-
tricular8,10,11.
ALTERNATIVA C: INCORRETA.
É uma taquicardia na maioria das vezes regular com frequência média entre 140 e 230 bpm
Condução intra ventricular normal em relação ao padrão basal com QRS estreito. QRS alargado
será observado se já existir no ritmo basal, complexos QRS aberrantes. Não se identificam ondas
P no traçado. Poderá haver a onda P retrógrada imediatamente após o complexo QRS, portanto
sobre o ponto J, “empastando ou mascarando” o componente R, simulando um r’ nas precor-
diais direitas como se houvesse bloqueio do ramo direito. Intervalo PR em ritmo sinusal, normal
ou curto. Possível registro em ritmo sinusal de duplo intervalo de condução AV (PR curto/longo).
Não existe pré excitação ventricular, ondas delta, em ritmo sinusal8,10,11.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. Taquicardia caracterizada por intervalo QRS largo8,10,11.
ALTERNATIVA E: CORRETA. É a irregularidade da passagem dos estímulos, através do nódulo
atrioventricular, que imprime ao ECG a irregularidade peculiar do ciclo de RR. A presença do
“tremor” da linha de base com ausência de ondas P e ciclo RR8,10,11.

RESPOSTA: LETRA E
5 - (MSCONCURSOS - UFAC- 2014) O sistema respiratório possui extrema importância para a
homeostase dos animais. Dentre as situações de emergências respiratórias abaixo, assinale a
que apresenta definição/visão geral incorreta:
[A] A tromboembolia pulmonar se caracteriza pelo desenvolvimento de coágulos nos vasos
pulmonares. A oxigenação do sangue necessita de ventilação e fluxo sanguíneo adequados,
sendo que falhas neste complexo podem resultar em hipoxemia.
[B] O edema pulmonar não cardiogênico reflete a presença de edema com alto teor pro-
teico no parênquima pulmonar. Pode ser usado para descrever qualquer forma de edema
pulmonar não associado com insuficiência cardíaca, e inclui lesão pulmonar aguda ou con-
tusão pulmonar.
[C] O pneumotórax é definido como o acúmulo de sangue no espaço pleural, que impede
expansão adequada dos pulmões e pode limitar a ventilação e a oxigenação.
[D] O piotórax é o acúmulo de material purulento no espaço pleural. Pode resultar em sinais
sistêmicos ou desconforto respiratório.
[E] Os pulmões e a pleura são comumente afetados por neoplasias. Linfoma acomete ani-
mais de qualquer idade, ao passo que carcinoma e sarcoma são mais comuns em animais
mais velhos.

SUBTEMA: AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS


GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Resolução: ALTERNATIVA C: INCORRETA. Ocorre quando o ar livre entra no espaço entre a


pleura visceral e parietal, que impede expansão adequada dos pulmões e pode limitar a venti-
lação e a oxigenação4.

RESPOSTA: LETRA C

6 - (COMPROV- UFCG- 2018) Um gato de 5 anos de idade foi levado ao Veterinário com queixa
de estar tossindo, espirrando e com falta de ar. O animal estava bem e de uma hora para ou-
tra começou os sintomas. No exame físico observou-se que o estado geral do animal era bom,
animal alerta, escore corporal 5, mucosas cianóticas, temperatura corporal – 38,8oC, frequência
cardíaca – 160 bat. /min., frequência respiratória – 60 mov. /min., dispneia expiratória e sibilos à
auscultação. Solicitou-se uma radiografia torácica onde observou-se padrão brônquico e inters-
ticial e atelectasia do lobo pulmonar médio. Diante destes achados, assinale abaixo o diagnós-
tico clínico deste paciente:
[A] Asma felina.
[B] Rinotraqueíte felina.
[C] Traqueobronquite infecciosa.
[D] Insuficiência cardíaca congestiva.
[E] Pneumonia bacteriana.
SUBTEMA: AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

ALTERNATIVA A: CORRETA. A asma brônquica é uma doença crônica caracterizada por infla-
mação da via aérea, hiperresponsividade brônquica e crises de broncoespasmo com obstrução
reversível ao fluxo aéreo. A radiografia de tórax pode mostrar hiperinsuflação pulmonar, espes-
samento peribrônquico, opacificações segmentares e atelectasias8.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Sinais clínicos que ocorrem na doença são anorexia, depressão,
descarga serosa nasocular (por vezes sero-sanguinolenta), hiperemia conjuntival e, com menos
frequência, sialorreia e tosse9.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. A tosse que acomete cães com traqueobronquite infecciosa ca-
nina é chamada de “tosse de ganso”. Ela pode ser produtiva ou improdutiva, e frequentemente
piora com o exercício físico. Pode haver ainda engasgo, ânsia de vômito e corrimento nasal10.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. A ICC esquerda pode apresentar sinais respiratórios como tosse,
taquipneia, taquicardia e expectoração espumosa, enquanto que a ICC direita causa congestão
venosa da circulação sistêmica, hepatomegalia, esplenomegalia, efusões em cavidades corpóre-
as, edema de membros, caquexia e ganho de peso por retenção de água11.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. A pneumonia bacteriana é uma causa importante de morbidade
e mortalidade em cães e gatos, especialmente nos animais internados. Os sintomas clínicos das
pneumonias variam desde os crônicos, como fraqueza, depressão, anorexia e perda de peso, até
os agudos, como tosse produtiva, febre, taquipneias intolerância ao exercício, dificuldade respi-
ratória, apatia e cianose, sendo a tosse rara em felinos12.

