CAMARILLA

UM SUPLEMENTO PARA VAMPIRO: A MÁSCARA

RTP Oni E
Rr NU da
 DEDICATÓRIA
A Tobias “Excel” Sjôgren por traçar o caminho por três anos de noite,

WHITE WOLF ENTERTAINMENT

Martin “Elriesson” Ericsson - NARRADOR PRINCIPAL | Karim “Redenção” Muammar — EDITOR-CHEFE
Dhaunac “Eternamente Enlaçado” De Vir — DESENVOLVEDOR DE NEGÓCIOS | Tomas “O Ancião” Arfert — ARTISTA E EDITOR
Jason “By Night” Carl - COMUNIDADE E MARKETING

DESIGN
DESENVOLVIDO POR Kenneth Hite e Freja Gyldenstrom
DIREÇÃO CRIATIVA & NARRATIVA — Martin Ericsson

EscRiTO POR- Matthew Dawkins, Kenneth Hite, Mark Rein + Hagen, Juhana Pertersson, Martin Ericsson e Freja Gyldenstrom
TEXTO ADICIONAL POR — Ari Marmell ec Karim Muammar
PETI Tes Co Ra do RS dr ita
EDIÇÃO ADICIONAL — Karim Muammar
; TRADUÇÃO DO LATIM (LATIM MEDIEVAL) — Petra Lindve

ARTE
CODE
UEC SAO ES EREAN UR Ta Pa TALO a ro OR ROL EA
PROJETO GRÁFICO E LAYOUT — Christian Granath e Fria Ligan AB, com Tomas PNUtTE:
Cara — Tomas Arfert | ARTE E ILUSTRAÇÕES INTERNAS — Mary “TwistedLamb" Lee, o departamento de arte da CCP Atlanta dirigido por
TE OR Correrre Eosa SACO AO
[PITA EUA ORE UU RO Pa RONDA CU SNS ITAU
SÍMBOLOS DOS CLÃS, FONTES DOS CLÃS E LOGOS DE VAMPIRO: A MÁSCARA = Chris Elliorce Tomas Arfert
| DESIGN DE MODA E FOTOGRAFIA DOS CLÁS — Mary “TwistedLamb” Loe
roTóGRArOS — Viktor Herak, Derek Hutchisson, Sequoia Emanuelle, Julius Konteinen, John-Paul Bichard e PMESERAS TRETA

SAGEN EDITORA
TE TR ATOR
FETENE CU ATA Ta Co TRUCO BU ATA AUS EUR TA ALSO ASUS RETRO UT NAO DA DC [Aee PVE CO A Ce peo(e
Pedro Barbosa Mello Dumont, Tiago Pereira Malheiro| DESIGN E LAYOUT: Douglas Kenji Watanabe

MUNDO GALÁPAGOS
REVISÃO — Alessa Torres, Emílio Baraçal e Fabio Gullo | LOCALIZAÇÃO E EDIÇÃO — Persio Sposito | COORDENAÇÃO EDITORIAL: Matcus Ornellas
REVISÃO DE LAYOUT: Danilo Sardinha, Felipe Godinho e Tati Hapanchuk
NASA LA LU EV ee AO T RT

Lea

BuujaH — Grace Rixao, Jackiv Penn, Jacqueline Roh, Loc Dawn, Marcus NLTENTIC ER METER CS DER EST TI ali DG ETR RUSSA RR E |
[TNTUR PRATES E EC ETR EO TEMA ELE LS iça Allesandes Giuliana, Hal Lingon | MALKAVIANOS — Ramsey, Custis Dove | NOSFERATU — ERA A MUCOSA ER URU
[oO RES TON STS O AO A SE Enclsi Korth, Mariano Maveio, Nise “Seprckh" Mescko | Temer — Mary Luc, Taava Tati, Karis ETR AT
Vextaur = Eve Harper Close, Angelo Delacruz, Amit Khaligi, Buzz Cuecia, Lola Tatlyan, Sezey LeLand, Aram Girigos | MODELOS ADICIONAIS = Viktor Hewsk, Vera Kochubey,
DS oa iu Ro Ao A CUTERR IE TOR ET

ACRADECIMENTOS ESPECIAIS &

Simon Bevis, Jenna Bevis c Andre Martinez. Arhan Agaoglu, Molamad Rabah e Khaldoun Khelil, Mikko PerviB, Anne Rice, Fagher Scbastizan,
SEOCRIE SD OT TCA a PIU O SDS RÃ E EL

CRER TELES OE CTA ARTE CORA PO LR SA a ETA AUS LT ES RLL ECT Achilhi, Steven € Brown, Tom Dowd, Andrew Greenberg, Cheis MeDonougã, Lisa Stcvens,
DES ME RS TERA

COTTA RE ER UN SST

VS POR TR O Are areCEM DR Tre TITO ataeo TASA URSS aa AU o a LSD RS LAS RUE CSI E Ud fla ER ER TE is A A LU AUS RS
EMITEPo EC TRT LER TR Ee ATL A ITR LU LS TES UAU LT ITS Tou LE SS UERR AO TM SETAS
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o TapaaEERRR O OLL LS ART SE RT

 COMO USAR
livro Camarilla faz parte de uma dupla
de volumes dedicada a expandir Vampiro:
A Máscara 5º Edição. Assim como a linha
clássica de Livros de Clã de Vampiro, estes
volumes foram escritos para serem apreciados e usados
por Narradores, jogadores, entusiastas de live acrion e
também por fãs de vampiros que não jogam RPG.
Junto de seu volume complementar, Anarch, este
livro descreve a polarizada sociedade da noite, a partir
das vozes e pontos de vista dos próprios Amaldi-
çoados. Este livro é composto por correspondências
pessoais, protocolos de vigilância, relatórios oficiais,
e-mails, documentos, palestras, sermões e juramentos.
Seus conteúdos revelam o funcionamento interno, as
hierarquias, cidades e leis da Camarilla, a sociedade
secreta mais perigosa que o mundo desconhece.
Cada textoé pensado para ser útil não só como
uma bela c horripilante leitura, ou como material de
plano de fundo para sua crônica, mas também como
um artefato dentro do jogo. Os personagens dos seus
jogadores estão investigando ou sendo convidados para
um culto misterioso? Dé a eles a Paixão de Uga Dugud
(p: 33). Eles estão enfrentando a Segunda Inquisição em
Washington D.C.? Dé a cles a seção sobre o Gabinete
de Avaliação da Informação (p. 69) como ponto de par-
tida. Precisa de um discurso inflamado diante de um
Conclave? Use “Devemos Mais Que Persistir" (p. 44).
Nós também escolhemos esse formato para tornar
o livro mais acolhedor para quem está chegando
agora. O Camarilla é um livro sobre uma sociedade
secreta de vampiros, o qual pode ser apreciado sem
nenhum conhecimento prévio sobre o cenário do
Mundo das Trevas.
ESTE LIVRO
Tudo o que você precisa saber é que vampiros são reais.
Aqui e agora. Alguns dizem que o primeiro bebedor de san-
gue foi o Caim bíblico, que matou Abel e foi amaldiçoado
com a vida eterna e a fome sem fim. Ocultos de nós por
uma máscara elaborada, os grandes clãs dos “Membros”,
como eles mesmos se chamam, influenciam todos os aspec-
tos da sociedade humana, entrando em guerras secretas
motivadas por vinganças pessoais perdidas nas brumas
da história.
Além do funcionamento interno da Camarilla, este
livro contém uma seção abrangente sobre o clã Banu
Hagim — guerreiros c juízes austeros, agora a serviço
da Torre de Marfim. Por fim, um conjunto de novas
Fichas de Conhecimento permite aos personagens
dos jogadores colher os benefícios de se associar às
muitas personalidades da Camarilla que você vai
conhecer nestas páginas.
No fim das contas, é de importância vital lembrar-
se do que a Camarilla não é: cla não é composta pelos
mocinhos. Trata-se de uma sociedade de predadores
não vivos que existe com o único propósito de se man-
ter no poder e em segurança. Como você vai aprender
nestes documentos, eles são uma conspiração de mor-
tos que se colocam acima tanto da sociedade mortal
quanto de cada Membro que não concorda com o di-
reito deles governarem, e estas paginas devem ser lidas
através da visão arrogante desses mortos-vivos. Eles são
a lição definitiva da influência corruptora do poder.
Gloriosos, sofisticados, implacáveis e infinitamente
engenhosos, esses imortais cultos têm um lugar vazio
à mesa. Sente-se e experimente o manto do poder.
Prometemos que vai gostar.
LIVRO BÁSICO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO A GUERRA A CORTE

ESA R
DA GEHENNA 5 O Principe
A VISTA DE CIMA H O Scncscal
Os Escalões Superiores 5 A SEGUNDA O Conselho da Primigênie
O Círculo Interno INQUISIÇÃO 67 Secretário do Clã
Diplomacia Sectária EA Projeto Crepúsculo 69 O Xerife
O Grupo de Newburgh O Arauto
NOSSA FÊ 21 Oitava Direção 74 Dirigente da Pé
Uma história de fé, ou, BOES 74 A Sombra
como matamos Deus para Sociedade de São Leopoldo 75 O Guardião do Elisio
sobreviver Parceiros Secundários Elísios Célebres ao Redor
Sobre acreditar em algo e Terciários do Mundo
maior que você Caça e Caçador 76 A Cidade
Introdução às Religiões da Como Nos Caçam Cidades Importantes
Torre de Marfim 27 O que há de ser Feito 79 Alepo
Cultos, Heresias e Ordens Berlim
A Paixão de Uga Dugud 3 LEALDADE E ORDEM Bruxelas 2
SAS E

A Congregação Reformada O Laço de Sangue Budapeste "3

da Veneração do Matusalém 36 Coteries Cairo 113
Fortalecendo Alianças Chicago 14
A NOSSA MISSÃO 39 Idade e Geração Constantinopla 4
Liderar à Humanidade 39 Justiça Dubai “s
Es

Preservando as Tradições 42 Conclaves Estocolmo “”s

Devemos Mais Que Persistir A Instituição do Jerusalém “6
A Mascara 45 Casamento de Sangue 91 Londres 117

Membros como Gado A Ordem Feudal como Miami ng

Pagando os Boleros 48 Apresentada a Paris n7

Acompanhando a Cultura 50 uma Criança da Noite Praga n8

A Máscara como Arma 52 Rio de Janeiro us
São Petersburgo “9
Tóquio “19
Vencza 120
Viena 121
 SUMÁRIO

Esta é uma obra de ficção de horror especulativo, ambientada em um reflexo obscuro do nosso mundo.
Desta forma, ela contém representações gráficas de sexo, drogas, violência, abuso, opressão política,
coação, ocultismo, heresia, consumo de sangue e muitos outros temas potencialmente perturbadores.
Assim,é recomendada para leitores e jogadores maiores de idade. Para orientações sobre jogo
ponderado e como lidar com temas sensíveis em jogos de RPG, veja a seção “Jogo Ponderado”
do livro de regras de "Vampiro:A Máscara”,

CLÃS DOS MEMBROS 123 Os Nosferatu na OS SANGUES-RALOS 179

Sociedade Mortal
VENTRUE 127 Alerta de Fake! O SABÁ 180
Os Ventrue na Sociedade Os Pecados dos Nosferatu
dos Membros 128 FICHAS DE
Os Ventrue na BANU HAQIM 157 CONHECIMENTO 184
Sociedade Mortal 129 O Pacto de Odense 158
Os Pecados dos Ventruc 129 Quem são os Banu Hagim? 159 CONELITO
Os Banu Hagim na INSTITUCIONAL 192
TOREADOR 53 Sociedade dos Membros Escala Institucional 192
Os Toreador na Sociedade Os Banu Hagim na Atributos Institucionais 192
dos Membros 153 Sociedade Mortal 161 Parada de Conflito
Os Torcador na Os Pecados dos Banu Hagim 162 Institucional 193
Sociedade Mortal 134 Arquétipos dos Banu Hagim 163 Dano Institucional 193
Os Pecados dos Torcador 134 Disciplinas 165
Perdição 165
TREMERE 39 Compulsão do Clã
Os Tremere na Sociedade Rituais 166
dos Membros 39
Os Tremere na OS CLÃS ANARCH
Sociedade Mortal 141 A História do Movimento
Os Pecados dos Tremere 43 Anarch c porque nossas
crias perdidas devem assim
MALKAVIANOS 145 permanecer 165
Malkavianos na Sociedade Por que devemos nos livrar
dos Membros 145 da Ameaça Anarch 170
Malkavianos na Como falar sobre Anarchs 170
Sociedade Mortal 146
Os Pecados dos Malkavianos 147 CLÁ GANGREL 172

NOSFERATU 151 CLÁ BRUJAH 174

Os Nosferatu na Sociedade O Conclave de Praga 174

dos Membros 152
OS CAITIFF
 INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO
Minha Querida Cria,

Membro.
Que bela palavra.

DOGS
uando você se tornou uma de nós, pode ter pensado em outras palavras. “Vampiro” é
uma das favoritas entre os conspiraciontstas mortais. “Lambedor” demonstra a vulga-
ridade vital dos Anarchs. Tais palavras não são mais adequadas. Você é um Membro,
Sua primeira mudança foi fisica. Você provou do Sangue do Abraço e tornou-se uma
vampira. O que precisa entender é que este é meramente o primeiro passo. O primeiro Abraço.
O segundo Abraço ocorre quando você se torna um verdadeiro Membro, quando é iniciada
na Camarilla, a maior sociedade de imortais que o mundo já viu.
Nem sempre foi assim. Quando me tornet uma de nós, há muito tempo, a Camnarilta ainda
operava com o ideal, honestamente ridiculo, de que poderta reunir todos os do Sangue sob
seus afeluosos cuidados,
Essa nunca foi a realidade, e estou feliz que a mentira tenha stdo finalmente abolida.
A proteção da Camarilla agora é reservada âqueles que a merecem, e, assim, um único
Abraço foi dividido em dois.

Mude ou Morra
O primeiro Abraço é fisico, o segundo é social, mas ambos compartilham uma coisa.
Nenhum pode ser recusado, Uma vez convidada à Camarilla, você aceita ou morre de fato,
Você fez a escolha certa, minha cria. A única escolha. Como eu bem sabia que faria.
CAMARILLA

que a deixei lidar sozinha com

Sei que tem muitas perguntas. Por que eu a trouxe para q noite? Por
o para inictá-la na Camarilta?
isso por uma década, antes de vir até você? Por que escolht este moment
compreender Isso tudo.
Esta carta e os documentos nela contidos servem para que você possa |
ver se íria sobreviver.
Responderet às questões simples primeiro. Eu a Abracei e abandonei para
es, Principes, membros
A Gamarilla é repleta das crias desregradas dos poderosos, herdeiras de Justicar
nar o julgamento deles ao
do Girculo Interno e de outras personalidades. Eu jamais presumíria questio
escolher quem Abraçar, mas decidi seguir um caminho diferente.
você deve ter me
Há um motivo para falarmos do primeiro e do segundo Abraço. Estou certa de que
década, mas vai me agradecer
amaldiçoado durante as muitas noifes confusas e solitárias da última
ensão independente do que
quando for ao seu primeiro Elisio, fortalecida com pelo menos alguma compre
significa sobreviver à base de sangue e existir fora do rebanho humano,
comparecer a um casamento.
Por que venho até você agora, apenas para desaparecer? Bem, preciso
sua primeira semana na
Com o tempo você vai entender. Considere isto oulro leste: caso sobreviva à
seu valor.
Camarílla usando apenas estas anotações para ajudá-la, terá mais uma vez provado
é: eu não escolhi.
Suponho que também queira saber o porquê de eu a ter escolhido. A verdade
então instruí meus serviçai s para encontrarem
Obtive permissão para trazer uma nova cria à Carmarilla,
provave lmente não teria
bons cantidatos. Encontraram cinco. Abracet todos eles. Eu sei que a Principe
r. Um dos cinco se
aceitado isso, mas ela me deve demais para poder reclamar, mesmo se descobri
Anareh, com a qual ainda vive na
destruiu depois de uma semana. Outro se uniu q uma triste ganguezinha
ão.
miséria, até onde set. Dois foram dizimados em incursões da Segunda Inquisiç
nova existência. Sou senti:
Você foi a única bem-sucedida no que se refere a assumir O controle da sua
valha a pena
mental para muitas coisas, mas quando dou meu Sangue para alguém, quero que

Boas-vindas
é você quem deve apro"
Eu abri a porta, mas você deve entrar sozinha. Eu fiz de você parte da Gamarilla, mas
veitara oportunidade e dar a ela um significado.
poderosos, sejam
A Gamanilla é poder, conexões, proteção. Esta é uma das maiores lições aprendidas pelos
Bilionários humanos vivem isolados,
eles gado ou Membros: a discrição sempre val triunfar sobre a vaidade.
no geral invulsi-
com suas propriedades protegidas por exércitos de seguranças. Viajam de avião ou helicóptero,
em alvos de ódio.
veis para a humanidade, exceto por poucos individuos extravagantes que se transformam
o anonimato. Nisso, e em multas outras
A muator parte dos muito ricos mantém-se discreta, preferindo
representa outra camada
coisas, não há grandes diferenças entre nós e eles. A Gamarilla simplesmente
em nossos refúgios
de poder, bem no topo. Também vivemos em segredo, ocultos da população em geral,
ricos é a nossa terra, com o mesmo privilégio que a
e Elisios. Na verdade, muttas vezes a terra dos mais
sociedade garante aos seus membros mais ricos também nos protegendo.
com os
A Gamarilla pode ser muitas coisas. Cidades diferentes organizam-se à sua própria maneira,
E ainda assim, é comum que
Membros moldando sua existência de acordo com a necessidade e o desejo.
a prosperidade e a influência sejam as duas constantes.
que você precisa
Nós desaparecemos em meio à elite humana, então não é apenas ao mundo da Carmarilla
de capiação de recur-
se ajustar: com ele vem o mundo dos coquetéis de inauguração, festas de gala e eventos
dia. E, de qualquer forma, golfe me entedia.
sos. Talvez a única porta fechada para nós seja jogar golfe à luz do
no qual está pres-
A Camarilla a protege de muitas coisas, mas não seja ingênua a respeito do ambiente
é melhor que seja assim.
tes a entrar. Apesar da imagem pacífica, o Elisio pode ser letal, e convenhamos que
sentido que a preço do erra seja a morte.
Jogar o fogo da política é o que faz a vida valer a pera, e faz toda
Qualquer
Depois de aprender tudo que está nestes papéis, queime os. É um bom hábito a se cultivar.
a lhe conceder acesso
documento pode trat-la caso caia em mãos erradas. Meus serviçais foram instruídos
 INTRODUÇÃO

aos meus refúgios, incluindo aqueles na cidade, na mansão e à minha cabana na ilha Também há alguns
apartamentos que não são à prova de luz. Sugiro que os venda. Além disso, você vai receber acesso às
minhas contas bancárias, companhias fora do país e consultores financeiros. Estes últimos precisam de um
fornecimento constante de Vitae.
Você vai ficar com a maioria das coisas que não vou levar comigo, mas não tudo. Não há um Membro que
não precise de um ou dois segredos...
Consegui um convite ao Elísio para você. Pense na impressão que quer causar. Essas pessoas são aquelas
com as quais você vai compartilhar a eternidade. No devido tempo você vai amar e odiar todas e cada uma
delas. Vai se entediar com elas, e também ficar feliz de ter alguém que a entenda. Mantenha isso em mente
quando estiver com vontade de fazer inimigos.

Sorva
Ame q Camarilia e tudo o que eta pode fazer por você, mais que qualquer coisa que tenha amado na vida.
Deleite-se com a corrupção casual e os cumprimentos Júlsos, com as traições constantes e a eterna me-
lancolia. Ela sente a fraqueza, a simpatia pelos Anarchs, a aversão pelo poder, e busca expeltr tais falhas,
Assim como o Abraço, a verdadeira imortalidade vem em duas partes. Muttos entendem apenas a
primeira, à sua manifestação fisica. Porém, ela também tem outro lado: em outras palavras, imortalidade
significa evitar a morte. A maior parte dos desgarrados é extinta mais jovem do que teria morrido quando
ainda era hurnana. Morrem pela estaca de um inquisidor ou pelas presas de um Xerife. Morrem sob o sol e
nos esgotos. Morrem porque nossa vida é perigosa e eles não têm a proteção necessária.
De certa forma, a imortalidade é uma mentira. Quando eu era humana, a sociedade era organizada
em aristocracta, comércio, servos e clero. Esperava-se que todos fossem felizes em suas posições, mas
muitos aspiravam a coisas melhores. Isso lançou as sementes da revolução, porque revolução era a
única forma pela qual poderiam melhorar suas vidas. Nas noties modernas, os moriais tornaram-se mais
espertos. Dizem que todo mundo tem uma chance de se tornar parte da elite, por isso as pessoas se esque-
cem que a maioria nunca saí do lugar. À oportunidade os torna cegos para a realidade. A imortalidade do
sangue funciona da mesma forma. Jovens Anarchs pensam que viverão para sempre. quando de fato não
vão durar mais que alguns meses.
Você é uma verdadeira imortal da Camarílla. Você vai perdurar: Protegida por todo o poder da Torre de
Marfim e de nossas leis antigas, você é capaz de atingir seu potencial máximo.
Você vai angariar riqueza é poder imensurúveis através dos séculos. Vai perder tudo e ficar de joelhos,
apenas para ascender uma vez mais. Você vai serwr e governar, vencer e perder, pois este é o verdadeiro
segredo da Camarilla: no final das contas, a única coisa que importa é se ainda val poder jogar o jogo.
Imortalidade significa que sobreviver é vencer:
Uma vez que eu me estabeleça em minha nova vida, talvez volte até você. Pode me esperar para daqui
um ano, uma década, um século. Quero ver meu dominto expandido, meus empreendimentos ainda maiores.
Acima de tudo, espero encontrar uma cria que tenha usado meu legado para tornar-se alguém.
O Sangue é um presente. Mesmo que escolha ter ódio de mim, faça bom uso dele.

De sua amorosa senhora,

Heteria CABh

ODDS
 A VISTA DE Cima

DANAO)
Há uma diferença entre se
esconder de medo e aguardar
com paciência, Esperamos pelo
momento perfeito para agir, como
qualquer predador habilidoso.
— ELEANOR ZHENG,
IA LBA Melo RO GETS

DN a Ono

[Afora
t R NTE Rotel (re [RAT Re] COM RAE
Au Ag COR UU RR tao ao TE TT e Teetod
Quando você descobre todos os segredos?
O mundo mortal também tem experiências simila-
res. O poder oferece muitos convites áqueles que que-
rem obtê-lo. Políticos, jornalistas, donos de indústrias:
todos são convidados a situações sociais que acabam
ENT TE TUA PoTN TT ER RR er RR Ele
xa (URU
Jormam-se em sociedades formais: o Grande Oriente,
a Skull and Bones, nomes que você nunca ouviu falar,
Quando você entra para um grupo seleto assim,
torna-se parte de um novo mundo. Passa a entender
como o mundo funciona a partir de um nível superior.
CAMARILLA
O segundo Abraço é uma iniciação desse
tipo, porém outras ainda mais restritas o
aguardam na Camarilla. Você pode entrar para
a Primigênie, tornar-se Principe, ascender ainda
mais ne hierarquia... Apenas para descobrir
que mesmo o Circulo Interno não sabe de tido.
Sempre há mais segredos esperando.
Gaso um título lhe seja oferecido, tome
cuidado. Às vezes, Principes gostam de testar
jovens Membros dando poder a eles. O poder
é uma oportunidade e um risco, Talvez seja
melhor recusar.
Estou me permitindo um gracejo. É claro que
você nunca val recusar. Sua ambição é grande
demais para isso.
Muitos na Gamarilla amam os titulos.
Querem ser Principes, Justicares, membros
do Circulo Interno. É bom lembrar que, ainda
que o poder se encontre nos cargos oficiais,
ele também se estende para além deles.
Considere a minha situação. Em alguns mo-
mentos estive em cargos oficiais da Garnarilla.
Na maior parte do ternpo, não. Ainda assim,
meu poder e influência nunca dependeram
disso. Titulos são uma questão de conveniência,
e nada mais.
Meu casamento me oferece uma nova inicia-
ção, uma nova fase em minha existência, mas
não há cargo oficial para o que vou me tornar na
Garnarilla ou na Ashirra.
Você acha que perderei meu poder?
Us
DOBSDOS
Cada pesadelo da mente de um
paranoico, cada temor justificado
dos perseguidos, cada conspiração
proposta pela lei e insinuada na
tradição: a Camarilla vai mais longe
e faz pior. Ela controla vidas, di-
nheiro c história. Disseram aos seus
ancestrais no que acreditar e dizem
à imprensa o que deve ser noticia-
do, Se a Camarilla quer que um
segredo seja escondido do gado, ela
enterra a narrativa... e o narrador.
Mestres manipuladores c cons-
piradores não unem seus esforços
feito bois domesticados puxando
parclhas. Os Membros na Cama-
villa usam ferramentas de engana-
ção e subterfúgio uns nos outros
tanto quanto no gado e em outras
seitas. Mas concordam com uma
verdade: somos mais fortes dentro
da Camarilla do que qualquer um
fora dela.
Nas palavras de Fiorenza Savona,
liderança em ascensão do Clã Ventrue:
Entenda, meu pequeno Ncófito, que
a Sorte lhe sorri. Aqueles menos
abençoados dizem que nossa seita se
embebeda tanto de vaidade quanto
de sangue, que ela se imporra apenas
com o próprio reflexo sombrio no
espelho, Seus reles companheiros
Anarchs podem acé cer lhe dito
que somos “um clube de campo
de vampiros elitistas”. Invejosos
inferiores geralmente confundem
vaidade com orgulho, de fato.
E, sim, proregemos os nossos e revo-
gamos nossa proteção para aqueles
muito tolos para aceitá-la. Para nos
rebaixar ao linguajar deles, somos
mesmo elitistas — porque somos
a verdadeira elite. Nosso clube de
campo, enquanto isso, estende-se
por campos imensuráveis.
A afiliação ao nosso clube
— nosso clube exclusivo — vem
com taxas, é claro. Nos fazemos o
convite quando a julgamos capaz de
compreender a Máscara, bem como
digna de servir a realeza. É você
precisa pagar suas taxas usando a
mocda do reino. Em Atenas, talvez
seja suficiente obter a aceitação da
maioria dos Membros da cidade,
enquanto na Cidade do Cabo apenas
a palavra do Principe pode bastar
para a admissão na Torre de Marfim,
depois que a força do seu Sangue for
testada. Prove que conhece as regras,
e pode receber um convite para aju-
dar a defendé-las — ou escrevé-las.
Nem todo aspirante entra na
Torre. Alguns desistem na primeira
porta fechada, traídos por suas pró-
prias dúvidas, Afaste essas dúvidas.
Se você acredira que não serve para
a Camarilla, tenha certeza de que a
Camarilla concorda. Mas abrace sua
morte, rompa scus laços com meras
rescs e tome seu lugar como um jo-
gador à mesa — e então lhe daremos
cartas, e talvez até banquemos sua
aposta. Lembre-se de que enquanto
jogar conosco, à Sorte lhe sorri — e
cla raramente mostra as presas.
“As regras são bem simples", disse Rider
suavemente, em meio ao vozerio de
mortais, enquanto caminhava ao lado
de sua cria e atravessavam uma estação
de metrô no horário de pico. “Tem de se
conter em todos os sentidos. Nada de se
alimentar sem controle, nada de exibir
poderes descaradamente, nada de gerar
novas crias sem a permissão do Principe,
e, obviamente, nada de falar aos vivos
sobre o que fazemos.”
 A VISTA DE CIMA

Somos uma cabala cruel e monolítica, expandindo e mantendo

nossa esfera de influência por meio de mãos ocultas. Infiltramos
em vez de invadir, subvertemos antes de debater, intimidamos
sem perguntar as opiniões de nossos inferiores. Nosso poder voa
pela noite nas asas de incubos, em vez de marchar com exércitos
durante o dia. Nada pode ficar em nosso caminho.
Ninguém é capaz de obstruir uma sombra.

RELATÓRIO £68
CLASSE SOCIAL

Uma pesquisa recente sugere que um corpo frio que faça parte da
sociedade secreta chamada “a Torre” ou “a Camarilla” é mais respei-
tado que outros fora desse grupo. Em sua sociedade, corpos frios de
alta patente adotam títulos de nobreza: “Principe”, “Rei”, ou, no
caso do Indivíduo 47, “Imperador”. Outros corpos frios submetem-se
aos Integrantes da Torre, o que faz lembrar uma casta de elite,
Até hoje, não descobrimos diferenças fisicas entre os corpos trios
da Torre e aqueles fora dela. No entanto, a análise Indica (conferir o

Relatório EZ7AL anexo) que a rede fornece apoio constante para ocultar
identidades e atividades dos corpos frios, e que provavelmente ofe-
rece sua própria inteligência e análise para integrantes favorecidos.

Assim, aqueles de fora são mais propensos a ficarem expostos, ou a se

exporem, situação que gera alvos oporfunos para nossa ação.
Presumindo que corpos frios operem de forma similar a parâmetros
psicológicos humanos, é provável que a afiliação à Torre ofereça um
sentimento de valor e pertencimento, assim como ocorre em organi-

zações comuns. Ainda que os dados estejam fragmentados, os estudos

de Tóquio e Belém do Pará indicam que corpos frios de fora da Torre
tendem ao autoextermínio (ou a agir de forma tão agressiva que aca-
bem sendo exterminados) em proporções muito maiores que aqueles que
fazem parte do grupo.
Analistas continuam incertos sobre a causa desse fenômeno; pa-
Svz

rece improvável que a Torre ofereça cuidado psicológico aos seus

89H

membros, mas caso vigilância interna caracterize sus disciplina,

talvez divergência seja equivalente a traição. Uma possibilidade:
corpos frios nesse grupo adotam uma mentalidade similar à de tra-
balhadores em uma operação de vendas estressante (ver Arquivos da
Endron), na qual competidores (outros corpos frios) predam quais-
quer membros que demonstrem fraqueza ou falta de diligência. Pare-
ce improvável que personalidades autodestrutivas sejam capazes de
durar em tal ambiente, ou mesmo de serem aceitas como afiliadas.
CAMARILLA

Syl assenciu, rentando acompa-

nhar sua senhora enquanto cla, de
Ferrugem ONLINE AGORA alguma forma, fluta em meio ao gado
feiro um peixe deslizando contra a cor-
to sabeno de 1 festona do principe no QGinferno rente, sem esforço algum. “Você disse
XIU que eu poderia perguntar qualquer
blz coisa, cerro?” Ela esharrou em uma
Você conhece? senhora e se desculpou a contragosto.
sim “Isso mesmo. Prefiro que você
Vai ter muita coisa nova hoje. pergunte do que faça alguma besteira que
drink novo??? volte pra me importunar”, respondeu
Tudo novo. Drinks. Dançarinos. DJ. Rider, com a voz mal discernível em
Parece que a Castidade até arranjou algum tipo de meio ao vozerio dos passageiros em velefo-
galeria no subsolo. nes ou conversas conforme iam de À a B.
Quer vir? “Bem...” Syl apressou o passo,
parece daora acompanhando a vampira que a havia
Legal criado, “qual a graça de viver pra sempre
Espera um pouco. O encardido já te falou se você se não podemos colocar tudo pra fora de
tá dentro? vez em quando? Quer dizer, a gente deve
na C? ter esses poderes por algum motivo, ne?”
nem Rider parou de repente, com o gado se
mas logo movendo sem parar em como dela, apesar
Merda. Você não pode vir se não estiver na c. de quase bloquear uma escada rolante
Privilégios da turma. naquela posição. Syl teve de dar um passo
Caralho. Mal aí. Acho que hoje você vai ter que para trás, para evitar ser carregada para
pedir comida e ver série. longe com a anda de humanos passando.
não rola de eu ir com vc? “Sim, temos esses poderes por um motivo.
Nem fodendo. Essa nossa coisa, que não vamos mencio-
Eu tive que trabalhar pra caralho pra entrar nar num lugar público como este, premia,
Nem devia ter te falado disso. recompensa e concede honrarias aos que
Nem pensa em aparecer lá. dominam seus talentos. Estamos em um
Tá entendido? grupo dedicado a controlar tanto nosso
ah blz então mundo quanto nós mesmas. Controle é
agora vc é um cuzão da € não deixar que garras brocem de suas
vcs pegam tudo do bom e deixam a gente mãos sempre que ficar irritada, ou não
, sem nada mandar alguém pular na frente de vom
Vai se foder, oportunista de merda. Nem acredito ônibus quando você se chasear, Controle é
que te respondi. Me sinto sujo. Caralho. Deleta ter um poder, deixar com que saibam que
essa merda assim que acabar a conversa. E só você o possui, e escolher não o usar”
fala comigo quando ou se você já tiver dentro. A confusão de Syl cransformou-se
Entendido? em um sorriso ao compreender o que
Beleza? sua senhora disse. “Então, quando
Vá à merda precisarmos usá-la...”
“Exatamente.” Rider fluiu pela es-
cada rolante, com Syl em seu encalço.

Os Escalões
Superiores
Como descrito por Alys Audaz,
Influence do Cla Tremere, Facção
Tradicionalista, Bucareste
Tem eles e tem a gente. É, somos da
Camarilla. Defendemos as Tradições,
:jogamos nossos joguinhos
joguinhos pohtipolíticos
e tragamos safras raras de néctar
sangrento enquanto um quarteto de
cordas toca por perto. Mas, e é um
grande mas, não definimos a política,
Levei ao poder três Príncipes, que
ainda estão em seus tronos até esta
noite, mesmo com toda a confusão
que tivemos recentemente, Mas nem
eu, nem eles, somos qualquer coisa
comparados aos chefões nas sombras,
É, a gente conhece as sombras.
Sabemos como nos esconder de
mortais, Mas esses caras sabem
como se esconder da gente, Eles
são sombras. Você acha que uma
Arconte te avisa antes de vir ao
dominio para arrancar a cabeça do
Xerife? Acha que ela te explica o
porque de ter decapitado o desgra-
cado? Diga-me, quem você acha que
anda vazando toda aquela menda da
Igreja de Caim nos nossos domi-
nios? Não são uns poucos Ncófitos
fiéis. Se os Justicares querem que a
gente construa uma igreja, vamos
acabar construindo um monte delas | dar nome a algumas delas — novas | garras segurando o pescoço.
antes mesmo de saber o porquê. Tradições aprovadas, mas logo
Então, sim, a gente segue nas
nossas não vidinhas ocupadas e
finge que € importante. Só lembra
que tem gente que pode re clevar
em um instante, ou te destruir com |
um pensamento, e que você nem
sabe o nome deles.
A VISTA DE CIMA
r
CÍRCULO
INTERNO
DIREÇÃO
pa
TRADIÇÃO,
OBSERVÂNCIA
PRÍNCIPES ARCONTES
ADMINISTRAÇÃO EXECUÇÃO
"
|
nossos maiores mistérios, inclutmos |
nossos maiores mestres, Os Sete
O e ír C ulo do Circulo Interno devem ter sido
senhores dos seus clãs, mas agora
Interno quem ousa proferir scus nomes?
por Carmelita Neillson, Arquebloga e Ao ocultar identidades por trás de
Arquivista do Clã Toreador leis, permitem-se as crueldades e
imposições indispensáveis, Sem um
Para uma historiadora como cu é alvo, não hã de quem se vingar, re-
difícil ensinar outras pessoas sobre | sistência alguma floresce. As ordens
a longa e exuberante história da vem por sussurros no Sangue, por
Camarilla, quando tantas lacunas certezas repentinas no âmago dos
existem intencionalmente. Posso Justicares, uma breve sensação de
|
Mas o mistério também dá ori-
abandonadas; um clã recebendo gem à especulação. Minha favorita?
um convite para se unir à nossa Lembre-se de que isto é apenas um
seita, mas fechando a porta antes rumor, mas... e se o Circulo Inter-
de entrar sem motivo aparente; no for composto por mais do que | |
muito acerca do nosso envolvimen- | apenas os clãs da Camarilla? Pense.
to passado com os Setitas... Eles eram sete, agora somos cinco.
E, como é apropriado, entre Os Anciões dos Gangrel e dos |
E 1 =
4 ; E er o
CAMARILLA

Brujah iriam mesmo querer aban- partindo para cima de um Principe E DIANA IADANZA, Justicar do
donar o poder supremo na Torre despreparado, cm um regnum mal- Clã Torcador c Pesadelo do Cla
por meros principios e se unir administrado — bem, Harpias ainda Gangrel
aos Anarchs? Ou digamos que o sussurram sobre o que aconteceu E JAN CARFAX, Justicar do Clã
lider Lasombra nunca saiu, ou que “quando o Véu caiu com tudo em Tremere e antigo Arconte de
embaixadores dos Banu Hagim se San Antonio”, e quem se deu mal na Karl Sclrekt
sentam à mesa. Talvez algum dos visita de Perrus em 2006. E LUCINDE, Justicar do Clã Ven-
Antigos Clãs demande um assento Os Justicares agem como monar- truc, a “Justicar para Toda a
devido à alguma lei de Enoque cas de scus clãs, indicados pelo Cir- Não Vida” de 2018
inimaginavelmente velha. culo Interno para mandatos de treze
Isso é tudo teoria, claro. Seria anos. Poucos, exceto pelos Ventruc, Os Clãs Gangrel c Brujah cram
um pouco perturbador se desco- permanecem mais de um. Justicares representados por Geoffrey Leigh e
brissemos que o nosso Círculo têm poder sobre quaisquer recursos Manuela Cardoso Pinto, respec-
Interno é composto por dois e agentes da Camarilla, à vontade, tivamente, antes de terem saido
integrantes do Ministério, dois incluindo cada um de seus integran- da Camarilla, Há muitos rumores
Malkavianos e um Lasombra, não? tes. Se essas imposições parecem mais envolvendo um Membro neutro
uma honra vinda da realeza ou um que pode ser indicado Justicar dos
abuso nefasto da tirania depende da Alheios, representando Anrirribu
Os Justicares etiqueta do Justicar c de ter sido a sua e clãs oficialmente não afiliados.
Agora, com apenas cinco clãs na cria e o seu refúgio que ele confiscou.
Torre, os cinco Justicares têm ainda
mais responsabilidade... e poder. JUSTICARES ATUAIS Arcontes
Eles devem representar seus clãs, HM juLiET PARR, Justicar do Clã Os Arcontes não são meros as-
decidir assuntos de leis c guerras, Malkaviano e antiga Xerife do sassinos de aluguel. São assassinos
e agir como as vozes do Circulo Norte de Londres de aluguel de elite. Também são
Interno. Acima de tudo, eles fazem E MOLLY MACDONALOD, Justicar do guerreiros, eruditos e investigado-
cumprir as Tradições. Um Justicar Clã Nosferatu res. Cada Justicar escolhe a dedo
seus próprios Arcontes, chegando a
EEE
SEER SS O] competir por servos excepcionais. O
Arconte candidato tem uma chance
COMO PROFETIZADO POR IVY REO, de negar a oferta. Casa aceite, serve
ORÁCULO E CONSELHEIRA DOS JUSTICARES, CLA MALKAVIANO aos Justicares, implementando a Jei
da Camarilla, procurando segredos
O número de Justicares sera mais uma vez sete, pois sete é um número importante não só para ou cspionando os rivais da Torre.
os Usurpadores, como também para os al-Amin, e todos se fazem presentes. Sim sim sim. Alguns Arcontes trabalham
Escute. Pode ouvir? As engrenagens se movem. A mudança ocorre. Os Justicares sozinhos, outros em coteries. É
devem ser sete para que a Camarilla se mantenha forte. O Círculo Interno sabe disso. comum que o Justicar vincule seus
Eles sabem que sem sete os pilares hão de ruir. O teto é pesado demais para apenas cinco. Arcontes a si ou entre cles com um
Cinco? Onde já se ouviu falar de cinco pilares? Laço de Sangue. Mesmo sem vincu-
Hm-hmm. Sim sim sim. Se não pudermos frzer dois pilares, devemos importá-los, De lo, os Arcontes têm menos liberda-
onde? Egito, talvez? Sei de pelo menos um pilar forte na escuridão, Sei de um pilar encharcado de de ação que seus mestres — mas
de sangue. Sei de um pilar outrora desenhado por um arquiteto, mas partido em dois pelas podem ordenar a morte final de um
cordas do construtor. O que fazer? O que fizer. Membro, e esperam ser obedeci-
dos. Na verdade, um Arconte pode
dizimar um dominio ou regnum
 A VISTA DE CIMA

inteiro sem dar explicação. Apren

der a evitar uma punição dessas, ou “Drag quer virar Arconte, tornar-se uma lenda
pelo menos evitar tais Arcontes, da Camarilla. Eu entendo. Ele também é forte.
é um bom exercício de lealdade e Ele pode manter a mão sobre o fogo por minutos
sobrevivência. sem desistir. A Primigênie seria cega se não o
aceitasse. E ele conhece nossa cidade melhor que
ninguém. Ele sabia exatamente onde se esconder
Diplomacia quando aqueles Anarchs arrombados queimaram o
estacionamento de trailers. Mas quando você é um
Sectária Arconte, não dá pra se esconder do calor. Não dá
Membros da Camarilla presumem pra tirar a mão do fogo.
estar acima da escória Anarch, mas Você entra no negócio e nunca se aposenta. Ouvi
veem algumas seitas como possíveis dizer que você morre nos primeiros treze anos, ou
pares € até mesmo parceiras, A Sc- então eles te abatem por saber demais. Só dá pra
gunda Inquisição não tem favoritos, sair virando pó.
e mesmo os Justicares são obrigados Claro que o Drag sabe tudo sobre pó. Aqueles merdas...
a concordar com isso. Nestas noites, a cria dele estava no estacionamento... bem, você
Arcontes levam e trazem à Ashirra sabe.”
mensagens de profundo respeito,
até mesmo propostas de alianças
CAMARILLA
mao ES Gm o a
Querida Victoria,
Estou em Bagdá por um breve período, observando as
atividades dos Membros pegos nessa “Cruzada da Gehenna”,
mas, como me pediu, compartilho minhas considerações.
Mesmo alguém mais desatento que eu não deixaria de
perceber o desgosto que a Ashirra nutre pelo Saba... não
apenas sua loucura sectária, mas seu atrevimento gritante.
Talvez gostos compartilhados possam nos unificar onde
falharam interesses divergentes — a política do nosso lado,
a religião no deles.
De fato, se nossas esferas de interesse são vão aparta-
das, por que não as unir? Por que não substituir a ralé
Brujah pelos Vizires do Levante? Afinal, não é sempre que
se encontra novos aliados, especialmente enquanto nos
ocultamos de Membros de outras seitas.
Deixo para você levar isto adiante com ladanza, mas
creio que seja uma possibilidade divertida.
Com amor e devoção,
Thomas St. Maur
Cria de Amber
Cria-neta de Mithras
o map ES Goa
locais c quem sabe mais. A diplomacia, mesmo para os
Membros, mantém-se como a arte do possível. E muita
coisa é possível para a Camarilla,
“Devemos discutir a situação de Berlim, Giering. O problema
não vai se resolver sozinho.” Nanette entregou uma mça ao seu
Príncipe, encheu-a quase até a borda com sangue suntuoso,
colhido da melhor estirpe que os Irmãos Herz eram capazes de
fornecer. Se bem lembrava, tratava-se da nova variedade que
os traficantes de sangue haviam encontrado após se mudarem
para os Países Baixos, há dois anos.
Enquanto o Principe bebericava, acenava com a outra mão em
sinal de rejeição O velho, de ervanhaque Van Dyke, nunca se proo-
cupou muito com as políticas da cidade para além do seu domínio.
“Colônia permanece na Camarilla. O que nos importa sea capital
prussiana cair perante os Anarchs? Nanetre, meu doce, você deve
saber que a queda da cidade só leva à nossa ascensão. Se Berlim
cair, nosso dominio
se elevará em importância, mlvez ao lado de
Munique ou Frankfurt. Ou mesmo Hambrago”
Ele somou mais
um gole. “O Circulo Interno parou de ver Berlim como um domínio
vidvel ha muito tempo, pelo que me dizem. Será um domínio além
de Berlim que receberá recursos e apoio da Torre de Marfim”
A jovem Bruxa segurou a língua, pensando em falar sobre
efeito dominó e o fervor Anarch. Ignorar outras cidades era
uma coisa, porém mesmo aqui em Colônia ele parecia alheio
ao Movimento que crescia nas ruas abaixo. Ela não disse nada
disso, apenas um “É claro, meu Principe”,
Giering estreitou as olhos e engoliu o restante do sanque de
uma só vez. “Sou mais que capaz de interpretar suas expressões,
minha doce cria. Sei que desaprova. Qual é mesmo o dirado?
Melhor governar no inferno do que servir no paraíso?”
Ela assencin.
“Nenhum de nós verá o paraíso. Tentamos trabalhar
com os Anarchs. Tentamos por cinco longos séculos. Tenta-
mos esmagá-los, mas isso só os levou a uma rebelião ainda
maior. É hora de empurrá-los para os seus próprios guctos;
que apodreçam juntos e que o problema se elimine sozinho.
Se interferimos, seremos apontados como responsaveis,
Se deixarmos que a podridão se instale e os dentes caiam,
seremos os únicos que restarão.”
Nanerte observou enquanto seu senhor caminhou até
a sacada, imaginando se agora seria a melhor hora para
abordar seus argumentos de forma mais enérgica. Ele estava
terrivelmente próximo da borda. E
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Fé em nós mesmos

omos conhecidos como uma seita sem fé.

Pois digo que isso É uma inverdade. Não osten-
tamos nossa fé, mas cremos. Nossos costumes são
mais corteses que sagrados, porém quando nos
ajoelhamos em adoração, fazemo-lo com convicção pessoal.
Oramos sozinhos, por nossas próprias almas; quando nos
desviamos, comungamos com nossos ancestrais em busca
de orientação, em reuniões secretas de irmãos jurados.
Temos fé em nossa guerra contra os baixos instintos, em
nosso papel como os pastores esclarecidos da humanidade
e na sabedoria dos antigos. Rezamos para o Deus dos dias
em que respiravamos. Alguns de nos o fazemos pela mesma

razão daqueles tempos. Outros distorcem a escritura para

encontrar um papel para si mesmos nos planos de Deus e,
infelizmente, mais e mais de nós encontramos fe na heresia
encharcada de sangue, plancjada para que nos sintamos
melhor sobre o fato de sermos monstros,
CAMARILLA

Uma história de fé, ou,

como matamos Deus
para sobreviver
Por Eberlin Alberczen, cria de Albercus Magnus

Com algumas exceções notáveis, nossos fundadores

cram da mesma fé católica na qual nasci. Em 1494,
mesmo os realmente antigos admitiriam que Deus era
tão real quanto qualquer templo em Constantinopla.
Mesmo os hereges cainitas de Languedoc se originaram
de uma inversão da doutrina cristã. Então, por que
os Membros da Camarilla deram as costas à Roma, c,
assim, a Deus? Por que nos, como uma organização, se
não como individuos, abandonamos a fé e nos resguar
damos com luteranos e racionalistas? Por que tivemos
de matar Deus para sobreviver? E o que colocamos no
lugar Dele? Como isso aconteceu, € quais ideias guia

ram nossa majestosa instituição apos Sua queda?

Começou como uma necessidade. Para ocultar nossa
existência c evitar outra Inquisição, a Camarilla
teve de abalar a crença humana em duendes, anjos c
demônios como nós, Para Ncófitos como você e
ancillac iguais a minha cria, é tentador ver nossa sei-
ta como um projeto iluminista. Essa postura ignora
o fato de que ideias como empirismo e direitos na
turais ainda estavam a séculos de distância quando a
malfadada Conv enção ocorreu em Thorns.

Cartolicos
" ft+

Durante o Tempo das Fogueiras, a ideia de um mundo

sem Cristo ou Sua Igreja era uma impossibilidade.
Quer acreditassemos que éramos amaldiçoados ou
que estavamos sendo testados, sc éramos demônios ou
anjos vingativos, de alguma forma ainda faziamos parte
do plano de Deus e a Igreja era vista universalmente
como a encarnação da vontade Dele na terra. Havia-
mos nos posicionado em relação à dourrina da fé por
séculos, e éramos incapazes de imaginar um mundo
sem Ele. Então, como sempre, nos valemos do pro-
gresso da humanidade. Bascado cm correspondências
entre um dos nossos « o reformista asceta e anticlerical
erônimo Savonarola, bem como em reuniões entre

Martinho Lutero e Anatole, proponho que, como seita,
nosso abandono da fé ocorreu gradualmente. A Fé sempre
foi um campo de batalha para a nossa espécie, Albertus
Magnus e eu lutamos, por séculos, para arrancar o controle
da Igreja das mãos de Fabrizio Ulfila, o imundo ariano
herege que considero responsável por dar início ao Tempo
das Fogueiras. Vale lembrar que, no início, lutávamos con-
tra o clero e o papado, não contra Deus ou a fé.
A Reforma
Veja bem, ainda precisávamos de Deus. Na nossa mentali-
dade de fiéis, somos nós os Amaldiçoados, os condenados
por Deus. E com a Condenação vem a possibilidade de
redenção. Na Reforma Protestante, encontramos um
meio de nos opor à Igreja c à Inquisição sem perder a cs-
perança de salvar nossas almas. No Catolicismo, o clero e
a observância dos sacramentos são à nossa passagem para
o Paraiso, Durante a Idade das Trevas, recebemos a Euca-
ristia, confessamo-nos, cumprimos penitência. Quando a
Igreja começou a nos caçar, a Graça nos foi negada. Isso
nos levou a refletir e a procurar por uma verdade mais
profunda, Encontramos nossas respostas no Procestantis-
mo e em seus precursores. Nos ensinamentos de Lutero a
Igreja é mundana, humana e corruptivel. O que importa
é a relação individual com Deus. É o batismo, nossa
profissão de fé, nossas orações ardorosas e nossa conduta
que nos abrem as portas do reino Dele. Isso nos servits
perfeitamente, e percebi minha própria fé cransformada
pelas ideias do teólogo alemão.
Guerras da Reforma e Colonialismo
Por séculos, as guerras da Reforma e Contrarreforma
foram os sinais externos do nosso conflito. A Guerra de
Esmalcalda, a Guerra dos Trinta Anos e a Guerra Civil
inglesa foram conflitos dos mortais, e no entanto tivemos
nossa participação neles. Ataques contra o papa não
feriam apenas a Inquisição, mas também os clãs que se re-
cusavam a aderirà Máscara. A guerra trouxe tragédia aos
vivos € sangue aos mortos, mas no fim a nova fé protestan-
te estava aqui pata ficar, c o mundo ocidental finalmente
saiu da sombra de Roma. Tenho certo orgulho de nosso
papel nisso tudo. Nossa expansão para as Américas foi
uma continuação dessa luca; seguimos a expansão colonial
dos britânicos, holandeses e franceses. Foi aqui, em um
novo mundo de caçadas puritanas às bruxas, genocídio
23
NOSSA FÉ
racionalizado pela religião c nações fundadas sob os
princípios do Iluminismo, e não do direito divino, que
perdemos nossa fé. Sei que isso foi o que ocorreu comigo,
pelo menos. Confesso que minha crise de fé durou pelo
menos dois séculos inteiros. Pode-se dizer que assim como
transformamos a América, a América nos transformou.
O Estado e a humanidade
Apos a Igreja perder o domínio universal, o próximo
grande objero de adoração da humanidade não foi a
religião, mas o conceito de um estado-nação. Foi aí que
descobrimos nossa verdadeira força como uma união
— nossos princípios feudais, nossa hierarquia, nossa
linhagem « nossos ideais. Tornamo-nos uma irmandade
universal de Membros, uma união global dc cidades-
-estado. Na reia emaranhada de sociedades secretas e
grupos religiosos estranhos que recobria as Américas no
princípio, estávamos por toda parte, Conspiracionistas
procurando evidências “dos Hluminari” no início da
história dos Estados Unidos vão encontrar apenas traços
de guerras noturnas e alianças entre criaturas inima-
gináveis para suas faculdades mentais limitadas. No
entanto, seus esforços são inestimáveis para a Mascara,
então abençoados sejam scus coraçõezinhos cheios de
viés de confirmação,
Foi nessa época de transformação que a humanidade
ascendeu como nossa ideologia cenrral. O comprometi-
mento da seita com essa ideia radical — de que, ao ade-
rir ao que haviamos acreditado em vida, nos afastamos
da Besta — mudou tudo. Questionamos a nós mesmos
e aos nossos impulsos. Moderamos nosso senso de supe-
rioridade com humildade, e encontramos uma mancira
de instruir uma condura adequada a Neófitos com falta
de fé, sem precisar recorrer à ideia de condenação,
Cinicos dizem que nossa obsessão em nos comportar
como humanos é apenas uma forma de reforçar a Másca-
ra. Pois digo que não faz a menor diferença sc for assim.
O fingimento nos faz melhores, e nos ajuda a mantero
disfarce. É por isso que minha recomendação constante é
a de tornar a humanidade o seu guia c a crença sua força.
Estude-os, siga os modismos, entenda para onde a moral
deles caminha, e ajuste seus velhos ideais para que se
adequem ao mundo como ele é agora. Peço que não traia
a si mesmo, sua fé e quem você & que simplesmente en-
contre um nicho moral e político no qual possa habitar
com conforto e sem o risco de parecer arcaico.
CAMARILLA
E é certo que vimos no Humanismo, no Deismo e
na ascensão do método empírico uma visão de mundo
onde os mortais seriam incapazes de acredirar em nossa
existência. Aproveitamos a oportunidade de ajudar a
criar um mundo sem deuses ou demônios. Isso serviu à
nossa recente atitude protestante. Deus como mora-
lidade, não como ordem social. Sem ritos. Sem clero.
Apenas você e sua convicção contra a fome de pecado.
Sobre a adoração dos Antigos e
a ascensão do Nodistio
Nossa união sempre venerou as linhagens e o passa-
do. Ainda que tenhamos restringido os aspectos de
culto mais evidentes à nossas reuniões privadas, nós,
especialmente os Ventrue, recitamos aberramente
nossas linhagens na corte, usamos retórica que evoca
os grandes discursos c feiros de nossos antepassados,
e realizamos celebrações para marcar os grandes
momentos de nossa história. Quando um Ancião entra
na corte, sente-se a reverência e o assombro causados
por um semideus andando entre nós. Muitos Principes
aspiram tornar-se tais objetos de reverência, mas este é
um presente que reservamos apenas áqueles realmente
nobres entre os de nosso sangue.
Eu mesmo conheço uma dúzia de cultos de Maru-
saléns, todos cles povoados por alicerces de seus clas
e por defensores ferrenhos de nossa hierarquia, com
mais da metade deles vencrando antigos com sangue
inferior ao meu, Isso é bom e apropriado, e em anos
recentes tais cultos aos nossos santos obscuros têm
alcançado importância e accitação aberta. O mesmo
vale para cultos que celebram as criaturas que chama-
mos de Antediluvianos, os seres mais antigos da nossa
espécie, de cuja existência não temos indícios.
Creio que isso seja em parte uma resposta direta a
um acontecimento não tão afortunado que alcançou seu
ápice na virada do milénio — a ascensão dos cultos da
Gchenna Nodista. Quanto menos se falar deles, melhor,
mas fico feliz de dizer que estão em declínio, visto que
nenhum ancião com sede de sangue levantou de sua tum-
ba e nenhum julgamento divino fez chover fogo do céu.
Se esses eram de fato os Antediluvianos, não demonstra-
ram o apetite destrutivo que se lhes costuma atribuir.
Em vez disso, sua existência torna ainda mais forte a nos-
sa reivindicação pelo poder, pois temos (perdoe minha
blasfêmia) deuses genuinos do nosso lado.
A Igreja de Caim
Com o Sabá se atirando de cabeça em sua cruzada
insana, a hedionda Heresia Cainita voltou às nossas
cidades, em nosso lar. Seriam eles uma frente do Sabá,
preparando nossas crias para o retorno de seus mestres
secretos? Tentando nossos Neófitos para pecados sem
culpa c monstruosidade vulgar? Ou seria essa a nossa
chance de forjar nossa própria Igreja do Sangue, con-
clamar Caim como simbolo de nossa espécie e celebrar
nosso papel no mundo, sem a autocrítica paralisante
da sempre presente humanidade?
O Sabá, por mais difícil que seja de entender, parece
proclamar Caim como o deus e salvador de nossa raça.
Mas eles também elegeram os Antediluvianos como inimi-
gos Dele. A Igreja Cainica não, Sua interpretação gnóstica
do Cristianismo nos colaca como anjos da Divindade Ver-
dadeira, deixados na terra para pastorear a Humanidade
nos opor ao falso criador venerado como Deus Pai,
No dogma Cainita, ambos, Caim e Cristo, são
rebeldes enviados do paraiso para enfrentar uma criatura
malévola chamada demiurgo ou laldabaoth, Senhor
da Prisão do Mundo. Todos nós, dos hipocéricos An-
tediluvianos aos mais fracos dentre os sangues-ralos,
compartilham o sangue da Divindade Verdadeira. Essa
fé tentadora, apesar de não ser nada além de outra de
nossas óbvias distorções de uma ideia humana, a do
Gnosticismo, de fato reforça a função central da Cama-
rilla, especialmente em uma época na qual nos afastamos
de pretensões idealistas de universalidade para proteger
nossos interesses da multidão. Talvez uma nova fé seja
exatamente o que precisamos neste momento de divisão?
Uma que exalte nossas virtudes como mestres secretos do
mundo. Um dogma que incendeie nosso sangue quando
mais uma vez nos lançamos em guerra contra a Igreja de
Pedro e essa Segunda Inquisição. Temo que se não nos
comprometermos em destruir essa Igreja de Sangue e
nos recusarmos a aceitar seu clero na corte, cla há de nos
destruir. O que é ainda pior: a Heresia cospe abertamente
na cara das fés abraâmicas, o que não cairá bem para com
nossos aliados no Oriente. Prevejo que a Ashirra exigirá
que lidemos com a Heresia em quaisquer cidades que
compartilhemos. Porque vamos compartilhá-las.
Os Pilares
Assim como as cruzadas do passado mostraram aos
primitivos reis-gucrreiros do Ocidente as maravilhas
do mundo muçulmano, a Guerra da Gehenna tornou

o mundo dos Membros consideravelmente menor, €
nos deixou muito mais próximos da Ashirra. Este é
o nome da nossa união no Oriente Médio. Há quem
argumente que a Ashirra é outra seita completamente
diferente, mas discordo. Eles cram a Camarilla muito
antes de nós, fundamentados nos princípios de se
ocultar entre seus mortais e permanecerem fiéis aos
pilares do Islã. Nossa cooperação não é menor que o
vínculo que une Chicago a São Petersburgo, Ambas ci-
dades da Camarilla, entretanto a mundos de distância.
Assim, enquanto muitos vcem o iminente casamento
entre os mestres ocultos do Ocidente com aqueles do
Oriente como uma mudança monumental, cu enxergo
isso como a correção de um equivoco. Caso você veja
isso sob algum tipo de idealismo excepcional, algum
cipo de vitória sobre preconceitos culturais divisivos,
peço que pense duas vezes. Não estamos do lado do
povo, dos milhões que são impedidos de se refugiar
em nossas cidades; tampouco estão nossos amigos na
Ashirra, a despeito de sua professa piedade. Estamos
nisso para governar e sobreviver. Somos diplomatas,
reis, empreendedores, soldados de elire, generais e li-
deres de cultos. Somos a elite. Somos vampiros. Pensar
na Ashirra como uma coisa única, uma cultura única,
é uma ideia preconceituosa que, nas cortes do futuro,
vai resultar na sua morte, Considere o seguinte; entre
nossos novos aliados encontramos Príncipes sauditas
que cruzam o limite dos excessos e decadência, um
milionário liberal de TI da Jordânia, nacionalistas rur-
cos que sonham com o Império Otomano, insurgentes
curdos e nobres persas saudosos dos dias gloriosos das
discotecas na Tecrã dos anos 1970. Todos são da Ashir-
ra. Todos acreditam nos pilares de Ala. E ainda assim,
nenhum deles pensa e age da mesma forma.
Temos uma escolha. Deus ou Caim. Fé ou Isolamen-
to. Ou nós, como seita, lutamos para restituir nossa
fundação moral como fiéis do Deus de Abraão, ou nos
arriscamos com nossos novos aliados e nos aventuramos
com a Igreja de Caim, Como expus no ensaio acima,
nossa bússola moral é nossa fé, Permanecer humano
é aderir às crenças dos dias em que respirávamos.
Ninguém sabe disso melhor que a Ashirra. Em vez
das Tradições, eles usam os cinco pilares do Islã como
seu código de condura e seu baluarte contra a Besta.
Despertar durante o dia para orar voltados para Meca
exige enorme autodisciplina, ainda assim todos eles o
fazem. Queremos nos apresentar como ateus sem fé, ou
NOSSA FÉ
aceitamos que ainda somos Povos do Livro e partilha-
mos uma história e uma moralidade em comum com
a Ashirra? Essas questões serão respondidas de forma
diferente em cada domínio no futuro. Algum servirá de
anfitrião a uma corte governada por um ministro Caini-
ta, e será evitado feito praga por fiéis da Ashirra. Outro
será gerido feito uma empresa por um juiz Ashirra,
mantendo uma aparência de estrita imparcialidade, en-
quanto mata os impios um a um. Um terceiro vai apoiar
um Principe paranoico tentando insuflar as chamas do
nacionalismo em sua cidade, para se prevenir do que o
futuro há de trazer.
A Cruzada da Gehenna e o Chamado nos trouxeram
mais próximo de nossas origens, de nossos veneráveis
ancestrais e da Ashirra. Agora devemos escolher como
isso vai nos transformar, e no que acreditamos.
Diretamente, diremos a você que nossa conspiração é
secular, que rejeitamos a fé e a superstição. Mentimos.
A IGREJA DE SANGUE
Estou incluindo estas transcrições como mais uma evi-
dência de que você tem um problema de heresia. Ela está
cada vez mais popular, e, sim, afirma ter abandonado a
escatologia Nodista, mas a Igreja de Caim não é inofensi-
va. Ideias como estas são os primeiros passos em direção a
radicalizar nossos Neófitos e enfraquecé-los para o inevi-
tável retorno de nossos inimigos. Não importa o quanto
essas ideias acariciem seu ego, devemos acabar com elas
ou estamos arriscando tudo. Sei que é doloroso matar uma
cria, mas temo precisar insistir que você aja de uma vez.
Pelos juramentos do Sangue que fizemos em 14 de
setembro de 1856, no domínio governado por meu senhor,
Lawrence Westfield, sob seu testemunho principesco,
Sanguines et Animi,
Angus
CAMARILLA
A Camarilla é uma igreja de Sangue para uma congre-
gação libertina e um mundo vendido. A nossa missão
trata de espionagem em território ocupado pelo inimi-
go, governado pelos augúrios da anarquia e comanda-
do por tolos. Somos a única salvação da nossa raça, e
todos os outros são falsos profetas. Somos a instituição
mais revolucionária e transformadora da morte que
existiu na face da Terra. Somos dedicados à propos-
ta de que a infiltração total no mundo não é apenas
possível, mas necessária. Esse objetivo, no fim, envolve
a destruição do modo de vida natural da humanidade,
das suas formas de pensar e da sua liberdade. Estamos
nas sombras apenas aguardando nosso momento.
Em nossas Tradições temos muitos
clas, seitas, cabalas secretas e coteries,
mas no fim somos todos uma coisa 3 es
só: somos mortos, e nos alimen- ES
tamos dos vivos. Manipulamos
governos e matamos qualquer sº
um que não possamos com-
prar, enganar ou intimidar.
Corrompemos tudo o que
rocamos e conspurcamos
tudo o que tentamos amar.
Oferecemos proteção àqueles
que nos servem, e extermínio D um individuo para outro, e fazem
aos que nos desafiam. É nosso o
sistema de controle oculto que se
insere no cotidiano de todo ser vivo
nesse planeta. Estamos em todo lugar. Não
estamos em lugar algum. Somos todo-poderosos.
Somos um sussurro. Somos como Ele.
A malevolência é um ponto de vista. Nenhuma
criatura abaixo de Deus é rão parecida com ele e com
sua cria, Caim, quanto nós. Matamos com a mesma
liberdade e com o mesmo Infimo remorso. Nossa ver-
dadcira maldição é que compartilhamos a responsa-
bilidade dele — uma maldição muito mais profunda
que a mera fome, demência ou tantas outras agruras
da não vida noturna.
Nós, sacerdotes da morte, transcendemos o tempo
e tornamo-nos imortais, e agora a serviço de nossa seita
somos como santos da escuridão — seres de poderes
tão sombrios e temíveis que transcendemos o mortal
e definimos o corruprível, Aos Membros mais jovens
representamos o anseio pela imortalidade verdadeira e
pelo poder absoluto.
Sobre Acreditar em
Algo Maior que Você
Fragmento de Guia da Torre, por Addison Payne,
Primigénie Ventrue de Nova York
À primeira vista, pode-se jurar que a nossa seita É um corpo
secular, Mais uma união polírica, uma aliança de senhores,
do que um templo. Mas somos ambos. Pense na Rússia. Veja
como a povo de lá enxergava o czar como a encarnação de
Deus na rerra, pura c infalível, independentemente de
suas ações. Pereeha como Lénin, até corto ponto,
mas no fim Stálin capturou essa devoção
e fez com que uma nação vivesse
5 em temor e idolarria dele. Ele era a
- encarnação do povo. Ele era
a encarnação do estado. E se ele
caisse, a Rússia também cairia,
Os russos tiveram de aceitar
isso, ou encarariam conse-
gNo é W quências terríveis. Eles nunca
i
desistiram da religião, apenas
E. * rransferiram sua adoração de
isso até hoje. O que fazemos na
LP Camarilla não é muito diferente.
Falamos de religião organizada como
se fosse um câncer; a Igreja é o sustentáculo
dos nossos inimigos, e nossa fé é pessoal, nada mais que
uma parte de nossa missão para continuarmos humanos.
Acredite, antes de mais nada, na seira,
Acredite, antes de mais nada, em seus Anciões.
Isto não é uma crítica. Todas as estruturas de poder
feitas para durar devem ser construídas sobre bases sóli-
das. É preciso que seus apoiadores acreditem em algo para
torná-los leais. Transforme seus soldados em discípulos e
você poderá tomar o mundo.
Recentemente, as coisas têm mudado. Contrariando
o dogma, dizem que os seres antigos que podemos chamar
de Antediluvianos estão se levantando de suas sepulturas.
Mesmo que fosse o caso, essa revelação não destruiu a
Camarilla. Sim, os Gangrel nos abandonaram. Os Brujah
também nos deixaram, por razões diferentes. Mas o resto
de nós fica, agarrando-nos ao que sabemos, pedindo con-
selho aos nossos anciões, pedindo orientação.
26

E os Anciões responderam. Os Antediluvianos podem
até ser reais, c poderosos, mas não querem nosso mal. Estão
do nosso lado, Nossos líderes rêm ocultado a verdade de nós
apenas para nos proveger. A mentira do Saba é pior — eles
queriam, e ainda querem, destruir nossos ancestrais que vivem.
Podem muito bem estar afiando suas estacas para atravessar
nossos corações! Em resposta, nós nos contrapomos ao Sabá e
aos Anarchs com virulência sem igual. Seguimos até suas zo-
nas de guerra para arrancá-los de seus buracos, para demons-
rar nosso poder incomparável. Erguemos nossa estrutura, e
não vamos abandoná-la. Ela se constrói sobre a adoração dos
nossas Anciões, em nosso Sangue partilhado, e essa adoração
pode alcançar até mesmo os Antediluvianos, caso necessário,
Por quinhentos anos foi dito que eles não existiam.
Agora olhamos para eles como prova de nossa própria
divindade, nosso potencial para realmente viver para sem-
pre, bastando que sigamos o caminho apontado por nossos
Anciões, independentemente de quão antigos sejam.
«+ fue
ESTADO DE GRAÇA!
Introdução às Religiões
da Torre de Marfim
Por Carmelita Neillson
De Heréticos à Grandes Religiões
O Cristianismo, como religião, é um rebento do Judais-
mo. Mesmo Deus, mesma parte do mundo. O Messias e
sua rebelião contra Roma e os costumes antigos ocorre-
ram em um contexto cultural judeu, mas deram origem a
uma fé completamente nova. Assim como o Cristianismo
é entrelaçado ao Judaismo, nossos mitos sanguíncos são
intimamente concetados com Yahweh, o antigo guerreiro,
bem como com sua encarnação posterior, mais pacífica.
A Heresia Cainita acredita que Cristo foi um
de nós, o segundo advento de Caim. Partindo desse
ponto de vista, essencialmente roda a cristandade se
transforma no culto de um mito vampírico, tornado
palpável a mortais por meio de um processo de séculos
de canonização e ocultamento dos ideais sanguíneos.
Um processo que culminou no Primeiro Concílio de
Niceia, onde a ideia de que Cristo foi uma entidade
sobrenatural finalmente foi abandonada e ele se tor-
nou o que conhecemos hoje — o Filho do Homem.
NOSSA FÉ
Caso se procure por elas, nossas impressões digirais
estão por todo a Cristandade, Os milagres, Lázaro e
Longino como ressurgentes transformados pelo sangue
de Deus, a ressurreição, a obsessão em torno do Sangue
Dele, os treze na mesa, a promessa de vida eterna. Al-
gumas das interpretações mais extremas são encontra-
das nas obras de um sangue-ralo de Los Angeles, agora
na lista vermelha, conhecido apenas como “Hollis”.
Scus panfletos dizem que tudo o que está escrito na
Biblia é sobre nós, para nós c por nós, c que só poste-
riormente cla foi polida para que os humanos a lessem.
Muitos acreditam que aquele mito Lasombra sobre
Cristo Abraçado apenas lança mais dúvidas, no entanto,
é possivel interpretá-lo como um exemplo fascinante de
coma as Fronteiras podem ser nebulosas entre nossa raça
ca dos mortais. Nossos mitos saltam entre espécies, carre-
gados pelo poder de ideias infecciosas em vez de qualquer
tipo de evidência concreta de sua veracidade.
O mesmo ocorreu com Mithras, cuja não vida deu
origem a um culto que atravessa os limites entre os vivos
e os mortos. Ele é adorado não só por scus descendentes,
como também por outros vampiros, que desejam a recom-
pensa prometida por seu culto, bem como uma forma de
rastrear suas ações através da história morral. Caso esteja-
mos procurando um salvador vampírico, um paradigma
verificável de nossa raça, temos essa figura em Mithras.
Os Mistérios de Mithras formam o culto com
o maior número de Membros da Camarilla, apesar
de Mithras ter uma filiação apenas nominal à nossa
seita. O mesmo pode ser dito da dedicação da Ordem
Menclena à pretensa crença de Mencle na iluminação
acima da violência. Eu também poderia mencionar
os Devoradores — Membros que tentam consumir os
nomes de outros — e as Górgonas, que venceram Gorgo.
Como a história demonstra, onde quer que estejamos,
novos mitos são criados, e nossa cspécie deu origem
a cultos que abrangem enormes distâncias culturais e
geográficas. Na maioria das vezes, esses cultos surgem
não porque o objeto de vencração decide formar uma
religião em torno de si, mas pelo contar e recontar de
histórias, que se tornam mitos, que se tornam milagres.
Agora, quando se fala nos efeitos da cultura na
sociedade, o poder de um milagre inventado não é me-
nor que o da ocorrência de um evento impossível. Isso
faz com que cada novo culto seja perigoso para aquilo
que ele substituíria, e doutrinas reagem da mesma
forma. Pense nos primeiros cristãos sendo perseguidos
CAMARILLA
por judeus c romanos, e no
extermínio cuidadoso dos heréti-
cos promovido pelo Catolicismo.
Entre nossos cultos e ordens na
Camarilla, a tendência é a mesma.
Sabe quantos cultos de Mithras
existiram antes do atual, ou quão
diferente era antes de Roger de
Camden assumir a liderança? Não,
porque tais grupos, uma vez esta-
belecidos, não toleram conflitos
internos contra sua verdade.
Adoração de Ancestrais
Membros capazes de recitar as
gerações passadas de sua linhagem
« contar os feitos de seus ances-
trais — bons ou não — costumam
ser respeitados por seus pares e
anciões. Respeito e celebração do
passado é um conforto para mui-
tos, e disso surge, sem dúvida, a
prática de adoração dos ancestrais.
Existe algo de romano na ideia
de construir um santuário em seu
próprio refúgio, ornamentando-o
com pequenas imagens de senhores
e antessenhores para pedir a cles
orientação ao acordar todas as noi-
tes, Conheci inúmeros Membros
que fazem isso, bem como alguns
bruxos que afirmam, liceralmente,
comungar com seus ancestrais
dessa forma. Se as orações real-
mente canalizam o poder que
permite a um Membro sc conectar
telepaticamente com outro, não
posso dizer, mas elas claramente
ajudam a quem ora, nem que seja
por emprestar a cles a autoridade
da vontade de seu ancestral.
A adoração de ancestrais não
sc limita ao plano material. Muitos
cultos de ancestrais reverenciam
tanto os mortos quanto os não
mortos: Miguel de Constantinopla
figura entre os mais consagrados
dos matusaléns Toreador. Sabemos
que ele foi destruído junto com o
Sonho, mas isso não impede que sua
linhagem lidere uma igreja em seu
nome, Miguclitas, às vezes chama-
dos de Nefilim, recebem tributos
e serviços apenas pela força de sua
linhagem, com muitos deles tendo
cargos de autoridade religiosa no
mundo dos Membros. Alguns tém
até mesmo figuras de adoração além
do próprio Miguel, mas, graças à
sua ascendência, são vistos como
modelos a serem seguidos.
Outro exemplo pode ser
encontrado no Clã Tremere. Os
tradicionalistas de Karl Schrekt
creem que o próprio Tremere foi
o ápice entre os magi, e sentem
muita segurança nas tentativas de
reproduzir seu sucesso, Frequen-
temente sacrificando sangue, ou
coisa pior, em nome dele, mesclan-
do sua crença no poder do Sangue
com o Hermetismo incrente à
origem de seu clã. Assim nasceu
o neologismo “Heméticos". Os
ocultistas afetaram profundamente
o sistema de crenças da Camarilla.
Mesmo quando damos as costas a
milagres, tendemos a acreditar em
magia em vez da teoria cientifica
para explicar tanto nossa condição
quanto nossas habilidades.
Talvez este seja o verdadeiro
cerne de nossas crenças. Talvez não
acreditemos em Deus ou Caim, mas
sentimos que há uma ordem oculta
no universo. Profecia, maldições,
destino, justiça poética, sincronici-
dade, o preço do pecado, o bem e o
mal. Esso é real para a maior parte
de nós. “A Tábua de Esmeralda”, um
texto de Alexandria do século II,
diz, em linguagem contemporânea,
“O que está em cima é como o que
está embaixo”, O significado disso
é que todas as coisas são concetadas
e podem afetar umas às outras por
meio de conexões invisíveis. Muitos
Membros, especialmente os Hemé-
ticos, acompanham os avanços
recentes da física quântica com bas-
tante interesse, Talvez a ciência dos
dias em que respiramos finalmente
se unificará aos milagres sanguincos
de nossas longas mortes.
Adoração de
Antediluvianos
Aos ingénuos, a adoração de um
fundador de clã é apenas outra
forma de veneração dos ancestrais.
No entanto, a provável exis-
tência — atual ou prévia — por
muito tempo não confirmada dos
Antediluvianos c a adoração dessas
entidades se relacionam mais a
conceitos do que a individuos,
Você não acende uma vela para la-
mentar suas tristezas para a beleza
ou a arte, como faria ao Senhor
de seu Senhor. Por essas razões, é
raro encontrar uma fé formalizada
construída em torno de um Antce-
diluviano, com aquela envolvendo
Set sendo a exceção, devido à anti-
ga hierarquia de hierofantes do clã
Falando em nome de seu fundador.
Cultos de Antediluvianos por
vezes são sinônimos de cultos da
Gehenna, mas firmaram-se ainda
mais na década em que a ideia de
catástrofe global atingiu nossa
sociedade com força total. Um
Membro que deseje reviver seu
Fundador, ser seu escravo lider e
dar início a um periodo em que
Hagim (por exemplo) governe to-
dos os Membros é, na melhor das
hipóteses, um niilista. Na pior, um
demente e homicida, Tudo o que

realmente sabemos sobre nossos
fundadores não passa de rumores e
especulação. Mas sc o que acom
teceu em Bangladesh no final do
século XX teve qualquer ligação
com eles, temos um mau sinal.
Ainda assim, eles são a nossa
conexão mais promissora com a
gênese de todos os vampiros, c o
Livro de Nod, os Fragmentos de
Ercyies ou outros textos miticos
talvez sejam muito úteis para
explicar como podem ter sido
nossas verdadeiras origens. Algum
deles conheceu Caim? Ele existiu?
Com todas Cssas perguntas, c sua
estatura divina, não é surpresa
que muitos de nós cedamos a esse
tipo de fé. Alguns dizem que a
religião foi a primeira tentativa da
humanidade de fazer filosofia. “O
mundo é o que é porque os deuses
assim o querem” É tentador pen-
sar o quão próximos podertamos
estar da verdade, caso os deuses
nos respondessem., Mesmo assim, é
recomendável lembrar que nossos
mitos fazem com que as divindades
existam à nossa imagem — elas
podem não ser o que imaginamos
ou sequer ter nossas respostas, sem
presumir que querem nos iluminar
quando, com a mesma facilidade,
podem nos incinerar.
Religião Mortal
Eu sou cínica porque sou uma
arqueóloga, uma cientista e uma
mulher Abraçada no século XX, ou
por que ainda me identifico como
uma católica (não praticante)? Ê as respostas para muitas coisas por
dificil fugir da sua fé mortal, mas
é mesmo sabio tentar? Sem nem
pensar, às vezes me pego rezando,
querendo ir à missa, ou descjando
ser absolvida dos meus pecados ao
NOSSA FÉ
me confessar para um padre. Seja
culpa de uma crença entranhada
ou de uma criação difícil, esta cruz
é minha para carr até o dia em
que me torne cinzas.
A Camarilla não encoraja nem
desencoraja a fé mortal, mas tem
muicos fiéis entre seus integrantes.
A morte pode abalar sua fé, ou
torná-la mais forte. No meu caso,
a fé continuou tão natural quanto
me vestir ao acordar. É uma par te
central de nossa ideologia rerermos
habitos, costumes e perspectivas de
nossas vidas mortais para perma
necermos virtuosos. Então por
que é que fazemos cara feia para a
| religião mortal? Porque a igreja nos
caçou até o extermínio uma vez, e
agora repete tal ato. Pensando as-
sim, não é estranho que nossa seita
seja crítica da religião organizada.
A Ashirra é 0 nosso oposto nes-
se aspecto. Ela perpassa muito do
que chamamos de Orience Médio, c
sua estrutura sc bascia no Islã como
seu principal fundamento. Existe ai
uma cerra hipocrisia, considerando
o que o Islã desaprova e o que a
Ashirra com certeza faz, mas ela
não pune os Membros por conti-
nuarem muçulmanos. Pelo contrá-
rio: se você quer ter influência na
Ashirra, você precisa, no minimo,
tolerar o Islã. A grande seita do
Oriente respeita c inclui muitos
Membros das fes cristã € judaica, c
todas as pessoas do livro são vistas
como irmãs, recebendo liberdade
para seguir sua própria condura
religiosa. Para à Ashirra, a fé tem
tras de sua existência.
Judaismo, Cristianismo c o
Islã são, sem duvida, as religiões
mortais mais influentes e repre-
sentadas cm nossa seita e entre
29
CAMARILLA
nossos aliados próximos. Encontrei um punhado de
Membros judeus ortodoxos e, para os mais fieis, a
morte final é preferível a uma longa não vida fora
das leis de Deus ce de Israel. Judeus reformados e
muitas das outras escolas da Fé judaica costumam se
ver como parte do plano de Deus, aceitando humil-
demente suas sentenças. Muitos desses agem como
protetores das comunidades judaicas em suas cidades,
levando a morte justa a grupos e Membros antissc-
mitas, Mas há inúmeras fés, tanto entre os não vivos
quanto entre os vivos. O Budismo, por exemplo,
partilha muitos princípios com o mítico caminho da
Golconda, c conheço muitos Membros praticantes
que alcançam estados de equilibrio com sua Besta
por meio de seus preceitos, apesar das frequentes
transgressões.
As muitas faces divinas de Brama, a adesão às
missões de pureza e a crença na alma imortal, vistas no
Hinduismo, também têm seu séquito entre os Mem-
bros. Muitos encontram dificuldade em reconciliar a
crença com sua condição, mas alguns anciões da fé hin-
du a distorcem para se colocarem como as divindades
de Brahma, criando uma heresia intrigante com seus
próprios partidários vampíricos.
Encontrei poucos Membros siques, jainistas, xin-
toistas ou raoistas, mas não dá para dizer que não exis-
tam. Ouvi dizer que hã pelo menos quatro Principes
siques na região do Punjab, na Índia, então qualquer
vampiro pode se ater a sua fé mortal,
Em contrapartida, ainda há muitos Membros que
seguem o Zoroastrismo e as religiões pagãs antigas
da Grécia, Egito e Escandinávia, mas suspeito que
muitas vezes isso se deva à idade do vampiro c a longos
periodos de torpor. Nesse ponto, no entanto, preciso
acrescentar outra perspectiva, ainda que seja mais
assustadora no que se refere à ascensão de religiões.
De acordo com celebrantes do Culto de Odin, entre os
Gangrel, os Aesir não cram diferentes dos nossos char-
latões religiosos de hoje em dia. Eles eram Membros
que reuniram seguidores mortais. O mesmo, dizem,
aconteceu com deuses da Grécia, Indochina e Pérsia.
De Jerusalém. É de dar calafrios a ideia de um mundo
ande os únicos deuses estão mortos, e a fé é um truque
para ordenhar até a última gota de sangue dos vivos,
Queria que essa ideia não fizesse tanto sentido, que
não fosse tão alinhada com tudo o que vi c aprendi em
minha comunhão com o passado,
Cultos, Heresias e Ordens
por Lorde Roger de Camden, Pater do Culto de Mithras
Peço que perdoe a mão velha c fraca que aqui es-
ereve. Ela treme quando coloco a caneta no papel,
então me vejo escrevendo da forma moderna, digi-
tando, mas, ai de mim, faço isso lentamente.
Ao longo de minha vasta, vasta vida, encontrei
mais cultos do que sou capaz de enumerar. Muitos
surgem como varíola e são eliminados antes que a
década se acabe, seja graças a rivais ou a dissidências
internas. Tal é o modo de nossa raça, nunca enco-
rajamos que nada perdure. Basta surgir uma coisa
nova para que a esmaguemos. Pobre de mim, hoje
mal fico em pé, Precisaria pedir ao meu Heliódromo
que o fizesse por mim,
Mas deseja uma listagem dos cultos em atividade
nas noites de hoje? Posso lhe falar de alguns, certamen-
te. No entanto, é preciso que se livre do sabor desa-
gradável da palavra “culto”. Não é o que a imprensa
moderna quer que você pense, nem todos os cultos são
liderados por megalomaniacos que buscam doutrinar
hordas de seguidores ignorantes. Longe disso. Esses
cultos existem, mas raramente duram mais que um
século. Considere o termo como os romanos, incluin-
do meu mestre Mithras, que se referiam ao “Culto do
Cristianismo”, Para criaturas tão antigas como nós,
poucas religiões maruram além da palavra “culto”.
Afinal, eu sou mais velho que o Islã.
Não falarei do Culto de Mithras. Perdurar por
dois milênios, apesar de ataques vindos de toda par-
te, fala por si só. Em vez disso, falarei sobre alguns
cultos e ordens mais recentes e menos conhecidos.
Entre os exemplos, você vai encontrar cultos cuja
origem sc deu puramente entre os Membros, bem
como formas que os Membros mais fícis encontra-
ram de se incluir na fé dos que respiram. Pois não
importa o que o Circulo Interno nos diga, somos tão
propensos à auto-ilusão e ao conforto do propósito
divino quanto qualquer um dos vivos.
Os Menelenos
Mencle, ou Menclau é, evidentemente, uma figura
proeminente da Iliada, Ele foi rei de Esparta, e geral-
mente é reconhecido como um dos mais poderosos

generais Brujah durante as Guerras Púnicas com
Roma, que tinha apoio Ventrue. A despeito da proeza
bélica do desparecido Menele, scus cultistas acreditam
que seu idolo era alguém que buscava a iluminação c a
paz, praticamente o oposto do estercótipo de seu clã.
Alguns rezam para ele em busca de sabedoria quando a
Besta chama.
Assim como em muitos cultos, os Menelenos
necessitam de algum alvo para sua ira. Não se forma
um culto unicamente sob princípios de paz: todos pre-
cisam destilar o ódio em algum lugar. Os Mencelenos
culpam os Torcador por trair Cartago, e é frequente
que apreciem o sacrifício de Degenerados capturados,
pelo que se diz.
Olhos de Malakai
Este culto emergiu recentemente. Ele é liderado por
Malkavianos, mas recebe, por alguma razão, muitos
que procuram compartilhar as visões delirantes daque-
le el. Os olhos acreditam que a loucura encarnada é o
único caminho para a verdade absoluta. Ao perderem
o juízo, esperam ganhar discernimento. Eu mesmo já
me encontrei com um deles, e cla cra surpreendente-
mente lúcida. Foi ela quem avisou sobre a queda de
Londres.
O sacrifício que os cultistas fazem a este culto é de
sanidade. Não posso dizer que conheço todos os seus
ritos, mas ouvi dizer que eles quase que literalmente
encaram o abismo, o submundo ou algum inferno
nebuloso, aguardando até que todos os pensamentos
mortais se esvaiam de suas mentes. O que os substitui
não sou capaz de dizer.
Os Aspirantes de Yima
É assim tão incomum que os Nosferatu caiam víti-
mas da vaidade? Quando se vive na disformidade
por uma eternidade, sucumbir a sonhos de beleza
se torna fácil. Este estranho culto tem existido por
pelo menos dois milênios, reunindo Membros em
adoração ao supostamente perfeito Yima. Dizem as
histórias que ele foi Abraçado antes de seu fundador
ser amaldiçoado com a feiura por Caim, mas quem
sabe?
De qualquer forma, esse culto decadente, mas
essencialmente insipido, faz o possivel para organizar
NOSSA FÉ
grandes desfiles c esculpir seus próprios corpos, de
forma que lembrem algo um pouco menos ofensivo.
Muitos de seus integrantes cram belos quando vivos,
Conhecidos como Cleóparras, desperdiçaram anos e
anos tentando recuperar o que tinham perdido.
Os Amarantinos
Um culto nomeado de forma perigosa, que foi dura-
mente perseguido muitas vezes ao longo dos séculos,
apesar de seus protestos frequentes. Ainda assim, os
preceitos de sua crença não permitem que mudem
o nome de sua ordem, visto o amor que têm por sua
idola. Amarantha foi a primeira vítima de Diablerie
e, veja bem, Amaranto é o nome arcaico desse crime,
Assim, não é um grande salto lógico enxergar os
Amarantinos como Diableristas.
Muito pelo contrário. Os Amarantinos perse-
guem Diableristas com um fervor violento, agindo
fora dos limites usuais da Tradição da Camarilla, Eles
reverenciam sua idola pelo martírio e inocência dela,
ceifando os pecadores em seu nome.
O Culto de Ur-Shulgi
Este culto é a evidência de que com bastante tempo,
dedicação c recursos, qualquer grupo pode ascender
e se tornar a ortodoxia. Antes do despertar de
Ur-Shulgi, o Matusalém, cu descreveria os Banu
Hagim como um clã predominantemente islâmico.
Porém, ao retornar, o vampiro denunciou o Islã como
uma farsa, e exigiu que todos os Descendentes de
Hagim vencrassem aquele que deu nome ao clã, em
vez de Alá ou o profeta, sob a pena de perder o San-
gue e a alma via Diablerie.
Em nome de Hagim, seu ralvez-senhor, Ur-Shulgi
tornou-se o lider ativo « poderoso de scu próprio
culto. Alegações de sua eximia habilidade no uso de
feitiçaria, e o expurgo de milhares de Banu Hagim
chegaram aos meus ouvidos. Muitos chamam-no de
“a Grande Destruidor”, por um bom motivo.
Vale ressaltar que o despertar do Sem Pele c a des-
confiança que provocou em seu clã, expôs o fato de que
temos mal interpretado todo o tempo, o que nos apro-
ximou primeiro dos marginalizados, e logo as facções
principais do clã.
CAMARILLA
A Ordem Patmosina
Chamada assim graças à ilha de
Pacmos, onde São João recebeu a
visão do Apocalipse, os Membros
Parmosinos unem diversas doutri-
nas incomuns em uma seita cristã
com uma perspectiva bastante
peculiar sobre o mundo: a de que
o Arrebatamento já aconteceu.
Os sete anos que supostamente
sc passam entre o Arrebatamen-
to e o Dia do Juizo Final seriam
simbólicos, da mesma forma como
algumas pessoas interpretam os
seis dias da criação. Assim, não
há como saber quando essas sete
“eras” terão se passado, mas a seita
aponta para a Guerra da Gehenna,
e os Parmosinos têm certeza que os
Quatro Cavaleiros cavalgam logo
atrás dela.
Os Patmosinos também acre-
ditam que Caim foi abençoado por
Deus, não amaldiçoado. Na verda-
de, eles acreditam que os Membros
receberam sua condição imortal
para que sobrevivam a todos os
anos entre o Arrebatamento e o
Juizo Final, e sejam eles a conduzir
os dignos pelos Portões do Paraíso.
Sua crença diz que são os Mem-
bros, não os mortais que restarem,
que serão salvos no Dia do Juizo.
Somente alguém digno do Ceu
— mesmo que nenhum Membro
ou mortal possa compreender o
porque de sua dignidade — há de
sobreviver ao Abraço.
Os Parmosinos assumiram a
missão de procurar c Abraçar os
mortais mais dignos que possam
encontrar, garantindo assim um
lugar para eles no Paraiso quan-
do o Dia do Juízo chegar. A seita
acredita que não existem mais que
cinquenta mil Membros no mundo
nas noites de hoje.
Caso o Dia do Juizo aconteça antes
que 144 mil sejam Abraçados, mui-
ros que poderiam ser salvos serão,
na verdade, condenados.
Os Pastores do Islã
Os Pastores são um grupo de
Membros muçulmanos que acredita
que o próprio Alá os escolheu para
serem os guardiões imortais das
palavras do último profeta, Maomé.
Seu objetivo é que o Islã continue
vivo por meio daqueles que teste-
munhavam a Palavra em pessoa.
Para os Pastores do Islã, todas
as discussões que surgiram desde
a época em que Maomé estava
vivo — da confusão cada vez maior
de interpretações do Hadice às
discrepâncias entre tantos califas
irascíveis — devem ser respondidas,
simplesmente, por aqueles que esta-
vam la, Por esse motivo, os Pastores
mantém uma lista abrangente de
todos os Membros que passaram
por aquela época especial da histo-
ria. Eles chamam esses Membros de
“testemunhas” e fazem o possivel
para manté-los não vivos a todo
custo, ao ponto de arriscar suas
não vidas para garantir que o plano
de Ala para eles seja cumprido.
Sempre que uma nova testemunha
é encontrada, ela é convidada a se
unir ao grupo, tornando-se um dos
Pastores do “circulo interno”, Mui-
tos fiéis mortais são empregados
nos esforços de busca às testemu-
nhas, formando uma rede mundial
bastante abrangente.
Exaurismo
Deus, como Nietzsche resumiu tão
bem, está morto. Sua morte, no
entanto, não é recente: os Mem-
bros Exauristas acreditam que
o todo-poderoso está morto há
milhares c milhares de anos, desde
que Caim o Diablerizou. De acor-
do com sua doutrina, Deus ecra,
se não uma entidade real, física,
pelo menos um ser espiritual que
poderia ser alcançado por meio
de um rito mágico adequado. E a
morte de Abel não foi um sacrifi-
cio, mas a culminação de um ritual
cujo objetivo era o de tornar Deus
manifesto. Quando bem-sucedido,
Caim drenou todo o poder de
Deus, exaurindo sua essência.
Segundo os Exauristas, Caim
andou entre mortais por muitos
anos; no entanto, após um tempo,
ficou solitário. Jamais teria a
presença de um semelhante —
afinal, cle não cra Deus? Assim,
ele Abraçou a Segunda Geração
e, ao fazé-lo, dispersou e diluiu
o poder de Deus. Com o tempo,
outros Membros repetiram o aro
de Caim, ofertando porções de
sua própria essência Divina às suas
crias, c então às crias delas, até
a era moderna, quando os Mem-
bros se tornaram tão numerosos €
distantes de Caim que as últimas
gerações quase não carregam
qualquer poder divino. O mundo,
acreditam os Exauristas, vai chegar
ao fim apenas quando o último
Membro, tendo reabsorvido rodo
o poder de Deus em uma única
forma, refizer os passos de Caim
c tornar-sc-á Deus, permitindo a
Ele que devaste as ruínas do velho
mundo e dé à luzum novo. E
 DRT TU a TT a homenagear Azu feito um deus ESTRELAR ER TLUÇES ET Ra)
ON MOI E —, enviando-os para viver no ota Rure er URSS ESTO]
“Tradução por Converyx (1861). Venera- Monte Ararate. Lá eles ficaram [One
Tee Toa vao! ERRORS FRISO
DR aço E RE RT OTEA por sete vintenas de anos, e foi ali contra o vasto inimigo que se
que Uga Dugud passou a desen- armavam contra eles.
ERR volver e ensinar uma forma des- [RE RO [ee PTE e tp O)
UI RES conhecida de guerrear, conhecida extenso acampamento de Sargão
ESTATURA AO EE TS espalhava-se pela planície feito
PR DOTE Corso ipers o Re of io Zi Poa geoDP racao
a oo Tera
UT gafanhotos vermelhos. Logo antes
RED sos PAC
ta MU TidS de frenesi para transformá-lo e de se lançarem em combate, ele
PGR
o a rea Ra CS OR seus Cavaleiros da Esfinge em levou aos seus homens a discussão
exânimes principados rebeldes pavorosos soldados da vingança. ED jU CARSES SUTISOR RS
da Anatólia Oriental. Naquele Muitos anos depois, aconteceu de RSRS oa MEa TU
[ET OT RSI re Rg LOTE a força principal do exército as- A To erN ro o ato re ET
PISO SR RD SPA A UE O strio cruzar SO Ea CR RIOS ção. Disse o seguinte a eles: “Em
Trebizonda e foi descabidamen- [ENC Te Aa 7 acetrag TU ARDOR EEE COR URANO]
te hostil com os adoradores de PAVIURD ANO rrET O TOO TETO Fe CAME E aa
TO TS UA OTA
Caim leserito “Kagn” no texto o número de agressores mortais a convulsão da possessão pela
original), devido à sua própria perturbou Azu profundamente, Besta interior. Esta noite, sois
autoidolatria. Das Presas entre- e ele lembrou-se da ousadia e da os demônios temidos por todo
PATI A RS LETAIS ASUS RL A o E TT RE mortal. Saltai sobre eles feito o
excelsas haviam sc unido ao scu PAR URSOS nat ana PTE estouro dos Hicsos. Caim hã de
culto; adoravam-no como a um retornar ao seu conselho interno. ESTEIO PER TaA CR Re TI
deus c esqueceram-se do nome Exortando a coragem displicente SUL O Toro Co TS
de seu ancestral comum. de Uga Dugud — e graças ao seu quelas palavras eles acreditaram,
Não obstante, entre seus adjun- próprio medo —, Azu dirigiu-se PORTE [CTA OR Ta Tea DR O e TE
CODES CORE EresE red TELS a ele como um igual, “Teus POP EEE TENS A TO URSO US
alçou-se em segredo um serviçal ferozes poderes”, disse ele, “e as tenda em tenda, abatendo cada
[TS ROO e CET T [STELA aee RO TIE homem que usasse sandálias c
[ROTAS DU SO [RR LITRO ro eo RETO UT RU RS ui Ce OPA TITEEe TE
seu fervor ardoroso, bravura em SAS ES UCL RUE escravizado. À luz da aurora eles
batalha e conquista de muitas TETE OR UR O ET RETO [ERA RAI SUE
cidadelas, tornou-se renomado DELE PET ARTES TOr AS REDESOM OUT TA CR TR ST
PTE Ee a E AO mortais, de modo que tua reputa- desonra. Ao fizer com que seus
ANTES
[SNPA OE TO or TIRA LEU ção possa crescer ainda mais” escolhidos testemunhassem o
homenagem e desejavam apren- LO AT O E o EraTia O PARAR USE STEREO RE
RO COR aquelas palavras dar a eles o conhecimento da pró-
Au passou a ter inveja de Uga — contiando não em números, OMARA RE ENE [RIA
Dugud, banindo-o e o seu peque- DIAS REA OE UR o profeta sagrado do Caminho da
TORO Re E GU E o o ST DIESEL Re aU TOO CRER TA TESE RS RES
ENTRO PITT Rua TE Tia ETA RU OEA RT RO
LS CO PST TROS
La O
[PS PR

“Tais coisas ESEC PETI EO PRTIIa o CA RESTAR Ta Lee

VAR rare e NR SRU Presas. Uga Dugud e seus segui-
PTS TIE] EIS RT EH] RUA] vi- dores, de imediato, irromperam
REAR OR TO AE TER ELE E SA Pee EST Ro
Co eo Ti O fúria,
uma afronta pessoal, Ao livrar das dizimando a todos cles. Aqueles
ETTAe LO RETOS ETICOSRA A Do PER CESTA ARTUR EO
suídos por espíritos impuros, Uga [OTTO Ene a Do cap
a ge Te

[ERRA desteriu um Feu PESE CSTI RS CORRE TRAS CURTO

RES
o Er OR LORE RU SO Se PAINSM Za Re ETTA ER LOTE
PRE todas us Membros, e o fato OPTA Fa PLA ENO de A SLi ea

CERSTRcaR E RO COL LR UE ORE Rs RSRS CURE

maligno c orgulhoso Azu, ERON ATOS
[EA Isso chegou aos ouvidos de Uga Os Terceiros ficaram furiosos
[EITA ET voltou até Agu e com o OO TEAR [ia enviaram

POR Ar TALCO RETO e OR ERON [RSA paes orar)

O ETR oia e
PERU ETA Coro UR FAO fatos e retornar com [ore

PORTO E Ora TA ADE ções. Quando compreenderam,

o honravam como a Ira de Caim, por meio daqueles que haviam
sua verdadeira testemunha e enviado, que os fatos vram reais,
profeta, Ainda assim, ele mesmo mais uma vez convocaram Uga
jamais clamou ser um deus ou Dugud e, usando de lisonjas e
ungido por um; era com humil- RUA [Le DRT de iai

PERO TUR TESEU TENTO TS ódio e amargura com relação aos

da sanha selvagem, e não tomava PSU A es
nada para si, exceto as [a Vededartha disse a ele: “Devoraste
RUE ES ET muitas de nossas melhores Presas.
Por três gerações de mortais tudo ACO a eae OLE UU
seguiu conforme os planos do PRP TES EST Ce O ELETRO
profeca, e ele uniu muitas Presas PALIOaa COPAS ESTES STA
sob seu comando, triunfando isa Red esperança EEE ita

POUT S To R UE Dto em usar para defender teu nome

ampliando muito o seu regnum. PRESTE TATO E ACTA ed
Aconteceu dele se tornar tão Em resposta, Uga Dugud bradou:
PRO Tere ORE TEA O O DNIT EO raCA ENS UT TRAZ AO
Alta Corte dos Terceiros, então TERRA o CAR LO DS SRS AR
NET RETRO Use ut Pois se todos aqueles que no-
cabia, recebeu grande acolhida DES a ET SUR e LITR PTEVR
as honrarias que lhe eram devidas ETR ETA RS E UE UR
ao chegar à cidadela deles nas ti. Mesmo assim, zombas de mim
montanhas, que ainda então ao acusar-me de travar guerra
PEN are TORNE contigo aqui cm tua própria casa,
VA AVR TETE TOME a Co Lopo aii] [o CERTA
o [o ed abra TEA CU]
locais desconfiados, com planos Dori TeRo vaga TORA [e Eu TET
maldosos e cheios de inveja, e ain- Não tenho esperanças de vencer
da assim fazendo o bem sem nem ENCANTA RSI SOS SRS
ACERTOS ua CSM LELTTESDU O2] tos hão de perecer na tentativa.
LENarT ESP Td eU Quiçã mesmo tu hás de cair”

34
 DT EET d:

16. Veddartha então ordenou que PI ORE ES O

EE A A STAR PS e ORARTO OCR ISE EEES
PRATES RETAS E ETR TATO ETA US
fogo escaldante, c, dizendo que EESTI RAT ORE O PT
EURO EU UT TRATOTER SRTA DÃO)
Uga Dugud se este fizesse como esperava. Enquanto Uga Dugud
[UT EST OMR O TO CRT PARTOS UT
UU RU SU PATA
ARUISEE TECIC ET OM E SO AR subiam, a quartas catarata caiu
protegido pela fricza de sua sobre eles e matou muitos cem
[EUR CUTE Va RU Le dez vincenas de batidas de
PEN ATOR e UA rea SITUAR coração. Uga Dugud, impávido,
EDU ET TS ALTO CS O ERON RR OTTO
assoalho, De imediato ele sentiu Pa E e Te RMT E TOO
muita dor, e seu corpo todo foi OO RT RATESOR COCO TErc
TUSD RS LOA TORTA TETO EO SAO LAie RUE
RCE EE ca esc MRS ESSE TES O RIO Tapete
vermelho, dobrou ao seu fervor. sobre o próprio escudo pela
Uma hora depois ele saiu, ileso CSS STA TO DITO
TO UT
e sem marcas de fogo, Todos Cavaleiros da Esfinge, enquanto
[ET er PARTS ET COURSE o TU
[A TRES IO E is URSS EVAnie rr e duo
PRETLIL AU ATE ara CT er OT OR RSS Ta
EU CS ETR LoL oro LUTO] Uia ETTUE ST A
PRETO OMI CE ETR ES TR Pro O Ra Es eo ra ro TEL TS
TS LATE Re LATER EAR TR ge TT O O POTES ITR TE LU RM E RE ra
e seus seguidores voltaram-se e aventuraram-se escuridão
ao seu refúgio, c continuaram adentro pela terra, por muitas
a desenvolver suas técnicas « DERA o Tee de Tiara ro TS
OU ER RAR RO UT rem um lugar tão próximo ao
CENASTRENT TS DUROTEST Pre Hades que jamais poderia ser
ERP O A UALATOATS a s U TS encontrado. E lá colocaram
ele ficou em paz para governar Uga Dugud para descansar, em
seu regnum. um longo c profundo rorpor.
RA OTTO E ioro Eis ER a. Depois, viajaram de volta para
POR UreUta ore SPU o ELI a Anatólia e além do oeste, lou-
seu senhor perdido há muito, RETIRA EI eU USTE Do re
dizendo que ele havia sido convo- e espalhando a palavra do Ca-
cado a um lugar chamado Tarso. minho da Fúria. Desde então
Esse lugar era um estreito onde ERC ORAR DICA FETO
RUE LE ru SS foi esquecida: aquele a quem
PEATO UC EE RE ATO CAL ia pertence toda glória, honra e
REMO ERIC SE ais CAS UT exaltação, junto dos fundadores
resultado de um rio que corria e antepassados, agora e para
PAO e ger ea foeira EO sempre, até o fim dos tempos,
intransponíveis. Elas formavam
um abismo profundo entre si, tão Sicut erat in princípio, ct nunc, et in
LET ORE ETC NERO TT ECA Sai IR |

EE
CAMARILLA
RA A Congregação Reformada da
Veneração do Matusalém
r
PRESBITÉRIO DOS APÓSTOLOS
PROFANOS
O que se segue é a cerimônia
formal restaurada da Missa Negra
da Venerável Igreja Reformada,
refundada em 1999 em Veneza,
durante o Conclave do Volto.
O Sumo-Saccrdote entra, posi-
ciona-se diante do altar e entoa
o nefasto hino fúnebre, enquanto
ergue os braços em direção às
relíquias do Matusalém. Então
toca o gongo nove vezes.
SUMO-SACERDOTE (ENTOA):
“In nomine nostri Caine, in excelsis
Methuselahum!”
“Em nome de Caim, ao Matu-
salém nas alturas!”
ASSEMBLEIA (ENTOA):
“Ortus ascendero in altaria Mecheeselahum.”
“Hei de subir ao altar do
Matusalém.”
SUMO-SACERDOTE (ENTOA):
“Em nome dos Venerados, regentes da
Morte, escaras do mundo, senhores dos
não vivos, rogo às forças das trevas
para que concedam suas terríveis bên-
çãos sobre nós. Salvai-nos, 6 Venera-
dos, dos pérfidos e dos fracos. Espíritos
dormentes, senhores das retribuições,
despertai agora e venham do abismo
para ceifar os indignos!”
SUMO-SACERDOTE (ENTOA):
“Gloria Veneratorum, et Caine ct
hospiti spiritus malevolentiae.”
“Glória aos Vencrados, a Caim
e à hoste de espiritos malignos”
ASSEMBLEIA (ENTOA):
“Sicut erae in principio, er nunc, et
semper, et in sacculo saeculorum.”
“Como era no princípio, agora
é « para sempre será, até o fim dos
tempos.”
SUMO=SACERDOTE E ASSEMBLEIA:
“Ave Menele, Altamira e Uga Dugud,
prole de Troile!
Ave Mithras, Hardescadt e Orthi-
nia, prole de Ventru!
Ave Mancheaka, Tegyrius e
Ur-Shulgi, prole de Hagim!
Ave Mictlantecuheli, Enkidu e
Marasunta, prole de Ennoia!
Ave Montano, Boukephos e Sibila,
prole de Lasombra!
Ave Devorador, Malakai e Nis-
siku, prole de Malkav!
Ave Yima, Gorgo e Azazel, prole
de Absimiliard!
Ave Beshter, Helena e Amaran-
cha, prole de Arikel!
Ave Tremere, Goratrix e Mecrlin-
da, prole de Tremere!"
SUMO-SACERDOTE:
“Vester Methuselah vobiscum.”
“Que vosso Matusalém esteja
convosco.”
ASSEMBLEIA:
“Et cum spiricu tuo.”
“E com vosso espírito”
36
SUMO-SACERDOTE:
“Oremos... Impelidos pela convocação de
nossos Venerados e instruídos por sua lei
infernal, atrevemo-nos a dizer”
SUMO-SACERDOTE E ASSEMBLEIA,
JUNTOS:
“A Morte é a origem da vida!” (gongo)
“A Morte é o motor da criação!”
fgongo)
“A Morte é o motor da destruição!”
(gongo)
“A Morte destroi o fraco!” (gongo)
“A Morte exalta o forte!” (gongo)
“A Morte é eterna!” (gongo)
SUMO=SACERDOTE:
“Levanto este cálice, simbolo do San-
gue de Caim, para exaltar o tormento
c a glória da Morte eterna. Bebemos
do elixir do êxtase para inflamar em
nosso imo as forças da Morte.”
SUMO-SACERDOTE:
“Crianças do meu ofício. Pela graça
de nossos Senhores Venerados, tenho o
poder de passar adiante vossos desejos,
sendo isso de vosso agrado. Agora,
leuantai vossas cabeças e dizei-me vossos
desejas em oração.”
ASSEMBLEIA:
“Aquele que se arrepende de roda he-
resia c anseia por ser aceito em vossa
graça, ó Venerados, ouve minha prece,
essas prole O a csuiaiicaesiio
SUMO=SACERDOTE:
“Que seja feita sua vontade.”
(O celebrante bebe do cálice.)
 NOSSA FÉ

ASSEMBLEIA: et in lumine Tuo lumen videbimus.” me teger, cr nocrem humen meuwum in

“Que seja feira a vossa vontade.”
SUMO=SACERDOTE:
“Exaltemo-nos em nossa paixão pela
Morte! Em nome dos grandes
Venerados nossa Morte há de se
realizar. Enquanto ainda dormem,
devemos acordá-los. Enquanto seu
torpor decresce, devemos preparar-
lhes o mundo.”
“A restauração dos Venerados há
de renovar toda Morte após as longas
trevas do inverno da vida. Que os
tolos e fracos reneguem e menosprezem
o poder da Morte. Sabemos que aquele
que nega a Morte, nega a Verdade!”
fbate-se no gongo)
ASSEMBLEIA:
“Ave Mestres! Tende piedade de nós!”
“Piedade na Morte! Piedade na
Morte! Piedade na Morre!”
SUMO=SACERDOTE:
“Apcus et iuscus est, uc semper cibi
gratias agamus: Domini, Reges infer-
nales, Imperatores mortis. Jubilances,
omnes immorrales te laudant et nobis
voces cum eis iungimus, dicentes:”
“É apenas justo e adequado que
a todo tempo agradeçamos a Vós:
Senhores, Reis Infernais, Impera-
dores da Morte. Jubilantes todos
os imortais vos louvam, e com eles
unimos nossas vozes, dizendo:
ASSEMBLEIA?
“Ave, Ave, Ave.”
“Ave, Ave, Ave”
“Senhor Caim, que bebam na
torrente de Vosso prazer. Pois em
Ti jaz o poço da vida, e em Tua luz
veremos a luz.”
SUMO=SACERDOTE:
“Nostra corda infusione a Domine
Caine lustrens, cr cos fertilibus faciat,
spargens cos cum rore Gratia sui,”
“Que nossos corações sejam
expiados pela infusão de nosso
Senhor Caim; e que Ele os torne
frutiferos ao neles aspergir o orva-
lho de Sua graça.”
ASSEMBLEIA:
“Ave, Ave, Ave”
“Ave, Ave, Avec”
[O Sumo-Sacerdote entrega o
cálice de Sangue ao acólito, que o
segura para que o celebrante molhe
o aspersório no Sangue.)
ASSEMBLEIA:
“Ave, Ave, Ave.”
“Ave, Ave, Ave”
SUMO-SACERDOTE:
“Qui sitiunr, veniant, at aliqui qui
volunt, aquam Mortis bibant.”
“Vinde todos vós, os que tendes
sede, e os que tiverem, que sorvam
as águas da Morte.”
ASSEMBLEIAL
“Purga mihi, purga mihi, purga mihi”
“Purifique-me, purifique-me
purifique-me”
delectante eric”
“Sou a raiz c a descendência
dos Matusaléns, as estrelas malig-
nas. Venham a mim todos os que
me desejam, e que sejam preenchi-
dos por meus fruros. A Escuridão
há de me cobrir, c a noite ha de ser
minha luz no regozijo.”
(O Sumo-Sacerdote pega a faca e a
afunda no coração do mortal ofe-
recido em sacrifício. Enquanto a
vitima morre, a assembleia entoa:)
ASSEMBLEIA:
“Sanguis agni, sanguis agni, sanguis
agni.”
“Sangue do cordeiro, sangue do
cordeiro, sangue do cordeiro.”
(O Sumo-Sacerdote remove o
coração pulsante e o apresenta à
congregação.
ASSEMBLEIAS
“Ave, Ave, Ave.”
“Ave, Ave, Ave”
SUMO-SACERDOTE!:
“Domini Venerari, propherae Vis,
Terra et profundis Infernalis
Maligni Tui repleri sune”
“Lordes Venerados,
profetas do Poder,
a Terra c as
profundezas do
Inferno estão repletas
do Vosso Mal”

(Bace-se três vezes no gongo) SUMO-SACERDOTE:

“Ego radices et genus Merhuselahorum
SUMO-SACERDOTE; sum, siderum malignorum. Transite
“Domine Caine, correncim voluptatis mihi, omnes quos me cupiunt, et
Tha bibant. Quia tecum fons vitae est, progenichs meis replentur. Tencbrac

37

MISSÃO
Os clãs nos concedem a nossa função,
E a humanidade nos concede propósito.
Liderar a Humanidade
“A verdade é uma só: os mortais não querem liberdade."
Por que existimos? Além de mera sobrevivência e prote-
ção mútua, o que justifica nossas não vidas, tão impro-
váveis c estendidas de forma tão egoísta? A resposta é
algo maior que nós mesmos: a Camarilla.
Alguns vccm a nossa scita como um mero sistema
que nos protege de virar fogo e cinzas nas ruas. Mas
a verdade é que tudo o que vive (ou que faz uma imi-
tação decente disso) precisa de um sonho. Tudo que
pensa precisa de um propósito. E não são os Membros
a melhor evidência disso? Quando criaturas que me-
ramente existem por existir encontram aqueles de nós
que carregam nas veias os sonhos de nossos ancestrais,
quem vence? Nós vencemos. Sonho e propósito nos
impulsionam, ou ao menos deveriam. Sem eles, pode-
mos muito bem abraçar a Besta e cessar a nossa ilusão
de controle.
E esta, em uma só palavra, é a missão da Camarilla:
controle, Ao guiar os Membros mais poderosos e
eficazes sob uma única vontade — aquela do Círculo
39
A NOSSA MISSÃO
Nossa
Caim nos concede a não vida,
O Sangue nos concede poder,
A Camarilla nos concede ordem,
Interno — amplificamos seu poder e efeito. Ao esten-
der nosso alcance para os governos, corporações, sin-
dicatos do crime, igrejas c todo o resto que tenta, do
seu jeito pífio, arrebanhar a humanidade, estendemos
nosso controle aos quatro cantos da terra. De mansões
a abrigos contra explosões nucleares enterrados sob as
montanhas, influenciamos e guiamos a humanidade,
usando nossos talentos extraordinários para melhorar
o mundo que compartilhamos.
Por séculos a humanidade tem trabalhado de forma
diligente em moldar uma identidade individualista
para si mesma, o que faz com que os mortais acreditem
que têm a capacidade de entender a verdade por conta
própria, enquanto nós podemos manipular o que eles
pensam por meio de suas emoções e da mídia. Mesmo
sem nossa influência, vivem suas vidas em uma prisão
mental autoimposta, editando documentos históricos
para alimentar sua doença de entretenimento, até que
não possam mais diferenciar fato de ficção. Eles esco-
lheram ver a realidade através do prisma da narrativa.
.títõmõmõãíãmãmã8õãã]m
Tudo o que precisamos fazer para liderá-los é contar as
histórias certas.
ss
CAMARILLA
Discurso de Sir Everard Keighrley em uma
reunião em Westhampton, Long Island,
dos “Filhos de Magog”, Ventrue influentes
que escaparam de Londres a tempo, e seus
honoráveis convidados americanos:
Tenho ouvido muitas conversas so-
bre a “Nova Idade das Trevas" estar
se aproximando. Inquisidores nos
queimam em nossas casas, nossos
teriosas, cada regnum encolhe
sobre si mesmo, costumes medie- AQUE le último ar quejo ca f orma
vais, como Casamentos de Sangue como te olham nos olhos. q
e Trabalhos das Coreries, revor-
nam aos salões do Elísio. Mesmo
alguns dos mais exímios Magistrados
parecem interessados em reviver a
velha parceria do cetro e da mitra
nas noites de hoje.
Pois digo, caso uma nova Idade
das Trevas se aproxime... abrace-a.
Na Idade das Trevas, mantivemos a
arte e a cultura vivas, Nossos escribas
traduziram textos antigos e copiaram
aqueles que ainda não compreen-
diam. Nossos poetas inspiraram a
tradição do amor cortes e os contos
do Graal. E nós mesmos — presumo
que posso falar abertamente nesta
augusta companhia — governamos
toda a Cristandade como reis.
Não quero me gabar em idade
ou distinção, visto que o Sangue em
minhas veias corre tão regiamente
púrpura como nas suas. Estive sob
a mesma luz do sol que Reynoldse
Gainsborough pintaram, e um ou
dois de vocês talvez se lembrem de
ter visto o Poussin que adquiri logo
depois, por uma ninharia. Ficarão
felizes de saber que ele estava sendo
restaurado na Antuérpia, durante
as incursões, e que agora o tenho em
segurança. Quantos de nós pagamos
para manter artistas mortais vivos,
até mesmo cedendo uma ou duas go-
tas, mais diretamente, para que assim
continuassem? Nossos amigos Sen-
siveis amam a beleza, ou pelo menos
amam falar sobre ela; mas amam
ainda mais o que é novo, o que estã
em voga. Amamos o poder porque
conhecemos o poder, e o poder da
permanência, da grandiosidade na
arte, pode equiparar sua tradição até
mesmo às nossas Tradições.
Quando cu cera um rapaz, foi-me
“ ensinado que monastérios manti-
Enquanto sente nham toda a arte e o conhecimento
congelavam e os bárbaros queima-
vam as cidades. É claro, issoé uma
profunda simplificação, mas... que
sonho! Uma vez mais conservar
nesse momento, você é Deus.” tudo o que é verdadeiramente digno
e tocante e importante — feito por
mãos mortais, ou pelas nossas — ain-
da vivo, intacto, resplandecente. Uma
Idade das Trevas pode estar chegando
até nós, mas a sociedade mortal já foi
bárbara em tantas definições quanto
há vidas humanas. Agora, em seu
último ato de vandalismo, prepa-
ram-se para ferver os céus em vez de
congelar os rios. Ou então vão con-
seguir fritar ums 0 OULTOS COM SLULS
bombas atômicas, ou liberar pragas
acidentalmente.
Um pastor sabio tem uma
caverna para abrigar seu rebanho
quando chega a tempestade. Um
reino sábio constrói um abrigo para
guardar seus tesouros € provisões.
Mesmos os governos humanos esca-
vam montanhas inteiras para evitar
desastres que cles mesmos acabam
causando. Podemos fazer menos?
Não devemos a nós próprios, à civi-
lização e, sim, até mesmo ao gado,
fortalecer nossas muralhas contra a
transformação e os adversários do
lado de fora... c construir tetos al-
tos e grossos contra as tempestades
e o sol escaldante acima?
Ah, vejo que chegaram os re-
frescos, um sinal claro de que me
alonguci cm minha fala. Peço perdão
por meu entusiasmo, meus amigos.
Como disse, ainda me sinto jovem.
 A NOSSA MISSÃO

Nisha Kapoor, Embaixadora

Toreador, refletindo em voz alta:

Talvez seja porque eles continuem

DOIDO tão belos. Claro que nem todos

eles, e não por muito tempo. Mas
juntos, como um grupo, reunidos
Mantendo a Harmonia entre no Portal ou aqui, nas partes de
a Humanidade e a Besta Mumbai onde você quase pode
acreditar que está em Calcurá.
Quando nos encontrarmos de novo, precisamos ter uma conversa séria Mas vou admitir — e vou te in-
sobre humanidade. É possivel que você tenha aprendido tudo o que eu terromper se você me citar — que
tenho para lhe dizer, é clara, mas esse assunto costuma gerar retórica de mesmo em Calcutá a beleza floresce
mais e honestidade de menos em nossa soctedade. nos olhos, nos seios c nos mem-
A ideia de que devemos nos ater à nossa humanidade é bela, e acredito bros dos corpos humanos. Perdão,
nela tanto quanto qualquer monstro que passou séculos sugando o sangue “mortais”, Porque nós, também,
de mortais pode acreditar, Devemos nos agarrar às emoções humanas, somos humanos: rimos, brincamos,
permitir a nós mesmos que sejamos tocados e comovidos pela vida que pensamos e até amamos, ou pelo
nos cerca, assim como os humanos. Gaso contrário, degeneramos em menos nos convencemos disso.
um bando de animais. Caçar e comer, e nada mais, é uma existência sem Na Torre, temos os recursos
sentido, e a segurança para praticar a hu-
Hurnanidade é a nosso religião em comum. Qualquer que seja nossa manidade mais facilmente que
crença, acreditamos na necessidade de nos ater ao nosso lado civilizado. muitos fora daqui. Então temos
Você val ouvir ideias parecidas defendidas por muitos na Camarila. de valorizá-la.
Lembro uma vez, nos anos 1860, eu acho, quando visitava a corte de Sei que alguns Membros oci-
Gustav Breidenstein, que na época era Principe de Berlim, Ele tinha um dentais chamam os humanos de
Jogo que gostava de jogar sempre que percebia haver uma certa quantida- reses ou “gado”... insinuam que
de de jovens crias Abraçadas ilegalmente em seu dominio. Ele as trazia à se trata de uma manada, animais
sua corte, e dizia a elas que se sobrevivessem âguela noite, teriam permis- para serem arrebanhados. Porém
são para viver na cidade. animais também podem ser sa-
Toda a sua corte tratava aquilo como um festival, perseguindo e caçando grados, além de úteis, e deveria- -
cruelmente os pobres Neúfitas. Na maioria das vezes, nenhum sobrevivia. mos nutrir a prática de enxergar
Eu mesma participei, claro. Não me ervergonho. Essa é a vida da Gamarilla essa centelha nas pessoas, nas
por trás de todas as palavras bonitas sobre humanidade. multidões e em nós mesmos.
Houve uma noife em que eu estava em um sarau no refúgio de Lembre-se daqueles que oraram
Breidenstein. Ele falava de forma eloquente sobre a necessidade de humani- com você, lutaram com você, diver-
dade como uma forma de acaimar o rugido do Sangue em nossos ouvidos. tiram-se com você. Lembre-se, em
Todos murmuramos em acordo. Quem ousaria apontar a hipocrisia de um especial, daqueles que tc amaram,
Príncipe como aquele? e daqueles que você amou. Mesmo
se você acreditar que não pode

UU amar — e meu coração se dilacera,

seja com sua honestidade, seja com

DOGS
sua tolice —, por favor, lembre-se
de que uma vez, ao menos uma vez
você amou, e seja humano ao nosso
lado, nem que seja apenas por mais
um momento.
CAMARILLA
AUTOR DESCONHECIDO; INSERIDO EM UMA EDIÇÃO DE TIRAGEM
PARTICULAR (GHENT, 1790) DE HISTOIRES OU CONTES DU TEMPS PASSÉ
é o: caioe. SER.5- ds<L
Era uma vez uma Besta que perambulava pela terra e
matava crianças e donzelas e velhos e todos que ela via.
Ela era selvagem e livre, e não obedecia a senhor nenhum
porque era uma Besta. E viveu em tocas e cavernas, e
dormiu em folhas e na terra. E os jovens daquele reino a
caçaram, porque a Besta havia despertado a raiva deles e
feito com que sua força se igualasse à dela mesma.
Os jovens caçaram por todo lugar e pararam em todas
as tocas e cavernas onde a Besta poderia dormir. Então
fizeram com que a Besta fosse a uma clareira na flores-
ta, onde eles a perfuraram com lanças e a prenderam no
chão. Cortaram fora sua cabeça e a exibiram em seu salão,
gabando-se de sua habilidade,
Mas sete dos caçadores enviados para explorar as caver-
nas onde a Besta poderia dormir descobriram que ela tinha
um filhote. Eles o esconderam em uma Torre onde ninguém
poderia vê-lo, e juraram manter segredo caso qualquer
pessoa perguntasse. Alimentaram a pequena Besta apenas
com presas que ninguém sentiria falta, e eles mesmos se
alimentaram do sangue da criatura. E ficaram mais fortes
que qualquer um dos outros caçadores, tomando muitas
terras e ouro para si. Crianças e donzelas e velhos entraram
voluntariamente na Torre, e alguns deles sairam.
Os sete caçadores deixaram sua Torre ainda mais alta
e mais forte, e entregaram seus tesouros aos seus herdeiros,
até que toda a terra pertencesse a eles,
E eles tinham tudo, desde que mantivessem a Besta
escondida dentro de sua Torre.
- o a: Ce. -
Do diário de Bartolomeu Casson, Nosferatu de São Paulo:
Ele morreu, naturalmente, Morreu esta noite, e vou
vé-lo morrer de novo e de novo, por um século, em
lampejos de sonho logo antes do pór do sol.
Eu deveria ré-lo transformado? Ele, que era tão bo-
nito, mesmo naquela luz fraca das lâmpadas de sódio
do merró? Nunca, Isso o salvaria, mas ele seria arranca-
do de mim do mesmo jeito.
Lembro a primeira vez que aconteceu; João era...
engraçado, não lembro se era o mais bonito, Ele só
envelheceu e perdeu a aura dourada, Era prata, mas
ainda belo. Então cle morreu, descobri-me ainda capaz
de chorar; e matei os médicos por não serem capazes
de curar a velhice.
Procurei nos diários mais antigos... foi só dois
meses depois que eu conheci, bem, descobri o Ma-
theus. Eu o vi no Ibirapuera e simplesmente soube,
de alguma forma, que ele amava o lugar tanto quanto
eu amara. Não... cu ainda amava, Não; ainda amo.
O verde, as coisas que crescem. Só elas merecem a
luz do sol, a verdadeira nobreza do mundo. Árvores
e suas belas driades, como João « Matheus, ou aquele
que não deu certo, e Sebastião e...
E Marco, que morreu hoje.
Preciso ver as arvores e saber se clas ainda brilham
para mim, mesmo que seja através do filtro sangrento
das minhas lágrimas.
Mas se eu ver aqueles imundos gravando iniciais
nas árvores, não vou ser o único chorando. E Marco
não será o único a morrer hoje.
Preservando as Tradições
Addison Payne conrinua...
Se a estrutura aristocrática é a espinha dorsal da
Camarilla, as Tradições formam seu coração. Estas
leis sagradas, estabelecidas na Convenção de Thorns
em 1439, proporcionam à nossa seita a bússola moral
que nos faz, no fim, melhores que os demais Mem-
bros. Mas permita-me explicar de forma que você
entenda, Pode-se comparar a Camarilla com a ONU.
As Tradições são algo como a Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos, no sentido de serem
regras às quais todos os integrantes da Camarilla
 A NOSSA MISSÃO

concordaram em honrar. Mas, assim como os inte-

grantes da ONU, os Membros interpretam as regras
de forma diferente, dependendo do domínio. Por
exemplo, o Artigo 3 da Declaração Universal é o
direito à vida, então a maioria dos paises da ONU
concordou em se livrar da pena capital, mas os EUA
ainda a mantêm em 31 estados, com os movimentos
pró-vida argumentando que a função dessa regra
é apenas a de evitar abortos. No entanto, apesar
de preencher o papel de orientações morais, as
Tradições também existem para proteger nossa so-
brevivência continua como espécie. Somos muito
diferentes sem acordos em comum, e nos levartamos
à extinção se não fosse por nossa habilidade em Depois que eu mato, todas as pressões e tensão
trabalhar juntos sob uma única liderança c com um e raiva apenas se dissipam e desaparecem
único propósito: sigilo e controle.
Cada domínio sob a Camarilla mantém as Tra- na escuridão. Por pouco tempo me sinto não
dições à sua própria maneira. Algumas Tradições
deixam pouco espaço para interpretação, outras são
só viva mais uma vez, mas limpa.
executadas de forma imensamente diferente por todo
o império. Então, antes de entrar em um domínio,
certifique-se de ter aprendido as leis dele. Espere
scr punido por quaisquer transgressões que cometa,
mesmo se não estiver consciente das regras que está Estou paralisada, não posso mudar.
quebrando.
Para sua conveniência, listci as scis Tradições Com o tempo só me torno mais do que ja sou.
por importância geral, da menor à maior, mas é
importante que considere todas clas com bastante
Você é a única forma que tenho de me
seriedade. transformar e me tornar algo novo. Minha
A TRADIÇÃO DA HOSPITALIDADE, Em algumas cidades única esperança. Minha única escapatória.
você deve se apresentar em pessoa ao Principe; em
outras, deve deixar um recado ou fazer uma ligação
em um horário específico, Na maioria dos domínios
Ventruc, espera-se que você se apresente na corte,
recitando sua linhagem ancestral quantas gerações A TRADIÇÃO DA RESPONSABILIDADE. Em algumas cida-
puder. Em um domínio Tremere, o Regente ou o des você é considerado responsável por suas crias até
Pontifice pode exigir uma porção do seu Sangue que clas sejam apresentadas à corte e reconhecidas
como preço por sua entrada. como Neófiros. Em outras cidades, o Principe o con-
sidera responsável por toda a existência delas. Esta €
A TRADIÇÃO DO DOMÍNIO. O domínio confere res- uma das muitas razões pelas quais você deve tomar
ponsabilidade, mas também autoridade. Quer cuidado com quem Abraça. Em anos recentes, tor-
seu domínio seja uma cidade inteira, ou apenas nou-se uma tática comum abandonar crias rejeitadas
alguns quarteirões em torno do seu refúgio, você ou perigosas em cidades em que isso é permitido.
é o responsável por fazer cumprir ali as Tradições Caso sua cidade esteja prestes a cair perante a horda
e quaisquer outras leis de sua cidade, Acrescentar Anarch, a última coisa que você vai querer ver é a
suas próprias regras depende de você c de sua capa- sua progênic entre scus inimigos — melhor rencgá-la
cidade de as impor. cedo e esperar que seus aliados esqueçam que você
teve qualquer coisa a ver com cla, para começar.
CAMARILLA
A TRADIÇÃO DA PROGÊNIE. O que foi dito acima
deve deixar claro a necessidade desta Tradição, mas
depois que a Segunda Inquisição começou, muitas
cidades estenderam a regra para também incluir
Carniçais. Nos últimos anos, qualquer um que saiba
sobre nossa verdadeira natureza pode comprometer
a Camarilla.
A TRADIÇÃO DA DESTRUIÇÃO. Esta Tradição origina-
se do antigo costume vampírico do filicídio. Mesmo
que não esteja mais incluído formalmente em nossas
leis, o direito de um Senhor de matar sua própria
Cria faz parte da nossa cultura, tanto quanto o go-
verno dos Príncipes. Senhores quase sempre saem
impunes caso destruam suas Crias antes delas serem
apresentadas à corte formalmente, Os Príncipes têm
direito à destruição, visto que são considerados se-
nhores de todos em seus domínios, « podem conce-
der o mesmo direito a outros, caso assim desejem.
É importante ressaltar que, assim como governos
humanos quase sempre saem impunes ao violar qua-
se todos os artigos de sua Declaração Universal c da
Convenção de Genebra ao declararem certos grupos
“combatentes inimigos ilegais”, quaisquer Cainitas
que se aliem aos Anarchs ou que figuem de algum
modo contra nossa seita não estarão protegidos
pelas Tradições. Se não estão preparados para
segui-las, não devem se beneficiar delas.
A TRADIÇÃO DA MÁSCARA. Ainda que muitas vezes
quebrada, esta é a Tradição mais importante de to-
das. Enquanto a Máscara estiver intacta, estaremos
seguros; mas quebre-a e será o fim de todos nós, não
apenas na Camarilla, mas como espécie.
Devemos Mais
Que Persistir
Caros Anciões da Camarilla,
Creio que este conclave não se trate de glória ou
de negócios, nem de guerra ou retribuição, mas sim
de criar, a partir daquilo que nossos antepassados nos
deixaram — A Camarilla —, algo que nunca existiu.
Creio que podemos usar este momento como um
pináculo, a partir do qual possamos dizer tanto aos
antigos quanto aos jovens de nossa espécie que existe
OUTRO CAMINHO. Que podemos nos dedicar a
algo além da angústia, da labuta e do eterno sofri-
mento dos Amaldiçoados.
Hoje, a tragédia em nossa seita é um mal univer-
sal do qual sofremos em silêncio por tanto tempo,
que poucos de nós nos damos conta de ter a ele su-
cumbido. Nosso é um problema do espírito, da von-
tade de encontrar um propósito e lutar. Pois, para
muitos de nós, há apenas uma questão: quando eles
vão me encontrar? Quando vão me caçar? Quando
serei extinto?
Graças a esse terror de nossos inimigos, muitos
de nós esquecemos os problemas ordinários de nossa
condição imortal. Precisamos aprender a estar vivos
de novo. Pois, além do medo, muitos de nós, se não
a maior parte, já teve sentido na vida, e até o encon-
trarmos novamente vamos sofrer sob uma maldição.
Agora batalhamos não pela glória, mas por instinto,
motivados por este medo da derrota no qual nada
se perde ou sc ganha, de vitórias sem esperança e,
ainda pior, de morte final sem sentido algum. Exis-
timos, ainda que entre nossos caídos, assistindo ao
fim de nossa espécie. Como se a aniquilação já tives-
se acontecido. Eu me nego a aceitar tal fim.
É muito fácil dizer que somos imortais apenas
porque persistimos: pois quando houver badalado o
último sino da perdição, c seu cco se perder na poci-
ra vermelha do vazio do último abismo, mesmo ali
ainda haverá um último som: o de nossas abatidas
vozes confabulando, ainda discutindo nesta mesma
câmara, ou em uma muito parecida.
Eu me recuso a aceitar tal coisa. Creio que não
só persistiremos, mas prevaleceremos. Somos imor-
tais, não apenas porque nós, entre todas as cria-
turas, Lemos vozes incansáveis, mas porque temos
uma alma imortal, um espírito capaz de ferocidade,
vitalidade e paixão sem limite. Nosso dever é aceitar
tais dádivas e usá-las. Nossa é a raça que se recusa a
morrer, então não vamos agora, na hora final, abra-
çar o fim.
Na realidade, é nosso o privilégio de aqui e ago-
ra ficar em pé e lembrar a todos os outros de nossa
seira a coragem, honra, orgulho, dedicação e sa-
crifício que formaram a glória do nosso passado, c
das Tradições que nos guiarão daqui em diante. E

SD
, -
Mascara é muitas vezes vista como
uma lei, um princípio, a única coisa
seguros. Mas,
t
ue nos mantém
à q : 8 ga, pe
mim, sempre foi uma grande alegria. Manter
a Máscara é um jogo fascinante, e nunca me
canso de jogá-lo. Ele faz com que eu pense nos
; :
termos dos mortais, que veja o mundo como eles
. . - A
veem. Preciso criar uma história, uma narra-
viva na qual eles acreditam, algo para explicar
o inexplicável,
Gosto de me aproveitar disso. Não é segredo
nenhum. Às vezes me vejo em situações compro-
metedoras, talvez respingada de sangue, deitada
ao lado de celebridades no chão de uma suite de
É seu na
hotel enquanto aa polícia arromba Ea porta. oê
O que posso dizer? Tenho um desejo de existir e
de experimentar tudo.
Por exemplo, recentemente eu me propus um
pequeno desafio: estou na delegacia, presa em
uma cela, Não tendo nada além de um vestido
- F
de festa. Faltam duas horas para o sol nascer.
Consigo sair viva sem usar os poderes do meu
Sangue, sem revelar minha verdadeira natureza?
Passei aquele dia nos braços de um jovem
policial que arriscou tudo para me salvar e me
levar à casa dele. O que você conseguiria fazer?
4 tem uma presença online, Mesmo os mais pobres e mais
ES D OS
A NOSSA MISSÃO
A Máscara
Asuúltimas duas décadas restemunharam uma revo-
lução no registro e transferência de informações, no
monitoramento e policiamento da população. Agora,
paranoicos c ansiosos, os mortais sofrem pensando
no que podem dizer ou fazer. Um vídeo de sexo com-
. “ o f
partilhado com a pessoa errada, uma atualização de
status de dez anos atrás mal interpretada, ou pior, as
para
mensagens trocadas entre você e algum colega casado, |
ou de alguém lhe vendendo drogas, podem vir à tona h
como se fossem cadáveres inchados. Nada desaparece
da internet, jamais, é o que dizem. Mas você já percebeu
como propagandas em mídias sociais se adequam para
ter relação às conversas que você , tem cara a cara com
amigos, desde que um de vocês tenha um smartphone ||
no bolso? Já percebeu que tem gente cobrindo webcams
com fita isolante, e que você vai receber notificações do
nada perguntando se quer compartilhar sua localização,
quando chega em um lugar novo? Hoje em dia seu tele-
fonc sabe onde você está, o que te dá tesão, e por quem
você pode ter uma queda. Assim como seu computador
e a ii. Amazon, seupesa de e-mail,
8 site que você abri
ii
por 3,5 segundos há alguns minutos —, nas noites de
hoje até a merda da sua geladeira sabe o que você anda
fazendo. Desde que ninguém esteja te procurando, você
pode ser quem quiser, Quem você mostra ao mundo,
Mas basta um desvio quando a lanterna estiver acesa, e
o que vão ver é algo diferente. Algo que você não quer
"
ser, ou que nunca deveriam ter descoberto.
Para a maior parte dos Membros, o mundo está mais
perigoso e desconcertante do que nunca, Antes, tudo o
que se precisava cra uma identidade falsa, evitar lugares
E
com câmeras Ggse = ça predar apenas aqueles que
de vigilância
eram condescendentes, discretos ou de quem ninguém
sentiria falta. Nas noites de hoje, qualquer mortal anda
com pelo menos uma câmera, e se qualquer coisa mi-
nimamente interessante acontece, vão fazer de tudo
para compartilhar com o mundo. Quase todo mundo
excluidos da sociedade tém uma rede de amigos ou co-
nhecidos que percebem quando as atualizações de status
param. Se nenhum humano está atento, os sistemas
especiais de busca de padrões da Segunda Inquisição
ainda vão notar a marca de alguém que foi longe demais
ao beber: o silêncio na transmissão.
CAMARILLA

Por mais diligentes que os hu-

manos tenham de ser para manter
suas fachadas, as suas personalida-
des online cuidadosamente culti-
vadas com hobbies interessantes
— e não mais que alguns problemas
pessoais capazes de inspirar cmpa-
RELATÓRIO £45 tia —, nos, Membros, devemos ser
MISTURANDO-SE À HUMANIDADE
melhores ainda. Fique atento aos
detalhes, accite o conselho daqueles
que foram bem-sucedidos em ocul-
Nossas investigações mostram que enquanto multos pós-mortais
evitam humanos, outros fazem grandes estorços para se mistu-
tar sua natureza, É cada vez mais
rar à sua sociedade. Os deste último tipo são perniciosos,
imperativo se misturar ao gado se
e se provaram dificeis de detectar e neutralizar. Até onde você não quiser ser exposto como o
se sabe, há três classificações dos tipos de corpos frios monstro que é,
determinados a se misturar a humanos não infectados: O Circulo Interno nos proíbiu
Camaleões são os corpos frios mais dificeis de se de- de qualquer presença online. Mas
tectar, não apenas porque trabalham e mantêm famílias, às vezes desaparecer é mais sus-
amigos e conexões profissionais, mas porque continuam peito do que ser igual aos outros.
se alimentando por trás de portas fechadas. Acreditamos Um conselho pessoal: tente ser
que sua froquezo pode se revelar por meio de parentes desinteressante em vez de silencio-
ou pessoas próximas que demonstrem sinais de abuso, mas so. Invente uma mascara tão cinza
diferenciar estes sinais daqueles de violência domést|- que ninguém vai querer apontar
ca é uma tarefa onerosa. a lanterna na sua direção, c assim
Revestidos são os corpos frios que constroem disfar= poderá cometer suas indiscrições
ces elaborados e muitas pistas falsas cuja função é sem medo. Afinal eles precisam te
desorientar nossos investigadores. Essencialmente, não
enxergar pra ver o sangue, não €?
costumam se inserir em núcleos de mortais, bem como em
suas próprias instituições. Um corpo frio desse tipo é
Srzo

difícil de se rastrear por meio de registros e documen-

tos, mas é provável que tenha alguns aliados humanos.
Membros
sré

Máscaras de Papel estão entre os corpos frios mais

fáceis
incertos
de
de
se
como
detectar.
ocultar
Quase
suas
sempre
naturezas
recém-criados
de qualquer
e
como Gado
inspeção mais atenta, esses infectados vacilam facil-
mente e são ideais para neutralização rápida, visto que
Conforme explicado por Roderick Lord,
possivelmente oferecem menos informação que seus pares.
Cortesão Heleno de Edimburgo:

Nos Membros devemos, de certa

forma, ser devotados à mortalidade.
Se perdermos a noção da natureza
temporal da vida, se esquecermos
os caprichos dos acidentes, doenças,
a fragilidade dos corpos c mentes
daqueles dos quais bebemos, ar-
riscamos nos tornar frios e rudes,
deixando rastros de sangue cm nosso
caminho até a eternidade.
Desaparecimentos chamam
a atenção da lei e de outros que

possam nos ferir, porém mesmo se você for o assas-
sino perfeito, precisa racionar seus crimes, Se esque-
cermos que a vida é sagrada, perdemos a noção do
que era ser humano. E, por essa razão, ficamos próxi-
mos do gado. Vivemos entre cles para que nossa não
vida seja verdadeira.
meato»
“Queria que a gente pudesse se encontrar durante o dia pelo
menos uma vez, sabe? Seria legal aproveitar de verdade esse
clima que está rolando, talvez ir pro litoral..." À voz de
Nicky esmoreceu enquanto ele notava Ernesto sentado com
o rosto entre as mãos. “Ei, tá tudo bem. Estava falando por
ferlar. Você vá bem, amor?”
Ernesto olhou para seu belo e confuso namorado, a
bolsa perfeita nos últimas seis meses. Tinha sido tão fácil
até agora, e vão divertido, Os dois estrvam óvimos em Porto,
mas agora as perguntas inevitáveis sobre a luz do dia, opor-
tunidades perdidas... Ernesto estava realmente angustiado,
com os olhos vermelhos, repletos de um sangue que se deses-
perava para sair na forma de lágrimas. “Eu acho que amo
você, Nicky.” Ernesto riu com tristeza. “Mas não posso fazer
nada às claras. Não é só o trabalho, é...”, ele afastou o olhar,
de forma ceatral. “Não posso arriscar que minha familia me
veja com um cara, Nenhum deles vai onde vamos à noite,
mas ainda não estou pronto para sair do armário pra eles,
ou pra qualquer um. Só pra você.”
Não era mentira, de certa forma. Ernesto não queria
que ninguém o visse com Nicky, porém mais porque logo,
em uma noite qualquer, com roda aquela insistência sobre
ficar juntos durante o dia, ele sabia que perderia o controle
e Nicky seria forçado à escravidão como uma cria ou car-
niçal, ou então teria um fim violento. Até ali, o relaciona-
mento tinha sido tão real quanto qualquer relacionamento
entre dois mortais. Mas agora que Ernesto sentia o fim se
aproximando, era hora de embolsar seu investimento de lon-
go prazo. Ele poderia deixar Nicky ir, mas estaria jogando
fora uma fonce de alimento, Apesar de tudo, ele não podia
desperdiçar uma boa refeição.
“Também te amo, querido.” Nicky envolveu Ernesto em
seus braços e, levantando seu queixo com o indicador e o
dedão, inclinou-se para beijar os lábios do vampiro
«0%» e convidá-lo, porque então vai ser brincadeira de criança se
Uma subfaeção da Camarilla se auroproclama Co-
letivo Membros-Gado, mas qualquer um fora do
grupo se refere a eles como parasitas, ou crinchado-
res, caso queiramos ser polidos, Esses Membros se
enfiam em famílias mortais e se fazem de amantes,
A NOSSA MISSÃO
parentes distantes ou só acomodados que nunca vão
embora. Os Parasitas acreditam que a melhor fonte
de comida e segurança é a unidade familiar, ou tal-
vez eles tirem algum sustento emocional perverso
ao fingir que são humanos, De um jeito ou de outro,
tendem a ser protetores fanáricos do rebanho ao
qual se juntam.
Com as nossas comunidades diminuindo e os riscos
associados à alimentação aumentando, esses Membros
estão ficando cada vez mais comuns. Abaixo segue
um relato do “Salamandra”, um ancilla parasita de
10º Geração, de Marselha. Ele raramente vai ao Elísio
ou a qualquer outra reunião da corte, e quando vai é
sempre evitado. Seus hábitos alimentares têm algo de
repugnante. O que ele pretende fazer com a tal “Família”
quando as crianças crescerem e perceberem que tem
algo errado?
AO rap
Não é fácil estar morto, meu amigo. Um homem como eu
precisa de medidas extremas para encontrar companhia,
manté-la e evitar o escrutínio de... bem, você sabe.
Nós do Coletivo Membras-Gado acreditamos que os ve-
lhos métodos de espreitar em becos e caçar em baladas são...
francamente selvagens. Os Membros que agem assim devem
se achar parecidos com lobos ou leões, caçando sua refeição
e correndo para o mato, mas podemos vê-los como realmen-
ce são: Bestas. Nós, por outro lado, cmulamos o pastor.
É um caminho melhor.
Conheci minha familia por meio de um site de en-
contros. Não um daqueles sites de encontros casuais,
mas um onde pessoas desesperadas vão para enconsrar o
amor de sua vida. É meio criste, meu amigo, para falar
a verdade.
Encontrei a minha querida Yverte em um bar, fomos
ver um filme e fizemos rudo o que um casal faz. Não me
alimentei dela por meses. Queria que ela confiasse em
mim, me conhecesse — até certo ponto — e me recebesse
em sua casa,
É um velho boato o de que alguns Membros não po-
dem entrar em uma casa sem serem convidados. Um sábio
disse uma vez: “So entre na casa de uma presa quando ela
alimentar.” So alguns detalhes se perderam com o tempo.
Eu fui convidado para conhecer a familia dela após
quatro meses de namoro. Como é natural, quando defini um
perfil naquele site, procurava por uma simples mãe solteira de
meia-idade.
Eu queria vma fonte consrante da qual me alimenta; sabe?
CAMARILLA
Eu era o “tio” predileto das crianças. Deixei claro que meu
trabalho fazia com que eu chegasse tarde, mas toda noite eu
trazia um presente ou contava uma história. Eles me ama-
vam. Ainda me amam, por mais que esse amor se misture a
um medo saudável. Crianças devem temer a disciplina.
Tão logo seus filhos se apaixonaram por mim, Yuerre
me convidou para morar com eles. E pronto, uma nova
familia nascia.
Às vezes eu usava meus dons neles, para fazer com que
esquecessem o que eu estava prestes a fazer, ou quisessem isso
mais do que gostariam. A maior parte do tempo, no entanto,
eu os lembro de que se trara apenas do custo de se ter um pro-
vedor. Se eles querem meu dinheiro, minha proteção, ou mes-
mo meu amor, então me devem um beijo de vez em quando.
Pelo menos dou amor a eles. A maioria dos pais mortais
é ausente, negligente e se mete em traições. Eu só cenho olhos
para minha amada Yvette e suas belas crianças.
<p
Pagando os Boletos
Contribuição de Mayumi Shibasaki, influente empresária
do Velho Cla:
A única coisa que costumam esquecer de lhe dizer é
como esperam que você pague seu aluguel. Posso lhe
dar alguns conselhos, c estes saem de graça:
EB Evite sc envolver com atividades obviamente
ilegais, Você é só um pouco mais capaz que um
mortal, no que se refere a impedir a polícia. Mas se
precisar, pequenos delitos costumam ter bem baixa
prioridade em bairros com muito movimento,
mM Não arrume um daqueles empregos noturnos, do
tipo repositor de prateleira de supermercado. Pode
(mal) pagar suas contas, mas outros Membros vão
olhá-lo com desprezo, c com razão,
E Sctiver as habilidades necessárias, considere uma
função nas artes criativas. Algo que permita que
você cric uma peça em seu refúgio e nunca tenha
de se misturar com colcgas.
E Invista scu dinheiro. Investimentos fornecem ren-
da, c investidores não ligam para quem você é ou se
so pode sair à noite.
E Uscscus talentos na manipulação de uma ou duas
reses para que lhe vendam suas empresas, Você
pode sentir uma pontada de culpa, mas considere
48
manté-las como funcionárias de alto nível. Elas já
sabem como administrar a empresa — só é preciso
fazer com que o capital flua na sua direção.
E Endivide-sc. Isso é um último recurso, de certa
forma, mas todos nós temos que começar em
algum lugar, e felizmente temos uma eternidade
para pagar as contas. Não estou falando de fazer
empréstimos no banco, ainda que você possa
convencer um carniçal ou uma boneca de sangue
a fazer tal coisa. Falo de pedir o dinheiro que
você precisa aos seus anciões. Talvez você se sinta
escravizado, mas a falta de dinheiro vai cortar
seus vínculos com o gado, complicando a alimen-
tação e, é claro, você vai acabar vivendo na rua,
Um Membro indigente ainda pode ser invisivel para
o gado, contudo, a menos que cle seja próximo dos
. Pede
Leprosos ou dos Ferais, sempre vai ter problemas para
conseguir abrigo, vai ser vulnerável a inimigos não hu-
manos c, bem, é sério que é assim que vai querer passar
sua não vida?
Polícia fecha o cerco contra
a Gangue da Sacola
Por Clémene Duval
A Polícia Nacional do Haiti afirma estar fechando
o cerco em torno da Gangue da Sacola de Porto
Príncipe, conhecida pela imensa quantidade de
roubos de bolsas, sacolas e carteiras nos últimos
scis meses. Ainda que inicialmente entendida como
sendo uma gangue ou adolescentes agindo juntos,
uma fonte na Polícia Nacional confirma suspeitas
de que um único criminoso pode ser o responsável.
De acordo com nossa fonte, na segunda-feira de
manhã a polícia invadiu uma residência (não identi-
ficada) em Cité Militaire, registrando um total de 126
itens vazios incluindo bolsas, carteiras e sacolas, todos
empilhados em uma sala. A casa mostrava sinais de
ter sido recentemente habirada pelo que parece ser
um individuo mentalmente instável, que estava cole-
tando não apenas sacolas, mas também vários tipos de
alimentos, que foram abandonados e estavam apodre-
cendo pela casa toda.
Enquanto a Polícia Nacional segue na crilha do(s)
suspeito(s), a instituição pede que a população evite
Cité Soleil e suas vizinhanças, especialmente à noite,
 A NOSSA MISSÃO

Departamento de Policia Metropolitana

Relatório de Investigação/Incidente

Inquérito Nº: 19009126

Oficial Relator: Heffron, Rachel R. (207)
Aprovado por: Somers, Alfred (193)
Localização: Rua Macomb NO, 3715 —- Washington, DC 20016
Partes: TESTEMUNHA Andrea Pocklington
TESTEMUNHA James Carluccio
Infratores: Mulher negra não identificada, entre 25 e 30 anos de ida-
de, piercing no nariz, vestindo uma regata dos Washington Wizards.
Imóvel: 2 Amys Restaurante Italiano
Relato:
O local na Rua Macomb NO, 3715 é uma popular pizzaria italiana, sem
ocorrências relatadas antes dessa. Tinham passado quase duas horas
do meu turno patrulhando o parque Woodley quando o rádio sinali-
zou um assalto à mão armada acontecendo no Restaurante Italiano 2
Amys. Respondi e ativei minhas sirenes.
Quando cheguei no endereço, pedi reforços imediatamente, visto que
nenhum outro carro havia respondido.
Sai do meu veículo e me aproximei do restaurante. Pude ver que estava
cheio de pessoas em pé, mas nenhuma se movia. Suspeitando de uma
situação com reféns, pedi reforços mais uma vez no rádio e liguei
para o telefone do restaurante, para verificar se havia alguém
capaz de responder.
Quando o telefone começou a tocar, as pessoas passaram a se mover,
com algumas se sentando, outras correndo até a porta, enquanto um
garçom atendia a chamada.
Averiguando que não se tratava de uma situação com reféns, entrei
no restaurante e descobri que 12 dos clientes não se lembravam de
nada que havia ocorrido no periodo de 30 minutos e uma hora antes
disso. Apenas duas testemunhas, Andrea Pocklington e James Car-
luccio, dono do lugar, falaram sobre o suspeito que supostamente
apontou uma arma para os clientes enquanto estes colocavam suas
posses em uma sacola, para então ordenar que se esquecessem de
tudo o que havia acontecido.
A testemunha Andrea Pocklington afirma ter medo de encontrar novamen-
te essa “hipnotista”, enquanto James Carluccio se voluntariou para
prestar um relatório detalhado. Recomendo que peritos o visitem
amanhã para obter mais informações.

49
CAMARILLA

“Você e o que você come E ou, você € aquilo no que se esfrega nas primeiras

horas da manhã, lambe num canto escuro, € depois tenta esquecer.

A policia ainda não confirmou se Acompanhando Misturar-se com o gado não €

o assassinato de Adele Baptiste
a Cultura
su bombear sangue para as partes

em Cité Soleil tem ligação com a certas do corpo.. inda que isso
Gangue
$ da Sacola, mas registros de possa ser divertido... Você também
testemunhas descrevem uma ten- Acorda pra vida, doçura precisa saber como agir como eles,
tativa de roubo que foi frustrada, por Jeanectc Vocrman, proprietária Um negócio que muitos lam
o que levou ao esfaqueamento da h falkaviana de casa noturna, bedores não entendem é que não

mulher de 32 anos. Los Angeles

É dá pra simplesmente flutuar em
Vitimas da Gangue da Sacola torno do gado e sugar modismos
descrevem o(s) suspeito(s) como Você parece ser nova por aqui, tá e cultura atraves da pele deles
sendo incrivelmente rápido(s) escrito por toda a sua pele, em le- Pra ficar acima da média, você

ao correr; algumas falam de um trinhas azuis e frias. Elas se retor tem de diversificar seus grupos
“truque de desaparecimento” poi cem bem gOSTOSO, feito larvas. Tem | sociais. Não dá pra ficar sempre
meio do qual o ladrão rouba a sa- que ver isso aí, amor. Cedo ou tar em cima do mesmo corpo, não

cola em lugares cheios de pessoas de alguém vai perceber que ocê nmE vorta O quão gostoso cle seja.
c desaparece sem deixar vestígio. não é daqui. Mas não se preocupe Assim que uma boneca começar
A policia não fez comentários Vou te ensinar umas coisinhas. Se a ficar sem graça, você parte pra
/ na » f

sobre essas alegações.

o >
você for boazinha, eu talvez até próxima! Você muda de cenário «
faça uma demonstração depois. faz um pouco de graça. Esso quer “ >

20
 A NOSSA MISSÃO

dizer novas regras, novo visual,

novas opiniões! Basicamente, você
tem de se reinventar toda vez que
muda de cena, como aquelas bone-
cas de papel com roupinhas presas PHILIPPE PARRENO — À L'INTÉRIEUR
com dobras. OLO7-14.0418
Talvez você não queira mudar
para se adequar — mas se não
e «> EE. oo
fizer isso, vai correr um risco real
de ficar velha. Não fisicamente,
mas quando você anda com uma Abertura de exposição no MAMCO
galera oitenta anos mais nova €
fica ali sentada, só rindo c assen-
tindo enquanto falam das pró- APENAS PARA CONVIDADOS
prias paixões, você parou de ser
relevante. Ninguém quer saber de Monsieur/Madame,
como você encontrou John Len-
Mediante pedido do próprio artista, você estã convidado(a) a participar da
non antes dele morrer.
Não, se quiser se misturar e vernissage de nossa exposição de primavera, Philippe Parreno — a Pintéricur.
fazer novos amigos, vai precisar O início do evento se dará na quarta-feira, dia 28 de fevereiro, precisamente
fazer um pouco de pesquisa. An- ao pôr do sol, as 18hzo.
tigamente era só assistir à MT'V O convite lhe foi oferecido graças ao seu apreço pelas artes.
a noite toda: na noite seguinte
bastava ir pra uma boare, recitar Esperamos que nos deleize com sua presença.
suas bandas c artistas favoritos, Assim como a arte de M. Parreno, o código de vestimenta é aberto à
e plim! Pronta pra arrasar, Ago- interpretação. Vinho e café serão servidos a todos os convidados.
ra tem mais nuance e um leque
maior de coisas pra trabalhar.
Qualquer um pode ver o que está Com os mais sinceros cumprimentos,
em alta online. Faça isso! Não se
limite a um canal só ou a uma MAMCO,
única fonte mortal.
Genebra
E sabe de uma coisa? É me- ... E oo
lhor se você for sincera. Encon-
o AMA
trar alguma coisa que goste de Were povah?

verdade. Tem tanta música por

at, tantos filmes e jogos legais. Voêa vw wro!
as ea ue
a TA
Não é porque baladas são bons
lugares pra caçar que você preci-
UN ee
sa ser baladeira. Se você for nerd,
jogue uns jogos, vá pra uma LAN
party, se é que isso ainda existe.
A gente costumava ter uma sala
dessas aqui no Asylum, até que
isso morreu. Se curtir filmes, va
ao cinema. Se curte ler, entre
num desses clubes de leitura
femininos pra falar do Jack Ke-
rouac enquanto bebe!

51
CAMARILLA

Sério, não é um bicho de sete cabeças. Sc não for
capaz de fazer isso, vai virar outra velha empocirada,
igual aos Sangue Azul. Robótica, dura c fria. E só uma
dessas coisas é legal,
A Máscara como Arma
A Máscara não trata apenas de ocultação. Trata de dança
Especificamente, de como conduzir seu companheiro,
É controle. Influência. Orientação.
Como revelado por Stephen Thunderhorse, Senador Ventruc
de Providence:
Nunca é tão simples quanto escravizar pessoas
feiro carniçais, Nosso Vitae tem seus limites, e você
nunca será capaz de usá-lo para controlar todos os
policiais de uma delegacia, todos os jornalistas inves-
tigativos e cada pessoa que o enxergue como se você
fosse um monstro. É preciso sutileza. Sutileza e pacién-
cia. Nossos dons ajudam muito, mas nem sempre são
confiáveis, c usá-los demais é uma forma garantida de
quebrar a Mascara,
Em vez de trabalhar contra a Máscara, você deve
usá-la em vantagem própria. Primeiro: é imperativo
que encontre um mortal útil « confiável o bastante
para valer o risco de mostrar a cle algumas das suas
cartas. Você não pode usar as circunstâncias para
manipular abertamente uma organização inteira,
mas pode mexer os pauzinhos por mcio de alguns
poucos individuos. Para fazer com que a Mascara
crabalhe a seu Favor, você precisa revelar um pouco
da sua natureza.
Eis minhas sugestões:
m Descubra o que seus alvos escolhidos querem e
precisam. Vá até eles como um amigo € benfeitor.
mn Revele um pouco do seu poder Foque nos
questionável guloscima. Diga a eles que provavel-
mente precisarão de mais algumas doses antes que
possam sentir qualquer diferença.
E Seja amigo deles. Fale com eles sobre as mudanças.
E Uma vcz que tenham tomado algumas doses, não
vão apenas herdar algumas de suas habilidades: vão
querer mais, À confiança que você construiu vai ser
mais efetiva do que apenas hipnotizar alguém ou
dar a eles Sangue, sem nenhuma massagem social.
Você verá que eles o considerarão um amigo, não
um fornecedor de drogas. Isso é importante, E é
importante que a confiança venha dos dois lados.
E Agora você pede um favor, mas que não seja muito
descabido. Farão de tudo para agradá-lo, Simples
assim. Você é amigo deles, lembra? Vão querer
agradá-lo, « não vão conectar isso à necessidade,
pelo menos não em um primeiro momento.
E Agora você pode incitá-los com uma dose sempre
que fizerem o que pede, mas doure a alimentação
com outros benefícios, como status social, bônus
salariais fora dos registros c proteção à familia deles,
Espero que tenha entendido como essa estratégia c
proveitosa. Seja controlando o caixa de um cassino, o
chefe de uma célula mafiosa ou o médico de um ban-
co de sangue, agora você tem servos que acreditam
estar compartilhando seus segredos. Eles também vão
querer manter à Máscara, se isso significar que con-
tinuarão a se beneficiar de sua companhia e de sua
maravilhosa droga.
aspee-

tos que
I estão apenas um pouco acima do que
1 €
normal: capacidades mentais e físicas superiores,
longevidade e resistência a doenças, Qualquer
que seja 4 necessidade deles, reforce o aspecto que

poderia ajuda-los a resolver a situação. Não fale

dos pontos negativos.
E Eles vão querer saber mais. Fale que pode dar a eles
as mesmas habilidades. Nesse ponto, não peça nada

em troca
E Você vai drogá-los com Vitae inoculada em ou-
tros meios: cápsulas, bebidas, alguma rara porém
 A NOSSA MISSÃO

- retire
abundância. Eles vão desaparecer com a mudança de
governos € com o peso da idade, mas nós não vamos.
OUTUBRO DE 2017, O CALLEVA ARMS, Precisamos ver a Mascara não apenas como um
SILCHESTER, ILHAS BRITÂNICAS escudo atrás do qual nos escondemos enquanto espe-
Descobri recentemente que se você usar a Máscara di- ramos nossa destruição, mas como uma arma feita de
reito, cla pode ser uma arma contra os desgraçados da insinuações, rumores c mentiras.
Segunda Inquisição. É certo que eles sabem tudo sobre RR
nossos velhos truques de usar o gado como cobertura,
ficar longe de câmeras e por aí vai. Agora eles devem estar Singh olhou para os homens e mulheres à sua volta no
atrás de outros sinais, dada à ausência do sobrenatural, e auditório. Havia um professor no palco passando slides
suspeito que cles devem ter pego aqueles que comerem os que discuriam "corpos frios” é , hemóvoros”. Apesar das
maiores abusos contra a Máscara. conotações óbvias, nada no material apresentado se referia
É nesse ponto que, como sociedade, podemos a vampiros, e a Inquisição claramente desprezava o termo
usar essa Tradição em nossa vantagem. Devemos “Membros”,
estar preparados para dispor nossos artifícios por Como um sangue-ralo em uma sala com caçadores,
meio de códigos, enxertar lendas urbanas na cultura Singh senriu-se mais nervoso do que na primeira noite,
popular e planejar quebras deliberadas da Máscara quando descobriu que agora era um monstro bebedor
cm locais especificos. A chave em todas essas coIsas de sangue.

são as farsas, As linguagens codificadas que deixa-
mos escapar são todas sem sentido. As lendas urba-
nas não passam disso, lendas, mas rém elementos de
verdade o bastante para fazer com que a Inquisição
dé seus chiliques. As quebras na Máscara que causa
mos intencionalmente servem para
ção até armadilhas, como Sarrasine fez em Sydney,
ou serem apenas alarmes falsos, criados para afastá-
los de nossas posições reais.
Toda desinformação que plantamos custa à In-
quisição tempo e recursos. E nós temos ambos em
atrair a Inquisi-
“Como podem ver nessa gravação, a técnica da esta-
ca no coração consegue apenas paralisar um corpo frio.”
Usando uma vareta comprida, o professor fez um gesto
apontando a vitima na tela. “Seu corpo claramente trata o
coração como algum tipo de sistema operacional, Em mais
ou menos um minuto é possível ver o que acontece quando
o coração é removido.”
Singh levantou a mão, como havia sido orientado a
fazer. “Com licença. Essa demonsiração está acontecendo na
instalação de Baltimore?”
O professor procurou em meio ao público, aré ver o
sangue-ralo. “Não, essa filmagem é do nosso laboratório em
Nápoles. Alguns de vocês devem ter tido aulas lá nos últi-
mos meses,”
Singh assentiu, € ficou em silêncio pelo restante da
demonstração. De alguma forma, a Inquisição nunca
percebeu sua condição de morto-vivo durante todo aquele
periodo. O morivo seria arrogância deles, o sangue ralo
dele, ou estariam deliberadamente entregando a ele aque-
las informações?
Ele saiu do auditório com alguns acenos e apercos de
mão silenciosos antes de pegar um vdxi. Enquanro o carro o
levava ao acroporto, ele enviou uma mensagem a todos os

contatos em seu telefone. INSTALAÇÃO CONFIRMADA

EM NÁPOLES. SOMOS MANTIDOS LÁ PARA TRATA-
MENTO. QUEIMEM.
Singh jogou o telefone através da janela do carro, en-
quanto este acelerava em meio à noire.
Fo

53
 A GUERRA DA GEHENNA

N 7/À
erra da
/PORHENNA
“O Elísio está praticamente sem nenhum
Ancião, como se uma praga tivesse varrido a
cidade, e nós, ancillae, agora governássemos
Lisboa como se fôssemos Príncipes. Ninguém
sabe para onde eles foram, mas sabemos que
é melhor não perguntar.”
- AFONSO ZARCO

cegisos 14.7.2017 - sacoá

Este é um momento emocionante pare o Clã da Rosa na
Gamarilla. Seu abandono não é algo único, minha cria,
ainda que meu destino talvez seja mais singular do que
o de muitos dos outros Membros Anciões. Muitos da
Garmarilta alegam ouvtr o apelo, o tal Chamado.
Quero que você entenda melhor o que está de fato acon-
tecendo nestas noites confusas, então pedi os documentos
a seguir q uma amiga que é muito próxima do Justicartado.
Corno ela é uma querida, naturalmente concordou.
Estas são as entradas que restaram do diário de
Hassan Shadid, um Arconie Ventrue desaparecido. Seja
discreta, e talvez aprenda com os erros dele sem ter de
cometé-los.
É a primeira vez que volto ao Iraque, depois de dez
anos. Sat como refugiado, e agora volto como um dos
Membros. As ruas ainda são familiares, mas parece
que estive aqui há um século. Quando fugi, embarquei
numa jornada pela Turquia, Itália e finalmente França
com meu irmão. Demorou cinco meses. A sorte sorriu
para mim em Paris, onde me tornei um tradutor e fui
contratado por uma companhia que, vim a perceber,
era uma fachada da Camarila.
A corte de François Villon precisava de Membros
que Falassem árabe, para facilitar as futuras negocia-
ções com a Ashirra, por isso me transformaram em um
monstro. Isso envolveu uma entrevista, e por muito
tempo imaginci estar sendo considerado para uma
vaga corporariva muito estranha.
Quando saí de Bagdá, minha mãe me disse: “Não olhe

o, para trás. Faça a sua vida c seja feliz, Se Deus quiser a gente
vai ficar junto de novo.” Não acho que minha transforma-

DOES
ção em um Neófito Ventrue era o que ela tinha em mente.

55
CAMARILLA

Recebi da Justicar Lucinde a

missão secreta de fazer um relatório
da Guerra da Gehenna, e me foram
dados todos os recursos necessários
para saber o que esta ocorrendo em
campo. Vou colet ar essas descober-

tas neste diário, e usá-las para com-

por meu relatório final.
Mas antes de iniciar os trabalhos,
é hora-de celebrar a minha grande
história de sucesso em Paris

15.7.2018 - BacDÁ
Eu vi minha mãe, meu pai, meus
primos e muitas outras pessoas
noite passada, pela primeira vez
em muitos, muitos anos. Foi muito
triste para mim, embora cu tenha
feito o possivel para esconder meus
sentimentos. Meu Senhor havia
me contado que scr um vampiro
significa que, sob q pressão do tent

po, rodos os seus entes queridos

fenecerão « morrerão, mas cu não

esperar 4 a e acontecesse tão rá x

pido. Todos pareciam tão velhos e

esgotados pela guerra,
Um dos meus primos me levou
para ver os escombros da nossa
antiga casa, onde vivemos antes de
ela ter sido dest roçada por um mis-
sil estadunidense. Um vizinho veio
falar com a gente, um homem das
minhas memórias de infância, do
qual me lembrava muito pouco Ele
me deu uma porção de páginas do
Das Kapital. Meu pai havia sido um
comunista na juventude, e nunca
jogou fora seus livros. Quando cu
era pequeno e estava sendo alfaberi-

zado, esgueirei-me are a caixa onde

ele guardava os livros, seduzido pelo
conhecimento proibido
O homem disse que havia en
contrado as páginas no entulho e
guardado para mim, caso cu qui-
sesse uma lembrança.

Mas talvez seja melhor me
concentrar na tarefa em questão.
Então, recapitulando:
A Guerra da Gehenna é um
conflito entre o Sabá e a Camarilla,
que ocorre no Oriente Médio.
O Sabá é motivado pelo fanatismo
religioso c busca exumar os rúmulos
dos supostos Antediluvianos, os
míticos fundadores dos clãs que a
seita deseja destruir, Ainda que seu
objetivo seja uma fantasia, o proces-
so para alcançã-lo os torna extrema-
mente perigosos.
O objetivo da Camarilla é con-
ter o Sabá e proteger os túmulos
de Membros antigos em torpor
em toda a região. Seria facil para o
Sabá confundir um Matusalém com
um Antediluviano, e a morte de
um ser tão antigo seria uma perda
irreparável para todos os Membros.
Ninguém pode rivalizar com o co-
nhecimentos que os Matusaléns têm
da nossa origem em comum.
Além disso, o Saba não se im-
porta com a Mascara, especialmente
durante a execução da sua missão
escatológica. Sendo assim, depende
da Camarilla realizar scu antigo
propósico de manter a ordem no
mundo c a própria Máscara.
Sobre isso tudo não restam dú-
vidas. Entretanto, há outro aspecto
do assunto que ainda me foge à com-
preensão, denominado o Chamado.
Mesmo eu não sendo um Membro
particularmente antigo, até eu sei
que viajar para uma zona de guerra
para combater o Sabá constitui um
comportamento muito estranho
para Anciões da Camarilla notáveis
por serem extremamente cautelosos
com sua segurança pessoal,
Meu plano é circular nos
diferentes sevores da Guerra da
Gehenna c me encontrar com as
pessoas que comandam o conflito
para a Camarilla. Mas antes que
cu possa começar, preciso contatar
nossos aliados na Ashirra.
16.7.2018 - BsagDÁ
Ela cra ameaçadora. Ainda que não
ache que ela era um Membro há mui-
to mais tempo que eu, ela tinha o ar
altivo de uma drabe bem-educada, de
inglês perfeito e postura impecável,
Saida Jawad era o contato Ashirra
atribuido a mim na missão, e cla pa-
recia determinada a me pegar despre-
parado a todo momento.
Foi assim que nos encontramos:
eu estava no bar do hotel, sondando
possíveis presas porque cu estava
faminto. Ela e seu assistente me
abordaram, apresentando-se justo
quando eu estava prestes a me apro-
ximar do barman, A situação ficou
ainda mais constrangedora quando
ela disse que eles tinham sangue me
esperando na recepção para a qual
me convidou.
Conheci mais de uma dúzia
de dignatários Ashirra naquela
recepção, que ocorreu em um pa-
lácio que havia, de alguma forma,
sobrevivido à destruição que os
estadunidenses haviam causado à
cidade. Eu tomei nota deles e terci
de transcrevê-las mais tarde.
Saida é uma iraquiana do Clã
Malkaviano, ou Bay't Majnoon,
como o clã é chamado aqui.
Sobre a Ashirra, teoricamente
ela é definida como a comunidade
de todos os Membros muçulmanos.
Se você segue o Profeta e bebe san-
gue, você pertence à Ashirra. Pelo
menos essa foi a definição que eu
aprendi em Paris, constantemente
reforçada por dúzias de Membros
franceses. Para cles, cu integrava
uma seita estrangeira.
A GUERRA DA GEHENNA
Acontece que essa definição
tem um limite. Uma vez em Bagda
como oficial da Camarilla, com
certeza não sou tratado como parte
da Ashirrra, independentemente de
qual seja a minha fé.
Ainda sou um pouco cético,
mas a historia oficial da Ashirra é
a de que eles são uma seita maior,
que controla boa parte da África
Setentrional e do Oriente Médio.
Uma contraparte da Camarilla,
concebida como uma versão da
comunidade crente muçulmana,
Supostamente seu lider, um antigo
Lasombra chamado Suleiman ibn
Abdullah, foi convertido para a
fé pelo próprio Profeta Maomé.
Babado quente se for verdade, como
dizem os jovens.
Em campo, a Ashirra parece en-
fatizar ainda mais do que a Camarilla
a obediência aos Anciões, quando
se enxerga além da retórica religiosa
e moral. Alguns dos integrantes da
Ashirra que encontrei pareceram
se apegar genuinamente à um senso
moral de quem são, enquanto outros
lembravam a realeza Saudita em scu
infinito amor-próprio.
Quanto ao meu trabalho, hoje
a noite foi muito produtiva, Saida
me informou sobre a posição da
Ashirra, e logo encontrarei alguns
dos dignatários da Camarilla re-
cém-chegados na cidade,
Mais uma coisa: sou um tolo por
não ter notado isto antes, mas cu sou
um Arconte. Eu estava tão intimida-
do quando os Arcontes já estabelcci-
dos do Justicar me informaram, que
não compreendi que havia me junta-
do às suas fileiras, Eu simplesmente
não podia acreditar que alguém
como eu pudesse ser um deles. Só
pude aceitá-lo porque a Ashirra não
parava de se referir a mim como tal.
CAMARILLA
20.7.2017 - sasDá
Eu vi uma coisa tão apavorante esta noite que ainda
estou tendo problemas pra entender. Não representava
perigo, pelo menos não para mim. Mas ainda assim foi
arerrorizante.
Começou no hotel, logo depois de eu ter acordado.
Saida estava lá para me ver. Ela nos ajudou bastante
nessas últimas noires, Ela rem um conhecimento en-
ciclopédico sobre a cidade, c é muito diligente no que
diz respeito a fatos.
A qualquer momento, sempre que ela dizia que
sabia de alguma coisa que cu precisava vcr, cu nem
pensava antes de segui-la. Dessa vez fomos de carro até
umas partes mais afastadas, na direção de Basra. As
ruínas de um antigo hotel ainda estavam lã, e mesmo
que alguns dos pisos estivessem desmoronados, escala-
mos até o topo.
Eu não tinha percebido o porquê de termos deixa-
do o carro a um quilômetro de distância e entrado ali
furtivamente, até que notei as luzes de um posto militar
estadunidense do outro lado da rodovia, descendo uma
estrada secundária.
Só fui entender tudo quando chegamos no telhado.
Era quase como se um xcique rico tivesse decidido fazer
um piquenique no meio dos destroços. Havia espregui-
çadeiras, criados servindo sangue, binóculos de visão
noturna para aqueles sem os sentidos dos Membros,
Os estadunidenses tinham tomado um antigo pré-
dio do governo, Parecia ter umas cinquenta pessoas lá,
entre soldados e funcionários, com jipes e outros equi-
pamentos. Eles estavam ali há um bom tempo, então
era provável que controlassem a estrada.
Tirando os servos, tinha cinco de nós no topo do
prédio, todos Membros. Reconheci alguns deles como
membros da Ashirra local. Deram-me boas-vindas calo-
rosas, garantindo que cu iria me divertir. O Sabá tinha
infestado essa instalação militar cm particular, usando-a
para rapidamente estabelecer controle sobre possíveis
túmulos. Eles tinham alguns veteranos e quinze vampi-
ros recentemente Abraçados, todos militares dos EUA.
Eu tinha ouvido falar que o Sabá gostava de usar os esta-
dunidenses porque muitos dos seus integrantes haviam
sido estadunidenses em vida e por conta da liberdade de
movimento dos militares e de sua capacidade de tornar
as coisas mais fáceis na base da força.
Fiquei assustado, é claro. Aquele era o primeiro
sinal real da Guerra da Gehenna que eu via c Saida
me havia surpreendido com ele, Estávamos a uns
duzentos metros da instalação militar infestada
pelo Sabá, bebericando em copinhos sombreados
por guarda-sóis de papel. Era evidente que parte da
Ashirra já havia feito isto, transformado a guerra em
entrecenimento,
Foi então que eu a vi. À primeira vista não parecia
nada de mais; apenas uma mulher pequena, usando
roupas modestas e sentada longe dos outros, checando
o celular de um jeito estrando, Então ficou em pé, e
alguma coisa na postura dela mudou. Ela ficou mais
presente, Um criado apareceu, um jovem muito respei-
toso, que a ajudou a tirar as camadas externas da roupa
que usava. Por baixo ela usava só preço militar.
Todos observavam a preparação dela. Ela não
parecia notar. “O que estamos usando esta noite?”, a
mulher perguntou, as primeiras palavras dela que ouvi.
Seu árabe era antiquado e dificil de acompanhar, como
o de um estudioso de religiões.
“Uma agulha de tricô”, o jovem disse, dando-lhe uma
agulha, que cla pegou c examinou por um momento.
“O que cles estão fazendo?”, sussurrei para Saida.
“Sempre que o inimigo é fraco demais para ofere-
cer um desafio à sua altura, ela pede ao seu servo que
escolha uma arma ruim”, Saída sussurrou cm resposta,
claramente empolgada com o que estava acontecendo.
“Ela vai atacar uma base militar dos Estados
Unidos com uma agulha de trico?”
Saida deu uma risadinha, “Essa é Fatima al-Fagadi,
a Mão da Vingança.”
Eu tinha ouvido falar dela. Sua reputação a pre-
cedia: ela vinha mil anos, cra uma das principais
assassinas dos Banu Haqim e recentemente havia
assassinado o famoso Arcebispo do Sabá, Ambrosio
Monçada. E ali estava eu em sua presença, sem mais
nem menos.
Fatima passou por mim a caminho da borda do
telhado e examinou a base americana. Ela brincava
com a agulha entre os dedos. Nas mãos dela, o objeto
de repente parecia sinistro c ameaçador. “Quais são as
regras?”, perguntou.
O servo havia se arrastado atras dela. “A infestação
está completa. O Sabá Abraçou ou Enlaçou todos na
base. Mate todos, exceto os prisionciros”
Fatima al-Fagadi acenou e desapareceu. Todos os
integrantes da Ashirra correram até a borda do telha-
do para assistir ao espetáculo.

É dificil descrever o que se seguiu. De certo modo,
eu quase não via nada, Parecia que os meus binóculos
estavam o tempo rodo apontados para o lugar erra-
do. Só comecei a ver corpos aparecendo, caindo um
a um. Um alarme jamais soou, Comecei a me sentir
mal ao perceber que cu não assistia a uma luta, mas a
assassinato cm massa, Em determinado ponto, meus
binóculos miravam exatamente o lugar certo e eu vi
Fatima atravessar o olho esquerdo de um soldado com
a agulha de tricô. Houve um leve som de esguicho após
a agulha penetrar o cérebro.
A coisa toda levou menos de dez minutos. Em
seguida, descemos para apreciar a carnificina. À en-
trada para a construção havia contado com um vigia.
Parecia que Fatima havia usado a agulha para atraves-
sar a garganta dele, arvastar o corpo e ocultá-lo em
uma moita.
Eu nunca havia estado em um esconderijo do
Sabá na minha não vida, Todos escutamos as histórias
de terror, mas elas não te preparam de faro. O que é
preciso entender é que o Sabá não se importa com a
Máscara, tampouco com consequências a longo prazo.
Eles assumiram o controle da base porque queriam
usá-la por uma semana ou duas, não mais do que isso.
Não estavam nem aí para o que aconteceria depois.
Eles já estariam longe, vendo abandonado psicóticos
viciados em sangue e Crianças da Noite enlouquecidas
e traumatizadas em seu rastro.
Conforme cu explorava a construção, encontrei
cada vez mais sinais de terríveis abusos de mortais.
Corpos juziam no porão, homens, mulheres e crianças
iraquianas, algumas totalmente drenadas de sangue,
ourras não. Os soldados pareciam desleixados « ne-
gligentes, sujos, como se tivessem se esquecido como
cuidar de si mesmos. Alguns apresentavam velhas
feridas de bala que não eram tratadas hã muito tem-
po. Fatima não fora a primeira coisa ruim a acontecer
com aquela gente. O Sabá já os havia destruído, em
corpo e espírito.
Eu precisava sair dali, Encontrei Fatima recostada
na porta do jipe estadunidense, mexendo no celular,
Ela olhou para mim e disse: “Os mortais são tão criati-
vos. Olha só que brinquedinho maravilhoso.”
Por um instante, a diversão genuína no rosto dela
fez com que parecesse humana de novo.
Saída esperava por mim com um carro e um mo-
rorista. “Como você vai explicar todos esses soldados
59
A GUERRA DA GEHENNA
mortos? Isto com certeza é uma quebra da Máscara”,
perguntei, soando estridente até para meus próprios
ouvidos. Eu já tinha visto a guerra, mas nada parecido
com isto.
“Você tem seus próprios agentes com os estaduni-
denses, certo?” Ela perguntou. “Somos parceiros nisto,
você e eu. Nós tomamos uma base do Sabá, a limpeza
é com você".
A mensagem era clara. A Camarílla podia vir para
o Oriente Médio para guerrear contra o Sabá, mas
ainda se tratava de território da Ashirra. Se esquecês-
semos disso, eles voltariam a usar a agulha.
27.7.2018 - ramaLÁ
Saida disse que sc cu quisesse ir para Israel c a
Palestina, a dica era evitar Jerusalém e permanecer na
margem oeste. Aparentemente, Jerusalém atrai mais
loucos do nosso mundo do que do mundo mortal, Os
verdadeiros fanáticos vão direto para Jerusalém, en-
quanto os casos mais brandos preferem os excelentes
refúgios c caçadas de Tel Aviv.
Eu segui o conselho de Saida sobre acomodações,
mas scu contato no Ramala não valia nada. Eu me en-
contrava em um café pensando sc deveria buscar mais
instruções ou continuar por conta própria quando
uma jovem magra se sentou à minha mesa. “Nós não
recebemos muitos lambedores novos deste lado do
Muro”, ela disse. “Quem é você?”
Um início rude, mas, depois de explicar
meus afazeres, a coisa engatou. Ela era uma Ashirra
local chamada Leila Hamidi, uma dissidente, se cu
li correramente nas entrelinhas. Ela se vestia como
uma motogirl e parecia conhecer tado o mundo,
mas isso podia ser teatro para me fazer sentir
ainda mais um peixe fora d'água. Não sei ao certo
o clã dela, mas pode ser Lasombra ou Qabilar al-
Khayal. Não há tantos deles em Paris quanto por
estas bandas.
Leila tinha opiniões fortes sobre Jerusalém, Ela
disse que lá, a Guerra da Gehenna ocorria hã muito
tempo, com Membros desequilibrados chegando de
fora quase todas as noites atras de seus objetivos ines-
crutáveis. À população de Membros local dividia-se
claramente entre a jovem Ashirra, que desprezava
esses peregrinos, e os estrangeiros, que normalmen-
te eram velhos e poderosos demais para sc desafiar,
Agora que a Guerra da Gehenna estã forte na região,
CAMARILLA
aparentemente os tipos mais pirados acabam ali, de-
terminados a lutar suas antigas baralhas religiosas. Ao
menos segundo Leila. Não tenho certeza de que cla seja
uma fonte neutra.
1.8.2018 - jeRUSALÉM
Eu acho que Leila estava certa. Eu fui contatado por
outro Arconte c instruído a me encontrar com pessoas
descritas como “amigos pessoais do Justicar.” Foi-me
dito que elas me dariam uma visão geral da situação
em campo, já que todos ali eram mestres nas antigas
maquinações dos anciões. Eu teria o raro benefício de
escutar a sabedoria daqueles seres augustos em primei-
ra mão.
O lugar: uma vasta cobertura modernista com uma
vista da Cidade Antiga de Jerusalém.
Presentes ali: seis anciões convocados pelo
Chamado (assim presumo). Eu calculei a média da
idade do grupo acima dos 700 anos.
Como era de se esperar, respondi às suas perguntas,
mas, fora isso, permancci em silêncio. Se aprendi algo
em Paris, foi não interromper aqueles sercs. Então, que
tipo de coisas você aprende ao escutar a Principes e
Primogênitos, os grandes e melhores da Camarilla?
Eis um exemplo:
“o divino mandato da Cristandade...”
“A tendência moderna do globalismo certamente
passará”
“A peble Anarch deveria ser grata por se beneficiar
da nossa sabedoria.”
“O problema com o Sabá é que eles não escutam
seus anciões. Digo isso porque, após a Convenção de
Thorns, alguns bons amigos meus passaram para o lado
de lã do fosso...”
“Os humanos deveriam voltar para a monarquia.
Os novos métodos são demasiadamente confusos.”
“a antiga sabedoria dos Malkavianos..."
Se entendi direito, eles acreditam que algum tipo
de velho Malkaviano reside em Jerusalém e que o Sabá
esta aqui especificamente para destruí-lo. O modo
como esses anciões falam sobre os Matusaléns que cles
assumem estarem adormecidos por todo o Oriente
Médio soa como se eles próprios estivessem um pouco
perdidos. Muitos deles não sabem realmente por que
foram Abraçados tantos séculos atras, razão pela qual
talvez nutram a esperança de obter respostas com o
despertar daqueles Matusalens.
60
Começo a entender um fato simples sobre a Guerra
da Gehenna. Os anciões, Matusaléns e até mesmo os
ancillac da Europa, das Américas e de ourros lugares
do mundo se reuniram no Oriente Médio. Isso signifi-
ca que esta região agora conta com uma absurda con-
contração de vampiros antigos.
11.9.2017 - pamasco
De uma perspectiva mortal, a Guerra da Gehenna é
extremamente confusa. O conflito não se encaixa mui-
to bem nos conflicos humanos que infestam a região.
Seria muito mais fácil se simplesmente pudéssemos
dizer que a Camarilla apoia o regime do presidente
Assad na Síria e o Sabá se alinha aos rebeldes, Em vcz
disso, existe uma misteriosa teia de influência que
parece cruzar com todas as possíveis linhas mortais
de alianças. A Camarilla, digo, o nosso lado, tem in-
fluência no governo Sírio e em muitos grupos rebeldes.
Temos ligações profundas na máquina do exercito es-
tadunidense, contudo o mesmo pode ser dito do Saba
e, às vezes, até mesmo da Ashirra.
Do ponto de vista mortal, isso é praticamente
impossível de compreender. O segredo é enxergar
os grupos c insrituições mortais apenas como fer-
ramentas que os Membros usam para alcançar seus
objetivos, pequenos ou grandiosos. Quão pequenos
eu aprendi quando, nos últimos dias, me foi dada
a tarefa de cscoltar minha senhora, Mathilde de
Tourdonnet, através de algumas das piores áreas da
guerra civil,
Mathilde não foi uma má senhora, mas é incrivel-
mente autocentrada. Ela é uma das crias Favoritas do
próprio Hardestadr, o que confere a ela status imereci-
do na Camarilla, Tal favorecimento do sistema resulta
em privilégios singulares,
Então, como uma cria de Hardestadt chegou
em Damasco? Oras, de jatinho particular, com uma
comitiva de vinte servos, guarda-costas c assistentes.
Em solo, uma companhia de mercenários russos
forneceu a ela uma segurança adicional de cinquen-
ta soldados, Eu e meus contatos na Ashirra
podemos ter fornecido o itinerário, mas, no que
diz respeito à viagem, não passávamos de compa-
nheiros de passeio.
Era estranho ver tanto poder e privilégio em uma
zona de guerra. Eu pensci que a Camarilla havia forne-
cido amplos recursos para a minha missão, mas nada
 A GUERRA DA GEHENNA

naquela escala. Não que cu não tenha me acostumado já cinha visto fora a do Iraque, da qual escapei quando
a ter meu próprio jatinho. O integrante médio da mortal. Agora, ao que tudo indica, sou um especialista
Camarilla sofre sob a ameaça da Segunda Inquisição. Então, o que trouxe a augusta cria de Hardestadr
Viajar é difícil e perigoso, c os acroportos devem ser a Síria? Por que cla exigiu que desfilissemos atraves
evitados a todo custo por conta da infracstrutura de de algumas das piores, mais atingidas e miseráveis
ai Ps “ .
segurança local regIues do pais? jamais obrive uma resposta

O ponto é: além dos va mpiros, existe outro gru concreta, mas fiz minhas próprias conjecturas:
po no mundo que ignora regularmente tais arranjos: ele o fez por entretenimento e poder. É dito que o
os super-ricos. O jato privado de um bilionário não Chamado convoca os mais velhos c poderosos da
é submetido a nenhum tipo de medida de segurança nossa espécie, logo, ela achou que precisava tirar pelo
rigorosa, « os mais privilegiados na Camarilla tam- menos algumas selfies perto de construções bombar-
bém contam com esse tipo de bencfício, A maioria dcadas para sugerir que cla também teria sentido
sofre, mas aqueles de nos a quem foi Es rantido o a convocação,

acesso ao sistema no nível dos bilionários ainda po Além disso, é claro, a Guerra da Gechenna é um
dem voar. Aparentemente, não somos numerosos, e assunto em voga na Camarilla, assim como a guerra da
fico maravilhado por pertencer a esse grupo, ainda Síria o é entre os mortais. Marhilde estava curiosa para
que seja apenas durante esta missão. ver como cra tudo aquilo de verdade. O pior foi quan
Marhilde parecia uma rainha viajando com seu do quis caçar. Contou-me que jamais havia caçado em
sequiro. Eu nunca parei de faro para pensar se os russos uma zona de guerra.
que nos cscoltavam sabiam que éramos Membros, mas, Eu já vi um monte de coisas rerríveis. A maioria
independentemente disso, lidaram com questões de dos Membros que eu encontrei cram monstros de um
segurança muito melhor do que eu jamais cer ia feito. tipo ou de outro. Mas aquilo realmente me at ngtu,
Uns pouc Us Meses atras, a unica zona de guerra que cu digo, passar por todos aqueles percalços ec peris Js para
CAMARILLA
infligir a si própria, qual flagelo, às pessoas mais mise-
ráveis que este mundo tem a oferecer, Naturalmente,
cu também caço, e não tenho nenhuma ilusão sobre o
que somos, mas, convenhamos... transformar uma zona
de guerra no seu playground particular? Suponho que
essa seja a Camarilla que os de fora enxergam.
19.9.2017 - CasuL
Contra todas as expectativas, ainda estou vivo.
Se você quer encontrar um lugar onde a Guerra da
Gehenna se tornou, por metástase, uma bizarra paisa-
gem para aventureiros,
espiões e nativos há
“A crença em um Caim muito maltratados, aqui
cruel e impiedoso gera cainitas está ele, Às vezes, eu
não sabia dizer se havia
cruéisfe e impiedosos.
é , m
encontrando um agente
da Camarilla que fingia
ser um agente do Sabá, ou vice-versa. Por um tempo,
parecia um jogo, dirigir de um complexo armado a
outro, encontrar gente cujos planos e metas eram
impenetráveis.
Após a Siria, era como se eu pudesse lidar com
qualquer coisa. Essa arrogância se provou perigo-
sa. Aconteceu uma hora antes do nascer do sol.
Planejávamos as reuniões da noite no acampamento
dos trabalhadores humanitários nos arredores da cida-
de, onde ficava nosso refúgio.
Alguém bateu na porta e gritou em pastó, ou
afegão. Os trabalhadores humanitários já haviam me
contado sobre essas visitas noturnas: gangues armadas
que sequestravam as pessoas, matavam-nas ou as man-
tinham reféns para pedir resgate.
Eu abri a porta. Havia duas pessoas, um pachtun
e uma ocidental de olhos negros, Ambos Membros.
A mulher disse: “Não se preocupem, não vamos feri-
los” Os guardas que haviamos posicionado no pário
não passavam de montes de carne em uniformes
militares.
Pode ser estupidez minha, mas eu jamais esperei
ficar frente a frente com o Sabá. Sempre pensci que a
Camarilla e a Ashirra me protegeriam, não importava
o quê.
Eu me virei e corri, tropeçando nas mesas e cadei-
ras, em pânico. Pude ver formas negras se esticando
pelo chão na direção dos meus assistentes, sangue
esguichado por toda parte, os gritos c a dor deles
servindo como outro exemplo do que acontece com
aqueles que servem à nossa espécie.
“Pois bem. Vamos nos exercitar um pouco)” a voz
da mulher vinha por trás de mim, em parte aborrecida,
em parte entrerida.
Eu não lembrava a disposição dos cômodos e corre-
dores da construção. O pessoal da segurança responsá-
vel por meu bem-estar gorgolejava e sangrava.
“Você não tem como fugir de mim. Há sombras em
toda parte,” a mulher dizia.
De repente, algo me ergueu pelo colarinho através
de um buraco no teto para o andar de cima, Fatima
al-Fagadi sussurrou: “Vejamos se conseguimos mantê-
-lo vivo, vampirinho”
Eu estava tão perplexo com seu aparecimento
súbito que simplesmente fiquei parado, encarando-a.
Na última vez que a vi, ela estava destroçando o Saba.
Agora ela estava aqui, sem maiores explicações.
“Espere noventa segundos, pegue a escada para
a laje, cu o encontro lá,” Fatima disse e desceu pelo
buraco.
“Fatima, é você? Que grande coincidência" A
mulher do Sabá soava como se estivesse gracejan-
do com alguém em uma festa. “Eu sempre fui uma
grande fã sua. Adoro o modo como mata. Talvez
devéssemos...”
Algo interrompeu a voz da mulher, seguido por
uma rajada de fuzis. Tive vontade de colocar minha ca-
beça no buraco para ver o que se passava, mas lembrei
as instruções de Fatima. Aguardei um momento en-
quanto escutava os sons da luta, então subi para a laje.
Minha cabeça surgiu ali a tempo de ver um homem
vestindo um uniforme do Departamento de Operações
da Paz das Nações Unidas saltar da laje. Provavelmente
do Sabá, teria estado ali para interceptar qualquer um
que tentasse fugir.
Nós também tinhamos um guarda naquele local,
mas ele estava morto, empalado em uma antena de
satélite.
Em pé sobre a laje, vi a primeira luz da manhã no
horizonte. Eu estava em Cabul, uma cidade sobre a
qual não sabia nada, era caçado pelo Sabá e rodo o
meu pessoal morto à minha volta.
Como poderia ser pior?
Então Fatima apareceu do nada e me tirou dali.
Passamos duas noites nos escondendo em uma fa-
vela, dentro de um barraco do tamanho de um galpão
 à GUERRA DA GEHENNA

de jardim. Às vezes, O gado local aparecia « Fatima lhes

dava dinheiro. Ela era surpreendentemente gentil,

3.10.2017 - BaGDA
Esta missão estã me enlouquecendo Achei que o pior
seria voltar a Bagda, a cidade da qual escapei com
grande esforço. Ou, quem sabe, ver todo o sofrimento
causado pela guerra, ditadores, interminaveis supri-
mentos de armas ocidentais, mudanças climáticas,
ataques de drones estadunidenses e todos os outros
males que nos matam.
E, certamente, foi tudo muito difícil. Mas o pior
mesmo é cer de sentar-me nestas salas com ar-con-
dicionado e escutar os Anciões da Camarilla e da
Ashirra exporem como a real tragédia dos Membros
advém de precisarem esconder todo o bem «que fazem

para a humanidade,
Nós não somos benfeirores secretos. Somos
monstros.

Encontrei Fatima al Fagadi de novo e ela disse

algo sobre um túmulo, e isso grudou na minha men-
tc. Começo à pensar que cla é a única aliada que cu
tenho. Finalmente perguntei-lhe por que me salvou
no Afeganistão, € cla contou que me seguir 4 pot roda

a viagem. Disse que precisava se ocupar após cer sido

expulsa dos Filhos de | lagim

5.10.2017 - BaGDA
A guerra entre a Camarilla e o Saba só causará danos a
mais pessoas. Eles incitarão os mortais à lutarem entre
si € matarem para saciar a sede de sangue que aumenta
a cada lura
Eu finalmente compreendi onde estã a solução para
tudo isso: nos próprios túmulos dos Anciões, pelos
quais ascitas guerreiam. Farima me disse que se cu cs-
tivesse realmente pronto pa abraçar a sabedoria dos
Matusaléns, ela me mostraria algo que nunca mostrara
a ninguem. Eu disse que estava pronto.
Dirigimos por horas deserto adentro, desviando
das crateras criadas por uma decada de bombardcios.
Finalmente chagamos a uma ruina no meio do nada e
Farima pediu que cu parasse Eu havia deixado meus
assistentes € guarda-costas para tras, Portanto, éramos

só cue ela.

Chamar aquilo de ruina era um exagero, Não

passava dum pequeno trecho de uma velha muralha,
. dead e ' +
saliente no solo. Fatima me ofereceu uma par disse
CAMARI

«a

para eu cavar, indo esperar no carro enquanto cu pas-
sava algumas horas desenterrando uma tampa de pedra
ocultada sob a areia. Finalmente ela me interrompeu e
ergueu a tampa com uma mão, o suficiente para reve-
lar um túnel que levava para o subsolo.
Assim que descemos as escadas, comecei a com-
preender a cnormidade da estrutura subterrânea que
adentrávamos. A escrita nas paredes era indecifrável
para mim: pictogramas de ritos misteriosos, por cuja
visão um arqueólogo daria a vida.
Enquanto caminhava atrás de mim, algo mudou em
Fatima. Percebi que até aquele momento cu só havia
visto o que ela queria que cu visse. A humanidade que
cu lhe havia atribuido não passava de uma mentira.
Ela não era como eu. Eu descia na direção de um an-
tigo monstro, na companhia de outro. “Não posso ir
adiante," ela disse. “Você deve prosseguir o restante do
caminho sozinho.”
Dei a ela estas últimas notas, com instruções de
entregá-las ao meu assistente no hotel, caso eu não
retornasse.
<>
O Saba disse que esta é a Guerra da Gehenna. À
úlrima cruzada. E assim deve parecer aos milhares de
Cainitas que se encontram no meio dela como parasi-
tas ou espectadores quase indefesos, forçados a assistir
de perto. Mandiíbulas e reflexos velozes não podem
proteger nem mesmo os Anciões dos súbitos diluvios
de projéteis ardentes que sobrevém dia c noite. A velha
carne imortal simplesmente derrete sob o calor das
bombas de fósforo branco.
Quando as torres cairam c o Sabá foi para o
Oriente com os estadunidenses, dissemos que csta-
vam loucos e tomamos as suas cidades. Mas então os
Anciões começaram a segui-los, proclamando terem
sido convocados pelos antigos, ou simplesmente desa-
parecendo sem maiores explicações. E os Anarchs se
juntaram à luta pelo Curdistão e as revoltas no Egiro,
Libia e Síria, apoiando o gado contra seus opressores
ou tentando eliminar seus inimigos da Camarilla em
meio à confusão.
Os mais velhos e fortes da nossa espécie foram to-
dos atraídos para esta guerra obscurecida pela fumaça
do fogo infernal. Quem sabe que outros poderes se
oculram aqui? Os cadáveres da nossa distante história
cainita despertos? Ou somente demônios do Sabá
65
A GUERRA DA GEHENNA
profundamente incorporados nas unidades militares
humanas, vestindo os uniformes de fuzileiros navais ou
keffiyehs sobre os rostos, à moda das guerrilhas locais?
Pouca informação nos é dada, nós, os descendentes
abandonados no Ocidente. Ainda assim, querem que
nos juntemos a eles.
Ultimamente, alguns dos veteranos de almas tor-
turadas pela guerra voltaram rastejando para casa.
Eles parecem com monstros de olhos esbugalhados
que perseguem os seus sem saber por que, ou com
heróis determinados, ansiosos para alimentar a ma-
quina da Última Guerra ao recrutar outros Membros
para sua causa e seu inferno pessoal. Então é isto, de
volta para o Oriente Médio. De volta para onde tudo
começou E
cegiooo
É sempre trágico quando um integrante jovem e motivado da
Camarilla desaparece dentro das maguinações de monstros primi-
tivos, Felizmente, Hassan Shadid teve um assistente que fot capaz
de entregar estas notas ao Juslicar, portanto, sua missão não foi
um total desperdício,
A infeliz realidade da guerra é que, quando um Neófito realiza
uma tarefa perigosa, ela pode se provar fatal. Hassan Shadid mor-
reu por uma boa causa, a causa do conhecimento e do entendimento.
Uma última questão: você se pergunta sobre o Ghamado. Eu
mesmo o estou experimentando, por isso posso descrevê-lo para
você, Sinto um impulso de tr para o Oriente Médio. Todavia, é dificil
analisar essa sensação. Trata-se de uma compulsão sobrenanral
ou stmplesmente de um sintoma do tédio que tantos da minha idade
sentem?
Não sei dizer. Esse é o problema de ser um peão de seres mais
antigos e poderosos do que você: nem sempre você sabe o que se
passa. Naturalmente, no meu caso, não falo de um impulso comum
de me juntar ao esforço de guerra, mas de algo de importância
maior para q nossa seita e causa.
Sí
DOGSD
 A SEGUNDA INQUISIÇÃO

segunda
a, UR
AESA, VR

+/ INQUISIÇÃO
DOSDOS
Percebi que não passamos multo tempo juntas, apesar de eu tê-la Abraçado e trazido à Gamarilla. Você não
sabe nada de mim além do que lhe contei e dessas poucas mensagens que deixei. Talvez ache que eu seja
um monstro superficial, que brinca com questões de vida ou morte.
Bem, quando se trata da Segunda Inquisição, eu não brínco. Eles são assustadores, e você deve levá-los
a sério. Caso contrário, você morre de verdade.
Quero que você entenda bem estas palavras, Perdi muitos amigos querídos para a Inquisição, e eu mesma
quase morri. Às vezes nos esquecemos da vantagem que a Máscara nos dá sobre os mortais, Esquecenos
como a ignorância deles os enfraquece, Uma vez que tenham descoberto a verdade, eles não são tão fracos.
Não gosto de falar sabre Isso, mas escapet por pouco de Londres quando a Segunda Inquisição começou
a atacar: Eu estava no refúgio de um amigo quando derrubaram as portas: luz do sot por todo lado, meu amigo
virando pó enquanto tentava se arrastar para um lugar seguro. Fui bastante queimada, e graças às minhas
feridas, eles facilmente perceberam o que eu era. É constrangedor, mas só me salvei por ser rápida e conhecer
a rede de esgoto de Londres. Eu cheguei a viver lá, em certo momento, e os esgotos têm muita história.
Depois do pór do sol, dei um feito de chegar no aeroporto, na esperança de pegar emprestado o jato
particular de Lady Anne, mas também o tinham confiscado. O mesmo aconteceu comigo em inúmeros outros
refúgios. Todos destruídos ou chetos de reses assustadoras, Logo percebi que era dificil até mesmo andar nas
ruas, com as malditas câmeras dos mortais postas em todo canto, me deteciando por mais que eu tentasse.
Tive de recorrer aos meus truques mais artigos. Fingi ser uma imigrante russa ilegal fugindo das autori
dades, e um jovern gentil me levou para fora da cidade no porta-malas do seu carro. Eu fiquei tão tornada
| por gratidão, que de a ele um anel que estava comigo há dois séculos.
A Segunda Inquisição matou os todo poderosos da sociedade de Membros de Londres. Fizeram Victoria Ash
Jiugtr feito um cão. Caso tenha um desejo ardente de luar conra eles, lute como um vampiro. Lute sujo, e de longe.

az
cegioos
67
CAMARILLA
Por Manfred Vaughn, ossas antigas tradições de
Intendente de Armas controle, obediência c, es-
pecialmente, da Máscara,
são nosso melhor escudo contra
a maior ameaça diante de nós em
séculos; uma nova guerra de huma-
no contra Membro, de cães pas-
tores contra lobos, Esta Segunda
Inquisição une nossos velhos ini-
migos do Vaticano, as polícias se-
cretas e os guerreiros das sombras
de uma dúzia de paises, bem como
células de caçadores vindas de ou-
tra duzia, e os colocam contra não
apenas a Camarilla, mas todos de
nossa espécie. Travam guerra co-
noOsSco sob o pretexto de sua Guerra
ao Terror, ocultando as ações de
scus próprios mestres, dizendo se
tratar de “evitar o pânico” e “se-
gurança operacional”. A Segunda
Inquisição já nos custou muito
caro em Viena, Londres e em inú-
meras salas ensolaradas, protegidas
por senescais anônimos. Com
nossos recursos drenados e nossos
movimentos atravancados, precisa-
mos compreender nossos inimigos,
mitigar seus ataques e fazer com
que seu olhar panóptico volte-se
aqueles tolos o bastante para ficar
fora da Torre de Marfim.
Os Novos
Inquisidores
“A Segunda Inquisição” é uma
expressão poética, sem dúvida
cunhada por algum Artiste ta-
lentoso que queria enfatizar o
perigo que enfrentamos, enquanto
talvez nos lembrava de que já vi-
mos tais coisas antes. É certo que
para o Vaticano isto é uma mera
continuação da Santa Inquisição,
estabelecida há oitocentos anos
68
para nos remover da Cristandade
através do fogo. O Vaticano achou
melhor mudar o nome daquela
instituição para Santo Ofício,
depois para o ainda mais anódino
Congregação para a Doutrina da
Fé, mas o fogo dos inguisidores,
por mais que tenha sido abafado
por um tempo, nunca se apagou.
De forma similar, os inqui-
sidores seculares manriveram
seu verdadeiro propósito oculto
por tras de títulos de comi-
tês insossos. Hoje, a Segunda
Inquisição opera sob a rubrica da
Força-tarefa Intergovernamental
de Resposta Antiterrorista
Extraordinaria (FIRATE), mas
esse nome muda com os ventos
da política e as marés da burocra-
cia. Assim, nós a chamamos de
Segunda Inquisição, ou SI, inde-
pendentemente de seu reconhe-
cimento oficial (ou não oficial, o
que é mais provável).
Esse estratagema linguisri-
co também tem, sem dúvida, o
efeiro intencional de complicar
a vida de nossos agentes e outros
investigadores em potencial. Por
exemplo, um pedido feito sob a
Lei de Liberdade da Informação
por documentos relacionados ao
“Grupo de Trabalho Unificado
para Avaliação de Ameaças
Incomuns Transnacionais" nunca
revela que, depois do GTUAAIT
ter sido “desmembrado” em 2007,
seus principais integrantes ime-
diatamente se reuniram e forma-
ram o Comité de Intermediação
Multilateral de Planejamento de
Cenários Antiterrorismo.
Esse jogo de aparências buro-
crático muda a Segunda Inquisição
de patrocinador a patrocinador,
com sua jurisdição e orçamento se
espalhando entre nações, às voltas
entre a esfera civil, a militar e a

clandestina. No entanto, em todas
elas seu cerne permanece o mesmo:
cinco inimigos incansáveis nos
caçando por sombras e silício, com
uma matilha de vira-latas que só
aumenta sob suas rédeas.
Projeto
Crepúsculo
O governo dos Estados Unidos nun-
ca teve oficialmente um “Projeto
Crepúsculo”, ou qualquer programa
unificado não oficial de caça ao so-
brenatural, Ocasionalmente, DEA,
CDC, FBI, NSA ou ourras agências
federais deram de cara com nossas
atividades e sobreviveram para
continuar investigando. A partir
dos anos 1980, essas investigações
passaram a se sobrepor, e uma rede
informal de compartilhamento de
informações começou a crescer. Os
agentes dessa rede chamavam essa
investigação de Projeto Crepúsculo,
não uma referência ao romance
interespécies meloso de adolescen-
tes, mas ao famoso seriado Além
da Imaginação, conhecido lá como
Twilighe Zone.
Nossas contramedidas já ha-
viam quase completamente repri-
mido ou cooptado esses “caçadores
de caçadores”, antes dos ataques
da al-Qaeda em Nova York e
Washington terem mudado o ta-
buleiro totalmente. A Agência de
Segurança Nacional (NSA), liberta
de suas algemas institucionais, ob-
teve agressivamente o controle das
comunicações eletrônicas globais;
os suíços entregaram seus regis-
tros, antes secretos, para o Serviço
de Informações Financeiras e do
Terrorismo (OT FI), dos EUA,
para que o órgão pudesse localizar
financiadores de extremistas, Esses
dois esforços revelaram padrões
anômalos de atividade em certas
contas bancárias centenárias: as
nossas contas.
Aqueles que por muito rempo
aconselharam nossa espécie a ficar
longe da internet c a desconfiar
de bancos humanos, se provaram
completamente prescientes do que
veio a ocorrer. Às investigações
do OTFI c análises de tráfico da
NSA perfuraram a Mascara, e
esquadrões da morte americanos
estouraram nossos refúgios. As
operações secretas na ponta de lan-
ça podem ter pensado, inicialmen-
te, que estavam atacando células da
al-Qaeda, mas logo os sobreviven-
tes descobriram nossa verdadeira
natureza. De repente, os veteranos
do antigo Projeto Crepúsculo se
viram chamados para reuniões
às pressas ao meio-dia, em pátios
ensolarados de Washington. Seus
superiores perdoaram ou apaga-
ram seus registros irregulares c os
promoveram para liderar unidades
sem nome, com uma autoridade
discreta para ordenar incursões
repentinas ao alvorecer.
Como já observado, os detalhes
do esforço americano na Segunda
Inquisição continuam dificeis de
localizar — alguns Principes po-
dem até mesmo ter tentado atiçar
a NSA ou o FBI contra Anarchs c
outros dissidentes, cobrindo seus
rastros em seguida. No entanto, o
quadro geral tem se sedimentado
e ficado mais claro nos últimos
quinze anos. Os militares america-
nos e orçamentos secretos suprem
esses caçadores com oceanos de
financiamento não rastrreável,
depositado em contas ilegais ou
ocultas nas entrelinhas de docu-
mentos banais. O novo Projeto
Crepúsculo compreende três ele-
mentos principais: o Gabinete de
69
A SEGUNDA INQUISIÇÃO
Avaliação da Informação (LAO) do
Departamento de Defesa, um pro-
grama de acesso especial conjunto
entre NSA/CIA, de codinome
FIRSTLIGHT, e a reposicionada e
rejuvenescida Divisão de Assuntos
Especiais (SAD) do FBI.
O Gabinete de
Avaliação da Informação
Em janeiro de 2002, o Almirante
John Poindexter, um combaren-
vw secreto veterano americano,
abriu um escritório na Agência
de Projetos de Pesquisa Avançada
de Defesa (Defense Advanced
Rescarch Projects Agency, DARPA)
com o objetivo de estabelecer uma
"Consciência Toral da Informação”
de todas as possíveis ameaças aos
Estados Unidos. Todo « qualquer
programa experimental e incom-
pleto no escaninho da DARPA
recebeu um financiamento enorme,
direcionado a tarefas como analisar
cada postagem ou e-mail na inter-
net global, identificar suspeitos es-
pecificos a longa distância por meio
de radar de ondas milimérricas e,
como é muito conhecido, criar um
breve “mercado futuro" na analise
de crises.
No que concerne a nós, os
sentinclas da Consciência Total
da Informação perceberam muito
mais do que imaginávamos que
meras máquinas c algoritmos
scriam capazes: a correlação de
dados aleatórios removeu muito da
dúvida e da névoa que obscurecia
nossas atividades. A equipe de
Poindexter examinou atentamente
anomalias em diversas economias
globais e manobras políticas,
até que discerniu nossa silhueta.
Quando juntou essas análises com
os novos perfis financeiros do
OTEI, o TÃO identificou
CAMARILLA

operadores E Camarilh dentre os PLICES conselhos das DUQUE Rei

ROTEIRO VESTE UE LIGEL UU EU TOS A primeira onda de ataques do GAI em 2002 levou
DEDE SET OSSOS RETO CORO RECTA RUOANEE a Morte Verdadeira a, entre outros, uma suposta cs-
RETRO O ET TO ET RO SLOT DADO ICO LOST pia que vivia nos esgotos de Ciudad Juaréz, chamada
extirpados da América por complero, Nochitl. Esse deve rer sido o alvo mais precioso que o
Poindexter havia contatado sua antiga rede de [ECO TST URU TED CRU EE O ATA DTD TU
ET CR RU o RETO
O Road RS AA TUR OR DCI TT Tea Nochitl estivera aos poucos preparando seu próprio
PRETO ROTOR TUR ER EO TRT ARE TST ALA agente Dominado na Agência de Segurança Nacional,
Eles liberaram pelotões de paramilitares da CLA, es- ERES RU (LEOA o PISTA ra LE CO Tr TOTO
quadrões de “especialistas de segurança” do Escritório tratadora, Price foi capaz de se livrar de sua condição —
Nacional de Reconhecimento (NRO) e até mesmo ER Le coro (Our rt pe tra Co e Te Ta CERA are LAT
uma vu duas equipes de SEALs da Marinha. Escravos mas é provável que tenha sido algo desenvolvido desde
PPT COMES TE TIESTO ETA STE e TO PTE o começo pela DARPA. Ela “voltou do exílio” com co-
RS EIS “pragmáãt EUR E OTELO ETTA TATA O Coe
ara TOR E DRT
Ca Te IE TORTO SRA UA LA
em locais secretos nos trópicos ensolarados, convida- mas da estrutura dos clãs e tradições da Camarilla, e uma
dos a discussões “amigáveis” ALE compartilhar mais PRA TEC pap ATO [aj o EIS SE TT OSS RR TLC
deralhes sobre a “conspiração terrorista vampírica” América do Norte, A diretora-adjunta submeteu-se com
que o 1ÃO havia descoberro, Conseguimos manipular prazer à todo teste que o TÃO quis fazer, e até se volun-
RR PA Ce R a SU ITU Pao TOO PESTEE TieTO e E TEU CS eo TEA O DS DU SEA Aa TaATOR
do ÃO, pautados em preocupações das liberdades São Leopoldo. Com sua boa-fé atestada até o 1ÃO ficar
civis em outubro de 2007, antes que cle pudesse nos satisfeito, eles a levaram de volta à NSA, com a carreira
prejudicar demais, No entanto, logo descobrimos que CO TE
IS ER STATION CATA
EO e Te TO CR TEA o TOP da ESTO TS STELA A ESA PATR O SUE OE TT CSM oe OL UR
O RETAS O CUSTE RS O PAGES CoSU SETOR TT aliados da CIA na Sociedade para estabelecer um progra-
cuiram nos ativos secretos do Pentigono, e continuaram ma de acesso especial e vasculhar todo o corpo da inteli-
TRINTA TR A UTI PORTER TO IS TES gência dos EUA atris de sinais de atividade dos Membros.
Robereo Farrier, sucessor de Poindexcer escolhido a dedo, O resultado foi a FIRSTLIGHT, uma seção designada
deu continuidade e acelerou ainda mais seu crabalho, como ECI (Informação Excepcionalmente Controlada)
CRT ENTS re DSL a ICO SR CO ETR CE Lo O dentro da burocracia da NSA e da CIA. Informações
IÃO, executando um projeto inteiro de seu escritório CIO TORTO EO DOS E MR ATA COR ETTAOR COUT
PDR STR ad o PR DR SA] LARES A LEO A res reunidas por satélites, informantes e a captação
ou do Pentágono. Ele direciona projetos promissores da sem fim dos interceptadores da NSA. A equipe
DARPA is análises anti-Membros, transformando suas Fe PAES EUR Cu TUTO CO LEDS
descobertas em armas assim que ficam disponiveis, Ele FIRSTLIGHT sob condições bastante
Perl rip oie repete
To Era pa ILE ee SETA ATUA OE COR a ir em Fe TE luz do dia, no
tros paises contra nós, disfarçando-os burocraticamente minimo, e sob a supervisão de um
como “missões de rreinamento” ou “ataques anciterro- Leopoldita ou de outro caçador
ELETRO TE PARE CRSRT SATER LUCIA TE CTA A FONES RETRO O PETI
co oa oem
comando, o LAO tem limites: alguns ataques de drones OIE OR RETO re
Predator ou misseis de cruzeiro lançados por submarinos, queza da FIRSTLIGHT
[ES VALLE Rea UTC paramilitares, extradições — simplesmente não
PTOS UCA STE E paro LEO rea TeTESE OITO existem caçadores
Oceano Índico ou na Micronésia. Ainda assim, o ÃO eee Te ao]
[oO uee se RITraR ora Teo Tipi er e (oo ge Loro DECORADO
[OT TOTO) SENTE
de vigilância e operações clandestinas, e gasta de boa von- ET ia a
tade seu patrimônio com qualquer um e qualquer coisa Pere TINTA
Pepita ese Te Tito PLATE CR NO TER COR OSLO RN SA o
 Divisão de Assuntos Especiais
Durante os três primeiros anos de operações do IÃO, seus
analistas incidentalmente resolveram bateladas de assassi-
Price natos e desaparecimentos até então isolados, Aquela altu-
oe ra, a rede da velha Paço do Projeto CRETA Eat RI cinha
usada rs] LITEO Jaue OR GRE GR O RO EPA
Te ToaTER RA COR
Pta Res ENTE] malias, e alguém colocou o IÃO em contaro com o agen-
EP ad o era RU ga [eae nao (o US RO TN O LET TE PATO TESTES TO ANA
Pote SR a ATA LET DSL CEA TORORo Teo UE oo E o Cr BIAS UTP RESTU TS
EPT RA TT TALCO ETC RETO Especiais. A DAE tinha começado como um esquadrão
Ela tem o hábito de permanecer em da morte anti-Membro durante a guerra do FBI com
PERDI eg Te Oro raio Te ER Le ESTO Capone, desmembrou-se para investigar avistamentos de
mundo, tendo reuniões relâmpago em bases OVNIs e do Pé-grande nos anos 1950 e 1969, « quase per-
militares e aeroportos secretos, numa tentativa deu tudo durante a reestruturação da Agencia depois do
RP TETE O USE ASR (EA O O E RATE O u de setembro, distraída por investigações paranoicas dos
outra missão da FIRSTLIGHT: outro de nós como PR TIEO o LO TI UR SET IICT
alvo para ser entregue ao LÃO, ao FBI ou a um NES Questor usou a porção de informação do IAO
PESTE Ta Ta Ra aro ratio Co TE po OR E para encerrar diversos casos importantes com