RESPOSTA: LETRA A

7 - (COPEVE – UFAL- 2016) Canino, macho, 7 anos de idade, 35 kg. Queixa principal: há uma se-
mana apatia e disorexia, e há 3 dias apresenta tosse, dispneia e secreção nasal purulenta. Relata
aumento da ingestão de água, com fezes normais. Há alguns meses, tem observado emagre-
cimento e episódios eméticos com aspecto de alimento pouco digerido, usualmente, até uma
hora após as refeições. Relata urina de aspecto e frequência sem alterações. É castrado e nunca
cruzou. Não apresenta tremores mas apresenta discreta dificuldade ao se levantar. Come ração
e comida caseira, e a vacinação e vermifugação estão atualizados. Reside em casa, sem outros
animais e não sai à rua. Ao exame físico: animal magro, apatia severa, mucosas normocoradas,
porém pouco úmida, e linfonodos sem alteração. Frequência respiratória, cardíaca e pulso ar-
terial dentro dos valores de referência. Temperatura = 39,8 °C; tempo de preenchimento capilar
= 3s e desidratação = 7%. Na auscultação, presença de sibilos principalmente em lobos pulmo-
nares craniais e ventrais. Palpação: menor propriocepção de membros posteriores. Não foi ob-
servada outras alterações na anamnese ou no exame físico. Com relação à causa primária que
desencadeou os sinais clínicos apresentados pelo animal, é correto afirmar que
[A] a correção cirúrgica é a indicação do tratamento primário para o caso clínico.
[B] as suspeitas prováveis da disfagia apresentada são miosite mastigatória e disfagia farín-
geas.
[C] as suspeitas prováveis são persistência de anel vascular e fraqueza esofágica (megaesô-
fago).
[D] esofagites, alterações de motilidades, fraquezas e obstruções esofágicas são suspeitas
possíveis.
[E] a realização de um exame radiográfico simples e contrastado de região torácica seria
conclusivo para o diagnóstico da causa primária.

SUBTEMA: AFECÇÕES DO TRATO GASTRINTESTINAL, FÍGADO E PÂNCREAS


GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Dica do autor:
ALTERNATIVA A: INCORRETA. A correção cirúrgica não contempla as alterações de motilidade
relacionadas ao sistema nervoso central no controle da musculatura lisa esofágica4
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Não há menção a diminuição da amplitude de abertura da boca4
ALTERNATIVA C: INCORRETA. A persistência de anel vascular se apresenta precocemente, em
animais ainda jovens4.
ALTERNATIVA D: CORRETA. Esofagites, alterações de motilidades, fraquezas e obstruções eso-
fágicas cursam com emagrecimento e êmese com aspecto de alimento pouco digerido4.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. Seria necessário contemplar a região cervical também para ava-
liação de alterações anatômicas além de presença de corpos estranhos, compressão ou obstru-
ção4.

RESPOSTA: LETRA D

8 - (COMPROV- UFCG- 2018) Um cão Pastor Alemão com 5 meses de idade foi atendido numa
clínica veterinária com queixa, por parte do proprietário, que fazia um mês que o animal estava
vomitando depois que comia, não estava ganhando peso, e havia aproximadamente cinco dias
que começou a aparecer uma secreção nasal, tosse e sem diarreia. No exame físico observou-
-se que o animal estava alerta, caquético, mucosas rosa-pálida, temperatura corporal 39,8ºC,
frequência cardíaca – 120 bat. /min., frequência respiratória – 40 mov. /min., pelo opaco e áspero,
secreção nasal mucopurulenta bilateral e estertores pulmonares crepitantes. Com base nestes
achados indique abaixo o seu diagnóstico clínico com o exame complementar para confirma-
ção diagnóstica:
[A] Gastrite crônica associada com bronquite – radiografia torácica contrastada.
[B] Megaesôfago adquirido associada com pneumonia – dosagem de T3 e T4.
[C] Gastrite aguda com associada com pneumonia – endoscopia gástrica.
[D] Megaesôfago idiopático associado com pneumonia – radiografia torácica simples e con-
trastada.
[E] Megaesôfago adquirido associada com traqueobronquite – radiografia torácica simples.
SUBTEMA: AFECÇÕES DO TRATO GASTRINTESTINAL, FÍGADO E PÂNCREAS
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

ALTERNATIVA A: INCORRETA. Os sinais clínicos mais comuns, que permitem a suspeita da gas-
trite são vômito, anorexia, perda de peso e diarreia, sendo o vômito o sinal mais frequente.
Sons conhecidos como estertores crepitantes podem indicar um processo inflamatório ou infec-
cioso, tal como a pneumonia. A radiografia torácica é útil para avaliar a extensão de comprome-
timento pulmonar11,12,13,14.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Dosagem de T3 e T4 avaliam a tireóide, não havendo relação al-
guma com o caso descrito.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. Na gastrite o animal tem anorexia.
ALTERNATIVA D: CORRETA. Megaesôfago adquirido caracteriza-se por esôfago dilatado, resul-
tante da ausência de contrações peristálticas. Em sua forma clássica, observa-se, inicialmente,
um quadro agudo de regurgitação, quando se fornece alimento sólido ou semi-sólido ao animal.
É de extrema importância saber que a regurgitação se diferencia do vômito, pois o animal não
apresenta anorexia, nem sinais característicos de “mimica de vômito”, porém desenvolve ema-
grecimento. O diagnóstico é firmado através da análise dos sinais clínicos, por meio de anam-
nese, e como recurso adicional utiliza-se a esofagografia, onde se observa dilatação extensa
esofágica e deslocamento da traquéia e coração. A endoscopia pode ser usada para se visualizar
o esôfago dilatado11,12,13,14.
ALTERNATIVA E: INCORRETA.