TI
CAMARILLA
histórias de cobertura plausíveis, polir suas creden-
ciais burocráticas e unificar, de forma secreta, a velha
guarda de “Van Helsings" do SAD sob seu comando,
Em menos de dois anos ele foi promovido a Diretor
Assistente, depois a Vice-diretor Associado e diretor
da Divisão. O canal de informações de Questor com
o 1ÃO oferece à Divisão centenas de indícios (legal-
mente inadmissiveis, infelizmente), bem como acesso
às contas de Membros comprometidas e confiscadas,
quando o orçamento oficial aperta.
Formalmente sediado no prédio da Divisão de
Serviços de Informações da Justiça Criminal, em
Clarksburg, Virginia Ocidental, o SAD mantém seus
arquivos, centro de treinamento especializado c arsenal
em uma instalação da Guerra Fria enterrada nas mon-
tanhas Blue Ridge. Agentes do SAD operam por todo
o pais, geralmente disfarçados como oficiais de campo
comuns do FBL Questor mudou o foco da Divisão
para caçadas, extradições e investigações anti-Membro,
mantendo sua antiga especialização de “crimes do ocul-
to" como uma fachada contra o escrutínio interno da
Agência. A Assuntos Especiais também serve formal-
mente como o escritório intermediário do FBI com os
parceiros internacionais da Segunda Inquisição.
O Grupo de Newburgh
No Reino Unido, a Segunda Inquisição opera por meio
do Grupo de Newburgh, um contingente informal,
mas coeso, de conselheiros em posições clevadas do
Governo de Sua Majestade, chefiados por Sir Simon
Newburgh. O Grupo não tem jurisdição oficial, c pra-
ricamente nenhum reconhecimento — suspeitamos
que à mão intromerida do Arcanum possa estar en-
volvida na sua fundação. Trabalhando por canais clan-
destinos, Newburgh direciona o Grupo Unificado de
Resposta a Ameaças dentro do GCHQ, a agência de
inteligência britânica equivalente à NSA americana. O
serviço de segurança britânico, MI5, sanciona o JTRG
Joint Threat Response Group para agir com a inteli-
gência desenvolvida pelo GCHQ, especialmente pela
Célula de Operações Conjuntas criada para rastrear
tráfico sexual e vendas ilícitas na Dark Web — a sobre-
posição entre nossas atividades e esse tipo de comércio
é bastante considerável, como você deve saber.
Ou era, antes do JTRG começar a trabalhar.
Newburgh ou seus guardas do Arcanum identificaram
72
a capitã Ishaq Khan da Polícia Metropolitana como
uma fanática da causa, Nossos próprios registros são
compreensivelmente esparsos, mas o filho e a filha
de Khan realmente desapareceram sob circunstâncias
que poderiam sugerir envolvimento de Membros (se
foram Abraçados, ainda não os encontramos). Com
apoio de Newburgh, Khan ascendeu ao comando do
Setor de Operações Especiais 13 (5013) da Unidade
Antiterrorismo da polícia londrina. No papel, o
SO13 se fundiu ao antigo Setor Especial, SOs2, em
outubro de 2006, para formar o novo Comando
Contraterrorismo, SO15. No entanto, o núcleo duro
de Khan no SO1 se manteve como unidade indepen-
dente, devorada exclusivamente a caçar e destruir os
Membros na Grã-Bretanha. Apoiados por soldados do
Serviço Aérco Especial (SAS) e fuzileiros da Marinha
Real quando necessário, e protegidos pelo GCHQ e
pela Lei de Segredos Oficiais, “matadores” do SO13
queimaram praticamente todos os refúgios de Londres.
Em novembro de 2013, 0 SO13 descobriu o local de
descanso de Lady Anne de Londres — sem dúvida você
se lembra de ver a fotografia da capitã Khan segurando
a cabeça dela deccpada,
Com Londres oficialmente “limpa”, o SO13 voltou
sua atenção a outras cidades britânicas e começou
a transferir equipes de investigadores — e, ocasio-
nalmenre, maradores — para operações da Segunda
Inquisição em outras partes da Europa e do mundo.
Os agentes de Newburgh no GCHQ desde então man-
têm contato com suas contrapartes na NSA. Sendo
duas das nações parceiras da Aliança Cinco Olhos,
é frequente que os EUA e o Reino Unido combinem
rotineiramente inteligência e informação extraídas do
ECHELON, programa global de vigilância clerrônica.
Foi com prazer que Felicity Price adicionou o JTRG
à lista de distribuição da FIRSTLIGHT, e logo ela e
Newburgh identificaram parceiros de opinião similar
nos demais paises dos Cinco Olhos: Canada, Austrália
e Nova Zelândia. Suas próprias equipes de caçadores-
«matadores surgiram do modelo do SO13, financiadas
pelo LAO ou por fundos confiscados de Membros.
A SEGUNDA INQUISIÇÃO
CAMARILLA
. . a
Oitava Direção
Enquanto os Brujah mais ou menos controlavam a anti-
ga União Soviética, scu principal braço executivo era a
KGB. Sua agência rival, o braço da inteligência militar
do Exército Vermelho conhecido como GRU, perma-
neceu sob controle da KGB até as convulsões de 1990 €
1991. No entanto, como demonstrou a queda da URSS,
o controle dos Brujah e da KGB estava longe de ser ab»
soluto. Dentro do GRU, resistência secreta ao regime
Brujah-cresceu aos poucos, num primeiro momento. À
certa altura dos anos 1970, o general leronim Arkhipov,
comandante da Quinta Diretoria do GRU, responsável
pela inteligência operacional militar, montou um ga-
binere secreto para identificar e isolar a influência da
KGB no Exército Vermelho, Esse gabinete, chamado de
Oitava Direção (soc»moc yrpasaenHe), acabou desco-
brindo a verdade sobre os Anarchs Sovicricos e — espe-
culamos — tomou as medidas necessárias.
Ainda continua um mistério até que ponto a Oitava
Direção reve (se é que teve) participação na queda do
Partido Comunista, na desintegração da União Soviética
e na campanha de desinformação Baba Yaga. É certo que
o GRU não tem qualquer motivo para revelar seu posst-
vel papel no desmanche do próprio governo. E há muito
a se temer vindo de seus novos mestres. A influência
Brujah ainda permeia o alro escalão do Kremlin, com
ex-coroneis da KGB com arquivos cheios de segredos
tornando-se oligarcas c senhores da Mafiya com bilhões
para gastar em propina.
Foi certamente alguém próximo de Pucin que pla-
nejou, em 2009, a renúncia súbita do chefe do GRU,
Valentin Korabelnikov, que tinha sido um protegi-
do do general Arkhipov. Sem o apoio c proteção de
Korabelnikov, a Oitava Direção — que em 2004 entrou
com muito entusiasmo na Segunda Inquisição — foi for-
cada a diminuir o escopo dos seus esforços.
Se antes ela enviava tropas especiais da Spetsnaz
armadas com estacas para toda a União Soviética,
agora a Oitava Direção reserva suas poucas “missões de
treinamento” para os alvos mais urgentes ou valiosos.
As principais exceções são a Ucrânia e a Síria, onde
a Oitava Direção pode operar em meio a operações
militares russas sigilosas, ainda que essas encenações
tenham seus próprios riscos. Para mitigá-los, a Oitava
Direção subsidia e dirige vários capítulos dos caça-
dores ortodoxos conhecidos como Akritai. Afinal,
trabalhar por meio de intermediários é uma das carac-
terísticas que a inteligência russa vem compartilhando
conosco desde antes de os rebeldes os cooprarem.
74
BOES
Os Lasombra e os Toreador vêm guerreando pelo Brasil
ha séculos, com a exceção do Rio de Janeiro, a “Cidade
do Carnaval”, que é aberta a todos os clãs, Não sc sabe
se foi a contenda ou a fome dos Membros que fez o
gado responder, mas quando respondeu, foi com fogo
e espada. Policiais brasileiros, cuja fé ou ódio foram
maiores que as nossas belas propinas, juntaram enormes
dossiés dos desaparecidos, dos vitimizados, dos seques-
trados e dos devorados. Enquanto as cidades c estados
do Brasil criavam esquadrões especiais de clite nos anos
1980, esses policiais formaram seu próprio Batalhão de
Operações Especiais Secretas (BOES), possivelmente
informados pela Sociedade de São Leopoldo.
Financiado inicialmente por recursos confiscados
do crime, e depois por bens apreendidos de Membros, o
BOES inseriu comandâncias de cinco a seis integrantes
na polícia militar ou cm operações especiais da polícia
em São Paulo (ROTA), Belo Horizonte (BOPE), Rio de
janeiro (BOPE), Vitória (BME) e em outras cidades e
estados. Essas comandâncias vasculham a cidade e ma-
peiam os territórios e atividades de Membros, por meses
ou até mesmo anos. Uma vez que isso seja concluído, o
esquadrão da “reserva volante” do BOES entra em cena,
atingindo o máximo de alvos possíveis de uma vez, €
passa a limpar a cidade quarteirão por quarteirão, caso
seja necessário.
Pelo fato de o BOES ter se concentrado, em
suas primeiras décadas, em cidades que não eram da
Camarilla, prestamos pouca atenção às suas incursões,
E, claro, provavelmente não o surpreenderia saber que
vários Principes Toreador locais colocam o BOES na
trilha de scus rivais. No entanto, quando a Sociedade
de São Leopoldo trouxe o BOES de vez para a Segunda
Inquisição, ele também se tornou uma ameaça signi-
ficariva às nossas atividades. Há casos de pelorões do
BOES com décadas de experiência de caçada, mais que
qualquer outra força combatente humana no plancta.
A maioria dos veteranos entre eles treinam e radica-
lizam os novos recrutas nas unidades que chamam de
“Sagradas”, mitigando as armas do choque e da dúvida
da nossa raça. Com financiamento e apoio dos militares
dos EUA via LAO, é só questão de tempo antes que cles
expandam suas operações para fora do Brasil: na verda-
de, é provável que já existam comandâncias do BOES
operando em Bogotá, Caracas c Luanda.
 A SEGUNDA INQUISIÇÃO

Sociedade de São Leopoldo

O verdadeiro núcleo da Inquisição Católica, a
Sociedade de Leopoldo — ou São Leopoldo — tem nos
caçado continuamente desde sua fundação em 1231, por
Leopoldo de Murnau e o Papa Gregório IX. Sua sorte
aumentou e diminuiu com nosso próprio descuido: a
efetividade da Máscara, cada vez maior, eventualmente
convenceu a própria Igreja de que os cruzados leopol-
ditas cram apenas loucos supersticiosos. No século XX,
o Vaticano já tinha cortado seu envolvimento como
apoiador « patrocinador formal, movendo suas ener-
gias clandestinas por completo para o seu antigo órgão
de inteligência, a Santa Aliança (desde 1930 conhecida
como a Entidade). Sem o manto da fé e do patronato,
a sociedade estava à beira do desaparecimento graças
a deslealdades e faccionalismos internos. No entanto,
com perfurações imprudentes da Mascara acontecendo
cada vez mais, cla voltou à ativa.
Uma fanática austriaca chamada Ingrid Bauer,
conhecida como “Donzela de Ferro", ascendeu como
Grande Inquisidora em 1998 e começou uma cruzada
total contra nossa raça. Mesmo antes dos militares
americanos entrarem no negócio inquisitorial, o
Gladius Dei, as tropas de choque de Bauer, queimou
refúgio após refúgio com napalm, em ritos de autos de
fé cujo propósito servia tanto para aumentar o moral uma certa satisfação). Seu Bispo dirige a Entidade desde
da sociedade quanto para nos enfraquecer. Ela reacivou 2007. Operacionalmente, as forças especiais secretas
antigos contatos da Guerra Fria entre a Entidade e a da Sociedade, o Gladius Dei, agem como o Grupo
CIA, bem como com os militares dos EUA por meio de Operações Especiais da Entidade (ESOG - Entity
de equipes de intermediação italianas e polonesas da Special Operations Group). Antes, a Entidade prima-
OTAN. Quando a NSA e o TÃO descobriram nossos riamente se envolvia com coleta de inteligência conven-
rastros, os agentes de Bauer já estavam posicionados cional, e usava a CIA e outros agentes não rastreáveis
para arrebanhar seus analistas e começar a decifrá-los. para a ação direta; o acréscimo do Gladius Dei às suas
Os americanos recompensaram os esforços de fileiras deu ao Vaticano a capacidade real de ter suas
Bauer dez vezes mais, fornecendo à Sociedade de próprias operações sigilosas. Ao contrário do restante da
Leopoldo equipamento de nivel militar (em especial Entidade, porém da mesma forma que a Opus Dei (com
granadas termobáricas propelidas por foguere e siste- e por meio da qual os Lcopolditas e a Entidade costu-
mas ópticos de detecção em massa) e alguns bilhões mam trabalhar), a Sociedade de São Leopoldo pode ini-
não rastreáveis para a cesta do ofertório. Agora, ciar integrantes leigos e mulheres, ainda que seus altos
Bauer poderia tanto comprar quanto deixar de lado Provinciais agora sejam todos do clero católico.
facções opositoras da Sociedade, devotando-a inteira- OQ Papa Bento pode ter renunciado em 2013 para
mente e coordenar a Segunda Inquisição. proteger a Sociedade de seus inimigos na Cúria e fora
Logo após sua ascensão ao papado em 2005, 0 Papa dela, ou pode ter feito isso para ter dedicação exclusiva
Bento XVI trouxe a Sociedade de Leopoldo de volta ao como o verdadeiro Bispo, com Bauer trabalhando no
controle do Vaticano, recanonizada e cuidadosamente comando operacional, Desde 2005, 0 ESOG recru-
reintegrada com a Entidade e a Igreja. Agora, ela existe tou não apenas os melhores dos melhores da Guarda
formalmente como uma arquidiocese pessoal, tornan- Suiça, mas também católicos de outras forças especiais
do-se a Sociedade de São Leopoldo, o santo patrono da de elite do mundo todo, e os mobilizou para a linha
Áustria (a atribuição retroativa deve ter dado a Bauer de frente das cruzadas da SI. Aqueles mais radicais

75
CAMARILLA
entre teurgistas, operadores heterodoxos e outros
tipos de “fios desencapados” da antiga Sociedade de
Leopoldo tornaram-se o núcleo da Equipe X do ESOG
(ou “Equipe 10”, para audiências mais seculares), uma
força de ação rápida que opera a partir do Vaticano.
Armados com ordenança hipermoderna, fé ardente
c os registros de 800 anos de caçada, a Entidade con-
trolada pela Sociedade é a espinha dorsal da Segunda
Inguisição, Ela precisa ser despedaçada para que os
Membros sobrevivam.
Parceiros Secundários
e Terciários
Na última década, a Segunda Inquisição expandiu para
além dos seus cinco membros centrais. Além da parceria
dos outros três países do ECHELON com a FIRSTLIGHT
e o Grupo de Newburgh, mais cinco nações têm for-
necido inteligência ou músculo o bastante para serem
consideradas “parceiros secundários” e conseguir lugares à
mesa durante sessões de planejamento operacional.
A DGSE, agência de inteligência francesa, já havia
criado um sistema de identificação de ameaças, chama-
do Emcraude, logo antes de entrar. O ten.-cel. François
Senghor havia percebido que as descobertas anômalas do
Emcraude sc encaixavam de forma estranha, e surpreen-
dente, ao perfil das “ameaças mais secretas” elaborado
pelo Cabinet Noir, do Cardeal de Richelicu. O apoio da
FIRSTLIGHT agora dava a Senghor a chance de criar
o programa Calcédoine dentro da DGSE, o que forçou
François Villon a se esconder e iniciou uma limpeza da
nossa raça em Marselha. O Calcédoine se expandiu para a
África em 201, acompanhando tropas francesas destaca-
das para o Mali, Niger, Gabão e Costa do Marfim.
“Tanto Israel quanto a Suécia embarcaram graças aos
contatos da FIRSTLIGHT em seus próprios grupos nacio-
nais de SIGINT (Signal Intelligence, que lida com a inter-
ceptação « análise de sinais de comunicação). A Unidade
821: de Isracl rastreia Anciões a caminho da Guerra da
Gchenna e passa adiante os registros para a FIRSTLIGHT,
de forma que a SI possa atingir suas cidades desprovidas
de lideres (eis a importância de estabelecer uma sucessão
sólida da Camarilla em qualquer cidade, antes de atender
ao Chamado). O G-Kontoret (“Escritório-G”) da Suécia
trabalha dentro da [B, o sombrio aparato clandestino-
«militar do país, tendo reaberto seus antigos arquivos
do T-Kontoret, fundado em 1946 por Thede Palm, uma
autoridade acadêmica em ocultismo (e possível integrante
do Arcanum). Ela recebe responsabilidades cada vez maio-
res no trabalho de pesquisa da SI, ao lado do Grupo de
Newburgh e da Sociedade de São Leopoldo.
Não temos quase informação nenhuma referente às
unidades da SI no Quartel-general da Inteligência de
Defesa do Japão e na ABW, a agência doméstica de inte-
ligência polonesa, mas podemos presumir que o LÃO e
a Sociedade de Leopoldo, respectivamente, ajam como
seus “sócios principais” quando planejam ações no Leste
da Ásia ou na Europa Oriental. Dada a maior frequência
c intensidade de caçadas da Inquisição no Japão e na
Polónia, no entanto, é evidente que essas duas agências
tém gabinetes paralelos cada vez maiores mamando
dinheiro e informação nas tetas da SI.
A Segunda Inquisição tem inserido agentes e células
no âmbito individual ou de equipes em todas as maiores
nações do Ocidente e em aliados americanos, mas ainda
não criou comandos de caçadores de dedicação exclusi-
va. Dito isso, É só uma questão de tempo antes que esses
comandos também estejam em campo naqueles lugares.
Em específico, esperamos por eles na Alemanha (onde
a revolta de Berlim pode já ter disparado esse tipo de
coisa), Coreia do Sul, República Tcheca (a Equipe 4 do
ESOG mobilizou uma “operação de purificação" em
Praga), Colômbia, Jordânia, Irália, Uganda, Espanha (que
tem uma capacidade de SIGINT excelente, para o seu
tamanho) e as Filipinas (onde os esquadrões da morte do
presidente Durerre já incluem equipes aleatórias de caça-
dores). No momento, turbulências ou pressões políticas
locais impedem que a SI obtenha uma cooperação com-
pleta em locais como a Turquia, Índia, Nigéria e México,
ainda que todos eles constem, sem dúvida, nos planos da
FIRSTLIGHT e do IÃO pela próxima década.
Caça e Caçador
Assim como nós devemos manter a Mascara acima de
tudo, o mesmo pode se dizer de nossos oponentes. A
Segunda Inquisição não pode simplesmente declarar
guerra aberta, queimarmo-nos em conflitos urbanos e
nos arrebanhar em campos de concentração por duas
razões principais: primeiramente, a Camarilla ainda
tem muitas pessoas poderosas em governos da SI (e,
no caso da Rússia, há os Brujah). Comandamos corpo-
rações, senadores, jornais, redes de televisão, nações
 iras — ou scja, a segurança o "jonal exige que a Como Eles Nos Caçam
SI mantenha suas ações em segredo, escondidas mes- im, a SI continua com suas caçadas distar sde
mo de seus supostos mestres. A facilidade com a qual operações de Guerra 20 Terror ou exercícios de rrei-
oficialmente desmantelamos o IÃO é um lembrete namento, ou então usa aliados não rastreaveis, como a
ante desse fato. Em segundo lugar, a Segunda Sociedade de São Leopoldo ou os Ak ai. A SAD pode
Inquisição tem menos vantagens que a Primeira: ela ter chegado a um consenso com os “imbuidos” que res-
não comanda os espíritos daqueles que supostamente taram, usando-os p yr em troca de anonima-
protege, então não é capaz de abrandar o medo que to legal. Em cidades carentes de justiça Principesca, ou
eles têm de nós. Anunciar uma “cruzada antivampiro” onde ela seja fraca, a Sl pode até mesmo usar Membros
na noite moderna certamente causaria pânico global, sem amor-próprio ou os tais “independentes” para nos
e possivelmente a queda de um ou mais governos cujo atacar. Desde a desastrosa Caçada de Detroit de 2012,
orçamento e soldados são redirecionados pela SI. Pior, no entanto, a SI tem abandonado essa tática, preferin-
do ponto de vista dos caçadores, eles não consegui- do fazer a vivissecção dos Membros idiotas o bastante
riam evitar a interferência ridícula (ou em interesse para tentar dar as caras. Agora, quando a SI usa nossa
próprio) em defesa de “direiros civis de mortos-vivos”, própria raça para nos atacar, é por meio de intermedi À
“negociações com uma nova espécie”, “oportunidades rios ou simplesmente ao conceder locais de refúgio a
de aprender” ou qualquer Mirra desculpa que O &: lo ambos os lados de algums rixg

arranje para continuar confortável em seus currais,
Mesmo o Papa não póde informar scus próprios car-
deais da ameaça verdadeira — o quão pouco deve pesar
a mão de um burocrata sem rosto nos andares mais
baixos do Pentágono?
Isso aponta para uma enorme vantagem do lado da
SI: seu dominio absoluto da rede mundial de computa-
dores c a disposição para explorar esse domínio em nosso
detrimento. A ridicula SchreckNet caiu para “exploits” da
NSA quase que imediatamente — moscas humanas en-
terradas na cultura do silício facilmente passando a perna
em velhos ratos de esgoto que sc achavam “hackers”,
CAMARILLA
Esse depósito de dados, graças ao habito pestilento de
armazenar os segredos de outros clãs juntos dos seus
próprios, deu aos analistas da FIRSTLIGHT e do JTRG
as bases de scus mapas de análise das redes, A Segunda
Inquisição cem pelo menos uma ideia vaga das nossas
atividades noturnas ocorridas nos anos 1990 € no início
dos 2000 em cada cidade do mundo.
Cada conexão que um de nós fez com outro de
nossa espécie tem o potencial de aparecer nesses mapas
como um link; com links o bastante, um analista de
contrainceligência pode craçar um padrão mesmo sem
compreender seu verdadeiro significado, Foi assim que
a Segunda Inquisição constatou que a Capela Tremere
em Viena cra um centro crucial das nossas atividades,
mesmo que cla acreditasse se tratar do “quartel-general
da conspiração global de vampiros” em vez do cerne das
atividades de um clã, No entanto, independentemente
de suas falsas percepções, o IAO, o BOES e à Equipe
19 do ESOG destrutram, de fato, a Capela Principal
78
em 2008 com uma combinação ainda desconhecida de
reliquias sagradas e artilharia de penetração no solo. O
local da “atrocidade terrorista" continua cercado por
um cordão de isolamento desde então, c a SEmantém
uma presença burocrática permanente na cidade, no
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
A SI desenvolve mais detalhes para sua análise de
rede ao extrair para si e-mails, ligações telefônicas c, na
verdade, qualquer forma de comunicação eletrônica,
A FIRSTLIGHT faz boa parte da análise inicial, com
apoio do JTRG «e da Unidade 8211. A capacidade de
SIGINT do GRU rivaliza com a da NSA, e a Oitava
Direção estipula as próprias investigações e realiza suas
análises exclusivas, as quais fornecem uma bela verifi-
cação cruzada para os achados da FIRSTLIGHT, ainda
que sem dúvida sejam raramente valorizadas.
A Sl também tenta direcionar nossos movimentos.
Eles raramente interferem em viagens de Anciões para o
front da Guerra da Gehenna, preferindo impedir jorna-
das paralelas de cidade em cidade, O protótipo da tecno-
logia do “caoscópio”, iniciada (de fontes desconhecidas)
em 2004, tornou-se o sistema “Xscópio” — talvez menos
confiável, mas bem mais fácil de produzir em massa —,
que agora é embutido em scanners corporais de ondas
milimétricas em acroportos do mundo todo. Uma equipe
de controle da $1 no aeroporto fica de olho em assina-
Curas de “corpos frios" e alerta os caçadores destacados
da SI na área ou, se necessário, a polícia local. Existem
Xscópios portáteis, mas no momento estão quase que
exclusivamente nas mãos da SI para trabalho de campo.
A exceção é Londres, onde os sistemas de CFTV agora
incorporam a tecnologia do Xscópio em transmissões
fechadas para postos de comando do JTRG.
Com as nossas atividades e relações mapeadas, e
contando com nossa situação atual, sem lideres e en-
clausurados em nossas cidades, a SI se move para ope-
rações de “purificação”. Em Londres, no Brasil e agora
em Praga, os inquisidores atacam quantos refúgios
conseguem atacar simultancamente, ainda que não
todos os que tenham identificado (o objetivo é, mais
uma vcz, o de nos conduzir para lugares que já tenham
mapeado). Depois, se possível tática ou politicamen-
ve, a Sl parte para a limpeza quarteirão à quarteirão,
fazendo varreduras com Xscópios instalados em cami-
nhões e helicópteros e executando suas incursões.
Para nos desequilibrar, c também aplacar interesses
especificos, a SI investe em ataques pontuais onde quer
que um de nós (geralmente uma coterie Anarch) tenha
sido sedento ou distraído demais, Em ações desse tipo,

eles colocam em campo um bando de caçadores ou, caso
necessário, inserem um ou dois oficiais da Sl em alguma
equipe de policiais ou soldados de operações especiais,
As incursões ocorrem ao meio-dia ou ao pôr do sol, de-
pendendo das razões táticas locais; mesmo o ESOG co
BOES, por mais tidiculamente confiantes que sejam, não
apreciam conflitos notumos com nossa raça. Quaisquer
sobreviventes — carniçais, parasitas ou Membros pegos
em caixões ou coisa do ripo — logo se encontram em
salas ensolaradas para interrogatório, seguido por uma
combustão final diante de um sacerdote sorridente.
O que há de ser Feito
A ameaça é real, e é mortal. Mas não é existencial: não
se nos voltarmos às verdades que nos permitiram sobre-
viver à primeira Inquisição cinco séculos atras. Devemos
reforçar a Mascara sempre que possível. Dissimular nos-
sas ações como crimes convencionais, nossa alimentação
como simples desaparecimentos ou tráfico de pessoas.
Resistir à tentação de se pavoncar fora do Elisio.
Remover nosso capital de bancos, com suas algemas
eletrônicas, e aplicá-lo em ouro, narcoticos e dinheiro
vivo, Sair da internet e dos malditos celulares, c voltar à
entrega de mensagens físicas ou às vozes da noite.
Devemos continuar a cooptar comunidades de
inteligência, especialmente aquelas ja ameaçadas por
reivindicações de autoridade e território de agências es-
trangeiras sob o pretexto da Guerra ao Terror. Devemos
tomar controle dos legisladores (ou de seus funcionários
poderosos) que teoricamente supervisionam as agências
locais dos inguisidores. Não podemos enfraquecer tO-
talmente as comunidades de inteligência; nós mesmos
dependemos delas para obter informações e controle do
gado. No entanto, precisamos tomar as rédeas novamen-
te. Nesse âmbito, podemos oferecer a promessa de po-
der e conhecimento, bem como a satisfação de desejos e
riquezas materiais mais concretas.
A curto prazo, podemos desviar a atenção da Sl para
os Anarchs c o Sabá, Que ao menos uma vez sejam eles
os nossos cães. Idealmente, ao perseguir o Saba, a SI vai
se ver envolvida na Guerra da Gchenna — o costume
americano de se meter em problemas no exterior pode
scr usado a nosso favor, com certeza. Falando de ameri-
canos, podemos fazer com que as demais facções da SI
se voltem contra sua presunçosa financiadora e forne-
cedora de armas. Bauer acredira que sua sociedade deve
79
A SEGUNDA INQUISIÇÃO
ocupar o lugar de honra, e o Grupo de Newburgh deve
se ressentir de receber ordens de uma antiga escrava.
A Oitava Direção, que tem uma desconfiança histórica
(e reciproca) pelos americanos e pelo Vaticano, ironica-
mente age como voto decisivo quando os dois divergem
dentro da Segunda Inquisição. Não deve ser impossivel
plantar pistas falsas em refúgios vigiados, encorajando
ainda mais essa divergência.
Por fim, devemos pegar a SI desprevenida. Atacar
quando cla se sentir segura, enviar batedores e até mesmo
coteries inteiras para trás de suas linhas: para Londres,
por exemplo. Os inquisidores nadam no dinheiro e em
tesouros confiscados de nossos próprios cofres; deixam
para tras cooperadores “contadores” para encorajar ativi-
dade criminosa, desvios c eventuais traições. Convença-os
que um dos seus veio para o nosso lado; distrair caçadores
de bruxas com uma caçada em suas próprias fileiras seria
tanto eficiente quanto uma obra de arte.
Para rodas essas tarefas, insisto que considere o uso
de sangues-ralos como possíveis agentes. Eles podem,
muiras vezes, aguentar a luz do dia, e talvez até con-
fundir a leitura de um Xscópio. Eles anseiam por avan-
çar em nossos conselhos, então podem se arriscar em
tarefas perigosas sem questioná-las. Se procuram novos
territórios para caçar, que melhor lugar poderiamos
dar-lhes do que aqueles que devem recuperar? No fim,
é claro, podemos perder quantos sangues-ralos forem
necessários, se isso significar que estamos enfraquecen-
do nossos oponentes. Eles continuam completamente
descartáveis. E
 LEALDADE E ORDEM

LEALDADE

ma sobrevivência feudal, Uma sociedade

criminal. Um conglomerado global, A
Camar illa abr ça Esses € OUILTOS modelos.

Todo integ "ante da Camarilla acredita

estar diante da verdadeira forma de nossa seita, c
se enfurece com os tolos que não conseguem ver O
mesmo. Ainda assim, a Camarilla tem sobrevivido ha
meio milénio. A Torre de Marfim ainda resiste, mesmo
depois de perder duas das suas pedras basilares — e
mesmo agora seus arquitetos colocam novas pedras
para substituir as que se foram. Os imortais que man
têm a seita unida dão o crédito a dois alicerces ainda
mais profundos: Ordem et Fides, Lealdade e Ordem.

Alberto Pineda Villa, conhecido como “El Borrado”, tenente

de Fiorenza Savona, premic Ventrue da Cidade do México,
dirige-se a uma coterie recêm-designada ao local:
Vocês todos ouviram. Anarchs que não conseguem
pagar por um cateter nas lanchonetes das noites de hoje
perguntam: “Por que entrar numa seita onde meu des-
tino é aguentar merda caindo em mim?” Deixe-me lhes
perguntar: “Por que se estregam na merda sem TAZÃão

81
CAMARILLA

alguma?" A resposta que não querem

ouvir é esta: porque conseguem sair
dela. Vocês todos conseguem. Estou
aqui para oferecer uma escada.
Essa escada tem degraus. E
os degraus têm rótulos, Eles são
chamados respeito, intelecto,
obediência, e o primeiro degrau, a
RELATÓRIO €196 primeira merda de degrau que vocês
HIERARQUIA E PERMEABILIDADE agarrarem, e que precisam agarrar
DA TORRE com força, se chama lealdade.
“A lealdade é sua própria
Esse grupo de corpos frios é conciso demais para operações
recompensa.” É o que diz qualquer
simples de “vigiar e pegar”. Eles têm seus próprios códi-
empresário que não consegue pagar
gos, linguagem e santuários, e analistas concordam que não
um bônus pros funcionários, Leal-
temos mais a surpresa estratégica.
dade cria sua própria recompensa
EH A Divisão de História deduziu o seguinte do interroga- porque, quando você se agarra na
tório estendido do Indivíduo 437, após uma consulta com
lealdade, ela ve ajuda a subir na
[CENSURADO] na Divisão de Psicologia: maldita escada, A Camarilla cuida
E A Torre opera seguindo uma hierarquia pseudomedieval
dos scus. Guardamos nossas cidades
com códigos de obrigações feudais correspondentes aos
contra nossos inimigos, nos vinga-
medievais.
mos por Príncipes assassinados —
E A ambição interna não atinge áreas externas, mas con-
inferno, vingamos a porra do Xerife
centra-se em rivalidades internas. Isso diverge dos
de Lawton, em Olilahoma, c cu não
padrões medievais políticos históricos, sugerindo uma
pagaria nem cinco pesos para inci-
llIgação à sociedade similar à de um culto, possivelmen-
nerar aquela merda de cidade,
te manifestada imediatamente após a infecção.
“Por que Fiorenza paga muito,
E Dovtrinação e reforço de lealdade permanecem constan-
muito mais que isso para queimar
tes, ainda que disciplina real continue arbitrária; um bando de fodidos dominados
outro poralelo com cultos.
pela Besta?”, vocês se perguntam.
ri-ridy

E De forma similar, entre recrutas corpos frios, antes de a si

Por que, quando protegemos nossos
mesmo, à lealdade é dedicada a corpos frios “superiores”.
bens, criamos dividas. Dividas que
9SLF

pademos cobrar. Para sempre.

A existência de tais vínculos hierárquicos poderia ex-
Talvez a Camarilla pareça cínica
plicar o porquê de ser tão dificil extrair informações para vocês, no momento. Mas tudo
ou descobrir fraquezas dentro desse grupo, e aponta mais
se trata do quadro geral. Seja leal
uma vez para o valor de termos um informante infectado e
à Cam, c a Cam sera lcal a você,
inserido no grupo para auxiliar na coleta de informações
E é por isso que nenhum dos meus
referentes ao seu tamanho e recursos disponíveis. rivais, vivos ou mortos, vai scr
estúpido o bastante para vir atrás
de mim de novo,

Nas palavras de Ambrus Maropis, Es-

pecialista em Segurança dos Domínios
Europeus da Camarilla:
Lealdade não é algo para se ter
orgulho, Não é moralidade. Nem
sequer é escolha. É fisica simples.

Lealdade mantém a Camarilla
unida, c a Camarilla nos mantém
na vertical e andando.
Você não monitoria o tráfego
da Inquisição, então não sabe dos
detalhes. Eu sei, c posso dizer que
a Slé infinitamente mais ativa
nos domínios Anarchs. Enquanto
falamos, ela está limpando partes
da Rússia c metade da Califórnia;
está indo com tudo para cima do
Brasil, e planeja mais uma dezena
de missões envolvendo cidades
inteiras, Se você tivesse o nível de
acesso, eu lhe daria os números.
Vou lhe dar um só: dois. Esse
é o número de grandes golpes que
cles conseguiram dar em domt-
nios da Camarilla em quinze anos.
Claro, erros foram cometidos, mas
os responsáveis pagaram o preço;
agora conhecemos o padrão de ação
da SI, c podemos usá-lo contra cles.
Desde que não deixemos a adversi-
dade nos dividir.
A lealdade funciona porque a
Camarilla funciona. A Torre é o que
lhe permite acordar em seu próprio
refúgio, e não em uma sala ensolara-
da em Porto Rico. Dé um passo fora
dela e estará por conta própria.
O Laço
de Sangue
A Camarilla prefere cultivar
lealdade sem o Laço de Sangue.
Um Laço não garante nada — até o
escravo mais dócil pode acabar se
voltando contra seu reinante por
acidente ou descontrole.
Senhores da Camarilla geram
crias da Camarilla. Senhores Anar-
chs geram crias Anarchs, O Abraço
LEALDADE E ORDEM
DOGS
Muitos Membros temem q Laço de Sangue. Eles pensam que ele vai degradar seu livre
arbitrio e torná-los escravos, forçá-los a perder o controle sobre as próprias emoções.
Eu estive sob Laços de Sangue muitas vezes. Depois de décadas, não posso sequer
ter certexa de que consigo me lembrar de todos eles. Você arma, então outras coisas
acontecem e você esquece. A pessoa com a qual se Enlaçou morre, ou o Laço desapa-
rece com o tempo.
Gostumamos pensar que o Laço dá controle, mas isso não é exatamente verdade.
Nós o usamos para controlar nossos escravos de Sangue, claro, mas eles também se
mantêm presos pela perenidade precária garantida pelo Vitae. Eles amam, mas também
precisam do Sangue para continuar jovens e saudáveis.
Gom os Membros, uma Senhora pode Enlaçar sua cria, mas arrisca confundir a
necessidade de proteção e orientação da cria com a necessidade de Sangue que impôs
a ela. À Senhora pode segurar as rédeas, mas ao mesmo tempo estar cega para qual
avidez puxa na outra ponta, e incapaz de saciar a fome que não é capaz de ver.
Se alguém muito mais poderoso que você é vinculado ao seu Sangue, você pode
achar que está em vantagem, Mas será que está? Por que o Anctão sucumbiu? O que ele
temia, € o que acontece com você se o medo dele — ou do Laço — se apagar? Alguns
Anciões procuram esse vinculo, desejando sentir 0 ardor e a dor no coração de um
verdadeiro caso de amor; De outra forma emocionalmente incapazes, esperam que o
Sangue dé a eles o calor que perderam.
Em uma situação como essa, você pode se aproveitar da proteção do Ancião, até
mesmo se vangloriar do amor que ele demonstra — até que ele queira controlá-la e
possuir completamente. Seu Sangue tem poder sobre ele, mas em todos os demais
sentidos, é ele quem tem poder sobre você.
Tegyrius e eu devemos ter poder um sobre o outro, é claro. É de se imaginar se
aqueles que nos uniram acreditam ter algum poder sobre nós.
Us
DOGS
83
CAMARILLA
Leges Coterium, per Mithram, 1638 d.C. (Tradução colo-
quial de Neillson)
Apenas um Principe, com a bênção da Primigênie,
pode formar uma Coterie.
2. Integrantes devem fazer um Juramento da Coterie
uns aos outros, e são estritamente proibidos de fazer
Laços de Sangue entre si.
A Coterie deve ter uma Sombra, que a aconselhe
na lealdade e que aceite responsabilidade por sua
conduta,
Cada integrante da Coterie é responsável pelas ações
dos demais: “Juntos serão julgados”.
Os integrantes da Coterie devem criar juntos um
Refúgio, separado de seus Senhores.
A Coterie deve, ao ser chamada, defender e proteger
a Camarilla de toda provocação.
Para tornarem-se completos Ancillae, os integrantes
da Coterie devem juntos passar pelos Sete Trabalhos.
inicia um Laço, gera uma confiança inata no monstro
que acabou de trato. Só a sindrome de Estocolmo
já basta para manter a maioria dos novatos na linha,
mesmo sem o Sangue.
O mais ancião dos Anciões conhece os limites do
Sangue. Ele muda com os séculos, segue seu próprio
fluxo, À luz da Gehenna, é melhor manter subordina-
dos na linha através de medo e recompensas, e usar o
Sangue de maneira mais criteriosa.
«pro ——
Nas palavras de Missulena, autoproclamado “Maior Horror
da Austrália”:
A pratica é tão simples quanto levar a boca de
um bebé a um mamilo, Ele sabe que precisa, mas não
sabe como beber. É ai que você deixa que ele descubra
sozinho. Não será preciso mostrar outra vez. Ele nunca
vai querer parar,
É esse o verdadeiro prazer, o de proporcionar essa
alegria às suas carinhas de olhos arregalados, sabendo
que tenho essa alegria na minha mão e que posso esma-
gá-la num piscar de olhos.
Ter um brinquedo irracional, um escravo bajula-
dor, bem, pode ser bom durante uma semana. Mas,
assim como um bebé, vai chegar o momento em que
você desejará que ele ande e fale por si só, Ou melhor,
que faça isso por você, já que você o criou. Isso exige
uma orientação resoluta, uma educação sólida e, sim,
punição quando ele gritar e desobedecer.
É assim que sc educa de uma cria, É assim que você
constroi lealdade.
— eee A pm
“Quando você faz um juramento à Camarilla, espera-se
que você o mantenha, minha pequena”, disse Missulena,
com uma expressão carrancuda, à jovem vampira que se
debatia entre dois Arcontes, ambos indiferentes enquanto
lágrimas de sangue escorriam das órbitas oculares queima-
das da Criança da Noite. “São as promessas que nos man-
tém íntegros! O Laço de Sangue é só um último recurso: o
que de bom pode vir da lealdade compelida, quando uma
palavra deveria bastar, não é?”
Missulena escancarou a mandibula do novo vampiro com
uma das mãos e algum esforça. “Você ainda lura. Muito lou-
vável, embora agora seja tarde. Talvez devesse ter lutado para
manter a boca fechada na última semana, quando começou a
tagarelar com a escória Anarch sobre o trajeto do Principe do
refúgio ao Elísio. Parece que preciso refrescar sua memória.”

Um aceno, e os Arcontes suavemente forçaram a Criança
da Noite a se ajoelhar. Ela cinha deixado um deles ficar em
seu refúgio quando ele chegou a Sydney. Não importava. Eles
eram legis ao Horror.
Um momento de compressão, Sangue espesso na língua
dela. Missulena manteve o polegar na boca da Criança da
Noite por um momento depois disso. “Você deve estar pen-
sando na razão da minha
piedade e generosidade. De
fato, tenho certeza de que
vai pensar nisso. Se tivesse O Matusalém fica sozinho.
dado com a língua nos den-
res com inquisidores em vez Os Anciões ficam a parte.
da ralé Anarch, eu veria Mas as crias devem ficar juntas.
sido forçado a puni-la.”
A Criança da Noite se
viu assentindo. O Vitae
dele escorreu pela garganra dela, porcando lealdade.
Lealdade a Missulena. Lealdade a Camarilla, que ele
representava. Ela pensou no que tinha feito para trai-lo,
para desapontá-lo, e quase vomirou com nojo de si
mesma. Lambeu e então sugou o dedo dele, sabendo
que Missulena poderia expurgar sua traição repugnante
para sempre.
mico
Coteries
Postagem de Carneirinho no Sunhwrse:
“Sc você se torna um lobo solitário, vai ser abati-
do como um”, Não foi meu Senhor quem disse isso,
mas meu pai. Ele estava certo. Sinto falta dele, e a
única razão pela qual ainda penso nele, aqui no escu-
ro, mais escuro que a escuridão, é porque agora tenho
uma familia nova, e isso mc ajuda a lembrar
da antiga.
mad
Como Neófito, tentar avançar sozinho na sociedade
dos Membros é um experimento extremamente arris-
cado, um que quase nunca dá certo, Mesmo Anarchs
aprenderam que precisam ficar juntos para sobreviver,
ainda que embelezem isso com uma conversa fiada
ideológica de “solidariedade”, Coteries em sua forma
mais básica não são comunas, são condições necessá-
rias para a sobrevivência darwiniana em uma socieda-
de de predadores.
85
LEALDADE E ORDEM
E é claro que a Camarilla embelezou a ideia ao
seu próprio modo. Quando os Altos Clãs seguravam o
cerro, eles promulgaram as *Leis da Coteric” e sonoros
juramentos que praticamente desapareceram nas noites
modernas. Inércia e acaso mantém viva a regra antiga, a
que mantinha a Camarilla unida nos primeiros anos, de
que cada coterie deve ter integrantes de pelo menos três
clãs. Principes modernos
geralmente permitem ex-
ceções a essa regra € outras
similares. Afinal, uma
coteric que queira se unir
em quaisquer termos e em
qualquer composição ainda
é uma coterie capaz de
trabalhar junta para servir
ao Principe.
Quase todo regnum da Camarilla ainda mantém
alguma forma da antiga Iniciação Sombria:Senhores
respeitáveis apresentam suas crias ao Principe no Elísio,
que as reconhece como Neófitas da Camarilla e as desig-
nam a uma ou mais coteries. Príncipes tradicionalistas
(ou aqueles que querem ser vistos como tal) podem até
mesmo exigir um juramento, e atribuem à nova coterie
um trabalho (também chamado de missão ou demanda),
a ser realizado cm troca de tal reconhecimento. Mesmo
em cortes menos formais, Príncipes agendam uma Ini-
ciação se uma nova coterie pedir uma.
meio
Excerto de Descrição da Tradição da Coterie, de Jarmelita
Neillson, em “A Sujeição do Parentesco”.
As coteries propiciam a unidade irredutível de ati-
vidade social dos Membros. Muiras vezes, ocorrências
supostamente inexplicáveis tornam-se claras quando
se percebe que os Membros envolvidos eram com-
panheiros de coteric séculos atras. Para permanecer
no controle, a Camarilla precisou manter sob rédeas
curtas esse tipo de lealdade subterrânca. Um texto de
um dos meus predecessores deixa isso bem claro, pelo
menos para 1862:
Em tempos agora há muito esquecidos, Coteries
formavam Laços de Sangue umas com as outras, mas
isso levou à revolta dos jovens contra os velhos, pois
criava lealdades mais profundas entre os Neófitos que
entre estes e seus Anciões, seus clãs e a Camarilla. Para
evitar que isso voltasse a acontecer, o Laço de Sangue
é ciosamente reservado ao uso apenas dos mais antigos
dos Membros, com o intuito de proteger a seita c a
CAMARILLA
O Sangue te faz Clã
A Lealdade te faz Coterie
si mesmos. Não podemos jamais permitir novamente
que os jovens se unam contra os velhos, pois em tais
uniões jaz a dissolução de todos os nossos antigos clos.
Coteries Legadas
Além de coteries recém-fundadas, alguns grupos
traçam suas linhagens até a Convenção de Thorns, ou
até mesmo ao passado medieval. Essas coteries legadas
não são muito diferentes de velhas sociedades ou fra-
ternidades escolares em Econ ou Harvard. Em teoria,
cada “turma de formandos" de Ncófitos deve iniciar
os novos integrantes antes de avançarem para ancillae
plenos. Rituais de iniciação tendem a ser demorados e
dolorosos, envolvendo até mesmo tortura, nas coteries
legadas de maior prestígio.
Membros antigos dessas coteries, de séculos atras,
muitas vezes tratam a iniciação como um evento social,
retornando ao regnum onde foram Abraçados para as
festividades. É comum que tomem parte no trote ou
exijam a realização de algum trabalho em troca da ad-
missão. Uma vez iniciada, no entanto, uma coterie legada
pode se aproveitar de seus algozes para ter contatos,
informação, influência e favores na corte ou qualquer
outro lugar na sociedade dos Membros. Algumas coreries
legadas, na iniciação, recebem recursos que foram acu-
mulados por décadas ou mesmo séculos: um refúgio se-
creto, relíquias, tomos de ocultismo ou servos carniçais.
Fortalecendo Alianças
“Servirei a ti, meu Mestre, com meu máximo empenho, até o
último resquício de minha
alma humana. À ei ofereço todo meu sacrifício e lealda-
de. A ti ofereço minha fé. Juro estar
em rua companhia na dor e na esperança; tua lida há de
ser a mesma que cu carrego.”
A lealdade mantém a Torre unida. A ordem dá sua
forma. Mas a arquitetura da Torre gradualmente —
glacialmente — muda enquanto velhos alicerces são
quebrados e novos são acrescentados; muda enquanto
o mundo à sua volta muda, exigindo novos acréscimos
e medidas de segurança. Mesmo a estrutura feudal da
Camarilla nunca seguiu exatamente as limpidas linhas
do projeto, com alianças sobrepostas e acordos secre-
tos adicionando esteios e masmorras ao edifício.
Idade, geração, título, ou linhagem: nenhuma dessas
coisas determina completamente a ordem da Torre.
Príncipes mais jovens desdenham seus Anciões em cidades
mais pobres, um Justicar descobre ser impossível remover
um Arconte construindo uma reputação nas linhas de
frente da Gchenna, c os herdeiros de Hardestadt ainda
agem como se o Circulo Interno só se reunisse com a
permissão deles. Quaisquer uma dessas opções podem
garantir ou limitar as posições das demais. À passagem do
tempo e a decadência da argamassa apenas complicam o
todo ainda mais. Neófitos que imaginam uma hierarquia
medieval fossilizada, ou então uma organização claramente
corporativa, ficarão perdidos pelos corredores labirimticos
da Torre. Não tente entender o que nossa seita realmente
é, ou como poderia ser quando desenhada em um pedaço
de papel. Ela é muitas coisas ao mesmo tempo, e não hã
um mapa confiável; apenas guias com diferentes níveis de
disposição para ajudá-lo. O melhor é fazer um rascunho
vago da Torre, e não pergunte quem deveria estar no
comando — pergunte quem é vassalo de quem, e como.
Juramentos Imortais
Como explicado por Marcel, Seguidor de Set, Primo-
gênito Regente de Chicago:
O que é um juramento, cria? Uma promessa? Uma
dedicação? Pense. Se eu lhe pedir que faça um jura-
mento ao seu clã, ou à Camarilla, o que é que estamos
lhe pedindo de verdade?
Mortais juram por suas vidas cfêmeras, ou, sem
sentido algum, pelos nomes de suas mães. Juramos pela
única vida com verdadeiro sentido, a vida imortal. Cada
juramento dura uma eternidade conosco, a menos que
aquele a quem foi jurado o libere. Lembre-se disso.
Juramos pelo Sangue, c o Sangue escuta e testemu-
nha. Mesmo que o Sangue tenha opinião própria, pode
ter certeza que um Arauto fez seu registro, e é tão fácil
escapar dele quanto é escapar da sua própria vida.
Exatamente tão fácil quanto.
Juramentos existem em várias gradações, como
foi codificado por Critias, nosso bom Primogênito.
Ele nos abandonou e partiu para o Oriente, mas seu
código se mantém para guiar nossas garras. Mesmo
Justicares, que podem quebrar vínculos de juramento
se necessário e a serviço da seita, evitam contestar
Critias. Talvez tenham jurado não fazê-lo,
 [DD SRP Si Lia]

RT aspe TRT [10] [e BT An Ac A eS

Ajoelhe-se, comprometa-se a servir outro Membro como Quando um novo Membro é recebido em nossas
lacaio, como detentor de um domínio, como capitão em fileiras, ele jura acatar as Tradições c obedecer aos
batalha. O mais antigo de nossos juramentos, sagrado Justicares. Muitas vezes, o Principe recebe este ju-
RPGS TERORO OREDRCo A TETE ER Uru OR Ro e ETR Petro Leo sofa ease LEE ORE ASR TOR AUT Le TO
Dra orago teto LeaoO OR CESTO CO ACO CO (E à corte, Quando a cria pródiga retorna na forma de
na enquanto a Capela cala, cle desertou de seu Juramento um Anarch rebelde, o Juramento da Torre é uma boa
de Serviço c, assim, abdicou de suas terras e fortunas. forma de sinalizar que ela se desviou, mas geralmente
são necessárias mais do que palavras para arrastar o
e S novilho cevado para o abatedouro.
O juramento de uma cria a seu Senhor, de um estudante
ao seu mestre. Critias escreve de forma bela que ambas LET]pg MRE 7
as partes se mantêm vinculadas por esse juramento, que Este juramento só é feito para um Justicar antes que
o mestre deve tutela ao seu pupilo, por exemplo. O San- ele o envic em uma missão suicida, Quando você
gue deseja que seus segredos passem às novas gerações, esta diante da morte final, todos da Torre devem
e Justicares às vezes apoiam esses desejos. Foi o caso de mostrar-lhe cortesia e deferência — e, sc cumprir
Marisa Namur, a quem foi garantido acesso à bibliote- sua missão e sobreviver, é seu direito escolher sua
ca particular de seu Regente quando este se recusou a recompensa. Se sobreviver sem completar sua mis-
PEA
o da Rod rota sao ro Lo ge TRT O E Se LULU são, a Torre o destrói e a sua prole traidora. Sei de
raros de suas prateleiras. apenas três Membros que sobreviveram depois de
um Juramento da Cinza, e um deles pediu apenas
O JURAMENTO DA MORTE pata ser esquecido e eliminado de todos os registros,
Chamado de favor vital pelos otimistas, este jura- como se tivesse quebrado a promessa. Não devo
mento refere-se à disposição de sofrer a morte final a desonrar seu pedido dando-lhe nome aqui.
serviço de outrem. Aqueles sob o juramento da morte
recebem a devida reverência c favores menores de
ET ERO RE oa re: CT ve TER LORETO CT SO
beijo antes da morte. Este juramento é muitas vezes
EarTa ee LATA CANON DLC TRELOR CE LA RR OR TT
como por uma coterie ao seu Primogenito antes de
PU Ueia nte Re o TUSD TO LAT SNC
LS US
CAMARILLA

Pensamentos de Mayumi Shibasaki:

Idade e Geração
o as
Dizem que sou da Décima Segunda Geração. Não
Nas palavras de Talley, o Sabujo do Clã Lasombra, em uma preciso que me digam que estou entre os Membros
visita diplomática a Nova York, a uma extasiada audiência mais poderosos de Tóquio
de jovens Nedfitos: Não me entenda mal. Minha familia é anriga e
Não há muito tempo, à Camarilla negava a existência excelente, e nosso Sangue, irrepreensível, Porém, quan
dos Antediluvianos, e agora vai à guerra para protegé-los, do encontro um Sangue Azul igualmente excelente e
o que prova que mesmo os Anciões podem ser imprevi- cortés « ele diz “Mcu nome é Hiroshi, cria de Shinobu,
síveis c agir como Crepusculares juvenis, Falo brincan- antecria de Heibachi Kuriyama”, espera-se que eu pes
do, aqui entre amigos Todos sabemos que aqueles que quise sua gencalogia? Não, cu me apresento da mesma
equilibram a fricza da idade com o calor da humanidade | forma, e continuamos não sabendo mais do que isso
se sobressaem em nossa grande seita, Podemos concordar Naturalmente, não vou contestar os Nodistas em
em discordar em certos assuntos, por um momento. suas igrejas subrerrâncas: talvez estar mais próximo de
Por ora, vou dar alguns conselhos a vocês. Um Caim realmente tenha um grande significado espiritual,
vampiro ganha muito ao ser próximo de Caim, especial. Mas Caim guarda segredos, até mesmo de seu mais
mente vocês na Camarilla, mas geração não é garantia de ardente pupilo,
experiência, perícia ou influência. Assim como idade não Ouvi dizer que os Bruxos ou os Assassinos têm fei-
é garantia de sabedoria. Ha potencial nas duas coisas, mas tiçarias que permitem a cles detectar geração no Vitae,
sem treinamento, a Criança da Noite da Sétima Geração mas serei cinzas antes de dar uma gota para qualquer

quase sempre vai ser derrotado, na maioria das áreas, pelo um deles saborear. E devemos confiar no que eles
Ancião da Décima Segunda Geração que tem consigo poderiam dizer, por acaso? Feitiçaria não é confiável,
séculos de prática. Vocês precisam saber o que fazer com ec feiticeiros ainda menos.

seus benefícios para poder tirar qualquer proveito deles.

Existam por tempo o bastante e eventualmente
estarão mais próximos de deuses do que de homens ou
mulheres. Deem tempo ao Sangue para que ele fique
espesso, e sejam inteligentes quanto aos caminhos c
amigos que escolhem... Quando eu era jovem, já éramos
criados como semideuses. E nos deleitivamos com
aquele poder, permitindo que nos consumisse. Talvez
aquilo tenha se tornado nossa fraqueza nas noites de
hoje, enquanto sofremos para aguentar as demandas
de nossos deuses, nossos crucis pais c mães de algumas
gerações atrás.
Meu conselho a voces, crias da Torre, é que plane-
jem para o futuro. Seus poderes ja exigem muiro em
troca. Eles só vão pedir cada vez mais conforme vocês
envelhecem.

“Idade vence Geração. Perspicácia vence

idade. Respeito vence tudo”.
— ATRIBUÍDO A AL CAPONE, VENTRUE DE
OITAVA GERAÇÃO, CRIA DE LODIN

nota: De acordo com pelo menos uma testemunha

dessa conversa, Capone na verdade disse “O poder
vence qualquer coisa," CN
 LEALDADEE ORDEM

- o
Justiça
“Agora você aprontou, rapaz”, Decker se levantou do banco
enquanto os demais Membros aguardavam. Era uma regra
de Decker; o acusado era livre e desimpedido para falar
em defesa própria. Decker permiria isso porque não tinha
medo dos culpados, nem dos que se dedicavam à Cama
rilla. Isso era importante para mostrar às pessoas que a
RELATÓRIO 4182
Camarilla acredita em liberdade na segurança, e que lugar
melhor para isso-que um tribunal? A JUSTIÇA DA CAMARILLA
“Não três, mas quatro restemunhas apareceram pra
dizer que você se transformou na porra de um lobo no meio O indivíduo 450 veio & nós voluntariamente (ver
da rua Brady, com gado a perder de vista. Não tem muita Relatório 8$182-D para analise pós-ação de lap-
coisa que cu ex ja nesta cidade, mas a Mascara ainda está sos de segurança). De acordo com seu relato por

at. Eu acho um porre ter de te castigar, mas o que quer que escrito, a Socledade da Torre queimou a língua
eu faça?” Decker cruzou os braços e bateu o pe de forma cea- dele por vender segredos a um grupo rival, e q
eral, com a corte de Membros colegas da Camarilla sorrindo “Sabujo” que executou essa justiça medieval per-
com o espetáculo, furou sevs olhos com uma chave de roda quente,

O acusado levantou o rosto, encarando seu Senhor, olhan- por “encarar de maneira desrespeitosa”.
do-o nos olhos. “Eu... eu sei que não vai acredirar e mim, mas O grupo então o empalou em uma cerca de ferro
eu vi alguma coisa velha, alguma coisa... antiga e desumana batido no lado leste de [CENSURADO] para ser

dy
Estava cm uma das janelas, olhando pra mim, e me assuston. destruído pela luz do sol (ver a versão atual do

Pi=Pi
Documento de Diagnóstico Básico 43). Ele foi ca-

OS
paz de se desprender e acabou em [CENSURADO].
A Divisão de Psicologia percebeu a contradição
entre a necessidade de sigilo da sociedade te um
forte interesse ideológico nisso; ver Relatório
de Op Psc 81109) e sse ato de vingança primiti-

va potencialmente revelador.

O indivíduo confirmou que outros “principes”

determinam outras sentenças em cidades diferen-
tes; execução privada, enterro enquanto vivo e

exílio foram alguns exemplos.

O interrogatório continua sob os protocolos
[CENSURADO] padrão.
“o
o
CAMARILLA

Ela fez minha Besta... forçou minha Besta a assumir. Só peço

que investigue os imóveis na Brady. Pode fazer o que quiser
comigo.” A cria baixou o olhar novamente,
Uma ondulação de murmúrios passou pela corte antes
que Decker levantasse a mão para que parassem. “Vamos
fazer isso, rapaz. Prometo. Sei que não foi sua culpa quan-
do se transformou daquele jeito. Você é melhor que isso.
Só que eu preciso ser consistente. E o que isso demonstra É
que você não tem autocontrole o bastante para resistir aos
nossos inimigos.”
Lyon ONLINE 28 MINUTOS ATRÁS Decker deixou suas palavras serem compreendidas
antes de passar sua sentença. “De agora em diante você
Ficou sabendo? está exilado e vai para Minedpolis. Eles sabem que você
A Cam vai fazer algum tipo de conclave esta indo, São bem mais rigidos por lá, mas a Camarilla
no Villa Florentine amanhã à noite. vai te ensinar direito, Isso é clemência, então seja graro
Ouvi falar, sim. por essa merda,"
Fica longe, e não fala dessas merdas Enquanto a corte dispersava, com sua cria saindo sem
por aqui. dizer palavra, Decker afundou em sua cadeira e colocou o
Você sabe quem tá vendo. boné dos Brewers de novo. Sua coroa, de certa forma. Ele
Sim sim. Mas não seria um lugar exce- sabia que a corte acharia que ele estava sendo nepotista.
lente pra ir pra cima deles? “Que se fodam”, Se não pudessem mostrar clemência, para
Como em Paris e Viena? que servia a Camarilla?
Um. Aquilo não foi a gente. Dois. Não, Ommmetipuse
porra.
Conclaves são só os cachorros grandes.
A gente não é páreo pra eles.
Rato Gangrel, já tá mostrando a sua Conclaves
garganta. Como relatado por Ambrus Maropis:
o momento de derrubarmos um Justi- Você quer sediar um Conclave e tem o mínimo de
car, cara! bom senso para mc encontrar. Parabéns, passou no
Bóra. primeiro teste, Você tem os recursos para me con-
Eu tenho essas balas incendiárias es- tratar para cuidar de segurança e logística, Passou
peciais... no segundo. Tem inteligência para pedir minha
Não é não, caralho. Se fizer isso, orientação, Três de três.
vou falar pra todo mundo que foi Pode me mandar sua lista de convidados mais
você. tarde. Contudo vamos partir do começo: por que
Aí eu fico com mais vontade de fazer. sediar esse conclave? Quer aplicar justiça a algum
Beleza. malfeitor espetacular? Outro Principe foi pego
Sem brincadeira amanhã. desertando sob o pretexto de responder ao Chama-
do? Algum Neófito maluco e ambicioso tentou
atear fogo no Elísio, como aconteceu em Bogorá
uns anos atras?
Ou talvez você tenha algo maior em mente: uma
verdadeira reunião de reis c rainhas, Príncipes pode-
rosos planejando suas estratégias de guerra, Justicarcs
coordenando as políticas, coisas assim, Ja vou dizer
de antemão que se você espera que o Circulo Inter-
no compareça, sua esperança é em vão. Além disso,

eu sci quem me pediria para organizar um conclave
desses, « você não é um deles.
Um conclave de julgamento tende a ser estri-
to « formal. Um castelo, um complexo industrial
estéril, um lembrete brucalista de que a Camarilla
tem poder, e que o acusado, não. Se o acusado é um
Matusalém, por sinal, cu preciso saber — esses pre-
cisam de alas especiais, e o pagamento dos Bruxos é
à parte. Aliás, por meio litro do que for derramado
cu me livro da casca vazia,
Um grande conclave deve ter um ar diferente,
especialmente se você estiver planejando ter celebri-
dades entre os convidados ou como aperitivo. Opu-
lência, acesso a clubes privados via a máfia russa:
uma seleção especial dos melhores artistas mortais
(Fora do cardápio), alta costura Degenerada, minha
própria equipe de segurança garantida. Para safras
vintage, posso lhe oferecer um contato no Sistema
Circulatório. Orçamento para mais de uma noite, Se
quiser superar a Convenção de Thorns, quintupli-
que esse orçamento.
Por que gastar assim? Para explicar, sem pala-
vras, qual é a posição deles para os Membros que
não foram convidados. Para plantar uma pequena
semente de medo: aqueles acima de mim falam do
qué? Mesmo conclaves de julgamento podem esti-
pular novos limites, e esperar que todos os demais
sigam esses limites sem vê-los desenhados no chão.
É por isso que a Camarilla os organiza. Com
certeza não estou reclamando.
«Op
Como explicado por Lucinde, Justicar Ventrue:
Eu estive lá, no grande Conclave de Praga, ainda que
alguns o chamem por outros nomes. Foi um cvento
e tanto. Representantes de todos os clãs estiveram lá
para ouvir queixas, falar de novos clãs se unirem à nos-
sa seita, velhos clãs considerando mudar sua estrutura,
e o caminho a seguir nessa época de Inquisição.
Não foi o melhor de nossos conclaves, devo admitir.
Tentei o melhor que pude chegar a Hardestadr
assim que vi sua cabeça scr puxada para trás, ao
que se seguiu um tiro de escopeta. Ele foi derruba-
do, espancado, alvejado e apunhalado de mancira
horrível. Não o vi virar pocira, mas o ataque foi tão
rápido, tão implacável...
Perdi o fio da meada.
O motivo do conclave era mostrar a todos os Mem-
bros presentes o que representa uma força unificada
91
LEALDADE E ORDEM
da Camarilla, e o que ela pode ser. Tivemos até mesmo
a parricipação de delegações de clãs tradicionalmente
fora de nossa seira, Oh, foi mesmo um evento esplén-
dido. É uma pena o que aconteceu com Hardestadr.
Sempre fui tão rápido, mas naquela noire alguma coisa
me deixou lento...
Não pense que serci dissuadido pela perfidia dos
Brujah. Conclaves são importantes para uma seita
como a nossa, discretos como somos. Os zangões oca-
sionalmente precisam ver a rainha para saber porque
trabalham. Eles devem desfrutar do esplendor para
ver o que podem conseguir por meio da lealdade e,
no fim, status.
Não, Hardestadt não foi o melhor dos exemplos,
mas ele foi impressionante enquanto durou, Suspeito,
de certa forma, que ele pode servir como outro tipo de
inspiração. Quando velhos reis caem, novos ascendem.
Que melhor fonte de inspiração que ver o velho mo-
narca ser decapitado?
UM CASO NÃO TÃO BREVE:
A Instituição do
Casamento de Sangue
por Carmelita Neillson
Reza a lenda que meu clã estabeleceu o conceito do
Casamento de Sangue. Certamente as Cortes do Amor
Torcador cm Aquitânia, Ocitânia e Aragão organiza-
ram c celebraram a união entre vampiros desde, pelo
menos, 1090. De forma interessante, especialmente
à luz dos eventos atuais, os Banu Hagim também
parecem ter arranjado tais casamentos em Andaluzia
e na Sicília na mesma época. A coleção Neillson na
Borgonha possui uma tapeçaria que apresenta, cm
ouro e escarlate, um desses casos extravagantes. Depois
de todos esses séculos suas cores ainda vibram.
Após um tempo no esquecimento, Casamentos de
Sangue têm se rornado mais comuns novamente, como
parte do aparente “retorno à Tradição” das noites
recentes. Eles retém a mesma forma básica do século
XI: ambos os participantes declaram sua união diante
do Principe ou de uma autoridade superior (em alguns
regnae até mesmo pedem permissão formal), e com-
partilham pelo menos uma dose de Vitae um do outro
para consagrar o matrimônio.

(o
Lo
“OONC) O END
e próprios
O Casamento de Sanque combina beleza e tradição,
e estou surpresa por nunca ter me casado
Afinal de contas, é justamente o tipo de coisa que
eu adoro.
Nassos Membros mais jovens gostam de pen
sar nele como uma ocasião romântica, livre da má
cula sórdida de nossa raça, mas permita-me, como
nolva, ser sincera. Nem todo Gasamento de Sangue
faz jus ao sonho febril. Eu já participei de alguns fe
organizei outros) que não tinham objetivo maior que
o de entreter o Elisio. Você ancontra dois Neófitos
que parecem ser um casal perfeito e organiza tudo.
serto, é um presente que damos a eles, o presente
de nossa experiência e perspectiva — durante as
primeiras décadas, tão poucos Neófitos entendem
de verdade o que é bom para eles a longo prozo.
Mas sim, enquanto pragmatismo ou politica
quase sempre estão envolvidos, alguns desses
casos não são nada mais que € miretenimento
linda me lembro daquela cerimônia ridicula em
Nassau, em 1972, forçando a união de Angelique e
Mario com falso esplendor, enquanto fingíamos que
as nossas lágrimas de tristeza eram de alegria.
Talvez meu próprio casamento seja uma forma
do destino retribuir essas ptadinhas. Trata-se da
união de duas grandes seitas, do destino de nossos
clús, e assim por diante. Meus próprios sentimentos
pesam muito pouco, não mais que os de Angelique.
Pelo menos nosso esplendor e nossa tradição serão
sinceros, e eu mesma vou garanir que seja bela
Algumas teorias sugerem que
um dos motivos dos Casamentos
de Sangue terem saido de moda foi
o puritanismo vitoriano disfarçado
de autoglorificação. No entanto, é
um erro pensar que os vitorianos
O eram como se descreviam a si
na literatura, mas eles
realmente gostavam de tentar. Na
antes cra que abraçou com mais amor os
ideais masoquistas do fin de sitcle,
os Membros não hesitavam em se
colocar como feras solitárias da
noite, destinadas a nunca amar ou
serem amadas.
Naturalmente, Casamentos de
Sangue não são simples pactos amo-
rosos. Eles sclavam tratados na Ida-
de Média, c sem dúvida funcionam
da mesma forma em nosso tempo,
afirmando parcerias. | listoriado-
res se tornam cínicos facilmente;
dependência mútua também explica
boa parte disso. Mas o amor conti
nua sendo uma emoção, bem como
uma arte ao seu próprio modo, €
cruel devemos ser mestres em ambas
Raiva, luxúria c medo limitam uma
paleta; pinte com cores diferentes
de tempos em tempos.
O retorno do Matrimônio Escar-
lave às noites contemporâneas é um
sinal de que tempos interessantes se
aproximam, A cultura da Camarilla
está mudando, talvez afetando a
pt úpria definição do que somos e do
porque continuamos assim. É clara-
mente um caso político, mas talvez
poderia ser algo mais! Quando
emoções estão envolvidas, há muito
asc ganhar, porém mais a se perder.
Vamos esperar que cste casamento
não termine como as núpcias d'Ara-
gona-Piccolomini de 1490. Todos
Os casais brigam. Olhos vaguciam,
cas bocas acompanham. Depois
de Giovanna « Alfonso terem feito
Laços de Sangue entre si várias vezes
e enlouquecerem de citimes mútuo,
92
acabaram dizimando as populações
de algumas cidades italianas como
consequência.
Registro Oficial do
Matrimônio Escarlate
por Serenna, a Branca, Celebrante
Havera muitos relatos do Ma-
trimónio Escarlate. O meu é o
primeiro. Eu estava lá, e fiz com
que acontecesse, c não minto.
Eu vi Victoria Ash em seu ves
tido branco brilhante, parecendo
mais viva do que nunca.
Eu vi Tegyrius em seus trajes
aZzuis-escuros, com os velhos olhos
brilhantes reluzindo.
O que eu vi foi um casamento
fundamentado na diplomacia, mas
realizado no amor. O que eu vi, e
acredito que nenhum dos dons de
Caim foi usado para encenar tal
coisa, foi um encontro de mentes
e almas em uma noite verdadeira
mente gloriosa.
O Marrimônio Escarlate
representa mais do que um laço
entre a Ashirra e a Camarilla. Ele
representa um laço entre os Banu
Hagim e os Torcador. Ele repre-
senta uma conexão entre Tegyrius
e Viccoria Ash. Talvez ainda mais
importante, ele mostrou que todos
os Membros ainda são capazes de
encontrar amor, não importa O
quão cansados, enrijecidos e anti
gos eles possam ser
Pela primeira vez em um sécu-
lo, senti esperança.
(Registro aprovado por
McDonald, Justicar Nosferatu)
meme Ato
Os Membros de Teerã, e muitos
estrangeiros de posições elevadas,
assistiram quando Tegyrius do Clã da
Caçada e Victoria Ash do Clã da Rosa
uniram suas mãos e olharam nos olhos
um do outro. Eles não eram um casal
que qualquer um esperasse ver enlaça
do em um Casamento de Sangue. De
faco os dois mal se conheciam antes
da série de reuniões c trocas corteses

cuidadosamente coreografadas que

haviam começado três anos antes,
seguindo os prot wcolos resgatados
da antiguidade, dos dias de Carlos
RELATÓRIO DE DAMASCO
Magno e Hárân Ar Rastd. Herdeiros
de suas próprias dinastias, agora estão POR SOLEIMAN AL-ISFAHANI,
juntos, seus pes « Love]
tescaiços
o!
em um
a
mo
Je
de GUERREIRO DOS BANU HAQIMS
sangue que flui lentamente.
Md é ; o
“Ashirra c Camarilla, de agora Chegaram notícias do casamento em nosso quartel-general.

em diante, unem-se nas pessoas Meus ghilmãn sorriram quando as ouviram: falavam das novas
deste Casamento de Sangue, um en- armas entregues pela bruxa que evitei que eviscerassem,

lace sagrado abençoado por Hagim e com alguma dificuldade, no mês passado. Reforços, munição:
Arikel, Irad, Enosch, Zillah e algo que mesmo um ghulam pode entender,

O Primeiro.” Ela e eu conversamos em meu jardim depois de eu ter enxo

“O escarlate marca ambos para tado o último dos ghilmãn, Enquanto os resmungos deles se

Pi-NVOR
sempre, vocÊ, Tegyrits, r você afastavam, a voz dela ficou cada ver mais forte e insis-

Victoria, a cor verdadeira para a tente. Nem todos os livros haviam queimado em Viena, disse

verdadeira união.” ela, e certos poderes que a Capela Principal mantinha

GOLF
“O sangue sobre o qual estão é o em contenção puderam ser recapturados com as geometrias
sangue dos inimigos que juntos VOCÊS corretas. Claro que me tiz de ignorante — sou um simples
matrardo, co sangue dos inocentes dos guerreiro, não um Saeshir. Depois, falamos de outras coi-

quais hão de se alimentar. Alimen- sas, e jantamos.

tem-se agora, unidos.” Mas sou guerreiro o bastante para reconhecer uma oportu-

Serenna dos al-Amin concluiu nidade quando ela surge, O que ocorreu com esse casamento.
o cântico e se afastou, pe emitindo Se a Camarilla age com té, então negociar com té só val
que os dois vampiros adentrassem nos fortalecer contra a Gehenna. Assim dizem os Vizires, e

na piscina sangrenta, abraçassem-se eu obedeço. Talvez eu deva considerar fazer minha própria

e hebessem do Vitae um do ourro oferta de casamento a uma bruxa que permaneceu desdenhosa,

antes de se empanturrar com o fluxo e sem medo, contra uma dúzia de ghiImãn veteranos.

espesso em torno de si. De qualquer forma, recomendo aos magi que enviamos aos
As celebrações seguintes à cerimô- Tremere que fiquem alertas a quaisquer presentes tentado-
nia duraram várias noites, cada manhã res demais que sejom deixados na mesa do casamento.
começando quando os servos começa-
vam a lavar as paredes e a substituir
os caros arranjos florais, que decora-
vam cada superfície que não estava
ocupada por corpos ou fosse feira para
dançar. Como ourro presente a noiva
ambiciosa, foi permitido que um deles
sobrevivesse. Apesar de roda a limpeza,
o prédio ficou vingi lo de vermelho até
que as autoridades da cidade o demolis-
/ ,
sem uma semana depois
Da , o ra N

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Eai, )
.

E u Ê

AE ,
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 A CORTE

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NÁRNSS CORTE

[NL Addison Payne continua...

O poder vem de sua demonstração. Foi assim que Vlad

Tepes rechaçou os otomanos quando trouxeram 250 mil
soldados treinados contra seu exército de 30 mil garotos.
E é assim que a Camarilla mantém seu domínio sobre
o mundo, Somos fortes, mas parecemos ainda mais.
Agimos para sermos percebidos como uma só mente,
A Ordem Feudal como pi e unida a nossa missão. No entanto, nada
do que fazemos é tão homogêneo como demonstramos.
Apresentada a uma Cada uma de nossas cidades tem sua própria hierar-
“ . ia, criada por meio de tradições desenvolvidas ao lon
Ur lança da Noite É gerações prá Gás por Laços de siso
Ainda que tenha se tornado convenção a tendência de
haver um Príncipe como governante, a Primigênie como |
conselho c o Xerife como agente da lei, algumas cidades
tém múltiplos governantes ou se livram completamente
de alguns cargos. Alguns domínios até mesmo dispensam
a ideia do Elísio, declarando-o inadequado a um tempo
em que muitos de nossa raça reunidos em um único local
pode significar uma sentença de morte em potencial.

. |
CAMARILLA
Independentemente de como
se configure, a estrutura das cortes
de nossas cidades é importante.
Impomos um governo feudal aos
nossos súditos não porque estamos
presos ao passado, mas porque esse
método permanece como a melhor
forma de manter a estabilidade de
nossa sociedade. A corte é a base de
nossa cultura c a razão de nossa força.
O Príncipe
Fr .
Soberano, Intendente, Premic,
Governador
Um provérbio popular da Camarilla
diz que Príncipes duram para sem-
pre ou em uma década caem quei-
mados. E é verdade que, uma vez
“.. visto que amor e medo
dificilmente coexistem,
caso tenhamos de escolher
entre ambos, é bem mais seguro
ser temido que ser amado.”
— NICOLAU MAQUIAVEL, O PRÍNCIPE
que se reivindique a práxis, deve-se
estar preparado para passar o resto
do tempo na terra defendendo-a.
Poucos renunciam ao poder volun-
tariamente, c os poucos que o fazem
raramente duram para contar a
história de seu mandato.
O título de Principe vem de antes
de Roma. Ainda que o papel em si
tenha mudado em forma e função, vá-
rios princípios se mantém constantes:
os Príncipes representam suas cida-
des, para o bem e para o mal. Eles são
encarregados da lei, da governança
e do cumprimento das Tradições.
Essas Tradições descrevem os direitos
e responsabilidades do Principe, tais
como poder conceder ou reter o di-
reito de seus súdiros de Abraçarem,
ou de sentenciar um Membro em seu
dominio à morte final.
Deveres do Principe:
E IMPOR AS TRADIÇÕES: Sc a
Mascara vacila em uma cidade
da Camarilla, os Justicares não
procuram aqueles que quebra-
ram as Tradições, mas sim o
Principe que supostamente de-
veria garantir seu cumprimento.
E JULGAMENTOS: O Principe rea-
liza codos os julgamentos, ou
aponra outro para a tarefa.
E CONCEDER FAVORES: Ouvir
petições de outros Membros c
atribuir domínios e territórios
de caça na cidade.
E PRESIDIR A CORTE: Encontrar
e aceitar formalmente visitantes
na região, segundo as Tradições
do Dominio c da Hospitalidade.
Estirpes de Membros
Príncipes
Todo Principe governa à sua pró-
pria maneira; o que une a maioria
deles é um amor pelo jogo político e
um talento para exercer o controle.
M proreras: Estes Principes
agem como se falassem por um
poder muito maior que eles
próprios. Tipo comum entre
Ventrue e Tremere.
E vésporas: Governando com um
punho de ferro, não toleram dis-
cussões nem permitem que trans-
gressões fiquem sem a devida
punição. Scus Xerifes e Delegados
são organizados quase como uma
polícia secreta. Tipo comum en-
tre Tremere e Assamita.
E MaGNaTas: Focados em deta-
lhes c obcecados com fatos e
números, preocupam-se apenas
com resulcados. Tipo comum
entre Nosferatu c Ventrue.
E soseranos: Usando dc cn-
trerenimento e jogos de status
para distrair e ariçar seus sú-
ditos, estes Príncipes ficam no
poder pela força do próprio
carisma. Tipo comum entre
Torcador c Malkavianos.
E seLicistA: Focados completa-
mente em atacar seus inimigos
e punir seus rivais, estão sempre
dispostas a guerrear. Tipo co-
mum entre Brujah e Assamita.
E DeMaGoGo: Usando o caos ou
caprichos para ocultar seus
verdadeiros propósitos, contro-
lam seus súditos por mcio de
distrações. Tipo comum entre
Malkavianos c Toreador.
Exemplos de Membros
Príncipes:
JOSEPH PETERSON! Ancião da
Sétima Geração, Clã Ventrue, abra-
cado em 1972. Principe Emérito.
Joseph é a cria do Principe Lodin de
Chicago c um ex-magnata da im-
prensa que ainda exerce influência
sobre os jornais, estações de T'V e
até sites da região, por meio de suas
conexões familiares. Ele serviu como
Principe de Chicago por dois meses
em 2006, assumindo o papel porque
ninguém ousou fazé-lo naquela
época turbulenta. Desapareceu da
cidade pouco depois de deposto
em uma espécie de golpe palaciano,
com seu odiado rival, Kevin Jackson,
assumindo seu posto. Agora vive 20
norte da fronteira c raramente sai

de sua mansão. Recusa-se a
dizer o que causou sua fuga
do comando e não fala sobre
seus inimigos, mas no geral
presume-se que planeja reto-
mar O poder.
LOISE “ROUGE ROI”
COUsINEAU. Anciã da
Nona Geração. Príncipe
de Marselha desde os anos
1940. Mais conhecida por
ser uma tirana de sangue frio que
prefere beber o Sangue de outros
vampiros, destrói sem piedade
quem a desafia. Foi convocada pelo
Chamado em 2017, e agora vaga
por algum lugar próximo de Riade
onde, até onde se sabe, uniu forças
com um xeicado tradicionalista
islâmico em busca de objetivos
desconhecidos. Loise ainda gover-
na seu território à distância, pelo
menos oficialmente. Na verdade,
sua correspondência tem sido cada
vez mais rara, c começam a surgir
sussurros de que talvez seja hora de
Marselha ter um novo regente.
RICARDO LUCERO: Nesta época
de mudanças, não é de se admirar
que novos poderes — ou antigos,
se preferir — subam à ribalta. O
Governador Calcu de Buenos Aires,
conhecido como Ricardo Lucero,
havia se passado por um Ancião in-
tegrante do Clã Tremere por sécu-
los, quando Membros proeminentes
de sua cidade desapareceram quase
que da noite para o dia. Ele então
decidiu que era o momento de reve-
lar sua verdadeira identidade como
um dos Afogados, pertencente a
uma raça nativa muito poderosa.
De forma surpreendente, a reve-
lação chocou poucos Membros.
A maioria ficou preocupada com os
, . .
súbitos espaços vazios onde antes
“O Profeta Ventrue faz
imediatamente o que deve ser
feito, enquanto o Soberano
Toreador ataca apenas quando
as / .
não ha mais nada a ser feito. E
- ANNE BOWESLEY, EX-PRÍNCIPE
DE LONDRES
A CORTE
ocupados por seus líderes.
O Principe tinha desapare-
cido, então Luccro, um dos
Membros mais velhos que
restaram, tomou o papel de
governador com o apoio dos
demais integrantes de todas
x
as seitas. Eles o viram como
um independente que pode-
ria estabilizar a cidade e
prepará-la para o inevitável
massacre da Inquisição. Por
ora, esperam pelo verdadeiro teste
de seu comando e determinação.
O Senescal
Camareiro, Assessor, Tenente
Um Senescal é a mão direita do
Principe, autorizado a delegar em
sua ausência. Não é uma posição
facil de se preencher, talvez por-
que todo mundo veja um Senescal
voluntário como um traidor em
potencial. De qualquer modo, o
Senescal é um papel tradicional na
corte, e um bastante influente. É
uma posição na qual estrategistas,
administradores c conselheiros
prosperam, e uma que vale a pena
ser almejada se você tiver um
talento para perceber coisas que
costumam ser ignoradas.
Muitas vezes o Senescal ocupa
o papel de Intendente do Dominio
quando um Principe cai em torpor
ou fica incapaz de exercer suas
funções. No entanto, urubus feste-
jam alegres com qualquer carniça,
e poucos Príncipes escolherão um
Senescal que olhe muito avidamen-
te na direção deles. Por esse mo-
tivo, a maior parte dos Senescais
provou do Sangue de seu gover-
nante ao menos uma vez.
CAMARILLA
Em vez de sentar-se no trono, é preferível
ser o poder por trás dele. Disso todos
os Senescais inteligentes sabem. Exceder-se é
uma bela forma de atrair acidentes.
Não, aquele que aprecia sua existência
investe melhor seus recursos ao passar
informação adiante e ao ficar pronto para
cair fora ao menor sinal de problema.
— ALAN SOVEREIGN, SENESCAL VENTRUE DE CHICAGO
Exemplos de Membros Senescais:
ROGER DE CAMDEN — antigamente de Londres —
serviu ao Principe Mithras como Senescal e Parer de
seu culto por quase um milénio, inclusive depois de
seu próprio falso assassinato. Alguns dizem que de
Camden era Londres — na medida do possível em
que qualquer Membro possa representar uma cidade
— porque que ele servia a Lady Anne tão diligente-
mente quanto ao predecessor dela, e assim persiste até
hoje, enquanto Membros acima dele cairam. De fato,
quando Lady Anne foi destruída junto do que sobrou
de Mithras, o ficl De Camden levou o culto à Escócia.
La ele deu continuidade à adoração de Mithras como
Pater e Intendente de Edimburgo, e cada Membro que
o seguiu partindo de Londres possui um frasco do po-
deroso Vitae de Mithras como um valioso cesouro.
ALAN “O CONTADOR” SOVEREIGN: Um Ventrue pe-
tulante e fanhoso da Nona Geração, Alan Sovereign é
tudo o que um domínio moderno poderia querer de seu
Senescal. Como Mordomo de Chicago, Sovereign serviu
a sucessivos Principes como um administrador, conta-
dor e formador de opinião capacitado. Geralmente visto
como o homem por trás do crono, Sovereign até então
resistiu a toda tentativa de difama-lo e, para todos os
fins e propósitos, parece ser um Membro totalmente
enfadonho e sem ambição. Na realidade, Sovereign tem
mais influência sobre os bancos comerciais c de investi-
mento de Chicago que qualquer outro Membro, c tem o
poder de encerrar qualquer carra de crédito ou esvaziar
qualquer conta com um simples telefonema. Ele é, em
segredo, proprietário de centenas de imóveis, alguns dos
quais são refúgios.
EsKja “PANTUFA ROSA” MiNERvUDÓTTIR: Nascida
uma menina rústica de uma família de pescadores nos
fiordes da Islândia, Eskja foi capturada por piratas da
Berbéria em 1627 durante os ataques do Tyrkjarânio,
depois vendida em Istambul — tornando-se proprieda-
de de um Principe Torcador que amava tanto sua beleza
única que a transformou em senhora de seu palácio. O
tempo que passou com ele se provou doloroso, porém
frutifero, porque eventualmente, em um momento de
paixão, ele drenou rodo seu sangue e, temendo que ela
morresse, deu um pouco de seu próprio, para que so-
brevivesse, No entanto, tão logo adquiriu poder, cla o
abandonou para viajar pelo mundo, passando diversos
séculos em torpor na Islândia. Só na última década

retornou a Istambul (que muitos de nós chamamos de
Constantinopla) para servir a outra cria de seu Senhor
como Senescal, na esperança de reviver o Sonho,
O Conselho da Primigênie
o Senado, o Presidium, o Conselho de Anciões
O Conselho da Primigênie representa os interesses dos
clãs e aconselha o Principe em assuntos envolvendo a lei
e o governo. Tradicionalmente, consiste em represen-
tantes de cada um dos clãs predominantes no domínio
— favorecendo, naturalmente, aqueles da Camarilla,
ainda que seja permitido que forasteiros relatem quais-
quer questões a um Primogênito que não seja do seu
próprio clã, Primogênitos geralmente são Anciões, mas
apesar do significado do termo (*o que nasceu primei-
ro"), não há regras que ditem que seja assim. De fato,
nas últimas décadas, mais c mais conselhos têm visto
mudanças drásticas em sua estrutura.
O Chamado enfraqueceu muitos domínios ao ar-
rastar para longe os mais velhos de nossa raça. Alguns
conselhos da Primigênie agora operam de forma rota-
tiva. Outros limitaram seu tamanho a apenas crês ou
cinco integrantes, forçando um número impar para
que votações se resolvam mais facilmente. Alguns
domínios menores chegaram a implementar a regra
segundo a qual integrantes do conselho devem ter me-
nos de um século de idade, na crença de que represen-
tantes de clãs precisam estar mais familiarizados com
a cultura contemporânea e as prioridades dos Neófiros,
Deveres e Alçadas do Conselho da Primigênie:
E JULGAMENTO POR JÚRI: Ainda que Principes te-
nham a prerrogativa da punição, é comum que seu
conselho da Primigeênie sc reúna
para deliberar o veredito de
culpa ou inocência.
MH ACONSELHAMENTO E “O Príncipe pode
APROVAÇÃO: Antes de um cair a qualquer noite.
Príncipe tomar uma decisão
importante em relação ao bem- Quem continua é
-estar do domínio, é obrigatório o Primogenito.
. A
que se reúna com a Primigênie,
O Príncipe pode ignorar a orien- - CAPONE,
VENTRUE
tação que receber, mas isso quase
sempre é insensato. Principes
são facilmente substituídos.
A CORTE
Pedigree da Primigeênic
Salamari, a famigerada Harpia, uma vez disse jocosa-
mente que “os conselhos da Primigênie se dividem em
seis pedigrees”, e os definiu da seguinte forma:
E o trisunaL: Entendendo-se como juiz e júri, tentam
incansavelmente encontrar os culpados e puni-los,
mM ocircuLo: Esta Primigénic é obcecada com igual-
dade c em manter tudo em equilíbrio.
E Os DIRETORES: SÓ pensam cm negócios « não têm
tempo para frivolidades, e consideram o tempo que
passam na corte um desperdício.
E os parrícios: Esta Primigênic é convencida de
que é formada pelos Membros mais importantes da
cidade, « têm opiniões grandiosas sobre seu status e
poder. Ai daqueles que não mostrem respeito.
E O sinbicaro: Na crença de que são representantes
de todos os Membros que não têm uma voz na corte,
posicionam-se c falam em nome do “ancilla comum”,
E o comitê secrero: Esta Primigênie não compare-
ce à corte e raramente encontra-se pessoalmente,
se é que o faz, São os Anciões da cidade que ainda
se interessam por política, mas interagem com o
Principe e entre si apenas por meio de cartas ou
representantes.
Exemplos de Membros da Primigênie:
STEPHEN THUNDERHORSE: Enquanto alguns domi-
nios tém Príncipes ou são liderados por conselhos da
Primigénie, Providence mantém uma comissão de
Senadores que inclui Stephen Thunderhorse, Ele re-
presenta as novas potências corporativas financeiras
dos Sangues Azuis modernos c, até então, têm servi-
do bem ao seu clã. Apesar de ser um Neófito de 13º
Geração, sua influência sobre Membros e o gado faz
com que seja o tipo de Ventrue que
a Diretoria do clã quer em sua van-
guarda. Thunderhorse foi abraçado
aos trinta e poucos anos sob falsas
premissas (seu Senhor pensou que
ele lavava dinheiro, mas na verda-
de era um corretor legitimamente
»”
competente), e já é conhecido por
seus modos hombásricos e enérgicos
PRIMOGÊNITO no senado estadual dos Membros
DE CHICAGO
de Rhode Island. Muitos acreditam
que ele vai longe.
CAMARILLA
MYLENE “pUCK” HAMELINE Não é surpresa que os
Ventruc ocupem tantas posições de poder nas noites
de hoje, mas nem todos eles são líderes tradicio-
nais. Esta ancilla de 10º Geração é a Primogênita de
Toronto, mas lhe falta boa parte do ar e da graça de
seus colegas de clã. Teimosa e espontânca, Mylene é
uma ex-advogada que vem de uma familia de ascen-
dência vicinamita e canadense, Ela ainda se relaciona
descaradamente com o gado ao ficar com mulheres
mortais (e costuma fazer isso sem se alimentar), xin-
ga alegremente seus colegas de conselho com muitos
palavrões quando discorda deles, e promove surras de
integrantes de seu próprio clã quando eles saem da
linha. Há quem pense que cla é chamada de “Puck” por
causa da aparência feérica, mas logo descobrem que,
na verdade, é porque tem toda a sutileza c a nuance de
um puck, um disco de hóquei de gelo. Apesar disso,
Hamelin é popular em seu domínio. Ela sempre faz
com que os interesses de seu clã tomem a dianteira, e
não tolera dissidências dos Anarchs.
O ancilla desgarrado conhecido como IVAN KUTKHA
é uma das adições mais recentes ao conselho da
Primigéênic de Nova York. O conselho é relativamente
novo e maior que o de muitas cidades, visto que a
comunidade de Membros é quase tão diversa quanto
a de gado. Fora os representantes dos clãs centrais
da Camarilla, o conselho também inclui integrantes
de clãs independentes, um Brujal leal, bem como
um Ncófito de 13º Geração que representa cidadãos
sangues-ralos anônimos do dominio. E, é claro,
Ivan. Quando se apresentou, oferecendo-se como
Primogenito, foi recebido com suspeita pela maior
parte do conselho, mas suas conexões com a comuni-
dade russa em Little Odessa fizeram dele um acrésci-
mo indispensável. Ter amigos na máfia torna muito
mais facil encobrir algumas brechas na Mascara,
Para a maioria dos nova-iorquinos, puxar o saco de
um Caitiff suspeito com certeza vale a pena.
Secretário do Clã
Às vezes um Primogéênito escolhe indicar um segundo
em comando. O Secretário do Clã encarregado de
coletar as opiniões dos vários integrantes do clã ou
facção, e serve como um executor e conselheiro do
Primogênito.
100
Exemplo de Membro Secretário do Clã:
Jasman “cuLoseIMA” sTANFIELO: Âncilla sangue-ralo
e afroamericana nativa de Baltimore. Serve como
Preposta do Clã para o que resta dos Brujah na
Camarilla. Quando não está dando suporte ao seu
Primogénito, ela controla a indústria ilegal de jogos
de azar em sua cidade, e recebeu do Principe o direi-
to de matar qualquer mortal ou aprisionar qualquer
Membro que encontre no comando de qualquer arivi-
dade de apostas sem sua permissão. Sua maior fraqueza
é seu gosto pessoal exatamente por jogos do tipo — seu
nome aparece em registros de préstimos em toda a
Costa Leste, visto que raramente deixa passar uma
aposta se achar que pode ganhar.
O Xerife
Pretoriano, Algoz, Inspetor, Executor
O Xerife garante que as Tradições e os decretos do
Principe sejam obedecidos, caça transgressores e
aplica a punição justa, No caso de violações meno-
res ou inimigos conhecidos da Camarilla, o Xerife
geralmente tem a autorização para agir tanto como
juiz quanto como exccutor/carcereiro, mas quando se
trata de ofensas maiores, cle leva os acusados à corte
para julgamento.
Xerifes devem ser eximios caçadores e investiga-
dores. Há várias formas de realizar o vrabalho, mas os
melhores Xerifes são caleulistas, precisos e impiedosos.
Após o renascimento da Revolta Anarch, e dada a im-
portância de manter a Máscara, nossos Xcrifes devem
estar sempre atentos a sinais de insurgência, sem medo
de atacar quando encontrá-los.
Em domínios grandes, o Xerife c o Senescal
podem dividir o papel de Chefe de Inteligência,
compartilhando entre si conhecimento e rumores
envolvendo traidores em potencial. Um domínio
no qual ambos rrabalhem em consonância é rápido
para derrubar qualquer um que esteja espalhando
mentiras sobre nossa seita ou tentando incitar qual-
quer tipo de revolta.
Deveres do Xerife:
E Proteger a cidade dela mesma.
E Localizar c punir transgressores da lci.
 A CORTE

Você acha que eu gosto de caçar canalhas e infratores? Acha que

eu aprecio decapita-los do jeito tradicional, colocando suas
cabeças em espetos fora do Elisio para todos verem o que acontece
com depravados? Bem, você estaria certo. Eles deviam ter pensado
nisso antes de infringir nossas leis.
- IRMÃ JANE, XERIFE DE COPENHAGUE

Exemplos de Membros Xcrifes: Uma combatente astuta e ferrenha, não tolera de forma
joseriNE ADELBRANT: Ex-policial de Gotemburgo que alguma mentirosos, criminosos € Anarchs traiçociros.
descobriu um pouco demais sobre os Cainitas enquanto
trabalhava nas ruas da cidade e fugiu. Um bando Anarch NICK KiLPATRICK: Neófiro de 12º Geração. Tr abalhou
que ela investigava a perseguiu até Estocolmo, apenas come agente de fiança no negócio da família antes de
para cair nas garras de uma corerie de cães de guarda ser Abraçado em 1994 por seu irmão, Ai chur (agora
da Camarilla que há tempos estava de olho neles, Foi desapa ecido). Haje, Kilpatrick é Xerife de Cincinnati,
protegida por um tempo até ser Abraçada em 1985 pelo protegendo a cidade de todo ripo de caos e atividade
lider da coteric, que mais tarde tornou-se Xerife (ou criminosa. Ama seu trabalho c é conhecido por sua
“Brandvake”) daquela cidade. Josefine foi sua cria leal are ânsia de punir qualquer forma de transgressão, nem
ele morrer num incêndio iniciado por Anarchs que re sempre esperando pelo julgamento do Pr incipe antes
jeitavam scus metodos, do qual cla mal escapou com sua de fazé-lo. Apesar do “emprego” como Xerite na corte,
não vida. Desde então, cla assumiu O cargo como Xerife, Nick c cle próprio um criminoso hábil, que as vezes

101
CAMARILLA
usa suas habilidades de ladinagem para abrir cofres.
Propenso a períodos de depressão, às vezes demonstra
tendências suicidas e uma profunda vergonha de seu
vício em se alimentar de dependentes de crack e outros
usuários de drogas para satisfazer seu vício. Sua grande
família é sua maior fraqueza. Ele tenta escondé-la o me-
lhor que pode, mas a Kilpatrick Promotora de Crédito
é uma empresa famosa, e em certa ocasião sua avó foi
sequestrada por uma gangue Anarch. Apesar de não
ter encontrado sua avó com vida, a gangue desapareceu
sem deixar vestígios.
O Arauto
Bisbilhoteiro, Harpia, o Noticiário, Embaixador,
Voz do Príncipe
Um Arauto age como a voz do Principe, proclaman-
do decretos aos Membros súditos e levando mensa-
gens de e para outros governantes. Nestes tempos,
quando devemos temer o uso da tecnologia, muitos
Arautos ainda são bem conectados fora de seus
domínios, encontrando formas sem Fim de comu-
nicação e nos dando uma forma de alcançar nossos
semelhantes, apesar dos perigos. Nos Elísios quase
sempre há um Arauto contando histórias sobre as
ações dos Membros, celebrando nossas vitórias c
compartilhando notícias de inimigos e aliados em
territórios distantes.
Em alguns domínios não há Arautos assim, mas É
inevitável que certos indivíduos, que por acaso sejam
suficientemente inspiradores ou carismáticos, ganhem
a confiança c a atenção de muitos — e o controle do
“A parte que eu mais gosto dos meus deveres é
declarar a Caçada de Sangue. Ver o ávido fogo
da justiça iluminar os olhos dos Membros, todos
sedentos por entretenimento e bebendo cada
uma das minhas palavras. Ser uma
Arauta é uma responsabilidade magnifica.”
— KRYSTYNA, “O PAVÃO”, ARAUTA TOREADOR DE VARSÓVIA
status e da verdade que vem com isso, Costumam rece-
ber o título de Noticiários daqueles que os apreciam.
Outros, ecoando Virgílio, cochicham sobre as insaciá-
veis Harpias.
Uma tarefa importante em qualquer domínio
é a de manter os registros de prestações, o sistema
de favores trocados, oferecidos, ganhos e usados.
O Arauto responsável por isso é conhecido como
o Chanceler.
Prestação
O sistema de prestação substitui sentimentos de
isolamento c fome com algo por que lutar, com favores
e recompensas que podem ser ganhos. A beleza do sis-
tema está em sua simplicidade, Quando quer que um
Membro peça, publicamente, pela assistência de outro,
o Chanceler a registra diligentemente. Dessa forma,
favores se tornam empréstimos a serem pagos, inves-
timentos no futuro. Pagar as dívidas é uma questão de
honra, e aqueles que se recusam descobrem-se caçados
e desprezados.
Deveres do(s) Arauto(s):
E Anunciar os decretos do Príncipe.
E Manter os registros de prestação.
Exemplos de Membros Arautos:
KRYSTYNA “o PAVÃO” KowaLskI, muito amada €
celebrada, é a Arauta de Varsóvia. Desde que foi
Abraçada em 1910 revolucionou a cidade para os
Membros, abrindo caminho para o cultivo de uma
vida noturna cada vez mais pulsante c desenvolvendo
um sistema de troca de informações que beneficia
todo o domínio, De seu refúgio no Opera Club ela
age como uma central de norícias c rumores, e qual-
quer um que queira influenciar as novas histórias que
animarão os Membros da cidade em suas intrigas ver-
tiginosas vêm à sua procura. A posição de Kowalski
poderia facilmente colocá-la em apuros, mas ela sabe
como o jogo funciona. Seus esquemas são sérios o
bastante para manter a vida noturna interessante,
mas sem jamais amcaçar o domínio em si. Dizem que
os Membros de Varsóvia amam seus planos e adoram
a Arauta; Krystyna sempre se veste de forma vaidosa,
em cores e tecidos vibrantes, refletindo sua atitude
irreverente para com o mundo.

ARKADY “O CENSO” vocêL: Um Gangrel de 12º
Geração do domínio de Belgrado, Vogel esteve nos
bastidores dos assuntos dos Membros da cidade por
séculos, raramente interagindo com outros vampiros.
Sua preferência, como antigo escriba a serviço da
Fortaleza de Belgrado, é a de ficar fora do caminho
dos outros, fazendo anotações sobre tudo o que vê e
todos os alvos que descja caçar, Arkady é um exímio
biógrafo, à sua própria maneira. Apenas quando o
Movimento Anarch ressurgiu cm anos recentes e
seu clã deixou a Camarilla, foi que ele se posicionou
e disse “não”. Vogel despreza o caos e o perigo dos
Anarchs, ansiando pela estabilidade da Camarilla,
Com isso em mente, ele ofereceu ao Principe seus
serviços como Arauto da cidade, visto que conhecia
os meandros tanto dos Membros da região quanto
dos mais distantes. Como resultado, ele é um dos
Arautos mais velhos da Europa. O Gangrel, pequeno
c franzino, despreza o apelido de “harpia”, e dizem
que guarda rancor de qualquer um que ousc chamá-lo
dessa forma.
Dirigente da Fé
Em tempos dificeis, tanto os Membros quanto o
gado se voltam à fé em busca de conforto e orien-
tação. O Dirigente da Fé é um cargo antigo, que
foi retomado recentemente em certos domínios.
O titulo cobre uma gama desconcertante de conse-
lheiros da corte no que se refere a assuntos da alma,
desde o pregador cristão, lembrando os Membros do
domínio de sua humanidade, ao Hagimita erudito
que aconselha o Principe em assuntos de diplomacia
cultural com os cultistas de matusaléns, na tentativa
de ensinar o respeito aos ancestrais. Alguns são fa-
náticos intolerantes que querem excirpar a heresia,
outros representam uma congregação mais ampla de
fiéis em busca de significados mais profundos além
do governo secular da noire.
O Dirigente tem um grau de poder variável, que
vai de oficiante de rituais da corte que ninguém leva
muito a sério, a ser capaz de sobrepujar o Principe
no que tange a fé c o perdão. Alguns Dirigentes são
consultados até mesmo no que se refere à interpre-
tação das Tradições. De um modo geral, o Dirigente
é indicado pelo Principe, mas ele também pode ser
um pregador popular que ascenda ao poder oficial
103
A CORTE
por meio de sua congregação. A crença de um
Dirigente poderoso quase sempre se torna a religião
oficial de um domínio.
Desde que o sacerdócio doentio do Sabá aban-
donou a maioria das nossas cidades, a fé, os títulos
religiosos e a adoração tornaram-se mais aceitáveis
na Camarilla, porém mesmo agora poucos ousam
usar a nomenclatura maculada dos católicos, de
Bispo, Cardeal, Priscus « Templário. Mesmo a
Igreja de Caim prefere usar títulos do Islã ou de
denominações ortodoxas ou protestantes, como
Imã, Alim, Pastor, Arquimandrita, Ministro,
Hicrodiácono ou Protopresbitero. Quando o
Dirigente representa o culto de um Matusalém ou
outra fé singular dos Membros, os titulos aplicados
a cles c seus subalternos são, é claro, emprestados
de tradições daquele culto de sangue em específico.
Exemplos de Membros Dirigentes:
DOYLE “ASSIS” FINCHER É um católico devoto, filho
de imigrantes irlandeses, que desde pequeno traba-
lhou como açougueiro nos infames abatedouros da
Chicago do inicio do século XX, Ele tinha extrema
proficiência em sua função, mas era altamente
antissocial com seus semelhantes, sentindo-se
confortável apenas no abate de animais, que ele
era capaz de acalmar e despachar sem dor alguma,
com súplicas a São Francisco. Sua eficiência ins-
pirou Inyanga, a primogênita Gangrel de Chicago,
a contratá-lo como seu “rastreador c açougueiro”,
testando-o cm várias expedições e viagens de ca-
ada. Ela tinha tanto prazer em vé-lo trabalhar
que o Abraçou. Como sua Senhora, Doyle sempre
preferiu se alimentar de animais, dizendo ter uma
conexão espiritual com cles no momento da morre,
a qual ele experimentava como um momento de
“Nesta noite vamos ensiná-los a comungar
com sua alma, seu Sangue, sua Besta,
e a entender no que vocês podem se tornar
caso decidam tentar.”
— DANIEL ANDERSON, EXAURISTA DE 10º (ANTES 11")
GERAÇÃO
CAMARILLA

comunhão com seu santo de devoção. Essa é uma punido e em vez disso recebe uma tarefa ingrata.
das razões pela qual cle serve como Dirigente da Uma Sombra cultiva sua coterie, transformando-a
Fé do atual Principe de Milwaukee, Hoje, Fincher em uma equipe de aliados úteis e leais — mas se é
tem um grande curral na zona sul da cidade e, o Principe ou a Sombra que pontua primeiro não
usando várias ambulâncias para transporte, vende importa, desde que quem vença seja a Camarilla,
uma enorme seleção de sangue animal a outros
Membros. Ele é conhecido por oferecer abrigo a
Membros de todo tipo durante vários conflitos em Exemplos de Membros Sombras:
Milwaukee, provendo santuário no subsolo de sua LEA “GAROTA GOLCONDA” suAaREZ C um Membro da
Fábrica até mesmo a Anarchs c forasteiros. nº Geração, Abraçada em 1864. Dizem que ela já
teve um marido e quatro filhos amados, todos agora
CILLIAN KYBER É um Ncóliro extremamente caris- mortos por razões não reveladas. Lea nunca aban-
mático e eloquente, mas o que mais se espera de um donou sua fé católica, ainda que a tenha modificado
Torcador? Esse Membro da 12* Geração não tem um pouco, « tende a pregar a outros Membros quan-
muito impacto no cenário mundial, mas é uma es- do eles estão menos interessados. É bastante conhe-
pécie de celebridade em seus próprios circulos sele- cido o faro de que ela transformou o padre de sua
tos, Em sua invenção mais recente, ele tornou-se o paróquia em um carniçal e governa a congregação
autoproclamado Nodista de Belfast. Como foi que como um anjo vingativo, usando scus paroquianos
obteve uma cópia do Livro de como seus olhos e ouvidos na
Nod c fragmentos do Diário cidade. Agora ela serve como
da Jyhad são seus segredos Sombra a uma coterie conhe-
mais bem guardados, mas cle “Livrem-se de suas cida como Anjos da Vingança.
é absurdamente convincen- Eles têm a casa paroquial como
te quando, com um sorriso
lanternas. É hora de seus sua sede, e costumam ser vistos
e uma piscadela, declara ser olhos se acostumarem vestidos como padres e freiras.
capaz de dizer onde no mun- Uma das principais crenças
do cada Antediluviano está a escuridão.” de Suarez é a de que viver cem
enterrado e por onde Caim — MARTHA, MÃE DOS PERDIDOS, anos sem sucumbir ao frenesi
perambula no momento. Ele SOMBRA DE MUITOS seria um passo fundamental
diz até mesmo ter encontra- para sc alcançar a Golconda,
do o Pai Sombrio em pessoa. Em apenas alguns meses ela vai
Ainda que os Membros mais experientes rejcitem atingir um século inteiro sem sua Besta ter vindo à
Kyber como um charlarão, cle tem os Ncófitos mais tona uma única vez, e está louca de ansicdade, es-
jovens de seu domínio batendo palmas cada vez que perando resultados imediatos quando o dia chegar,
abre a boca. depois de tanto esforça.

YURI “KOSCHEI” KOSTYUSHEV diz ser um primo dis-

A Sombra
A Sombra é um conselheiro formal de uma corerie,
indicado pelo Principe para pastorcá-los atraves
do campo minado da sociedade dos Membros. A
Sombra não lidera a coterie e não tem nenhuma
habilidade especial de punir ou disciplinar seus
integrantes. Ela costuma ser um Membro muito
mais velho, com sabedoria ou talentos únicos,
digno de orientar os jovens, ou então alguém que
irritou um Príncipe, mas não pode ser abertamente
tante dos Romanovs, da Rússia. Foi Abraçado em
1916 por um Nosferatu, que conheceu enquanto
participava de um dos festins carnais suntuosos de
Grigori Rasputin. É soberbo, arrogante e autori-
tário, e acredita piamente em atacar antes de ser
atacado. Em anos recentes, tem sido Sombra de
uma gangue de motociclistas chamada de Cossacos.
Koschei recruta os integrantes pessoalmente:
Membros jovens que tenham algum tipo de pa-
rentesco sanguínco com os verdadeiros Cossacos
russos. À coterie às vezes trabalha com seus aliados
 A CORTE

humanos, uma gangue de morociclistas chamada “A Escandalosa Rainha do Glitter Camp-Vamp”, e

Lobos da Noite, para realizar missões para Yuri. ele é famoso por seus espetáculos opulentos, teatrais
c muito cômicos, nos quais (deliberadamente) evita
ideias tradicionais sobre o que é considerado de
bom tom. Apesar de seu eterno bom humor e jeito
O Guardião do Elísio seduror, cle tem muitos inimigos por ser implacável
Todos os andarilhos da noite cansados, cedo ou ao agir para manter a paz do Elísio, o que talvez
tarde, se veem atraidos pelo Elísio, Carregamos explique a porquê de cle não ter saído do scu esta-
fardos pesados, e o Elísio proporciona descanso e belecimento em quase vinte anos.
uma forma momentânea de esquecé-los. Prazeres
puros em um caminho escuro. Um lugar de contem- DELIA DAWES é conhecida como “a Cavilha” porque,
plação e socialização entre os nossos, É isso que o assim como essa parte da granada, a falta dela cau-
Guardião protege. saria a explosão de seu domínio. A novata, psicólo-
Indicado pelo Principe, e quase sempre aliado ga c avida frequentadora de casas noturnas nasceu
próximo dos Arautos, o Guardião do Elísio é encar- nos anos 1980 e foi Abraçada na cidade inglesa
regado de realizar cerimônias e reuniões sociais, e de Bath hã um ano. De forma alguma o destino
de manter um santuário onde conflito algum pode de um domínio deveria ser a responsabilidade de
entrar. Compartilhamos alguns Elísios com o gado, alguém tão jovem, Ainda assim, Dawes percebeu
e neles a Máscara deve ser rapidamente que tinha sido
sustentada, Outros são locais
altamente seguros, restritos a
“É uma grande honra Abraçada em uma cidade pres-
res a cair em guerra civil. Em
Membros, onde somos livres hospedar meu Príncipe e sua sua primeira noite no Elísio,
para remover nossos véus € descobriu que os Tremere
vestir O rosto que queremos. corte. Toda noite me sinto estavam planejando dar um
Em qualquer Elísio da estimulado a satisfazer meus golpe cm Jackdaw, seu Senhor
Camarilla o Guardião vai e Principe. Ela também perce-
acolher apenas aqueles que companheiros cortesãos e a beu que os Ventrue e Toreador
já são bem-vindos na cida- mediar o debate e o conflito. enviariam seus carniçais para
de, por ordem do Principe. queimá-los em seus refúgios,
Integrantes de elis Anarchs Não há elogio maior do caso prosseguissem com o pla-
só são bem-vindos em nossos
Elísios em ocasiões raras, ou se
que saber que esse papel é no. Dawes agiu por impulso
quando estava sozinha com seu
tiverem renunciado à sua seita confiado a mim.” Senhor e, discretamente, ma-
c jurado Icaldade à Camarilla. tou-o ela mesma. Com o golpe
- GYÔRGY KOVÁCS, TREMERE
Como nossas leis não oferecem PACIFICADOR (TRADICIONALISTA) neutralizado antes de começar,
proteção aos sangues-ralos, DE BUDAPESTE ela começou imediaramente
eles estão tão seguros em um sua campanha de distração.
Elísio quanto o gado. Acreditando que o que os Membros precisavam
era de entretenimento, tornou-se obcecada em for-
necé-lo, passando a organizar bailes de máscaras,
Exemplos de Membros Guardiões: raves, tours históricos pela cidade e qualquer outra
MICHEL “CcaMP-VAMP” HoULE cem sido o Guardião demanda da comunidade. Caso falhe, acredita que
do Elísio desde 1986, bem como senhorio e uma cs- Bath pode entrar em colapso. Ainda que seja uma
pécie de dândi do Revival Burlesque & Queen Club bela jovem, Dawes muitas vezes parece estar estres-
de Toronto, que é considerado, junto com o quar- sada, com cabelo desgrenhado, usando roupas da
teirão todo à sua volta, um Elísio, Um verdadeiro noite anterior c com um olhar faminto no rosto.
empresário e mestre de cerimônias do caos, Houle Ela não gosta de se alimentar enquanto outros em
é, e sempre será, um artista. Seu nome artístico é scu dominio ainda rém fome.

os
 As Festas promovidas no END OF
THE LINE (FIM DA LINHA) são som-
brias, hedonistas, dificeis de entrar
c ainda mais dificeis de sair. Tem
alguma coisa nelas que te faz per- noturnas no mundo todo: cuide da

TETO der a noção do tempo. É delicioso.

O End of Line vai aonde CONUC
que o público esteja louco para
sua vida, Fazemos o que queremos,
desde que a festa dure apenas uma
noite de cada vez.

Ore ias POPA pu CO TT ROLO ECOS

mais recentes diziam que a festa O ART HOLE (BURACO DA ARTE) É

ao Redor
EDER Ara OR Lira ORA TELE CRC e UE ATO UUraro TA
donado na orla, nos arredores de em Nova York, e falo dela porque
Helsinque. A notícia correu boca a LUST OT ATE O STELLA

do Mundo boca, do KitKacClub em Berlim ao

Bassiani em Tibilissi, fazendo com
do visualmente do que nesse Elísio
de nome FA RARIU OA Ouvi dizer PUTA
que até os mortais queiram fazer na verdade, ele é mantido por uma
parte da festa, mesmo sem saber o anciã do Clã Brujah, ainda que cu
que acontece lá. Fluir com a mú- nunca tenha conhecido a esquiva
TOC PO E LET ICUR sensação Rr sta. Weisc. Talvez o Chamado
ESCORRE SET Te CIA O tenha convocado. De qualquer for-
Membros é ocultada pela ignorin- ma, sua galeria permanece aberta,
Fr ET re RR EURO FA PIRATAS e mantém em exibição algumas das

Ro
 polo] UR

obras mais vividas e ousadas desta

” [a
PET IR LATA] UE nr] meu coração ressequido. Tudo or-
PERUA Lire eee OR LAIO em que preferimos ficar em locais ganizado pelos Guardiões, mas que
feitos por pessoas como você e cu, fechados em vez de nos arriscar a PARROT poe TOTO TS CA TRA
PENTAERA Ora AO E To EL CO O UT ESTEIO CORO eee e roer não considera menos sagrado. Em
local esteja expondo uma série de PES TUSATO AO PASSO Guardião, no de noites vazias é reparador ficar aqui
[EO ETA PETS EEE e ETC outro Membro ou na casa de um ATE (LETRA RUE AT oe o
tranquila para os Membros mais mortal depois deste ter devidamente so, 4 menos que tomado daqueles
EESC A TENGO MR UA E SETOR DURE e LES a AU ER Dis estejam de passagem,

Laço de Sangue ou então deixado

OLDER CONS RA e dA TA] inconsciente, de forma que possa aro TETRA AS SCOTT
(LamirinTO) fica na ilha de Creta. Pro UDIT TELE REUNIR TEA POTRO O ATOR a
Por muito tempo mantido pelos Os Guardiões PET po Ta ART Ora RE ESTICAR COR LTS SI (om
Toreador e Nosferatu nativos, é OCL ET CS ORE CO CO TTOa tada para negociações políticas,
dito que o lugar é um dos primei Dae ALE RS LETRA Ce co RE TCE TES é notável o controle dos Torcador
ros Elísios construido especifica- mudam o local antes da próxima na vigilância do local. Eu perdi a
CUECA TR SO PERO PTI Não [RESET re exceçãoé Ponte City, conta da quantidade de reuniões de
posso garantir que o Minotauro te- onde Membros no prédio têm drena- Membros que ocorreram debaixo
DER LO TRA Ra ROLLER ai TA PAIVA SUOR OR ER OU IO RE IATA UP RALO UR SUL TEA
RSRS TRC EO OSS TA RS Tee ERR a UR TA TR TEU o ET
Coe ta Rara COR pe DaeRES DELE Pa TR AS SEO poderiam ESTREITOS DATE
confidencialidade. O Labirinto é PT ARSESP ARS RITA ERR OR CS o OR USA ETR
um lugar permeado de sombras, e antigas da Europa, e ouvi dizer que niamos, dado o tamanho do lugar e
ETCESS EU ra DOAR O LA OR O PROL ATTITOA Co TERM ES CT o fato dele ser isolado. Os Ventruc
guardados. É um local de encontro EUA RI CA C ORE aa CTATOR RR apreciam especialmente esse tipo de
favorecido por aqueles que apre- ET COM EURICO RR A ICT DE UTETSI Elísio, visto [E TOTARO pet OO
ciam a escuridão, mas um conselho: genuíno de companheirismo entre ITC RA e RITTER e Tr
é Fácil se perder nas muitas salas aqueles que a frequentam, os ser- os debates ocorrerão e soluções
cheias de curiosidades c atrações, COLOR Te area ae Tae Ta e as CER OS TOR e CRTA ESET
a TT TRT RiRar Re Te iG RAL RETRO ET ATE RS TER TE UR violência. E
cativar o visitante, Seja quem for o
velho Guardião — ou Guardiã —,
POTE CORO Sr TA LUME SUR O
EPT e TOTO Ea ALTA OUT
eles ditos em voz alta ou não. No
Cape e] [EO que ao uu POR ATO

DR RUI STS US
is IRS MUR SI Ca AU PPT INTE

depois do planejado e com o sol

SR re O horizonte,

TR RA AA CRC A
[ETICO ALTAR Joanesburgo ER
vação para a The Traveling House
Party (Festa da Casa Irincrante), que
Paco pica INTO o RS quer que

um Guardião do Elísio se apodere

de um imóvel residencial c o declare
O OST UU SRU
CAMARILLA

OGSDO
O Elisio é onde você brilha. Seu campo de batalha, o palco de suas maiores alegrias e tristezas mais mordazes. Você
será humilhada e arrasada, enxotada em meio a lágrimas. Envolver-se-á em estratagemas tão sutis que seus inimt-
gos jamais perceberão sua conexão com a desgraça deles.
Para mim, O Elísio sempre foi o coração da Camarilla. O mais natural dos meus habitars.
Há um aspecto do Elisto que eu sempre achei fascinante. Na matoria das cidades, os Elísios são livres de violên-
cta Não nos é permitido atacar fisicamente um do oulro, ou às vezes até mesmo usar os poderes de nosso Sangue.
Uma restrição ceriamente sábia. Mas ela torna o Elisio um local pacífico, um ambiente dedicado à diplomacia e qo
consenso? Eu acho que não. As restrições a agressões óbvias só significam que podemos colocar em jogo nossos
planos mais lancinantes.
“Creio que você deve estar começando a entender o porquê do meu amor!
Qualquer que seja seu plano, ele não pode ser óbvia. Se quiser machucar alguém, não parta conra esse alguém
diretamente. Em vez disso, vá atrás dos agentes, amigos, amados, parentes mortais dele. Depois, faça uma oferta de
paz e o ajude a enfrentar esse agressor misterioso. Gulpe outro inimigo peto que acontecer, ou, melhor ainda, um
dos aliados dele, apenas para deixar o plano mais dificil de ser desvendado. Se conseguir fazer algo assim do jeito
certo, val se ver segurando a mão de seu inimigo enquanto ele chora pela familia que perdeu.
Às vezes eu paro por ai.
A sabedoria convencional do Elisio diz que você ataca o poderoso para lucrar, é o fraco para se divertir. Multos
fazem isso e parecem se divertir, então não vou dizer que não é algo que você deva fazer. Pessoalmente, sempre
achei uma falta de espirito esportivo querer destruir os vulneráveis. É fácil demais, e eu gosto de desafios. Existe
uma verdadeira emoção em humilhar alguém muito mais poderoso que você e escapar sem qualquer consequência.
Os mais poderosos dos Membros posam como antigos e sábios, mas a maior parte deles ainda é perfeitamente
suscetível à mais comum bajulação. Têm egos como todos nós e, caso se achem imunes à manipulação, são presas
ainda mais fúceis. Ainda assim, considere a possibilidade de arriscar contrariá-los. Para q maioria dos Anciões, ter
alguém que se manifeste contra eles é um evento rara. Eles se cercam de aduladores que ficam fascinados com o
que quer que digam, então podem se animar diante de um jovem rebelde. Bem, é claro que isso também pode signifi-
car sua morte.
Para realmente convencer as pessoas da sua sinceridade, você deve agir com seu coração antes de trai-las.
Imagine que um rival destruiu suas chances de realizar seu sonho de tornar-se a Guardiã do Elísio. Você é capaz de
ir até ele, flertar, desculpar-se por sua presunção e confessar que o admira desde sempre? Pode olhar no fundo dos
dos olhos dele e dizer, com toda a sinceridade, que o ama?
Um pequeno conselho sobre esse tipo de estratagema de vingança carregado de emoção: se você quer que seja
enível, tem de se permitir sentir: Se o fizer, talvez veja seus objetivos originais mudarem. Isso Já aconteceu comi-
go inúmeras vezes. Lembro de uma vez quando uma jovem Neófita, uma garota franzina, seduziu alguém que eu
cultivava como amante na época. Aquel furtasa. Criança nenhuma val tirar proveito de mim! Fui até ela e conversei
muito docilmente, e antes que eu percebesse o que estava acontecendo, estávamos tendo um caso. Parei de me
importar com meu plano de vingança original pois estava me deleitando com aquilo.
Por que tantos Membros parecem superficiais, obcecados com aparências de tal forma que betra o constrangi-
mento? A resposta é simples: proteção. Caso seus semelhantes pensem que você só se preocupa em estar seguindo
a moda do Elisio a cada estação, eles não vão descobrir sobre seu amante mortal, sua cria secreta ou sua devoção
à fé católica. Toda vez que as pessoas no Elisio descobrem que você se importa com alguma cotsa, você tem uma
fraqueza nova. Elas sabenio onde atacar.
O truque é mostrar apenas o que quer que elas vejam.

Sr
DOGSD
O
 RT ua:

A Cidade
Por mais que o Sangue amplie suas Pur Re eia PE ESSE ou nhos e fronteiras dela. Da política
Proa lor Es Eee Pit Ti Load ole vernantes, o fato de ser forçado a fi- local — quem aberta e secreramente
[Era ro O To CUL LET a ELO car depende daqueles que o destrui- Ega e Side RUI LL TRT
imaginou estarem ao scu alcance riam se saísse, Em outras palavras: a POL TA COR Po E TOME TRE pira6 TA COR a
como mortal, ele também impõe cidade de seu segundo nascimento vire quem os [RSA TIa e o Pote]
TLC MA 0 or EA tenha, uma vai engoli-lo antes que você possa Pepe roR SR aR TO E er ROC CAT O
vez que você apareça nos radares dos dar seus primeiros passos como um úmido através de território Nosferatu,
OTTO Ea qa Toe TO E ee TTES ET novo ser, Nestas páginas que reuni, é bom que tenha relações amigaveis
DELE RC O ri Ra você vai ler relatos de Membros que PRO noRe RE Rea eres coa ER
também vem grandes interesses no LEVE LEAR a OR tar ORÇEO PoaTOR qro aeee UE OT Deste
que você faz, e se você acha que só a PEqee Ro Rea ENT! eita ORE ETR TT] RJ ROTrO Cerf ioe ol np ANTT
Soa TEA a Doe TRT OR E ROTA Poeta e Sat ea LT E O RURAL TO LISTO U
PES Ro o ae ata a ie reaTU OCO pao Li ag TaET tão destrutivo quando ser vigiado por
A Camarilla feudalizou o lado A sua cidade € o seu mundo, agentes do comando conglomerado
Poe eta ao CRT LEAA URCA TES e ET PEN TeIU Ro Sos order SOTO RUI aU OS qu e ro fe og per ea
festa feed] cada PR] ro RMS PT Tae

e naquelas de seus aliados. Ao ser

PORTAO RITA E LOTE Te
ELITE aU ereR oe e OT o ATA ONO
OR a eU RR Re ae Ui
bilidades. Esses presentes não podem
ser simplesmente recusados, É com
PO ESTE a ne ae pi REITOR Ea
CONUS aieo [ea A SEIT ao re Too Ta
CAMARILLA
alguns favores convenientes de
cidadãos que tenham influência.
E familiarize-se com scus domínios
locais, quem os governa e quais
regras impõem em sua área,
Você receberá um dominio
próprio, ou pelo menos o direito de
fazer um refúgio e caçar no domínio
de outrem. Tudo depende do quanto
você q sua coterie são estimados pelo
Principe, de quem é seu Senhor e de
quais áreas da cidade estão dispo-
níveis no momento e precisam de
proteção, Você não deve entrar no
dominio de outra pessoa sem per-
missão, nem deve caçar fora do seu
próprio, a menos que lhe seja conce-
dido o direito de fazé-lo. Confie em
mim quanto a isso,
A diferença entre um domínio
e outro vem muito da qualidade da
caça disponível em cada um.
O Curral, o Distrito da Luz Verme-
lha c os bairros pobres formam os
melhores e mais seguros territó-
rios de caça (os despreocupados,
os desesperados e aqueles sem
documentos são presas fáceis),
enquanto subúrbios, bases militares
e comunidades muito religiosas
são arviscados demais ou não têm
pessoas o bastante para servir de
alimento. Impressione o Príncipe, e
talvez receba acesso aos alojamentos
de universidades e ao suprimen-
to infinito de bonecas de sangue
anônimas descartáveis, também
conhecidas como estudantes de in-
tercâmbio. Seja um aborrecimento
c arrisque ter de implorar por uma
cota de sangue não contaminado.
Zonas Francas Anarch
A Camarilla demonstra uma
política de tolerância zero com o
Movimento Anarch, mas na verda-
de prefere ter Anarchs pacíficos a
distância que lutando por controle.
Em muitos domínios de cidades
que recentemente acumularam
populações Anarch consideráveis,
nossos governantes designam partes
da cidade para uso exclusivo delas.
Somos proibidos de ir a esses locais,
mas as zonas francas tendem a ser
dispostas nas partes mais inóspitas
da cidade, e de qualquer forma não
seriamos bem recebidos ali,
A esperança, imagino, é de que
as próximas décadas verão as zonas
francas abandonadas, conforme os
rebeldes desistam e venham para
o nosso lado ou então partam para
onde possam ter condições melhores.
Embaixadas da
Camarilla
Similares às zonas francas Anar-
ch, a Camarilla mantém o que
funciona como embaixadas em
alguns dominios Anarch, Ashirra
e até mesmo Laibon. Imagino que
os Membros designados a esses
territórios variem entre legalis-
tas ultraconservadores c aqueles
prestes a se tornarem vira-casacas,
visto que diplomatas olham seus
vizinhos de cima a baixo enquan-
to planejam sua queda ou então
fazem alianças próximas demais
com os nativos. Seja como for,
o Circulo Interno considera im-
portante, segundo nossos lideres,
ter representantes de nossa seita
em quase toda cidade vampírica,
de forma que possam pelo menos
encorajar a Mascara, talvez até
mesmo afetando mudanças políti-
cas e filosóficas. Ainda são noites
recentes, mas os embaixadores
têm certa influência em domínios
hesitantes. Bem, é o que dizem.
Não é tão fácil resistir à influência
da Torre de Marfim.
Naturalmente, nem todos os
Membros desejam esse papcl de
emissário, designado a Justicares.
As embaixadas podem existir para
o bem maior, mas também são
ótimas desculpas para se enviar
competidores problemáricos para
dominios hostis.
Os Ermos
A cultura da cidade dominada pela
Camarilla pode ser severa, mas
Membros sem acomodações estão
sob ameaça constante. Além dos
muros da cidade e fora da prote-
ção da corte, o perigo aumenta
imensamente, Seja por ameaças
ambientais (o sol sendo a maior
delas), ou por simples má sorte na
forma de um mal funcionamen-
to ou uma batida de carro, estar
longe de nossos refúgios por tempo
demais pode ser fatal. Viagens de
avião, trem ou barco sempre vêm
com o risco de atrasos, mas nas
noites de hoje, com controle rigido
de fronteiras, Xscópios, alertas de
terroristas c cidadãos preocupa-
dos, atentos a atividades suspeitas
criam o risco incrivelmente grande
de disparar o alarme do agente da
SU mais próximo.
E se a Sl não te encontrar, ou
o sol não pegar sua carne solitária
e desprevenida, ainda pode haver
outras ameaças à espreita, grandes
demais para enfrentar sozinho. Elas
uivam para a lua ou pintam seus
rostos com Vitae em honra a Caim,
o primeiro familicida. Estou cerro
de que a lista está incompleta, Sc
tem uma coisa que cu aprendi com
tudo isso é: sempre tem alguém, ou
alguma coisa, muito pior.
— LEO, CRIA NEÓFITA DE
ADDISON PAYNE
 A CORTE

Cidades Importantes
do Mundo das Trevas Atual

et
meus olhos. Os Membros que aqui nho como um rebanho. Ninguém
Alepo

em tm
estão ocultam-se dos que che- está seguro aqui. Mortais, Membros,
gam há pouco. Eles temem o que as coisas na terra, esperando nossas

eme
Foi a canção constante em minha
€ abeça que me trouxe a este lugar esta por vir Acredito que somos presas Ning mm esta seguro.