RESPOSTA: LETRA D

9 - (MSCONCURSOS - UFAC- 2014) A patologia ocular, na sua essência, torna-se particular-


mente importante aos profissionais que se dedicam ao estudo dos órgãos da visão, pois gran-
de parte das afecções oftálmicas tem seu diagnóstico estabelecido mediante alterações ma-
croscópicas. Dentro desse tema, assinale a ALTERNATIVA Correta:
[A] A conjuntiva possui pequeno suprimento vascular e pequena população de células lin-
fóides, o que promove pouca proteção aos patógenos.
[B] Devido à poderosa imunidade da mucosa, as infecções bacterianas primárias da superfí-
cie ocular são raras nos cães.
[C] O exame oftálmico não necessita ser incluído como parte do exame físico geral quando
houver suspeita de doença infecciosa sistêmica.
[D] Nos gatos, as infecções bacterianas secundárias, em decorrência de lesões traumáticas,
anormalidades da pálpebra ou déficit do filme lacrimal, são mais comuns.
[E] Em casos de suspeita de conjuntivite infecciosa, o swab conjuntival é contraindicado.

SUBTEMA: AFECÇÕES OFTÁLMICAS


GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL
ALTERNATIVA A: INCORRETA. A substância própria da conjuntiva, formada por tecido conjun-
tivo frouxo, é ricamente vascularizada por ramos das artérias ciliares anteriores e palpebrais.
Apresenta numerosos vasos linfáticos, os quais permitem o fácil acesso de células para o tecido
inflamado. A sua função é servir de barreira de defesa, devido à abundância de estruturas linfá-
ticas e à presença de lisozima (substância bactericida)4.
ALTERNATIVA B: CORRETA. As lesões traumáticas e distúrbios de filme lacrimal são as altera-
ções mais frequentes em cães. Estas condições predispõe o animal ao surgimento de infecções
bacterianas secundárias, uma vez que as barreiras do sistema imune presentes na região ocular
são afetadas3.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. Em doença sistêmica é importante avaliar o olho devido a grande
chance de desenvolvimento de uveíte como reação imunomediada4.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. Lesões traumáticas, anormalidades da pálpebra ou déficit do fil-
me lacrimal, são mais comuns em cães. Em gatos, lesões virais são mais comuns3.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. O swab é indicado e o envio da amostra para análise microbioló-
gica3.

RESPOSTA: LETRA B

10 - (COMPROV- UFCG- 2018) Para o controle da pressão intraocular de um cão com glaucoma
recomenda-se a seguinte associação de colírios:
[A] Pilocarpina + Dexametasona.
[B] Dorzolamida + Lacrifilm.
[C] Fenilbutasona + Timolol.
[D] Epinefrina + Dexametasona.
[E] Pilocarpina + Dorzolamida.

SUBTEMA: AFECÇÕES OFTÁLMICAS


GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Dica do autor: As principais classes de medicamentos utilizados no tratamento clínico do glau-


coma são: análogos da prostaglandina, betabloqueadores, inibidores da anidrase carbônica para
uso oral, inibidores da anidrase carbônica para uso tópico, agonistas adrenérgicos, agentes co-
linérgicos e associações medicamentosas: (prostaglandina + betabloqueador; betabloqueador +
inibidor de anidrase carbônica; agonista adrenérgico + betabloqueador) 6,7,8

ALTERNATIVA A: INCORRETA. Agente colinérgico que produz miose + corticoide6,7,8.


ALTERNATIVA B: INCORRETA. Inibidor da anidrase carbônica para uso tópico + lubrificante e
re-umidificante6,7,8
ALTERNATIVA C: INCORRETA. Antiinflamatório, antipirético e analgésico + Betabloqueador6,7,8
ALTERNATIVA D: INCORRETA. Estimulante adrenérgico + corticóide6,7,8
ALTERNATIVA E: CORRETA. Agente colinérgico, que produz miose + Inibidor da anidrase carbô-
nica para uso tópico6,7,8

RESPOSTA: LETRA E

11 - (COPEVE – UFAL- 2016) O quadro refere-se ao exame de urina de um canino com polaciúria
e urina de odor acentuado. Urinálise (urina obtida por cistocentese): cor amarelo, leucócitos 20-
25 células/campo, aspecto turvo, hemácias 10-15 células/campo, densidade 1,030, células epite-
liais vesicais 3-5 células/campo, proteína 1+, cilindros negativo, glicose negativo, cristais fosfato
triplo 3+, bilirrubina negativo, bactérias: vários bacilos, pH 7,5. A partir dos dados fornecidos, qual
a ALTERNATIVA Correta?
[A] O exame revela a presença de infecção de trato urinário inferior (cistite) e superior (pie-
lonefrite).
[B] O tratamento consiste basicamente na alteração da dieta para evitar os elementos for-
madores de cristais.
[C] O animal apresenta uma cistite e pode ter sido provocada por bactérias produtoras de
uréase, indicado pelo pH alcalino.
[D] A presença de um pH elevado favorece a precipitação de elementos solúveis em pH al-
calino, como cristais de fosfato triplo.
[E] Um exame de imagem, preferencialmente, o exame ultrassonográfico é necessário para
confirmar a infecção urinária.

SUBTEMA: Nefrologia
GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário

ALTERNATIVA A: INCORRETA. O diagnóstico da pielonefrite é fundamentado no histórico clí-


nico do paciente, no exame físico e nos achados laboratoriais. O histórico clínico do paciente
com pielonefrite é variado, a sintomatologia associada a pielonefrite aguda pode incluir letargia,
anorexia, êmese, desidratação, dor lombar, poliúria e polidipsia. Na urinálise pode-se evidenciar
a presença de uma densidade urinária baixa, piúria, bacteriúria, e cilindros leucocitários1.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. Os achados laboratoriais apresentados são sugestivos para um
quadro de cistite e portanto há necessidade de antibioticoterapia como opção de tratamento,
uma vez que, a presença de bactérias urease positiva alcalinizam a urina predispondo à forma-
ção de cristais e urólitos2.
ALTERNATIVA C: CORRETA. Cistite é o nome dado às doenças inflamatórias e/ou infecciosas da
vesícula urinária ou bexiga, caracterizando-se clinicamente por polaciúria e estrangúria, bem
como pela presença de células inflamatórias, sangue e bactérias na urina. Bactérias urease po-
sitiva podem converter o nitrato urinário em nitrito na urina, resultando em alcalinização da
mesma1.
ALTERNATIVA D: INCORRETA. pH urinário elevado favorece a formação de urólitos de estruvita,
oxalato de cálcio bem como a cristalização do urato de amônio5.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. O diagnóstico é baseado no histórico clínico, exame físico e acha-
dos laboratoriais. O exame ultrassonográfico pode avaliar a extensão da lesão6.

RESPOSTA: LETRA C

12 - (COMPROV- UFCG- 2018) De acordo com a classificação da Doença Renal Crônica (DRC)
instituída pela International Renal Interest Society (IRIS), um paciente canino que apresenta-se
com a concentração de creatinina sérica em 4,5 mg/dl está no seguinte estágio e respectivo
sinais clínicos da DRC:
[A] Estágio I – azotemia discreta com inapetência.
[B] Estágio II – azotemia discreta com inapetência, emagrecimento e êmese.
[C] Estágio III – azotemia moderada com poliúria, polidipsia, apetite caprichoso, emagreci-
mento e vômitos esporádicos.
[D] Estágio III – azotemia severa com sinais de uremia nos sistemas gastrointestinal, ósseo e
hematopoiético.
[E] Estágio IV – azotemia severa com sinais de uremia nos sistemas gastrointestinal, neuro-
muscular, ósseo, hematopoiético e cardiovascular.

SUBTEMA: Nefrologia
GRAU DE DIFICULDADE: Difícil

Resolução: O estágio I da DRC define-se por estado não azotêmico, mas há alguma alteração re-
nal presente, tal como inabilidade renal de concentração urinária, proteinúria renal e alterações
renais ao exame de imagem e de biópsia.
O estágio II caracteriza-se pela presença de discreta azotemia em avaliações seriadas (creatinina
sérica entre 1,4mg/ dL-1 e 2,0mg /dL-1 para cães).
O estágio III é definido pela presença de azotemia em grau moderado (creatinina sérica entre
2,1mg /dL e 5,0mg/ dL para cães). O paciente poderá apresentar manifestações sistêmicas da
perda de função renal, como gastropatia urêmica, osteodistrofia renal e anemia arregenerativa.
A progressão da DRC nos pacientes desse estágio geralmente está
ligada aos mecanismos de progressão espontânea da doença (autoperpetuação), mas pode
também se relacionar às causas desencadeantes.
O estágio IV caracteriza-se pela presença de intensa azotemia (creatinina sérica superior a 5,0mg
dL-1 para cães). Nesse estágio, o paciente apresenta importante perda da função renal que pode
estar relacionada à falência renal e apresentar diversas manifestações sistêmicas da uremia
como, por exemplo, alterações gastrintestinais, neuromusculares ou cardiovasculares8,9,10.
13 - (MSCONCURSOS - UFAC- 2014). O diabetes melito é um distúrbio complexo que resulta da
incapacidade das ilhotas pancreáticas em secretar insulina e/ou ação deficiente desta nos teci-
dos. É uma das endocrinopatias mais comuns em cães e gatos e pode ser fatal. Dentre os sinais
clássicos ou complicações potenciais decorrentes do diabetes, podemos citar, com exceção de:
[A] Polidpsia, poliúria
[B] Polifagia, aumento de peso
[C] Catarata com consequente cegueira
[D] Lipidose hepática
[E] Cetoacidose