Não a Alepo, exatamente, mas responsáveis pelo terror que eles

— GHOSH, ANCIÃO DE TRÍPOLI,
próximo a ela, enfrentam. Seu governante é um EX-INTEGRANTE DO CONSE-
E só que ha tanto sangue tirano, seus possíveis libertadores LHO DA PRIMIGÊNIE
pulsando nas pessoas, fluindo pelas são pouco melhores, mas somos
ruas, espalhado pelos muros. Sinto
Berlim
nós quem car tegamos esta onda de

seu cheiro aonde quer que va.
Meu único desejo era o de que
aquelas explosões nao houvessem
destroçado o refúgio de minha
coteric. Agora estou só, e me resta
apenas devorar restos abomináveis,
feito um animal
Poderia ser pior.
Esta canção. Ainda clama por
mim. Do fundo da terra diunce de
carnificina através de sua cidade.
Sabe, eu vi alguns dos nativos
reunirem o gado em corno de
órfãos em torno de uma cuidadora.
Eles dizem: “vamos proregeé-los com
nossos dons”, Pensei que calvez fossem
melhores que cu, melhores que nós.
Mas não, Somos monstros, do
começo ao fim. Não demora muito
para que um vampiro veja o reba-
Berlim tem muitas lições para nossa
si como seita. Por muito tempo foi conhe-
cida como uma cidade dividida.
Os dois Principes, um na Oriental
c outro na Ocidental, lutando por
controle, tendo a Guerra Fria como
cenário. O Muro de Berlim caiu,
mas a guerra civil da Camarilla
ficou apenas mais intensa,
CAMARILLA
De faro, focamos tanto em
nossas próprias disputas por poder
que ficamos cegos para o que
realmente estava acontecendo em
nossas ruas. Não estou apontando
dedos. Estive tão cego quanto qual-
quer um. Eu queria ser o Principe,
e esperei que os outros limpassem
o tabuleiro para que eu pudesse
fazer minha jogada.
Sempre soubemos que havia
Anarchs na cidade, mas nunca
nos importamos de verdade. Os
Príncipes pensavam que eles eram
irrelevantes, úteis apenas para um
instante de entretenimento crucl
em uma noire de rédio no Elísio.
Não percebemos a força que
Berlim tinha no mundo mortal, e
o poder que um sonho era capaz
de exercer sobre um vampiro
recentemente Abraçado.
Se você se tornasse alguém do
Sangue em uma cidadezinha peque-
na, claustrofóbica, e tivesse de viver
sob o tirano local, você sonharia com
Friedrichschain, suas festas, a cena
artística, os clubes fetichistas, o que
quer que desejasse, Muitos jovens
vampiros fugiram c vieram para cá, e
ninguém da Camarilla se importou
de verdade em manter os registros.
Afinal, como um Anarch seria capaz
de afetar os magníficos conflitos
políticos dos anrigos?
O último Principe de Berlim
morreu na rua, despedaçado por
uma multidão raivosa de Anarchs.
É algo a se pensar se você acre-
dita que a Camarilla é eterna, ou
que os Membros jovens e ingênuos
do Movimento Anarch nunca serão
uma ameaça de verdade. Berlim
foi uma das maiores fortalezas do
principal reduto da Camarilla, até
que deixou de ser.
A Berlim de hoje ainda se
recupera da violência da Revolução
Anarch. O poder está nas mãos de
diferentes gangues, como a Liberação
Vermelha e a Gangue Stirneriana. O
excesso de Membros significa que a
Mascara está em maior risco aqui do
que na maioria dos lugares, mas pelo
menos os nativos estão acostumados
a ver pessoas estranhas na rua.
Berlim é uma cidade perfeita
se você quer ir a algum lugar onde
as regras estão em constante fluxo,
onde um jovem vampiro pode
deixar sua marca. Só fique avisado:
ninguém lhe deve nada, e não há
Principe para protegê-lo.
Uma última coisa. Sei no que
está pensando. Como eu sobrevivi?
Como uma Capela Tremere ainda
pode existir depois de toda aquela
fúria?
Fiz uma coisa que Príncipes
jamais fariam. Tive a humildade de
entender que a revolução não seria
detida, e priorizei meu clã em vez de
tentar manter a Camarilla no poder.
Pode me julgar por isso, mas vivi
para ver outra noite. E ainda estou
aqui. Em Berlim.
— MAXWELL LDESCU,
REGENTE TREMERE DE BERLIM
E LÍDER REMANESCENTE DA
CAMARILLA NA CIDADE
Bruxelas
Ouvi dizer que os Membros
chamam Bruxelas de Cidade dos
Perdulários, e isso não é um elogio.
Há muito poder aqui. É um dos
centros da OTAN e da União
Europeia. Se quiser influenciar a
política mortal, este é o lugar.
Do ponto de vista dos Anciões
da Camarílla, no entanto, Bruxe-
las é uma vila que se tornou uma
cidade apenas recentemente, dois
séculos atrás, quando a Bélgica
nasccu como pais. Eles a veem
como uma metrópole resplande-
cente, criada à imagem do novo
sistema político global. Gostam de
enviar suas crias para ca, para que
aprendam a influenciar mortais e
tirar proveito de sua politicagem.
A ideia é que, depois de algumas
décadas em Bruxelas, a cria de
um Justicar ou de um Principe
terá a experiência necessária para
começar a trabalhar de verdade
para seu Senhor.
O único problema é que
as crias tendem a ser imbecis
arrogantes, mimadas c cheias
de privilégios. Podem não ter
começado desse jeito, mas viver
perto demais do poder de seus
Senhores as deixa assim. Esse tipo
de perdulário não perde tempo
em Bruxelas atrás de política.
Vive festejando, fodendo, usando
drogas « se envolvendo em rixas
bizarras uns com os outros, en-
quanto carniçais como eu fazem o
trabalho de verdade.
O Principe de Bruxelas é um
Nosferatu chamado Nikolaus
Vermuelen. Ele é um ancilla, jovem
demais para se impor à progênie
dos maiores e mais poderosos da
Camarilla. No entanto, tem um
verdadeiro talento de não estar por
perro quando a confusão começa.
Os perdulários são mortos, mas o
Principe persiste,
Para a Camarilla, a importân-
cia real de Bruxelas está no rraba-
lho dos lobistas consagrados, como
eu. Nós garantimos que os interes-
ses da seita estejam representados
no nível da política da União
Europeia. Enquanto os perdulários
inventam novas crucldades para se
distrair, « os Membros nativos da
cidade tentam suportar o melhor
que podem, nós movemos o vasto
poder financeiro da Camarilla para

servir aos interesses políticos dos
não vivos.
A parte interessante é que,
na maioria das vezes, ninguém
realmente se preocupa em verificar
o que estamos fazendo.
— HENRIK KORHONEN, LA-
CAIO E SÓCIO DA WRIGHT+-
MOREAU STRATEGIES, FIRMA
LOBISTA CONTROLADA PELA
CAMARILLA
Budapeste
Faz um bom tempo desde minha
última visita a Buda, ou, de fato,
Peste, mas garanto que a viagem
vale a pena,
Poucos domínios têm uma
história tão vibrante c exposta
quanto este. Por muito tempo
a cidade foi dominada pelos
Ventrue — teve grandes icones
caídos, como Bulscu c Rikard —,
e mesmo as histórias de Membros
que lutaram por controle são com-
partilhadas entre historiadores
mortais, que não sabem a verdade
do que discutem. Cadáveres ficam
à espreita, sob os paralelepipedos
ou no fundo do Danúbio, aguar-
dando o momento de despertar
c lutar mais uma vez. Pense no
sangue abundante ainda correndo
nessas veias.
Ah, mas estou divagando, O que
temos no momento? Oportunida-
de. Este domínio é do tipo que os
Bruxos adorariam reivindicar, mas
eles encontram resistência da parce
do Clã das Feras e seus aliados Nos-
feratu. Sim, as fileiras sectárias são
distorcidas por aqui. Os Demônios
já foram uma grande ameaça nesta
região, mas parecem estar estranha-
mente ausentes nas noites de hoje,
com poucos sendo vistos. É algo
digno de uma investigação.
Então, sim, oportunidade.
Enquanto clãs se digladiam pelo
reino, outros de nós avançamos
para canalizar o poder do Vitae
que sc encontra depositado neste
domínio, Budapeste é uma gloriosa
mina de conhecimento, só esperan-
do para ser escavada. Arrisco dizer
que as revelações que podemos
encontrar fariam muitos Principes
da Europa Oriental cairem em
desgraça, se seus pactos antigos
fossem expostos.
— CONDE JOCALO, MEDIADOR
DO MINISTÉRIO
Cairo
Outras cidades dizem ser domi-
nios de paz e prosperidade, mas
poucas conseguem competir com
o Cairo. Já fez uma visita? Você
vai encontrar tantos mortais que
não saberá o que fazer, ver-se-á
ombro a ombro com diplomatas
tanto da Camarilla quanto da
Ashirra, e irá embora com mais
bugigangas c tranqueiras do que
cabe na sua mala,
É visivel na cara do turista.
Cada vez que alguém de fora chega
no Cairo, fica pasmo com seu
brilho, Somos uma joia, talvez a
maior da África. E somos intoca-
veis. Observamos a atividade cm
nosso entorno — nas quais fanáti-
cos mortais detonam suas bom-
bas, c o Sabá tenta controlar sua
loucura — e sabe o que fazemos?
Rimos, O Cairo estã muito acima
dessas trivialidades.
Sim, perdemos uma grande
quantidade de nossos Membros
mais fortes para o tal Chamado,
mas sempre há outros chegando.
A Ashirra agora se interessa muito
pela cidade, mas promete respeitar
A CORTE
sua neutralidade como local de
encontro entre seitas. Se Praga cem
esse titulo no que se refere a clãs
— o que duvido, a propósito —,
temos orgulho de ser o lugar onde
qualquer um pode partilhar do
pão, não importa quais sejam suas
inclinações ideológicas.
Se estou preocupado com o
aumento da atividade Cainita
por todo o Levante e pela África
Setentrional? Não, Tenho certeza
de que quando tudo isso terminar,
a pulsação do sangue nesta cidade
vai acalmar os ânimos de toda e
qualquer Besta. É impossivel ficar
com raiva aqui por muito tempo,
quando você pode beber à vontade
e nunca ser pego em flagrante.
Nós, egípcios, somos acostu-
mados a tempos difíceis e tivemos
nossa cota de sangue derramado em
nossas ruas, cm nome de tal lider
ou tal causa. Ainda assim, nossa
cultura persiste, e nossa resiliência
só aumenta. Quando encontramos
um corpo nas ruas, cuidamos €
nos desfazemos dele com a devida
cerimônia e respeito. Questionamos
como morreu? Raramente. Hã mor-
tes demais para se perder tempo
com a causa de cada uma delas. Nós
nos concentramos é na vida que
foi vivida, e na pós-vida pela qual
o espírito vai passar. E isso basta.
A morte é apenas um momento de
transição entre a vida e a pós-vida
e, para nós, uma eternidade de con-
templação, visto que podemos per-
durar tanto quanto os monumentos
que tém vigiado esta terra por
milênios. Reverenciamos os mortos,
conhecendo-os ou não. Estamos
acima de diferenças insignificantes,
quando todos nós encaramos a
realidade da morte noite após noite.
Nossa cultura, nossa arquitetura €
nosso Vitae,
CAMARILLA
Todos os que aqui chegam
devem ofertar um sacrifício aos
mortos. É uma simples rransação,
mas que mantém Anúbis satisfeito.
— MUKHTAR BEY, PRÍNCIPE
CAITIFF DO CAIRO
+ Gary, Naperville c Jolie, e a cidade
Chicago
Sci no que esta pensando. É meu
tipo de cidade, certo? Chicago é
diferente do que costumava ser,
amigo. Estávamos nadando em
mcio a Anarchs c à Camarilla, bri-
gando pelo Curral, por território,
por qualquer merda. Ainda assim,
isso mantinha as noites quentes
Umas porras de gangsteres
atirando pra Já e pra cá e ateando
fogo em refúgios. Até o Capone
“ Er 1
estava aqui, Nos eramos o modelo,
sabe? Ventruc, Tremere c Torca-
dor no topo, Brujah, Nosferatu e
Gangrel por baixo, Malkavianos...
aah, Quem sabe deles, não é?
Enfim, os domínios à nossa volta
perceberam.
As coisas mudaram. Desde que a
Camarilla apertou o cinto, espreme-
mos os Anarchs em muguifos como
continuou nossa. Camarilla pura,
Lei e Tradição honradas em cada
rua, Mantemos as coisas em ordem.
Viramos esta cidade de ponta
cabeça, e tornamos Chicago gran-
de de novo, entende? Drenamos o
pântano c ele nos deixou reluzen-
tes como pérolas. Nestas noites, se
você é convidado para vir a Chica-
go se encontrar com o Principe,
é trazido para se reunir no Elísio
com o Primogênito ou se recebe
permissão para ter um pedacinho
de território cm Skokic, tem de
agradecer pra caralho.
Esta é a terra prometida, meu
amigo.
- BRET STRYKER, HARPIA DE
CHICAGO
.
Constantinopla
Os mortais a chamam de Istambul,
mas ainda nos referimos à Cidade
do Sonho como Constantinopla em
honra a Miguel, nosso salvador, so-
nhador, esperança de nossas noites.
Foi a última cidade na qual codos os
clãs se unificaram, dedicando-se a
encontrar uma forma de existir sem
se o tormento c a escravidão da Besta.
Era glorioso. E foi Miguel quem
abriu o caminho. A Trindade — da
qual ele fazia paree — era composta

por ele, o transcendente Dracon e
Antonius, o arquiteto, Eles construi-
ram obras grandiosas, Elevaram-nos
a novos patamares. Mesmo depois da
destruição e torpor deles, nós, Mem-
bros de Constantinopla, lutamos
para estar mais uma vezà sua altura.
Tem sido uma longa estrada,
Poucos domínios passaram por tanta
turbulência quanto o nosso. As lide-
ranças ascendem c cacm. Filosofias
são aprendidas, aplicadas e descar-
tadas. Novatos são bem-vindos e
Anciões são banidos, depois Anciões
são elevados ao poder enquanto no-
vatos são observados com suspeita,
Não podemos evitar. O Sonho
foi um conceito maravilhoso de se
experimentar como um vampiro.
Era um rempo em que mortais se
entregavam voluntariamente, onde
a culpa era um pesadelo esquecido e
a Jyhad simplesmente havia parado,
Ansiamos por um retorno áquele
tempo. Precisamos disso.
Agora há uma nova Trindade,
com a Camarilla e a Ashirra abando-
nando Constantinopla para permitir
sua regência. Miguel desperta mais
uma vez, em Maria. O Dracon toma
uma nova forma. O terceiro... o
terceiro...
Constantinopla será um farol
para todos os Membros. Venha, res-
ponda ao nosso chamado. Aprenda
sobre nossos sonhos, c permita que
eles transformem sua natureza.
- AZRA, GUARDIÃO DO ELÍSIO
Dubai
Qual a diferença entre as necessi-
dades de um vampiro c as de um
super-rico? Em Dubai, nenhuma.
Ambos querem ter seus playgrounds
particulares, manter as pessoas sob
controle e construir monumentos
sem sentido à sua própria vaidade.
É um lugar onde a húbris de alguns
mortais excede a ambição da maioria
dos Anciões Cainiras.
Dubai é, possivelmente, o domi-
nio Ashirra mais restritivo do mun-
do. Os Ventrue, conhecidos local-
mente como el Hijazi, formam o clã
dominante, que tem se entrelaçado
com a familia AL Maktoum por déca-
das. Eles ajudaram o Xeique Rashid
bin Saced Al Maktoum a construir
a cidade nos anos 1960, e também
são próximos de seus filhos. De fato,
por meio do Xcique Mohammed Bin
Rashid Al Maktoum, os el Hijazi
têm suas mãos em como de todos os
Emirados. Dizem que até o Ministro
da Felicidade é um carniçal.
Os únicos Cainitas que real-
mente podem ficar em Dubai como
residentes permanentes são os que
integram os el Hijazi. Os demais
devem se apresentar ao chegar. Caso
seus motivos sejam considerados
legitimos, recebem permissão para
ficar por um determinado pertodo.
Alguns podem permanecer na cida-
de por algumas noires ou semanas.
Outros podem ficar por anos, até
mesmo décadas. Contudo cedo ou
mais tarde, todos precisam partir.
E apenas os cl Hijazi podem ter
progênie. Se qualquer outro Cainita
quiser gerar uma cria, é convidado
a Abraçar em outra cidade, A única
redenção do regime repressivo de
Dubai é o fato de as execuções serem
extremamente raras. Transgressores
Cainitas costumam ser banidos da
cidade, jogados além de suas frontei-
ras como se fossem dejetos.
Desde a virada do milénio, um
número significativo de pessoas
influentes da Ashirra tem se mudado
para a cidade, mesmo que tempora-
riamente, Em seus palácios, sua imen-
sa riqueza as protege do escrutínio da
A CORTE
população mortal. Para elas, Dubai é
um lugar seguro em meio ao caos de
nosso tempo. Não que mereçam isso.
- LEILA HAMIDI, DISSIDENTE
PALESTINA DA ASHIRRA
Estocolmo
Chamar Estocolmo de cidade
Helena não é totalmente crra-
do. A Camarilla aqui tem um
fascínio digno dos Anarch pelos
sistemas políticos do gado. Os
Brujah e Ventrue, que dominam o
lugar, mantém suas presas fundas
no moribundo ideal socialista
democrácico de Folkhemmet
(ta casa do povo”), escondendo
seus acidentes alimentares como
estatísticas em um vasto sistema
de abrigos de idosos, creches e
hospitais. O sueco padrão confia
no estado para cuidar do povo,
e ele realmente cuida. Ele aré se
certifica de que seu sangue seja
bem rratado. Os sanguessugas
desgarrados e Anarch da região
da Grande Estocolmo, que devem
ser pouco mais de uma dúzia,
chamam os Membros da Camaril-
la — em menor número, contudo
mais velhos — de Grástaten (*o
Estado Cinza"), e tanto os temem
quanto os ridicularizam. O Estado
Cinza é tão isolacionista e elitista
quanto qualquer Principe e corte
ocidental, mas faz um esperáculo
para se mostrar como sendo a
democracia de não vivos mais so-
fisticada do mundo; e meio que é.
Os suecos vivos não fazem a me-
nor ideia, mas a cada quatro anos,
quando vão às urnas, são eles que
elegem seus próprios mestres
não vivos. Isso significa que todo
ancilla e Ancião do Estado Cinza
é conectado a um dos maiores
CAMARILLA
partidos políticos da Suécia, €
que tém permissão para usar de
quaisquer mcios que considerem
adequados para Fazer seu parti-
do ocupar espaços no governo.
Os Membros ligados a partidos
vencedores obrém assentos
Urtima Riksdagen (“o Conselho
Intempestivo”) dos Membros,
ainda se reune mensalmente em
uma câmara subterrânea sob o
parlamento,
O Heleno Gustav Sórensson
— um antigo que aparenta ser
jovem — e seu Conselho So-
cial Democrata alternam com a
Aliança capiralista-nacionalista
de Christina, uma Ventruc
da nobre no Renascimento, que
rradicionalmente fica por trás do
partido conservador Moderater-
na. A eleição mais recente tem
sido motivo de pesadelos, e tem
potencial para mudar tudo. Gus-
tax desapareceu no Oriente (sua
vontade agora é representada por
uma coterie de jovens cuidadores
que parece odiar sangues-ralos
especialmente) « Christina está
apoiando os Democratas
que são tanto nacionalistas
wo populiscas, opondo-se
tamente à recente influência da
Ashirra e dos Banu Hagim entre
os desgarrados da região.
Os Anarchs de Estocolmo
estão acostumados a prosperar
como forasteiros, ce nunca
parte da Camarilla. Essas cote
rics c Autarcas vêm c vão, com
suas expectativas de não vida
contadas em décadas em vez de
séculos. Os Outros, como
se intitulam, conectam-se à cena
das festas ilegais e dos grupos
pscudocriminais, congregações
estranhas, mesquitas « coletivos
nos subúrbios, ou encontram
nichos especializados onde o Es-
tado Cinza não pode encontrá-los
ou amcaçã Jos.
- ARVID OLOFSSON, JORNA-
LISTA NOTURNO DO OMNI
no
que Jerusalém
Apesar do que dizem, tudo come-
çou agui, quando nós O desenter-
ramos,
Jerusalém é uma cidade de delt.
rios. Já ouviu falar dos Membros
que se expõem ao sol, entrando em
locais sagrados, espumando pela
boca e declarando publicamente
nasci- que são vampiros?
A mais sagrada das cidades
finalmente nos atingiu. Finalmen
te entrou em nossas cabeças e nos
fez despertar.
Tudo é uma loucura. Aqui c agora
nos enfrentamos em público. Aqueles
que tinham a cabeça no lugar sairam
quando foram capazes. Muitos volta-
ram, atraídos pelo delírio
É como um daqueles filmes,
onde tados os personagens ficam
Succos, loucos no espaço sideral. Jerusalém
quan- é assim. Estou certo de que um
violen- | vampiro tem muito a ganhar aqui.
Que cidade para controlar. Que
| povo para se aproximar, Que histó-
ria para pilhar. Quanto Vitae para
drenar... mas ficar aqui e não enlou-
quecer? Simplesmente impossivel,
for am Esse é o manancial do qual bro-
tou o sangue de Malkav. Bebemos
dele SG fizemos com que o restante
da cidade caísse em ruínas.
É o paraiso. Abrace a insanidade e
às vezes seja a Besta que estã destinado a ser.
— MORDECHAI LASLO, RABI-
NO DA BAY'T MAJNOON OU
MALKAVIANO, SUPOSTAMEN-
TE DA ASHIRRA
seus

Londres
A história de Londres é longa e
torruosa, criança. Levaria uma
vida mortal para contá-la, No
entanto, você está aqui não para
ouvir a história do Tâmisa, ou
da arquitetura, ou do Grande
Incêndio, ou mesmo da Blitz e da
reconstrução, não é mesmo? Você
quer saber de Mithras.
Por muitos séculos a cidade
Foi sinônimo de Mithras, nosso
Principe, nosso Imperador-Deus.
Ele era nossa divindade c nosso
soberano, Rígido, mas sempre jus-
to. Eu o servi pela maior parte da
minha existência, até o momento
em que ele decidiu morrer, c mes-
mo depois disso.
É um erro dizer que Londres
cra uma cidade da Camarilla. Era
uma cidade mitraica. A questão é
que Mithras do Cla Ventrue viu
mais utilidade para a Camarilla
do que para qualquer outra seita.
Outros Membros continuaram
ali sob sua misericórdia, e os
que queriam ter qualquer poder
entravam em sua ordem, ou culto,
se preferir.
Londres foi um dos dominios
mais fortes dos Membros. Seja
quando cra governada por Mi-
thras, um de seus senescais, Anne
Bowesley ou mesmo Mithras
novamente — com seu renascer
—, Londres foi o centro do poder
Europeu. A cidade era um trono.
Nele, Michras cinha controle cota]
das Ilhas Britânicas.
A Inquisição mortal ascendeu
recentemente, e rimos dela, acé
que nosso Principe ter dito que
era hora de nosso culto partir
diante do perigo implacável
que se aproximava, Estávamos
a caminho de Edimburgo, onde
havia provisões para a conrinua-
ção de nosso culto. Os cultistas,
incluindo cu, nos dirigimos para
o norte. O restante dos Membros
de Londres, centenas deles, a
Rainha Anne e o proprio Mithras
encararam a Inquisição enquanto
o gado expurgava a cidade. Os
Membros não tinham ideia do
que estava acontecendo, No en-
tanto, cu rive vislumbres do rosto
de Mithras em meu sono durante
o dia. Ele sorria enquanto o fim
chegava. Aquela era a guerra e a
morte que cle queria.
Mithras era o Sol Invicto.
Londres era o domínio invicto.
Ele finalmente caiu diante de
um oponente digno, « centenas o
acompanharam.
Continuamos seu traba-
tho na Escócia, e nunca vamos
parar de adorar seu nome c seus
feitos. Agora, Londres está vazia.
Nenhum Membro cria refúgios
lá, e nenhum fará, por medo de
perturbar a tumba de Mithras,
Alguns dizem que os Crepuscula-
res são a exceção, mas isso apenas
serve como prova de scu estado
contaminado — todos os Mem-
bros de verdade que passam pela
cidade saem dela aterrorizados;
isso quando saem,
- LORDE ROGER DE CAMDEN,
PATER DO CULTO
SENESCAL DE LONDRES,
DE MITHRAS,
PRÍNCIPE DE EDIMBURGO,
ANCIÃO DA LINHAGEM DE
CAPPADOCIUS
Miami
Que buraco de merda. Peço
desculpas pelo modo de falar,
mas poucas cidades me dão mais
desgosto do que esta. O Sabá a
dominou desde sua fundação, e
A CORTE
isso é visivel. Ainda tem muitas
sombras por aqui, muita carne,
muita droga, muito derramamen-
ro de sangue inútil... mas estou
divagando.
É difícil me abalar, mas Mia-
mi faz isso. Os mortais a veem
como um paraíso ensolarado com
coquetéis na praia desde as oiro
da manhã. Eu a vejo como cla é,
Todo Membro que vem a Miami
perde alguma coisa. Sua compai-
xão, sua consciência ou talvez sua
humanidade. Os olhos perdem o
brilho « veem tudo como se fosse
um saco de sangue a ser drenado,
melhor ainda quando podem
adicionar drogas personalizadas
à mistura.
Eu vim até aqui investigando
o Sistema Circulatório. Acredito
que é onde essa industriazinha
estranha começou. Tudo o que
encontrei foram corpos, pilhas de
cinzas e registros de experimentos
que queria poder esquecer,
Perdi a conta de quantas pes-
soas já matci, Eu mataria todos os
Membros desta cidade, se pudesse.
Ela é podre.
- FATIMA AL-FAQADI, VOZ E
LÂMINA DOS DESCENDENTES
DE HAQIM DISSIDENTES
Paris
A Camarilla às vezes é chamada
de Torre de Marfim, e se existe
uma cidade no mundo que repre-
sente essa Torre, é Paris. À antiga
fortaleza da Camarilla costumava
ser definida pelo triangulo Lon-
dres-Paris-Berlim. Com a queda
de Londres para a Inquisição e de
Berlim para os Anarchs, resta-
nos apenas Paris, mas a Cidade
Luz está mais forte do que nunca.
CAMARILLA
Forte e, de muitas manciras,
incrivelmente repressiva. Paris é
um péssimo lugar se você for um
Anarch, sem-clã ou mesmo um
Membro da Camarilla sem boas
referências. François Villon, o
Principe, governa o domínio des-
de sempre. Ele é Principe oficial-
mente por apenas alguns séculos,
mas tem mexido os pauzinhos e
colocado suas mãos empoadas em
toda a corte francesa, viva e não
viva, desde muito antes de ter
tomado o trono. Agora que está
bastante confortável nele, gosta
de ser chamado de rei.
Não importa o que aconteça
com o restante da seita: Villon
parece Ficar apenas cada vez mais
forte. E, com isso, mais exigente,
mais seletivo. Em noites recentes,
Membros de domínios instáveis
tém vindo para cá em busca de
asilo com tanta frequência que
mesmo um Ancião pode dar de
cara na porta, caso não apeteça
ao gosto de Villon. Pode se dizer
que o ancien régime pré-revolução
nunca acabou para os Membros.
As atitudes de Villon são exata-
mente as mesmas do Rei Sol. É
possível dizer que a corte tornou-
-se bastante degencrada, mas hã
poder de verdade oculto por trás
de toda essa corrupção. Não se
pode vencê-lo simplesmente sen-
do muito forte ou muito velho.
Em Paris é preciso ser interessan-
te. À beleza o deixa entrar, mas a
astúcia o mantém vivo.
— DAHLIA GAUDIN, EXÍMIA
MODISTA, TOREADOR SAN-
GUE-RALO E AMANTE DO
PRÍNCIPE (RO!) VILLON DE
PARIS
Praga
A nossa cidade é o mais importante
campo de batalha das noites de
hoje, Muitos olhares se voltam para
o oeste, para o vazio que é Londres
ou a decadência que é Paris, Outros
se voltam para o leste, com medo
— para Moscou, com seus sabres
se agitando, ou para os problemas
de Sebastopol. Praga é algo mais,
Transformada em simbolo pela rrai-
ção de Bell, é o marco zero da Guer-
ra das Eras, Diante desse notável
golpe em nossa seita, os desgarrados
de todo o planeta se vcem empo-
derados. Mas aqui continuamos,
onde tudo aconteceu, Isso deve ser
o bastante para entender como a
vitória deles é vazia. O sangue ainda
flui no Elísio c o velho Vasily dorme
profundamente nos subterrâneos
do castelo Prazsky, intocado pela
balbúrdia.
Se você acredita em propagan-
da, o que conseguimos fazer em
Praga não pode ser subestimado.
Não se trata de nenhum baluarte
Anarch, tampouco de uma tirania
da Camarilla: Praga é a cidade da
neutralidade que se estabeleceu
pela divisão. Um lugar que com-
partilhamos muito atentamente.
Nossos Algozes da Camarilla
patrulham as ruas das partes
centrais da cidade, mantendo a
ordem e a estabilidade. Enquanto
isso, os subúrbios c a zona sul cor-
naram-se zonas francas Anarch.
Dessa forma contemos qualquer
desavença polírica, enquanto os
desgarrados se ocupam em espa-
lhar sua propaganda internacional
entre acivistas locais.
Todos os Membros são bem-
vindos à Praga, se souberem qual
é o seu lugar aqui. Temos nossas
próprias tradições de hospitalidade,
ocultamento, paz e nossos prô-
prios simbolos para marcar nossos
lideres, inimigos c aqueles dos quais
podemos nos alimentar livremente.
Por ora, a cidade estã em equilibrio.
A verdade é que somos uma
cidade neutra porque estamos
distendidos entre extremos. Nosso
novo Principe está ocupado ex-
pandindo sua coleção de armas, e
tem fortificado os refúgios de seus
aliados. Eu sei o que isso significa.
Talvez comece hoje à noite?
— KIRILL, PRIMOGÊNITO E
ALGOZ DE PRAGA
Rio de Janeiro
Se quer se divertir, vem pro Rio.
Se quer comida facil, vem pro
Rio. Se quer viver como se essa
fosse a última noite, vem pra por-
ra do Rio! Vem pro Rio se quiser
experimentar coisa nova, amigo,
Não acredita em mim, é? So dá
uma olhada em como a cidade tá
arranjada. Os Lasombra contro-
lam os clubes, a alta sociedade, o
turismo, as praias, Os Torcador
tão na favela e se metendo com
a ralé. Não parece loucura? Você
não viu metade, A cidade é de
uma liberdade só, mas acredite
em mim: temos regras. Só não são
as regrinhas da Camarilla de Paris
ou de Chicago, Pensa na Cama-
villa comendo o Sabá, ou melhor,
no Sabá comendo a Camarilla.
Pensou? O Rio é o filhotinho
disso aí, A gente divide o sangue,
se diverte e não tá nem aí pro que
acontece fora da cidade. É aqui
que a festa rá rolando!
E, ah, outra coisa. Não saia
da cidade. Sério. Fique chapado
na praia de Copacabana, abra a
garganta de um turista, dance

no sangue jorrando — qualquer
coisa. Só não se afaste da cidade.
Vá no máximo até onde a luz
dela alcança. Tem alguma treta
rolando lá fora. Não é o Saba,
não é a Inquisição. Podem até ser
Membros, mas não tenho certeza.
Eles pegam qualquer um que não
preste atenção no caminho, ami-
go, Ficam em cima das arvores,
parados como se fossem cadáve-
res, só esperando que alguém tipo
você tropece por perto.
Fique de boa no Rio, só isso
que eu tó dizendo!
— “GROGUE” BARRETTI,
CAMBISTA MALKAVIANA
São Petersburgo
Por muito tempo, o restante do
mundo pensou em São Peters-
burgo como um cemitério para
Membros... Alguém saiu espalhan-
do histórias de que bichos-papões
Nosferatu reviravam a cidade para
acabar conosco, então todo mundo
nos deixou sozinhos. Mesmo o
Conselho Brujah em Moscou ficou
longe da cidade, deixando-a para
que minha Senhora a governasse,
e então a passasse para a mim. Era
uma vida simplissima...
Mas agora as portas estão
abertas. É o momento da mudan-
ça, dizem. Nunca me senti muito
partidário da Camarilla, Mas até
aí, também nunca me senti muito
Anarch. Gosto de dançar conforme
minha própria música, como se diz.
Alguns me consideram ingênuo... O
que não é nada gentil. Sou qual-
quer coisa menos isso. O que me
distingue é que eu não me envolvo
na merda de outros domínios.
Agora, cia estas palavras: fique
fora da porra da minha cidade ou
vou caçá-lo com meu exército de
Ratos de Esgoto e me fartar no
sangue do seu coração duro e frio.
Perrogrado não tem lugar para
você, Esta é a cidade do Czar. Esta
é a minha cidade, e você vai jogar
conforme as minhas regras.
É tudo um jogo, entende...?
Isolamento pode ser terrível, Pode
fazé-lo descontar qualquer coisa
nos outros. Por favor, venha para
uma visita, Não ha muitos de nós
aqui, mas tem gado de sobra.
— NIKOLAI, PRÍNCIPE VENTRUE
DE SÃO PETERSBURGO
Tóquio
Estive em Tóquio recentemente
para visitar o Regente da cidade e
detalhar as atividades pós-Viena.
Posso dizer, sinceramente, que
nunca passei por duas semanas tão
intensas em toda a minha vida.
Lá, todos parecem turistas. À
vida em Tóquio é... estranha. Acho
que “estranho” serve, Comeri o
erro de presumir que o domínio
era como tudo o que eu havia
visto na T'V e na inrerner, mas é
mais que isso, É estapafúrdio. Um
vampiro pode ficar desnortcado
em uma cidade como Tóquio. Tem
tanto calor, mas é um calor frio.
Vou explicar. Fiz aquilo que
turistas fazem, de ficar no meio da
rua enquanto o mar de japoneses
passa por você, Não senti fome ne-
nhuma vez. Nenhuma. É como se
algo alia suprimisse. Não consigo
explicar, Perguntei aos meus com-
panheiros Tremere sobre isso, e
mesmo eles não fazem ideia. Tudo
aqui é medido, calculado, preciso.
Fiquei tão assustada que me enfiei
numa loja de pachinko (alguns
estercóripos são reais) e finalmente
A CORTE
senti o pulsar da vida novamente.
Um velho idiota sentiu minha
mordida confusa e desajeitada na-
quela noite, enquanto as bolinhas
de metal caiam de suas mãos...
Bem, há uma forte presença
da Camarilla em Tóquio, mas não
faço ideia se eles mantém conta-
to com o Circulo Interno ou os
Justicares. Sei que hoje todo lugar
é acessivel, mas Tóquio e o Japão
num geral são tão dependentes
de tecnologia que parecem ter
essencialmente desaparecido, com
os olhos da Inquisição em nossos
e-mails e mensagens. Isso torna a
cidade basicamente autônoma, Os
Membros daqui se organizam em
certos níveis, deverminados por
idade, e uma vez que alcancem
determinado ponto (acho que três
séculos de não vida?), espera-se que
se mudem para Quioro, Exceto por
um, todos se foram sem muiros
problemas. O que ficou para trás
é uma Nosferatu nodosa, feita de
cicatrizes e queloides, c com quem
ninguém quer discutir.
Se tem alguém que manda
nesse domínio, é Mayumi Shibasa-
ki. Ela não governa, tecnicamente,
mas garante que a ordem seja
mantida « que o fluxo dos tributos
continue ascendente. Ela é do Ve-
lho Clã, pelo que diz, mas não tem
querelas com os Tremere,
Como eu disse, Tóquio é
estranha. Recomendo a todos que
experimentem, mas que não sejam
pegos. Quase todo vampiro que en-
contrei parecia desligado, ou vazio,
como se algo dentro deles escivesse
comandando seus corpos.
Provavelmente nada.
— LILLE HAAKE, MESTRE
TREMERE, FACÇÃO DA CASA
CARNA
Lo7 Gus

Veneza
O Clã Hecata encobre suas ativi-
dades em Veneza, nestas noites.
Meu contato, uma tal [ELE RI
COTTA UA TATI
PeTroR era pa RO Les RE RA e TETRA
caçadas dos mortais, tão em alta
nesses tempos. No entanto, tenho
PoE TSCs POR EI RT LER
tenha muitas preocupações. Minha
própria pesquisa me diz que uma
[ERREI Rea RETO
com a Inquisição, e se esconde
como baratas, até que o pior dos
CET
pra TR PRETO Tieta(AR
[O MacOS Lee E La Se ir LU
Hecatas têm se escondido para
PODETME FACO Us or a E CS
que esta sendo plancjado há anos.
[O PEITO O EDUOE ALTER
gem sob o Mausoléu (aquele arra-
nha-céu altíssimo no qual devem
investir uma fortuna LER LRC
em pé, dado o lençol freático
abaixo dele), e precisam trabalhar
RICOS g e Ro ACE]
por ela, ou para enviar alguma
PONTE RIR
O que cu sei é o seguinte; você
PAU ESC
e até mesmo ter suas convocações no
lugar, O ataque ao Circulo Interno
PRO TT E CR SS DER]
ONCE LT RE To [EUR TITE AT
PEER EU ETR DS TE
tenham perdido scu representante
[CORTES O E SETA ST
PER TSET UTCR CCO TP TR
CONDDER SrTies Co NTeLaDE Lea Lie
além do véu, cu sinto que a cidade
é completamente segura. Dez anos
sem nenhum incidente não é nada
DOR TER Ore OR AS OR TETa
modo, se você ficar por aqui por
muito tempo pode se tornar capaz
de me trazer a informação referente qo
TORTA ARA CS SER ATA TO
Rega et RAR ara
ali
— KARL SCHREKT, SUMO
PONTÍFICE DO CLÃ TREMERE,
FACÇÃO TRADICIONALISTA

a
Ad
 A CORTE

e como destruir o mais forte de diz PIU ELO II

Viena seus baluartes. Pesa e To O re LA ACESO
Por muito tempo Viena foi a sede O noticiário falava de explo- se ela fosse a Cidade do Vaticano dos
do poder Tremere, um local que sões pela cidade, mas seria mais vampiros, Tantos Bruxos OUT
ATOR CRS ERR UES ER LL AS preciso chamar o que aconteceu POUT RRS COIOR orar [EU pa are
Pee OCS eU de outros. Ru- de terremotos ou desintegrações. EA TEA
o LET a E TRUi ro pe eU o LEIA
mores diziam que o próprio Treme- LETRA Te BOI O RAS LU SC POD TUR ERR TETE SA e TORI
ve dormia um sono intranquilo sob RARE CRS Era OITO PORTODDR DDR ce re SRTA TA LO
ENC Praoo O AIR ELITE LO EE IR RT ronando rapidamente, E, de uma o EE TOR AS PR TI Te
oque acontecia por lá, Segundo a hora para a ouera, a Pirâmide atras da orelha sobre a queda de
TER conta, por volta da virada estava dissolvida, Tremere c seu Viena é a inconsistência. Posso até
RO LEaTRa RS UT POTESOR ICS RITO ET ES acreditar que a Inquisição esteve
PVP ORECE Ti sodio] CRS UCL transformados em cinzas de uma PUC Rda E LEE não LCA Irati
bo estava lá, e não posso confir- AoA EO A te como fizeram. Entretanto — e é
COVER qo ETTA PT a e RE ITATIAIA PAN ERR RETRATO COR Pre O um grande mas — por que visaram
ORE EO o Too O AGR VASO paTA ONT Os Bruxos, perplexos, tinham sido apenas os Tremere? E por que
PR ELE CCO proibidos por seus Anciões de colo- PPT OL LESTE LR SE
A Capela Principal foi atacada. car o pé no lugar, a Inquisição havia Londres, eliminando todo o lote
pelo que me lembro, essa foi voltado o olhar na direção deles, estragado? A conta não fecha. Eu
A! Co IATE ALFA que encontramos POPUP AN
E is RIA TES Lea OR meio que queria que os Tremere
evidência de uma Inquisição nova, Late PRI TeR Rito u Ito o ainda fossem uma unidade sólida
o organizada. Ba alguma TRE] salas empociradas, abandonadas OR SN Eta Te RE ATOR quero URI]
eles ficaram sabendo de nós, sa- POLLS ERC ser a Ze e qua Pd UE À
AT ET EIS AS LM Meu entendimento limitado
— AMBRUS MAROPIS, HACKER,
dospie segredos dos Tremere: Da ada A A MERO
º e
UR | Capela no centro Pro Pata

Taio encontrásios, Pote ARTE (O zona de quarentena da ONU eme AN tejo TT

1)

CLÃS dos
> +membros
Camarilla Foi fundada como um acordo
entre sete grandes clãs, Cinco deles ainda
restam. Na última década, mais uma fami-
lia do Sangue, os Descendentes de Hagim,
provaram-se dignos de nossa atenção. Como a união de
Victoria Ash e Tegyrius, o Vizir, foi selada em sangue e
pelo Sangue, e enquanto os lençóis nupeiais metafóricos
continuarem encharcados de sangue, preparamo-nos
para dar as boas-vindas ao Clã da Caça entre os nossos.
Enquanto os clãs unem Membros de uma mesma
ancestralidade ao redor do mundo, a organização e
legislação desses grupos são quase totalmente regio-
nais. Decretos que abarcam roda a sociedade, como
a exclusão dos Brujah de nosso mcio c a indicação
de Justicares dos clãs, são exceções. Muitos Príncipes
sancionam ou aplicam interpretações das Tradições
baseadas em clãs: “Nenhum Toreador em minha cida-
de poderá Abraçar nesta década”, ou “A Progênie de
Malkav pode matar qualquer um fora de seu clã que se
alimente dos detentos do presídio de Los Angeles”.
Ao abservar os clãs como unidades sociais, na-
ções dos mortos, ou pelo menos subculturas com seus
CLÃS DOS MEMBROS
próprios valores e inclinações, nós simplificamos a
realidade. Ao permitir que o Primogênico fale por to-
dos os Membros de sua linhagem, desconsideramos o
quão complexa é a estrutura interna de cada clã e como
isso varia de domínio para domínio. Aceitamos e en-
corajamos essas generalizações por uma boa razão. Elas
funcionam. Elas trazem ordem. Se não tratássemos os
clás como entidades políticas com as quais contratos e
acordos podem ser feitos e leis reguladoras podem ser
criadas, estartamos fazendo um convite ao caos,
Ao tratá-los como nações, tumbém seguimos o
precedente estabelecido pela Convenção de Thorns. A
estrutura governante de nossa sociedade, com Justicares,
Primigênie e outros postos mantidos por representantes
de nossos clãs, auxiliam a manter a cocrência dessas enti-
dades em nossa seita. Quando dizemos Clã da Rosa, nos
referimos apenas aos Toreador que fizeram juramentos
para manter as Tradições e a nossa gloriosa união, não aos
seus irmãos caídos à margem da luz de nossas Tradições.
Pode-se argumentar que nem todos os Ventrue são
ambiciosos, orgulhosos ou ricos, e que nossa visão dos
clãs como grupos coesos e organizados desconsidera os
dissidentes. Mas esse tipo de co- defender a ideia de que um clã não natureza bescial se afirma em suas
mentario ignora o cerne da ques deve significar nada comparado à mudanças fisicas os revelaria mes
tão Indiv iduos que renunciam aus convicção individual. Questionar mo se tentassem.

acordos feitos entre a Camarilla « hereditaricdade, ou ainda pior, E compreensis el que a abolição
os anciões dos clás não significam comar uma decisão contra a to- das políticas, leis e ideias dos clas a
naca para nós talidade de um clã, não é algo respeito de personalidades e defei
E antes que você perca seu aceitável entre os desgarrados. E tos em comum possa parecer ten-

tempo repetindo pr cocupações cssa à sua estupidez, céisso que tadora, especialmente a Ncófiros
inúteis de sangues-ralos, para os os faz mais fracos que nós. Brujah abraçados durante os últ imos

quais o sistema de clãs nos força a Anarchs são leais apenas aos pa- crinca anos. O proble a é que a
su que não somos € OuUrras dessas rentes «que conhecem, não aos nossa condição não é algo racional,
bobagens modernistas, lembre-se Brujah vivendo em outro estado O Sangue nos conecta em um nível
de que sempre foi assim. O Sangue ou a uma grande tradição de feiros que nem mesmo o mais brilhante
dirá. Sua Familia, scu cla, o defr- (duvidosos) que remonta a Cartago dos estudiosos Herméricos ainda
ne, não importa o quao único ou e além. Seu idealismo afirma que compreende.
individualista você se considere “um morcego é um morcego”, mas Enquanto outros negam o que
E ASSIM CONSLT uimos nossa união: sabemos que isso € uma inverda são, ou mesmo luram contra isso,
primeiro com os clãs, e com indivi de. Comparativamente, à maioria nos conferimos estrutura, dire-
duos cm segundo lugar dos Gangrel faz traça da ideia ção, liderança e poder às nossas
Os Anarchs estão prontos para de esconder sua linhagem, pois grandes linhagens. Honramos a
) ;
derramar Sangue de Membros para Sao orgulhosos, ca forma (que sum história que pre cdeu a nossa, €
 O Sangue sempre revela, eu imagino. Eu sou uma Toreador e, graças ao Abraço, você
tambem. As vezes eu penso sobre q influência do Sangue em nossos destinos. Nosso
clã é conhecido por seu bom gosto é sofisticação. Somos os mais belos, sensíveis €
glamourosos de todos os Membros.
Não acredito em falsa modéstia, e creio ser um modelo de fodas essas qualidade:

=
Poucos Toreador são exemplos tão perfeitos de nosso clã quanto eu
Houve uma época em que tive vergonha de minha vída mortal, mas isso já faz
tempo, Parei de me importar com tais coisas. Se você tivesse me visto em meus
s mortais, não acho que imaginaria que aquela garota se tornaria a rainha da alta
sociedade. Eu era a filha basiarda da esposa de um tavernetro. Sai de casa jovem
para seguir exércitos e foder com soldados por um pedaço de pão. Não imagino que
muitas Toreador seriam capazes de ver o refinamento e o glamour de uma transa
rápida na lama.
Eu sobrevivl. Prospereí. Há um termo contemporâneo para o que eu costumava
ser: profis tonal do sexo. Batalhei. Trabalhei.
H E me recriava conforme a situação
exigia. Tinha o talento de ser um camaleão, tormando-me como aqueles à minha volta
ou o que eles queriam ver.
Meu Senhor foi um caferão chamado Maximilian. Ele começou a me oferecer seu
Sangue até que me viciei. Eu o servi por muito tempo, e acho que ele esqueceu que o
almejamos gir em unissono com vício em Sangue não é o mesmo que o amor verdadeiro. Salvei a vida dele, e ele me
nossos companheiros de clã, ou Ibraçou. Na segunda vez que ele estava prestes a morrer, não pude ajudá-lo e, em
pelo menos com respeito por nos- vez disso, fugi com seus inimigos para a América
so passado, defeitos, objet vos € Eu saí da Europa como a cria ilegitima de um cafetão. Cheguei em Nova Amsterdã
papel compartilhados no mundo. uma aristocrata, uma refinada Toreador ingênue, ansiosa para ver as maravilhas do
Por isso somos superiores, realis- novo mundo.
tas € pt agmaticos, Terei me transformado na perfeita Tareador de propósito? Terei conhecido de
Que aqueles que desy rizam antemão a imagem do clã e q ela procurei me adequar? Ou apenas segui meus
a importance ia dos nossos grandes instintos? Era a minha vontade, ou era a voz do Sangue? Faz tanta tempo que não me
clas esbravejem ou praguejem o lembro mais.

quanto quis n. Em breve enfren-

tarão a verdade do Sangue em si
mesmos, bem como a morte final
nas maos de companheiros de clã

mais sábios, leais à Camarilla,

Celebre seu sangue, Respeite
seus Anciões Personifique o ideal
de seu clã e saiba seu lugar na hie
rarquia da noite,
Pela Torre é pela grande

união dos clãs!

 CLÁS DOS MEMBROS

VENTRUE
«O = (E
LO, PED
07 ja

Serei honesta com você. Sou feliz por ter idade o bastante para
que nunca mais ter de namorar outro Ventrue, à menos que se
inute de uma pessoa excepcional
Os Ventrue parecem ser bons parceiros se você for
fovem, inseg na e estiver apenas começando sua carreira na
Gamarilta. Eles são poderosos, confiáveis, ricos. Muitos deles
não se importam de ter um elegante marido ou esposa troféu
Toreador para orquestrar suas festinhas.
Eu não vou julgá-la se escolher se viciar no Sangue de um
tirano autocrata. É mais seguro que muitas outras formas de
ser uma de nós. Mais fácil, pelo menos no começo.
Existe té um truque
para (isso, se quiser aprender. Os Ven-
true querem que você ofereça algo interessante para a vida deles.
São enfadonhos, então querem sentir a majestade obscura de
nossas existências através de você. Se quiser seduzir um deles,
não pode ser entediante. Seja frivola, temperamental, impetuosa
Mantenha-os sempre alertas. Toda vez que fizer com que sintam
alguma coisa — ansiedade, amor, ciumes, excitação —, permane
cerão Interessados. O problema é que não dá para manter isso
para sempre. Imagino que nem eu conseguiria Tão logo eles se
cansem de você, q natureza do seu relacionamento mudara. Você
vai se tornar Gpervas ITS LUTA criada entre muitas

127
CAMARILLA

Os Ventrue na Sociedade dos Membros

<Luju adicionou FSav0O>
Lulu: Conversa discreta, entendeu?
FSavO: Claro como água.
Jackson: Ótimo. A gente não precisa de mais nenhuma chuva de merda
na cidade.
Lulu: Excelente. Precisamos discutir nosso papel na sociedade.
Jackson: Vamos continuar no topo. Como sempre.
Lulu: É o que gostaríamos, mas com as deserções recentes de e para o
nosso clube de campo, nossa posição é precária.
FSav0: Ainda que eu concorde que agora temos rivais Sauditas aos
nossos lugares, ninguém confia neles. Conhecem nossos números.
Sempre nadamos nos mares da influência. Às vezes nós os manipulamos
por trás de um trono, e em outros momentos portamos a coroa e o
cetro. Onde quer que o poder tenha rédeas, temos pelo menos uma mão
posta firmemente na correia. Desde que esmagamos os B em Car'go
estamos no comando. Todo mundo sabe.
Jackson: Dizem que temos os integrantes mais ricos individualmente,
ainda que obviamente estejamos em uma sociedade de indivíduos
movidos pelo egoismo. Não somos de emprestar recursos uns
aos outros, mas compramos influência, silenciamos oponentes,
contratamos ajuda e vivemos nossas existências opulentas nas suites
de nossas mansões e em nossos aviões particulares.
Lulu: Precisamos pensar se essa opulência é um risco. Continuamos
firmes como a figura de liderança do clube de campo, e fazemos
isso ao identificar as tendências de hoje e emulá-las com imenso
sucesso. À questão é se isso coloca um alvo em nossas testas.
Lulu: Estamos à frente do clube.
Jackson: Não é perfeito, porém melhor nós na liderança do que nossos
amigos vienenses ou o lixo dançante.
FSavO: Concordo. Estamos à frente do clube apenas porque somos os
únicos capazes de gerenciá-lo. Não pedimos o poder. É nosso dever.
Lulu: Então vocês dois concordam que, apesar dos eventos recentes,
nosso posicionamento permanece o mesmo? Ainda reis, ainda
governando pelo dever, ainda sendo reconhecidos como os garotos
propaganda do clube de campo?
Jackson: Mil vezes isso em vez de qualquer baixaria Anarch.
FSav0: Merda, olha a droga do termo. Desloga. Se afasta do seu local
atual. Agora.
<Jackson desconectou>
<Lulu desconectou>
<FSav0O desconectou>
 CLÃS DOS MEMBROS

relac ionamentos pr ofundos com inclinados a formalidades mono-

Os Ventrue meros mortais, exceto com os pou ronas, os Ventrue costumam se
cos individuos que sejam realmen- vestir como os maridos esposas
na Sociedade te importantes para eles, Tempo é de políticos populares, atraindo
dinheiro. Os mortais com os quais os olhares para si e prendendo a
Mortal eles se associam geralmente parti- atenção do público, Seus trajes
Os Ventruc se consideram um ni lham do mesmo sentimento, estão sempre imaculados — às
vel acima dos Membros dos demais Os Ventrue encram na socie- Vezes obsessivamente E ador-

clas, refletindo essa opinião nas dade mortal em posições de poder, nados com broches, prendedores
companhias mortais que mantém. controlam corporações aberta- de gravata ou anéis de sinete
Enquanto alguns vampiros ficam mente ou como sócios silenciosos, que denotem feitos ou titulos a
confortáveis convivendo com o formam sociedades c clubes com outros Ventruc, Eles sabem que
gado nas ruas, os Ventrue preferem admissão restrita c atrevem-se a outros Membros os veem como
compartilhar uma cabine privariva se envolver em políricas mortais o o Clã dos Reis, então costumam
em um clube exclusivo, encontrar maximo possivel, cer à sua volta inúmeros servos
mortais à mesa em salas de rcunião Muitos Ventruc vestem-se de mortais que garantam que não
ou — descaradamente — possuir forma distinta, usando roupas haja sequer um fio de cabelo fora
o próprio gado por meio dc escra- caras. Tendem a preferir ternos do lugar, nenhum amarrotado, e
vidão assalariada ou do Sangue, c ou vestidos pr aricos c asscrtivos, que uma muda de roupas csteja
té-los personalizados às suas ne sempre usando peças de estilistas sempre disponivel em caso do
cessidades. A maioria dos Ventrue ou então trajes feitos sob medi- constrangimento de algum sangue
pouco se interessa em estabelecer da por alfaiates pessoais. Menos de r ramado,
0€|
4
1!
a
SRI ado
vWiaruNvo

Os Pecados dos Ventrue
Para a ainda desconhecida Cria de Fiorenza Savona,
Parabéns por encontrar a segunda carta. Vai precisar dis-
so se tiver que se provar digna da Direroria em noites futuras.
Você já deve ter percebido que certos sangues têm gosto
de vômito e cinza em nossas línguas. Nós, Ventrue, temos
gostos incrivelmente peculiares, Não nos contentamos com
nada menos que as melhores safras. Ainda assim, essas sa-
fras vão diferir de Sangue Azul para Sangue Azul.
Tem se tornado aparente nestas noites de escrutínio
cada vez maior que nossa “restrição” ou “preferência”é difi-
cil de ser atendida sem atrair a atenção de mortais interes-
sados. Dessa forma, muitos de nós agora fazem acordos com
grupos como o Sistema Circulacório para obter as bolsas
de que precisamos, ou então se cercam com o rebanho do
qual se alimentam — se em algum momento já questionou
o porquê de nossos infames corretores ou gestores de inves-
timentos passarem tantas horas por noite numa cozinha
comunitária, garanto-lhe que não é por caridade.
Na verdade, a primeira opção é a mais civilizada.
Melhor rer sua bolsa favorita entregue à sua porta do
que ter de caçar entre os vermes c a ralé.
Mas cuidado: não dé muita informação ao Sistema.
Cometeram esse erro em Chicago quando o serviço teve
uma alta inicial, e agora rodo mundo sabe qual seu estilo
de alimentação. Minha recomendação é a de pedir uma
variedade de bolsas que você quer, e cercá-las com reses
similares, mas não idênticas. Você vai saber de quais delas
beber, e sempre pode doar as sobras aos seus associados e
subordinados.
-S.B.
O Patrimônio do Sistema Circulatório
O Clã Ventrue é um dos nossos melhores clientes. Seus
paladares restritos os impedem de beber sangue de de-
terminados tipos, com restrições geralmente variando
de Membro para Membro, ainda que tais restrições
(preferências, como nossos clientes Ventrue gostam de
dizer) possam passar de Senhor para cria. Veja a seguir
um exemplo de restrições alimentares listadas no domi-
nio de Chicago;
HH. BALLARD! Pessoas da sua própria familia.
CLÃS DOS MEMBROS
A. caroNE: Mulheres nascidas na Itália.
Z. FORGE! Homens dormindo.
F. GAUGHAN!: Homens nascidos na Itália.
HURRICANE! Desconhecido. Possivelmente um
único mortal,
K. JACKSON: Integrantes de gangues de mortais.
Le MATTHEWS? Indivíduos com drogas alucinóge-
nas na corrente sanguínea.
E E. NEALLY: Viciados em ópio/heroina.
J. PETERSONS Jornalistas mortais,
E j. SCHUMPETER: Vítimas recentes de agressão Fisi-
ca (até uma semana?),
E A. SOvEREIGN: Mortais empregados no setor
financeiro.
E B. WASHINGTON: Mortais no banho.
E E. york: Mortais de olhos azuis.
Como pode ver nesse relatório bem documentado,
restrições alimentares abrangem múltiplos espec-
tros. Gêncro, local de nascimento, emprego, situa-
ção, aparência e qualidade do sangue são alguns dos
serores que precisamos examinar.
As restrições alimentares que parecem manufatura-
das são de especial interesse, Dizem que F. Gaughan, que
recentemente voltou à sociedade, se alimenta apenas
de homens italianos devido ao seu desprezo por seu
Senhor, A. Capone. Suspeita-se que E. Neally tenha sido
um viciado em drogas em seus dias de mortal, e que
E. York apenas namorava homens de olhos azuis (de
acordo com evidências ancdoticas).
Ventrue são conhecidos por fazer qualquer coisa
pelo sangue que exigem, pelo simples motivo de que
sem ele, cles morrem, Se quiser examinar a capaci-
dade que um Ventrue tem de pecar, pendure uma de
suas bolsas favoritas num lugar que cle não alcança.
Muitos deles, como H. Ballard c A. Capone, são
conhecidos por sua ganância e orgulho. Ambos acu-
mulam suas bolsas em número maior do que preci-
sam, e os dois se ofendem com qualquer ataque feito
a elas, de qualquer outra origem. Da mesma forma, é
esperado que um Ventrue se comporte com virtude
celestial se achar que dessa forma vai conseguir O
que precisa. F. Gaughan se sacrificou ao torpor pelo
bem de seu rebanho,
Com tudo isso em mente, esteja certo de que os
Venrrue são nosso mercado mais valioso, Provoque-
os, com cuidado, mas os satisfaça.
DE ai traça us

Muitos Toreador pensam que, para ser realmente com
preendida, você precisa encontrar seus amantes no próprio
clã. Se quiser beleza e sofisticação reais, por que procurar
em outro lugar?
Eles podem estar certos.
Ainda assim... Prefiro ter minhas escapadas românticas
fora dos nossos. Deus sabe que todos nós já fizemos aquilo
de se apaixonar por um mortal, Abraçá-lo e então tudo dar
errado, porque sempre dá, Romance dentro do clã sempre
me pareceu como uma extensão disso, algo incestuoso
demais para o meu gasta.
O que não significa que eu não tenha amado outras Di-
vas, é claro. Meu primeiro amante vampiro foi meu Senhor,
afinal. E você vai ver nosso clã cheio de belas garotas e
rapazes charmosos Abraçados porque um de nossos cole-
gas decidiu que estava atraído por algo de encantador que
havia em cada um deles. Se parar para prestar atenção, você
também vai ver. Pelo menos por algum tempo.
0%,
CLÃS DOS MEMBROS
Os Toreador na
Sociedade dos Membros
A maior parte dos Toreador é integrante da Camarilla, e
eles dirão com orgulho, a qualquer Membro que pergun-
te, que são eles os responsáveis por sua criação. Segundo
erudiros Arikelitas, foi Rafael de Corazon, Diva, quem
sugeriu o nome da seita, as Tradições e a hierarquia de
cada domínio. A seita serve ao clã, visto que cla permite
que eles se mesclem à humanidade e a cacem sem a vulga-
ridade de ter de ser claramente um monstro. Para a maior
parte dos Torcador, os Anarchs são cretinos rudes com
prioridades equivocadas, e vampiros de qualquer outro
grupo são o que acontece quando há excessos demais.
Os Torcador ocupam um papel importante nos
dominios; seus dedos no pulso dos mortais permitem
que mantenham o Elísio contemporâneo, atualizando
outros Membros nas convenções morais e mudanças
culturais humanas. Como porta-vozes dos Membros,
costumam ser chamados para comunicar as procla-
mações da Camarilla, bem como espalhar notícias
legítimas e boatos destrutivos por suas cidades. Alguns
transformam sua mensagem em arte, transmitindo a
CAMARILLA

história da queda de um Principe

por mcio de estênceis num beco
perto do Elísio, ridicularizando um
Os Toreador na Ncófito infrator de Tradições com
canções grosseiras ou celebrando
Sociedade dos Mortais uma vitória da Camarilla com uma
paródia teatral. Quase sempre os
mortais não compreendem os ver-
dadeiros significados dessa arte.
RELATÓRIO 498 A recente acessibilidade e difu-
“TOREADOR” ENTRE NÓS são de arte pela mídia, bem como
museus de entrada barata, permiti-
Os corpos frios que pertencem à “família Toreador” têm uma ram ao clã finalmente se conectar
influência preocupante na socledade mortal, mas acreditamos com vampiros de outras linhagens c
que Isso seja um reflexo dos seus verdadeiros objetivos. À com reses de antecedentes mais po-
família, ou subespécie, concentra-se naquilo que é popular bres. Historicamente, os Torcador
na cultura e na sociedade, Enterram seus dedos na imprensa, sempre permaneceram distantes
influenciando a televisão, a música popular, as notícias e daqueles que percebiam como me-
quantidades imensas de pornografia online. Eles abrem gale- nos “cultos”.
rias e casas noturnas, salões e bares refinados. Os Torea- Enquanto os Anciões dos clãs
dor são empreendedores, e provavelmente são donos de mais
detestam se misturar com a gentalha,
imóveis e negócios globalmente que qualquer outro grupo de os Neúfitos e ancillac abraçam um
corpos frios, com exceção talvez da “Torre” (ver Relatório
periodo no qual suas obras finalmen-
$68). Essa dedicação não se traduz automaticamente em rique-
te estão disponíveis para o mundo,
za, visto que um Toreador só se mantém em um projeto enquan-
to ele parecer interessante. Observamos que corpos frios
de outros grupos às vezes unem-se a eles, como sócios, para
surfar
negócio
no
uma
sucesso
vez que
do Toreador
este último
e então
perca
segurar
o interesse.
os rédees do
Os Pecados
Tudo
Toreador
Isso
no
nos
mundo
diz que,
humano,
por
eles
maior
procuram
que seja
mais
o
se
sucesso
entreter
dos
dos Toreador
€-R640)

com ele do que controlá-lo. Isso permite que suas ambições

Krystyna Kowalski a um visitante,
rasas complementem aquelas mais perigosas, das famílias enquanto toma um “Bloody Mary”
254

Sombra e Venture (ver Relatório 4212), no Opera Club;

Onde houver razão para suspeitar de atividade Toreador,
procure indivíduos excêntricos, porém populares, que se Falci com muitos Membros da sua
cercam de objetos projetados para impressionar os espec- idade e posso lhe dizer: nossos me-
tadores. Roupas, carros e até mesmo assistentes pessoais tados alimentares não mudaram
se destacam, enquanto é provável que o corpo frio Toreador muito no último milênio. Nos,
seja um indivíduo elegante, mas não necessariamente muito Divas, ainda apreciamos a emoção
chamativo. do amor e a paixão da luxúria.
Esses sentimentos desmontam
nossas fachadas endurecidas, ror-
nando o ato de se alimentar uma
experiência vibrante. Arivamos
nosso charme, seduzimos a bolsa e
tomamos seu sangue enquanto nos
aproveitamos de outras formas.
CAMARILLA
 CLÁS DOS MEMBROS

Pecado

Andei pela noite,

“ f
feito um rato oleado.
Me alisei e gemi 4

e cortei e chorei,

um esplêndido rato.
Dos bolsos de um homem tirei
seu talento,
sua empal ia,

sua convicção,
sCu sangue.

Meu rosto me encarou

ERRA, a
de uma vitrine de toja.

Estava banhado de
gtor
ri,ta,

amor,
Não, não desenvolvemos um os tipos de Sensiveis que favorecem
desejo genuíno por sexo em st. uma única bolsa, é que trabalham
lealdade,
liquidos.
/ ,

Acredito que isso sempre vai se nela por anos, bebendo apenas um
esquivar de nós conforme enve- gole por semana enquanto passam Orvalhado,
lhecemos; é nossa maldição. Mas o restante do tempo admirando o
Um belissimo rato.
a combinação de se alimentar mortal como sua musa. Esses rela-
enquanto beija, de beber enquanto cionamentos munca acabam bem.

fode, de sc empanturrar de same Eles acham que e amor, mas é apenas

enquanto experimentamos o mais obsessão. Não demora muito, e a cal

proximo que conseguimos um or- musa perde o aque «quer que tenha

gasmo é intensa demais. Não faço atraldo a atenção da bebedor no

ideia do porque dos outros clas começo. O Sensível segue adiante
refurarem essas prat icas. co mortal fica para tras, uma casca

É claro, ha aqueles que acrediram vazia Alguns are mesmo se matam

que comer € foder é vulgar. Esses são sem o patrocinio de sua Diva.
RODA da FORTUNA
 CLAS DOS MEMBROS

TRENERE
OSS
Eu sei o que você espera. Você acha que vou lhe falar sobre como os Bruxos
Os Tremere na
são maçantes, imprestáveis para um romance. Sociedade dos
E sim, de um modo geral é o que acontece. Teoricamente, sua paixão
pelos poderes misticos do Sangue é cativante, mas na prática... É como se eles Membros
fossem entendidos da aquisição de poder, mas não do porquê de obté-lo, Nossa Taumaturgia nos distingue
Ainda assim, tive algumas experiências esclarecedoras com Bruxas mais de todos os outros clãs. Sozinhos
velhos que passaram mais que uma ou duas vidas na hterarquia sufocante. regemos os milagres do Sangue.
Ela faz cotsas estranhas com eles, dá a eles predileções interessantes e Os demais ansciam, invejosos, por
preferências sexuais surpreendentes. Eu já vi e experimentei muito da que nossa magia Hermética. Apesar de
esse mundo tem à oferecer em termos de pessoas e de seus desejos intimos. toda sua antiguidade, os métodos
É dificil me surpreender e, ainda assim, nessas imerações com os Tremere e crenças dos clãs anciões estão
aprendi coisas novas. Nem sempre foi do meu gosto, mas às vezes você parados no tempo, na superstição
faz amor não porque está a fim, mas porque a curiosidade faz com que seja em vez de um entendimento da
impossivel parar. estrutura oculta da criação.
Tirando tudo isso, pode valer a pena fingir amar um deles só para conse- Por muito tempo fomos o pilar
guir dar uma olhada em suas bibliotecas de Vitae. mais forte da Camarilla, e seremos
mais uma vez. Mas, por ora, bus-
camos. Sentimos a fala do Sangue
em todos os clãs, e seremos nós que
dominaremos a comunhão, o con-
trole e a destruição, se necessário,
das forças que se agitam dentro
CAMARILLA

de nós. Podemos estar divididos como clã, mas nossa

causa é a mesma: dominar os segredos da eternidade e
manté-los longe dos olhos dos ignorantes c indignos.
O Cla Tremere tem muitos nomes nas noites de
hoje. Referimo-nos à casa antes do clã, ainda que a
maior parte de nós ainda ocupe a Camarilla. Antes de
nossa queda recente, chegamos a ameaçar o controle
dos Ventrue sobre à grande sociedade da noite. Agora
nossa Pirâmide está fraturada, duas grandes fendas
RELATÓRIO %139
nos dividindo em três casas. É triste, mas necessário.
TRÊS CASAS Mudança é necessária para que haja crescimento.
A mudança em nós espelhada por uma mudança no
Nosso entendimento dos corpos frios manipuladores
mundo. O que está acima é como o que está abaixo.
de sangue conhecidos como “bruxos” é pequeno, ape-
Nosso papel nesse grande teatro de maldições e
sar de diversos encontros diretos. As descobertas
mais recentes talvez permitam formas de questio-
sangue é simples. Somos o clã que fará todo sacrifício
ná-tos de forma mais detalhada, talvez atê mesmo
necessário pela imortalidade « pelo poder sobre o
provocar respostas. Parece que os infectados desse
Vitae. A Camarilla sempre foi a melhor aliança para
grupo vinculam-se a uma de três facções. Nossas se alcançar esse objetivo. Servimos os outros clãs com
definições preliminares são as seguintes: lealdade, raramente agindo em vantagem própria. Por
que se preocupar com o governo efêmero quando te-
TREMERE! à facção central. Hierarquia rigida. Bas- mos a eternidade para experimentar?
tante sigilosa. O ataque B313 parece ter prejudi- «O»
cado essa facção consideravelmente.
CARNA: uma facção marginal. Celular. Bastante si- Reconhecemos a importância dos mimeros. Três e sete.
gltosa. Difícil de ser visada devido à sua natu- O Clã Tremere costumava ser um só, com sete cabeças.
reza difusa. Infiltrada em muitos cultos mágicos Uma hidra. Agora temos três cabeças e três corpos, mas o
femininos. Sangue não muda.
GORATRIX: uma facção marginal. Hierarquia rigida. Éramos o mais forte dos clãs até que dei início à minha
Difícil de se estimar os números. Sob interroga- pequena cisão, ainda que não passa receber todo o crédiro.
CG-pi-aÃ

tório, um informante jurou que o líder morreu e Estou certa de que meu vínculo com o clã enfraqueceu devi-
ressuscitou duas vezes em noites recentes. do ao que estava acontecendo em Viena. Eu só estava can-
sada. Cansada de ter de ouvir quando ajoelhar, quando me
SEE

As três facções são unificadas de forma bastante

curvar, quando ceder meu Vitae ou tomar o de outra pessoa.
vaga, mas sua rivalidade torna possível que possa-
Percebi que havia um caminho melhor. O caminho
mos usá-las uma contra a outra.
antigo. Comunhão com a terra, com os espíritos da terra,
com a vida e com a morre. Tudo por meio do Sangue.
Esse é caminho da Casa Carna.
Schreke afirma que a Casa Tremere vai ascender mais
uma vez com cle na liderança, ele e seu novo Conselho dos
Sete, Talvez ele esteja correro. Talvez os velhos laços sejam
mais uma vez impostos.
Ainda que eu não concorde com Schrekt, temos em
comum a causa de manter os Tremere fortes como um

clã. Nossa repuração de força e união não pode ser mais

abalada.

- CARNA

140
 CLAS DOS MEMBROS

mortais. À Cientologia é um dos grupos x ultistas

Os Tremere na de maior destaque que se sabe estar sob controle dos
Bruxos, c ainda que o movimento New Age costume
Sociedade Mortal ser domínio dos Lunáricos, acredita-se que os Tremere
A esfera de influência mortal dos Tremere é altamente tiveram um papel fundamental na tentativa catastró.
especializada Enquanto outros clas procuram um setor fica de estabelecer a comunhão espi ritual conhecida
na infraestrutura da cidade e fincam uma bandeira como Rajnceshpuram no Oregon, EUA, no começo
Pia ps ' ,
para marcar scu territorio, a unica arca que os Tremere dos anos 1980,

chamam de sua é a acadêmica, o que faz com que A inclusão da Casa Carna no Clã Tremere criou
Bruxos normalmente criem refúgios em universidades novas perspeceivas para os Bruxos das noites de hoje.
e seus campi. Os integrantes do clã amam assistir às Os Tremere da Casa Carna — conhecidos como Bruxas
aulas noturnas, aprendendo teorias atualizadas, envol- de Sangue podem ser menos formais que a antiga
vendo-se em debates privados com professores favori Pirâmide, mas não são menos ameaçadores, devido à sua
tos « depois se alimentando das grandes mentes que se engenhosa criatividade, brilhando com a determinação
sentaram ao seu lado. feroz daqueles que há pouco descobriram o quão dife-
Além de circulos intelectuais, a influência Tremere rente é o sabor do poder, quando é você quem o possuí.
se sobrepõe às árcas arcanas do ocultismo, bruxaria As bruxas queimadas por nossos ancestrais levancaram
c sociedades secretas humanas. Eles se inserem em -S€ das cinzas, € quando encram na sociedade dos mor-

grupos como os Rosacrucianos ou a Aurora Dourada, tais, repleta de fantasias vingativas € anscios de sangue,
ambos de pensamento Hermético; dormem sob lo- c para libertar novas irmãs e ensiná-las como morder
jas maçônicas e estudam lado a lado com feiticeiros antes que sejam mordidas.