SUBTEMA: Endocrinologia
GRAU DE DIFICULDADE: Fácil

ALTERNATIVA A: CORRETA. A glicosúria provoca diurese osmótica, causando poliúria, surgindo


consequentemente a polidipsia compensatória, que impede a desidratação2
ALTERNATIVA B: INCORRETA. A quantidade de glicose que ingressa nas células do centro da
saciedade na região ventromedial do hipotálamo afeta diretamente a sensação de fome. No
cão diabético com deficiência de insulina, a glicose não ingressa nestas células e o centro da
saciedade não é inibido. Desta forma, o animal torna-se polifágico, mas não aumenta de peso
pois a glicose não entra nas células para ser utilizada, resultando em catabolismo proteico como
fonte de aminoácidos para o processo de gliconeogênese3.
ALTERNATIVA C: CORRETA. A catarata uni ou bilateral é uma manifestação clínica que aparece-
rá muito rapidamente, isso porque, o cristalino dos olhos é permeável a glicose, convertendo-a
em frutose e sorbitol, que permanecem nas células levando a um acúmulo osmótico de água,
intumescência e agregação de proteínas, causando então a opacidade que caracteriza a cata-
rata4.
ALTERNATIVA D: CORRETA. Alterações nas enzimas hepáticas e nos testes de função hepática
podem ocorrer devido à lipidose hepática, que acompanha a mobilização periférica de lipídeos.
Pode também estar envolvida uma pancreatite concomitante e obstrução de ductos biliares. A
hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia são causadas por lipólise e alterações no metabolis-
mo das lipoproteínas5.
ALTERNATIVA E: CORRETA. A cetoacidose diabética é uma das doenças metabólicas mais sérias
observadas. Caracteriza-se por uma elevada concentração de glicemia, a presença de substân-
cias conhecidas como corpos cetônicos na urina e concentrações reduzidas de bicarbonato no
sangue6.

RESPOSTA: LETRA B
14 - (COREMU- UFERSA- 2015) A cetoacidose diabética (CAD) é uma das complicações mais gra-
ves da diabetes mellitus em pequenos animais. Em relação a esta se pode citar corretamente:
[A] A hipocalcemia é o distúrbio eletrolítico mais comum em cães e gatos com CAD
[B] O primeiro passo no manejo terapêutico equivale a reidratação do paciente
[C] A insulina regular cristalina é de eleição para o tratamento dos quadros de descompen-
sação hiperglicêmica
[D] somente “b” e “c” estão corretas
[E] Todas estão corretas

SUBTEMA: Endocrinologia
GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário

ALTERNATIVA A: INCORRETA. A CAD é uma situação emergencial em que há graves alterações


metabólicas, como, hiperglicemia, cetonemia, desidratação, acidose metabólica e perda de ele-
trólitos pela urina (ex: sódio, potássio, fósforo e cloro). Sendo que, a hipopotassemia é o distúrbio
eletrolítico que é mais encontrado em animais nessas condições. A redução na concentração de
potássio pode se dar pela diurese osmótica, anorexia, ou perda através de vômito e diarreia15.
ALTERNATIVA B: CORRETA. Em um paciente descompensado, com CAD, logo após ser realiza-
do o exame clínico, o primeiro passo no manejo desse animal é a reidratação, ou seja, fluidote-
rapia. Esse procedimento faz com que haja uma redução nas concentrações de glicose, além de
reduzir também os níveis de hormônios contrarregulatórios no sangue e consequentemente as
células do animal serão mais responsivas à insulinoterapia15.
ALTERNATIVA C: CORRETA. Nos casos de descompensação hiperglicêmica, a insulina regular
cristalina é a mais indicada. Esta deve ser administrada pela via intramuscular ou intravenosa,
já que, normalmente os animais que se encontram com CAD apresentam-se desidratados e
nesses casos há uma baixa perfusão tecidual, sendo contraindicada a administração pela via
subcutânea15.
ALTERNATIVA D: CORRETA. As alternativas corretas são as letras B e C.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. A ALTERNATIVA A encontra-se incorreta.

RESPOSTA: LETRA D

15 - (UFRRJ- UFRRJ- 2014) Uma cadela Yorkshire de 6 anos de idade foi levada ao Veterinário
por apresentar hipotricose corporal, pele fina apergaminhada e comedos principalmente em
região ventral, abdome volumoso e apatia. Ao exame físico observou-se incontáveis pústulas
e colaretes disseminados por toda pele principalmente em abdome e tórax, além de discreta
hiperemia cutânea. A proprietária referiu que as lesões são crônicas, com evolução de mais de
2 anos e que vem apresentado polifagia e polidipsia há vários meses, desde que recomeçou o
tratamento com betametasona e dexclorfeniramina. Analise as afirmativas abaixo: I. Perguntas
sobre corticoterapia prolongada e/ou em altas doses devem fazer parte da anamnese deste ani-
mal se suspeitarmos de Sindrome de Cushing. II. A ultrassonografia abdominal identifica altera-
ções nas glândulas adrenais, auxiliando na diferenciação do hiperadrenocorticismo de origem
iatrogênica do de origem hipofisária. III. As avaliações hematológicas desta cadela mostram leu-
cograma de stress, fosfatase alcalina, colesterol e glicemia elevadas e cortisol abaixo dos níveis
normais. IV. Apenas as avaliações descritas acima foram suficientes para o confirmar o diagnós-
tico de hiperadrenocorticismo de origem hipofisária. V. O tratamento dessa cadela deve ser feito
apenas com Trilostano ou Mitotano por tempo indeterminado.
[A] Todas as afirmativas estão erradas.
[B] Todas as afirmativas estão corretas.
[C] Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas.
[D] Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
[E] Apenas as afirmativas I e III estão erradas.

SUBTEMA: Endocrinologia
GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário

ASSERTIVA I: CORRETA. Deve-se fazer perguntas sobre uso de corticoides por longos períodos
ou em altas doses, já que o hiperadrenocorticismo é caracterizado pelos altos níveis de cortisol
no sangue, seja de causa endógena ou exógena/iatrogênica, sendo que a segunda ocorre quan-
do há a administração de glicocorticoides exógenos14,16.
ASSERTIVA II: CORRETA. A USG abdominal pode ser utilizada para diagnosticar alterações nas
glândulas adrenais e funcionar como diagnóstico diferencial para o hiperadrenocorticismo de
causa iatrogênica. Já que, quando há o hiperadrenocorticismo hipófise dependente há, conse-
quentemente, uma hiperplasia adrenocortical. E, se houver hiperadrenocorticismo hipófise-in-
dependente, provavelmente, haverá tumor na adrenal, sendo assim, em ambos os casos altera-
ções ultrassonográficas poderão ser vistas nesta glândula14,16.
ASSERTIVA III: CORRETA. Nos casos de cães com Síndrome de Cushing, há presença de leuco-
grama de estresse, caracterizado por leucocitose, neutrofilia sem desvio à esquerda, linfopenia,
eosinopenia e monocitose. Há também aumento da FA, por conta da colestase hepática e prin-
cipalmente por influencia dos glicocorticoides que levam a formação de uma isoforma de FA.
Pode-se observar também hipercolesterolemia e hiperglicemia, sendo o último por conta do
aumento de glicocorticoides que levam ao aumento da gliconeogênese e do antagonismo à
insulina. E apesar de apresentarem sinais clínicos de hiperadrenocorticismo, os testes mostram
como se houvesse um hipoadrenocorticismo (baixos níveis de cortisol). Isso ocorre devido à ad-
ministração de glicocorticoides exógenos que levam por sua vez à atrofia bilateral da adrenal
porque suprimem a produção de CRH hipotalâmico e ACTH hipofisário14,16.
ASSERTIVA IV: INCORRETA. Para diagnóstico de hiperadrenocorticismo hipofisário, além de
uma anamnese detalhada, é necessário que seja realizado um exame físico minucioso, exames
laboratoriais e testes hormonais. Sendo que, devido aos sinais clínicos e a anamnese apresen-
tada no caso, provavelmente trata-se de um hiperadrenocorticismo de origem exógena e não
endógena (hipofisária)14,16.
ASSERTIVA V: INCORRETA. Nos casos de hiperadrenocorticismo exógeno, os glicocorticoides
devem ser retirados aos poucos, gradativamente, reduzindo as doses e os intervalos, até que
haja melhora clínica e seja possível realizar outros testes diagnósticos, não lançando mão desta
forma do uso de outras medicações como o Trilostano e o Mitotano14,16.

RESPOSTA: LETRA D

16- (COPEVE – UFAL- 2016) Identifica-se lesão focal na medula toracolombar (entre T3 e L3)
quando se observa no exame neurológico de um animal:
[A] paraplegia, ausência de dor profunda e reflexos diminuídos nos membros pélvicos.
[B] paraplegia, ausência de propriocepção e reflexos aumentados nos membros pélvicos.
[C] paraparesia, ausência de propriocepção e reflexos diminuídos nos membros pélvicos.
[D] tetraplegia, ausência de propriocepção e reflexos aumentados nos membros pélvicos.
[E] tetraplegia, ausência de propriocepção e reflexos diminuídos nos membros pélvicos.

SUBTEMA: Neurologia
GRAU DE DIFICULDADE: Difícil

Resolução: A medula espinhal pode ser dividida funcionalmente em quatro regiões: cervical
cranial (C1-C5), intumescência cervical ou cervicotorácica (C6-T2), toracolombar (T3-L3) e lombo-
sacra ou intumescência lombar (L4-S3). O exame neurológico permite-nos atribuir a localização
da lesão medular a uma destas quatro regiões.
LESÕES EM C1-C5: Uma lesão focal na região cranial cervical pode ser ligeira ou grave. Numa
lesão focal grave ocorre tetraplegia espástica e ataxia nos membros torácicos e pélvicos. A res-
posta às reações posturais está ausente. Os reflexos espinhais estão normais ou aumentados
nos quatro membros e pode existir reflexo extensor cruzado. O tônus muscular pode estar hiper-
tônico ou normal. Há uma diminuição da sensibilidade à dor (hipalgesia) na área caudal à lesão.
LESÕES EM C6-T2: Uma lesão da medula espinhal entre C6 e T2 resulta em tetraparesia ou
tetraplegia e em ataxia nos quatro membros, mas mais pronunciada nos membros pélvicos.
Uma lesão na intumescência cervicotorácica afeta diretamente os segmentos medulares que
originam os nervos do plexo braquial e também as vias dos neurônios motores superiores para
os membros pélvicos. Os membros torácicos perdem tônus e força muscular e ocorre atrofia
rapidamente, deste modo os membros torácicos podem parecer mais paréticos que os mem-
bros pélvicos. Os membros torácicos podem apresentar hiporreflexia ou arreflexia (lesão dos
neurônios motores inferiores) e os membros pélvicos podem estar normais ou em hiperreflexia
(lesão dos neurônios motores superiores). O tônus muscular dos membros pélvicos está normal
ou aumentado. As reações posturais estão diminuídas nos membros torácicos e nos membros
pélvicos. A percepção de dor pode estar normal ou diminuída nos quatro membros.
LESÕES EM T3-L3: Uma lesão da medula espinhal entre T3 e L3 resulta em paraparesia ou pa-
raplegia espásticas e sinais clínicos nos membros pélvicos característicos de lesão dos neurô-
nios motores superiores. Geralmente nas lesões da medula espinhal toracolombar, os reflexos
espinhais nos membros pélvicos podem estar normais ou hiperreflexivos. Existe um déficit nas
reações posturais nos membros pélvicos, encontrando-se a propriocepção diminuída. A percep-
ção de dor pode estar normal ou diminuída na zona caudal à lesão. Os membros torácicos estão
neurologicamente normais.
LESÕES EM L4-S3: Ocorre paraparesia ou paraplegia flácidas. As reações posturais encontram-
-se diminuídas ou ausentes nos membros pélvicos. Existe hiporreflexia ou arreflexia dos reflexos
espinhais e arreflexia do reflexo perineal em lesões graves. Uma lesão entre L6 e S2 pode causar
um reflexo patelar aumentado. Existe hipotonia ou atonia nos membros pélvicos e atrofia mus-
cular neurogênica. A percepção de dor está normal ou diminuída nos membros pélvicos, no
períneo e na cauda1.