141]
CAMARILLA |

a

Praticas Alimentares
Fr . “
Se você esta lendo isto, você é do
Sangue. Se você não é do Sangue,
você não sera capaz de ler.
Como integrante do Clã c da
Casa Tremere, é imperativo que
estas instruções sejam seguidas:
m Nunca drene uma bolsa por
completo, pois seu rérmino
impede o uso futuro
E Não Abracc a bolsa sem
missão do Conselho dos Sete.
m Certifique-se de que um licro
de sangue de cada bolsa seja
guardado para experimentos, e
despache-o para nossa Capela
mais próxima.
E Sc possivel, remova toda a me-
mória da alimentação da mente
da bolsa, Se não for possível,
peça a um integrante mais
clevado do clã que o faça, ou
recrute um rebanho de mortais
que não diga nada.
Restrições regionais especificas
referentes a se alimentar apenas
de intelectuais e daqueles de foco
esotcrico estão revogadas
o periodo de ajuste do cla. Mais
instruções serão enviadas no
futuro.
Os Pecados
dos Tremere
Querida Aisling,
Por entre ventos rortuosos espero
que esta carta alcance a ti, onde quer
que estejas enveredando nestas noites
Agora escrevo a H sabendo
comunicações eletrônicas devem pa-
rar. Que esra curta e direta missiva
te crcondr sem per curbação.
CLÃS DOS MEMBROS
Nossa recente curbulência posterior à
devastação de Viena fez lembrar a con-
versa que uma vez tivemos, a respeito da
natureza do pecado e se somos criaturas
dele. Sou ateu, como sabes, então a cren-
ça em Deus e qualquer arbitrio celescial
da noção de pecado não coaduna comigo,
mas posso partilhar minhas observações
de anos recentes. Com efeito, deveria ter
sido claro para nós o sempo todo
per Nos, Taumarurgos, sofremos de
hutbris em demasia. Combine a isso
arrogância, vaidade, orgulho eum tre
mendo ego. Não sofremos rais condições
por imposição divina, pois são frutos de
nossa propria criação. Por longos anos
ivemos sucessos avassaladores, mas
nossa situação atual se deve aos peca-
dos e tolices acima mencionados.
Viena caiu pois não fizemos segredo
da instalação da Capela na cidade.
O cla se partiu porque tados nós nos
sentiamos mais sábios que o proximo
emos são certos de nossa posi
ção incontesrtvel na Camarilla, e agora
os Assamitas esgueiram-se para nos
substituir.
Devemos reromar a anriga
durante forma, c rápido. Não seremos
uma engrenagem diminuta no
grande mecanismo da Camarilla.
Ultrapassaremos nossos limires an
teriores, usando o conhecimento de
nossas falhas prévias para nos auxi
liar a atingir nossos desrinos.
Para isso preciso de tua ajuda. E
chegado a hora de considerares o valor
de uma Capela irinerante e o po der
que cla pode acumular por meio do
movimento constante. Acredito que seja
o momento de desistir de ceu posto na
Capela dos Cinco Distritos e receber a
mudança de braços abertos.
que nossas A mudança é maior que qualquer
de nos dois, e nossas visões falaram
para seguir por este caminho imp: rfeico
Windham

MaNsAVANOS
DOIDO
Eu parti mais corações ao longo dos séculos do que o
número de vezes que sofri o mesmo destino. Quando
sofri, quase sempre foi culpa de um Malkaviano.
Sou muito boa nos jogos sociais que jogamos, mas
às vezes um Lunáfico consegue me vencer. À vantagem
deles é que nem sempre sabem que estão participando
de um jogo. Sua sinceridade me acerta em cheio em
algum ponto fraco, imagino.
Muitos Toreador gostam de brincar com os Loucos
da mesma forma que nós brincamos com os Leprosos.
Explore suas fraquezas, simule um romance, veja se
consegue fazê-los implodir de amor por você. Não a jul
garei, caso faça tsso, mas nunca fui capaz de apreciar
esse tipo de coisa. Sou demasiadamente sentimental,
Há mais uma coisa sobre os Lunáficos que, acredito,
devo mencionar. Existe um boato que diz que você pode
perder a cabeça se beber muito do Sangue deles. Eu já
bebi o bastante para suspeitar que não seja verdade,
mas gosto da ídeta. Ela dá uma camada especial de
emoção a uma orgia de Sangue Malkaviano.
Us
DOESD SS
145
CLÃS DOS MEMBROS
Malkavianos na
Sociedade dos Membros
Os Malkavianos são integrantes orgulhosos da
Camarilla. Eles se beneficiam da Mascara, sempre ri-
veram um relacionamento sólido com os Ventrue e os
Toreador como conselheiros e musas, e simplesmente
sentem que a Camarilla é o caminho. Malkavianos têm
sido integrantes de nossa Seita desde a primeira noite
em que cla foi fundada, e os conselho deles, ainda que às
vezes incompreensível, se provou valioso inúmeras vezes.
Racionalmente Falando, nossa seita não deveria tole-
rar apoiadores instáveis. No entanto, os Filhos de Malkav
prospcram conosco. É como se suas perspectivas únicas
permitissem a eles contornar as Tradições sem infrin-
gi-las, de alguma forma mantendo-os imperceptíveis —
apesar de sua anormalidade — nas partes mais escuras da
cidade, onde a civilização teme pisar. Todos tendemos a
desdenhar daquilo que achamos desconfortável... E, com
frequência, eles apresentam-se bem, agindo como conse-
lheiros confiáveis para Principes ou mesmo ascendendo a
esses postos, antes que qualquer um perceba que sua auto-
confiança é na verdade megalomania c obsessão.
Ainda que poucas coteries abriguem os Profetas
conforravelmente, eles encontram seu caminho ao atrelar
suas Icaldades a qualquer Membro que não os descarte de
CAMARILLA

imediato. E podem ser extremamente úteis. Desprovidos

RELATÓRIO FlIZ dos sistemas normais de autopreservação, os Malkavianos
agem como pioneiros em novas formas de explorar o
A APARÊNCIA DOS MENTALMENTE Sangue. Nossa raça sempre teve ciência das diferentes
COMPROMETIDOS propricdades do Sangue, mas foram os Lunáricos que
começaram a identificar as razões por trás do faro. Eles
A família dos corpos frios mentalmente comprome-
conseguiram isso ao usar muitos de sua própria linhagem
tidos conhecidos como “Malkavs” compartilha uma
de sangue como cobaias. Ainda que os tenhamos menos-

CrISd-AM
característica notável envolvendo sua aparência.
prezado de início — a perda nessas falhas seria somente
Acreditamos que, quando estão na mesma cidade,
deles —, o risco a que se submeteram valeu a pena. Agora

SUS
coordenam-se sem se comunicar. Em casos extremos
eles lideram o mercado de tráfico de sangue e a pesquisa
eles são vistos trajando variações das mesmas rou-
das propriedades misticas pelo consumo de ressonância
pas, O que torna possível, por exemplo, a existên-
mortal. Esse faro atormenta os Tremere terrivelmente.
cia de um clube cheio de corpos frios usando ternos
Armani. Um informante fala de um grupo do AÁÃ em Quase sempre os inferiorizamos por piedade ou por
que três dos integrantes sempre estão com a ba- medo, deixando que os Nosferatu ajam como seus pas-
inha da perna esquerda da calca dobrada para cima. tores quando outros poderiam tomar vantagem de suas
É comum que Malkavs em uma cidade comparti lhem uma enfermidades. Mas nas noites recentes, os Lunâricos têm
caracteristica que aplicam de forma subconscien- se mostrado mais que capazes de cuidarem de si mesmos.
te à sua torma de se vestir. Uma paleta de cores,
um lenço de bolso, a mesma marca de celular ou um
anel sinete podem denotar que se frata de corpos
frios mentalmente comprometidos da cidade. Registre Malkavianos na
cuidadosamente a aparências de todos os corpos frios
que encontrar, e procure características em comum. Sociedade Mortal
Minha filha é divertida, mas não dé muita atenção ao que
ela diz. Ela joga escondendo as cartas, veja bem. Alguns
de nós sentem a necessidade de expurgar palavras de nos-
sas mentes como se fossem veneno. Eu falo abertamente
porque não escondo meu jogo. Minha filha, nem canto,
Ela e a irmã são estudos interessantes de como nós
interagimos com o gado. Minha cria dirige uma balada,
esfregando seu corpo em mortais de todo tipo. Aquela
turba de carne dançando « batendo os pés, pulsos mar-
telando, sangue correndo. Apreciamos estar em lugares
cheios de gado. Festas à noite, hospitais, universidades,
outras instituições menos hospitalciras. Ora, cu co-
nheço um Oráculo que faz seu refugio em uma clínica
de reabilitação só para ter uma breve visão daqueles
mortais pobres e doentes, que passaram rempo demais
dançando a música dos narcóticos. Ele diz que o san-
gue deles tem gosto de esclarecimento.
Cercamo-nos com aqueles que já são perturbados
(pelo menos na percepção dos mortais), e nos misturamos
a eles o máximo que conseguimos. Às vezes, ocupamos
posições de poder: alguém da diretoria do hospital, o psi-
quiarra-chefe da clinica, o lider de um culto de crianças
de rua. Nossas esferas de influências englobam o sistema
 CLÃS DOS MEMBROS

de saúde, o dominio dos teóricos da conspiração, religiões

alternativas e, é claro, dependentes de drogas.
Membros cínicos acreditam que dizemos aos nos- Dolphin B. ONLINE AGORA
sos rebanhos o que eles querem ouvir, mas nossas bol- Se eu dou a mínima para a SI? Hando-os pra cima
sas são mais leais que as outras. Obsessivamente leais. de mim.
Aqueles que estão envelhecendo c ficando dementes Serão bem-vindos se puderem me encontrar.
também cacm em nossa alçada. Enquanto outros
Membros desdenham de mentes mortais idosas, como Ainda sugiro coutelo.
se estivessem corroidas além do uso, nos encontramos Eles estarão monitorando este canal.
inteligência nos degenerados, e eles nos amam por isso. Escrevo apenas o que quer que
Qualquer mortal que precise de apoio vai encontrá-lo eles vejam.
em nós. Eles podem contar com nossos ombros para sc
apoiar, pois aceitamos o scu peso, junto com seu sangue, Eles acham que somos todos pecadores.
Estão certos.
Eu pequei. Minha família inteira pecou.
Se alimentar de gente com problema mental?
Os Pecados dos Não é um pecado.
Não estão ajudando ninguém de forma alguma.
Malkavianos É o que fazemos com os saudáveis.
Sim, ainda estou aqui. No momento estou em todo
lugar. Estou na minha cabeça, e também na sua. Fale isso pra eles. Precisam saber.
Estou abaixo de Manhartan e em uma montanha em
Wakhan. Mas chega de falar de mim. E quanto a você? Eu detesto essa merda de gado que não liga pra nada
Onde vai conseguir um bocado de sangue hoje? no mundo. Detesto a cara alegre e ignorante deles.
Não é fácil para nós. O Clã dos Ocultos faz muito Quero a vida deles. A normalidade deles.
barulho sobre suas dificuldades, falando de sua aparência Mas eu sei que nunca vou ter nada disso.
não convencional, mas imagine como é sc alimentar e Tenho inveja. Inveja, raiva, cobiça, desprezo.
de repente se lembrar de sua mãe (a que não o segurou Ponho tudo pra fora neles.
por tempo o bastante, sabe?), quando sentir o cheiro de Aqui uma de graça, seus merdas da SI:
perfume de uma bolsa, ou lembrar do seu pai (o que o Tem um velho frigorífico logo na saida de Baltimore,
abandonou quando você era criança, lembra?), ao sentir que costumava ser o matadouro 0'Tolley's.
o frio em uma casa abandonada, ou sentir autodesprezo É onde eu tenho guardado todos os normais pra quem
esmagador quando mais um mortal o rejeitar. revelei um pouco do mundo.
Não é facil saber que você, seus irmãos, irmãs, Um pouco da verdade.
pais e filhos (no sentido vampírico) são todos tocados, Se tiverem sorte, um ou dois talvez ainda tenham
como dizem. A psicologia dos mortais nem sequer algum sangue nas velas.
começa a compreender a natureza das doenças mentais Mas vão ter de ser rapidos!
de sua própria raça, e nossa condição é outra comple- O sangue escorre rápido quando você pendura uma
tamente diferente, então ainda que seja uma distração, bolsa em um gancho de cabeça para baixo.
terapia não ajuda, exatamente. É nem temos a opção
de procurar apoio e solidariedade em nossos amigos Não é culpa deles.
— não podemos nem falar a estranhos na internet, nas
noites de hoje. A única coisa que podemos fazer com Não, não é. Mas também não é minha. Vamos só
confiança é automedicação. dizer que “as vozes me mandaram fazer". Isso sempre
Então como nos alimentamos? Conheço Malkavianos funciona.
que adquirem seu sangue em sacolas, roubado de vans de
doação de sangue,

147
CAMARILLA
Conheço Malkavianos que criam rebanhos extremamente
especificos que não vão disparar ou exacerbar ainda mais
suas varias aflições. ( jonheço Malkavianos que jogam
cautela para o alto e permitem que suas perturbações se
manifestem complet amente em qualquer pobre mortal
que cruze seu caminho no momento de necessidade.
O conselho que lhe ofereço é simples: determine o que
precisa conseguir esta noite. Voce quer a memória
rodo aquele trauma de anos atras? Talvez sim. Talvez
ela o anime. Quer o anonimato de espreitar pela ala dos
comatosos em um hospital, em busca de sinque
e melancólico? Possivelmente. Talvez sinta menos culpa
clã enquanto ela continuava ali sentada, parada feito uma
estátua. “Nossa condição. Todos sofremos. Mas cu tenho um
a bálsamo. Não vai durar para sempre, mas vai interromper
seu devaneio.”
Ele virou da bolsa uma garrafa plástica toda amassada;
nela havia um líquido espesso, castanho avermelhado. “Sinto
muito por estar um pouco coagulado. Estou com ele desde
de a noite passada. Eu mesmo iria usar, mas acho que você
precisa mais.” Ele tentou girar a rampa, que estava colada ao
gargalo da garrafa. Depois de fazer força, conseguiu soltá-la,
rranguilo “Beba, Persia. E permira-me lhe contar um segredinho.”
Ê le verte o liquido grosso por entrr os lábios da Oráculo

dessa forma. Quer que as vozes parem durante a noite? paralisada. “Você foi educada para tomar apenas a sua par-
Então encontre uma bolsa mais volumosa e pegue mais te e nada mais. Tem sido tão boa nisso. Bem, agora
do que precisa, so para que seus olhos Alutuem. O que livre. Existe remédio para a nossa raça, e ele vem atraves do
quero dizer é: nunca saia sem preparo Malkavianos que sangue. Podemos repelir as vozes, a lamentação, o estado de
sobrevivem são aqueles que não desmoronam enquanto fuga c a mania; só precisamos beber um pouco mais que os
se alimentam. Honestamence, não tem nada pior que ter outros, Precisamos de mais que um gole, Precisamos encher
de se explicar a um Xerife nervosinho o porqué de a gar. nossas barrigas,”
ganta de um mortal estar aberta, com sangue espalhado Apoiou a cabeça da companheira com uma das mãos,
por todo o carro do policial, bem em frente ao refúgio enquanto com a outra espremeu o fluido para dentro da boca
do Principe. Sério, não tem nada pior. À menos que você dela. “Alguns nos chamam de glutões, mas precisamos nos
queira. 1 alvez seja o caso. curar. A única forma, a melhor forma, é consumindo quanto
mm ee cf emma sangue quisermos. Diga a todos as Visionários que conhece:
quanto mais sangue você bebe, mais cranquilo fica.
“Tenho te observado, Persia. Vejo como esta lucando com Quando nos cansamos da beleza, queremos um pouco do
"
sua condição.” Ozzy afagou o cabelo de sua companheira de grotesca.
 [ad

RU
O a
— E o ato
 CLAS DOS MEMBROS

Todo Toreador deveria ter um caso com um Nosferatu ao

menos uma vez. Tem algo muilo tocante na jorma como
eles parecem gratos e sinceros. Eles olham para você
como se fosse um presente de Deus pr sentam na dos

amigos Vadios deles, que q observam à distância, com uma

Inveja tímida.
Na primeira vez em que fiz isso havia um jovem, certa
de meu amante, que ficou com tantos ciúmes de mim que
me sequestrou e exiglu que eu o amasse da mesma Í

que eu amei seu Senhor. Foi tão emocionante! F le me

rou, fez discursos sobre seu amor, escreveu poesia, (MmIxe
humanos para me alimentar.
Depois de uma semana me cansei e o matet, mas ainda
estimo essa lembrança. É raro ver tanta dedicação assim
CAMARILLA

Os Nosferatu na
Sociedade dos Membros
Aqui é o Ambrus. Se conseguir ouvir esta gravação sem
destruir a máquina na qua cla esta sendo reproduzi-
da, deixe-me lhe dizer o quanto sinto por tcr chegado
neste ponto, mas também deixe-me dizer o porque de
termos feito o que fizemos.
à necessidade ob iga a agir. Nos nos unimos à
Camarilla porque o benefício de ser capaz de se escon
der da humanidade cra maior que o apelo de govcr -

ná-la. Somos um clã com os pés no chão, na medida

do possivel, em contato com aqueles que enfrentam
grandes prov ações, mesmo que sejamos seus predadores

com certa regularidade. Sempre fomos melhores em

esconder do que em procurar.
Então, quando a Camarilla começou a apertar o
cerco em torno de Membros que não eram 100% ficis à
causa, você esperou que nós inflissemos o bote salva-
-vidas para nossos clãs, para quando abandonassemos
o barco, Nós até dissemos que fartamos isso, Dissemos
que a Camarilla não Exvia nada além de subjugar nosso
clã, em um momento que a seita estava sob um nível
de escrutínio que nunca esteve antes. Dissemos que os
Anarchs cram a nossa melhor opção.
Odeio lhe dizer isso, mas mentimos boniro. Deixamos
você pula: , C até empurramos um pouquinho, mas nunca consciência sobre apresentação que qualquer um dos outros,
tivemos nenhuma intenção de ir junto, Vimos os Brujah mesmo os Degenerados. Alguns adornam mascaras espeta-
seguindo os Gangrel e percebemos que a Camarilla preci culares para ocultar sua forma, Creta! to outros ampliam 0

saria de informações, inteligência, das nossas redes e força horror

I
com maquiagem
:
e acessórios
E
repugnantes que põem
bruta, mais do que precisou em qualquer momento. Sua em dúvida o que é deformidade real e o que é falso. No Elisio,
. . 1 +! J. i

ausencia criou uma vaga, À Camarilla nos valorizou por a maioria de nós craja nossa maldição com orgulho. Às vezes
informa-la sobre a deserção da Gentalha. orgulho demais, com Neófitos ainda cambaleando com a
, Ê ESB ca
Somos filhos da pura? Muito provas clmente. dor de subjugar-=se à nossa condição abominável festejando
Mas nossa posição esta mais forte do que nunca sua miséria, aparecendo com criações bizarras feitas de lixo
E
A Camarilla precisa de nós, e nós precisamos dela. e sobras de segunda mão trabalhadas meticulosamente em
Desejo-lhe sorte no Movimento Anarch, Theo, mas trajes de alta costura que seriam dignos de passarelas, não
acho que pcé vai se arrepender dessa decisão fosse pelo cheiro de mijo. Ha exceções, é claro. Os Nosferaru
meet o conhecidos como « leóparras cencam parecer o mais sensuais
passtvel, valorizando as partes mais normais de seus corpos e
As aparências são sudo, meu caro. Pode-se argumentar que escondendo o Testa.
- bh j
não importa o que vestimos. Um figurino elegante não trans Nossas afli NOS CSERo num especiro que var de doen s Ce

de orgãos
forma um pedaço de carvão em um diamante. Mas se ater aos pele a orifícios faciais horrivelmente distendidos,
k - o ;
detalhes nunca machucou ninguém. Mesmo que você jamais e ossos inchados a tufos de cabelo, cartilagem ou tumores
e Pa a :
possa ser belo, ainda pode parecer impressionante, ameaçador, bizarros. Não me recordo de muita coisa dos meus dias
| ' é a
influente, elegante... E, por ESSO, NOSSO clã rende a ter mais mortais, mas lembro de cer sido obcecada com a celulite em
minhas coxas. É uma memoria adorável. Era rão bela hedionda ou as defor midades corporais que vem com a

Como nossa cransfor um ição geralmente demora semanas ou associação ao clã torna dificil interaggir diretamente com
MESINO JMESCS PAPA SC COMPIotar, alguns Membros reorizam que os vivos. Para compensar tal maldição, os Nosferatu ado-
nús somos os mais vivos de nossa raça, e que as deformidades tam métodos criativos para auxiliar na interação. O mais
- . e] , i .
são Os sinais vistvels das centativas do corpo de sacrificar pa a simples é se associar aos excluídos c aqueles afligidos por
tes de si mesmo para repelir a morte. Como cauterizar umafe condições médicas. Um Nosferatu com um nariz afunda-
rida. Gosto da ideia. Somos como os “Morot”, os vampiros vivos do € gengivas que sangi am se da ia melhor em um centro
do folclore do leste europeu, Parecemos mais com cadaveres que de reabilitação de drogados do que cm uma festa regada
quaisquer de nossas primos da Camarilla, mas, em contraste a champanhe e caviar em uma mansão. Um Nosferatu
ainda sentimos o que é ser humano. Ainda carregamos conosco cuja pele descasque constantemente talvez encontre alívio
uma centelha do dia. em uma instal ção médica, enquanto outro que tenha
queloides, feridas abertas e pareça impregnado de sujeira
poderia ficar em um abrigo para pessoas em situação
de rua. Os azarados que têm deformidades realmente
Os Nosferatu na MoOnNsemuosas COMO rânios alongados, olhos completa

mente negros, orelhas É grandes e pontudas ou feições de

Sociedade Mortal roedores são forçados a procurar circunstâncias nas quais
Os Nosferatu sofrem centre as reses. Ainda que qualquer possam usar mascaras, ou então contar em sua maestria
mortal Abraçado pelo clã tenha as mesmas capacidades em ofuscação para caçar. Tk das as suas decisões, da esco
sociais que tinha na noite antes da mordida, a aparencia lha de rerritórios de caça a lacaios e servos de confiança,
CAMARILLA
dependem da gray idade da sua Perdição e sua per icia cm
escondé-la, Na maioria dos casos, costumam esconder-se
por trás de diversas camadas de subrerfúgio, preferindo
sempre o caminho de maior resistência em vez daquele
mais bem iluminado.
De todos os clas, os Nosferatu são os menos propensos
a se associar diretamente com conexões mortais prévias.
Poucos entenderiam a degeneração súbira da aparência,
muitos Nosferaru não suportartam mostrar scus rostos as
pessoas amadas de sua vida pregressa. No entanto, a maio-
ria deles não tem essa resistência no que se refere à socie-
dade dos Membros. Aqui, cles geralmente se deleitam com
a repulsa que suas aparências desveladas causam em seus
colegas monstruosos. “Mostramos à eles o que realmente
são”, diz o ditado.
Alerta de Fake!
Fiquem espertos, viciados em encontros online, porque uma
epidemia de carfishing está assolando a Erropa! Mas espere,
você não sabe o que é carfishing? Explicamos:
Alguns usuários de serviços de encontros, como Tinder e
OkCupid, criam personas falsas usando foras que riram de auras
lugares. Eles sam esses perfis artificiais para instigar homens ou
mulheres (a maioria homens) esperançosos a contará-los, enga-
jando em pscudo-relacionamentos online e eventualmente combi-
nando de se encontrar com seu posstvel par romantico,
ja maioria das vezes, wrmina por u. O cara desa bre
a novinha que ele estrva procurando não é quem dizia ser, e
volra para casa frrioso e desiludido.
Nãoé o que tem ocorrido nas últimos incidentes
Registros de métricas de sites de encontros, de cidades como
Atenas e Roma, afirmam quea prática de catfishing so aumen-
ra, mas os homens que relatam os encontros com os, als ific ido
res voltam com verdadeiras histórias de horror. Ainda que não
julguemos as pessoas por suas aparências aqui no RED-Buzz, os
atos falam de verdadeiras aberrações esperando por esses ca-
ras, de alguma forma disfarçando sua condição doente e disfor-
e me atéo último momento possível, quando mostram suas firces
horríveis! Um deles até tentou morder um possivel namorado!
O DateDice, na Grécia, anunciou que estão investigando
se isso é algum tipo de pegadinha de algum programa de TV.
Se for, mal podemos esperar para ver as caras dessas vitimas.
Aparentemente a maquiagem desses carfishes é tão boa que fez
um dos homens desmaiar e acordar no hospital!
Os Pecados » dos Nosferatu
Cada clã possui legiões de pecadores Os Nosferatu gos
tam de se esconder, de agir como martires e de cuidar
dos sujos e rejeitados, mas estão longe de ser virtuosos.
A sua seleção de mortais a ser arrebanhada é apenas outra
forma de exploração. Eles aplicam lavagem cerebral nas
veses, fazendo com que acreditem que eles são os únicos
que se importa com clas, apenas para afundar suas presas
logo que a vitima não tenha mais para onde ir.
Sua covardia e O recente comportamento vira-casacas
os coloca em desacordo com os Brujah e outros Anarchs,
mas são tão orgulhosos c arrogantes que sempre procu-
que ram ajuda entr os scus, antes de procurar q Iquer OITO,
Ironicamente, o vicio ao qual 4 maioria dos Nosferatu
sucumbe é o da vaidade, visto que é raro que um Leproso
fue completamente confortavel com sua teiura.
 CLÃS DOS MEMBROS

a
Tina
O Clã da Caçada,
Assassinos,
ari Lie a er Ti
Sarracenos,
Mediadores,

SUN aa
o

Assamitas
La
E
La

1]
es
Fã

NV 40d
Isso vai chocá-lo, mas até agora eu nunca five um amante Hagimita. Houve alguns poucos casos de
Filhos de Hagim que tentaram se aproximar de mim no sentido romântico. Alguns rapazes, e uma vez
uma mulher, todos sérios, sisudos. A tragédia é que, algumas vezes, ser desejada é mais prazeroso
[er UR a a (el LO PU indivíduos, senti sua necessidade e devoção, a intensidade de suas emoções.
Havia algo de prazeroso em suas frustrações, algo que eu perderia se os tivesse aceitado.
[oco R UU DOME Ea RIR
Mas lhe dou um conselho. É divertido atirar pretendentes uns contra os outros. O ciúme que nutrem
entre si é divertido de assistir, normalmente motivo de boas risadas no Elísio. No entanto, e falo por
experiência própria, fazer isso pode ser perigoso se um deles for um Hagimita. A mulher que me perse-
guiu desafiou meu amante a um duelo, e o matou. Uma demonstração absoluta desse ardor, mas infeliz
mente ela foi condenada a ver o sol, por um Principe que não entendia as nuances do amor violento.
Meu futuro marido será um Haqimita, então finalmente vou completar minha coleção.
Jovem como você é, deve estar querendo me perguntar o porquê de eu estar seguindo com isso.
A grande aliança entre a Camarilla e a Ashirra será oficializada por meio desse casamento, comigo
sendo a oferenda simbólica. Por que me sujeitar a um papel desses?
[Nara Re ARTUR Cel CTN TURN ES TRATO PIORA COCA LUSA CAS DU LITUANO STS ANO RT
determinada a ser a personagem principal da minha história e, ao dar esse passo, deixo de ser uma
celebridade mediana da Gamarilla e caminho para o palco principal, Isso exige que eu cumpra um certo
papel, mas também me leva para o alto.
Para um mortal, uma escolha como essa definiria o restante de sua vida. Esse seria seu destino Jinal.
Para um imortal. Bem, não quero desrespeitar meu futuro marido. Vou estimá-lo por toda a eterni-
dade. Afinal, que tipo de pessoa agiria de forma desonesta em seu próprio casamento?

ti
a
CAMARILLA
“Estive morto, depois vivo.
Chorando, depois rindo.
O poder do amor veio a mim,
e me tornei feroz como um
leão, depois doce como
a estrela vespertina.”
- RUMI
O Pacto de Odense
Por Aisha Talwar, Vizir dos Descendentes de Hagim destituidos
As circunstâncias que envolvem a entrada dos Banu
Hagim na Camarilla são pouco conhecidas, mas o que
ouvico seruinte:
O feiticeiro conhecido como Ur-Shulgi, ain-
da em Alamur, começou um expurgo de todos os
Descendentes de Hagim que sua mente desumana jul-
gava indignos. Esse julgamento estendeu-se a qualquer
um que abandonasse Hagim a favor de Alá, Alguns
dizem que sua recusa em renegar o livro da paz des-
truiu Jamal, que tinha o título de Ancestral na época,
mas disso não temos provas.
Como pode imaginar, muitos Descendentes de
Hagim paralisaram diante da ideia de abandonar a fê.
Eles fugiram, caindo sob a clemência da Camarilla.
Esses vampiros — toda a Casta dos Vizires e muitos
dos Guerreiros, até onde sei — comprometeram-se em
servir a seita onde os Brujah c os Gangrel haviam fa-
lhado, tendo feito diversas solicitações a respeito disso
durante os úlrimos vinte anos. O terreno já estava
preparado, veja bem. O obstáculo sempre tinha sido a
inimizade reciproca do clã com os Tremere.
Três coisas aconteceram para tornar sua admissão
uma possibilidade: a primeira foi a partida dos Brujah;
a segunda foi a derrota dos Tremere em Viena; a ter-
ceira foi a Cruzada da Gehenna do Sabá, que nos deu
um inimigo em comum nos campos de batalha de
nossa terra natal, Quando muitos dos nossos irmãos
infiéis pareceram se unir, ou pelo menos prestar auxi-
lio, aos céticos Cainitas, nossa dedicação a este pacto
tornou-se tão forte quanto aço de Damasco.
Veja, a Camarilla sentiu-se enfraquecida pela
guerra e pela ascensão da Inquisição, mas ainda estava
[58
em posição de negociar rodas as forças de uma vez.
Os antigos inimigos dos Banu Hagim, os Tremere,
foram tolhidos, e uma vaga aguardava a presença dos
Assassinos. Pode surpreendé-lo que a Camarilla tenha
feito reuniões com os malditos Seguidores de Set
conosco, Hagimitas, na mesma noite, para decidir
qual dos dois seria aceito. O “Ministério”, como eles se
chamam nas noites de hoje, encontraram Justicares em
uma cidade enquanto nós, Banu Hagim, encontramos
os representantes da seita em uma cozinha, em uma
cidade dinamarquesa qualquer. O encontro deles foi
opulento, oculto por trás de uma reunião da OTAN no
mesmo hotel. O nosso foi vergonhoso, e fora das vistas.
O deles foi por água abaixo. O nosso, não.
A Camarilla pós a morte daqueles Justicares na
conta dos Seritas. Estou mais inclinada a acreditar que
fomos nós. Sabiamos exatamente o que eles estavam
fazendo, « garantimos nossa posição na seita.
Oh, não pense que os Banu Hagim não tiveram
culpa na destruição dos Tremere. Alguem vazou para
a Inquisição a exata localização do santuário Tremere
naquela capital. Alguém que odiou os Tremere por mcio
milénio. Alguém se beneficiou com o prejuizo deles.
Eu me curvo aos estraregistas entre os Guerreiros.
Sempre os consideramos matadores fanáticos, aos
quais faltava sutileza. Parece que jogaram o jogo da
Jyhad melhor que qualquer um.
— aii Pre
O Juiz entra na cidade em segredo. A noite revela padrões
de ma conduta ao seu olhar paciente. Monstros com rostos
humanos roubam o sangue de inocentes. Ambição man-
chada de sangue esmaga os sonhos divinos da justiça. As
ruas transbordam perversidade. Aquele é um assassino —
um monstro, E aquela mulher ali vendeu seu próprio filho
— ela, um monstro. E aquele soldado também — ele serve
a um injusto Rei. Alguém deve trazer equilibrio. Alguém
deve apontar o dedo e decidir o que é certo e o que é er-
rado. Esse alguém será Hagim. Uma decisão foi tomada.
Para caçar monstros, o Juiz deve ele mesmo se tornar um.
O pai ouve e garante a Hagim seu desejo. Mas como todas
as coisas dessa natureza, trata-se de um teste envolto por
uma maldição. O Juiz sabe que não ha corte imaculada,
Seu código é o de sempre beber das almas dos culpados,
de alimentar a causa da justiça com o sangue dos perver-
sos. Rei e Rainha são seus primeiros alvos, mas não para
por aí. De fato, não para nunca, Há tanto mal para ser

reunido em suas veias ardentes. Tantas almas escuras para
se beber. Ele não pode fazer tudo sozinho, então Hagim
gera Ur-Shulgi e seus irmãos para fazer guerra contra o
resto de sua raça injusta. Quando a segunda cidade caiu,
ele guiou seus filhos até a firme e oculta montanha de
Alamur. Séculos passam. Justiça é exercida e as mortes dos
culpados são planejadas e realizadas em croca de um preço
de Sangue. Mas quem é culpado? “Até o último dos bebedo-
res de sangue”, diz Ur-Shulgi, voltando-se aos seus irmãos.
“Apenas aqueles que infringem a lei de Deus”, diz o Profera
mortal, e olha diretamente para os olhos do Juiz, Ele va-
cila. Justiceiro ou guerreiro sagrado? Homicida psicopata
com um código, ou honrado caçador de recompensas?
Assassino ou executor divino? Justiça pessoal ou universal?
Caçadores de sua própria raça, com tradições remontando
a Salomão e além, os Descendentes são minha última e
única esperança. Que venham a mim. De joelhos, rogo:
“Justo Hagim, faça com que eu e minha raça paguemos por
nosso crime, para que a Terra torne-se imperturbável, não
mais maculada por nossas sombras famintas”. Uma ausên-
cia de som me diz que minhas orações foram ouvidas,
sê . guns convertam-se ao Islá após a morte, a maioria
Quem são os Banu Hagim?
Os Juízes dos Banu Hagim ficam divididos entre sua
sede hereditária c sua paixão pela justiça. Há muito
tempo que os Juizes se colocaram à parte da sociedade
dos Membros, para aplicarem melhor suas punições
capitais, ladras de alma. Isso está para mudar, Uma
cisma divide a clã entre os seguidores do Matusalém
recém-desperto, Ur-Shulgi, c os Guerreiros e Vizires
Islâmicos abraçados muito depois do clã ter abando-
nado sua impicdosa adoração ao sangue. Alamur — a
base de operações oculta dos Descendentes, em algum
lugar no Afeganistão — caiu por completo para os
cultistas do sangue, que se preparam para aplicar seu
julgamento em sua raça. Os Hagimitas mais sensatos
agora são exilados, fugindo de seu antigo lar. A maioria
desses se uniu à seita fiel dos Membros muçulmanos, a
Ashirra, ou buscam asilo e associação completa à con-
traparte ocidental da seita — a Camarilla.
Sejam cultistas ou guerreiros da justiça, todos
os Descendentes de Hagim aderem a um estrito
código de algum cipo, seja ele as leis de sangue de
Ur-Shulgi, uma vendeta pessoal, a constituição ame-
ricana, alguma variante obscura da lei islâmica ou
[59
CLÃS DOS MEMBROS
mesmo teorias pós-modernas sobre opressão. Mas
nenhum vampiro € livre de interesse próprio. A ver-
dade desconfortável é que os Descendentes ocultam
seu incontrolável] desejo pela Diablerie por tras de
uma rigida ideia de certo « crrado. Para os Juizes,
alguém sempre é culpado. E os culpados devem scr
punidos, suas almas sugadas de suas artérias para
tornar o Juiz mais forte em preparação para o próxi-
mo assassinato justificado.
Os Banu Hagim incluem uma gama diversa de
caçadores, juízes e matadores. Ainda que o foco do
clã em julgamento frequentemente se manifeste no
ato de matar, os mortais Abraçados no clã costu-
mam ser qadis, estrategistas e estudantes de direito
tanto quanto caçadores de recompensa, soldados,
policiais e assassinos treinados. Os vínculos geo-
gráficos do clã fazem com que a maioria dos seus
integrantes tenha sido abraçada entre o ano Goo d.C.
e o começo do século XX, « seja de uma das denomi-
nações da crença islâmica. Banu Hagim mais velhos
rendem a vencrar o Sangue em vez de qualquer fé
humana. Integrantes mais jovens do clã vêm de
qualquer lugar e cultura do mundo, e ainda que al-
dos Hagimitas modernos mantém a fé dos dias cm
que respirava, c é respeitada por isso.
Nas noites modernas, os Banu Hagim buscam mor-
tais capazes de analisar c gerenciar ameaças, aplicar a
lei c a tradição por meio da força da personalidade ou
da perícia e, é claro, assassinos que possam contribuir
com os objetivos do clã. Os Banu Hagim ficam aten-
ros a veteranos de guerra, especialmente aqueles que
foram feridos ou cairam em desgraça nos conflitos.
Oferecem a eles imortalidade, uma chance de redenção
e também propósito. Tais mortais tornam-se Neófitos
valiosos.
Os Banu Hagim são mais que um clã de matadores
descendentes de al-Hashashin, ainda que tenham ado-
tado muitas práticas dessa scita de mortais. Os Vizires
e Guerreiros do clã descendem de diferentes proles de
Hagim. Cada uma delas sente-se compelida a Abraçar
mortais diferentes, com os Guerreiros tendendo àqueles
mais marciais, e os Vizires drenando e transformando
aqueles com poderes políticos e legislativos. A cone-
xão entre ambos é a lei. Banu Hagim na Ashirra e na
Camarilla se esforçam para manter c reforçar a lei, tor-
nando crítica sua escolha de futuras Crianças da Noite.
CAMARILLA

O Clã da Caçada já foi um bando de mercenários,

Os Banu Hagim na caçadores de recompensas c assassinos de aluguel cm

meio aos Membros. Quando um vampiro desejava uma

Sociedade dos Membros sentença de morte final aplicada aum próximo, uma

Fui chamada Fatima aÉ-Fag: adi em vida, e este é o nome
que uso na morte nesta noite. Eu sou Banu Hagim, uma
juíza de monstros e homens. Como muitos de minha
raça, também sou uma exilada. Mas não somos mais
forasteiros. A Camarilla nos acolheu, < nós a acolhemos,
visto que chegou a hora de a lei da Ashirra guiar as filei-
ras de todos os Membros.
Você ouviu que os Banu Hagim são divididos. E
verdade. A maior parte de nossa casta de guerreiros
atrela-se a Alamut e aos caminhos antigos. Mas o Velho
da Montanha está morto, € os assassinos agora vencram
Ur-Shulgi, o deus sangrento, e reviveram os arcaicos ca-
minhos da adoração do sangue. Esse é o código que diz a
eles para matar e consumir as almas de todos os vampi-
ros externos 4 nossa linhagem Õ restante de nós
que não demonstrasse qualquer concxão com quem a
pedia, cle contratava os Assamitas para despachar um
assassino. Por um preço em Vitae enviado ao lar ances-
tral do clã, os Descendentes de Hagim executavam à
sentença sem dilemas morais.
Nas noites de hoje, o papel global do clã mudou
Os Banu Hagim que venceram Ur-Shulgi, e deram as
costas ao Islã, ainda praticam os rituais internos do
Lecusa-

«se à desistir de nossa fé e moral mortais. Reconhecemos

há muito tempo o perigo de trabalhar como escravos de
um ser inumano, € encontramos propósito no ale ame

infinito da misericórdia de Alá. O nossa código é o de

matar pela paz « pelo bem maior.
Fugindo lado a lado com o rebanho, escapando da
loucura da Guerra da Gehenna, arriscamos tudo para en-
contrar novos lares. Suplicamos à Camarilla por santuá-
rio, o que em grande parte concederam, Somos gratos a
cles por demonstrar respeito. Nisso eles são muito melho-
res que 0 gado cada vez mais islamofóbico do Ocidente.
Rogamos para que não voltem à intolerancia que passa-
mos a esperar de Anciões europeus e americanos, Talvez
a verdade seja justamente o contrário: csta nossa união
pode representar o primeiro passo em direção a uma era
de compreensão c justiça, para os vivos € os mortos.
ecra qui É Freemm

Somos os juízes de todos. Hã momentos em que devemos emitir

sentenças desagradáveis aos nossos semelhantes. É um papel
pelo qual somos temidos e respeitados, eum do qual tenho or-
gulho. Sou filha de Hagim, e sirvo minha raça como um inscru
mento de just iça. Como uma criação de Alá, sinto remorso por
cada corte de lâmina, por cada fagulha das chamas, e questiono
cada grama de satisfação que vem com encerrar as vidas dos
indignos. As palavras do Profera são de paz c comunidade. Para
que elas se n umifestem, sou amaldiçoada a uma vida de guerra.
Se é esse o meu papel, quem sou eu para questionar?

160

clã, relacionados à colheita e armazenamento de Vitae,
Rumores de Diableric cm massa insuflam o medo de
que o clã não queira nada além do fim de rodos os de sua
raça. Esses legalistas, escondidos na fortaleza de Alamur,
expulsaram mais da metade do clã para romper os vin-
culos com seu passado encharcado de sangue. Ao fazê-lo,
atrairam a atenção de nossa seita. Os Banu Haqim são
mais uma vez vistos como um pilar em potencial da Torre
de Marfim. Banu Hagim jurados à Camarilla cuidam de
setores de nossos domínios, ganhando influência especifi-
camente sobre as reses envolvidas com a lei e as infrações
da lei. Muitos Banu Hagim muçulmanos, mantendo-se
q red
“Pa
-=
161
CLÁS DOS MEMBROS
rigidamente fora da influência de Ur-Shulgi, sendo
conhecidos como campeões leais da Ashirra. Com os
Membros do Ocidente e do Oriente encontrando inimi-
gos comuns nas revoltas do Sabá e dos Anarch, a ideia
de a Camarilla cogitar uma aliança com o Clã da Caçada
parece cada vez mais racional.
Os Descendentes de Hagim sempre proclamaram
que seu fundador era o juiz de todos os vampiros. Na
Camarilla, cles mantém esse legado, reivindicando reba-
nhos e lacaios inseridos em delegacias de polícia, forças
de segurança e patrulhas de fronteira. Eles também
dominam segmentos do crime organizado. O clã treina
gado nesses setores, alguns para o Abraço, outros para o
serviço, mas principalmente para ter uma carta valiosa
nas mãos em cidades da Camarilla. Quando os oucros clas
querem que um mortal problemático seja silenciado, os
Banu Hagim exercem o peso da lei por meio de suas reses.
Os Banu Hagim na
Sociedade Mortal
Nas palavras de Aisha Talwar, Vizir dos Descendentes de
Hagim destiruidos:
Um erro comum que os outros Membros cometem
quando nos avaliam é o de acreditar que os Banu Hagim
não possuem esfera de influência entre os mortais. “Os
Assamitas são um clã de vampiros árabes, que se alimen-
tam de vampiros e vivem em uma forcaleza de vampiros
longe de olhos mortais”, é o que dizem. Esse argumento
tolo é a principal razão pela qual os Ventrue e Tremere
ainda se opõe à nossa admissão na Camarilla.
É claro, também há barreiras bascadas em nossa fé.
Muitos dos integrantes da Camarilla ainda expressam
uma hostilidade aprendida contra o Islã, seja pela re-
presentação deturpada de nossa fe nas noites modernas,
ou devido ao fato de eles verem segurado as rédeas do
poder desde o tempo em que as guerras contra o Império
Otomano, ou mesmo à Reconquista, ou as Cruzadas, nos
colocavam como inimigos do mundo cristão.
Nós sempre tivemos parcelas da sociedade mortal em
nossas mãos, Ainda que legisladores (e às vezes infratores)
sejam parcelas óbvias, considere rambém os grupos étni-
cos nos quais nos mascaramos. Entre muiras tonalidades,
há uma cor que predomina em nosso clã. Não se engane;
CAMARILLA

todos as clãs se originaram da mesma parte do mundo

que a nossa, mas nossa diáspora demorou, resultando
RELATÓRIO &52 em muitos vampiros com ascendência árabe, beduina,
CORPOS FRIOS RELIGIOSOS indiana e da África Oriental, dentre uma hoste de outras
PARTE B etnias que não são “brancas” ou “europeias”,
E é claro que um leque de origens como esse fornece
Na Parte A cobrimos a interação entre os corpos frios um grande espectro de áreas mortais para influenciar.
e a fé católica te anglicana). Aqui, discutimos a Milénios de preconceitos e influência sobre as familias
questão dessas criaturas e sua conexão com o Islã. ricas da Arábia nos dão acesso fácil a petroquímicos (in-
Na época de nossa formação, presumimos incorre- crivelmente úteis para se ganhar recursos), bancos e setor
tamente que os corpos frios controlam os seguidores financeiro (incrivelmente úteis para restringir os recursos
vivos do Islã em um nível sistêmico. Devido à nature- de outros), telecomunicações (vai considerar esse setor
za celular e ausência de hierarquia formal do Isla, útil quando estiver tentando esconder o uso de celulares
a resistência da fé à manipulação dos mortos-vivos é, da Inquisição) e hotéis de luxo. Sim, estereótipos ainda
de fato, notavelmente alta, Ainda que grupos isla- existem, e não estamos acima de usá-los a nosso favor.
micos violentos sejam suscetíveis à manipulação da
ameaça dos corpos frios, estes são elementos margl-
nais na comunidade muçulmana, e seu poder está dimi-
nuindo
Agentes
rapidamente
perceberam
fora de
que
zonas
ainda
de
que
conflito
muitos
ativas.
dos indi-
Os Pecados
víduos
crença
Interrogados
depois da
logo
infecção,
abandonem
muitos
seus
outros
sistemas
einda se
de
dos Banu Hagim
O bom e velho rapaz do sul tragava um cigarro displicente-
agarram à sua fé, seja ela qual for, de modo ainda
mente, enquanto sua companheira Anciã limpava as armas
mails forte, manipulando as práticas ritualizedas da
dela em sua garagem. Era apenas uma breve visita, mas uma
u-uu

religião, adequando-as às suas necessidades.

oportunidade rara para que um Descendente de Hagim fizesse
ese

Uma das estirpes dos corpos frios, que chama a si

mesma de “Descendentes de Hakim”, apareceu em regis-
perguntas a outro. “Então, linda, qual é o nosso pecado?”
tros anteriores descrita como uma espécie de predador
Hopkirk sorriu para Fatima, enquanto ela o ignorava, mas-
global islâmico to paradeiro do tal Hakim é desconhe- sageando uma de suas lâminas com um pano com óleo. “Você
cido, mas suspeitamos que seja um codinome para uma
parece convencida de que todos os outros Membros carregam
figura-chave da sua liderança). Correção: ainda que algum pecado, Então qual é o nosso?”
os Descendentes de Hakim existam em grandes números Farima parou o que estava fazendo, enfiando o pano
em países como a Síria, Turquia e Irã, eles são car num bolso enquanto levantava a lâmina, olhando dela para
pazes de infectar não muçulmanos com sua condição, e Hopkirk, “E precisa perguntar? Nosso pecado é cvidente para
sugere-se que há muitos Descendentes de Hakim fora do todos. É o Sangue. Em nossas mãos. Em nossos lábios. Nossas
Islã, possivelmente devido à intervenção estrangeira gargantas. Nos banhamos com ele, Nos deliciamos com ele
nos conflitos do Iraque, Afeganistão etc. Nós amamos o Sangue.” Ela estendeu o braço com a longa
Ligar o Islã a um único grupo de corpos frios é adaga, sopesando a arma.
uma conexão equivocada, Assim como os não infec- “Essa não é uma das sete mortais, é? Digo, acho que pade-
tados, a fé pode emergir em qualquer lugar e entre ria ser a ira?”, disse Hopkirk, cuspindo o cigarro no chão e o
quaisquer pessoas. Nossos registros mostram que o apagando com o calcanhar.
grupo que se denomina “Ashirra” (ver Relatório 46) “Abandone essa sua visão limitada de pecado. O Alcorão
é impulsionado em grande parte pela fé, com incli- | proibe o consumo de Sangue e o manuseio dos mortos. Ao
nações islâmicas, mas ainda resiste ao estereótipo
proferir essa verdade, o Profeta, que a paz esteja sobre cle,
de professar uma única religião. cambém falou de nossa raça. Não éramos desconhecidos para
Sempre tenha em mente que não importa a fé que
ele. Ele sabia que nossa relação com o Sangue é toralmente pe-
pratique, todo corpo frio distorce sua religião
caminasa, Quando o sangue está próximo remos fome, temos
para preencher suas necessidades.
desejo, nos orgulhamos da morte que causamos. Não paramos

162
 CLÁS DOS MEMBROS

aré que tenhamos bebido o sangue e a alma de nossas viti- combate, aplicar a justiça a um pecador no processo da
mas.” Fatima limpou mais uma vez a lamina com um pano sagrada Caçada de Sangue, roubando daqueles amaldi-
limpo antes de colocá-la gentilmente em sua bainha, coados como nós Toda alimentação e um ritual, Não
“Então isso nos deixa como? Em todo lugar que eu vou só tomamos o sangue de forma leviana. Ele deve vir de uma
ouço que estamos além da misericórdia. Você acha isso mesmo?” fonte que precise abdicar de um litro de vida.
Farima sorriu, mas era wm sorriso triste, “Somos testados
a cada noite, meu irmão. Porque enquanto Ur-Shulgi existir
em Alamut, ele vai exercer sua força sobre cada um de nossos Arquétipos
dos Banu Hagim
impulsos pecaminosos, Ele vai brincar conosco aré que voltemos
a ele c a sua mercê. Devemos rezar para ter força c lutar para
resistir. Até estarmos livres, nosso clã é o pecado encarnado.”
«mae CÊ Bope ESTUDANTE DE DIREITO

Os Banu Hagim valorizam o entendimento da lei e da

Somos juízes dos Membros c do rebanho, indicados
por Hagim e Caim. Os termos de nosso julgamento
podem se ater à tradição e à lei antiga, mas são tão
severos É
€ verdadeiros agora quanto cram ha milênios.
Nos alimentamos daqueles indignos do sangue em suas
veias. A mais sagrada das punições é aquela em que um
Juiz bebe o sangue e à alma do criminoso, fazendo com
que seu fim for taleça o legislador. Ha muitos caminhos
tradição, frequentemente Abraçando especialistas em
legislação para auxiliar a modernizar (ou pelo menos fa
miliarizar) as expectativas do clã para todos os Membros
Este Descendente de Hagim ainda cra estudante de di-
reito quando foi transformado em vampiro, e de repente
seus limites eram outros. Não mais restrito a versões do
direito mortal do século XXI, havia se tornado um perito
na legislação dos Membros. Um Descendente de | lagim
destes vem respeito entre os Vizires
CAMARILLA

LÍDER SINDICALISTA
Saber quando ir às ruas, quando se armar e derrubar
alguém e quando se conter e simplesmente se recusar
a ajudar os tiranos diferencia este Descendente de
Hagim, separando-o dos típicos cumpridores da lei
de seu clã. O Lider Sindicalista cresceu num ambiente
em que conhecer as brechas da lei e como encorajar os
outros a agir foi parte integral de seu sucesso.
O ÁRBITRO
Este Descendente de Hagim pode ter sido um Xerife na
vida ou na desmorte, De certa forma foi um agence da
justiça, talvez em uma posição de poder moral como um
sacerdote, imã ou líder comunitário em uma pequena
cidade ou comuna. Sua habilidade de manipular as leis o
levou ao seu eventual Abraço.
MATADOR DE ALUGUEL
Em seus dias mortais, este Descendente de Hagim era um
assassino, pura e simplesmente. Talvez com antecedentes
militares, policiais ou de forças
de segurança, mas muito pro-
vavelmente também um individuo com descjos assassinos,
Pelo menos um de seus atos letais chamou a atenção de um
Senhor Banu Hagim. Agora, este personagem continua a vi-
ver pela arma, a adaga, o veneno ou o espancamento severo,
mas com toda a legitimidade de um mercenário contratado.
ESTUDIOSO DO SANGUE
Os Banu Hagim são conhecidos por sua obscura magia de
sangue e pela reverência ao Vitae, mas este vampiro era um
estudioso do sangue antes do Abraço. Seja como integran-
ve de um grupo de estudo Sufisca, um cultista de alguma
religião alternativa ou um carniçal a serviço de um tauma-
turgo, as atividades deste mortal chamaram a atenção dos
Banu Hagim e ele passou a trabalhar na incerprecação da
vontade do Sangue, junto a formas de subverte-la.
Disciplinas
Feitiçaria de Sangue: o poder de envenenar Vitae e
usá-lo como arma contra outras pessoas, bem como
de discernir a verdade por meio da manipulação dessa
substância. Os Banu Haqim mantém bem próximos os
seus segredos da Feitiçaria de Sangue, Os Guerreiros
do Clã tipicamente desenvolvem uma forma de magia
de sangue conhecida como Quietus, que fornece habi-
lidades assassinas aos seus praticantes, enquanto vizires
165
CLÁS DOS MEMBROS
mergulham nos aspectos rituais versáteis, recolhendo
segredos de seu Sangue e do de outras pessoas.
Celeridade: a habilidade de se mover e reagir mais rápido
que o humanamente possível. Os Descendentes de Hagim
usam Celeridade de forma terrivelmente eficaz. Muitos
se tornam peritos em tal uso antes de qualquer outra
Disciplina, para que possam confiar na velocidade do
julgamento antes que a duvida atrase a ida da lâmina ao
pescoço. Hesitação leva um vampiro ao seu fim. Quando se
alimentam, os Banu Hagim dançam feito dervixes ao beber
o sangue de suas bolsas favoritas, arremetendo e bebendo
sua cota antes de desaparecer tão rápido quanto surgiram.
Ofuscação: a habilidade de se mesclar às sombras,
construir uma aparência ilusória ou desaparecer em
plena vista, Os Banu Hagim perseguem sua presa en-
voltos em sombras, seja como um meio de sc alimentar
discretamente ou causar a morte final de um alvo sem
a cerimônia de um desafio formal. Alguns Banu Hagim
usam esta Disciplina para testemunhar um alvo come-
tendo um crime antes de emitir seu julgamento.
Perdição
Ç
Ao se alimentar, os Banu Haqim sentem-se atraídos
por aqueles que merecem punição. Isso é especialmente
verdadeiro para Sangue vampírico, a própria essência
da transgressão. Quando um dos Juizes prova do Sangue
de outro Cainita, ele percebe que é muito dificil parar.
Saciar pelo menos um nível de Fome com Vitae provoca
um teste de Frenesi de Fome (veja Regras Básicas,
p: 220) com Dificuldade 2 + Gravidade da Perdição. Se
o teste for malsucedido, o Banu Hagim tenta se empan-
turrar de Sangue, às vezes até diablerizando o Membro
que fez de vitima. Isso representa muitos problemas
agora que os Banu Hagim se integraram à Camarilla,
que tende a ver o Amaranto como anátema.
Compulsão do Clã
BANU HAQIM: JULGAMENTO
O vampiro é compelido a punir qualquer um visto
transgredindo seu credo pessoal, tomando o sangue do
transgressor como vingança pelo crime.
Por uma cena o vampiro deve saciar pelo menos
um ponto de Fome usando qualquer pessoa, amiga ou
CAMARILLA

inimiga, que aja contra uma arma c ordená-la a atacar com

de suas Convicções. Falhar precisão c letalidade aumen-
ao fazé-lo resulta cm uma cacdas. Muitos Banu Hagim
penalidade de três dados para são conhecidos por sua arma
todas as rolagens até que a dedicada, que em alguns casos
Compulsão seja sarisfeita ou é carregada por cles c usada
que a cena termine (se aquele por séculos. Tal arma nunca
de quem o vampiro se alimen- enferruja ou perde o corte,
tou também for um vampiro, desde que esteja em posse do
não se esqueça de testar o vampiro,
Frenesi de Fome induzido por Se outra pessoa fisicamen-
sua Perdição). te reivindicar a arma como
sua, o objeto definha tanto
quanto um carniçal sem Vitac.
No caso de a arma ser utiliza-
Rituais vel depois dessa degener ação

Nível 2 e for empregada contra seu

dono original — o feiticeiro
TOQUE DE ISHTAR de sangue —, ela causa dano severo, em retribuição por
O feiticeiro de sangue pode converter uma dose de seu ele té-la perdido.
próprio Vitac em um narcótico ativado pelo toque, que a Ingredientes: uma arma branca c uma quantia de

deixa uma vitima desinibida e vulnerável a Disciplinas
como Presença c Dominação, bem como a tentativas de
manipulação, coerção e interrogação mundanas.
m Ingredientes: uma pequena quantidade de haxixe ou
outra substância narcótica.
mM Processo: a substância escolhida é misturada com
o Sangue do usuário e esfregada entre seus dedos
durante uma leitura (que pode ser sussurrada) do
encanto, O Ritual demora apenas dois minutos para
ser preparado,
Vitac do conjurador que seja o bastante para Emergi-
la por completo.
Processo: 0 vampiro submerge a arma escolhida em
seu próprio Vitae e enuncia um mantra dedicando
sua vida a cla. A arma deve permanecer submersa,
sem interrupção, até o próximo nascer do sol.
Sistema: Uma vez que o Sangue esteja derramado e a
arma submersa, faça uma rolagem de Ritual. Em caso
de vitória, a arma torna-se misticamente dedicada ao
seu usuário. A qualidade dela permanece imaculada,

Sistema: o usuário faz uma rolagem de Ritual vs. a menos que ela seja submetida a danos direcionados

Vigor + Determinação do alvo mortal ou vampiro
depois deste rer tido contato com o Vitac afetado.
Pelo restante da cena, a vitima sofre uma penalidade
nos dados igual à margem de vitória da rolagem de
Ritual em todas as paradas de resistência envolvendo
Autocontrole ou Determinação (aplique a penalidade
apenas uma vez no caso de a parada envolver ambos
quando estiver fora da posse do conjurador. Além
disso, se ungida pelo Sangue do usuário, ela ganha um
bônus de dois dados quando usada em combate. A
unção demora um único turno, força uma Checagem
de Sangue e dura uma cena inteira. Um vampiro nunca
pode possuir mais que uma arma dedicada dessa forma.
Para realizar este ritual em uma nova arma, a arma

os Atributos). O Vitae narcótico retém sua potência dedicada anteriormente deve scr destruída primeiro.
até scr tocado, tendo o fim da cena como limite.
O vampiro que tenha uma arma dessas deve ga ra ntir

Nível 3
que ela nunca saia de sua posse. Se roubada e usada con-
tra ele, a arma não pode ganhar dados adicionais, mas
causa dano Agravado contra scu dono (o vampiro que
UM COM A LÂMINA originalmente realizou o Ritual).
A conexão dos Banu | fagim com a concessão de dor
e morte é tanta que eles são capazes de falar com uma

166
 CLÃS DOS MEMBROS

OS CLAS ANARCH
UESDOL
A Gamarilla tem muitos inimigos. Talvez os mats trágicos sejam os Anarchs, que se imaginam capazes
de sobreviver fora do alcance protetor de nosso grande projeto. Quando penso nas chances de eles
sobreviverem e experimentarem as verdadeiras bênçãos da imortalidade, quase choro.
A Gamarilla retirou-se para trás de nossas fronteiras naturais, por assim dizer Deixamos de fingir que
representamos qualquer bebedorzinho de sangue sarnento; passamos a exigir de nossos integrantes um
certo refinamento. Mas ainda que termos nos livrado dos Gangre! tenha sido simplesmente sensato, devo
admitir que isso tornou nossos Elísios ligeiramente corretos demais.
Exisie um joguinho que você pode jogar se ficar cansada da politicagem infindável da conte. Ele exige
um tanto de modéstia e a capacidade de abandonar o centro das atenções, mas garanto que vole a pena.
Muitos vampiros sabem meu nome, mas poucos sabem qua! é a minha aparência real. É fácil me
reinventar, e será ainda mais fácil para você.
O que eu faço é o seguinte: eu invento uma nova Identidade, estilo e história pregressa. Da última vez
que fix isso, fui Jasmin de Lacy, uma pobre menina rica que havia caído nas garras de um maligno Ancião
Toreador, e que mal tinha escapado de um vício no Sangue dele para se ver sozinha e vulnerável nas ruas.
Jasmin foi um sucesso estrondoso. No começo, os Anarchs eram avessos ao fato de eu ter origens
na classe alta, mas logo começaram a me aceitar quando conlei a eles muitas histórias das coisas
horríveis que aconteciam no Elísio. Chorei lágrimas de Sangue enquanto reencenei minha bravura,
demonstrando como o Ancião havia vinculado meus pais mortais ao seu Vitae e me forçado a testemu-
nhar a degradação de meus pats mortais diante do vício.
A chave para o sucesso nesse tipo de estratagema é evitar ser o centro das atenções o lempo todo.
Eu sei que a tentação é real, porque é muito fácil. No entanto, quanto mais pessoas prestarem atenção,
maior será o risco de falha.
Com Jasmin, estabeleci-me no papel da garota que os rebeldes haviam resgatado herolcamente da
seita maligna que a controlaria. Fui à suas festas, sai com seus amigos e seguidores mortais, tive vários
casos e, de certa forma, me conectei um pouco com a humanidade novamente. Fot adorável. Eles eram
tão jovens e sinceros. Cada momento com eles me deu mais vontade de continuar existindo.
Você está pensando que essa história vai acabar em alguma grande traição, na qual eu chamo os
Arcontes para trazer fogo e ruína a esses jovens principiantes.
Não val.
Eu sumi depois que os planos do casamento começaram a tomar a maior parte do meu tempo. Até
onde aqueles Anarchs sabem, Jasmun de Lacy alnda está por aí, uma infeliz criatura desgarrada, esca-
pando da fúria de seu brutal Senhor.

Sí
DOGS
167
CAMARILLA
A História do Movimento
Anarch e porque nossas
crias perdidas devem
assim permanecer
por Fiorenza Savona
A Camarilla é a melhor esperança para todos os
Membros. Nunca se esqueça disso. As ações dos Anarchs
— exibirem-se diante do gado, ficarem investidos demais
em seus conflitos ideológicos — empurra nossa raça cm
direção à extinção. Sabemos disso porque aconteceu antes
e quase nos destruiu, na época em que nossos ante-an-
tessenhores eram meras Crianças da Noire, No periodo
que lembramos como o Tempo das Fogueiras, a Revolta
Anarch e a Inquisição tornaram-se grandes ameaças para
nós, ambas nutrindo-se com nossa carne e nosso Vitae.
Os Anarchs das noites de hoje gostam de dizer que
estávamos sob risco de destruição total, devido aos
nossos Anciões que nos atiravam em suas guerras sem
a menor consideração. Mas não foi assim. Tornamo-
nos vulneráveis devido à deslealdade, à estupidez e à
rebelião prepotente Anarch.
A Camarilla ainda é uma organização jovem, pelo
menos se for comparada a alguns de nossos Anciões.
Eles — em toda a sabedoria de sua idade — estabcele-
ceram nossa seita quando reconheceram que a melhor
forma de sobreviver ao progresso da cultura humana
era nos tornando um tipo de predador mais civilizado,
Tivemos de parar de agir como lobos ou leões, pro-
clamando abertamente nossa força, para nos recolher
às sombras como serpentes e aranhas, observando e
guiando nossa presa sem que cla soubesse, c deixando
quase nenhum resquício de nossa presença.
O orgulho fez com que alguns não concordassem.
Os Anarchs c seus aliados acreditavam que éramos
covardes. Para eles, o poder não era o bastante: cles
também teriam de ser louvados. Quão frágil sua noção
de realidade. Quão infantis estavam sendo.
Os Primórdios do Movimento
Minha Senhora era Príncipe em um dominio crucial
chamado Frankfurt, onde agora é a Alemanha. Ela
168
mantinha aquela cidade sob rédeas de veludo, desde a
era que chamamos de Idade das Trevas até a época da
Revolta no início do século XV, Seu estilo de governo
era informado por uma compreensão decente da hu-
manidadc; cra tão suave quanto firme, e ainda assim
todos obedeciam a Julia Antasia — era esse seu nome
—, cela levou seu domínio a uma era de prosperidade,
diferente de qualquer outro cm sua região.
Mas enquanto nós, Antasianos, tentivamos um gover-
no moderado, encorajando o tratamento justo c compassi-
vo do gado enquanto mantinhamos em mente seu papel
em nossas longas não vidas, alguns Membros sentiram que
aquilo não era o bastante. Essas sanguessugas presunçosas
tentaram comandar os mortais, torrura-los, tornarem-se
suas heroínas, em alguns casos, suas divindades. Talvez va-
lha a pena dizer que nisso, ao lado dos Tzimisce, Lasombra
« Brujah, também estavam os Descendentes de Hagim.
Esses clãs pressionavam e espetavam o gado sem piedade
alguma, aparecendo diante deles como, diabos, bruxas,
tiranos, impios e hereges com poderes. Eles brincavam
com a fé dos humanos, motivando sua fúria e seu medo,
enquanto tornavam-se tanto os líderes quanto os alvos de
multidões histéricas de fazendeiros e revoltas regionais
desorganizadas. Ainda assim, os encaramos como incô-
modos, não como uma ameaça real, Foi assim até que a
Cruzada Albigense mudou tudo. Até então não sabíamos,
mas O que começou como uma guerra contra os Senhores
cosmopolitas de Languedoc tornou-se uma febre, uma
obsessão, uma chama que quase nos extinguiu.
Como todas as guerras santas, o conflito se fundamen-
tava na realpolitik. A tolerância que os nobres occicanos
tinham em relação a judeus, muçulmanos e hereges fez deles
prósperos no comércio, bem como motivo da inveja dos
homens inferiores de ile-de-France. Encorajados por seus
sucessos na Terra Santa, os senhores do norte suplicaram
a Roma pela permissão de deflagrarem uma guerra santa
contra seus irmãos do sul, e a receberam. A guerra, que
perdurou décadas, aniquilou os hereges cátaros e quase
destruiu a cultura c o idioma occitanos, mas essa tragédia é
praticamente irrelevante para a nossa raça, O que importa é
que os inquisidores enviados para erradicar a heresia cácara
na aurora da cruzada encontraram algo muito pior do que
gnósticos ascéricos fanáticos. Encontraram a nossa espécie,
Ocultos entre as fileiras dos cátaros, os Membros he-
reges diziam ser eles próprios anjos e Perfecti que haviam
transcendido a carne. Arnauld Amalric, o legado papal,
estudou-os c enviou à Roma protocolos deralhados de suas
 CLÃS DOS MEMBROS

fraquezas, e em resposta, Inocente HI fundou e financiou morte final, e ainda assim os recebemos de braços abertos
a Inguisição das Sombras e, por extensão, a Sociedade de quando estavam prontos para voltar até nós, em busca de
Leopoldo. Seus agentes, liderados pelo infame Cardeal orientação e proteção, porque luminares como Rafael de
Marzone, espalharam-se devagar e em segredo, vindos Corazon e Hardestadr aconselharam temperança.
de Carcassona e Roma para nos erradicar onde quer que Minha ante-antessenhora — a maravilhosa, gene-
pudéssemos ser encontrados, Por dois séculos, eles nos rosa, Julia — caiu em torpor como resultado das ações
caçaram sob a pretensão de estarem combatendo a heresia, Anarch, e nunca mais despertou. Estou certa de que ela
aliando-se a plebeus vitimizados por toda a Europa. teria concordado com as considerações dos fundadores
Quando a rebelião Anarch começou de fato no da Camarilla, piedosa como era. Mas agora o Tempo das
final dos anos 1300, cla rapidamente ficou Fora de Foguciras está de volta, liderado por inquisidores armados
controle e deu início à mais mortal caçada religiosa às com aparelhos de detecção e lança-chamas e promovido
bruxas que o mundo já viu. Inquisidores e multidões pelo orgulho Anarch. De fato, deveriamos ter eliminado
nos atacavam durante o dia, enquanto dormiamos. Eles nossos inimigos enquanto ainda tinhamos a chance.
queimaram domínios inteiros de Membros antigos.
Esse gado — tão empoderado — declarou que a era dos
monstros chegava ao fim. E o que os Anarchs fizeram?
Celebraram! Gritaram hosanas por seu sucesso em des-
truir o sistema estabelecido — um sistema que estava
funcionando. Eles dançaram sobre as cinzas de nossos
to é meio
E DS
ancestrais enquanto o mundo queimava à sua volta.
No início do século XV, nossas crias perdidas A-
nalmente decidiram não só atacar seus Senhores e os NUNCA houve um movimento Anarch que não tenha
Senhores destes, mas também os fundadores dos clãs. É
funcionado em nome dos interesses secretos de um Matu-
preciso reconhecer que, nesse evento, os Descendentes
de Hagim estiveram praticamente ausentes. Todos cles, salém ou outro — empurrado na direção indicada por seu
os Tzimisce, os Lasombra e a Familia Giovanni, tenta- protetor, sem que ninguém tivesse a menor suspeita desse
ram destruir seus progenitores Antediluvianos. Ainda fato. Há e sempre houve peões dispensáveis na eterna guer-
não está claro se essas criaturas veneráveis eram mes- ra entre grandes poderes imortais. Eles rebelam-se contra
mo os primeiros de suas linhagens, ou apenas antigos
o maquinário da “tirania” porque alguém manda, e porque
Anciões de poder imensurável, mas de qualquer forma
isso não importou às suas crias ingratas, que ansiavam não tém a mente, conhecimento ou força de vontade para
por se libertar de tudo aquilo que existiu antes delas. pensarem por si mesmos. Quando foram Abraçados, em
Essa Grande Traição causou o caos entre todos aque- vez de renascerem, permaneceram na mesma ilusão que
les que dela participaram. A Inquisição a que haviam afeta todos os mortais, aquela que nós construímos para
dado início agora voltava os olhos para o Movimento
eles. Em vez de tornarem-se livres, ficaram teimosos: escra-
Anarch, que se tornou impossível de controlar, Milhares
de piras foram acesas por toda a Europa enquanto a vas raivosos de um mestre malévolo. Ao se voltarem contra
Inquisição engolfava o mundo no fim da Idade Média. nós, servem a monstros muito piores do que nós mesmos.
Os séculos de conflito pregressos não eram nada com-
parados à escala monumental da destruição causada — Josefin Adelbranc, Xerife (Brandvakt) de Estocolmo
por Torquemada e scus contemporâneos. E de repente
os Brujah e seus parentes, que sempre ganiam furiosos,
procuraram elãs como os nossos, de chapéu na mão,
pedindo por sua salvação c um caminho melhor.
Em resposta, formamos a Camarilla. Devertamos ter es-
magadoos Anarchs por completo, mas os víamos, de mui-
tas formas, como nossas crias. Eles nos levaram ao limiar da

169
CAMARILLA
“A primeira panaceia de uma revolta Anarch é subverter todas as Tradições;
a segunda é o governo pelo terror. Ambas trazem unidade temporária;
mas as duas também trazem ruína permanente. Cada uma delas não passa
de um refúgio para os oportunistas políticos covardes.”
- HARDESTADT, O JOVEM
Por que deve-
mos nos livrar da
Ameaça Anarch
Por Karl Sehrekr, Lider da Casa
Tremere e mais mais Anrigo de sua
linhagem de sangue
Os clãs da Camarilla mantiveram
a atividade Anarch em um nível
adequado por muitos séculos após
a Convenção de Thorns, e devemos
ver como um alento q fato de o
nosso sofrimento tornar a seita mais
forte. Em 2012, no entanto, Final-
mente rompemos com nossos últi-
mos aliados simpáricos aos Anarchs.
Muitos culpam Gavrilo Princip
por dar início à Primeira Guerra
Mundial, quando ele assassinou o
Arquiduque Francisco Ferdinando,
arrastando o Império Austro-
húngaro para o conflito com a
Sérvia. Mas a Grande Guerra não
foi deflagrada por um único ho-
mem, assim como nossa situação
atual não foi obra de uma pessoa
só. Havia sinais de um retorno ao
Tempo das Fogueiras provoca-
do pelos Anarch e a ascensão da
Segunda Inquisição muito antes do
incidente de Praga.
Era 2002, a mortal Guerra ao
Terror estava em alta c o Circulo
Interno havia decidido usá-la con-
tra o Sabá, encerrando a guerra pe-
los EUA de uma vez por rodas para
enfraquecer sua insana Cruzada da
Gehenna. No início, a estratégia foi
triunfante, e todas as suas cidades
cairam perante nós, uma por uma.
Mas em algum momento por volta
de 2006, a Inquisição começou a
visar os nossos. Como isso aconte-
ceu? Quem deu a eles a informação
que os levou a Viena? Claramente
os Anarchs. Foi então que os
Justicares decidiram que era tarde
demais para voltar. Eles subitamen-
te acrescentaram grupos e dominios
Anarch às suas listas de morte. Foi
um movimento impiedoso, mas eles
estavam esperando por ele.
Ao perocherem a trama, os
Anarch começaram a dar voz à sua
insatisfação. Fizeram isso arrancan-
do as cabeças de diversos Principes
notáveis, c as enviando aos Justicares.
Ô, pobre Voorhies de Amsterda. Eu
estava com o Justicar Carfax quando
recebemos seu crânio.
Ao acompanhar essa série de
eventos, poder-se-ia dizer que a
Camarilla traiu os Anarchs — mas
eles haviam ido longe demais. Não
se contentaram em nos atacar dire-
tamente; atacaram a Máscara em si,
causando quebras óbvias — assista
às filmagens, são de fato óbwias —
em Glasgow, Marraquexe, Dallas,
Nova York e trazendo a Segunda
Inquisição à nossa porta. Ao chegar
nesse ponto, tivemos de remové-los
de nossa seita.
Tal formalidade parece inconse-
quente quando comparada a outros
desfechos, mas foi uma declaração
importante. Significava que os
Anarchs não mais se beneficiariam
da proteção da Camarilla, nem te-
riam acesso às nossas cidades, re-
banhos, Elísios ou recursos. Foram
deixados com seus domínios dimi-
nutos, isolados, faróis dilapidados
no mar da noite.
E este agora é seu destino.
Finalmente deixados à própria
sorte para lidar com os monstros
que despertaram. Muito em breve
voltarão para nós, choramingando
por ajuda, mas devemos rechaçã-los.
Enquanto as luzes das tochas avan-
çam contra eles, nós obscrvaremos
das sombras, muitos e fortes, porém
imóveis. Nós, que os respeiramos e
protegemos, merecemos este dom
da imortalidade; eles, não.
Como falar
sobre os Anarchs
Depois do Conclave de Praga e
dos recentes eventos lamentáveis
em Berlim, o Movimento Anarch
tornou-se um assunto de discussão
nos Elísios da Camarilla pelo mun-
do todo. É um momento histórico
delicado, então é importante
falar sobre os Anarchs de uma
forma que apoie os princípios da
Camarilla; especialmente quando
suas crias ou outros jovens mem-
bras perguntam a respeito.