RESPOSTA: LETRA B

17 - (COPEVE – UFAL- 2016) Dadas as afirmativas sobre quimioterapia,


I. A neutropenia e trombocitopenia são efeitos frequentes na maioria dos quimioterápicos.
II. NADIR representa o período de maior valor de contagem hematológica durante o tratamento
quimioterápico.
III. Um efeito importante da doxirrobucina é a cardiomiopatia hipertrófica.
IV. Cistite hemorrágica é um efeito colateral da ciclofosfamida.

Verifica-se que está(ao) correta(s)

[A] IV, apenas.


[B] I e III, apenas.
[C] I e IV, apenas.
[D] II e III, apenas.
[E] I, II, III e IV.

SUBTEMA: Oncologia
GRAU DE DIFICULDADE: Fácil

Resolução: As alterações hematológicas estão entre os efeitos mais comumente observados na


quimioterapia. A maioria das drogas quimioterápicas induz à depressão da medula óssea em
diferentes graus, dependendo do agente e da dose utilizada. Fármacos antineoplásicos alqui-
lantes provocam leucopenia/neutropenia, trombocitopenia e anemia1.
Nadir é o intervalo de tempo entre a aplicação da droga e o aparecimento do menor valor de
contagem hematológica2.
A cardiomiopatia induzida pela doxirrobucina, pode ser mediada pela perda de células-tronco
cardíacas e revertida por restauração da função de células progenitoras. Existe semelhança da
cardiomiopatia dilatada induzida pela doxorrubicina com a cardiomiopatia dilatada idiopática,
principalmente em relação aos achados ecocardiográficos, como dilatação de câmaras cardía-
cas e perda da função sistólica3.
A nefrotoxicidade e a cistite hemorrágica estéril são as duas principais complicações que po-
dem decorrer da quimioterapia com ciclofosfamida2.

RESPOSTA: LETRA C

18 - (COPEVE – UFAL- 2016) Dadas as afirmativas sobre a fisiopatologia, manifestações clínicas


e diagnóstico da erliquiose monocítica canina,
I. Na fase aguda, pode-se observar sinais como apatia, febre, anorexia, petéquias na pele e/ou
mucosa. Entretanto, há uma variação na intensidade dos sinais, podendo passar despercebidos
ou apresentar sinais mais intensos e graves.
II. Após a fase aguda, os cães não tratados ou tratados inadequadamente podem recuperar-se
clinicamente e passar para a fase subclínica ou assintomática, em que há poucos sinais clínicos
e pode durar semanas a meses.
III. O diagnóstico é realizado com mais frequência na fase crônica, na qual, os sinais clínicos são
mais evidentes e a detecção da mórula no esfregaço é mais comum.
IV. Trombocitopenia e pancitopenia, decorrente da depressão da medula óssea, é um achado
nas fases aguda e crônica, mas não na fase subclínica. verifica-se que está(ão) correta(s)

[A] II, apenas.


[B] I e II, apenas.
[C] I e III, apenas.
[D] III e IV, apenas.
[E] I, II, III e IV.

SUBTEMA: Doenças infecciosas


GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário

Resolução: A erliquiose é caracterizada por manifestações clínicas multissistêmicas. A fase agu-


da dura de duas a quatro semanas. Durante esse período, o microrganismo dissemina-se para
órgãos como baço, fígado e linfonodos, infectando as células mononucleares. Nesta fase ocorre
trombocitopenia entre 10 e 20 dias pós infecção e um aumento no número de plaquetas ima-
turas circulantes. As principais alterações clínicas observadas na fase aguda são apatia, febre,
anorexia, vômito, secreção oculonasal, esplenomegalia, mucosas pálidas, petequias, epistaxe e
uveíte. Anormalidades hematológicas nesta fase podem incluir trombocitopenia, anemia e leu-
copenia leve. Estes sinais clínicos geralmente diminuem espontaneamente dentro de uma a
quatro semanas, porém os cães podem entrar numa fase assintomática ou subclínica, podendo
permanecer infectados por longos períodos. O diagnóstico comumente ocorre durante a fase
crônica da doença, a qual é caracterizada por supressão medular, sangramentos por mucosas e
alta letalidade. O exame parasitológico direto do esfregaço sanguíneo é específico porém pouco
sensível. Esta técnica é mais indicada para o diagnóstico na fase aguda da infecção, pois a de-
tecção de mórulas de E. canis ocorre por um curto período de tempo nos leucócitos (monócitos
e macrófagos)1.