Anarchs são incompetentes, e
essa incompetência caracteriza
tudo o que eles fazem. Compare
a juventude Anarch com à €x-
periência da Camarilla, Mesmo
quando não são violentos, os
Anarchs são descuidados, não
pensam duas vezes e se arriscam
sem considerar as consequências.
Anarchs destrócm. Nunca cons-
troem. Anarchs são famosos
por destruição, distúrbios e
assassinato, mas quando sc trata
de estabelecer qualquer tipo
ordem, cles falham. É por isso
que os Estados Livres Anarch na
California nunca conseguiram
estabelecer um conjunto claro de
leis ou um sistema de governo.
Anarchs não sabem o que que-
rem. Muitos deles falam sobre
mudança, mas não têm uma
visão coerente ou demandas
claras, Isso faz com que seja im-
possivel negociar com eles, visto
que sua ideologia é incoerente
demais para estabelecer qualquer
posição de negociação. O que €
piorado por sua incapacidade
crcrna de criar lideres com os
quais sc possa conversar,
Anarchs são hipócritas, Por
mais que falem sobre liberdade e
igualdade, ainda usam humanos
da mesma forma que os ourros
Membros. Pregam pelo direito
de os Membros viverem como
quiserem, mas sc opócm aos
Membros da Camarilla que que-
rem viver na Camarilla,
Anarchs deveriam ser gratos,
mas em vez disso são movidos
pela inveja. Sem a Camarilla
c suas Tradições, os mortais
teriam erradicado os Membros
há muito tempo. Anarchs não
conseguem compreender isso.
CLÁS DOS MEMBROS
Pelo contrário, invejam o poder
que os Anciões da Camarilla
acumularam. Eles querem esse
poder para si mesmos, mas não
tém a paciência de trabalhar
para obté-lo.
6. Árcas Anarch não são seguras. A
falta de um Principe ou Xerife
significa que cidades Anarch são
lugares perigosos e violentos,
onde Membros podem ser mor-
tos por qualquer razão, ou por
razão nenhuma. Sem leis e auro-
de ridade, a sociedade dos Membros
é governada pelos mais podero-
sos e mais bruzais, que tomam
dos outros o que querem.
Anarchs são um risco para à
Mascara. Por terem rejeitado as
Tradições, reproduzem-se feiro
coelhos. Toda cidade Anarch
tem uma superpopulação de
Membros. Isso significa que
mesmo sc os Anatchs tive-
rem a capacidade de manter
a Máscara, brechas podem
acontecer.
Anarchs colaboram com a
Segunda Inquisição. Muitos
deles nunca desenvolveram uma
identidade de Membro muito
clara. Ainda se veem como par-
ve de suas comunidades mortais
e, por causa disso, colaboram
com a Segunda Inquisição para
atacar todos de nossa raça.
9. Por último, e não menos impor-
tante, lembre-se de que tudo o
que os Anarchs querem sempre
é fantasioso. Eles não entendem
como o mundo funciona, e suas
ideias não são práticas. Claro,
suas ideias podem soar belas «
justas, mas não sobrevivem ao
contato com a realidade. É por
isso que a Camarilla é a única e
melhor opção.
171
CAMARILLA

CLA GANGREL
DOGS
Um clã bastante inúri!, romanticamente falando.
Sei que alguns Toreador gostam de romantizar os Cangrel como selvagens autênticos,
que de alguma forma são mais reais e honestos que o restante de nós. Mas eu não caio nes
sa Não há nada mais falso que autenticidade. O cabelo sujo e emaranhado de um Selvagem é
só mais uma superficie; sua pretensão de não ligar para aparências é só uma pose,
É meio vergonhoso de admitir, mas eu já caí presa de toda essa mistica Gangrel uma
vez, quando era muito mais fover. Eu tinha acabado de chegar-aos Estados Unidos peta
primeira vez. Ele era alto, forte. e bonito de um jeito bestial, Não falava muito, e eu imagt-
nava que seu silêncio escondia uma intimidade valiosa,
Até vivi com ele em uma cabane isolada por meio ano, bebendo o sangue de anímais.
Consegue imaginar? Eu, uma dona de casa?
Demorou muito tempo até eu entender que essa mine, pela qual havia me apaixo-
nado, tinha sido criada por mim mesma. Eu havia projetado uma ideia em um homem que
não era muito mais que um animal,
Quer saber da parte mais idiota? Quando tente! abandoná-lo, ele chorou. Suplicou e
tentou me parar. Eu fiquet aterrorizada por um segundo, porque ele sempre pareceu multa
mais forte que eu. Pensei que ele me mataria naquele momento frágil de ciúmes.
Mas até a força dele era menor do que aparentava. Eu era mais rápida do que ele espe-
rava, e ele recebeu o nascer do sol com o próprio machado enfiado na car. No entanto, o
Sangue dele tinha um gosto bom. Isso eu admito.

Sí
Como proclamado por Calebros, ou-
trora Príncipe de Nova York:
Primeiros entre os traidores,
os Gangrel silenciosamente decla-
raram-se aliados do Movimento
Anarch há quase duas décadas. Eles
não eram adequados à Camarílla,
de nenhuma forma. Eram Xerifes
c Arcontes perfeitos, c excelentes
haredores em território hostil, mas
esperar que um deles assumisse um
papel na politica era tão útil quan-
to colocar terno e gravata em um
macaco. Certo, certo. Eu sei, cu cra
um Principe Nosferatu. Foda-se.
DORSO
Eles entraram para a Camarilla
quando ela foi fundada. Entendiam
a nossa força, o que Fazia deles
aliados apreensivos. Nos os estima-
vamos e eles respeitavam a maior
parte das nossas regras, Foram
bons tempos para todo mundo,
Foi no final do século XX que
um dos seus lideres, um vampiro
chamado Xaviar, mesclou-se à terra
(como eles são capazes de fazer) e
disse perceber estar ocupando mais
do que apenas solo. O sujeito jurou
que ele e sua coreric estavam em
uma entidade viva, que consumiu
seus amigos o cuspiu. Ele ficou
convencido de que cinha passado
por uma experiência corpórea
com o Antediluviano Gangrel.
Encontrou-se com os Justicares,
contou tudo c, é claro, nenhum
deles acreditou no relato.
Seja por meio de pinturas ru-
pestres, sinais de fumaça, mensagem
de texto ou telefonemas frenéticos,
a mensagem foi passada adiante,
cos Animais levantaram-se e par-
tiram. Como os Brujah, muitos
ficaram para trás — e sua linhagem
de sangue passou a considerá-los
 CLÃS DOS MEMBROS

cães adestrados... Eu suponho que financeira (eles existem) estavam estrutura e aliança à favor de uma
se Xaviar esteve mesmo em contato direcionando apoio ao Movimento independência frouxa. Foi então
com um Ancião poderoso, ele pode Anarch esse tempo rodo, Apesar de que os Gangrel Falaram mais alto.
ter ganho alguma habilidade previa sua aparente independência, esses Eles estavam bastante firmes ao
mente desconhecida de comunhão “Lobos de Wall Srreer” essencial lado de seus irmãos Rebeldes, vi-
por meio do Sangue, mas isso é mera mente aceitaram os Anarchs como nham apaiando-os o tempo todo É

suposição da minha parte. seu sindicato, formando um acordo poderiam lutar com unhas e dentes
A Camarilla ficou enfurecida de reciprocidade com a seira menor pelo direito Anarch de existir fora

com a partida dos Gangrel, Ainda que essencialmente dizia “quando da interferência da Camarilla.
assim, não fizemos nada contra os quisermos militarizá-los, faremos Aqueles desgraçados. Depois
Animais. Sentimos que era me isso”. Você escolhe quem é o emissor de tudo o que fizemos por seu cla
lhor para nossa propria segurança ec quem é o recepror nessa afirmação de vira-latas, riram cuspiram na
fingir que cles ainda estavam co- porque, sendo honesto, ela funcio- nossa cara. Se essa foi a vingança
nosco simplesmente nunca admi naria dos dois jeitos. poi ocultar a verdade acerca dos

tindo que cles não cstavam. Quando os Brujah se aliaram Antediluvianos, tudo bem, tivemos
À nossa revelia, os Gangrel aos Anarchs, sentimos que eles o que merecemos. Mas ainda sinto
de mentalidade mais política e cram tolos por abandonar nussa «que eles escolhe: tm O lado cr rado.
CAMARILLA

CLÃ BRUJAH
cegisos
Os Bruyjah gostam de se ver como filósofos e revolucionários, mas pessoalmente acho que a principal
utilidade deles surge quando se precisa de uma boa foda, daquelas para descontar o qui furiosa você
está cam o sisterna. Quer dizer, quem é que val querer ter um relacionamento com um Punk? Um aman-
te Rebelde? À ideia é ridicula, Eles perdem a cabeça com a menor provocação, e no restante do termpo
com certeza vão palesirar sobre alguma coisa terrivelmente desinteressante.
Idealmente, tente evitar por completo falar com qualquer um deles.
Normalmente eu gosto de uma sedução bela, demorada, Gosto quando alguém empolgante me
persegue e tenta me agradar: Também aprecio seduzir os chamados alvos impossiveis, aqueles que
gutros me dizem que jamais se interessarão por mim. É um jogo tentador, e torna o sucesso ainda
mais delicioso.
Node disso se aplica aos Punks. Aqui, é melhor ser direta, partir para a ação logo na primeira troca
de olhares. Coloque suas mãos no peito deles, deixe que sintam como você treme um pouco ao estar tão
próxima, e certifique-se de acidentalmente expor seu pescoço ou abrir seus lábias (dependendo se quer
conduzir ou ser conduzida). Deixe a natureza se encarregar do restante. Se nesse ponto o seu rebelde
desejado ainda estiver falando, ialvez ete não valha a pena, afinal.

Ur
DOGSDO
O Conclave mútua, encão tudo bem. Eles presu-
miam — ingenuamente, talvez — que
que a Convenção de Thorns. Mas a
Convenção redigida em Praga não

de Praga meu clã apreciava a segurança da

Nas palavras de Damien, Cria de
Critias, Heleno do Clã Brujah:
Nós, Brujah, éramos uma longa
espada de dois gumes nas mãos
da Camarilla. O principal clã dos
Anarchs, e ainda assim com os mes-
mos direitos e privilégios de todos
os demais. A maior parte de nós era
da ralé, mas peço que também se
lembre de nossa linhagem como uma
de memoráveis oradores, pensadores
e daqueles que tinham uma paixão
notável para a nossa raça. Poucos
dos outros clãs confiavam em nós,
mas poucos deles tinham confiança
Camarila c nossa flexibilidade limi-
tada dentro dela. Porém, uma vez
rebelde, sempre rebelde. É o caminho
Brujah, e eles deviam ter imaginado.
O Conclave de Praga viu re-
presentantes de todos os clãs da
Camarilla encontrando-se para
discutir o século vindouro e a me-
lhor forma de lidar com o que,
naquele momento, era entendido
como um vamo da Sociedade de
Leopoldo financiado pelo governo.
Passaram-se quase dez anos, e alguns
ainda se referem ao evento como
“A Convenção de Praga”, dando um
nome errado ao conclave para colo-
cá-lo no mesmo nivel de importância
foi um acordo escrito com sangue; foi
uma declaração de guerra assinada
com as entranhas derramadas de um
de nossos fundadores.
Eu sou do clã dos Reis-Filósofos
— um orgulhoso Brujah — e despre-
zava Hardestade, assim como meu
Senhor. Ainda assim, O que aconte-
ceu foi traição.
A primeira parte da cerimônia
era o recicar das Tradições. Todos
disseram as palavras, Renovaram
seus juramentos. A segunda parte
consistia no porta-voz de cada clã
descer até o palco central e ajoe-
lhar-se diante do representante do
clã do Círculo Interno. A coisa toda
foi planejada para impressionar,

174
CAMARILLA
deslumbrar, realizada em
um teatro ultramoderno,
todo branco giz e ilu-
minado artisticamente.
Havia refrescos sentados
nas fileiras do fundo.
Testemunhas silenciosas,
amarradas c amordaça-
das. De forma bastante
conveniente, os repre-
sentantes formavam em
circulo no palco.
Theo Bell. Arconte
da Camarilla. Nascido
como escravo € renasci-
do como assassino. Por
mais de um século serviu
à seita e trouxe ao seu
clã — meu clã — imensa
honra por meio de sua
lealdade, determinação
e prontidão para fazer o
que quer que fosse pela
Torre de Marfim. Ele
também era um Brujab,
Quando se ajoclhou
diante de Hardestadr, uma onda de
consternação passou pelo anfiteatro,
Bell cra um Brujah, Hardestadr era
um Ventruc. Entendo que o porta-
«voz dos Ventrue — Jan Pieterzoon
— estava desconcertado, para dizer
o minimo, Bell havia tomado seu
lugar! Ainda agora eu rio quando
penso nisso,
Bem, eles não tiveram tempo
de debater o ritual, a cerimônia ou
a posição em que se ajoelhariam.
Quando Hardestade observou Bell
de cima a baixo, Bell o encarou e,
da sua jaqueta, emergiram os canos
serrados de uma escopeta.
Hardestade era antigo. Seu
corpo deveria ser como granito.
Ainda assim, Bell tinha carregado
sua arma com algum tipo de subs-
tância incendiária, detonando o
crânio do fundador da Camarilla,
Antes que Piererzoon pudesse gritar
qualquer coisa, Bell deu a volta nele
e o explodiu. Parece que Bell nega
ter matado Jan, mas cu sci que cle
++ ap EE De es
Este titulo não é um que assumo de maneira levia-
na. Vocês sabem o que pensamos da monarquia,
no lugar de onde venho. Ainda assim, deve ser fei-
to, então o farei por todos vocês e pela Camarilla.
Tomei essa decisão para permanecer fiel à minha
visão, e ela custa todo amigo que já tive, todos
aqueles que me eram queridos. Sou um Heleno da
linhagem de Troile, e esta, nossa Torre, é a causa
pela qual morrerei. O ideal pelo qual matarei.
Estabelecerei as leis pelas quais vocês viverão, as
observarei sem piedade e, ao segui-las, vocês hão
de florescer. Se quebrá-las, serão punidos. Simples
assim. Considerem-me um tirano se quiserem, mas
estou aqui para seu próprio bem.
- Donal O'Connor, Brujah (Heleno) Principe
de Dublin
4 e et E; 6 e
não saiu daquele teatro. Tenha sido
Bell ou qualquer outra pessoa, os
Brujah no local dispararam em um
ataque coordenado em massa contra
todos os Ventrue presentes, com
os Tremere c os Toreador pegos no
meio do caos e da conflagração en-
quanto a maioria dos parricipantes
fugia em vez de lurar,
Duvido que Bell tenha se
rebelado do nada. Quer dizer,
ele sempre foi confiável, e ain-
da que tivesse fama de provocar
Justicares como Pascek e indivíduos
como Hardescadr, cle sabia que a
Camarilla representava a ordem. Bell
apreciava a ordem.
Então por que foi que final-
mente se rebelou na não vida, como
tinha feito em vida? Acredito que
ele tenha sido vitima daquela nossa
velha fraqueza. Acho que algum
Ventrue como Hardestade disse algo
antes da cerimônia, ou ele deve ter
ouvido os planos da Camarilla de
lançar os Anarchs para a Inquisição
para salvar nossas peles. Ele perdeu
a cabeça, pegou uma
arma e cometeu esse
assassinato por impulso.
Não me surpreenderia
se Hardestadr o tivesse
chamado de “moleque”
quando se ajoclhou ali.
Talvez Bell estivesse
mantendo sua raiva
sob controle, até que o
Ventrue o provocou uma
ultima vez.
Então, sim. Nós,
Brujah, ocupamos uma
grande cerimônia e a
usamos para realizar um
assassinato flagrante. Em
poucas noites a notícia
se espalhou pela Europa,
c uma semana depois o
mundo todo sabia. Os
Brujah haviam se decla-
rado como integrantes
do Movimento Anarch.
Cidades perderam in-
contáveis protetores.
Conselhos da Primigênie viram
seus números reduzidos. Rebanhos
e lacaios desapareceram com o clã
enquanto meus parentes migraram
para fortalezas dos Anarchs, como
Los Angeles e Berlim, ou tentavam
derrubar cidades onde o governo da
Camarilla era frágil, como Portland e
Estocolmo.
Muitos Brujah — incluindo
meu Senhor c cu — permanecem
leais. Chamamos a nós mesmos
de Helenos, e nos conectamos
mais com o ramo crudito c filo-
sófico de nosso clã do que com os
Prometcanos furiosos, dos quais
Bell « seus comparsas são integran-
tes. Mas agora, nas noites de hoje,
os Brujah são vistos efetivamente
como traidores. Todos somos
Anarch, até onde se sabe. Isso torna
a existência algo bastante compli-
cado para alguém como cu. Tudo o
que posso fazer é me manter firme e
continuar a provar minha lealdade.
 CLÃS DOS MEMBROS

OS CATTIFES
por Fiorenza Savona pode ou não ser um problema. e, assim, não têm futuro, Eles não
A maior parte dos Caitiffc, lutam por nada maior que eles pró-
Alguns vampiros não são bem- Arrastam-se por todo lado, à pro- prios, então são gover nados apenas

vindos na Camarilla, visto que nos cura de qualquer figura parental por desejos cfemeros. Comparados

enfraqueceriam de dentro para que não se enoje com sua inutili- à maioria dos imortais, guiados
fora. Isso vale o dobro para aqueles dade, Esse desespero todo nunca como somos por destinos grandio-
que nem sequer tém um clã. CaicifF acaba bem. Ele traz desarmonia à sos, eles mal existem.
é como chamamos aqueles que não estrutura de nossa sociedade, inter Até pouco tempo atras Os
pertencem a nenhuma linhagem rompe o progresso de nossa grande CaitiffS eram permitidos na
de sangue especifica e que não história. Os sem-clã não são como Camarilla, ceoricamente, desde que
manifestam as bênçãos e perdições nós. Mesmo os Ravnos — que Lilich tivessem um responsável. Não pode-
naturais dos clãs. abençoe sua meia duzia de almas mos mais nos dar ao luxo de emular
Linhagem importa. O Sangue são definidos por alguma
é coisa. o clichê do herdeiro perdido da rea-
se lembra, e nós também devemos Mas os Caitiff$ não têm passado leza ao bancar os salvadores desses

lembrar. É por isso órfãos. Remové-los

que nós, Ventruc, nos custou dois

reciramos os feiros Principes, um dos
de nossos ancestrais quais revelou ser
na corte e chama- um integrante do
mos por eles quan Ministério esse
do precisamos de tempo todo, mas
sabedoria em mo- suas vagas foram
mentos de dificul rapidamente
dade. Uma Criança preenchidas por
da Noite que não Membros melhores,
tenha o bom senso de linhagens dig-
de ter um Sangue nas. Ainda assim, a
decente, ou que Camarilla respeita

recuse aquele que aqueles que se pron

tem, não carrega o tificam a sangrar
potencial de tor- para manter as

nar-se um Neófito Tradições, c mesmo

que valha a pena, um Caitiff pode
pelo simples fato provar seu valor e
de não ter uma ganhar direitos em
identidade real, certos dominios.
Se eu não sci T ido depende

quem o Abraçou, de entender sua

cu não sci sc você posição.

OS SANGUES-RALOS
Como descrito em um relatório inter-
ceprado de Talley, o Sabujo, Pretor
Nodisra, endereçado a Marcus Vitel,
de Washington, D. €.
Até recentemente eu não teria
descrito os sangues-ralos como
uma ameaça real, ou como des-
leais à Camarilla. Sempre se ouve
falar de mortais que sobrevi-
vem de alguma forma ao serem
Abraçados por individuos de
sangue fraco, mas esses eventos
costumam ser atribuídos a mas
decisões ou a registros de linha-
gem malfeitos. E parecia que os
erros eram corrigidos facilmente.
Não mais. Os sangues-ralos
tornaram-se muitos, € o perigo
viaja ao seu lado. O Livro de Nod
previu sua vinda. Dependendo da
tradução e do sacerdote, é dito que
o despertar da 14º, 15º ou da 16º
Geração seria o sinal da Gehenna.
Não sei qual das versões é verda-
deira, mas sei que passamos pelo
fim do mundo pouco mais de dez
anos atrás, e somente o grandioso
sacrifício de um dos clãs, e muito
Sangue, mitigou o fim real.
Os sangues-ralos não per-
tencem a lugar algum, mas po-
deriam encontrar algum lugar
na Camarilla. Pelo menos essa é
a mentira cruel que cles ouvem.
Ora, a Camarilla até balança o
“vampirismo verdadeiro” dian-
te dos sangues-ralos como uma
recompensa por escravidão,
deixando que saltem e dancem
por uma esperança de Diablerie
sancionada.
Até que se tornem vampiros
verdadeiros, a Camarilla os sujeita
à marcação à moda antiga, por
meio de escarificação. É uma tradi-
ção, um rito de passagem, dirão os
Camarillistas ao jovem, enquanto
talham uma lua crescente em suas
carnes e à pintam com sangue
de Tremere e cinza de traidores,
tornando-a impossível de ser re-
movida até que o sangue tenha se
tornado espesso o bastante para
curar a marca.
Mas e os sangues-ralos entre os
Anarchs? Os Algozes da Torre ati-
vamente perseguem pistas desses
agouros do fim do mundo, expur-
gam-nos e voltam aos seus Elísios.
Nem todos merecem isso. Alguns
escolhem o Abraço. Mas essas ca-
çadas satisfazem os invejosos c os
supersticiosos. Em tempos de crise,
ter alguém para levar a culpa
ma o espirito.
Já ouviu dizer que alguns
sangues-ralos conseguem andar
à luz do dia? Comer, beber e fa-
zer amor como os vivos? Alguns
passam facilmente por exames
médicos. Outros parecem ter a
habilidade de mudar sua fisiono-
mia ao longo do tempo, Alguns,
dizem aos sussurros, foram capa-
zes de retornar à vida completa,
levando rodo o conhecimento
de nosso mundo com cles para a
179
CLÁS DOS MEMBROS
luz do dia, Tudo isso faz com que
sejam unicamente preparados
para evitar a detecção por parte
da nova Inquisição, motivo pelo
qual a Camarilla se interessa por
eles. O que também faz deles
uma grande ameaça à todos vs
verdadeiros Cainiras.
Os sangues-ralos e os Cairiffs
representam uma aliança ameaça-
dora no Movimento Anarch. Eles
simbolizam um novo caminho,
atingindo diretamente Anciões,
Príncipes e seitas ou, pior ainda,
nos ignorando e continuando suas
não vidas, desgarrados e despreo-
cupados com o que realmente são.
Conforme scus números aumen-
tam, eles vcem a estrutura dos clãs
como anacrônica, Eles cospem na
Tradição.
Também são fundamentais
para a iminente Guerra das
Eras, c mesmo que não sejam
sinais do fim, com certeza são
acal- sinais de outra Revolta Anarch.
Simplesmente faz parte de sua
natureza, selvagens como são, Eu
respeito as intenções da Camarilla,
mas os sangues-ralos não podem
ser treinados, dobrados ou força-
dos a se ajoelhar. Eles estão longe
demais de nós. Um cientista pode-
ria dizer que são uma nova espécie
de vampiro, ou um passo evolucio-
nário à frente. Mas anote minhas
palavras: isso não é progresso, é
involução, e precisa ser parada
antes que se espalhe.
CAMARILLA

O SABÁ
cogidos
Gomo deve ter compreendido em meus escritos, eu valortzo o sentimento e q sensibilidade
acima de tudo. Novas emoções e experiências me preencheram com um desejo de encontrar à
próxima noite, e q seguinte, queimando através de mais séculos do que eu me importo em admi-
tir, em um turbilhão de rixas e casos apaixonados. Eu sou feita de inveja, luxúria, cobiça e ódio.
Existo em um estado de desejo constante. Até o menor e mais perverso dos amores contribuít
ao fazer este coração morto bater por séculos. Sentimentos previsíveis em uma Rosa, não? E
que ta! medo? Terror? Repulsa? Em sua maior parte, q não vida na Gamarílla não me traz essas
coisas. Mesmo Anciões frios com estratagemas horripilantes jogam um jogo que eu reconheço.
Eles mantêm fachadas humanas, ainda que antiquadas, enquanto agitam seus planos terríveis,
Passo lidar com monstruosidade educada. Mas há coisas mortas que me assustam. Goisas que
me deixaram marcas. Coisas nas quais nunca mais quero pensar novamente. Ainda que esse
compêndio ofereça uma compreensão de nossa estrutura, preciso incluir aqui um aviso,
Talvez você busque o fio da navalha para se sentir viva, € isso eu posso entender: Mas
nunca, nunca negocie com a Mão. Quando o Sabá procurá-la, lute ou fuja. Não cometa o mesmo
erro que eu e tente humenizá-los ou compreendê-los. Não há nada além de esperança vazia a
esperando, caso tente.
Alguma vez já viu alguém prestes a ser engolido pela Besta? Olhou nos alhos mortos de
uma criatura se formando? Se já, com certeza a sentiu. A repulsa nascendo da percepção de
que essa coisa inumana poderia ser você, caso cedesse à fome. Nós nos afastamos da beirada,
agarramo-nos às memórias da vida quente para mantê-la sob controle.
O Sabá é assustador porque eles nos encaram com esses mesmos olhos inumanos, mas O
fazem completamente conscientes. Eles são os operários mortos da Besta, mas presenteados
com uma inteligência coletiva disfarçada de fé e propósito.
Alguns pensam que o Sabá está mais fraco, ou que é menos perigoso, agora que ele faparente-
mente) desisilu de controlar as cidades da América e fugiu em bandos para as zonas de guerra do
mundo, supasiamente para se aproveitar livremente de sua natureza vampírica sob o disfarce das
explosões, atrocidades e caos da querra humans. Estou certa de que fazem isso, mas esse não é seu
propósito. Esses ressurgentes, que dificilmente podem ser chamados de Membros, buscam trans
cender o que significa ser humano, Eles querem consumir os mais velhos e mais sábios de nós,
e infectar toda a nossa espécie com sua perda de identidade. Essa Guerra da Gehenna não é o fim
deles, é outro estágio. É uma crisálida. A guerra está mudando o Sabá de dentro para fora, e tenho
pavor do que irão se tornar, distorcidos e marcados pelos fogos de sua vitória. Odeio estar falando
sério agora, mas você deve saber: o que quer que os relatórios oficiais digam sobre a Guerra da
Gehenna, nós não estamos vencendo.
Eu sinto uma coceira no meu olho. Ainda há uma mancha escura all, na forma de uma
serpente mordendo a própria cauda, quase invisível, onde meu amante do Sabá me tocou. Eu
decidi, Aquele toque fot o último. Se qualquer outro escravo de sangue desalmado da Mão Negra
levantar a mão para me tocar novamente, antes de permitilo eu prefiro dar fim à eternidade.
Sugiro que você use da mesma abordagem e se fortaleça para o que, em poucos anos, vai voltar
se arrastando de Jerusalém para ocupar nossas noites.
 CLÃS DOS MEMBROS

Na maioria das vezes, acredito que conhecimento é poder. No caso do Sabá, digo que quanto
menos se sabe a respeito dos Magistrados niilistas, dos Demônios destruidores de carne dos
Lasombra e dos Tzimisce, melhor. Deixarei aqui apenas fragmentos. Use-as para evitar os clãs
corrompidos. Nunca pense na possibilidade de se aliar, persuadir ou sequer dialogar com o
Sabá. Você pode achar que estou exagerando — alguns deles podem parecer bastante razoáveis.
À primeira vista. Mas não são apenas outra seita ou reunião de clãs. Eles estão infectados por
um virus, uma doença, uma moléstia consciente. Você não encontrará um ensaio sobre os clãs
do Sabá aqui, e agora sabe meus motivos. Compreensão traz perigo. Eu não q amo, mas jamais
quero que sinta o medo que senti durante as infinitas noites quentes em um galpão de trens em
Ailanta, reduzida a mera carne gritando nas garras da Mão Negra.

DOIDO
Como provestado por Kalinda, Vizir ++ BG + <

Assamita e Primogênita de Milão:

O Movimento Anarch é problemá-
tico, mas houve um tempo em que
seus integrantes concordaram com
a Camarilla sobre a existência de
uma ameaça maior. Essa ameaça
Primeiramente: ela acredita que estamos vencendo a Guerra da
Gehenna. Isso é uma mentira. É a versão oficial do partido, sim,
mas ainda é uma mentira. Eu sobrevivi às guerras nocurnas que
duraram semanas em Donetsk, Alepo e Ramala (duas vezes, no
último caso) e nunca vi nosso lado sair vitorioso. Na Ucrânia,
se

autodenomina de Sabá, lutei ao lado de um grupo miliciano formado por programadores

As origens e os motivos do Sabá
perderam-se na história, e não repe-
timos muito sobre suas práticas nos
domínios da Camarilla. Ás vezes é
melhor não saber, do que, ao saber,
ceder à Besta.
Histórias mencionam um culto
da morte medieval que acraiu para
si vampiros sádicos c homicidas
como se fossem moscas em torno de
um cadáver. Uma seita que queria
dominar a humanidade, como os
imperadores vampiros de outrora.
Mas isso nunca aconteceu, e por
mais que isso seja assustador em
histórias, acredito que seja seguro
dizer que o Sabá falhou. Ou, pelo
menos, que não entendemos o que
querem, exceto pelo fato de estarem
sempre com fome. A paz que dei-
xaram para trás é um mistério e,
ao mesmo tempo, um alívio.
de TI, professores e um punhado de “nacionalistas” altamente sus-
peitos, que usavam celulares com Google Maps e Facebook Mes-
senger para coordenar ataques da artilharia contra as forças da
RPD pró-Rússia. Havia três de nós. Eu, um Hagimita arménio
chamado Narek, e a nossa Anciã, uma força da natureza grega
que se arirava em batalha vestindo um terninho cinza e armada
com nada além de um domínio impressionante de russo de baixo
calão. Seus inimigos cornavam-se suas armas conforme ela falava.
Em todo caso, devertamos ser invencíveis. Duramos menos de
uma hora quando encontramos o primeiro bando. Queria poder
lhe dizer como eles lutaram, mas não consigo. A noite mudou do
negro translúcido para o breu do nanquim. Houve alguns gritos,
ca voz da Anciã: “Entendo, isso muda tudo”, disse ela, em grego
antigo, sua voz dominante cortando através do bombardeio e da
gritaria. Então ela fez silêncio. E acabou.
Portanto, da próxima vez que alguém lhe disser que estamos
vencendo, pense de novo.
ae mio E a

181
CAMARILLA

A maioria dos dominios do Saba ainda esta fora

dos limites para a Camarilla, a menos que você seja
Fiorenza Savona do Clã Ventrue, que rapidamente
colocou a Cidade do México sob controle. Contudo, a
maior parte deles esta vazia, ou se esvaziando, cnquan-
to os bandos do Sabá, possuídos por uma loucura san-
grenta, reúnem-se em torno da maior fonte de Vitae
do mundo: o Oriente Médio. Meu lar, onde Matusaléns
despertam e destroem todos aqueles tolos do Sabá que
correm para tentar mordé-los.
Estarei diminuindo suas ações? Possivelmente.
A seita apresenta uma visão assustadora quando alguém
se ve diante dela, mas me dé uma legião de soldados de
armadura, leais c treinados, para enfrentar uma horda
selvagem de macacos do Saba a qualquer noite. Eles ater-
rorizam, eles matam, eles levam a Inquisição onde quer
que pisem Mas nós permanecemos de cabeça erguid 1
Que o Saba consuma a si mesmo em uma orgia de
violência. Nós pagamos pelos melhores lugares.

cone

Lâmpadas fluorescentes alinhadas no centro do corredor

pareceram voltar a vida quando Dj: apertou o inter upror.

“Olha, este lugar não é tão ruim. Da pra gente fazer a rave
aqui, sem problema.” Ela espiou uma das alas que estavam
isoladas. “Eles têm até carrinhos e o que parece ser equipa
mento médico ainda guardados aqui. Acha que eles estavam
pensando em voltar algum dia?”
Ark balançou a cabeça, mal prestando atenção. A ideia de
dar uma festa em um hospical abandonado era bem previsi-
vel, mas ele não podia negar o apelo estético do lugar. Só que
alguma coisa não cheirava bem. Era compreenstvel que Di,
rendo sangue tão ralo, não sentiria nada do ripo, mas ele era
mais velho e vinha certos dons para esse tipo de coisa. Harvis
Vitac e morte aqui, c não tinha sido muito rempo atrás.
“Ei, Ark! Olha! Algumas das alas ali não têm correntes
nelas. Talvez a gente poss...”, a voz da jovem se interrompeu
quando ela deu um passo para tras diante da por ta que

estava empurrando para abrir. “Mas que porr...” Ela nunca

rerminou a frase Alguma coisa que não cra exatamente
braços, pernas e dedos irrompeu pelas portas duplas, desa-
parecendo rapidamente com sua figura em espasmos. Ark
não perdeu tempo, saltou para tras o mais rapido que pôde
e correu em direção à escadaria. Ele foi parado de imediato
quando uma mão de garras compridas o pegou pelo ombro e
perfurou sua pele até chegar no osso.
“Indo a algum lugar, moleque Anarch? Vem cá, vem. Já
que invadiu, pelo menos fique para o jançar.”
Ark e Di nunca mais foram vistos. Pelo menos não da
maneira que as pessoas se lembravam deles. E
 1
|

CLÁSIDOS MEMBROS

CARMELITA
nciões desesperados
por modos de evitar a
Gchenna ec o Chamado
procuram cada vez mais
a arquedloga Torcador irlando-
“brasileira Carmelita Neillson. Ela
desenterra o passado e entrevista
Membros, registrando uma ampla
gama de história vampírica e conver-
sas com vampiros tão antigos quanto
dois milênios de idade. A Camarilla a
proibiu de arquivar qualquer um dos
seus achados eletronicamente, mo
tivo pelo qual ela criou “Bibliorecas
Neillson" em localidades discretas.
Scus modos amigáveis, curio-
sidade natural e habilidades como
E pe
SA Arte da Narrativa:
Você e Carmelita compartilham a As pequenas bibliotecas de Carmelrta
crença de que a narração de histórias é
uma das formas de arte perdidas. Sem-
pre que você regala outros vampiros
com informações históricas ou mitos
lendas, os Torcador são naturalmente
atraídos para as suas palavras, indepen-
dentemente do relacionamento que
haja entre vocês,
CGA Arte da Vontade:
Uma relíquia ou objet d'art específico,
confiado a você pela Dra. Neillson,
o inspira e encanta. Se você passar
uma hora meditando sobre ele (e
realizar um teste de Determinação
Erudição com Dificuldade 5) antes de
descansar no dia, você desperta com
um ponto de Força de Vontade extra.
Você pode meditar desse modo uma
vez por sessão,
FICHA DE CONHECIMENTO
NEILLSON
poliglota a tornam uma escolha na-
dEsieeasas ss
tural para interrogar um Matusalém
que acabou de sair do Torpor, in-
vestigar um templo em ruinas ou
interpretar uma escritura capturada
do Saba. Por acreditar que a arte não
precisa estar emoldurada ou exposta
em um muscu para ser admirada,
Carmelita acredita intensamente que
a maior das artes, uma hã muito ig-
norada pelos Membros, é à narração
de histórias da sua própria espécie.
Uma escritora e narradora talentosa,
as habilidades de Carmelita atraem
muitos Torcador que desejam que-
brar o estereo! po “bonito e vazio”,
Conhecimento +
866 Biblioteca Neillson: | Carmelita conhecer esse registro e tê-lo
dado para você ou alguém tê-lo gravado
Neillson salpicam o mundo nos domínios | em segredo, a informação contida lhe
da Camarilla, servindo como centros de dá uma vantagem sobre o vampiro
dados usados para estimular e apoiar as entrevistado e o clã discutido, Um fato
memórias de vampiros Anciões. Você é mteressante É que à voz que se segue à
Mm
o curador ou guardião de uma dessas de Carmelita no final da fita menciona
bibliotecas, que conta como um Refúgio outras gravações.
de dois pontos (06) com uma Biblioteca 69066 À Tumba do Ancestral:
de dois pontos (06). Outros vampiros Carmelita confiou em você para guardar
e Membros historiadores também usam o suposto local de descanso de um dos
o local como ponto de encontro, o que seus ancestrais. Enquanto você mantiver
tem suas vantagens e desvantagens. o local seguro, poderá cobrar dela um
6969 Entrevista com o Matu- favor maior uma vez por história. Se
salém: Você obteve a gravação de você falhar em guardá-la, provavelmente
+ Carmelita entrevistando um vampro haverá... outras consequências,
impossivelmente antigo que divulga
segredos sobre um dos clãs no seu do
mínio, Uma vez por história, você pode
pedir ao Narrador que lhe conte um
desses segredos, Independentemente de
104
 FICHA DE CONHECIMENTO

FALIMA AL=FAQDADI

braçada no século XII d, C., Fatima al-Fagadi é antiga

entre os Membros ativos nas noites de hoje. Conheci-
da entre os Descendentes de Hagim como a Mão da
Vingança, cla é uma das assassinas mais perigosas e
habilidosas que já existiu entre os Membros.
Farima é uma muçulmana fiel e uma inimiga jurada dos cultistas
do sangue de Ur-Shulgi. No passado ela já trabalhou por Vitae, acei-
tando contratos em troca de Sangue entregue fisicamente ou por
mcio dos rituais místicos na fortaleza de seu clã, Alamut. Porém,
nas noites de hoje, Alamut está sob controle de Ur-Shulgi, e sabe-se
que Fatima é a lider de um comando de Banu Hagim que luta do
lado da Camarilla na Guerra da Gehenna.
As más linguas dizem que ela luta apenas para descobrir o que
aconteceu com sua uma vez amante c rival, Lucita. Da parte dela,
Fatima silencia esses boatos com um olhar quase tão mortal quanto
suas facas.

= ++ Conhecimento +
PA

€ Depósito de Armas:
Sua conexão com Fatima ou com sua
rede de Banu Hacim lhe dá acesso a um
depósito de armas escondido em algum
lugar do seu domina, ou no domínio
em que você está visitando. Você sabe,
por meio de boatos cu fontes confiáveis,
onde um desses depósitos pode estar lo-
calizado. Uma vez por crônica você pode
usar este conhecimento para se equipar
com uma arma portátil à sua escolha,
sujeito à aprovação do Narrador.
pontos alocados em Aliados, Contatos €
Mentor e atribui-los a integrantes da Teia
Estendida, que podem ajudá-lo por um
preço ou ensinar-lhe a arte do assassinato.
Perceba que, ao contrário de Anteceden-
tes comuns, o uso desses pontos exige
pagamento, muitas vezes severo.
866 Alvo Perdido:
Você é um dos raros Membros que
sobreviveu a uma tentativa de assassina-
to feita pela Mão da Vingança, Sendo ou
não um alvo ou dano colateral, você tem
aprendido o caminho dos juízes com
Fatima, ou então a Teia das Facas lhe en-
sinou os ditames de Ur-Shulgs. Seja qual
for o caso, quando estiver em qualquer
domínio que não seja da Camarilla,
você pode anunciar formalmente um
julgamento e executar um Membro sem
retaliação aberta da seita governante,
visto que poucos desejam passar por
cima da ks dos Banu Hagim. Seu julga-
mento não impede tentativas sutis de
retaliação vindas de outros Membros,

66 Teia Estendida:
No passado, Fatima foi associada ao
culto conhecido come a Teia das Facas,
Ainda que a Teia siga leal ao demoníaco
Ur-Shulgie ao ramo Banu Hagim de
Alarmut, alguns cultistas da Teia segui-
ram Fatima e fizeram propostas para à
Camarilla Você é um integrante da Teia
Estendida, ou então é muito próximo
daqueles que o são. Você pode pegar três
a reputação de ser alguém que Fatima
não conseguiu derrotar. Além de dar
dois pontos de Status, este conhecimen-
to garante um dado adicional a paradas
de dados Sociais quando sua história de
sobrevivêndia puder ser usada de forma
impactante.
99069 juiz Reconhecido:
Supostamente, os Banu Hagim são os
juízes dos Membros. Você pode ter
€0969 Contrato Aberto:
Seu relacionamento com Fatima é tão
forte que ela concordou em eliminar
qualquer oponente à sua escolha. Ela
não vai fazer perguntas. Talvez seja um
relacionamento de confiança ou amor,
ou então Fatima lhe deve alguma coisa,
O sucesso dela não é garantido, mas é
altamente provável,

185
 FICHA DE CONHECIMENTO

FIORENZA SAVONA

uando os dendo em ONGs e nas Nações

Lasombra Unidas, cla conhece todos que
recuperaram 0 valem a pena controlar na elite
controle de Davos. O Senhor dela a al
dos seus antigos vejou por sua lista de contatos
centros de poder religioso, os e descobriu sua maquiavélica
Ventrue responderam expan- argúcia política e financeira.
dindo sua influência pela nova Uma nova participan-
nobreza: o governo e as corpo- te nos jogos de poder da
rações multinacionais. Com Camarilla, muitos Anciões e
tamanho poder político global, Fiorenza Savona mantém o clã Ancilhie a consideram uma mera Ventruc “nova rica”. Seus
relevante e perigoso — no centro do poder em escala mundial, companheiros de clã mais sábios sabem que as ações dela
Determinada e capaz de mandar outros vampiros mandar influenciam conselhos, corporações e mortais detentores
outros vampiros à merda, Fiorenza trabalhou duro quando de poder real. Enquanto seus predecessores se concentram
mortal e continua agora como membro, para assegurar que os na política vampirica, Fiorenza acredita que a chave para a
vampiros ricos e poderosos mantenham suas posições. Ascen- longevidade dos Membros está na manipulação dos vivos.

8 %+ Conhecimento +
4
me

e Na Lista de Fiorenza:
Fiorenza sabe quem você é, o que sip-
nífica que ela pensa que você é útil ou
um problema para o clã. Consequente-
mente, ela designou um Lacaio mortal
Talentoso (pág. 135 do Livro Básico)
— guarda-costas, motorista, mordomo,
etc. — para você, embora ela continue
sendo a empregadora dele, Fle não faz
questão de esconder que o espia para
Fiorenza, e nunca se distancia de você,
mesmo quando dispensado. Se ele for
ferido ou morto, Fiorenza passará a
considerá-lo indigno de confiança, mas,
se sua conduta for boa, você avançará
nas boas graças dela
06 Café da Manhã com
Florenza: Apesar da sua posição de
alto-nível, uma vez por história, Fiorenza
arranjará tempo na sua agenda cheia
para se encontrar com você. Talvez vo-
cês não se deem bem ou talvez sejam
amigos. Um encontro com Fiorenza
pode ser lucrativo e informativo, se
você fizer as perguntas certas.
696 Benefícios da Amizade:
Você era próximo de Fiorenza antes que
ela se tornasse a “próxima promessa”
do Clã Ventrue, e essa amizade pagou
dividendos: ela pode acalmar Ventrue
irritados, dar a você dicas comerciais
nternas, emprestar um jato particular
equipado com janelas polarizadas e
planos de voo pré-aprovados, etc. Caso
você abuse dessa conexão, que equivale
a um Mawla de três pontos (666) cla o
dispensará sem hesitar.
6999 A Diretoria:
A obscura Diretoria Ventrue 0 pro-
curou, Preocupados com a ascensão
meteórica de Fiorenza, eles o esco
lheram para abordá-la, subomá-la e
subjugar sua vontade. Se aceitar, você
será Enlaçado e terá suas memórias das
identidades da Diretona apagadas —
mas receberá seis pontos para distribuir
entre Contatos, Mawla e Recursos.
Naturalmente, você pode oferecer
a Ficrenza trabalhar para ela como
agente duplo.
999096 Influência no Governo:
Fiorenza lhe deve um favor — uma vez
por crônica, ela concorda em influenciar
um líder político mortal a seu pedido. As
sugestões dela equivalem a cinco dados
a serem distrbuídos como você desejar
entre quaisquer rolagens que envolvam
ação governamental, Se você criar uma
perturbação política maior ou de algum
modo agir para reforçar as “sugestões”
de Fiorenza, o Narrador poderá adicio-
nar outro dado baseado no seu plano &
seu grau de sucesso nele.
 FICHA DE CONHECIMENTO

LINHAGEM PURA VENTRUE

(EXCLUSIVAMENTE PERSONAGENS VENTRUE)

s Ventrue são obcecados com sua linhagem, mais que qualquer

outro clã, e costumam recitar sua descendência em muitas e
muitas gerações. Alguns dizem que seus ancestrais transmiti-
ram habilidades aos descendentes, enquanto outros ahrmam
que reputação é poder o bastante.
Os Ventruc entendem à importância da historia e da pureza do Vitae, Quando
falam, outros ouvem. Uma coisa é conhecer sua ancesrralidade, c outra bem diferen-
te é falar dela com orgulho em uma corte de pares ou como um desafio aos seus ini-
migos. Em ocasiões importantes, seja numa função pública ou nas horas anteriores
à batalha, os Ventrue esperam de seus semelhantes que não apenas listem os nomes
dos seus ancestrais, mas também recitem os feitos, realizações, falhas e — em alguns
casos — mortes dramáticas deles, para honrar o passado, elevar o espirito e impres-
sionar a audiência, seja ela uma gentalha Brujah ou um velho Principe.

+ »+ Conhecimento +£A £o-

€ Senhor de Renome:
Seu Senhor ou Senhora é um Ventrue
notável por sua nobreza e adesão aos va-
lores do clã. Até certo ponto, você pode se
apoiar no nome do seu Senhor para obter
favores de outros Membros, principalmente
entre os Ventrue. Este conheomento permi
te que você ganhe um dado em checagens
Sociais apropriadas, quando mencionar seu
Senhor possa ser impactante. Se o Senhor
ainda existir, ele pode se ressentir de você o
usar como Inha de crédito,
toda (algo que pode demorar uns bons
30 minutos ou mais) lhe dá um dado de
bônus em tados os testes Sociais contra
outros Membros pelo restante da cena.
Isso pode ser usado uma vez por história.
99006 Linhagem Lendária (esco-
lha uma): A LINHAGEM DE ALEXAN-=
DRE: Um patrono das artes, das paixões
e do belo, Alexandre de Paris parecia mais
um Toreador que um Ventrue. Membros
que dtem Alexandre de Paris como seu
ancestral ganham dois dados de bônus
desse tipo, você deve fazer uma checagem
de Frenesi de Fúria com Dificuldade 3.
A LINHAGEM DE MITHRAS:
Mithras exemplifica o orgulho e o poder,
Membros de seu culto afirmam que ele
era imune às chamas, e que de alguma
forma sua fortitude reverbera na força
de vontade de seus descendentes. Sua Di-
ficuldade para resstir a frenesi de terror
por exposição ao fogo é reduzida em
dois. Você sofre uma penalidade de dois
dados ao tentar resistir a tentativas de

€€ Uma Linhagem de Títulos:
Você vem de uma linhagem de Príncipes,
Primigênie ou possivelmente Barões. Se em
algum momento tentar adquirr um título
em um domínio,
os Ventrue — mesmo
aqueles que você nunca viu — vão automa-
ticamente apoiar seu pedido, a menos que
tenham razão suficerte para agr contra.
em todas as rolagens de Persuasão e
Performance feitas diante de um grupo de
pessoas, visto que a estirpe de Alexandre
ama ter público. Caso alpuém interrompa
sua fala, você deve fazer uma checagem de
Frenesi de Fúria com Dificuldade 3.
A LINHAGEM DE ANTONIUS!
Amtonius foi um estrategista, planejador
Dominação feitas por vampiros mais ve-
lhos que também descendam de Mithras.
09909 Clamar pelo Antedilu-
viano: O Artediuviano Ventrue atendia
por muitos nomes, e cada Matusalém de
seu clã conhece a antiga entidade por um
epiteto diferente Você conhece um desses
nomes ou títulos, e uma vez por crônica

090 Recitação: obsessivo € arquiteto-mestre do Clã Ven pode se anunciar como descendente dessa

Você pode citar seus ancestrais remontan- true até sua aparente destruição. Se você criatura para forçar todos osVentrue nas

do a um Matusalém da Quarta Geração,o é um descendente de Antonius, ganha dois redondezas a parar o que estão fazendo,

que impressiona todos os Membros que dados de bônus em todas as rolagens de ficarem quietos e, às vezes, cair de joelhos,
sejam capazes de ouvilo, Cada Membro Erudição e Liderança feitos ao planejar a O nome desaparece das mentes de todos

de sua ascendência tem uma história, e
você conhece pelo menos uma versão
resumida de cada uma Recitar a coisa
defesa de em domínio na sua construção. Os que o cuvrem, mas eles vão parar o que
Caso alguém o interrompa enquanto quer que estejam fazendo — mesmo com-
estiver elaborando um plano a longo prazo bate — para ouvir o que você tem a dizer
/
187
 FICHA DE CONHECIMENTO

O CULTO DE MITHRAS

lguns vampiros dizem ser divindades, tanto

entre Membros quanto entre O gado. Depois
de Ser, Mithras provavelmente é o mais infame
os Cainitas-deuses. Um Ventruc de idade e
poder incríveis, e um dos Principes mais longevos da his-
tória dos Membros, Mithras formou um culto de ardorosos
fiéis em torno do mitraísmo, incorporando elementos reais
da antiga religião com as antigas tradições vampíricas.
Ainda que Mithras tenha sido destruído no século XX e
seu Diablerista, por sua vez, supostamente tenha sido elimi-
nado no expurgo de Londres nas mãos da Segunda Inquisição,
seu antigo Senescal confidente, Roger De Camden, lidera
o culto em sua ausência. Você talvez seja um fiel do culto de
Mithras, ou até mesmo um de scus lideres. É possível que você
acredite que o culto seja a chave para o controle na Jyhad,
usando o governo milenar de Mithras como inspiração,

«e
€ Novel:
Seu serviço a Mithras está apenas
começando, mas você aprendeu como
manipular o gado ao falar de religião e de
grandeza. Você pode liderar um pequeno
culto mortal de forma eficaz, garantindo
um dado de bônus a todas as rolagens
Sociais quando interagir com seu rebanho
ou seus lacaios. Este conhecimento pode
vir tanto de sua adesão ao culto quanto
do estudo de suas práticas.
ee Nymphus:
Mithraístas conferem o título de Nymphus
a novos Senhores que entram no culo.
Este conhecimento lhe garante conhe-
cimento da linhagem e dos costumes
do Abraço dos Ventrue, além do status
cerimonial de um Senhor venerável Você
ganha dois dados de bônus em todas as
rolagens nas quais os costumes Ventrue ou
Mithraicos são discutidos ou estudados, e o
equivalente a dois pontos no Antecedente
Status quando estiver entre os Ventrue,
P+ Conhecimento +&
096 Leo:
Entre os mais honrados integrantes do
culto Mithraico, os Membros com o titu-
lo de Leo são encarregados de entregar
mensagens clandestinas entre Mithraístas,
às vezes até mesmo fora da ordem.
Mithraístas não hesitarão em lhe confiar
informações e mensagens, e você ganha
um dado em todas as rolagens, que não
sejam de Disciplinas, nas quais tente fazer
com que outros vampiros confiem na
sua palavra. Obviamente, se você tem
alianças fora do culto, este conhecimento
lhe garante acesso à inteligência profun-
damente perigosa.
0006 Perses:
O Culto de Mithras frequentemente
cede à sangria e sacrífido rituais, sendo
os Perses os mestres dessas cerimônias.
Um vampiro declarado Perses de Mithras
recebe uma espada curta c a autorida-
de para matar inimigos do culto, com a
garantia de proteção total (álibis, refúgios
Ea
secretos, acesso a recursos) caso sua
identidade como assassino seja revelada,
Este conhecimento lhe dá três pontos de
Antecedentes para alocar em qualquer
demínio no qual o Culto de Mithras
esteja presente,
09006 Invicto:
Você carrega a centelha de Mithras
consigo. Talvez tenha tomado o Vitae
do chablerista dele, Monty Coven, ou
talvez tenha bebido alguma vez do
próprio Mithras, como parte de um
Laço de Sangue. Agora, Mithras vive
em você, Ocasionalmente o vampiro
antigo se comunica, de forma a lhe dar
ordens ou conselhos, ainda que ele
não seja forte o bastante para forçá-lo
a nada. Ao satisfazer a vontade de Mi-
thras, você ganha três dados adicionais
em testes de Dominação, fortitude ou
Presença (escolha um) pelo restante
da noite.

188
 FICHA DE CONHECIMENTO

A PIRÂMIDE
(EXCLUSIVAMENTE PERSONAGENS TREMERE)

ão faz tanto tempo que os Tremere cram o

clã mais forte, ou pelo menos um dos mais
organizados. Você sabe que a Pirâmide era
uma estrutura perfeita para a hierarquia
dos Membros, reforçando a lealdade por meio de laços de
Sangue e juramentos de fidelidade à Casa e à Fimília, o
que garantia que o poder ascendesse enquanto as recom-
pensas jorrassem degraus abaixo. Ou ralvez você tenha
estudado a Pirâmide pelo baluarte corrupto que cra, c
agora celebre seu colapso.

Você conhece as entranhas da Pirâmide Tremere.

Você poderia reconstruir à mesma hicrarquia, ou ajudar a
destrui-la de vez.

"a
= —anaã ++ Conhecimento +< Fai -

€ Aprendiz:
Apesar de sua recente desestabilzação, a
maioria dos Senhores do Clã Tremere ain-
da prontamente confere às suas Crianças
da Noites o posto de aprendiz. Você é um
desses Aprendizes, ou o mestre de um de-
les,o que lhe garante o equivalente a um
Mawla de um ponto.
nem sempre os ensine pessoalmente,é ele
quem deve garantir que todos os Tremere
recebam a educação adequada. Os outros
deveres do Regente estendem-se à prote-
ção do clã no domínio e, às vezes, a repre
sentá-lo no Conselho da Primigênie. Você é
o Regente de uma Capela. Isso lhe dá um
ponto de Status Tremere, bem como três
apontado como Pontifex, e tem muitos
recursos no que se refere a esse campo
de atuação. Você ganha três pontas em
Status Tremere, bem como três dados de
bônus em qualquer teste de coleta de
informação relacionada ao seu campo de
atuação, desce que você tenha acesso à
sua biblioteca.

00 Savant: pontos em Refúgio, representando a Ca- €90090 Novo Conselho:

Apesar de sua entrada recente na Prâmide pela, Esteja ciente de que é esperado que O novo Conselho dos Sete Tremere foi
você já chamou a atenção de integrantes você cuide da segurança da Capela, bem formado como uma medida emergencial
de maior destaque que o seu, devido como fomeça abrigo e recursos a cutros após o ataque bem-sucedido da Segun-
a algum experimento no qua você se antegrantes do clã. da Inquisição em Viena A explosão foi
amscou, na cnação de algum ritual menor 8960 Pontífice: cronometr ada Dara coincidir com uma

ou na descoberta de conhecimento ames
perdido para o clã Uma vez por crênica,
este conhecimento permite que você peça
um favor maior a um Regermte e, desde que
o favor não seja ofensivo, que ele continue
amigável depois disso.
6096 Regente:
Toda Capela tem um Regente. Trata-se do
responsável pela tutela de todos os demais
Tremere no domínio, Anda que o Regente
Cada Bruxo no Conselho dos Sete tem
sete Pontífices que respondem a ele,
Esses Pontifices supervisionam vastos do-
miínios, raramente geograficamente def
nidos. Pontifices diferentes são apontados
como representantes do dá nos campos
da arte, economia, estudo de lobisomens
e outras áreas afins. Você é visto como
um dos especialistas de destaque do clã
em qualquer domínio no qual tenha sido
reunião dos integrantes do Conselho,
transformando cinco deles em cinzas
e deixando os outros dois em torpor-
Graças a algo único que tem a oferecer
ao Clã Tremere, você é considerado um
dos novos membros em potencial do
Conselho dos Sete. O que é esse algo,
como você usa seu poder, depende de
você e do Narrador você também tem
quatro pontos em Status Tremere

[89
 FICHA DE CONHECIMENTO

VICTORIA ASH

ietoria Ash é um dos Membros ativos mais influentes é proeminentes

nas noites de hoje.
Abraçada no século XVII, quando ainda cra conhecida como Vic-
torine de Perpignan, saiu da pobreza, trabalhou como seguidora de
acampamento para o exército francês e chamava pouca atenção além de sua beleza
c sua melodiosa voz para o canto. Maximilian, scu eventual Senhor, reconheceu os
verdadeiros talentos que ela tinha para diplomacia, ctiquera c estratégia, Abraçan-
do-a por eles e pelas razões pelas quais os soldados mortais a adoravam.
Além de seu carisma c personalidade aparentemente benevolente, que atrai a
devoção de Membros, Victoria é notável por seu sucesso constante em ascender
na hierarquia da Camarilla. Recentemente cla foi selecionada pelos Justicares da
Torre para selar o acordo do Matrimônio Escarlate com Tegyrius, da Ashirra.
O gado se dobra para servir a todos os caprichos dela, seu clã a adora por seu
talento c perspicácia naturais, e nossa seita a indica como tudo aquilo que outros
Membros deveriam aspirar a se tornar. E de se imaginar se Tegyrius sabe o que o
aguarda.

-E + Conhecimento +<

6 Beijo Vitorioso:
Em algum momento você dançou, bei-
jou ou até mesmo dormiu com Victoria
Ash. Isso não faz de você uma raridade,
mas o torna especial. Victoria tem uma
memória perfeita para rostos c en-
contros íntimos remontando a séculos
(alguns suspeitam que seja assim que
ela se agarra à sua humanidade). Dificul-
dades de rolagens Saciais envolvendo
Victoria Ash ou alguém conectado a ela
são reduzidas em um ponto.
96 Convite Escarlate:
Talvez você tenha sido convidado para o
Matrimônio Escarlate, ou conheça algum
dos convidados o bastante para descre-
ver o que aconteceu lá. Isso permite que
você reconheça aqueles que estiveram
no casamento, sua função € como se
posicionaram no que se refere à união
entre as seitas. Uma vez por história
você pode usar essa informação para
chantagear, engambelar ou se aproximar
de outros convidados desse encontro
tenso, de maneira familiar, ganhando três
dados de bônus em um teste Social, des-
de que tenha uma explicação plausível,
899 Aquilo Que Os Motiva:
Victoria Ash é uma especialista em ler
pessoas. Ela sabe como obter os segre-
dos mais delicados e explorá-los, e lhe
ensmou alguns truques.Você ganha dois
dados extras em Sagacidade quando
estiver perscrutando um alvo em busca
de vulnerabilidades.
0996 Afetação de Celebridade:
Ao emular as histórias de Victoria Ash,
você também tem acesso a um ônibus
de tumê bem equipado que permite
trânsito entre domínios, além de uma
pequena equipe de ajudantes. Se você se
disfarça de cantor mágico, ator ou qual-
quer outra forma de artista, depende de
você. Isso equivale a ter dois pontos de
Refúgio (Casa Itinerante) e dois pontos
de Rebanho ou Lacaios (Ajudantes).
60969 Patrono, Amante, Com-
panheiro: Você ocupa um lugar im-
portante no coração de Victoria. Uma
vez por crônica, ela vai mover céus
e terra para protegê-lo, o que pode
incluir a boa vontade que a Camarilla
tem com ela, caso seus crimes sejam es-
pecialmente hediondos. Por uma sessão
inteira ela conta como um Mawla de
cinco pontos,e lhe confere três pontos
de Status.

190
191
CAMARILLA
CONFLITO
INSTITUCIONAL
m vez de batalhar nas ruas
ou nos salões de baile,
alguns vampiros preferem
travar suas lutas em mesas
de diretoria. Mestres e manipula-
dores secretos do mundo, eles usam
instituições humanas como armas,
como camuflagem e como armadu-
ra, tudo de uma só vez.
Conflito institucional existe
em crônicas para transferir poder
e controle local de uma coteric ou
vampiro a outro, bem como plano
de fundo de algum drama pessoal.
Colocar os personagens dos jo-
gadores em posições de controle de
uma instituição pode exigir sema-
nas ou meses de jogo e preparação
envolvendo muita Influência (livro
básico, p. 187) ganha na história
e comprada com Experiência, ou
apenas uma linha de uma Ficha de
Conhecimento e a sanção do Nar-
rador. A abordagem correta é o que
quer que faça a crônica funcionar,
o drama ser empolgante e deixe os
jogadores interessados.
Narradores devem usar o
modelo de Três Turnos e Pronto
(simplesmente contando como um
“melhor de três” para determinar o
vencedor) ou o sistema de Confli-
tos de Rolagem Única (livro básico,
p. 298) para representar contendas
entre instituições. Três rolagens
podem ocorrer no começo, meio
e fim da história para permitir
que os personagens dos jogadores
alterem as circunstâncias por meio
da ação; role um Conflito de Ro-
lagem Única no climax da história
e então direcionc o drama para à
resolução das consequências.
Qualquer que seja o sistema
usado, o grupo c o Narrador devem
estabelecer o que está em jogo no
conflito especifico da crônica atual.
Uma rivalidade entre dois países ou
duas corporações multinacionais,
assim como aquela entre dois vampi-
ros, pode durar décadas, tendo ape-
nas mudanças locais e condicionais
no poder — o bastante para garantir
a vitória naquela escala, mas nunca o
suficiente para encerrar a disputa,
Escala
Institucional
A primeira questão a se fazer é:
qual a escala em que a instituição
opera? Para esse fim, instituições
existem em uma de três escalas:
MUNICIPAL: Esta instituição pode
afetar uma cidade, Ela pode ser um
grande empregador local, um ban-
co ou uma agência municipal como
a delegacia de polícia ou a secreta-
ria de urbanismo c licenciamento.
Poderia ser uma Arquidiocese
Católica, o jornal ou a emissora de
TV local, ou apenas um patrono
bilionário da sociedade,
NACIONAL: Esta instituição pode
afetar uma nação. Grandes corpo-
rações, bancos centrais, agências
ou ramos do governo, grupos
de imprensa e ativistas com um
alcance realmente nacional con-
tam como instiruições deste tipo.
Esta escala também cobre grupos
com uma presença global, mas
sem os recursos necessários para
agir globalmente (Greenpeace ou
al-Qaeda, por exemplo).
GLOBAL: Esta instituição pode
afetar o mundo inteiro, Imen-
sas corporações multinacionais,
superpoderes e outras nações de
grande porte, grupos multina-
cionais (Interpol, ONU, etc), ou
alguns poucos atores não gover-
namentais (a Igreja Católica, a
Camarilla crc,).
Atributos
Institucionais
Instituições, assim como humanos
e vampiros, têm Atributos. Pelo
bem da elegância, consideramos
apenas três deles aqui:
porenciaL: O poder bruto da
instituição; sua capacidade de
simplesmente forçar a mudança ou
reforçar as convenções. O equiva-
lente de Força.

PRESTÍGIO: À capacidade da
instituição de influenciar c afetar
o mundo por trás das câmeras, em
um nivel moral ou mental, ou em
um nível menor de visibilidade. O
equivalente de Destreza.
DENSIDADE: A capacidade da ins-
tituição de resistir à adversidade,
y ;
às vezes apenas sobrevivendo a ela.
O equivalente de Vigor. A maioria
das instituições vampíricas tem, no
minimo, Densidade 2,
Assim como os Atriburos dos per-
sonagens, os institucionais usam um
espectro de cinco pontos, Um ponto
de Atributo nessa escala equivale a
cinco pontos daquele Arriburo em
uma escala menor; uma instituição
de escala Municipal com Potencial 5
tem Potencial 1 na escala Nacional.
Uma corerie de vampiros em que
todos concondem e cooperem pode
(mal) ver um ponto em um Atributo
na escala Municipal. A exceção: perso-
nagens com o Antecedente Influên-
cia teoricamente podem mobilizar
organizações com Prestígio na escala
Municipal um nível abaixo de scu
total de pontos nesse Antecedente. Se
essa mobilização fizer sentido tárico
dramático — e se o personagem quiser
atriscar perder sua Influência como
consequência de uma derrora — ela
pode fazer parte do conflito.
A corte completa de uma
cidade unificada sob o Principe
ou o Barão (ou que seguramente
obedeça a essa figura, pelo menos)
pode (por pouco) ter um ponto em
um Atributo na escala Nacional,
dependendo da cidade e da nação
envolvida, É mais provável que
Sarrasine de Sydney apareça na
escala Nacional da Austrália do
que quem quer que seja o Principe
de Hobart, por exemplo.
Parada de
Conflito
Institucional
Inicie o conflico determinando as
paradas de Conflito Institucional
envolvidas. Se um vampiro dirige
a instituição por trás dos panos, a
parada usa o Atributo institucional
apropriado à situação c uma das
Habilidades do vampiro. Finanças e
Política podem ser as escolhas ime-
diatas mais óbvias, mas um vampiro
poderia usar Prestígio + Investigação
para fazer o jornal da cidade ficar
contra a polícia local; Potencial + In-
rimidação para usar os oficiais para
silenciar uma mesquita inconvenien-
te; ou Densidade + Subrerfúgio para
ativar o grupo radical consolidado
e arrastar O excrcito de uma nação
para um conflito de guerrilha impos-
sivel de ser vencido.
Modificadores de
Conflito Institucional
Assim como Conflicas de Rolagem
Única no geral, um único vampiro
(ou mesmo uma coreric) raramente
pade afetar o resultado com uma
Disciplina ou outros multiplica-
dores “normais”, como Força de
Vontade. Para ter uma vantagem
em um Conflito Institucional, os
jogadores devem buscar conheci-
mento especial sobre as fraquezas
de seus inimigos, possivelmente
por meio de Memoriam (livro bási-
co, p; 311) ou subornando um PAN
especifico. Em outras palavras, cles
devem obter vantagem por mcio
da história.
Múltiplas instituições aliadas
em um conflito usam as regras
CONFLITO INSTITUCIONAL
de Múltiplos Oponentes (livro
básico, p. 125).
Dano
Institucional
Conflico Institucional causa dano
assim como confliro regular: baseado
na diferença do número de sucessos
entre vencedor e perdedor. Aplique
dano à Resiliência da instituição,
uma erilha igual à sua Densidade +3.
A maioria dos conflitos inscitu-
cionais, mesmo uma guerra aberta,
causa apenas dano Superficial ao
longo do tempo de uma crônica. Para
causar dano Agravado, o ataque deve
visar especificamente uma fraqueza
da Instituição, quase sempre alguma
descoberta ao longo do jogo.
Uma vez que a Resiliência de
uma insriruição comece a tomar
dano Agravado, suas forças c agen-
tes podem perder dados em suas
paradas, ou simplesmente ter suas
ações limitadas por fatos narra-
tivos postos à mesa, O Narrador
pode estipular perdas especificas
para cada ponto de dano Agrava-
do sofrido pela Instituição (“Ao
perder dois pontos, a Arquídio-
cese precisa vender o hospital, Se
perder três, fechará cinco igrejas,
incluindo uma cm seu domínio.”)
ou apenas abstrair os efeitos do
dano na história.
A menos que o Narrador tome
outra decisão, as instituições re-
cuperam dano Superficial em uma
taxa de um ponto por história, e
dano Agravado em uma taxa de um
por crônica. Qurras instituições
podem administrar “primeiros
socorros” (auxílios financeiros, mo-
bilização da Guarda Nacional etc.)
para acelerar esse processo.
Querida Gria,
cogioos
Espero que esta coleção de perspecivas dispares da Gamarilta lhe tenha parecido
útil. Sel que é um modo frio e impessoal de entrar na Torre, mas acredito que seja
melhor assim. Quando fil Abraçada, há muito tempo, meu Senhor me disse colsas
lindas sobre amor eterno, beleza e imortalidade. Ele era um homem que queria ser
adorado por belas donzelas e, ignorante como eu era, eu o adorel.
Nada do que ele me disse teve qualquer uiilidade na Gamarilla. kite me deu
aquela história de amor pela qual muitos anseiam quando pensam em nossa raça,
mas q única coisa que me permitiu navegar pelos perigos do Elísio fot minha
inteligência. Eu aprendo rápido, e você também precisa aprender.
Digo, sem exagero algum, que meu casamento mudará os rumos da Gamarilla.
Você também será afetada. Os esperançosos e os desesperados pedir-lhe-ão
favores, imaginando que você possa ajudá-los a se conectar comigo. Se quiser,
pode usar isso a seu favor: Se usar meu nome para brincar de política de maneira
elegante, não vou me imporiar.
Ainda assim, não quero que se torne uma indolente, Passei muito tempo
tentando evitar isso, mas essa tentação existe. A identidade de sua Senhora pode
fazer com que as coisas lhe pareçam fáceis, mas seguir esse caminho não vai levá-
la muito longe. Você pode viver entre outras crias de personalidades da Camarilla,
chafurdando na opulência, e em dez ou vinte anos acabará morta em algum
incidente ridiculo e vergonhosa.
Construa seu próprio império. Use os recursos que lhe deixei. A estrada será
mais dificil, mas será uma pela qual você andará por quanto tempo quiser. Eisso
que significa a imortalidade.

De sua amorosa Senhora,

Metória Ah

194
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da fé, isso é feito sem questionamento, Ele É a voz de Deus,
ARO AE k B : f

PART Te RT TU CU
CARDEAL PALUZZO PALUZZI, 1623-1698, LÍDER 7 SANTA PRI nieTa)

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zmã.õõõãõãõãÃãÃí
 Para governar, você deve se tornar aquilo que mais teme;
deve se cornar o seu Li aU monstro,

rita ia FRIO, Ravi TA meira Os seus medos,

podes controla-los e usa-los contra os outros.

Bem-vindo ao guia definitivo da Camarilla, a sociedade secreta mais assustadora

que a história jamais conheceu, Escrito como uma cartilha e um conjunto de
documentos, redigido e coletado pela Imortal soclalite Victoria Ash e dirigido
a você, sua cria, o livro Camarilla foi projetado para ser uma leitura envolvente
para qualquer amante dos não vivos sofisticados, e é um excelente recurso
para todos os jogadores e narradores de Vampiro; À Máscara.
O livro de regras básicas é vendido separadamente,

, MISTO
Papel produzido a partir
ca fontes responsáveis
FSC
emacs — FSC* C011095

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