RESPOSTA: LETRA B

19 - (COMPROV- UFCG- 2018) No tocante à toxoplasmose analise as afirmações abaixo:


I – A probabilidade de encontrar um gato eliminando naturalmente oocisto de T. gondii duran-
te o exame parasitológico de rotina é pequena.
II – A transmissão congênita da doença ocorre apenas no ser humano, quando a mulher adqui-
re a primeira infecção durante a gestação, quando os taquizoítos afetam o feto via placenta.
III – A doença afeta gatos adultos e jovens independente deles terem sido vacinados ou não.
IV– O tratamento da toxoplasmose é indicado para controlar a infecção por taquizoítos e para a
diminuição dos sintomas, uma vez que não elimina cistos teciduais.
V – Os quimioterápicos mais eficientes e comumente utilizados no tratamento da toxoplasmo-
se canina e felina são as sulfonamidas, clindamicina e azitromicina, porém com doses próximas
às tóxicas para serem efetivos.

Baseado nas afirmativas anteriores, assinale abaixo apenas a alternativa que contém as afirma-
ções verdadeiras:

[A] I, II e V.
[B] I, IV e V.
[C] II, III e V.
[D] III, IV e V.
[E] I, II e III.

SUBTEMA: Doenças parasitárias


GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário

Resolução:
I - Os hospedeiros definitivos (felídeos) ingerem tecidos de animais infectados, usualmente ro-
edores, cujos tecidos contém taquizoítos ou bradizoítos. Após a infecção, a parede do cisto é
digerida no estômago do gato, e no epitélio intestinal os bradizoítos liberados iniciam um ciclo
esquizogônico e gametogônico (intestino delgado), culminando na produção de oocistos em
três a dez dias, os oocistos são eliminados durante apenas uma a duas semanas. Animais filho-
tes ou imunossuprimidos podem fazer essa eliminação de oocistos nas fezes15.
II – A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa que resulta da transferência transpla-
centária do Toxoplasma gondii para o concepto, decorrente de infecção primária da mãe duran-
te a gestação ou por reagudização de infecção prévia em mães imunodeprimidas. Ocorre nos
hospedeiros susceptíveis16.
III - Não há vacina para a doença17.
IV – O tratamento visa tratar a doença polissistêmica e encurtar o período de eliminação dos
oocistos no caso dos gatos. Os fármacos disponíveis não conseguem eliminar as formas tecidu-
ais18.
V - O tratamento mais utilizado é a associação de sulfadiazina com a pirimetamina, mas estão
disponíveis outras sulfonamidas (sulfamerazina, sulfametazina e sulfapirazina), além de clinda-
micina, azitromicina, dapsona e atovaquona19

RESPOSTA: LETRA B

20 - (COREMU- UFERSA- 2015) Na espécie felina, a anorexia, doença renal crônica e uso de diu-
réticos são algumas das causas do distúrbio eletrolítico abaixo citado:
[A] Hiperpotassemia
[B] Hipernatremia
[C] Hiponatremia
[D] Hipocalemia
[E] Hipercalcemia

SUBTEMA: Afecções metabólicas em cães e gatos


GRAU DE DIFICULDADE: Intermediário

ALTERNATIVA A: INCORRETA. A hiperpotassemia em felinos geralmente está relacionada com


alterações na excreção urinária do potássio, como nos casos de obstrução urinária, ruptura da
vesícula urinária e insuficiência renal aguda4.
ALTERNATIVA B: INCORRETA. A hipernatremia geralmente ocorre quando a perda de água não
é acompanhada da perda de sódio, a exemplo do que acontece na diabetes insípido, ou quando
há perda simultânea, porém em proporção que a solução seja hipotônica, como acontece na
perda de fluidos gastrointestinais. Além disso, a retenção excessiva de sódio, como no hiperal-
dosteronismo primário, também pode causar essa desordem eletrolítica4.
ALTERNATIVA C: INCORRETA. A hiponatremia pode decorrer do aumento da retenção de água,
da perda excessiva de sódio, ou de ambos. Dentre as condições que podem levar a essa desor-
dem eletrolítica estão a hiperlipidemia, hiperproteinemia, polidpsia primária, hipoadrenocorti-
cismo e administração de diuréticos4.
ALTERNATIVA D: CORRETA. A hipocalemia normalmente ocorre quando há pouco aporte de
potássio, como nos casos de anorexia, transferência para o meio extracelular, a exemplo da aci-
dose metabólica, e pelo aumento da excreção de potássio induzido por doença renal crônica e
uso de diuréticos de alça, tiazídicos e osmóticos4.
ALTERNATIVA E: INCORRETA. A hipercalcemia possui como causa mais comum a hipercalce-
mia humoral maligna, que é associado a neoplasias. Porém, causas que afetam a diminuição
sérica de cálcio também estão envolvidas, como na hipervitaminose D, hipoadrenocorticismo e
doença renal crônica4.

RESPOSTA: LETRA D

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